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Processo nº 0026695-59.2020.8.13.0290
I) DOS FATOS
Segundo a vítima, como consta no Boletim de Ocorrência, o Uber foi chamado por
uma mulher, mas ao chegar no local, três pessoas entraram, supostamente Christopher, Kewen
e um terceiro não identificado no banco de trás.
Acionada a PM, iniciou-se uma busca, onde obtiveram notícia de que os supostos
autores se envolveram em uma colisão com outros veículos, no bairro Serra Azul, bairro
diferente de onde fora realizado o suposto anuncio do delito.
Bem como apontar a nulidade por falta de exame do corpo de delito, visto que o
suposto crime cometido deixou vestígios presentes, o que sequer houve qualquer tipo de
perícia realizada.
Dessa forma, outra sorte não resta senão declarar a nulidade arguida, nos termos do
art. 564, incisos III, “b” e IV, do CPP.
III) DO MÉRITO
a. DA ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE PROVAS
No caso, o requerente foi denunciado pela suposta pratica do delito do art. 157, § 2º,
incisos II, V e VII, do Código Penal, no entanto, discorda integralmente dos termos da
denúncia.
Isto porque inexistem provas da autoria delitiva, de modo que impõe sua absolvição.
O fato de estar em local diverso não comprova que o requerente teria cometido tal
fato.
Ora, para que a ação penal seja deflagrada, a acusação necessita apresentar provas
capazes de apontar os indícios de autoria e materialidade, além da constatação da ocorrência
de infração penal, não podendo uma denúncia ser baseada apenas na palavra da vítima, de
uma testemunha não-ocular que apenas descreve que o fato ocorreu de acordo com o histórico
apresentado pelo Boletim de Ocorrência e de uma suposta arma, considerada fraca, em
decorrência de não houver tido qualquer perícia no processo.
Alegou também que os suspeitos, “um foi para o lado das casas, o outro foi sentido
reto, para os carros abandonados, e os outros, alguns outros, correram para a mata.”
Como pode o Policial Militar, alegando o local estar escuro e não dando para
precisar nada, ter certeza de que o suspeito apreendido realmente estivera presente no
suposto delito?
Assim, não bastam meros indícios. A prova de autoria deve ser logica e livre de
dúvida, pois só a certeza autoriza a condenação no juízo criminal. não havendo provas
suficientes, a absolvição do réu deve prevalecer.
Assim, não há provas que induzem ser Christopher o suposto autor do fato, devendo
este ser absolvido segundo o art. 386, II, V e VII do Código de Processo Penal.
IV) DA SUBSIDIARIEDADE
Ora, se a vítima em si não viu qualquer arma branca, pois, como dito nos autos, uma
suposta arma estaria na posse dos indivíduos no banco de trás, não houve outra testemunha
nos autos, senão outro próprio policial militar não-ocular dos fatos envolvido na prisão e não
houve qualquer perícia realizada em tal suposta arma branca, como pode esta ser classificada
como a suposta arma do crime?
Deste modo, não bastam meros indícios, a prova que tal arma branca fora utilizada no
suposto crime deve ser logica e livre de dúvidas. Assim, não há provas de que esta foi
realmente a utilizada. Ademais, não fora realizada qualquer pericia em cima da suposta arma
branca do delito, de tal modo que não há como constatar que esta fora a utilizada.
O tempo que a vítima teve sua restrição de liberdade até sua liberdade na Rodovia MG
424, é considerado mínimo e irrelevante, não podendo configurar então tal restrição.
V) DA FIXAÇÃO DA PENA
Inicialmente, vale ressaltar que o réu possui residência fixa, residindo com sua
genitora.