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Caderno de peças

2ª FASE OAB | PENAL | 37º EXAME

Caderno de peças

SUMÁRIO
1) Treine a peça: queixa-crime .......................................................................................... 9
2) Treine a peça: resposta à acusação ............................................................................ 11
3) Treine a peça: memoriais ............................................................................................ 13
4) Treine a peça: apelação .............................................................................................. 15
5) Treine a peça: contrarrazões de apelação .................................................................. 17
6) Treine a peça: memoriais no tribunal do júri ................................................................ 19
7) Treine a peça: recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia ...................... 20
8) Treine a peça: agravo em execução............................................................................ 22
9) Treine a peça: revisão criminal .................................................................................... 23
10) Treine a peça: relaxamento de prisão ....................................................................... 24
11) Treine a peça: apelação do assistente de acusação no procedimento do júri ........... 25
12) Treine a peça: liberdade provisória............................................................................ 26
13) Treine a peça: revogação da prisão preventiva ......................................................... 27
14) Treine a peça: defesa preliminar – funcionário público.............................................. 28
15) Treine a peça: defesa preliminar – lei de drogas ....................................................... 29
16) Treine a peça: carta testemunhável........................................................................... 30
17) Treine a peça: apelação no tribunal do júri ................................................................ 31
18) Treine a peça: embargos infringentes ....................................................................... 32
19) Treine a peça: recurso ordinário constitucional ......................................................... 33
20) Treine a peça: razões de apelação............................................................................ 34
21) Treine a peça: contrarrazões de agravo em execução .............................................. 36
22) Treine a peça: contrarrazões de recurso em sentido estrito ...................................... 38

Padrão de respostas...................................................................................................... 39
Olá, alunos!

Sejam bem-vindos Caderno de Peças.

O presente e-book contém diversas peças para que você


realize o treinamento. Sugerimos que você imprima as linhas
que estão nas páginas seguintes e pratique as peças à mão
e consultando apenas a legislação permitida, simulando ao
máximo as condições que você terá no dia da prova.

Qualquer dúvida, estaremos à disposição para auxiliá-los


através da ferramenta “Pergunte ao professor”!

Bons estudos,
Abraços, Equipe Ceisc.
1) Treine a peça: queixa-crime

Enunciado

Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das
redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus
amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet
para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo
contemporâneo.
No dia 7-5-2021, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite
com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói,
no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por
meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para
todos os seus contatos.
Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está
adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então,
de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em
Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico.
Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte
comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado,
irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas
de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No
dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado
no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para
socorrê-lo!”.
Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de
seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de
Helena em seu perfil pessoal.
Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez,
que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o
constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de
ser realizada. No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de Polícia Especializada em
Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o
conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia
ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de
advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo.
Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e
Juizados Especiais Criminais.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de habeas corpus,
sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00 pontos)
A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão.
2) Treine a peça: resposta à acusação

Enunciado

Patrick, nascido em 4-6-1960, tio de Natália, jovem de 18 anos, estava na varanda de sua casa
em Araruama, em 5-3-2017, no interior do Estado do Rio de Janeiro, quando vê o namorado de
sua sobrinha, Lauro, agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes.
Verificando o risco que sua sobrinha corria com a agressão, Patrick gritou com Lauro, que não
parou de agredi-la. Patrick não tinha outra forma de intervir, porque estava com uma perna
enfaixada devido a um acidente de trânsito.
Ao ver que as agressões não cessavam, foi até o interior de sua residência e pegou uma arma
de fogo, de uso permitido, que mantinha no imóvel, devidamente registrada, tendo ele
autorização para tanto. Com intenção de causar lesão corporal que garantisse a debilidade
permanente de membro de Lauro, apertou o gatilho para efetuar disparo na direção de sua perna.
Por circunstâncias alheias à vontade de Patrick, a arma não funcionou, mas o barulho da arma
de fogo causou temor em Lauro, que empreendeu fuga e compareceu à Delegacia para narrar a
conduta de Patrick.
Após meses de investigações, com oitiva dos envolvidos e das testemunhas presenciais do fato,
quais sejam, Natália, Maria e José, estes dois últimos sendo vizinhos que conversavam no portão
da residência, o inquérito foi concluído, e o Ministério Público ofereceu denúncia, perante o juízo
competente, em face de Patrick como incurso nas sanções penais do art. 129, § 1º, inciso III, c/c.
o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Juntamente com a denúncia, vieram as principais
peças que constavam do inquérito, inclusive a Folha de Antecedentes Criminais, na qual
constava outra anotação por ação penal em curso pela suposta prática do crime do art. 168 do
Código
Penal, bem como o laudo de exame pericial na arma de Patrick apreendida, o qual concluiu pela
total incapacidade de efetuar disparos.
Em busca do cumprimento do mandado de citação, o oficial de justiça comparece à residência
de Patrick e verifica que o imóvel se encontrava trancado. Apenas em razão desse único
comparecimento no dia 26-2-2018, certifica que o réu estava se ocultando para não ser citado e
realiza, no dia seguinte, citação por hora certa, juntando o resultado do mandado de citação e
intimação para defesa aos autos no mesmo dia. Maria, vizinha que presenciou a conduta do
oficial de justiça, se assusta e liga para o advogado de Patrick, informando o ocorrido e
esclarecendo que ele se encontra trabalhando e ficará embarcado por 15 dias. O advogado entra
em contato com Patrick por e-mail e este apenas consegue encaminhar uma procuração para
adoção das medidas cabíveis, fazendo uma pequena síntese do ocorrido por escrito.
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade do advogado de Patrick, a peça
jurídica cabível, diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas de direito
material e processual pertinentes. A peça deverá ser datada do último dia do prazo. (Valor: 5,00)
3) Treine a peça: memoriais

Enunciado

Na madrugada do dia 1º de janeiro de 2020, Luiz, nascido em 24 de abril de 1948, estava em


sua residência, em Porto Alegre, na companhia de seus três filhos e do irmão Igor, nascido em
29 de novembro de 1965, que também morava há 2 (dois) anos no mesmo imóvel. Em
determinado momento, um dos filhos de Luiz acionou fogos de artifício, no quintal do imóvel,
para comemorar a chegada do novo ano. Ocorre que as faíscas atingiram o telhado da casa, que
começou a pegar fogo. Todos correram para sair pela única e pequena porta da casa, mas Luiz,
em razão de sua idade e pela dificuldade de locomoção, acabou ficando por último na fila para
saída da residência. Percebendo que o fogo estava dele se aproximando e que iria atingi-lo em
segundos, Luiz desferiu um forte soco na cabeça do irmão, que estava em sua frente,
conseguindo deixar o imóvel. Igor ficou caído por alguns momentos, mas conseguiu sair da casa
da família, sangrando em razão do golpe recebido.
Policiais chegaram ao local do ocorrido, sendo instaurado procedimento para investigar a autoria
do crime de incêndio e outro procedimento para apurar o crime de lesão corporal. Luiz,
verificando as consequências de seus atos, imediatamente levou o irmão para unidade de saúde
e pagou pelo tratamento médico necessário. Igor compareceu em sede policial após ser intimado,
narrando o ocorrido, apesar de destacar não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado
criminalmente.
Concluídas as investigações em relação ao crime de lesão, os autos foram encaminhados ao
Ministério Público, que, com base no laudo prévio de lesão corporal de Igor atestando a
existência de lesão de natureza leve na cabeça, ofereceu denúncia, perante a 5ª Vara Criminal
de Porto Alegre/RS, órgão competente, em face de Luiz como incurso nas sanções penais do
art. 129, § 9º, do Código Penal. Deixou o órgão acusador de oferecer proposta de suspensão
condicional do processo com fundamento no art. 41 da Lei nº 11.340/2006, que veda a aplicação
dos institutos da Lei nº 9.099/1995, tendo em vista que aquela lei (Lei nº 11.340/2006)
estabeleceu nova pena para o delito imputado.
Após citação e apresentação de resposta à acusação, na qual Luiz demonstrou interesse na
aplicação do art. 89 da Lei nº 9.099/1995, os fatos foram integralmente confirmados durante a
instrução probatória. Igor confirmou a agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em
responsabilizá-lo. O réu permaneceu em silêncio durante seu interrogatório. Em seguida, foi
acostado ao procedimento o laudo definitivo de lesão corporal da vítima atestando a existência
de lesões de natureza leve, assim como a Folha de Antecedentes Criminais de Luiz, que
registrava uma única condenação, com trânsito em julgado em 10 de dezembro de 2019, pela
prática de contravenção penal.
O Ministério Público apresentou a manifestação cabível requerendo a condenação do réu nos
termos da denúncia, destacando, ainda, a incidência do art. 61, inciso I, do CP. Em seguida, a
defesa técnica de Luiz foi intimada, em 19 de janeiro de 2021, terça-feira, para apresentação da
medida cabível.
Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) de Luiz,
a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas
as teses cabíveis de direito material e processual. A peça deverá ser datada no último dia do
prazo para apresentação, devendo segunda a sexta-feira serem considerados dias úteis em todo
o país. (Valor: 5,00)
4) Treine a peça: apelação

Enunciado

Carlos, primário e de bons antecedentes, 45 (quarenta e cinco) anos, foi denunciado como
incurso nas sanções penais dos arts. 302 da Lei nº 9.503/1997, por duas vezes, e 303, do mesmo
diploma legal, todos eles em concurso material, porque, de acordo com a denúncia, “no dia 08
de julho de 2017, em São Gonçalo, Rio de Janeiro, na direção de veículo automotor, com
imprudência em razão do excesso de velocidade, colidiu com o veículo em que estavam Júlio e
Mário, este com 9 anos, causando lesões que foram a causa eficiente da morte de ambos”.
Consta, ainda, da inicial acusatória que, “em decorrência da mesma colisão, ficou lesionado
Pedro, que passava pelo local com sua bicicleta e foi atingido pelo veículo em alta velocidade de
Carlos”.
As mortes de Júlio e Mário foram atestadas por auto de exame cadavérico, enquanto Pedro foi
atendido em hospital público, de onde se retirou, sem ser notado, razão pela qual foi elaborado
laudo indireto de corpo de delito com base no boletim de atendimento médico. Pedro nunca
compareceu em sede policial para narrar o ocorrido e nem ao Instituto Médico Legal, apesar de
testemunhas presenciais confirmarem as lesões sofridas.
No curso da instrução, foram ouvidas testemunhas presenciais, não sendo Pedro localizado. Em
seu interrogatório, Carlos negou estar em excesso de velocidade, esclarecendo que perdeu o
controle do carro em razão de um buraco existente na pista. Foi acostado exame pericial
realizado nos automóveis e no local, concluindo que, realmente, não houve excesso de
velocidade por parte de Carlos e que havia o buraco mencionado na pista. O exame pericial,
todavia, apontou que possivelmente haveria imperícia de Carlos na condução do automóvel, o
que poderia ter contribuído para o resultado.
Após manifestação das partes, o juiz em atuação perante a 3ª Vara Criminal da Comarca de São
Gonçalo/RJ, em 10 de julho de 2019, julgou totalmente procedente a pretensão punitiva do
Estado e, apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser necessária a condenação de
Carlos em razão da imperícia do réu, conforme mencionado no exame pericial.
No momento da dosimetria, fixou a pena base de cada um dos crimes no mínimo legal e, com
relação à vítima Mário, na segunda fase, reconheceu a agravante prevista no art. 61, inciso II,
alínea h, do CP, pelo fato de ser criança, aumentando a pena base em 3 (três) meses. Não
havendo causas de aumento ou diminuição, reconhecido o concurso material, a pena final ficou
acomodada em 04 (quatro) anos e 09 (nove) meses de detenção. Não houve substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em razão do quantum final, nos termos do
art. 44, inciso I, do CP, sendo fixado regime inicial fechado de cumprimento da pena, com
fundamento na gravidade em concreto da conduta. O Ministério Público foi intimado e manteve-
se inerte.
A defesa técnica de Carlos foi intimada em 18 de setembro de 2019, quarta-feira, para adoção
das medidas cabíveis.
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Carlos, redija a
peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, apresentando todas
as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição,
considerando que de segunda a sexta-feira são dias úteis em todos os locais do país. (Valor:
5,00).
5) Treine a peça: contrarrazões de apelação

Enunciado

No dia 24 de dezembro de 2020, na cidade do Rio de Janeiro, Rodrigo e um amigo não


identificado foram para um bloco de rua que ocorria em razão do Natal, onde passaram a ingerir
bebida alcoólica em comemoração ao evento festivo. Na volta para casa, ainda em companhia
do amigo, já um pouco tonto em razão da quantidade de cerveja que havia bebido, subtraiu,
mediante grave ameaça, os pertences de uma moça desconhecida que caminhava
tranquilamente pela rua. A vítima era Maria, jovem de 24 (vinte e quatro) anos que acabara de
sair do médico e saber que estava grávida de um mês. Em razão dos fatos, Rodrigo foi
denunciado pela prática de crime de roubo majorado, na forma do art. 157, § 2º, incisos II e VII,
do Código Penal.
Durante a instrução, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Rodrigo, onde constavam
anotações em relação a dois inquéritos policiais em que ele figurava como indiciado e três ações
penais que respondia na condição de réu, apesar de em nenhuma delas haver sentença com
trânsito em julgado. Foram, ainda, durante a Audiência de Instrução e Julgamento ouvidos a
vítima e os policiais que encontraram Rodrigo, horas após o crime, na posse dos bens subtraídos.
Durante seu interrogatório, Rodrigo permaneceu em silêncio. Ao final da instrução, após
alegações finais, a pretensão punitiva do Estado foi julgada procedente, com Rodrigo sendo
condenado a pena de 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses de reclusão, a ser cumprida em regime
semiaberto, e 13 (treze) dias-multa. O juiz aplicou a pena-base no mínimo legal, além de não
reconhecer qualquer agravante ou atenuante. Na terceira fase da aplicação da pena, reconheceu
a majorante mencionada na denúncia e realizou um aumento de 1/3 (um terço) da pena imposta.
O Ministério Público foi intimado da sentença em 13 de setembro de 2021, uma segunda-feira,
sendo terça-feira dia útil. Inconformado, o Ministério Público apresentou recurso de apelação
perante o juízo de primeira instância, acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30
de setembro de 2021, requerendo:
i) O aumento da pena-base, tendo em vista a existência de diversas anotações na Folha de
Antecedentes Criminais do acusado;
ii) O reconhecimento das agravantes previstas no art. 61, inciso II, alíneas h e l, do Código Penal;
iii) A majoração do quantum de aumento em razão das causas de aumentos previstas no art.
157, § 2º, incisos II e VII, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas as
majorantes;
iv) Fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena, pois o crime de roubo tem
assombrado a população do Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em toda a
sociedade.
A defesa não apresentou recurso. O magistrado, então, recebeu o recurso de apelação do
Ministério Público e intimou, no dia 18 de outubro de 2021 (segunda-feira), sendo terça feira dia
útil em todo o país, você, advogado(a) de Rodrigo, para apresentar a medida cabível. Com base
nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do
prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)
6) Treine a peça: memoriais no tribunal do júri (XXVIII EXAME OAB – adaptada)

Enunciado

Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante
preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide
ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida.
Para realizar a referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa
sinalizadora do veículo e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que,
em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no
socorro que veio após o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece
em razão dos ferimentos sofridos pela colisão.
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público
decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (art. 121 c/c art. 18, I partefinal, ambos do CP).
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que
poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar
para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o
Ministério Público pugnou pela pronúncia da acusada, nos termos da denúncia.
O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de agosto de 2013 (sexta-feira).
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado (a) de Jerusa, redija
a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas
pertinentes. A peça deverá ser datada do último da do prazo para apresentação. (Vale 5,0)
7) Treine a peça: recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia

Enunciado

Túlio, nascido em 1º-1-1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que recém completou
15 (quinze) anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido pela
informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem
mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus
pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Túlio para
realizar um aborto.
Diante disso, no dia 3-1-2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo cuja venda era
proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer
uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto.
Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem
à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade,
Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um feto.
Após investigação, no dia 20-1-2014, Túlio vem a ser denunciado pelo crime do art. 126, caput,
c/c. o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do Tribunal do Júri da Comarca
de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto despenalizador, apesar do reclamo
defensivo. A inicial acusatória foi recebida em 22-1-2014.
Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, são ouvidas as testemunhas e
Joaquina, assim como interrogado o réu, todos confirmando o ocorrido. As partes apresentaram
alegações finais orais, e o juiz determinou a conclusão do feito para decisão. Antes de ser
proferida decisão, mas após manifestação das partes em alegações finais, foram juntados aos
autos o boletim de atendimento médico de Joaquina, no qual consta a informação de que ela
não estivera grávida no momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio sem
outras anotações e um exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado não
causara lesões na adolescente.
Com a juntada da documentação, de imediato, sem a adoção de qualquer medida, o magistrado
proferiu decisão de pronúncia nos termos da denúncia, sendo publicada na mesma data, qual
seja, 18 de junho de 2018, segunda-feira, ocasião em que as partes foram intimadas.
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, redija a
peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas
pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando-
se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)
8) Treine a peça: agravo em execução

Enunciado

Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo
simples, pois, quando tinha 20 (vinte) anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave
ameaça, um aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi
recuperado pela vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta,
foi Gilberto denunciado e CONDENADO como incurso nas sanções penais do art. 157, caput, do
Código Penal a uma pena privativa de liberdade de 04 (quatro) anos e 06 (seis) meses de
reclusão em regime inicial fechado e 12 (doze) dias multa, tendo a sentença transitada em
julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013. Gilberto havia respondido ao
processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro de 2013, vem cumprindo a sanção
penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo progressão de regime. Nunca foi
punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos
benefícios da execução penal.
No dia 25 de fevereiro de 2015, você, advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de
livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de
Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em
tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os seguintes argumentos: a) o crime de
roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 (dois
terços) da pena privativa de liberdade; b) ainda que não fosse hediondo, não estariam
preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador
de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento
condicional; c) indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os
crimes de roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos
para a sociedade. Você, advogado(a) de Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23 de março
de 2015, uma segunda-feira.
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo
para sua interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)
9) Treine a peça: revisão criminal

Enunciado

Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, subtraiu veículo automotor de
propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do carro
para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na
ignição. Jane, ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê-lo no
Paraguai. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta empreendeu perseguição ininterrupta,
tendo prendido Jane em flagrante somente no dia seguinte, exatamente quando esta tentava
cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, que estava guardado em local não revelado.
Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. No curso do processo, as testemunhas
arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem no país vizinho e
que havia um comprador, terceiro de boa-fé arrolado como testemunha, o qual, em suas
declarações, ratificou os fatos. Também ficou apurado que Jane possuía maus antecedentes e
reincidente específica nesse tipo de crime, bem como que Gabriela havia morrido no dia seguinte
à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os fatos, já que o veículo era essencial à sua
subsistência. A ré confessou o crime em seu interrogatório.
Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a 5 (cinco) anos de reclusão no regime inicial
fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em consideração a
confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime, quais
sejam, a morte da vítima e os danos decorrentes da subtração de bem essencial à sua
subsistência. A condenação transitou definitivamente em julgado, e a ré iniciou o cumprimento
da pena em 10 de novembro de 2012. No dia 5 de março de 2013, você, já na condição de
advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a mãe de Jane, acompanhada de Gabriel, único
parente vivo da vítima, que se identificou como sendo filho desta. Ele informou que, no dia 27 de
outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local onde
o veículo estava escondido. O filho da vítima, nunca mencionado no processo, informou que no
mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum embaraço, bem
como que tal veículo estava em seu poder desde então. Com base somente nas informações de
que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível,
excluindo a possibilidade de impetração de habeas corpus, sustentando, para tanto, as teses
jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0)
10) Treine a peça: relaxamento de prisão

Enunciado

No dia 10 de março de 2020, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves
pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade
rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves
foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo
foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo
trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais
lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste,
foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar
expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia
Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no art.
306 da Lei nº 9.503/1997, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito
de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares.
Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter
permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob
protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo
competente, tampouco à Defensoria Pública.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais
ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito
pertinente ao caso. (Valor 5,00)
11) Treine a peça: apelação do assistente de acusação no procedimento do júri

Enunciado

Grávida de nove meses, Ana entra em trabalho de parto, vindo dar à luz um menino saudável, o
qual é imediatamente colocado em seu colo. Ao ter o recém-nascido em suas mãos, Ana é
tomada por extremo furor, bradando aos gritos que seu filho era um “monstro horrível que não
saiu de mim” e bate por seguidas vezes a cabeça da criança na parede do quarto do hospital,
vitimando-a fatalmente. Após ser dominada pelos funcionários do hospital, Ana é presa em
flagrante delito.
Durante a fase de inquérito policial, foi realizado exame médico-legal, o qual atestou que Ana
agira sob influência de estado puerperal. Posteriormente, foi denunciada, com base nas provas
colhidas na fase inquisitorial, sobretudo o laudo do expert, perante a 1ª Vara Criminal/Tribunal
do Júri pela prática do crime de homicídio triplamente qualificado, haja vista ter sustentado o
Parquet que Ana fora movida por motivo fútil, empregara meio cruel para a consecução do ato
criminoso, além de se utilizar de recurso que tornou impossível a defesa da vítima. Em sede de
Alegações Finais Orais, o Promotor de Justiça reiterou os argumentos da denúncia, sustentando
que Ana teria agido impelida por motivo fútil ao decidir matar seu filho em razão de tê-lo achado
feio e teria empregado meio cruel ao bater a cabeça do bebê repetidas vezes contra a parede,
além de impossibilitar a defesa da vítima, incapaz, em razão da idade, de defender-se.
A Defensoria Pública, por sua vez, alegou que a ré não teria praticado o fato e, alternativamente,
se o tivesse feito, não possuiria plena capacidade de autodeterminação, sendo inimputável. Ao
proferir a sentença, o magistrado competente entendeu por bem absolver sumariamente a ré em
razão de inimputabilidade, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se
autodeterminar em consequência da influência do estado puerperal. Tendo sido intimado o
Ministério Público da decisão, em 11 de janeiro de 2011, o prazo recursal transcorreu in albis
sem manifestação do Parquet.
Em relação ao caso acima, você, na condição de advogado(a), é procurado pelo pai da vítima,
Wilson, em 20 de janeiro de 2011, para habilitar-se como assistente da acusação e impugnar a
decisão. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo
caso concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas
pertinentes, datando do último dia do prazo. (valor: 5,00)
12) Treine a peça: liberdade provisória

Enunciado

No dia 15 de janeiro de 2022, por volta das 14 horas, na Rua das Mocas, nº 2000, São Paulo/SP,
Josué da Silva foi preso em flagrante pela prática do delito de receptação, previsto no art. 180,
caput, do Código Penal, acusado de estar conduzindo veículo automotor que sabia ser produto
de crime. Ao ser interrogado, Josué disse que era trabalhador e que tinha carteira de trabalho,
embora estivesse, na ocasião, desempregado. Ao analisar a folha de antecedentes criminais de
Josué, a autoridade policial constatou que o flagrado respondia a processo pelo delito de furto.
Diante dessa anotação na Folha de Antecedentes Criminais de Josué, a autoridade policial
representou pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, afirmando que existiria risco
concreto para a ordem pública, pois o indiciado possuía outros envolvimentos com o aparato
judicial.
Você, como advogado(a) indicado por Josué, é comunicado da ocorrência da prisão em
flagrante, além de tomar conhecimento da representação formulada pelo Delegado. Da mesma
forma, o comunicado de prisão já foi encaminhado para o Ministério Público e para o magistrado,
sendo todas as legalidades da prisão em flagrante observadas. O juiz recebeu o auto de prisão
em flagrante, deixando para se manifestar na audiência de custódia. Josué, no entanto,
desesperado com a situação disse para você, na condição de advogado (a), buscar soltá-lo o
mais rápido possível, antes mesmo da designação da audiência de custódia.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Josué, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, em favor do seu cliente, apontando os argumentos e fundamentos jurídicos
pertinentes ao caso. (Valor: 5,0)
13) Treine a peça: revogação da prisão preventiva

Enunciado

No dia 29 de setembro de 2014, Paulo Dantas foi encontrado morto na sua residência, localizada
no Município de Petrópolis/RJ. Ao longo da investigação, a partir das declarações da testemunha
Marieta Lemos, a autoridade policial passou a suspeitar que Cláudio Valentino tenha sido o autor
do delito. Na ocasião, Marieta Lemos disse ter recebido mensagem de texto enviada por Cláudio,
em tom ameaçador, no sentido de que seria melhor ela não testemunhar, para evitar problemas
a ela e à sua família. Em razão disso, a autoridade policial representou pela prisão preventiva de
Cláudio, anexando na representação as mensagens enviadas pelo acusado. O Magistrado
decretou a prisão preventiva, em despacho motivado, aduzindo, como razão de decidir, a
conveniência da instrução criminal, sendo o mandado de prisão cumprido. Após a conclusão do
inquérito policial, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Cláudio, imputando-lhe a prática
de crime de homicídio, previsto no art. 121, caput, do Código Penal. Durante a audiência de
instrução, após ser ouvida sobre os fatos relacionados à morte de Paulo, Marieta disse que a
ameaça sofrida foi a única proferida por Cláudio. Diante do avançado da hora, o Magistrado
suspendeu a audiência e designou outra data para oitiva de uma testemunha de defesa faltante
e interrogatório do réu. Insatisfeito com a atuação do seu antigo defensor, já que ainda estava
preso, Cláudio contrata você para defendê-lo.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado (a) de Cláudio Valentino, redija a peça cabível,
exclusiva de advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, alegando para tanto toda a
matéria de direito pertinente ao caso. (Valor: 5,0)
14) Treine a peça: defesa preliminar – funcionário público

Enunciado

Wilson Ferdinando, funcionário público municipal, que exerce a função de motorista, após o
encerramento do expediente, resolveu utilizar o carro da Prefeitura para levar a esposa até o
Posto de Saúde do Município vizinho, distante 15 Km do município onde trabalha. Duas horas
depois, após encher o tanque de gasolina, Wilson devolve o automóvel no mesmo lugar em que
o havia retirado. Ao analisarem as câmeras de segurança do Prédio Municipal, guardas
municipais perceberam a ação de Wilson, relatando o fato e dando ensejo a instauração de
procedimento administrativo disciplinar. O acusado foi interrogado, confessando que, de fato,
utilizou o veículo sem autorização, mas que sua intenção era devolvê-lo logo em seguida, como
demonstraram as imagens constantes no procedimento. Ao final da instrução do procedimento
administrativo, concluiu-se que Wilson praticou falta disciplinar, sendo encaminhada cópia dos
autos ao Ministério Público. O Ministério Público ofereceu denúncia contra Wilson pela prática
do delito de peculato, previsto no art. 312, caput, do Código Penal. Wilson foi notificado no dia
03 de junho de 2016, sexta-feira.
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo
para oferecimento, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)
15) Treine a peça: defesa preliminar – lei de drogas

Enunciado

No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi abordado por policiais, acusado de estar
portando 02 gramas de maconha. Após constatar por sua experiência profissional que
efetivamente se tratava de cannabis sativa, o policial deu voz de prisão em flagrante,
encaminhando Roniquito à Delegacia de Polícia. Durante a lavratura da prisão em flagrante,
verificou-se que Roniquito não registrava procedimento policial em seu desfavor. Ao final, a
autoridade policial indiciou Roniquito como incurso no crime tráfico ilícito de entorpecentes,
previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao longo do procedimento policial, Roniquito negou
ser traficante, reconhecendo, contudo, ser dependente químico, já tendo sido, inclusive,
internado para tratamento, o que foi confirmado por Joaquim e Manuel, responsáveis pela Clínica
de Tratamento. Após o encerramento do procedimento policial, o Ministério Público ofereceu
denúncia contra Roniquito, imputando-lhe a prática do delito do art. 33, caput, da Lei nº
11.343/2006. O Magistrado determinou a notificação de Roniquito, que ocorreu no dia 03 de
junho de 2016, que caiu numa sexta-feira.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Roniquito, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, invocando todos os argumentos em favor de seu constituinte, datando a peça no
último dia do prazo. (valor: 5,0)
16) Treine a peça: carta testemunhável

Enunciado

Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante
preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide
ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a
referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo
e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,
conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após
o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos
sofridos pela colisão.
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público
decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (art. 121 c/c art. 18, I parte final, ambos do CP).
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que
poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar
para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz
competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime
apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de
agosto de 2013 (sexta-feira). Contra essa decisão, a defesa interpôs, no dia 09 de agosto de
2013, recurso em sentido estrito. Ao proceder ao juízo de admissibilidade, o Magistrado não
recebeu o recurso, sob o fundamento de que foi interposto de forma intempestiva, já que,
considerando o dia de início 02 de agosto de 2013, o prazo venceu no dia 06 de agosto de 2013.
Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o
recurso cabível, instruindo-o com a cópia integral do processo.
A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.
17) Treine a peça: apelação no tribunal do júri

Enunciado

Fernando foi pronunciado pela prática de um crime de homicídio doloso consumado que teve
como vítima Henrique. No dia 07 de julho de 2015, numa terça-feira, em sessão plenária do
Tribunal do Júri, todas as testemunhas asseguraram que Henrique iniciou agressões contra
Fernando e que este agiu em legítima defesa. No momento do julgamento, os jurados
reconheceram a autoria e materialidade e optaram por condenar Fernando pela prática do delito
de homicídio doloso. Após a prolação da sentença condenatória, que impôs ao réu a pena de 06
(seis) anos, em regime semiaberto, a família de Fernando toma conhecimento de que dois dos
jurados que atuaram no julgamento eram irmãos. A intimação da sentença ocorreu na sessão
plenária. Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do
caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de Habeas corpus, no último dia
do prazo para interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)
18) Treine a peça: embargos infringentes

Enunciado

Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante
preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide
ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a
referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo
e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,
conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após
o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos
sofridos pela colisão.
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público
decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (art. 121 c/c art. 18, inciso I parte final, ambos do CP).
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que
poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar
para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz
competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime
apontado na inicial acusatória. Contra essa decisão, a defesa interpôs recurso em sentido estrito,
ao qual, por maioria, foi julgado improvido pela 2ª Câmara Criminal. Atento ao caso apresentado
e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore a peça cabível, adotando os
argumentos pertinentes.
A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.
19) Treine a peça: recurso ordinário constitucional

Enunciado

Durante investigação para apurar a prática de roubos a agências bancárias ocorridos em Volta
Redonda/RJ, agentes da polícia civil, embora desconfiados que Pedro Rocha estivesse
envolvido nos crimes, não conseguiram reunir provas suficientes para apontá-lo como um dos
assaltantes de banco. Diante disso, o Delegado de Polícia orientou um dos policiais a passar a
frequentar os mesmos lugares do investigado Pedro Rocha para com ele estabelecer relação de
confiança. Ao manter reiterados contatos com Pedro Rocha, o agente policial disfarçado
convence o investigado a com ele praticar um roubo em determinada agência bancária. Diante
disso, no dia 15 de outubro de 2021, previamente engendrados, o policial disfarçado e o
investigado dirigem-se ao banco e, no instante em que ingressaram na agência bancária e
anunciaram o assalto, diversos policiais, que monitoravam toda a ação, prenderam Pedro Rocha
em flagrante, sob a acusação da prática do crime de roubo majorado tentado. Ao final, o
Delegado de Polícia lavrou o auto de prisão em flagrante, observando todas as formalidades
legais, e encaminhou à autoridade judiciária. Durante a audiência de custódia, após ouvir o
flagrado, o Magistrado, acolhendo requerimento do Ministério Público, converteu a prisão em
flagrante em prisão preventiva, com base no art. 310, inciso II, do Código de Processo Penal.
Irresignado, Pedro Rocha, por meio do seu advogado(a), impetrou Habeas corpus, que foi
denegado, por maioria dos votos, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Pedro Rocha, redija a peça cabível, exclusiva
de advogado(a), no que tange à liberdade de seu cliente. (valor: 5,0)
20) Treine a peça: razões de apelação

Enunciado

Desejando comprar um novo carro, Leonardo, jovem com 19 anos, decidiu praticar um crime de
roubo em um estabelecimento comercial, com a intenção de subtrair o dinheiro constante do
caixa. Narrou o plano criminoso para Roberto, seu vizinho, mas este se recusou a contribuir.
Leonardo decidiu, então, praticar o delito sozinho. Dirigiu-se ao estabelecimento comercial, nele
ingressou e, no momento em que restava apenas um cliente, simulou portar arma de fogo e o
ameaçou de morte, o que fez com ele saísse, já que a intenção de Leonardo era apenas a de
subtrair bens do estabelecimento. Leonardo, em seguida, consegue acesso ao caixa onde fica
guardado o dinheiro, mas, antes de subtrair qualquer quantia, verifica que o único funcionário
que estava trabalhando no horário era um senhor que utilizava cadeiras de rodas. Arrependido,
antes mesmo de ser notada sua presença pelo funcionário, deixa o local sem nada subtrair, mas,
já do lado de fora da loja, é surpreendido por policiais militares. Estes realizam a abordagem,
verificam que não havia qualquer arma com Leonardo e esclarecem que Roberto narrara o plano
criminoso do vizinho para a Polícia. Tomando conhecimento dos fatos, o Ministério Público
requereu a conversão da prisão em flagrante em preventiva e denunciou Leonardo como incurso
nas sanções penais do art. 157, § 2º-A, inciso I, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
Após decisão do magistrado competente, qual seja, o da 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte/MG,
de conversão da prisão e recebimento da denúncia, o processo teve seu prosseguimento regular.
O homem que fora ameaçado nunca foi ouvido em juízo, pois não foi localizado, e, na data dos
fatos, demonstrou não ter interesse em ver Leonardo responsabilizado. Em seu interrogatório,
Leonardo confirma integralmente os fatos, inclusive destacando que se arrependeu do crime que
pretendia praticar. Constavam no processo a Folha de Antecedentes Criminais do acusado sem
qualquer anotação e a Folha de Antecedentes Infracionais, ostentando uma representação pela
prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico, com decisão definitiva de procedência da
ação socioeducativa. O magistrado concedeu prazo para as partes se manifestarem em
alegações finais por memoriais. O Ministério Público requereu a condenação nos termos da
denúncia. O advogado de Leonardo, contudo, renunciou aos poderes, razão pela qual, de
imediato, o magistrado abriu vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais.
Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal. No momento de fixar a pena-
base, reconheceu a existência de maus antecedentes em razão da representação julgada
procedente em face de Leonardo enquanto era inimputável, aumentando a pena em 06 (seis)
meses de reclusão. Não foram reconhecidas agravantes ou atenuantes. Na terceira fase,
incrementou o magistrado em 2/3 (dois terços) a pena, justificando ser desnecessária a
apreensão de arma de fogo, bastando a simulação de porte do material diante do temor causado
à vítima. Com a redução de 1/3 (um terço) pela modalidade tentada, a pena final ficou
acomodada em 5 (cinco) anos de reclusão. O regime inicial de cumprimento de pena foi o
fechado, justificando o magistrado que o crime de roubo é extremamente grave e que atemoriza
os cidadãos de Belo Horizonte todos os dias. Intimado, o Ministério Público apenas tomou ciência
da decisão. A irmã de Leonardo o procura para, na condição de advogado, adotar as medidas
cabíveis. Constituída nos autos, a defesa interpôs o recurso cabível. O Magistrado recebeu o
recurso, sendo a defesa intimada no dia 06 de maio de 2019, segunda-feira, sendo terça-feira
dia útil em todo o país.
Com base nas informações expostas acima e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do
prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes.
21) Treine a peça: contrarrazões de agravo em execução

Enunciado

Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo
simples, pois, quando tinha 20 (vinte) anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave
ameaça, um aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi
recuperado pela vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta,
foi Gilberto denunciado e condenado como incurso nas sanções penais do art. 157, caput, do
Código Penal a uma pena privativa de liberdade de 04 (quatro) anos e 06 (seis) meses de
reclusão em regime inicial fechado e 12 (doze) dias multa, tendo a sentença transitada em
julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013. Gilberto havia respondido ao
processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro de 2013, vem cumprindo a sanção
penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo progressão de regime. Nunca foi
punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos
benefícios da execução penal. No dia 25 de agosto de 2015, você, advogado(a) de Gilberto,
formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução
Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido foi deferido
pelo Magistrado. O Ministério Público foi intimado da decisão em 14 de setembro de 2015, uma
segunda-feira, sendo terça-feira dia útil. Inconformado, o Ministério Público apresentou recurso
de agravo em execução perante o juízo competente, acompanhado das respectivas razões
recursais, no dia 30 de setembro de 2015, alegando:
a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do
requerimento, 2/3 (dois terços) da pena privativa de liberdade;
b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o
benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir
metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional;
c) indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de
roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a
sociedade.
O magistrado, então, recebeu o recurso de agravo em execução e intimou, no dia 19 de outubro
de 2015 (segunda-feira), sendo terça feira dia útil em todo o país, você, advogado(a) de Gilberto,
para apresentar a medida cabível.
Com base nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas
do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia
do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5.00)
22) Treine a peça: contrarrazões de recurso em sentido estrito

Enunciado

No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi flagrado vendendo razoável quantidade de
cocaína. Ao consultar os registros policiais, a autoridade policial verificou que não havia nenhum
procedimento policial ainda instaurado contra Roniquito. Não obstante isso, deu início à lavratura
do auto de prisão em flagrante pela prática do delito de tráfico ilícito de entorpecentes, previsto
no art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao tomar vista dos autos, o Ministério Público requereu a
conversão da prisão em flagrante em preventiva. O Magistrado proferiu decisão indeferindo o
pedido e concedeu a liberdade provisória a Roniquito. O Ministério Público foi intimado da
decisão no dia 04 de maio de 2016, quarta-feira, e apresentou recurso em sentido estrito perante
o juízo de primeira instância, acompanhado das respectivas razões, no dia 19 de maio de 2016
(quinta-feira), argumentando que: a) o crime de tráfico de drogas é insuscetível de liberdade
provisória, nos termos do art. 44 da Lei nº 11.343/2006; b) estão presentes os requisitos da prisão
preventiva, sobretudo a garantia da ordem pública, já que o crime de tráfico de drogas é grave,
pois fomenta a existência de um Estado paralelo e a prática de outros delitos. O Magistrado,
então, recebeu o recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público e intimou, no dia
09 de junho de 2016 (quinta-feira), você, advogado(a) de Roniquito, para apresentar a medida
cabível. Com base nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser
inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no
último dia do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. Considerando apenas as
informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, redija a peça jurídica cabível,
diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá
ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando-se que todos os dias de
segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
Padrão de respostas
1) Gabarito da peça: queixa-crime – XV EXAME OAB (adaptada)

Enunciado

Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das
redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus
amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet
para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo
contemporâneo.
No dia 7-5-2021, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite
com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói,
no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por
meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para
todos os seus contatos.
Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está
adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então,
de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em
Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico.
Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte
comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado,
irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas
de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No
dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado
no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para
socorrê-lo!”.
Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de
seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de
Helena em seu perfil pessoal.
Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez,
que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o
constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de
ser realizada. No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de Polícia Especializada em
Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o
conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia
ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de
advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo.
Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e
Juizados Especiais Criminais.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de habeas corpus,
sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00 pontos)

A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE NITERÓI/RJ

ENRICO, nacionalidade..., estado civil..., engenheiro, RG..., CPF..., com


endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua...., por meio do seu procurador infra-
assinado, com procuração com poderes especiais, vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, ajuizar a presente QUEIXA-CRIME, com base nos arts. 30, 41 e 44,
todos do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º, do Código Penal, contra HELENA,
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF..., com endereço eletrônico...,
residente na Rua ..., pelos fatos a seguir expostos.

I – DA TEMPESTIVIDADE
A presente queixa-crime é tempestiva, pois oferecida dentro do prazo de 6
meses, previsto nos artigos 38 do Código de Processo Penal e artigo 103 do Código Penal.

II – DOS FATOS
No dia 07 de maio de 2021, no prédio na praia de Icaraí, em Niterói, a
querelada Helena difamou e injuriou o querelante, imputando-lhe fato ofensivo à sua
reputação e ofendeu, ainda, sua dignidade e o decoro.
Na ocasião, Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui
perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos do querelante, por meio do seu
computador pessoal, instalado em sua residência, publicou no perfil pessoal de Enrico o
seguinte comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um
idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha”.
Na sequência, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas
de trabalho e atingir a sua reputação, acrescentou que “ele trabalha todo dia embriagado!
No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava
tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar
uma ambulância para socorrê-lo!”.
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões
injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou
a divulgação da difamação e injúria, incorrendo na causa de aumento de pena, prevista no
artigo 141, § 2º, do Código Penal.

III – DO DIREITO
Ao afirmar que o querelante trabalha todo dia embriagado e que no dia 10
de abril, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário
do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para
socorrê-lo, a querelada praticou o crime de difamação, previsto no artigo 139 do Código
Penal.
Ao afirmar que o querelante não passa de um idiota, bêbado, irresponsável
e sem vergonha, a querelada praticou o crime de injúria, previsto no art. 140 do Código
Penal.
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões
injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou
a divulgação da difamação e injúria, por meio de rede mundial de computador, incidindo,
por isso, a causa de aumento de pena prevista no art. 141, § 2º, do Código Penal.
Helena praticou a injúria e a difamação no mesmo contexto, mediante única
publicação, com desígnios autônomos, em concurso formal imperfeito de crimes, nos
termos do art. 70, 2ª parte, do Código Penal.
IV – DO PEDIDO
Ante o exposto, o querelante requer:
a) a designação de audiência de reconciliação, prevista no art. 520 do Código de Processo
Penal;
b) o recebimento da queixa-crime;
c) a citação da querelada;
d) a procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada pela prática dos
crimes do art. 139 e 140 c/c o art. 141, inciso § 2º, e art. 70, todos do Código Penal;
e) a fixação do valor mínimo de indenizatório, nos termos do art. 387, inciso IV, do Código
de Processo Penal;
f) a produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas.

ROL DE TESTEMUNHAS:
1) CARLOS...;
2) MIGUEL...;
3) RAMIREZ...

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 6 de novembro de 2021.

ADVOGADO...
OAB...
2) Gabarito da peça: resposta à acusação (XXV EXAME OAB)

Enunciado

Patrick, nascido em 4-6-1960, tio de Natália, jovem de 18 anos, estava na varanda de sua casa
em Araruama, em 5-3-2017, no interior do Estado do Rio de Janeiro, quando vê o namorado de
sua sobrinha, Lauro, agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes.
Verificando o risco que sua sobrinha corria com a agressão, Patrick gritou com Lauro, que não
parou de agredi-la. Patrick não tinha outra forma de intervir, porque estava com uma perna
enfaixada devido a um acidente de trânsito.
Ao ver que as agressões não cessavam, foi até o interior de sua residência e pegou uma arma
de fogo, de uso permitido, que mantinha no imóvel, devidamente registrada, tendo ele
autorização para tanto. Com intenção de causar lesão corporal que garantisse a debilidade
permanente de membro de Lauro, apertou o gatilho para efetuar disparo na direção de sua perna.
Por circunstâncias alheias à vontade de Patrick, a arma não funcionou, mas o barulho da arma
de fogo causou temor em Lauro, que empreendeu fuga e compareceu à Delegacia para narrar a
conduta de Patrick.
Após meses de investigações, com oitiva dos envolvidos e das testemunhas presenciais do fato,
quais sejam, Natália, Maria e José, estes dois últimos sendo vizinhos que conversavam no portão
da residência, o inquérito foi concluído, e o Ministério Público ofereceu denúncia, perante o juízo
competente, em face de Patrick como incurso nas sanções penais do art. 129, § 1º, inciso III, c/c.
o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Juntamente com a denúncia, vieram as principais
peças que constavam do inquérito, inclusive a Folha de Antecedentes Criminais, na qual
constava outra anotação por ação penal em curso pela suposta prática do crime do art. 168 do
Código
Penal, bem como o laudo de exame pericial na arma de Patrick apreendida, o qual concluiu pela
total incapacidade de efetuar disparos.
Em busca do cumprimento do mandado de citação, o oficial de justiça comparece à residência
de Patrick e verifica que o imóvel se encontrava trancado. Apenas em razão desse único
comparecimento no dia 26-2-2018, certifica que o réu estava se ocultando para não ser citado e
realiza, no dia seguinte, citação por hora certa, juntando o resultado do mandado de citação e
intimação para defesa aos autos no mesmo dia. Maria, vizinha que presenciou a conduta do
oficial de justiça, se assusta e liga para o advogado de Patrick, informando o ocorrido e
esclarecendo que ele se encontra trabalhando e ficará embarcado por 15 dias. O advogado entra
em contato com Patrick por e-mail e este apenas consegue encaminhar uma procuração para
adoção das medidas cabíveis, fazendo uma pequena síntese do ocorrido por escrito.
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade do advogado de Patrick, a peça
jurídica cabível, diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas de direito
material e processual pertinentes. A peça deverá ser datada do último dia do prazo. (Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE ARARUAMA/RJ

Processo nº...

PATRICK, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com


procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar
RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base nos arts. 396 e 396-A, ambos do Código de Processo
Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I) DA TEMPESTIVIDADE
A presente Resposta à Acusação é tempestiva, uma vez que apresentada
dentro do prazo de 10 dias, na forma do artigo 396 do Código de Processo Penal.

II) DOS FATOS


No dia 5-3-2017, o réu Patrick viu Lauro, namorado de sua sobrinha,
agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes.
Após conclusão do Inquérito Policial, o Ministério Público ofereceu denúncia
contra o réu como incurso nas sanções penais do art. 129, § 1º, inciso III, c/c art. 14, inciso
II, ambos do Código Penal.
Foi juntado laudo de exame pericial da arma apreendida, o qual concluiu pela
total incapacidade de efetuar disparos.
O oficial de justiça, considerando que o réu se ocultava para não ser citado,
procedeu à citação por hora certa.
III) DO DIREITO
A) DA NULIDADE DA CITAÇÃO
O oficial de justiça compareceu à residência do réu e, em razão do único
comparecimento realizado no dia 26-2-2018, certificou que réu estava se ocultando para não
ser citado, realizando, no dia seguinte, a citação por hora certa.
Todavia, Patrick não estava se ocultando para ser citado, pois sua residência
estava fechada porque ele estava trabalhando em embarcação e o oficial de justiça somente
compareceu em uma oportunidade.
Além disso, o oficial de justiça compareceu apenas uma vez na residência
do réu, sendo necessário procurar o réu duas vezes sem o encontrar para efetivar a citação
por hora certa, nos termos do art. 362 do Código de Processo Penal c/c o art. 252 do Código
de Processo Civil.
Assim, verifica-se a nulidade da citação, nos termos do art. 564, inciso III,
alínea e, do Código de Processo Penal.

B) DO CRIME IMPOSSÍVEL
O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal grave tentado.
Todavia, a arma de fogo utilizada não era apta a efetuar disparos, conforme laudo pericial
acostado. Logo, o meio utilizado era absolutamente ineficaz para produzir qualquer
resultado.
Nos termos do art. 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, por
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-
se o delito. Trata-se, portanto, de crime impossível.
O reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade da conduta e,
consequentemente, cabível a absolvição sumária pelo fato evidentemente não constituir
crime, com base no art. 397, inciso III, do Código de Processo Penal.
C) DA LEGÍTIMA DEFESA
O réu foi acusado de ter agredido a vítima, sendo-lhe imputado o crime de
lesão corporal grave tentado. Todavia, Patrick agiu amparado pela legítima defesa, prevista
nos arts. 25 e 23, inciso II, ambos do Código Penal.
No caso, o réu usou moderadamente dos meios que tinha à sua
disposição, já que estava com a perna enfaixada devido a um acidente de trânsito, para
repelir injusta agressão praticada contra a sua sobrinha.
Além disso, Patrick não pretendia matar Lauro, mas apenas lesionar,
buscando atingir a sua perna, para fazer cessar a agressão.
Assim, diante da legítima defesa, requer a absolvição sumária, tendo em
vista que há manifesta causa excludente da ilicitude, com fundamento no art. 397, inciso I,
do Código de Processo Penal.

IV) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) Reconhecimento da nulidade do ato de citação, nos termos do art. 564, inciso III, alínea
e, do Código de Processo Penal;
b) Absolvição sumária, com base no art. 397, inciso I, do Código de Processo Penal.
c) Absolvição sumária, com base no art. 397, inciso III, do Código de Processo Penal.
d) A produção de todas as provas admitidas em direito, principalmente prova testemunhal.

ROL DE TESTEMUNHAS:
1. Maria...;
2. José...;
3. Natália...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., 09 de março de 2018.
Advogado...
OAB...
1) Endereçamento: Vara Criminal da Comarca de Araruama/RJ
0,00/0,10
(0,10).
2) Fundamento legal: art. 396-A do Código de Processo Penal
(0,10). 0,00/0,10

3) Preliminarmente, deve ser requerido o reconhecimento da


nulidade do ato de citação (0,40), nos termos do art. 564, inciso III, 0,00/0,40/0,50
e, do CPP (0,10)
4) Patrick não estava se ocultando para ser citado e o oficial de
justiça somente compareceu em uma oportunidade (0,15), não 0,00/0,15/0,25
preenchendo os requisitos do art. 362 do CPP (0,10).
Mérito
5) Absolvição sumária, tendo em vista que a conduta narrada
evidentemente não constitui crime (0,40). 0,00/0,40

6) Não há que se falar em punição da tentativa, tendo em vista


que houve crime impossível (0,70), previsto no art. 17 do CP 0,00/0,70/0,80
(0,10).
7)A arma de fogo utilizada não era apta a efetuar disparos (0,30),
logo houve absoluta ineficácia do meio utilizado (0,20). 0,00/0,20/0,30/0,50

8) Absolvição sumária, tendo em vista que há manifesta causa


0,00/0,40
excludente da ilicitude (0,40).
9) Patrick agiu amparado pela legítima defesa (0,70), prevista no
art. 25 do CP OU no art. 23, II, do CP (0,10). 0,00/0,70/0,80

10) Patrick utilizou dos meios necessários (0,10) para repelir


injusta agressão atual (0,15). 0,00/0,10/0,15/0,25

11) A conduta de Patrick visava resguardar direito de terceiro/sua


sobrinha (0,10). 0,00/0,10
Pedidos:
12) Absolvição sumária (0,30), com fundamento no art. 397,
inciso I, do CPP (0,10) e no art. 397, inciso III, do CPP (0,10). 0,00/0,30/0,40/0,50

13) Rol de testemunhas (Maria, José e Natália) (0,10). 0,00/0,10


14) Prazo: 09 de março de 2018 (0,10). 0,00/0,10
Fechamento:
15) Local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10
3) Gabarito da peça: memoriais (XXXII EXAME OAB)

Enunciado

Na madrugada do dia 1º de janeiro de 2020, Luiz, nascido em 24 de abril de 1948, estava em


sua residência, em Porto Alegre, na companhia de seus três filhos e do irmão Igor, nascido em
29 de novembro de 1965, que também morava há 2 (dois) anos no mesmo imóvel. Em
determinado momento, um dos filhos de Luiz acionou fogos de artifício, no quintal do imóvel,
para comemorar a chegada do novo ano. Ocorre que as faíscas atingiram o telhado da casa, que
começou a pegar fogo. Todos correram para sair pela única e pequena porta da casa, mas Luiz,
em razão de sua idade e pela dificuldade de locomoção, acabou ficando por último na fila para
saída da residência. Percebendo que o fogo estava dele se aproximando e que iria atingi-lo em
segundos, Luiz desferiu um forte soco na cabeça do irmão, que estava em sua frente,
conseguindo deixar o imóvel. Igor ficou caído por alguns momentos, mas conseguiu sair da casa
da família, sangrando em razão do golpe recebido.
Policiais chegaram ao local do ocorrido, sendo instaurado procedimento para investigar a autoria
do crime de incêndio e outro procedimento para apurar o crime de lesão corporal. Luiz,
verificando as consequências de seus atos, imediatamente levou o irmão para unidade de saúde
e pagou pelo tratamento médico necessário. Igor compareceu em sede policial após ser intimado,
narrando o ocorrido, apesar de destacar não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado
criminalmente.
Concluídas as investigações em relação ao crime de lesão, os autos foram encaminhados ao
Ministério Público, que, com base no laudo prévio de lesão corporal de Igor atestando a
existência de lesão de natureza leve na cabeça, ofereceu denúncia, perante a 5ª Vara Criminal
de Porto Alegre/RS, órgão competente, em face de Luiz como incurso nas sanções penais do
art. 129, § 9º, do Código Penal. Deixou o órgão acusador de oferecer proposta de suspensão
condicional do processo com fundamento no art. 41 da Lei nº 11.340/2006, que veda a aplicação
dos institutos da Lei nº 9.099/1995, tendo em vista que aquela lei (Lei nº 11.340/2006)
estabeleceu nova pena para o delito imputado.
Após citação e apresentação de resposta à acusação, na qual Luiz demonstrou interesse na
aplicação do art. 89 da Lei nº 9.099/1995, os fatos foram integralmente confirmados durante a
instrução probatória. Igor confirmou a agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em
responsabilizá-lo. O réu permaneceu em silêncio durante seu interrogatório. Em seguida, foi
acostado ao procedimento o laudo definitivo de lesão corporal da vítima atestando a existência
de lesões de natureza leve, assim como a Folha de Antecedentes Criminais de Luiz, que
registrava uma única condenação, com trânsito em julgado em 10 de dezembro de 2019, pela
prática de contravenção penal.
O Ministério Público apresentou a manifestação cabível requerendo a condenação do réu nos
termos da denúncia, destacando, ainda, a incidência do art. 61, inciso I, do CP. Em seguida, a
defesa técnica de Luiz foi intimada, em 19 de janeiro de 2021, terça-feira, para apresentação da
medida cabível.
Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) de Luiz,
a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas
as teses cabíveis de direito material e processual. A peça deverá ser datada no último dia do
prazo para apresentação, devendo segunda a sexta-feira serem considerados dias úteis em todo
o país. (Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS

Processo nº

LUIZ, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com


procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar
MEMORIAIS, com base no artigo 403 § 3º OU artigo 404, parágrafo único, ambos do Código
de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I) DA TEMPESTIVIDADE
Os presentes memoriais são tempestivos, já que apresentados dentro do
prazo de 5 dias, previsto no artigo 403, §3°, do Código de Processo Penal.

II) DOS FATOS


O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal previsto no
artigo 129, § 9º, do Código Penal.
Durante a audiência de instrução, foi ouvida a vítima, a qual confirmou a
agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em responsabilizá-lo. O réu
permaneceu em silêncio durante o interrogatório.
O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos da denúncia,
destacando a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal.
A defesa foi intimada no dia 19 de janeiro de 2021.

III) DO DIREITO
A) DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
O Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu pela prática do delito
previsto no artigo 129, § 9º, do Código Penal, perante a 5ª Vara Criminal da Comarca de Porto
Alegre/RS, mesmo sem a manifestação de vontade da vítima.
Todavia, conforme artigo 88 da Lei nº 9.099/95, o crime de lesão corporal
leve é de ação penal pública condicionada à representação. No caso, a vítima demonstrou
não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado criminalmente, não havendo, pois,
representação para o oferecimento da denúncia, condição de procedibilidade da ação penal
pública condicionada à representação.
Logo, incidiu a extinção da punibilidade, já que entre a data do fato e pelo
menos até a intimação para manifestação defensiva já teria passado mais de seis meses, nos
termos do artigo 38 do Código de Processo Penal e artigo 107, inciso IV, do Código Penal,
sem que tenha havido representação, ocorrendo, portanto, a decadência.
Além disso, a falta de representação enseja a nulidade do processo, nos
termos do artigo 564, inciso III, alínea “a”, ou inciso IV, do Código de Processo Penal.

B) DA PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO


O Ministério Publico deixou de oferecer proposta de suspensão condicional
do processo com fundamento no artigo 41 da Lei nº 11.340/06, que veda a aplicação dos
institutos da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que aquela lei (Lei nº 11.340/06) estabeleceu
nova pena para o delito imputado.
Todavia, o crime não foi praticado no contexto da violência doméstica e
familiar contra a mulher, não sendo aplicável a previsão do artigo 41 da Lei nº 11.340/06 pelo
fato da vítima ser homem. Logo, pugna-se pela nulidade decorrente do não oferecimento da
proposta de suspensão condicional do processo.

C) DO ESTADO DE NECESSIDADE
O réu foi denunciado pela prática de lesão corporal leve empregada contra
seu irmão. Todavia, a casa estava pegando fogo e, em razão de sua idade e pela dificuldade
de locomoção, o réu acabou ficando por último na fila para a saída da residência.
Logo, diante do perigo atual para a sua integridade física, o réu agiu em
estado de necessidade, causa excludente de ilicitude, conforme artigo 24 e artigo 23, inciso I,
ambos do Código Penal, pois utilizou meios disponíveis para se defender, não sendo razoável
a exigência do sacrifício.
Assim, diante do afastamento da ilicitude da conduta, pugna-se pelo
reconhecimento do estado de necessidade, com a absolvição com base no artigo 386, inciso
VI, do Código de Processo Penal.

D) DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL


A pena-base deve ser fixada no mínimo legal, já que todas as circunstâncias
judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal são favoráveis.

E) DA AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA
O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos da denúncia,
com a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal, diante da condenação definitiva pela
prática de contravenção anterior.
Todavia, o réu foi condenado, com sentença transitada em julgado, pela
prática de contravenção penal, não se enquadrando no contexto do artigo 63 do Código Penal,
que prevê a reincidência quando o agente comete novo crime após o trânsito em julgado da
sentença condenatória pela prática de crime anterior.
Logo, deve ser afastada a agravante da reincidência, prevista no artigo 61,
inciso I, do Código Penal.

F) DA ATENUANTE DA IDADE
O réu era maior de 70 anos na data da sentença, razão pela qual deve ser
reconhecida a atenuante prevista no artigo 65, inciso I, do Código Penal.

G) DA ATENUANTE DO ARTIGO 65, INCISO III, ALÍNEA “B”, DO CP


O réu, verificando as consequências de seus atos, imediatamente levou o
irmão para unidade de saúde e pagou pelo tratamento médico necessário. Logo, o réu
procurou, logo após o crime, evitar ou minorar as consequências de seus atos, levando a
vítima para o hospital e pagando pelo seu tratamento.
Assim, pugna-se pelo reconhecimento da atenuante do artigo 65, inciso III,
alínea “b”, do Código Penal.
H) DO REGIME ABERTO
O réu foi denunciado pelo crime de lesão corporal leve qualificada, nos
termos do artigo 129, § 9º, do Código Penal, que prevê pena de três meses a três anos.
Logo, na hipótese de eventual condenação, a pena não será superior a
quatro anos. Além disso, trata-se de crime apenado com detenção, não sendo possível a
fixação de regime fechado, nos termos do artigo 33, “caput”, do Código Penal.
Logo, o Magistrado deverá fixar o regime aberto para o início do
cumprimento da pena, nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal.

I) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA


Considerando a primariedade do réu e a pena a ser aplicada, que não será
superior a dois anos, será cabível a concessão da suspensão condicional da pena, nos termos
do artigo 77 do Código Penal.

IV) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) A extinção da punibilidade, pela decadência, nos termos do artigo 107,
inciso IV, do Código Penal;
b) Nulidade do processo pela falta de representação, nos termos do artigo
564, III, “a”, e inciso IV, do Código de Processo Penal;
c) Nulidade do processo pela falta de oferecimento de proposta de
suspensão condicional do processo;
d) Absolvição, na forma do artigo 386, inciso VI, do Código de Processo
Penal;
e) Aplicação da pena-base no mínimo legal;
f) Reconhecimento das atenuantes do artigo 65, incisos I, e III, alínea “b”, do
Código Penal;
g) Fixação do regime aberto nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do
Código Penal;
h) Concessão de suspensão condicional da pena.
Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 25 de janeiro de 2021.

Advogado...
OAB...
DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS
ITEM PONTUAÇÃO
1. Endereçamento: 5ª Vara Criminal da Comarca de Porto Alegre/RS
0,00/0,10
(0,10)
2. Fundamento legal: Art. 403, § 3º, do CPP ou Art. 404, parágrafo
0,00/0,10
único do CPP (0,10)
Preliminares
3. Preliminarmente, extinção da punibilidade do agente OU nulidade
em razão da ausência de representação (0,20), com reconhecimento 0,00/0,15/0,20/
da decadência (0,15), conforme o Art. 107, inciso IV, do CP OU 564, 0,25/0,30/0,35/0,45
inciso III, alínea a, ou inciso IV, CPP (0,10)
3.1. O crime de lesão corporal leve do Art. 129, § 9º, do CP é de ação
penal pública condicionada à representação (0,20), nos termos do
0,00/0,15/0,20/
Art. 88 da Lei nº 9.099/95 (0,10), e a vítima demonstrou não ter
0,25/0,30/0,35/0,45
interesse em ver o autor do fato responsabilizado criminalmente
(0,15)
4. Nulidade decorrente do não oferecimento de proposta de
suspensão condicional do processo (0,30), tendo em vista que o
crime não foi praticado no contexto da violência doméstica e familiar 0,00/0,20/0,30/0,50
contra mulher ou tendo em vista não ser aplicável a previsão do Art.
41 da Lei nº 11.340 pelo fato de a vítima ser homem (0,20).
MÉRITO
5. No mérito, reconhecimento do estado de necessidade (0,40), que
0,00/0,20/0,30/0,40/
é causa excludente da ilicitude (0,20), na forma do Art. 24 ou do Art.
0,50/0,60/0,70
23, inciso I, ambos do CP (0,10)
5.1. Luiz agiu diante de perigo atual para sua integridade física
(0,20), utilizando meios disponíveis, não sendo razoável a exigência
0,00/0,10/0,20/0,30
do sacrifício (0,10)
6. Aplicação da pena base no mínimo legal, já que circunstâncias do
0,00/0,10
art. 59 do CP são favoráveis (0,10)
7. Afastamento da agravante da reincidência OU afastamento da
agravante do art. 61, I, do CP (0,20), tendo em vista que a 0,00/0,10/0,20/0,30
condenação anterior se refere à contravenção ou tendo em vista que
não ostenta condenação anterior definitiva pela prática de crime
(0,10)
8. Reconhecimento da atenuante prevista no Art. 65, inciso I, do CP
(0,20), tendo em vista que o réu era maior de 70 anos na data da 0,00/0,10/0,20/0,30
sentença (0,10)
9. Reconhecimento da atenuante prevista no Art. 65, inciso III, alínea
b, do CP (0,20), pois Luiz procurou reduzir as consequências de seus
0,00/0,10/0,20/0,30
atos levando Igor para o hospital e pagando por seu tratamento
(0,10)
10. Fixação do regime aberto para início do cumprimento da pena
(0,20), considerando a pena a ser aplicada ou considerando que o 0,00/0,10/0,20/0,30
delito é punido apenas com pena de detenção (0,10)
11. Requerimento de suspensão condicional da pena (0,20), nos
0,00/0,20/0,30
termos do Art. 77 do CP (0,10)
Pedidos
12. Preliminar de nulidade do processo OU reconhecimento da
extinção da punibilidade OU decadência OU oferecimento de 0,00/0,10
proposta de suspensão condicional do processo (0,10)
13. Absolvição (0,20), na forma do Art. 386, VI, do CPP (0,10) 0,00/0,20/0,30
14. Aplicação da pena no mínimo legal OU reconhecimento das
0,00/0,10
atenuantes (0,10)
15. Fixação do regime aberto OU concessão de suspensão
0,00/0,10
condicional da pena (0,10)
Fechamento:
16. Data: 25 de janeiro de 2021 (0,10) 0,00/0,10
17. Local, data, advogado e OAB (0,10) 0,00/0,10
4) Gabarito da peça: apelação (XXX EXAME OAB)

Enunciado

Carlos, primário e de bons antecedentes, 45 (quarenta e cinco) anos, foi denunciado como
incurso nas sanções penais dos arts. 302 da Lei nº 9.503/1997, por duas vezes, e 303, do mesmo
diploma legal, todos eles em concurso material, porque, de acordo com a denúncia, “no dia 08
de julho de 2017, em São Gonçalo, Rio de Janeiro, na direção de veículo automotor, com
imprudência em razão do excesso de velocidade, colidiu com o veículo em que estavam Júlio e
Mário, este com 9 anos, causando lesões que foram a causa eficiente da morte de ambos”.
Consta, ainda, da inicial acusatória que, “em decorrência da mesma colisão, ficou lesionado
Pedro, que passava pelo local com sua bicicleta e foi atingido pelo veículo em alta velocidade de
Carlos”.
As mortes de Júlio e Mário foram atestadas por auto de exame cadavérico, enquanto Pedro foi
atendido em hospital público, de onde se retirou, sem ser notado, razão pela qual foi elaborado
laudo indireto de corpo de delito com base no boletim de atendimento médico. Pedro nunca
compareceu em sede policial para narrar o ocorrido e nem ao Instituto Médico Legal, apesar de
testemunhas presenciais confirmarem as lesões sofridas.
No curso da instrução, foram ouvidas testemunhas presenciais, não sendo Pedro localizado. Em
seu interrogatório, Carlos negou estar em excesso de velocidade, esclarecendo que perdeu o
controle do carro em razão de um buraco existente na pista. Foi acostado exame pericial
realizado nos automóveis e no local, concluindo que, realmente, não houve excesso de
velocidade por parte de Carlos e que havia o buraco mencionado na pista. O exame pericial,
todavia, apontou que possivelmente haveria imperícia de Carlos na condução do automóvel, o
que poderia ter contribuído para o resultado.
Após manifestação das partes, o juiz em atuação perante a 3ª Vara Criminal da Comarca de São
Gonçalo/RJ, em 10 de julho de 2019, julgou totalmente procedente a pretensão punitiva do
Estado e, apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser necessária a condenação de
Carlos em razão da imperícia do réu, conforme mencionado no exame pericial.
No momento da dosimetria, fixou a pena base de cada um dos crimes no mínimo legal e, com
relação à vítima Mário, na segunda fase, reconheceu a agravante prevista no art. 61, inciso II,
alínea h, do CP, pelo fato de ser criança, aumentando a pena base em 3 (três) meses. Não
havendo causas de aumento ou diminuição, reconhecido o concurso material, a pena final ficou
acomodada em 04 (quatro) anos e 09 (nove) meses de detenção. Não houve substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em razão do quantum final, nos termos do
art. 44, inciso I, do CP, sendo fixado regime inicial fechado de cumprimento da pena, com
fundamento na gravidade em concreto da conduta. O Ministério Público foi intimado e manteve-
se inerte.
A defesa técnica de Carlos foi intimada em 18 de setembro de 2019, quarta-feira, para adoção
das medidas cabíveis.
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Carlos, redija a
peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, apresentando todas
as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição,
considerando que de segunda a sexta-feira são dias úteis em todos os locais do país. (Valor:
5,00).
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE SÃO GONÇALO/RJ

Processo nº...

CARLOS, já qualificado nos autos, por meio de seu procurador infra-


assinado, conforme procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, com base no art. 593, inciso I,
do Código de Processo Penal.
Assim, requer seja recebido e processado o recurso, já com as razões
inclusas, remetendo-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
O presente recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo de 5 dias,
previsto no artigo 593, “caput”, do Código de Processo Penal.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 23 de setembro de 2019.


Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Apelante: CARLOS
Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO
Processo nº...

RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro


Colenda Câmara Criminal

I – DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do delito do art. 302, por duas vezes, e art.
303, ambos da Lei nº 9.503/1997, na forma do art. 69 do Código Penal.
Foram ouvidas as testemunhas da acusação e interrogado o réu. A vítima
Pedro não foi localizada para ser ouvida.
O juiz proferiu a sentença condenando o réu a pena privativa de liberdade
de 04 (quatro) anos e 09 (nove) meses.

II – DO DIREITO

A) DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
O réu foi condenado por ter praticado lesão corporal culposa na direção de
veículo automotor contra a vítima Pedro. Todavia, a vítima Pedro não realizou o exame de
corpo de delito e não compareceu em sede policial para narrar o ocorrido, inexistindo
manifestação quanto à representação, condição indispensável para o oferecimento da
denúncia por parte do Ministério Público, conforme prevê o art. 88 da Lei nº 9.099/1995 e art.
291, § 1º da Lei nº 9.503/1997.
Assim, como houve a decadência do direito da representação, já que
passados mais de 06 (seis) meses desde a ciência da autoria do fato, incidiu a extinção
da punibilidade de Carlos no que tange ao delito de lesão corporal culposa na condução
de veículo automotor, com base no art. 107, inciso IV do Código Penal OU art. 38 do
Código de Processo Penal.

B) DA INEXISTÊNCIA DE IMPRUDÊNCIA
O juiz apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser necessária
a condenação de Carlos em razão da imperícia, conforme mencionado no exame pericial.
Todavia, o Magistrado não poderia ter condenado o réu em razão da imperícia, pois o
Ministério Público não narrou na denúncia este fato, violando o princípio da correlação.
De outro lado, foi acostado exame pericial realizado nos automóveis e no
local, concluindo que, realmente, não houve excesso de velocidade por parte de Carlos e
que havia o buraco mencionado na pista.
Assim, como não houve comprovação da imprudência e nem do excesso
de velocidade, pugna-se pela absolvição de Carlos, com base no art. 386, inciso VII do
Código de Processo Penal.

C) DA AGRAVANTE
O juiz reconheceu a agravante prevista no art. 61, inciso II, alínea h do
Código Penal, pelo fato da vítima ser criança. Todavia, tal agravante somente pode ser
aplicada aos crimes dolosos e, não ao crime culposo como é o caso, sob pena de
configuração de responsabilidade penal objetiva.
Além disso, não havia possibilidade de o réu saber que havia criança no
veículo que estavam Júlio e Mário.
Assim, requer seja afastada a agravante em razão da idade da vítima,
prevista no art. 61, inciso II, alínea h, do Código Penal.
D) DO CONCURSO FORMAL
O Juiz reconheceu o concurso material, ficando a pena acomodada em
04 (quatro) anos e 09 (nove) meses. Todavia, ocorreu concurso formal entre os delitos,
já que com uma única conduta o réu causou mais de um resultado.
Assim, requer seja afastado o concurso material de crimes,
reconhecendo o concurso formal dos delitos, devendo ser usado, se mantida a
condenação, o critério da exasperação da pena, com base no art. 70 do Código Penal.

E) DO REGIME CARCERÁRIO
O Juiz fixou o regime inicial fechado de cumprimento de pena, com
fundamento na gravidade em concreto da conduta. Todavia, nos termos do art. 33, caput,
do Código Penal não é possível fixar o regime inicial fechado ao agente condenado pela
prática de crime punido unicamente com pena de detenção.
Assim, requer o afastamento do regime fechado, aplicando-se o regime
aberto ou semiaberto.

F) DA SUBSTITUIÇÃO PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE


DIREITOS
O Juiz não substituiu a pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos em razão do quantum final, nos termos do art. 44, inciso I, do Código Penal.
Todavia, é cabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos,
independente do quantum de pena aplicada, já que o limite do art. 44, inciso I do Código
Penal é aplicável exclusivamente aos crimes dolosos.
Assim, requer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva
de direitos.
III DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso,


com a reforma da decisão, a fim de que:
a) Seja declarada extinta a punibilidade de Carlos no que tange ao delito de lesão corporal
culposa na condução de veículo automotor, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal;
b) Seja o réu absolvido, com base no art. 386, inciso VII do Código de Processo Penal;
c) Seja afastada a agravante em razão da idade da vítima, prevista no art. 61, inciso II,
alínea h, do Código Penal;
d) Seja afastado o concurso material de crimes;
e) Seja afastado o regime fechado, aplicando-se o regime aberto ou semiaberto;
f) Seja realizada a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 23 de setembro de 2019.


Advogado...
OAB...
Petição de interposição
1. Endereçamento: 3ª Vara Criminal da Comarca de São 0,00/0,10
Gonçalo/RJ (0,10).
2. Fundamento legal: art. 593, inciso I, do CPP (0,10). 0,00/0,10
Razões de recurso de apelação
3. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado do Rio 0,00/0,10
de Janeiro (0,10).

4. Extinção da punibilidade em relação ao crime de lesão 0,00/0,15/0,20/0,25/0,30/


corporal (0,15), em razão da decadência (0,20), nos 0,35/0,45
termos do art. 107, IV, do CP OU 38 do CPP (0,10).
4.1. Não houve representação do ofendido (0,20), sendo 0,00/0,15/0,20/0,25/0,30/
que essa seria indispensável OU e o crime era de ação 0,35/0,45
penal pública condicionada à representação (0,15), nos
termos do art. 291, § 1º, do CTB OU do art. 88 da Lei nº
9.099/1995 (0,10)
5. Absolvição de Carlos em relação aos crimes de 0,00/0,20/0,30/0,50
homicídio culposo (0,30), já que comprovado que não
houve imprudência e nem excesso de velocidade (0,20).

5.1. Não poderia o magistrado ter condenado em razão de 0,00/0,15/0,30/0,45


imperícia (0,15), já que esta não foi narrada na denúncia
OU em razão da violação ao princípio da correlação (0,30).

6. Afastamento da agravante em razão da idade da vítima 0,00/0,15/0,30/0,45


(0,30), já que tal agravante somente pode ser aplicada aos
crimes dolosos OU não pode ser aplicada aos crimes
culposos OU sob pena de configuração de
responsabilidade penal objetiva (0,15).
7. Afastamento do concurso material de crimes (0,25), 0,00/0,20/0,25/0,30/
devendo ser reconhecido o concurso formal de delitos 0,35/0,45/0,55
(0,20), nos termos do art. 70 do CP (0,10)
7.1. Com uma única ação o réu causou mais de um 0,00/0,15
resultado (0,15).
8. Afastamento do regime inicial fechado (0,30), tendo em 0,00/0,15/0,25/0,30/
vista que tal regime inicial não pode ser fixado aos crimes 0,40/0,45/0,55
punidos exclusivamente com pena de detenção OU
considerando a pena aplicada (0,15), nos termos do art. 33
do CP (0,10)
9. Possível a substituição da pena privativa de liberdade 0,00/0,25/0,30/0,55
por restritiva de direitos (0,30), pois o limite do quantum de
pena do art. 44, I, do CP é aplicável exclusivamente aos
crimes dolosos OU porque não existe limite de pena
quando o crime for de natureza culposa (0,25).

Pedidos
10. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,30). 0,00/0,10/0,30/0,40
11. Prazo: 23 de setembro de 2019 (0,10) 0,00/0,10
Fechamento
12. Local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10
5) Gabarito da peça: contrarrazões de apelação (XIX EXAME OAB - Adaptada)

Enunciado

No dia 24 de dezembro de 2020, na cidade do Rio de Janeiro, Rodrigo e um amigo não


identificado foram para um bloco de rua que ocorria em razão do Natal, onde passaram a ingerir
bebida alcoólica em comemoração ao evento festivo. Na volta para casa, ainda em companhia
do amigo, já um pouco tonto em razão da quantidade de cerveja que havia bebido, subtraiu,
mediante grave ameaça, os pertences de uma moça desconhecida que caminhava
tranquilamente pela rua. A vítima era Maria, jovem de 24 (vinte e quatro) anos que acabara de
sair do médico e saber que estava grávida de um mês. Em razão dos fatos, Rodrigo foi
denunciado pela prática de crime de roubo majorado, na forma do art. 157, § 2º, incisos II e VII,
do Código Penal.
Durante a instrução, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Rodrigo, onde constavam
anotações em relação a dois inquéritos policiais em que ele figurava como indiciado e três ações
penais que respondia na condição de réu, apesar de em nenhuma delas haver sentença com
trânsito em julgado. Foram, ainda, durante a Audiência de Instrução e Julgamento ouvidos a
vítima e os policiais que encontraram Rodrigo, horas após o crime, na posse dos bens subtraídos.
Durante seu interrogatório, Rodrigo permaneceu em silêncio. Ao final da instrução, após
alegações finais, a pretensão punitiva do Estado foi julgada procedente, com Rodrigo sendo
condenado a pena de 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses de reclusão, a ser cumprida em regime
semiaberto, e 13 (treze) dias-multa. O juiz aplicou a pena-base no mínimo legal, além de não
reconhecer qualquer agravante ou atenuante. Na terceira fase da aplicação da pena, reconheceu
a majorante mencionada na denúncia e realizou um aumento de 1/3 (um terço) da pena imposta.
O Ministério Público foi intimado da sentença em 13 de setembro de 2021, uma segunda-feira,
sendo terça-feira dia útil. Inconformado, o Ministério Público apresentou recurso de apelação
perante o juízo de primeira instância, acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30
de setembro de 2021, requerendo:
i) O aumento da pena-base, tendo em vista a existência de diversas anotações na Folha de
Antecedentes Criminais do acusado;
ii) O reconhecimento das agravantes previstas no art. 61, inciso II, alíneas h e l, do Código Penal;
iii) A majoração do quantum de aumento em razão das causas de aumentos previstas no art.
157, § 2º, incisos II e VII, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas as
majorantes;
iv) Fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena, pois o crime de roubo tem
assombrado a população do Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em toda a
sociedade.
A defesa não apresentou recurso. O magistrado, então, recebeu o recurso de apelação do
Ministério Público e intimou, no dia 18 de outubro de 2021 (segunda-feira), sendo terça feira dia
útil em todo o país, você, advogado(a) de Rodrigo, para apresentar a medida cabível. Com base
nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do
prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA
COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ

Processo nº...

RODRIGO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com


procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, oferecer
as CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 600 do Código
de Processo Penal.
As presentes contrarrazões são tempestivas, já que oferecidas dentro do
prazo de 8 dias, previsto no artigo 600 do Código de Processo Penal.
Nesse sentido, requer sejam recebidas, com posterior remessa ao Tribunal
de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 26 de outubro de 2021.

Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO


Apelado: RODRIGO

CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro


Colenda Câmara Criminal

I) DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado, na forma do
art. 157, § 2º, inciso II e VII, do Código Penal.
Ao final da instrução, o Magistrado proferiu sentença condenatória,
aplicando a pena de 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses de reclusão, a ser cumprida em
regime semiaberto, e 13 (treze) dias-multa.
Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de apelação,
acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2021.
O Magistrado recebeu o recurso de apelação do Ministério Público e
intimou a defesa para apresentar a medida cabível.

II) DO DIREITO

A) DA INTEMPESTIVIDADE DA APELAÇÃO
O Ministério Público foi intimado da sentença no dia 13 de setembro de
2021 e interpôs o recurso de apelação no dia 30 de setembro de 2021. Todavia, nos termos
do art. 593 do Código de Processo Penal, o prazo para interpor recurso de apelação é de
05 (cinco) dias.
Logo, considerando que entre a data da intimação da sentença e da
interposição do recurso de apelação passaram mais de 05 dias, conclui-se que o recurso
de apelação interposto pelo Ministério Público é intempestivo.
Diante disso, o recurso de apelação não deve ser conhecido.

B) DO AUMENTO DA PENA-BASE
O Ministério Público postula o aumento da pena-base, tendo em vista a
existência de diversas anotações na folha de antecedentes criminais do acusado. Todavia,
nos termos da Súmula nº 444 do Superior Tribunal de Justiça, inquéritos policiais, ações
penais em curso e condenações ainda não transitadas em julgado não autorizam o
reconhecimento de circunstância judicial desfavorável como maus antecedentes, sob pena
de violação do princípio da presunção de inocência, previsto no art. 5º, inciso LVII, da
Constituição Federal/1988.
Logo, não há maus antecedentes, devendo a pena-base ser mantida no
mínimo legal.

C) DA AGRAVANTE DA GRAVIDEZ
O Ministério Público busca o reconhecimento da agravante pela prática de
crime contra mulher grávida, prevista no art. 61, inciso II, alínea h, do Código Penal.
Todavia, o réu não tinha conhecimento de que a vítima estava grávida. A própria vítima
recém tinha saído do médico e tomado conhecimento de que estava grávida de um mês,
não sendo, portanto, possível verificar sinais visíveis de gravidez da vítima.
Logo, não deve ser aplicada a agravante da gravidez, sob pena de
responsabilidade objetiva, já que o réu, em relação a essa circunstância, não agiu com
dolo ou culpa.
D) DA AGRAVANTE DA EMBRIAGUEZ PREORDENADA
O Ministério Público requer seja reconhecida a agravante da embriaguez
preordenada, prevista no art. 61, inciso II, alínea l, do Código Penal. Todavia, o réu não
ingeriu bebida alcóolica com o objetivo de praticar crime ou para tomar coragem para
cometer delito, uma vez que bebeu em comemoração durante evento festivo.
Logo, não se trata de embriaguez preordenada, mas voluntária ou, até
mesmo, culposa. Assim, não deve ser aplicada a agravante da embriaguez preordenada.

E) DO AUMENTO DA PENA
O Ministério Público postulou a majoração do quantum de aumento em razão
das causas de aumentos previstas no art. 157, § 2º, incisos II e VII, do Código Penal,
exclusivamente pelo fato de serem duas as majorantes.
Todavia, não é possível elevar ainda mais a pena, uma vez que a elevação
da fração da pena exige motivação idônea, não sendo suficiente fundamentar o aumento
apenas com base no número de majorantes, conforme a Súmula nº 443 do Superior
Tribunal de Justiça.
Logo, deve ser mantida a majoração da pena.

F) DO REGIME CARCERÁRIO
O Ministério Público requer a fixação do regime inicial fechado de
cumprimento de pena, pois o roubo tem assombrado a população do Rio de Janeiro,
causando uma situação de insegurança em toda a sociedade.
Todavia, nos termos das Súmula nº 718 e 719 do Supremo Tribunal Federal,
eventual gravidade em abstrato do delito não constitui motivação idônea para a fixação do
regime mais severo do que a pena aplicada permitir.
Além disso, o Magistrado fixou a pena-base no mínimo legal, sendo,
portanto, vedada a fixação do regime mais severo do que a pena imposta permite, com
base na gravidade em abstrato do delito, nos termos da Súmula nº 440 do Superior Tribunal
de Justiça.
Logo, considerando que o fato de roubo estar assombrando a população do
Rio de Janeiro não constitui motivação idônea para fixação de regime carcerário mais
severo, porque amparada na gravidade em abstrato de delito, deverá ser mantido o regime
carcerário semiaberto fixado na sentença.

III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer não seja conhecido, e, no mérito, IMPROVIDO o


recurso de apelação interposto, mantendo-se, por conseguinte, a decisão recorrida nos
seus exatos termos.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 26 de outubro de 2021.

Advogado...
OAB...
6) Gabarito da peça: memoriais no tribunal do júri (XXVIII EXAME OAB – adaptada)

Enunciado

Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante
preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide
ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida.
Para realizar a referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa
sinalizadora do veículo e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que,
em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no
socorro que veio após o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece
em razão dos ferimentos sofridos pela colisão.
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público
decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (art. 121 c/c art. 18, I partefinal, ambos do CP).
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que
poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar
para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o
Ministério Público pugnou pela pronúncia da acusada, nos termos da denúncia.
O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de agosto de 2013 (sexta-feira).
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado (a) de Jerusa, redija
a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas
pertinentes. A peça deverá ser datada do último da do prazo para apresentação. (Vale 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA...

Processo nº ...

JERUSA, já qualificada nos autos, por seu procurador infra-assinado, com


procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar
MEMORIAIS, com base 403, § 3º, do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos
jurídicos a seguir expostos:

I) DA TEMPESTIVIDADE
A presente peça é tempestiva, uma vez que apresentada dentro do prazo de
5 dias, na forma do artigo 403, § 3º, do Código de Processo Penal.

II) DOS FATOS


A ré dirigia seu carro quando atingiu a motocicleta de Diogo. Não obstante a
presteza do socorro, Diogo faleceu em razão dos ferimentos sofridos pela colisão.
Após o encerramento do respectivo inquérito policial, o Ministério Público
ofereceu denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, inciso I, parte final, ambos do
Código Penal).
Após o encerramento da instrução, o Ministério Público pugnou pela
pronúncia.
A defesa foi intimada no dia 02 de agosto de 2013.

III) DO DIREITO DA DESCLASSIFICAÇÃO


A ré foi acusada de, na condução do seu veículo, ter causado a morte de
Diogo, que conduzia sua motocicleta em alta velocidade, sendo denunciada pela prática do
delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, inciso
I, parte final, ambos do Código Penal).
Todavia, a ré em nenhum momento assumiu o risco de causar a morte de
Diogo, nem aceitou o resultado morte da vítima. Ou seja, a ré não agiu com dolo, uma vez
que não assumiu o risco nem aceitou o resultado morte, conforme prevê o artigo 18, inciso
I (parte final), do Código Penal, que adotou, em relação ao dolo eventual, a teoria do
consentimento. Logo, a ré teria agido, em tese, com culpa.
Nesse sentido, a conduta da ré se enquadra, em tese, no artigo 302 do
Código de Trânsito Brasileiro, definido como homicídio culposo na condução de veículo
automotor.
Em consequência, não havendo crime doloso contra a vida, o Tribunal do
Júri não é competente para julgar o processo, razão pela qual deve ocorrer a
desclassificação do delito, nos termos do artigo 419 do Código de Processo Penal,
remetendo-se os autos ao Juízo competente.

IV) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
Seja desclassificado o delito de homicídio simples doloso para o delito de homicídio culposo
na condução de veículo automotor, previsto no artigo 302 da Lei 9.503/97 (Código de
Trânsito Brasileiro), remetendo-se os autos para o Juízo competente, nos termos do artigo
419 do Código de Processo Penal.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 09 de agosto de 2013.


Advogado...
OAB...
7) Gabarito da peça: recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia
(XXVIII EXAME OAB)

Enunciado

Túlio, nascido em 1º-1-1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que recém completou
15 (quinze) anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido pela
informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem
mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus
pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Túlio para
realizar um aborto.
Diante disso, no dia 3-1-2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo cuja venda era
proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer
uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto.
Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem
à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade,
Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um feto.
Após investigação, no dia 20-1-2014, Túlio vem a ser denunciado pelo crime do art. 126, caput,
c/c. o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do Tribunal do Júri da Comarca
de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto despenalizador, apesar do reclamo
defensivo. A inicial acusatória foi recebida em 22-1-2014.
Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, são ouvidas as testemunhas e
Joaquina, assim como interrogado o réu, todos confirmando o ocorrido. As partes apresentaram
alegações finais orais, e o juiz determinou a conclusão do feito para decisão. Antes de ser
proferida decisão, mas após manifestação das partes em alegações finais, foram juntados aos
autos o boletim de atendimento médico de Joaquina, no qual consta a informação de que ela
não estivera grávida no momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio sem
outras anotações e um exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado não
causara lesões na adolescente.
Com a juntada da documentação, de imediato, sem a adoção de qualquer medida, o magistrado
proferiu decisão de pronúncia nos termos da denúncia, sendo publicada na mesma data, qual
seja, 18 de junho de 2018, segunda-feira, ocasião em que as partes foram intimadas.
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, redija a
peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas
pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando-
se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS

Processo nº ...

TÚLIO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com


procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o
presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no art. 581, inciso IV, do Código de
Processo Penal.
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de
retratação, nos termos do art. 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão,
requer seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, para o devido processamento.
O presente recurso é tempestivo, já que interposto dentro do prazo de 5 dias,
previsto no artigo 586 do Código de Processo Penal.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 25 de junho de 2018

Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Recorrente: TÚLIO
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO

Processo nº...

RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul


Colenda Câmara Criminal

I) DOS FATOS
O Ministério Público denunciou o recorrente pelo crime de tentativa de
aborto, previsto no art. 126, caput, combinado com art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
Durante a instrução, foram ouvidas as testemunhas e Joaquina, bem ainda
realizado o interrogatório. Encerrada a instrução, o Magistrado proferiu decisão
pronunciando o recorrente pelo crime previsto no art. 126, caput, combinado com art. 14,
inciso II, ambos do Código Penal.
A defesa foi intimada da decisão no dia 18 de junho de 2018, segunda-feira.

II) DO DIREITO

A) PRELIMINAR
A1) DA PRESCRIÇÃO
O réu foi denunciado pela prática do crime do art. 126, caput, combinado
com art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. A pena máxima do delito de aborto é 04
(quatro) anos de reclusão. Logo, o prazo prescricional é de 8 (oito) anos, nos termos do
art. 109, inciso IV, do Código Penal.
Todavia, como o réu era menor de 21 (vinte e um) anos de idade à época
do fato, o prazo prescricional deverá ser contado pela metade, forte art. 115 do Código
Penal. Assim o prazo prescricional, no caso, é de 04 (quatro) anos.
Entre a data de recebimento da denúncia, 22-1-2014, até a data de
publicação da sentença de pronúncia, dia 18-6-2018, decorreram mais de 04 (quatro)
anos, configurando a prescrição da pretensão punitiva em abstrato do delito em tela.
Sendo assim, incidiu a causa de extinção da punibilidade pela prescrição,
nos termos no art. 107, inciso IV, do Código Penal.

A2) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO


O Ministério Público deixou de oferecer a suspensão condicional do
processo, mesmo sendo postulado pela defesa. Todavia, nos termos do art. 89 da Lei nº
9.099/1995, caberá ao Ministério Público oferecer proposta suspensão condicional do
processo quando a pena mínima cominada ao delito imputado for de até 01 (um) ano,
abrangidos ou não por esta lei, preenchidos os demais requisitos legais, dentre os quais
se destacam a primariedade e a presença dos requisitos do art. 77 do Código Penal.
O réu faz jus ao benefício, pois o crime de aborto tentando pelo qual foi
denunciado possui pena mínima não superior a um ano. Além disso, o recorrente é
primário e de bons antecedentes, conforme folha de antecedentes criminais sem outras
anotações juntada no processo.
Logo, deve ser declarada a nulidade da instrução e da decisão de
pronúncia, uma vez que não foi oferecida a proposta de suspensão condicional do
processo.
A3) DO CERCEAMENTO DE DEFESA
Após encerrada a instrução, foram juntados aos autos o boletim de
atendimento médico de Joaquina e a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio, sendo
que, de imediato, o juiz proferiu decisão após juntada sem dar vista às partes.
Todavia, ao não conceder vista do boletim médico e da folha de
antecedentes criminais à defesa, houve clara violação do princípio do contraditório e da
ampla defesa, previsto no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal/1988.
Logo, deve ser anulada a decisão de pronúncia em razão do cerceamento
de defesa.

B) DO MÉRITO
B1) DO CRIME IMPOSSÍVEL
O réu foi denunciado pelo crime de tentativa de aborto. Todavia, conforme
boletim de atendimento médico, Joaquina não estava grávida no momento dos fatos. Nos
termos do art. 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta
do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o delito.
Trata-se, portanto, de crime impossível.
No caso, há impropriedade absoluta do objeto, já que Joaquina não estava
grávida para causar o aborto. O reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade
da conduta e, consequentemente, a absolvição sumária pelo fato evidente não constituir
crime, com base no art. 415, inciso III, do Código de Processo Penal.

III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, com
a REFORMA DA DECISÃO DE 1º GRAU, para o fim de que:
a) Seja declarada a extinção da punibilidade, com base no art. 107, inciso IV, do Código
Penal;
b) Seja reconhecida a nulidade dos atos processuais, com oferecimento de proposta de
suspensão condicional do processo;
c) Seja declarada a nulidade da decisão de pronúncia, por violação do princípio da ampla
defesa;
d) Absolvição sumária, com base no art. 415, inciso III, do Código de Processo Penal.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 25 de junho de 2018.

Advogado...
OAB...
Petição de interposição
1. Endereçamento: Juízo de Direito do Tribunal do Júri da 0,00/0,10
Comarca de Porto Alegre/RS (0,10).
2. Fundamento legal: art. 581, inciso IV, do CPP (0,10). 0,00/0,10
3. Requerimento do exercício do juízo de retratação (0,30), nos 0,00/0,30/0,40
termos do art. 589 do CPP (0,10).
Razões de Recurso
4. Endereçamento: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande 0,00/0,10
do Sul (0,10).
5. Requerimento de reconhecimento da prescrição da pretensão 0,00/0,15/0,25/0,30/
punitiva do Estado (0,30), com consequente extinção da 0,40/0,45/0,55
punibilidade do agente (0,15), nos termos do art. 107, inciso IV, do
CP (0,10).
6. A prescrição ocorreu porque, entre a data do recebimento da 0,00/0,15
denúncia e da pronúncia foi ultrapassado o prazo de 4 (quatro)
anos OU o prazo de 4 (quatro) anos foi ultrapassado porque o
prazo prescricional deveria ser computado pela metade, já que o
réu era menor de 21 (vinte e um) anos (0,15).
7. Preliminarmente, nulidade da decisão de pronúncia: (0,30). 0,00/0,30
7.1. Nulidade em razão do não oferecimento de proposta de 0,00/0,15/0,25/0,30/
suspensão condicional do processo (0,30), nos termos do art. 89 0,40/0,45/0,55
da Lei nº 9.099 (0,10), já que a pena mínima do delito imputado é
de 1 (um) ano (0,15).
7.2. Nulidade em razão do cerceamento de defesa OU violação 0,00/0,15/0,30/0,45
ao princípio da ampla defesa OU violação ao princípio do
contraditório (0,30), já que o juiz proferiu decisão após juntada de
documentação, sem dar vista às partes (0,15).
8. No mérito, absolvição sumária (0,20) em razão de o fato 0,00/0,20/0,25/0,30/
evidentemente não constituir crime OU diante da atipicidade da 0,35/0,45/0,55
conduta (0,25), nos termos do art. 415, III, do CPP (0,10).
9. A conduta de Túlio configura crime impossível (0,80), nos 0,00/0,80/0,90
termos do art. 17 do CP (0,10).
10. Houve absoluta impropriedade do objeto (0,15), tendo em 0,00/0,10/0,15/0,25
vista que Joaquina não estava grávida quando da ação visando
causar aborto (0,10).
Pedidos
11. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,30). 0,00/0,10/0,30/0,40
12. Prazo: 25 de junho de 2018 (0,10) 0,00/0,10
Fechamento
13. Local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10
8) Gabarito da peça: agravo em execução (XVI EXAME OAB)

Enunciado

Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo
simples, pois, quando tinha 20 (vinte) anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave
ameaça, um aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi
recuperado pela vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta,
foi Gilberto denunciado e CONDENADO como incurso nas sanções penais do art. 157, caput, do
Código Penal a uma pena privativa de liberdade de 04 (quatro) anos e 06 (seis) meses de
reclusão em regime inicial fechado e 12 (doze) dias multa, tendo a sentença transitada em
julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013. Gilberto havia respondido ao
processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro de 2013, vem cumprindo a sanção
penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo progressão de regime. Nunca foi
punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos
benefícios da execução penal.
No dia 25 de fevereiro de 2015, você, advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de
livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de
Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em
tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os seguintes argumentos: a) o crime de
roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 (dois
terços) da pena privativa de liberdade; b) ainda que não fosse hediondo, não estariam
preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador
de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento
condicional; c) indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os
crimes de roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos
para a sociedade. Você, advogado(a) de Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23 de março
de 2015, uma segunda-feira.
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo
para sua interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO
PENAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ

Processo nº...

GILBERTO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado,


com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no art. 197 da Lei de Execução
Penal.
O presente recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo de 5 dias,
nos termos da Súmula 700 do Supremo Tribunal Federal e artigo 586 do Código de
Processo Penal.
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de
retratação, nos termos do art. 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão,
requer seja encaminhado o recurso ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 30 de março de 2015.

Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Recorrente: GILBERTO
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO
Processo nº...

RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro


Colenda Câmara Criminal

I) DOS FATOS
O agravante foi denunciado e condenado como incurso nas sanções penais
do art. 157, caput, do Código Penal, sendo-lhe aplicada pena privativa de liberdade de 04
(quatro) anos e 06 (seis) meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa,
tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013.
O agravante formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto
ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, que foi indeferido.

II) DO DIREITO

A) DO ROUBO NÃO SER CRIME HEDIONDO


O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, sob o
fundamento de que o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o
momento do requerimento, 2/3 (dois terços) da pena privativa de liberdade.
Todavia o crime de roubo simples não é hediondo, tendo em vista que não
está previsto no rol trazido pelo art. 1º da Lei nº 8.072/1990.
Assim, não há que se falar em cumprimento de 2/3 (dois terços) da pena
para concessão do benefício, mas 1/3 (um terço) da pena, já que o agravante não é
reincidente, conforme prevê o art. 83, inciso I, do Código Penal.

B) DO PREENCHIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO


O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, argumentando,
ainda, que não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em
vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena
imposta para obtenção do livramento condicional.
Todavia, a decisão do Magistrado fere o princípio da legalidade, uma vez
que o art. 83, inciso II, do Código Penal prevê que apenas o condenado reincidente na
prática do crime doloso tem que cumprir mais de metade da pena aplicada para fazer jus
ao livramento condicional.
Logo, embora conste no art. 83, inciso I, do Código Penal, que o condenado
não reincidente e portador de bons antecedentes deve cumprir 1/3 (um terço) da pena, essa
fração deve ser aplicada também caso o acusado seja portador de maus antecedentes,
além de não reincidente.
Diante do exposto, deverá observar o requisito objetivo para o livramento
condicional após cumprimento de 1/3 (um terço) da pena.

C) DA DESNECESSIDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO


O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, porque
considera indispensável a realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes
de roubo, de maneira abstrata, são graves e causam severos prejuízos para a sociedade.
Todavia, o exame criminológico não é obrigatório para fins de obtenção da
progressão de regime ou do livramento condicional, bastando atestado de bom
comportamento expedido pelo diretor do estabelecimento carcerário, nos termos do art.
112, § 1º, da Lei nº 7.210/1984.
O simples fato de considerar o crime de roubo grave não justifica a
realização do exame criminológico, devendo a decisão ser devidamente fundamentada
considerando o caso concreto, nos termos da Súmula nº 439 do STJ.
Além disso, o agravante nunca foi punido pela prática de falta grave dentro
do estabelecimento prisional, de modo que desnecessária a realização do exame.

III – DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso, com
a reforma da decisão, a fim de que seja concedido o livramento condicional, com a
consequente expedição do alvará de soltura, já que o recorrente preenche os requisitos.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 30 de março de 2015.

Advogado...
OAB...
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO
Item 1 - Endereçamento correto: Juízo da Vara de Execuções Penais 0,00/0,10
do Rio de Janeiro/RJ (0,10).

Item 2 – Fundamento legal: art. 197 da Lei nº 7.210/1984 (0,10) 0,00/0,10


Item 3 - Pedido de retratação (0,30). 0,00/0,30
RAZÕES DO RECURSO
Item 4 – Endereçamento correto: Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro 0,00/0,10
(0,10).
Item 5 – Desenvolvimento jurídico acerca da concessão do livramento 0,00/0,40
condicional, pois a fundamentação trazida pelo magistrado é
equivocada (0,40).

Item 6 - Afastamento da hediondez do crime de roubo simples (0,50), 0,00/0,20/


pois este não está no rol dos crimes hediondos ou por violação ao 0,50/0,70
princípio da taxatividade (0,20).
Item 7.1 - O requisito objetivo para a concessão do livramento 0,00/0,50
condicional de condenado não reincidente portador de maus
antecedentes é de 1/3 (um terço) e não de metade (0,50);
Item 7.2 - Aplicação do art. 83, I, do CP (OU não aplicabilidade do art. 0,00/0,20/
83, II, do CP) (0,20), diante do princípio da legalidade, que veda a 0,50/0,70
aplicação de analogia in malam partem (OU aplicação da interpretação
mais favorável ao apenado) (0,50).

Item 8 – A realização do exame criminológico não é indispensável 0,00/0,40/0,50/


(0,50), porque a decisão que determina o exame criminológico deve 0,60/0,90/1,00
ser devidamente fundamentada em fatores concretos (OU a mera
gravidade em abstrato do delito não é suficiente para a exigência do
exame criminológico) (0,40), conforme Súmula nº 439 do STJ (0,10).
Item 9 – Dos Pedidos: Conhecimento e provimento do recurso OU 0,00/0,20/
concessão do livramento condicional (0,50); com a consequente 0,50/0,70
expedição do alvará de soltura (0,20).
Item 10 - Prazo: 30.03.2015 (0,30). 0,00/0,30
Item 11 - Estrutura – duas petições (interposição e razões); aposição 0,00/0,10
de local, data, assinatura e OAB (0,10).
9) Gabarito da peça: revisão criminal (X EXAME OAB)

Enunciado

Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, subtraiu veículo automotor de
propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do carro
para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na
ignição. Jane, ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê-lo no
Paraguai. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta empreendeu perseguição ininterrupta,
tendo prendido Jane em flagrante somente no dia seguinte, exatamente quando esta tentava
cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, que estava guardado em local não revelado.
Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. No curso do processo, as testemunhas
arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem no país vizinho e
que havia um comprador, terceiro de boa-fé arrolado como testemunha, o qual, em suas
declarações, ratificou os fatos. Também ficou apurado que Jane possuía maus antecedentes e
reincidente específica nesse tipo de crime, bem como que Gabriela havia morrido no dia seguinte
à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os fatos, já que o veículo era essencial à sua
subsistência. A ré confessou o crime em seu interrogatório.
Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a 5 (cinco) anos de reclusão no regime inicial
fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em consideração a
confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime, quais
sejam, a morte da vítima e os danos decorrentes da subtração de bem essencial à sua
subsistência. A condenação transitou definitivamente em julgado, e a ré iniciou o cumprimento
da pena em 10 de novembro de 2012. No dia 5 de março de 2013, você, já na condição de
advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a mãe de Jane, acompanhada de Gabriel, único
parente vivo da vítima, que se identificou como sendo filho desta. Ele informou que, no dia 27 de
outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local onde
o veículo estava escondido. O filho da vítima, nunca mencionado no processo, informou que no
mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum embaraço, bem
como que tal veículo estava em seu poder desde então.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de habeas corpus,
sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO

JANE, nacionalidade..., profissão..., estado civil..., RG..., CPF..., com


endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., por seu procurador infra-assinado,
com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência ajuizar
a presente REVISÃO CRIMINAL, com base no art. 621, inciso I e III, do Código de Processo
Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I) DOS FATOS

A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado,


ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de
Gabriela.
Após o encerramento da instrução e oferecimento das alegações finais, o
Magistrado proferiu decisão condenando a requerente a 05 (cinco) anos de reclusão no
regime fechado.
Após o trânsito em julgado, o filho da vítima informou que, no dia 27 de
outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local
onde o veículo estava escondido.

II) DO DIREITO

A) DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado,
ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de
Gabriela.
Todavia, não foi considerada na sentença condenatória a causa de
diminuição da pena consistente no arrependimento posterior, previsto no art. 16 do Código
Penal.
O filho da vítima, que nunca fora mencionado no processo que deu origem
à condenação do requerente, informou que, no dia 27 de outubro de 2010, Jane,
acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou indicando o local onde o veículo estava
escondido, acrescentando que no mesmo dia do telefonema foi ao local e pegou o veículo
de volta, sem nenhum embaraço, bem como que tal veículo estava em seu poder desde
então.
Logo, surgiu prova nova no sentido de que a requerente teria restituído o
veículo antes do recebimento da denúncia, razão pela qual deve ser considerada a causa
de diminuição da pena em face do arrependimento posterior, em se grau máximo, qual
seja, em 2/3 (dois terços) , já que o bem subtraído foi devolvido na sua integralidade.

B) DA QUALIFICADORA
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado,
ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade
de Gabriela, sendo qualificado porque teria subtraído para transportar para o Paraguai.
Todavia, o fato novo, consistente nas declarações do filho da vítima,
comprova que o veículo não chegou a ser transportado para o exterior, já que teria sido
restituído à vítima.
Logo, não incidiu a qualificadora prevista no § 5º do art. 155 do Código
Penal. Por isso, cabível a desclassificação do furto qualificado para o furto simples (art.
155, caput, do Código Penal).

C) DO REGIME FECHADO
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado,
ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade
de Gabriela, sendo condenada a 5 (cinco) anos de reclusão, em regime fechado.
Todavia, considerando o afastamento da qualificadora e do
arrependimento posterior e a consequente diminuição em 2/3 (dois terços), a pena não será
superior a quatro anos. Além disso, a reparação do dano promovida pela requerente
prepondera sobre os maus antecedentes, sendo, portanto, as circunstâncias judiciais
favoráveis.
Logo, nos termos da Súmula nº 269 do Superior Tribunal de Justiça, é
possível a fixação do regime semiaberto ao condenado à pena não superior a quatro anos,
com circunstâncias judiciais favoráveis.

III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja julgada procedente a ação de revisão criminal,
a fim de que seja, nos termos do art. 626 do Código de Processo Penal:
a) Desclassificada a conduta de furto qualificado para o furto simples;
b) A diminuição da pena privativa de liberdade, em face do arrependimento posterior;
c) A fixação do regime semiaberto (ou a mudança para referido regime) para o
cumprimento da pena privativa de liberdade.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., data...

Advogado...
OAB...
10) Gabarito da peça: relaxamento de prisão (VI EXAME OAB - adaptada)

Enunciado

No dia 10 de março de 2020, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves
pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade
rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves
foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo
foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo
trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais
lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste,
foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar
expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia
Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no art.
306 da Lei nº 9.503/1997, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito
de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares.
Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter
permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob
protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo
competente, tampouco à Defensoria Pública.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais
ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito
pertinente ao caso. (Valor 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA
COMARCA...

Autos nº...

JOSÉ ALVES, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF...,


endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., vem, por seu procurador infra-
assinado, com procuração em anexo, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
requerer o RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, com base no art. 310, inciso I,
do Código de Processo Penal e art. 5º, inciso LXV, da Constituição Federal/1988, pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos:

I) DOS FATOS

O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter praticado o


delito previsto no art. 306 da Lei nº 9.503/1997.
O requerente foi compelido a realizar o teste de alcoolemia em
aparelho alveolar, sendo-lhe negado no auto de prisão em flagrante o direito de se
entrevistar com advogado e com seus familiares.
O requerente permaneceu preso dois dias após a lavratura da
prisão em flagrante, sendo que a autoridade policial não comunicou o fato ao juízo
competente nem à Defensoria Pública.

II) DO DIREITO

A) DA PROVA ILÍCITA
O requerente foi compelido a realizar o teste de alcoolemia em aparelho
de ar alveolar. Todavia, trata-se de prova ilícita, porque violou o direito do requerente de
não produzir prova contra si mesmo, previsto no art. 5º, inciso LXIII, da Constituição
Federal/1988 e art. 8º, § 2, alínea g, do Decreto nº 678/1992.
Além disso, o requerente foi forçado a realizar o teste de alcoolemia. Logo,
trata-se de prova ilícita, nos termos do art. 157 do Código de Processo Penal, e art. 5º,
inciso LVI, da Constituição Federal/1988.

B) DO DIREITO À ADVOGADO E COMUNICAÇÃO À FAMÍLIA


A autoridade policial negou ao requerente o direito de se entrevistar com
advogado, bem como não permitiu comunicação com a família.
Todavia, nos termos do art. 306, § 1º, do Código de Processo Penal, e art.
5º, inciso LXIII, da Constituição Federal/1988, o preso tem direito à assistência de
advogado. Logo, deveria a autoridade policial viabilizar a presença de advogado ou
encaminhar a cópia dos autos à defensoria Pública.
Além disso, a família do preso não foi imediatamente comunicada sobre
a prisão, havendo, portanto, violação ao art. 306, caput, do Código de Processo Penal, e
art. 5º, inciso LXII, da Constituição Federal/1988.

C) DA AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO AO JUIZ COMPETENTE E À DEFENSORIA


PÚBLICA
A autoridade policial não comunicou a prisão ao juiz competente, nem
tampouco à Defensoria Pública.
Todavia, nos termos do art. 306, § 1º, do Código de Processo Penal, e art.
5º, inciso LXII, da Constituição Federal, a prisão deveria ser comunicada imediatamente
ao juiz competente, bem como à Defensoria Pública, no prazo de 24 horas.
Logo, trata-se de prisão ilegal.
D) DA NOTA DE CULPA
Após o decurso de dois dias da lavratura da prisão em flagrante, o
Delegado não havia comunicado e, portanto, encaminhado os autos ao juiz competente,
não entregando, pois, a nota de culpa.
Todavia, conforme o art. 306, § 2º, do Código de Processo Penal, no prazo
de 24 horas após a realização da prisão, deveria ser entregue a nota de culpa ao flagrado.
Logo, trata-se de prisão ilegal.

III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) O relaxamento da prisão em flagrante;
b) Expedição do alvará de soltura;
c) Vista ao Ministério Público.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local... e data...
Advogado...
OAB...
Distribuição dos Pontos

Item Pontuação
1 - Estrutura correta (divisão das partes / indicação de local, data, 0 / 0,25
assinatura).

2 - Indicação correta dos dispositivos legais que dão ensejo ao pedido 0 / 0,5
de relaxamento de prisão – art. 5º, LXV, da CRFB OU art. 310, I, do
CPP.
3 - Endereçamento correto – Juiz de Direito da XX Vara Criminal da 0 / 0,25
Comarca...

4.1 - Desenvolvimento jurídico acerca da nulidade do auto de prisão em 0 / 0,5 / 0,75


flagrante por violação ao direito a não produzir prova contra si (0,5) [art.
5º, LXIII, da CRFB OU art. 8º, 2, g do Decreto nº 678/1992 (Pacto de
San José da Costa Rica)] (0,25)
Obs.: A mera indicação do art. não é pontuada.
4.2 - em razão da colheita forçada do exame de teor alcoólico e 0 / 0,5 / 0,75
consequente ilicitude da prova (0,5) [art. 5º, LVI, OU art. 157 do CPP]
(0,25)
Obs.: A mera indicação do art. não é pontuada.
5 - Desenvolvimento jurídico acerca da nulidade do auto de prisão em 0 / 0,8 / 1,0
flagrante por violação ao direito à comunicação entre o preso e o
advogado, bem como familiares (0,8), nos termos do art. 5º, LXIII, da
CRFB OU art 7º, III, do EOAB (0,2).
Obs.: A mera indicação do art. não é pontuada.
6 - Desenvolvimento jurídico acerca da nulidade do auto de prisão em 0 / 0,8 / 1,0
flagrante por violação à exigência de comunicação da medida à
autoridade judiciária e à defensoria pública dentro de 24 horas (0,8),
nos termos do art. 306, § 1º, do CPP OU art. 5º, LXII, da CRFB (0,2).
Obs.: A mera indicação do art. não é pontuada.

7 - Pedido de relaxamento de prisão em razão da nulidade do auto de 0 / 0,25 / 0,5


prisão em flagrante (0,25) e expedição de alvará de soltura (0,25).
11) Gabarito da peça: apelação do assistente de acusação no procedimento do
júri (VII Exame - adaptada)

Enunciado

Grávida de nove meses, Ana entra em trabalho de parto, vindo dar à luz um menino saudável, o
qual é imediatamente colocado em seu colo. Ao ter o recém-nascido em suas mãos, Ana é
tomada por extremo furor, bradando aos gritos que seu filho era um “monstro horrível que não
saiu de mim” e bate por seguidas vezes a cabeça da criança na parede do quarto do hospital,
vitimando-a fatalmente. Após ser dominada pelos funcionários do hospital, Ana é presa em
flagrante delito.
Durante a fase de inquérito policial, foi realizado exame médico-legal, o qual atestou que Ana
agira sob influência de estado puerperal. Posteriormente, foi denunciada, com base nas provas
colhidas na fase inquisitorial, sobretudo o laudo do expert, perante a 1ª Vara Criminal/Tribunal
do Júri pela prática do crime de homicídio triplamente qualificado, haja vista ter sustentado o
Parquet que Ana fora movida por motivo fútil, empregara meio cruel para a consecução do ato
criminoso, além de se utilizar de recurso que tornou impossível a defesa da vítima. Em sede de
Alegações Finais Orais, o Promotor de Justiça reiterou os argumentos da denúncia, sustentando
que Ana teria agido impelida por motivo fútil ao decidir matar seu filho em razão de tê-lo achado
feio e teria empregado meio cruel ao bater a cabeça do bebê repetidas vezes contra a parede,
além de impossibilitar a defesa da vítima, incapaz, em razão da idade, de defender-se.
A Defensoria Pública, por sua vez, alegou que a ré não teria praticado o fato e, alternativamente,
se o tivesse feito, não possuiria plena capacidade de autodeterminação, sendo inimputável. Ao
proferir a sentença, o magistrado competente entendeu por bem absolver sumariamente a ré em
razão de inimputabilidade, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se
autodeterminar em consequência da influência do estado puerperal. Tendo sido intimado o
Ministério Público da decisão, em 11 de janeiro de 2011, o prazo recursal transcorreu in albis
sem manifestação do Parquet.
Em relação ao caso acima, você, na condição de advogado(a), é procurado pelo pai da vítima,
Wilson, em 20 de janeiro de 2011, para habilitar-se como assistente da acusação e impugnar a
decisão. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo
caso concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas
pertinentes, datando do último dia do prazo. (valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA
CRIMINAL/TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA...

Processo nº

Wilson, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF..., na


qualidade de pai da vítima, por seu procurador infra-assinado, com
procuração em anexo, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a
sua HABILITAÇÃO COMO ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO, com base no artigo 268 do
Código de Processo Penal, após oitiva do Ministério Público.
Ainda, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o
presente RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 593, inciso I, do Código de
Processo Penal, e artigo 416 do Código de Processo Penal, e artigo 598 do Código de
Processo Penal.
O presente recurso é tempestivo, visto que interposto dentro do prazo de
15 dias, de acordo com o artigo 598, parágrafo único, do Código de Processo Penal e
Súmula 448 do STF.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 31 de janeiro de 2011.

Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

Apelante: Wilson
Apelada: Ana

Processo nº

RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado...


Colenda Câmara Criminal

I – DOS FATOS
Ana foi denunciada pela prática do delito de homicídio triplamente
qualificado pelo motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que tornou impossível a
defesa da vítima.
Ao proferir sentença, o Magistrado absolveu sumariamente a ré, sob o
fundamento de que seria inimputável por conta do seu estado puerperal.
Intimado da decisão no dia 11 de janeiro de 2011, o Ministério Público
deixou transcorrer o prazo recursal.
Em 20 de janeiro de 2011, o pai da vítima procurou o advogado para se
habilitar como assistente da acusação e impugnar a decisão.

II – DO DIREITO
A) DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
O Magistrado proferiu sentença de absolvição sumária, considerando a ré
inimputável. Todavia, nos termos do art. 415, parágrafo único, do Código de Processo
Penal, somente seria possível a absolvição sumária pela inimputabilidade se fosse a única
tese defensiva.
No caso, além da inimputabilidade, a defesa apresentou a tese de negativa
de autoria, ao alegar que a ré não praticou o fato imputado a ela.
Logo, não poderia o Magistrado absolver sumariamente a ré, mas deveria
proferir sentença de pronúncia, encaminhando-a para julgamento pelo Tribunal do Júri pela
prática do crime de homicídio triplamente qualificado ou, alternativamente, pelo delito de
infanticídio.

B) DA INIMPUTABILIDADE
O Magistrado proferiu sentença de absolvição sumária, considerando a ré
inimputável, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se autodeterminar
em consequência da influência do estado puerperal. Todavia, o estado puerperal não
constitui causa de inimputabilidade, ou seja, causa excludente de culpabilidade, sendo,
portanto, elementar do crime de infanticídio, previsto no art. 123 do Código Penal.
Logo, não cabia ao Magistrado absolver sumariamente a ré pela
inimputabilidade, mas proferir decisão de pronúncia pela prática do delito de homicídio
triplamente qualificado, pelo motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou
a defesa da vítima, ou alternativamente, pelo delito de infanticídio, previsto no art. 123 do
Código Penal.

III – DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO O RECURSO E REFORMADA
A DECISÃO RECORRIDA, com o PROVIMENTO, a fim de que:
Seja a ré pronunciada, encaminhando-a a julgamento pelo Tribunal do Júri
pela prática do crime de homicídio triplamente qualificado, pelo motivo fútil, emprego do
meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, nos termos do art. 121, § 2º,
incisos II, III e IV, do Código Penal, ou, alternativamente, pelo delito de infanticídio, previsto
no art. 123 do Código Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 31 de janeiro de 2011.

Advogado...
OAB...
12) Gabarito da peça: liberdade provisória

Enunciado

No dia 15 de janeiro de 2022, por volta das 14 horas, na Rua das Mocas, nº 2000, São Paulo/SP,
Josué da Silva foi preso em flagrante pela prática do delito de receptação, previsto no art. 180,
caput, do Código Penal, acusado de estar conduzindo veículo automotor que sabia ser produto
de crime. Ao ser interrogado, Josué disse que era trabalhador e que tinha carteira de trabalho,
embora estivesse, na ocasião, desempregado. Ao analisar a folha de antecedentes criminais de
Josué, a autoridade policial constatou que o flagrado respondia a processo pelo delito de furto.
Diante dessa anotação na Folha de Antecedentes Criminais de Josué, a autoridade policial
representou pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, afirmando que existiria risco
concreto para a ordem pública, pois o indiciado possuía outros envolvimentos com o aparato
judicial.
Você, como advogado(a) indicado por Josué, é comunicado da ocorrência da prisão em
flagrante, além de tomar conhecimento da representação formulada pelo Delegado. Da mesma
forma, o comunicado de prisão já foi encaminhado para o Ministério Público e para o magistrado,
sendo todas as legalidades da prisão em flagrante observadas. O juiz recebeu o auto de prisão
em flagrante, deixando para se manifestar na audiência de custódia. Josué, no entanto,
desesperado com a situação disse para você, na condição de advogado (a), buscar soltá-lo o
mais rápido possível, antes mesmo da designação da audiência de custódia.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Josué, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, em favor do seu cliente, apontando os argumentos e fundamentos jurídicos
pertinentes ao caso. (Valor: 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE SÃO PAULO/SP

Autos nº

Josué da silva, nacionalidade, estado civil, desempregado,


RG..., CPF..., residente e domiciliado..., por seu procurador infra-assinado, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a presente LIBERDADE
PROVISÓRIA, com base no art. 310, inciso III, do Código de Processo Penal, art. 321 do
Código de Processo Penal e art. 5º, LXVI, da Constituição Federal/1988, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

I) DOS FATOS

O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter praticado


o delito de receptação, previsto no art. 180, caput, do Código Penal.
O auto de prisão em flagrante observou todas as formalidades
e foi encaminhado, no prazo legal, ao Poder Judiciário.

II) DO DIREITO

A) Da impossibilidade de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva


O requerente foi preso em flagrante acusado de ter praticado
o delito de receptação, previsto no art. 180, caput, do Código Penal. Todavia, nos termos
do art. 313, inciso I, do Código de Processo Penal, se o acusado não for reincidente em
crime doloso, somente será admitida a prisão preventiva nos crimes
dolosos punidos com pena máxima privativa de liberdade superior a quatro anos.
Logo, no caso, considerando que o acusado não é reincidente
e o crime de receptação simples prevê a pena máxima de quatro anos, não é possível a
conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, já que não estão presentes
nenhuma das hipóteses do art. 313 do Código de Processo Penal.
Diante disso, a medida cabível é a concessão da liberdade
provisória.

B) Da ausência dos requisitos da prisão preventiva

A autoridade policial representou pela conversão da prisão


em flagrante em prisão preventiva, para preservação da ordem pública. Todavia, não
estão presentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva, uma vez que o
requerente é primário, além de ser trabalhador, embora esteja desempregado.
Logo, o requerente não representa perigo à ordem pública,
ordem econômica, à conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal,
estando, portanto, ausentes os fundamentos do art. 312 do Código de Processo Penal.
Assim, deve-se conceder a liberdade provisória, nos termos
do art. 321 do Código de Processo Penal.

C) Do princípio da presunção da inocência

Convém destacar que prevalece no nosso ordenamento


jurídico o princípio da presunção da inocência, previsto no art. 5º, inciso LVII, da
Constituição Federal/1988, razão pela qual deve o requerente responder a eventual
procedimento criminal em liberdade.
D) Da fiança ou medida cautelar diversa da prisão
Na hipótese de não ser concedida a liberdade plena, cabe, no
caso, a concessão de fiança ao requerente, uma vez que o delito pelo qual está sendo
acusado não se enquadra nas hipóteses de inafiançabilidade previstas nos arts. 323 e
324, ambos do Código de Processo Penal.
Em não sendo fixada fiança, postula-se, ainda de forma
subsidiária, a fixação de outra medida cautelar diversa da prisão, prevista no art. 319 do
Código de Processo Penal, por ser tratar de medida mais conveniente e adequada do
que a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, nos termos do art. 282 do
Código de Processo Penal.

III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer:


a) a concessão da liberdade provisória, a fim de que possa responder eventual processo
em liberdade;
b) Subsidiariamente, requer seja concedida a fiança ou outra medida cautelar diversa da
prisão;
c) Expedição de alvará de soltura;
d) Vista ao Ministério Público.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local... e data...

Advogado...
OAB...
13) Gabarito da peça: revogação da prisão preventiva

Enunciado

No dia 29 de setembro de 2014, Paulo Dantas foi encontrado morto na sua residência, localizada
no Município de Petrópolis/RJ. Ao longo da investigação, a partir das declarações da testemunha
Marieta Lemos, a autoridade policial passou a suspeitar que Cláudio Valentino tenha sido o autor
do delito. Na ocasião, Marieta Lemos disse ter recebido mensagem de texto enviada por Cláudio,
em tom ameaçador, no sentido de que seria melhor ela não testemunhar, para evitar problemas
a ela e à sua família. Em razão disso, a autoridade policial representou pela prisão preventiva de
Cláudio, anexando na representação as mensagens enviadas pelo acusado. O Magistrado
decretou a prisão preventiva, em despacho motivado, aduzindo, como razão de decidir, a
conveniência da instrução criminal, sendo o mandado de prisão cumprido. Após a conclusão do
inquérito policial, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Cláudio, imputando-lhe a prática
de crime de homicídio, previsto no art. 121, caput, do Código Penal. Durante a audiência de
instrução, após ser ouvida sobre os fatos relacionados à morte de Paulo, Marieta disse que a
ameaça sofrida foi a única proferida por Cláudio. Diante do avançado da hora, o Magistrado
suspendeu a audiência e designou outra data para oitiva de uma testemunha de defesa faltante
e interrogatório do réu. Insatisfeito com a atuação do seu antigo defensor, já que ainda estava
preso, Cláudio contrata você para defendê-lo.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado (a) de Cláudio Valentino, redija a peça cabível,
exclusiva de advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, alegando para tanto toda a
matéria de direito pertinente ao caso. (Valor: 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PETRÓPOLIS/RJ

Autos nº

CLÁUDIO VALENTINO, já qualificado nos autos, por seu


procurador infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
requerer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, com base no art. 316 do Código de
Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

I) DOS FATOS

No dia 29 de setembro de 2014, Paulo Dantas foi encontrado morto


na sua residência.
O requerente teve a sua prisão preventiva decretada, sob o
fundamento da conveniência da instrução criminal.
O Ministério Público denunciou o requerente pela prática do delito
previsto no art. 121, caput, do Código Penal.
A testemunha Marieta foi ouvida em juízo e diante do avançado da
hora, o Magistrado suspendeu a audiência e designou outra data para inquirição da
testemunha de defesa faltante e interrogatório do réu.
II) DO DIREITO

A) DA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS QUE AUTORIZAM A PRISÃO PREVENTIVA

No caso, a revogação da prisão preventiva é medida que se impõe,


pois não mais subsiste o motivo que o levou o juiz a decretá-la.
Conforme se verifica, o Magistrado decretou a prisão preventiva por conveniência da
instrução criminal.
Todavia, a testemunha Marieta foi ouvida em juízo e disse não ter
sido mais ameaçada ao longo da instrução criminal. Assim, o motivo que ensejou a prisão
do requerente não mais subsiste, uma vez que a testemunha já prestou declarações em
juízo.
Logo, não subsiste nenhum fundamento para a manutenção da
prisão preventiva do requerente, já que não representa perigo à ordem pública, à ordem
econômica, à conveniência da instrução criminal ou aplicação da lei penal, estando,
portanto, ausentes os pressupostos e requisitos previstos no art. 312 do Código de
Processo Penal.

B) DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA

Convém destacar que prevalece no nosso ordenamento jurídico o


princípio da presunção da inocência, previsto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição
Federal/1988.
Logo, o requerente faz jus a responder ao processo em liberdade.

C) DA MEDIDA CAUTELAR DIVERSA DA PRISÃO

Da mesma forma, em não sendo concedida a liberdade plena,


possível a fixação de medida cautelar diversa da prisão, prevista no art. 319 do Código
de Processo Penal, por se tratar de medida mais conveniente e adequada ao
caso, nos termos do art. 282 do Código de Processo Penal.
Nesse caso, a medida cautelar diversa da prisão mais adequada
seria a proibição de o réu manter contato com a testemunha, o que desde logo se
compromete, nos termos do art. 319, III, do Código de Processo Penal.

III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer:


a) A revogação da prisão preventiva, com expedição do alvará de soltura;
b) Subsidiariamente, a concessão de medida cautelar diversa da prisão.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local... e data...

Advogado...

OAB...
14) Gabarito da peça: defesa preliminar – funcionário público

Enunciado

Wilson Ferdinando, funcionário público municipal, que exerce a função de motorista, após o
encerramento do expediente, resolveu utilizar o carro da Prefeitura para levar a esposa até o
Posto de Saúde do Município vizinho, distante 15 Km do município onde trabalha. Duas horas
depois, após encher o tanque de gasolina, Wilson devolve o automóvel no mesmo lugar em que
o havia retirado. Ao analisarem as câmeras de segurança do Prédio Municipal, guardas
municipais perceberam a ação de Wilson, relatando o fato e dando ensejo a instauração de
procedimento administrativo discipliar. O acusado foi interrogado, confessando que, de fato,
utilizou o veículo sem autorização, mas que sua intenção era devolvê-lo logo em seguida, como
demonstraram as imagens constantes no procedimento. Ao final da instrução do procedimento
administrativo, concluiu-se que Wilson praticou falta disciplinar, sendo encaminhada cópia dos
autos ao Ministério Público. O Ministério Público ofereceu denúncia contra Wilson pela prática
do delito de peculato, previsto no art. 312, caput, do Código Penal. Wilson foi notificado no dia
03 de junho de 2016, sexta-feira.
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo
para oferecimento, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA
COMARCA....

Wilson Ferdinando, já qualificado nos autos, por seu procurador


infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar
DEFESA PRELIMINAR, com base no artigo 514 do Código de Processo Penal, pelos fatos
e fundamentos a seguir expostos.

I) DOS FATOS

O réu foi denunciado pela prática do crime de peculato, previsto no


artigo 312, “caput”, do Código Penal, porque teria utilizado, sem autorização, o veículo do
Município.
O réu foi notificado no dia 03 de junho de 2016.
A presente defesa preliminar é tempestiva, já que apresentada
dentro do prazo de 15 dias, previsto no artigo 514 do Código de Processo Penal.

II) DO DIREITO

A) DA AUSÊNCIA DE DOLO OU PECULATO DE USO


O réu foi acusado de ter utilizado o veículo automotor do Município,
sem autorização. Todavia, o réu não teve a intenção de se apropriar do bem, nem tampouco
o desviou da Administração Municipal.
Pretendia, apenas, utilizar o veículo para levar sua esposa até o
Posto de Saúde do Município vizinho e depois devolvê-lo no mesmo lugar que retirou.
Assim, não há que se falar em peculato-apropriação, peculato-desvio ou peculato-furto.
Logo, o réu não tinha dolo de se apropriar, desviar ou subtrair o
veículo, tanto que, após encher o tanque de gasolina, devolveu-o no mesmo local que
pegou e nas mesmas condições, caracterizando, no caso, peculato de uso, que constitui
fato atípico.
Assim, trata-se de fato atípico, devendo a denúncia ser rejeitada, nos
termos do artigo 395, incisos II e III, do Código de Processo Penal.

III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer o réu seja a denúncia rejeitada, com base no


artigo 395, incisos II e III, do Código de Processo Penal.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 20 de junho de 2016.

Advogado...
OAB...
15) Gabarito da peça: defesa preliminar – lei de drogas

Enunciado

No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi abordado por policiais, acusado de estar
portando 02 gramas de maconha. Após constatar por sua experiência profissional que
efetivamente se tratava de cannabis sativa, o policial deu voz de prisão em flagrante,
encaminhando Roniquito à Delegacia de Polícia. Durante a lavratura da prisão em flagrante,
verificou-se que Roniquito não registrava procedimento policial em seu desfavor. Ao final, a
autoridade policial indiciou Roniquito como incurso no crime tráfico ilícito de entorpecentes,
previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao longo do procedimento policial, Roniquito negou
ser traficante, reconhecendo, contudo, ser dependente químico, já tendo sido, inclusive,
internado para tratamento, o que foi confirmado por Joaquim e Manuel, responsáveis pela Clínica
de Tratamento. Após o encerramento do procedimento policial, o Ministério Público ofereceu
denúncia contra Roniquito, imputando-lhe a prática do delito do art. 33, caput, da Lei nº
11.343/2006. O Magistrado determinou a notificação de Roniquito, que ocorreu no dia 03 de
junho de 2016, que caiu numa sexta-feira.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Roniquito, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, invocando todos os argumentos em favor de seu constituinte, datando a peça no
último dia do prazo. (valor: 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA
COMARCA....

Processo nº

Roniquito Vieira, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-


assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, oferecer DEFESA PRELIMINAR, com base no artigo 55 da Lei 11.343/2006,
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

I) DOS FATOS

O réu foi flagrado portando 02 gramas de maconha.


Ao longo do seu interrogatório, o réu disse que não era traficante,
reconhecendo ser dependente de substância entorpecente.
O Ministério Público ofereceu denúncia imputando ao réu a prática do delito
do artigo 33 da Lei 11.343/2006.
O réu foi notificado.
A presente defesa preliminar é tempestiva, já que apresentada dentro do
prazo de 10 dias, previsto no artigo 55 da Lei 11.343/2006.

II) DO DIREITO

A) DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
O réu foi flagrado portando 02 gramas de maconha, sendo acusado de
tráfico de drogas. Todavia, o fato é materialmente atípico, incidindo, no caso, o princípio da
insignificância, já que a pequena quantidade de droga apreendida em poder do réu não é
capaz de ofender à coletividade ou a saúde pública.
Logo, deve ser rejeitada a denúncia, com base no artigo 395, incisos II e
III, do Código de Processo Penal.

B) DA AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE
O réu foi preso acusado de estar portando substância entorpecente.
Todavia, a natureza da substância supostamente apreendida em poder do réu foi atestada
a partir da experiência profissional do policial que realizou a prisão em flagrante. Logo, não
há registro de que tenha sido realizado o laudo de constatação preliminar da natureza da
substância, nos termos do artigo 50, §1º, da Lei 11.343/2006.
Diante disso, não há prova da materialidade do delito, devendo a denúncia
ser rejeitada, por ausência de justa causa, com base no artigo 395, inciso III, do Código de
Processo Penal.

C) DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DO ARTIGO 28 DA LEI


11.343/2006
O Ministério Público denunciou o réu pela prática do delito de tráfico ilícito
de entorpecentes. Todavia, deve ser desclassificado o crime de tráfico de drogas para o
delito previsto no artigo 28 da Lei 11.343/2006.
O réu, perante a autoridade policial, disse não ser traficante, reconhecendo
ser dependente de substância entorpecente, tendo sido, inclusive, internado para
tratamento de dependência química, o que foi confirmado por Manuel e Joaquim,
responsáveis pela Clínica de Tratamento.
Além disso, o réu não registra contra si nenhuma ocorrência policial.
Assim, nos termos do artigo 28, §2º, da Lei 11.343/2006, considerando a
pequena quantidade de droga apreendida, as condições pessoais do réu e a circunstância
de ser primário, cabe a desclassificação do delito de tráfico de drogas para o delito previsto
no artigo 28 da Lei 11.343/2006, com a remessa dos autos ao Juizado Especial Criminal,
juízo competente para processar e julgar infrações de menor potencial ofensivo.

III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) A rejeição da denúncia, pela atipicidade da conduta, com base no artigo 395,
incisos II e III, do Código de Processo Penal;
b) A rejeição da denúncia, pela ausência de materialidade, com base no artigo 395,
inciso III, do Código de Processo Penal;
c) Seja desclassificado o crime previsto no artigo 33 da Lei 11.343/2006 para o delito
do artigo 28 da Lei 11.343/2006, remetendo-se os autos ao Juizado Especial Criminal;
d) A produção de todas as provas admitidas em direito, principalmente a testemunhal,
conforme rol abaixo.

ROL DE TESTEMUNHAS:
a) Joaquim
b) Manuel
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., 15 de junho de 2016
Advogado...
OAB...
16) Gabarito da peça: carta testemunhável

Enunciado

Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante
preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide
ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a
referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo
e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,
conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após
o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos
sofridos pela colisão.
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público
decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (art. 121 c/c art. 18, I parte final, ambos do CP).
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que
poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar
para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz
competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime
apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de
agosto de 2013 (sexta-feira). Contra essa decisão, a defesa interpôs, no dia 09 de agosto de
2013, recurso em sentido estrito. Ao proceder ao juízo de admissibilidade, o Magistrado não
recebeu o recurso, sob o fundamento de que foi interposto de forma intempestiva, já que,
considerando o dia de início 02 de agosto de 2013, o prazo venceu no dia 06 de agosto de 2013.
Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o
recurso cabível, instruindo-o com a cópia integral do processo.
A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.
ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DO CARTÓRIO DA ... VARA CRIMINAL DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA ...

Processo nº ...

JERUSA, já qualificada nos autos, por seu procurador infra-assinado, com


procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, interpor o
presente recurso de CARTA TESTEMUNHÁVEL, com base no art. 639, I, do Código de
Processo Penal, requerendo seja recebido e processado, pelos fatos e fundamentos
expostos nas razões inclusas.
O presente recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo de 48
horas, previsto no artigo 640 do Código de Processo Penal
Diante disso, requer seja procedido o juízo de retratação, com base no art.
589 do Código de Processo Penal, requerendo, se mantida a decisão, seja encaminhado
ao Tribunal de Justiça do Estado...

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local... data...

Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

Testemunhante/recorrente: Jerusa
Testemunhado/recorrido: Ministério Público

Processo nº ...

RAZÕES DE RECURSO DE CARTA TESTEMUNHÁVEL

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado...


Colenda Câmara Criminal

I) DOS FATOS

A recorrente dirigia seu carro quando atingiu a motocicleta de Diogo. Não


obstante a presteza do socorro, Diogo faleceu em razão dos ferimentos sofridos pela
colisão.
Após o encerramento do respectivo inquérito policial, o Ministério Público
ofereceu denúncia contra a recorrente Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de
homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual (art. 121 c/c art. 18, I parte final,
ambos do Código Penal).
Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão devidamente
fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória.
Contra essa decisão, a defesa interpôs recurso em sentido estrito, que
não foi recebido pelo Magistrado, sob o fundamento de que é intempestivo.
II) DO DIREITO

A) Da carta testemunhável/Do recurso em sentido estrito denegado


O Magistrado não recebeu o recurso, sob o fundamento de que seria
intempestivo, já que a data fatal, segundo ele, seria o dia 06 de agosto de 2013.
Todavia, como se trata de prazo processual, o termo inicial para a
contagem do prazo do recurso é o primeiro dia útil após a intimação, nos termos do art. 798
do Código de Processo Penal.
Assim, considerando que a intimação ocorreu no dia 02 de agosto de 2013,
que caiu numa sexta-feira, o prazo recursal começou a correr no primeiro dia útil, segunda-
feira, qual seja, 05 de agosto de 2013, vencendo no dia 09 de agosto de 2013.
Logo, requer o testemunhante seja recebido o recurso em sentido estrito
denegado, pois interposto dentro do prazo previsto em lei.

B) DA DESCLASSIFICAÇÃO
Estando o presente recurso suficientemente instruído, verifica-se a
possibilidade de analisar o mérito do recurso denegado, nos termos do art. 644 do Código
de Processo Penal.
A recorrente foi acusada de, na condução do seu veículo, ter causado a
morte de Diogo, que conduzia sua motocicleta em alta velocidade, sendo denunciada e
pronunciada pela prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo
eventual (art. 121 c/c art. 18, I parte final, ambos do CP).
Todavia, a recorrente em nenhum momento assumiu o risco de causar a morte de Diogo,
nem aceitou o resultado morte da vítima. Ou seja, a recorrente não agiu com dolo, uma vez
que não assumiu o risco nem aceitou o resultado morte, conforme prevê o art. 18, I (parte
final), do Código Penal, que adotou, em relação ao dolo eventual, a teoria do consentimento.
Nesse sentido, o fato atribuído à recorrente deveria, em tese, ser
classificado como homicídio culposo na condução de veículo automotor, previsto no art.
302 do Código de Trânsito Brasileiro.
Em consequência, não havendo crime doloso contra a vida, o Tribunal do
Júri não é competente para julgar o processo, razão pela qual deve ocorrer a
desclassificação do delito, nos termos do art. 419 do Código de Processo Penal,
remetendo-se os autos ao juízo competente.

III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido o recurso, reformada a decisão e
provido o presente recurso, para o fim de que:
a) seja recebido o recurso em sentido estrito denegado;
b) seja desclassificado o delito de homicídio simples doloso, para o delito de homicídio
culposo na condução de veículo automotor (art. 302 do Código de Trânsito Brasileiro),
remetendo-se os autos para o Juízo Competente, nos termos do art. 419 do Código de
Processo Penal.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., data...
Advogado...
OAB...
17) Gabarito da peça: apelação no tribunal do júri

Enunciado

Fernando foi pronunciado pela prática de um crime de homicídio doloso consumado que teve
como vítima Henrique. No dia 07 de julho de 2015, numa terça-feira, em sessão plenária do
Tribunal do Júri, todas as testemunhas asseguraram que Henrique iniciou agressões contra
Fernando e que este agiu em legítima defesa. No momento do julgamento, os jurados
reconheceram a autoria e materialidade e optaram por condenar Fernando pela prática do delito
de homicídio doloso. Após a prolação da sentença condenatória, que impôs ao réu a pena de 06
(seis) anos, em regime semiaberto, a família de Fernando toma conhecimento de que dois dos
jurados que atuaram no julgamento eram irmãos. A intimação da sentença ocorreu na sessão
plenária. Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do
caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de Habeas corpus, no último dia
do prazo para interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PRESIDENTE DO TRIBUNAL
DO JÚRI DA COMARCA...

Processo nº...

FERNANDO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado,


com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor
o presente RECURSO DE APELAÇÃO, com base no art. 593, inciso III, alíneas a e d, do
Código de Processo Penal.
O presente recurso de apelação é tempestivo, já que interposto dentro do
prazo de 5 dias, previsto no artigo 593, “caput”, do Código de Processo Penal.
Assim, requer seja recebido e processado o recurso, já com as razões
anexas, remetendo-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado...

Nestes termos,
Pede deferimento

Local..., 13 de julho de 2015.

Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

Apelante: FERNANDO
Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO

Processo nº...

RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado...


Colenda Câmara Criminal

I – DOS FATOS
O réu foi denunciado e pronunciado pela prática do crime de homicídio
doloso.
Durante a sessão plenária, todas as testemunhas disseram que a vítima
iniciou as agressões e que o réu agiu em legítima defesa.
Os jurados optaram por condenar o réu.
O Magistrado fixou a pena em 06 (seis) anos, em regime semiaberto.

DO DIREITO
A) DA NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA

Após a sessão plenária, a família do réu tomou conhecimento de que dois


dos jurados que atuaram no julgamento eram irmãos. Todavia, nos termos do art. 448, inciso
IV, do Código de Processo Penal, irmãos são impedidos de servirem de jurados no mesmo
Conselho de Sentença.
Logo, considerando que dois dos jurados eram irmãos, deve ser anulada a
sessão do plenário do Júri, nos termos do art. 593, inciso III, alínea a, do Código de Processo
Penal.
B) DA DECISÃO MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS

Os jurados reconheceram a autoria e a materialidade e optaram por


condenar o réu pela prática do delito de homicídio doloso. Todavia, todas as testemunhas
asseguraram que a vítima iniciou as agressões contra Fernando e que este agiu em legítima
defesa, causa excludente de ilicitude, prevista no art. 25 do Código Penal.
Logo, a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos,
devendo o presente recurso ser provido, a fim de sujeitar o réu a novo julgamento, nos termos
do art. 593, § 3º, do Código de Processo Penal.

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO recurso, com a


reforma da decisão, a fim de que:
a) Seja anulada a sessão do plenário do Júri, nos termos do art. 593, inciso III, alínea a, do
Código de Processo Penal;
b) Seja o réu submetido a novo julgamento pelo plenário da Sessão do Júri, nos termos do
art. 593, § 3º, do Código de Processo Penal.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 13 de julho de 2015.

Advogado...
OAB...
18) Gabarito da peça: embargos infringentes (adaptado da peça cobrada no XI
Exame da OAB, que foi recurso em sentido estrito)

Enunciado

Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante
preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide
ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a
referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo
e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,
conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após
o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos
sofridos pela colisão.
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público
decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (art. 121 c/c art. 18, inciso I parte final, ambos do CP).
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que
poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar
para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz
competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime
apontado na inicial acusatória. Contra essa decisão, a defesa interpôs recurso em sentido estrito,
ao qual, por maioria, foi julgado improvido pela 2ª Câmara Criminal. Atento ao caso apresentado
e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore a peça cabível, adotando os
argumentos pertinentes.
A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO
DA 2ª CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

Processo nº...

JERUSA, já qualificada nos autos, por seu procurador infra-assinado, com


procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o
presente RECURSO DE EMBARGOS INFRINGENTES, com base no art. 609, parágrafo
único, do Código de Processo Penal, requerendo seja recebido e processado.
O presente recurso é tempestivo, visto que interposto dentro do prazo de
10 dias, na forma do artigo 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., data...

Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

Embargante: JERUSA
Embargado: MINISTÉRIO PÚBLICO

Processo nº...

RAZÕES DE RECURSO DE EMBARGOS INFRINGENTES

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado...


Colenda Câmara Criminal

I) DOS FATOS

A recorrente dirigia seu carro quando atingiu a motocicleta da vítima, que,


em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via.
Após o encerramento do inquérito policial, o Ministério Público ofereceu
denúncia imputando a prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo
eventual.
O Juiz pronunciou a recorrente pelo delito descrito na denúncia. Contra
essa decisão, a defesa interpôs recurso em sentido estrito, que, por maioria, foi julgado
improvido pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.

II) DO DIREITO

A recorrente foi acusada de, na condução do seu veículo, ter causado a


morte de Diogo, que conduzia sua motocicleta em alta velocidade, sendo denunciada e
pronunciada pela prática do crime de homicídio doloso simples, na modalidade dolo
eventual. A 2ª Câmara Criminal, por maioria, manteve a decisão recorrida.
Todavia, a recorrente em nenhum momento assumiu o risco de causar a
morte de Diogo, nem aceitou o resultado morte da vítima, tanto que conduzia o seu veículo
respeitando o limite de velocidade.
Nesse sentido, a conduta da recorrente se enquadra, em tese, no art. 302
do Código de Trânsito Brasileiro, razão pela qual deve responder pela prática, em tese, de
homicídio culposo na condução de veículo automotor, devendo haver, portanto, a
desclassificação e remessa do presente feito ao juízo competente, nos termos do art. 419
do Código de Processo Penal.

III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, com a reforma


do acórdão, a fim de que:
a) Seja desclassificado o delito de homicídio simples doloso para o delito de homicídio
culposo na direção de veículo automotor, previsto no art. 302 da Lei nº 9.503/1997,
encaminhando-se os autos para o Juízo competente, nos termos do art. 419 do Código de
Processo Penal.

Nestes termos.
Pede deferimento.

Local..., data...

Advogado ...
OAB...
19) Gabarito da peça: recurso ordinário constitucional

Enunciado

Durante investigação para apurar a prática de roubos a agências bancárias ocorridos em Volta
Redonda/RJ, agentes da polícia civil, embora desconfiados que Pedro Rocha estivesse
envolvido nos crimes, não conseguiram reunir provas suficientes para apontá-lo como um dos
assaltantes de banco. Diante disso, o Delegado de Polícia orientou um dos policiais a passar a
frequentar os mesmos lugares do investigado Pedro Rocha para com ele estabelecer relação de
confiança. Ao manter reiterados contatos com Pedro Rocha, o agente policial disfarçado
convence o investigado a com ele praticar um roubo em determinada agência bancária. Diante
disso, no dia 15 de outubro de 2021, previamente engendrados, o policial disfarçado e o
investigado dirigem-se ao banco e, no instante em que ingressaram na agência bancária e
anunciaram o assalto, diversos policiais, que monitoravam toda a ação, prenderam Pedro Rocha
em flagrante, sob a acusação da prática do crime de roubo majorado tentado. Ao final, o
Delegado de Polícia lavrou o auto de prisão em flagrante, observando todas as formalidades
legais, e encaminhou à autoridade judiciária. Durante a audiência de custódia, após ouvir o
flagrado, o Magistrado, acolhendo requerimento do Ministério Público, converteu a prisão em
flagrante em prisão preventiva, com base no art. 310, inciso II, do Código de Processo Penal.
Irresignado, Pedro Rocha, por meio do seu advogado(a), impetrou Habeas corpus, que foi
denegado, por maioria dos votos, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Pedro Rocha, redija a peça cabível, exclusiva
de advogado(a), no que tange à liberdade de seu cliente. (Valor: 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PEDRO ROCHA, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-


assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, a presença de Vossa
Excelência, interpor o presente RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL, com
base no artigo 105, inciso II, “a” da Constituição Federal/88, combinado com os artigos
30 e 32, ambos da Lei 8.038/90, requerendo seja o recurso recebido e processado e,
ao final, remetido ao Superior Tribunal de Justiça.
O presente recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo de 5
dias, previsto no artigo 30 da Lei nº 8.038/1990.

Nestes termos,
pede deferimento.

Local... e data...

Advogado...
OAB...
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Recorrente/Impetrante: Pedro Rocha


Recorrido: Ministério Público

Autos nº

RAZÕES DE RECURSO ORDINARIO CONSTITUCIONAL

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


COLENDA TURMA

I) DOS FATOS
O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter praticado, em tese, o
delito de roubo majorado tentado.
O auto de prisão em flagrante foi lavrado e encaminhado à autoridade
judiciária, que converteu em prisão preventiva.
O recorrente impetrou habeas corpus, que, por maioria, foi denegado pelo
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

II) DO DIREITO

A) DO FLAGRANTE PREPARADO/PROVOCADO
O recorrente foi preso acusado de ter praticado, em tese, o crime de roubo
majorado tentado. Todavia, trata-se de prisão ilegal, já que um policial disfarçado
convenceu o requerente a ingressar na agência bancária e anunciar o assalto, momento
em que foi preso em flagrante, caracterizando o chamado flagrante preparado ou
provocado.
Nos termos da Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal, não configura
crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
Logo, em se tratando de flagrante preparado e crime impossível, previsto
no artigo 17 do Código Penal, verifica-se que a prisão é ilegal, devendo ser relaxada.

III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, com a


consequente reforma do acórdão recorrido, para o fim de que seja concedido o habeas
corpus e relaxada a prisão em flagrante do recorrente, com a expedição do alvará de
soltura.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local... e data...

ADVOGADO...
OAB...
20) Gabarito da peça: razões de apelação

Enunciado

Desejando comprar um novo carro, Leonardo, jovem com 19 anos, decidiu praticar um crime de
roubo em um estabelecimento comercial, com a intenção de subtrair o dinheiro constante do
caixa. Narrou o plano criminoso para Roberto, seu vizinho, mas este se recusou a contribuir.
Leonardo decidiu, então, praticar o delito sozinho. Dirigiu-se ao estabelecimento comercial, nele
ingressou e, no momento em que restava apenas um cliente, simulou portar arma de fogo e o
ameaçou de morte, o que fez com ele saísse, já que a intenção de Leonardo era apenas a de
subtrair bens do estabelecimento. Leonardo, em seguida, consegue acesso ao caixa onde fica
guardado o dinheiro, mas, antes de subtrair qualquer quantia, verifica que o único funcionário
que estava trabalhando no horário era um senhor que utilizava cadeiras de rodas. Arrependido,
antes mesmo de ser notada sua presença pelo funcionário, deixa o local sem nada subtrair, mas,
já do lado de fora da loja, é surpreendido por policiais militares. Estes realizam a abordagem,
verificam que não havia qualquer arma com Leonardo e esclarecem que Roberto narrara o plano
criminoso do vizinho para a Polícia. Tomando conhecimento dos fatos, o Ministério Público
requereu a conversão da prisão em flagrante em preventiva e denunciou Leonardo como incurso
nas sanções penais do art. 157, § 2º-A, inciso I, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
Após decisão do magistrado competente, qual seja, o da 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte/MG,
de conversão da prisão e recebimento da denúncia, o processo teve seu prosseguimento regular.
O homem que fora ameaçado nunca foi ouvido em juízo, pois não foi localizado, e, na data dos
fatos, demonstrou não ter interesse em ver Leonardo responsabilizado. Em seu interrogatório,
Leonardo confirma integralmente os fatos, inclusive destacando que se arrependeu do crime que
pretendia praticar. Constavam no processo a Folha de Antecedentes Criminais do acusado sem
qualquer anotação e a Folha de Antecedentes Infracionais, ostentando uma representação pela
prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico, com decisão definitiva de procedência da
ação socioeducativa. O magistrado concedeu prazo para as partes se manifestarem em
alegações finais por memoriais. O Ministério Público requereu a condenação nos termos da
denúncia. O advogado de Leonardo, contudo, renunciou aos poderes, razão pela qual, de
imediato, o magistrado abriu vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais.
Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal. No momento de fixar a pena-
base, reconheceu a existência de maus antecedentes em razão da representação julgada
procedente em face de Leonardo enquanto era inimputável, aumentando a pena em 06 (seis)
meses de reclusão. Não foram reconhecidas agravantes ou atenuantes. Na terceira fase,
incrementou o magistrado em 2/3 (dois terços) a pena, justificando ser desnecessária a
apreensão de arma de fogo, bastando a simulação de porte do material diante do temor causado
à vítima. Com a redução de 1/3 (um terço) pela modalidade tentada, a pena final ficou
acomodada em 5 (cinco) anos de reclusão. O regime inicial de cumprimento de pena foi o
fechado, justificando o magistrado que o crime de roubo é extremamente grave e que atemoriza
os cidadãos de Belo Horizonte todos os dias. Intimado, o Ministério Público apenas tomou ciência
da decisão. A irmã de Leonardo o procura para, na condição de advogado, adotar as medidas
cabíveis. Constituída nos autos, a defesa interpôs o recurso cabível. O Magistrado recebeu o
recurso, sendo a defesa intimada no dia 06 de maio de 2019, segunda-feira, sendo terça-feira
dia útil em todo o país.
Com base nas informações expostas acima e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do
prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG

Processo nº

LEONARDO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado,


com procuração em anexo, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência,
oferecer as presentes RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO, com base no art. 600 do
Código de Processo Penal, requerendo sejam recebidas, com posterior remessa dos autos
ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.
As presentes razões de recurso de apelação são tempestivas, pois
oferecidas dentro do prazo de 8 dias, previsto no artigo 600 do Código de Processo Penal.

Nestes termos,
Pede deferimento

Local..., 14 de maio de 2019.

Advogado...
OAB...

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS


Apelante: Leonardo
Apelado: Ministério Público
Processo nº ...
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
Colenda Câmara Criminal
I) DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado tentado,
previsto no art. 157, § 2º-A, inciso I, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
O réu foi interrogado. Encerrada a instrução, o Ministério Público requereu
a condenação.
Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal, fixando
a pena de 05 (cinco) anos de reclusão, em regime fechado.
Intimada da sentença, a defesa interpôs o recurso cabível, que foi recebido
pelo Magistrado. Após, a defesa foi intimada para apresentar a peça correspondente no dia
06 de maio de 2019, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil em todo o país.

II) DO DIREITO
A) DA NULIDADE
O advogado do réu renunciou aos poderes, tendo o Magistrado, de
imediato, concedido vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais.
Todavia, o processo deve ser anulado a partir da apresentação das
alegações finais pela Defensoria Pública, uma vez que deveria o Magistrado intimar o réu,
que estava preso, para se manifestar acerca do interesse de constituir novo advogado ou
ser defendido pela Defensoria Pública. A abertura, de imediato, de vista dos autos à
Defensoria Pública violou princípio da ampla defesa, previsto no art. 5º, inciso LV, da
Constituição Federal/1988, uma vez que as alegações finais foram apresentadas sem
nenhum contato com o réu, acarretando-lhe prejuízo, já que restou condenado.

B) DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
O réu foi denunciado pela prática de crime de roubo majorado tentado.
Todavia, ao verificar que o único funcionário que estava trabalhando no local era um senhor
que utilizava cadeiras de rodas, o réu, mesmo antes de ser notado, desistiu de prosseguir
a subtração, deixando o local sem nada subtrair.
Logo, não poderia ter sido imputado ao réu a prática de roubo na
modalidade tentada, uma vez que, incidindo hipótese de desistência voluntária, o agente
responde pelos atos praticados, nos termos do artigo 15 do Código Penal, afastando a
possibilidade de tentativa, sendo o fato atípico, já que os atos praticados não constituem
crime.
Em relação à ameaça, crime de ação penal pública condicionada à
representação, como o cliente ameaçado demonstrou não ter interesse em ver o réu
responsabilizado, operou-se, no caso, a decadência do direito de representação.
Logo, os fatos até então praticados não constituem crime, ensejando a
absolvição, com base no artigo 386, III, do Código de Processo Penal.

C) DOS MAUS ANTECEDENTES


O Juiz aumentou a pena-base em razão da representação julgada
procedente em face do réu enquanto era inimputável. Todavia, não poderia o Magistrado
elevar a pena-base, porque a existência de representação pela prática de ato infracional,
ainda que com decisão definitiva, não enseja maus antecedentes, já que decisão
reconhecendo a prática de ato infracional não constitui fundamento idôneo a elevar a
pena- base. Logo, na eventualidade de ser mantida a condenação, deve ser afastado o
aumento da pena pelos maus antecedentes, devendo a pena-base ficar no mínimo legal.

D) DA ATENUANTE DA MENORIDADE
O Juiz não reconheceu a atenuante da menoridade. Todavia, o réu era menor
de 21 (vinte e um) anos na data dos fatos. Logo, incide a atenuante da menoridade
relativa, prevista no art. 65, inciso I, do Código Penal. Assim, requer seja reconhecida a
atenuante da menoridade relativa.

E) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA
Ao ser interrogado, o réu confessou os fatos, confirmando integralmente
os fatos, inclusive destacando que se arrependeu do crime que pretendia praticar.
Logo, incide a atenuante da confissão espontânea, prevista no art. 65,
inciso III, alínea d, do Código Penal.
F) DO AFASTAMENTO DO AUMENTO DE PENA PELO EMPREGO DE ARMA
O magistrado aplicou o aumento de 2/3 (dois terços) da pena, sob o
fundamento de ser desnecessária a apreensão da arma de fogo, sendo suficiente a
simulação do porte da arma para ensejar a causa de aumento de pena.
Todavia, nos termos do art. 157, § 2º-A, inciso I, do Código Penal, a pena
do delito de roubo aumenta-se até 2/3 (dois terços) se a violência ou ameaça é exercida
com emprego de arma. No caso, não há provas do emprego de arma de fogo, já que
nenhuma arma foi apreendida. Além disso, a simulação do uso de arma de fogo, por si só,
não autoriza a incidência da causa de aumento de pena, uma vez que não gera risco à
integridade física da vítima.
Assim, deve ser afastada a majorante do art. 157, § 2º-A, inciso I, do Código
Penal.

G) DA DIMINUIÇÃO DA PENA PELA TENTATIVA E SURSIS


O Magistrado reduziu a pena em 1/3 (um terço), restando a pena definitiva
em cinco anos. Todavia, o réu ficou distante da consumação do delito, tanto que desistiu
da empreitada delituosa antes mesmo de ser visto pelo funcionário do estabelecimento
comercial.
Logo, a diminuição da pena pela tentativa deveria ser considerada pela
redução máxima, ou seja, em 2/3 (dois terços), o que levaria a pena definitiva a ficar abaixo
de 02 (dois) anos. Assim, considerando a pena abaixo de 02 (dois) anos, bem como o fato
de o réu ser primário e não ser cabível a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos, cabe, no caso, o sursis, ou seja a suspensão condicional da pena, nos
termos do art. 77 do Código Penal.

H) DO REGIME CARCERÁRIO
O Juiz fixou o regime inicial fechado, justificando que o crime de roubo é
extremamente grave e que atemoriza os cidadãos de Belo Horizonte todos os dias.
Todavia, a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do delito não
constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que permitia a pena
aplicada, nos termos das Súmula nº 718 e 719, ambas do Supremo Tribunal Federal, e
Súmula nº 440 do Superior Tribunal de Justiça. Assim, considerando que a pena não supera
04 anos, deveria ser fixado o regime carcerário aberto, nos termos do art. 33, § 2º, alínea
c, do Código Penal.

III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, com a reforma da
decisão recorrida, para o fim de que:
a) Seja declarada a nulidade do processo a partir das alegações finais pela Defensoria
Pública;
b) Seja o réu absolvido, com base no art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal;
c) Seja afastado o aumento pelos maus antecedentes, fixando a pena-base no mínimo legal;
d) Seja reconhecida a atenuante da menoridade relativa, nos termos do art. 65, inciso I, do
Código Penal;
e) Seja reconhecida a atenuante da confissão espontânea, nos termos do art. 65, inciso III,
alínea d, do Código Penal;
f) Seja afastado o aumento da pena pelo emprego de arma de fogo, fixando a pena no
mínimo legal;
g) Seja considerada a redução máxima pela tentativa, ou seja, em 2/3 (dois terços) da pena;
h) Seja concedido o sursis, nos termos do art. 77 do Código Penal;
i) Seja fixado o regime inicial aberto de cumprimento de pena, nos termos do art. 33, § 2º,
alínea c, do Código Penal;
j) Seja expedido o alvará de soltura do réu.

Nestes termos, pede deferimento.


Local..., 14 de maio de 2019.
Advogado....
OAB...
21) Gabarito da peça: contrarrazões de agravo em execução

Enunciado

Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo
simples, pois, quando tinha 20 (vinte) anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave
ameaça, um aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi
recuperado pela vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta,
foi Gilberto denunciado e condenado como incurso nas sanções penais do art. 157, caput, do
Código Penal a uma pena privativa de liberdade de 04 (quatro) anos e 06 (seis) meses de
reclusão em regime inicial fechado e 12 (doze) dias multa, tendo a sentença transitada em
julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013. Gilberto havia respondido ao
processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro de 2013, vem cumprindo a sanção
penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo progressão de regime. Nunca foi
punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos
benefícios da execução penal. No dia 25 de agosto de 2015, você, advogado(a) de Gilberto,
formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução
Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido foi deferido
pelo Magistrado. O Ministério Público foi intimado da decisão em 14 de setembro de 2015, uma
segunda-feira, sendo terça-feira dia útil. Inconformado, o Ministério Público apresentou recurso
de agravo em execução perante o juízo competente, acompanhado das respectivas razões
recursais, no dia 30 de setembro de 2015, alegando:
a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do
requerimento, 2/3 (dois terços) da pena privativa de liberdade;
b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o
benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir
metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional;
c) indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de
roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a
sociedade.
O magistrado, então, recebeu o recurso de agravo em execução e intimou, no dia 19 de outubro
de 2015 (segunda-feira), sendo terça feira dia útil em todo o país, você, advogado(a) de Gilberto,
para apresentar a medida cabível.
Com base nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas
do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia
do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5.00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO
PENAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ

Processo nº ...

GILBERTO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-


assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar
CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no artigo 588 do Código de
Processo Penal.
As presentes contrarrazões são tempestivas, pois interpostas dentro
do prazo de 2 dias, nos termos do artigo 588 do Código de Processo Penal. Nesse sentido,
requer sejam recebidas, mantendo-se a decisão recorrida em sede de juízo de retratação,
nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal, com posterior remessa dos autos
ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 21 de outubro de 2015.

Advogado...
OAB...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Agravante: Ministério Público


Agravado: Gilberto

Processo nº...

CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE AGRAVO EM EXECUÇÃO

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro


Colenda Câmara Criminal

I) DOS FATOS

O agravado foi denunciado e condenado como incurso nas


sanções penais do art. 157, caput, do Código Penal, a uma pena privativa de liberdade de
04 (quatro) anos e 06 (seis) meses de reclusão, em regime inicial fechado.
A sentença transitou em julgado para ambas as partes no dia 11 de
setembro de 2013.
No dia 25 de agosto de 2015, o agravado formulou pedido de
livramento condicional, que foi deferido pelo Juiz da Execução Penal.
Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de agravo em
execução, acompanhado das razões recursais, no dia 30 de setembro de 2015.
O Magistrado recebeu o recurso interposto pelo Ministério Público
e intimou a defesa para apresentar e medida cabível.

II) DO DIREITO
A) DA INTEMPESTIVIDADE DO AGRAVO EM EXECUÇÃO

O Ministério Público foi intimado da decisão no dia 14 de setembro


de 2015 e interpôs o recurso de agravo em execução no dia 30 de setembro de 2015.
Todavia, nos termos do art. 586 do Código de Processo Penal e Súmula nº 700 do Supremo
Tribunal Federal, o prazo para interposição do recurso é de cinco dias.
Logo, considerando que entre a data da intimação e da interposição
do recurso passaram mais de cinco dias, já que o prazo vencia no dia 21 de setembro de
2015, conclui-se que o recurso de agravo em execução é intempestivo.
Diante disso, o recurso de agravo em execução não deve ser
conhecido.

B) DO ROUBO NÃO SER CRIME HEDIONDO

O Ministério Público postulou o indeferimento do livramento


condicional, sob o fundamento de que o crime de roubo simples é hediondo, devendo,
portanto, cumprir 2/3 (dois terços) da pena para o livramento condicional. Todavia, o crime
de roubo simples não é hediondo, porque não consta do rol previsto no art. 1º da Lei nº
8.072/1990.
Assim, não há necessidade de cumprir 2/3 (dois terços) da pena para
o livramento condicional, mas 1/3 (um terço) da pena, já que o agravado não é reincidente,
nos termos do art. 83, inciso I, do Código Penal.

C) DOS MAUS ANTECEDENTES PARA CUMPRIMENTO ½ DA PENA


O Ministério Público postulou o indeferimento do pedido de livramento
condicional, argumentando que não estaria preenchido o requisito objetivo, já que o
agravado ostenta maus antecedentes, devendo cumprir ½ (metade) da pena para obtenção
do livramento condicional.
Todavia, a pretensão do Ministério Público fere o princípio da
legalidade, uma vez que o art. 83, inciso II, do Código Penal, prevê que apenas o
condenado reincidente em crime doloso deverá cumprir ½ (metade) da pena para obtenção
do livramento condicional.
Logo, embora o art. 83, inciso I, do Código Penal, disponha que o
condenado não reincidente em crime doloso e portador de bons antecedentes, deve cumprir
1/3 (um terço) da pena, essa fração deve ser aplicada também na hipótese de o condenado
ser portador de maus antecedentes e primário, por ausência de previsão legal para adotar
a fração de ½ (metade).
Assim, diante da omissão legislativa, deve ser considerado o
percentual mais favorável ao agravado, pois não cabe falar em analogia in malam partem.

D) DA DESNECESSIDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO


O Ministério Público postula o indeferimento do livramento
condicional, porque considera indispensável a realização do exame criminológico, tendo
em vista que os crimes de roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam
severos prejuízos para a sociedade.
Todavia, nos termos do art. 112 da Lei de Execução Penal (Lei nº
7.210/1984), para fins de progressão de regime e livramento condicional, basta atestado de
bom comportamento carcerário durante a execução da pena.
O simples fato de considerar o crime de roubo grave não justifica a
realização do exame criminológico, não constituindo motivação idônea para exigir a
realização de tal exame, devendo a fundamentação considerar a gravidade em concreto do
caso, nos termos da Súmula nº 439 do Superior Tribunal de Justiça.
Além disso, o agravado nunca foi punido pela prática de falta grave
dentro do estabelecimento prisional, de modo que desnecessária a realização do exame
criminológico.
III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer NÃO SEJA CONHECIDO e que seja


IMPROVIDO o recurso de agravo em execução, MANTENDO-SE, por conseguinte, a
decisão recorrida nos seus exatos termos.

Local..., 21 de outubro de 2015.

Advogado...
OAB...
22) Gabarito da peça: contrarrazões de recurso em sentido estrito

Enunciado

No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi flagrado vendendo razoável quantidade de
cocaína. Ao consultar os registros policiais, a autoridade policial verificou que não havia nenhum
procedimento policial ainda instaurado contra Roniquito. Não obstante isso, deu início à lavratura
do auto de prisão em flagrante pela prática do delito de tráfico ilícito de entorpecentes, previsto
no art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao tomar vista dos autos, o Ministério Público requereu a
conversão da prisão em flagrante em preventiva. O Magistrado proferiu decisão indeferindo o
pedido e concedeu a liberdade provisória a Roniquito. O Ministério Público foi intimado da
decisão no dia 04 de maio de 2016, quarta-feira, e apresentou recurso em sentido estrito perante
o juízo de primeira instância, acompanhado das respectivas razões, no dia 19 de maio de 2016
(quinta-feira), argumentando que: a) o crime de tráfico de drogas é insuscetível de liberdade
provisória, nos termos do art. 44 da Lei nº 11.343/2006; b) estão presentes os requisitos da prisão
preventiva, sobretudo a garantia da ordem pública, já que o crime de tráfico de drogas é grave,
pois fomenta a existência de um Estado paralelo e a prática de outros delitos. O Magistrado,
então, recebeu o recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público e intimou, no dia
09 de junho de 2016 (quinta-feira), você, advogado(a) de Roniquito, para apresentar a medida
cabível. Com base nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser
inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no
último dia do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. Considerando apenas as
informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, redija a peça jurídica cabível,
diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá
ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando-se que todos os dias de
segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA
COMARCA...

Autos nº...

RONIQUITO VIEIRA, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-


assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, oferecer CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com
base no art. 588 do Código de Processo Penal.
As presentes contrarrazões são tempestivas, já que oferecidas dentro do
prazo de 2 dias, previsto no artigo 588 do Código de Processo Penal. Nesse sentido, requer
sejam recebidas, mantendo-se a decisão recorrida em sede de juízo de retratação, previsto
no artigo 589 do Código de Processo Penal, com posterior remessa dos autos ao Tribunal
de Justiça do Estado...

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 13 de junho de 2016.

Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO....

RECORRENTE: Ministério Público


RECORRIDO: Roniquito Vieira
Autos nº...

CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


Egrégio Tribunal de Justiça do Estado...
Colenda Câmara Criminal

I) DOS FATOS
O recorrido foi preso em flagrante, acusado de ter praticado, em tese, o delito
de tráfico de drogas, previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/2006.
O Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em prisão
preventiva. O Magistrado proferiu decisão indeferindo o pedido e concedeu a liberdade
provisória.
Inconformado, o Ministério Público interpôs Recurso em Sentido Estrito. O
recurso foi recebido e a defesa intimada para apresentar a medida cabível.

II) DO DIREITO
A) DA INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

O Ministério Público foi intimado da decisão no dia 04 de maio de 2016, numa


quarta-feira, e apresentou Recurso em Sentido Estrito no dia 19 de maio de 2016. Todavia,
nos termos do art. 586 do Código de Processo Penal, o prazo para interpor o Recurso em
Sentido Estrito é de 05 dias.
Logo, considerando que entre a data da intimação da decisão e da
interposição do recurso passaram mais de 05 dias, já que o último dia do prazo seria 09 de
maio de 2016, conclui-se que o Recurso em Sentido Estrito é intempestivo.
B) DA INCONSTITUCIONALIDADE DA VEDAÇÃO DA CONCESSÃO DA LIBERDADE
PROVISÓRIA
O Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em prisão
preventiva, alegando que o crime de tráfico de drogas é insuscetível de liberdade provisória,
nos termos do art. 44 da Lei nº 11.343/2006. Todavia, conforme entendimento consolidado
pelo Supremo Tribunal Federal, a vedação da concessão de liberdade provisória afronta o
princípio da presunção da inocência, previsto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição
Federal/1988, segundo o qual a prisão cautelar é medida excepcional, já que ninguém pode
ser considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Além disso, viola o princípio do devido processo legal, previsto no art. 5º,
inciso LIV, da Constituição Federal/1988, já que, com a vedação prevista no art. 44 da Lei
nº 11.343/2006, retira do juiz a possibilidade de analisar a necessidade da prisão cautelar
ou soltura do flagrado.

C) DA GRAVIDADE EM ABSTRATO
O Ministério Público busca a prisão do recorrido, afirmando que estão
presentes os requisitos da prisão preventiva, sobretudo a garantia da ordem pública, já que
o crime de tráfico de drogas é grave, pois fomenta a existência de um Estado paralelo e a
prática de outros delitos.
Todavia, a opinião do julgador acerca da gravidade em abstrato do delito
não constitui motivação idônea e suficiente para embasar um decreto de prisão, sendo
necessária decisão fundamentada, apontando de forma concreta, um dos motivos
ensejadores da prisão preventiva, constantes no art. 312 do Código de Processo Penal,
bem como nos termos do art. 93, inciso IX, da Constituição Federal/1988 e art. 5º, inciso
LXI, da Constituição de Federal/1988.
Logo, considerando que não estão presentes os requisitos que autorizam
a preventiva, sobretudo porque o recorrido é primário, o recurso em sentido estrito deve ser
improvido.
III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer NÃO SEJA CONHECIDO e que seja IMPROVIDO


o recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público, MANTENDO-SE a decisão
recorrida nos seus exatos termos.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local..., 13 de junho de 2016.


Advogado...
OAB...

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