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MEMOREX OAB (Exame XL) – Rodada 02

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MEMOREX OAB (Exame XL) – Rodada 02

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Rodada 03 24/01/2024
Rodada 04 31/01/2024
Rodada 05 07/02/2024
Rodada 06 14/02/2024

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ÍNDICE

ÉTICA .................................................................................................... 4
FILOSOFIA DO DIREITO ....................................................................... 13
DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................. 17
DIREITOS HUMANOS ............................................................................ 27
DIREITO INTERNACIONAL .................................................................... 29
DIREITO TRIBUTÁRIO .......................................................................... 32
DIREITO ADMINISTRATIVO .................................................................. 38
DIREITO AMBIENTAL............................................................................ 46
DIREITO CIVIL..................................................................................... 50
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .......................................... 58
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ................................................... 61
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ................................................................ 64
DIREITO EMPRESARIAL ........................................................................ 77
DIREITO PENAL ................................................................................... 82
DIREITO PROCESSUAL PENAL ............................................................... 93
DIREITO DO TRABALHO .......................................................................104
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ..................................................113
DIREITO ELEITORAL............................................................................125
DIREITO FINANCEIRO .........................................................................127
DIREITO PREVIDENCIÁRIO .................................................................129

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ÉTICA

DICA 01

DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS

Fundamento legal: Artigo 15 a 17 do EAOAB.

Os advogados podem se reunir em f ormas de sociedades, sendo elas:

SOCIEDADES

SOCIEDADE
SIMPLES DE
PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DE
ADVOCACIA

SOCIEDADE
UNIPESSOAL DE
ADVOCACIA

A sociedade de advogados não se trata de sociedade empresária, sendo


disciplinadas pelo:

Estatuto da Código de Ética e Regulamento Geral da


Advocacia; disciplina da OAB; OAB.

DICA 02

REGISTRO DA SOCIEDADE

A sociedade adquire personalidade jurídica quando com seu respectivo registro;

O registro dos seus atos constitutivos deverá ser aprovado pelo conselho seccional,
onde f or sua sede.

Em caso de sociedade filial, o ato de registro constará arquivado junto ao conselho


seccional, onde estiver instalada.

Neste último caso, os sócios e o titular da sociedade, f icam obrigados à inscrição


suplementar.

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DICA 03

DA RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS


A responsabilidade, será subsidiária e ilimitada, pelos danos causados aos clientes,
sendo por ação ou omissão, por dolo ou culpa.

QUEM É
RESPONSÁVEL?

TITULAR DA
SOCIEDADE
INDIVIDUAL
SOCIEDADE SÓCIO

DICA 04

ADVOGADO E SOCIEDADE

O advogado poderá associar-se a uma ou mais sociedades de advogados ou sociedades


unipessoais de advocacia, sem que estejam presentes os requisitos legais de
vínculo empregatício, para prestação de serviços e participação nos resultados, na
f orma do Regulamento Geral e de Provimentos do Conselho Federal da OAB, segundo a
recentíssima Lei 14.365/22.

IMPORTANTE: A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia


deverão recolher seus tributos sobre a parcela da receita que ef etivamente lhes couber,
com a exclusão da receita que f or transf erida a outros advogados ou a sociedades que
atuem em f orma de parceria para o atendimento do cliente.
A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como sede,
f ilial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com outros escritórios
de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo previstas no
Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e no Código de Ética e
Disciplina.

DICA 05

PONTOS IMPORTANTES DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS

A Razão Social deve ter, obrigatoriamente, o nome de um advogado responsável


pela sociedade.

O Sócio Falecido, terá seu nome mantido na sociedade, desde que previsto em
contrato.

Para a Sociedade Unipessoal, será obrigatória a nomenclatura: “nome do titular” +


“Sociedade Individual de Advocacia”

IMPORTANTE: Segundo o Provimento 187/18 da OAB, as sociedades de advogados


não podem ter ref erência, em sua razão social, às siglas e expressões "sociedade civil" ou
"SC", "SS", "EPP", "ME” dentre outras.

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DICA 06

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - ART. 22 A 26 EAOAB


Valores recebidos pelo advogado aos serviços prestados, sendo, então, um direito do
advogado. Preceitua o Código de Processo Civil, artigo 85, §14, que o s honorários,
constituem natureza alimentar, vedada a compensação.
FIQUE ATENTO!

SÚMULA VINCULANTE 47

Os honorários advocatícios, por sua natureza alimentar, são considerados créditos


privilegiados para habilitação em processos de f alência e outros.

Com o advento da lei 14.365/22, cabe ao Conselho Federal da OAB dispor, analisar e
decidir sobre os honorários advocatícios dos serviços jurídicos realizados pelo advogado,
resguardado o sigilo, nos termos do Capítulo VI desta Lei, e observado o disposto no
inciso XXXV do caput do art. 5º da Constituição Federal.

DICA 07

ESPÉCIES DE HONORÁRIOS

Vejamos algumas espécies de honorários

Prestados entre Contrato poderá Contrato escrito é


HONORÁRIOS advogado e cliente ser escrito ou considerado
verbal TÍTULO EXECUTIVO
CONVENCIONADOS
EXTRAJUDICIAL

Fixados por meio Este, será por sua Será designado


HONORÁRIOS De SENTENÇA vez, designado na também, em caso
ARBITRADOS JUDICIAL. f alta do contrato de desentendimento

JUDICIALMENTE escrito. entre cliente e


advogado.

São os honorários Nas ações de Serão f ixados no


HONORÁRIOS devidos pela parte execução, a parte mínimo de 10% e
que perdeu o executada no máximo de
SUCUMBÊNCIA processo.
20% sobre o valor
da condenação

Aqueles pagos a um Contratado por Neste caso, o


HONORÁRIOS advogado sindical entidade sindical advogado presta
ASSISTENCIAIS assistência
jurídica ao
trabalhador da
categoria.

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ATENTE-SE: Recentemente, o STJ decidiu, no julgamento do HC 798426, que NÃO
COMETE CRIME o advogado que recebe honorários de f orma adiantada e não ingressa
com ação pactuada com o cliente.

DICA 08

HONORÁRIOS ASSISTENCIAIS
A Lei nº 13.725/2018 acrescentou o §6º e o §7º ao art. 22 do Estatuto da OAB,
passando a tratar dos honorários assistenciais, deixando evidente a possibilidade de
cumulação entre honorários assistenciais e honorários contratuais.

Os honorários assistenciais são aqueles f ixados em ações coletivas em f avor da


entidade de classe que atua em substituição processual.

Os honorários sucumbenciais não prejudicam os convencionais;

QUESTÃO EXAME DE ORDEM XXXIII, 2021.


A entidade de classe X, atuando em substituição processual, obteve, no âmbito de certo
processo coletivo, decisão f avorável aos membros da categoria. A advogada Cleide
patrocinou a demanda, tendo convencionado com a entidade, previamente, certo valor
em honorários. Ao f inal do f eito, f oram f ixados honorários sucumbenciais pelo juiz.
Sobre o caso apresentado, assinale a af irmativa correta.
b) Cleide terá direito aos honorários sucumbenciais, sem prejuízo dos honorários
convencionais.
Gabarito: Letra b.
Comentário: f undamento: Art. 22 §§ 6 e 7º do EAOAB.
Diante do caso em tela, os honorários podem ser sucumbenciais e assistenciais.
De início, destaca-se que a Lei nº 13.725/2018 acrescentou o §6º e o §7º ao art.
22 do Estatuto da OAB, passando a tratar dos honorários assistenciais, deixando
evidente a possibilidade de cumulação entre honorários assistenciais e honorários
contratuais.
Assim, o que seria os honorários assistenciais? São aqueles f ixados em ações
coletivas em f avor da entidade de classe que atua em substituição processual
Art. 22, § 6º, do Estatuto da OAB: O disposto neste artigo aplica-se aos honorários
assistenciais, compreendidos como os f ixados em ações coletivas propostas por
entidades de classe em substituição processual, sem prejuízo aos honorários
convencionais.
Art. 22, § 7º, do Estatuto da OAB: Os honorários convencionados com entidades
de classe para atuação em substituição processual poderão prever a f aculdade de
indicar os benef iciários que, ao optarem por adquirir os direitos, assumirão as
obrigações decorrentes do contrato originário a partir do momento em que este f oi
celebrado, sem a necessidade de mais f ormalidades.

DICA 09
FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS

Para a f ixação dos honorários advocatícios é preciso observar o princípio da moderação,


respeitando a tabela de honorários f ixada pelo Conselho Seccional.

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Fundamentado no art. 36, incisos, do Código de Ética e Disciplina - CED, seguindo os


seguintes requisitos:

Relevância, vulto, complexidade e dif iculdades dos assuntos tratados;

Trabalho e tempo empregados;

A abdicação do advogado em relação a outros clientes e terceiros devido a


exclusividade a determinado cliente;

Valor da causa, condição econômica do cliente e o proveito para este, resultando do


serviço prestado;

o caráter da intervenção, conf orme se trate de serviço a cliente eventual, f requente ou


constante;

o lugar da prestação dos serviços, conf orme se trate do domicílio do advogado ou de


outro;

a competência do prof issional;

a praxe do f oro sobre trabalhos análogos;


DICA 10

CLÁUSULA “QUOTA LITIS”


Forma de recebimento de honorários por meio da cláusula quota litis.

Os honorários são f ixados com base em parte da vantagem obtida pelo cliente na
demanda judicial;
Recebimento será, em regra, por pecúnia;

Poderá, excepcionalmente, o advogado ter participação nos bens do cliente, quando


este NÃO dispuser de condições pecuniárias para satisf azer o débito;
O acréscimo dos honorários por cláusula quota litis e honorários sucumbenciais, não
podem ser superiores às vantagens do cliente.

DICA 11

FORMAS DE PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS

O recebimento quando não ocorrer de maneira convencional (art. 24, caput e §1º,
EAOAB), poderá ser feito por meio de:

Cheque

Nota promissória

Cartão de Crédito

Fatura (Permitida por meio de contrato).

Ambas as f ormas poderão ter o seu protesto amigavelmente, o que não se aplica ao
cartão de crédito, por não ser possível protesto nesta f orma.

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Será vedado o pagamento por meio de:

Debêntures

Duplicata

Letra de câmbio

DICA 12
COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS E ANTECIPAÇÃO DAS CUSTAS E DESPESAS

De acordo com o Artigo 48, §§ 2º e 3º do Código de Ética e Disciplina - CED:

Compensação dos créditos, só será possível, através de contrato de prestação de


serviços ou com autorização especial do Cliente.

Poderá, por meio de contrato de prestação de serviços, contratação de servidores


auxiliares no processo, como exemplo, peritos particulares.

Para o caso de antecipação de despesas processuais, é necessário que haja previsão


contratual. As despesas deverão ser custeadas mediante comprovação documental.

DICA 13

DA ADVOCACIA “PRO BONO”

É a advocacia solidária, conceituada nos artigos 1º ao 30º do Código de Ética e


prestada pautada nos seguintes requisitos:

Gratuidade (de f orma não onerosa ao cliente);

Eventualidade (não contínuo);

Voluntariedade (espontâneo).

Prestada a pessoas naturais, sem recursos para contratação de advogado e instituições


sem fins econômicos conjuntamente com seus assistidos desprovidos de recursos para
contratação de advogado.
Sendo vedado seu exercício para fins políticos e eleitorais, ou para beneficiar
entidades com tais f ins; ou como uso para captação de clientela.

DICA 14

DA PRESCRIÇÃO E AÇÃO DE COBRANÇA

O direito de cobrança dos honorários advocatícios prescreve em 05 anos;

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A contagem se dá a partir:
do vencimento do contrato, se houver;

do trânsito em julgado da decisão;

de quando serviço extrajudicial, do último ato;


da desistência ou transação;

da renúncia ou revogação do mandato.

Prestação de contas do advogado ao cliente – prazo 05 anos.

Na falta desta, o advogado incorre em infração de suspensão.


DICA 15
OMISSÃO QUANTO À FORMA DE PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS

Diante da omissão quanto à f orma de pagamento em contrato de prestação de serviços


em honorários advocatícios, f ica estipulado por meio de lei, o pagamento da seguinte
f orma:

1/3 devido no início da prestação;

1/3 até decisão de 1ª instância;

1/3 no final do processo.

QUESTÃO OAB.
Eduardo contrata o advogado Marcelo para propor ação condenatória de obrigação de
f azer em f ace de João. São convencionados honorários contratuais, porém o contrato de
honorários advocatícios é omisso quanto à f orma de pagamento. Proposta a ação,
Marcelo cobra de Eduardo o pagamento de metade dos honorários acordados.
De acordo com o Estatuto da OAB, assinale a af irmativa correta.
a) Marcelo pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a f orma de pagamento, metade dos honorários é devida no início do
serviço e metade é devida no f inal.
b) Marcelo pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a f orma de pagamento, os honorários são devidos integralmente
desde o início do serviço.
c) Marcelo não pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a f orma de pagamento, os honorários somente são devidos após a
decisão de primeira instância.
d) Marcelo não pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a f orma de pagamento, apenas um terço é devido no início do
serviço.
Gabarito: Alternativa d.
Comentário: A resposta da questão, em sua letra “D”, está f undamentada em seu
Artigo 22, §3º do EAOAB, que traz a forma de pagamento de honorários
advocatícios, quando não estipulados pelo contrato.
Sendo assim, Marcelo, como advogado não poderá cobrar metade dos honorários
na propositura da ação; ele deverá cobrar apenas 1/3 no início do serviço.

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DICA 16

ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do advogado, os honorários serão
recebidos por seus sucessores.

O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários


sem a intervenção do advogado substabelecido.

Fica permitida a dedução de honorários advocatícios contratuais dos valores acrescidos, a


título de juros de mora, ao montante repassado aos Estados e aos Municípios na f orma de
precatórios, como complementação de f undos constitucionais.

Caso o advogado cobre injustif icadamente acima do valor da tabela:


Locupletarão indevida – pena: suspensão

Se o advogado cobrar, abaixo da tabela com f requência:


Aviltamento de honorários – pena: censura.

DICA 17

SUBSTABELECIMENTO

COM reservas de poderes: NÃO poderá ser cobrado sem a interf erência daquele que
substabeleceu.

SEM reservas de poderes: Haverá a transf erência def initiva dos poderes, sendo
assim, dispensa a consulta ao primeiro advogado.

QUESTÃO OAB.
Gabriel, advogado, exerce o patrocínio de Bruno em certo processo administrativo.
Todavia, f oi necessário o substabelecimento do mandato a Henrique.
Considerando a hipótese apresentada, assinale a af irmativa correta.
a) O substabelecimento do mandato com reserva de poderes a Henrique exigirá
inequívoco conhecimento de Bruno.
b) Diante de substabelecimento com reserva de poderes, Henrique deverá ajustar
antecipadamente os seus honorários com Bruno.
c) Caso Bruno não aceite a atuação de Henrique, por pref erir o trabalho de outro
advogado, Gabriel deverá privilegiar a atuação do outro prof issional com ele no
processo.
d) Diante de substabelecimento com reserva de poderes a Henrique, este não poderá
cobrar honorários sem a intervenção de Gabriel.
Gabarito: Letra “d”.
Comentário: Art. 26 do EAOAB. A questão exigia conhecimento do candidato a
respeito do substabelecimento com e sem reservas de poderes.
No caso, Gabriel para substabelecer não precisava da concordância do seu cliente, e;
Conf erindo poderes com reserva a Henrique, NÃO PERMITE, que o mesmo cobre os
honorários sem interf erência, conhecimento e intervenção de Gabriel.

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DICA 18

DO ADVOGADO EMPREGADO
O advogado empregado, na sua relação de emprego, não sofrerá em sua isenção técnica
e nem em sua independência prof issional. Fundamento legal: Art. 18 a 21 EAOAB; Art. 11
14 RGEAOAB; Art. 4º CED.
IMPORTANTE (Lei 14.365/22):As atividades do advogado empregado poderão ser
realizadas, a critério do empregador, em qualquer um dos seguintes regimes:

Exclusivamente Presencial: modalidade na qual o advogado empregado, desde o


início da contratação, realizará o trabalho nas dependências ou locais indicados pelo
empregador;

Não Presencial, Teletrabalho ou Trabalho a Distância : modalidade na qual, desde


o início da contratação, o trabalho será preponderantemente realizado f ora das
dependências do empregador, observado que o comparecimento nas dependências de
f orma não permanente, variável ou para participação em reuniões ou em eventos
presenciais não descaracterizará o regime não presencial;

MISTO: modalidade na qual as atividades do advogado poderão ser presenciais, no


estabelecimento do contratante ou onde este indicar, ou não presenciais, conf orme as
condições def inidas pelo empregador em seu regulamento empresarial,
independentemente de preponderância ou não.”

Ele não f ica obrigado às prestações de serviços prof issionais de interesse pessoal do seu
empregador.

IMPORTANTE!! Questão de prova:

Art. 4º do CED: o advogado empregado, deve zelar pela sua liberdade e


independência.

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FILOSOFIA DO DIREITO

DICA 19

TEORIA DE PLATÃO

Platão era discípulo de Sócrates, Platão f oi um importante filósofo grego, prof essor
do também f ilósof o Aristóteles e f oi autor de muitas obras, sendo a mais conhecida “A
República”. Vale a pena ressaltar que Platão viveu em um período sócio -político muito
intenso na Grécia: Entre o período da democracia ateniense e logo após, a chamada
Tirania dos 30, onde Atenas f oi dominada por Esparta, dando começo à decadência da
Grécia Antiga.
O f alecimento de Sócrates marcou Platão, pois quando Sócrates morreu ele procurou f icar
longe de Atenas, haja vista que nunca concordou com a condenação de seu prof essor.
Platão vem de uma f amília rica, ao contrário de Sócrates. Outro ponto importante da
perspectiva do Platão era que a cidade deveria ser governada pelos chamados “reis
f ilósof os”, dando assim à política um certo elitismo.

Ideia central do f ilósof o Platão:


A justiça não pode prejudicar ninguém, logo, a justiça não pode ser imperfeita.

DICA 20

ANÁLISE DE “A REPÚBLICA” – PLATÃO

A República é uma interessantíssima obra de Platão, no qual segue -se um dialogo/ debate
entre importantes f iguras, dentre elas Sócrates, no qual baseia-se a preocupação em
criar uma f órmula de administração perfeita da pólis (cidade). É possível nesta obra
notar uma f orte preocupação com a possibilidade da instalação estado anárquico na pólis.
Lembrando que a Grécia desta época era bastante aristocrática.

IMPORTANTE: É neste livro que vemos o f amoso mito da caverna, também chamado
de alegoria da caverna.

No diálogo, Sócrates comenta para Glauco a seguinte situação: Pense em uma caverna,
onde prisioneiros vivessem desde a mais tenra inf ância. Todos vivem lá com as mãos
amarradas em uma parede, e deste local eles podem olhar somente as sombras que são
projetadas na parede situada à f rente.

As sombras são f ormadas pela f ogueira e indivíduos passam perto da f ogueira, f azendo
assim gestos e passando com objetos, f ormando sombras que, de f orma distorcida, são
todo o conhecimento que os prisioneiros tinham do mundo externo. Mas um dos
prisioneiros f oi liberto e ao caminhar pela caverna, olha que na verdade são pessoas e
uma f ogueira projetando as sombras. Ao sair da caverna, ele vê o mundo externo e a luz
do sol of usca a seus olhos, porém aos poucos, ele acostuma -se com a luz e com o mundo
de verdade f ora da caverna.

O prisioneiro liberto pode f azer duas coisas: Voltar para a caverna e libertar os seus
companheiros de prisão ou viver a sua liberdade . Caso escolhe a primeira opção,
poderia sof rer os ataques de seus companheiros, que o julgariam como louco.

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DICA 21

ARISTÓTELES - UM FOCO EM ÉTICA A NICÔMACO


Aristóteles f oi um f ilósof o grego que inf luenciou f ortemente o pensamento ocidental. Ele
também era aluno de Platão. Na visão do f ilósof o grego Aristóteles, a ética é a ciência que
possui a f inalidade de determinar o que é uma boa conduta humana . Na visão aristotélica
tudo que cumpre a sua função é bom. Além disto, dizia Aristóteles que a f inalidade da
vida humana é a f elicidade.

Felicidade ≠ Prazeres momentâneos: Felicidade é um estado contínuo, dif erentes


dos prazeres momentâneos, que vem e depois vão embora. Aristóteles cria que a
f elicidade na verdade é o conhecimento. Logo, para Aristóteles, alguém não detentor do
direito não poderia ser considerado como pessoa, de f ato, f eliz. Aristóteles também af irma
que o homem é um animal dotado de “logos” e também de paixões e inclinações. A Ética
aristotélica prega que a f elicidade é um bem comum, que deve ser o objetivo de todo ser
humano.

LOGOS = RAZÃO

Dica de ouro: O juiz, para a teoria aristotélica, é o mediador de todo o processo de


aplicação da justiça corretiva. Já sobre sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles traz dois
termos bem típicos de seus ensinamentos: Justiça Corretiva e Justiça Distributiva.

JUSTIÇA DISTRIBUTIVA JUSTIÇA CORRETIVA

“A cada um segundo os seus méritos” Tem por objetivo corrigir a situação de


injustiça

Igualdade proporcional Igualdade absoluta

Veja como a banca já cobrou este assunto:

QUESTÃO OAB.
Temos, pois, def inido o justo e o injusto. Após distingui-los assim um do outro, é
evidente que a ação justa é intermediária entre o agir injustamente e o ser vítima da
injustiça; pois um deles é ter demais e o outro é ter demasiado pouco. (ARISTÓTELES.
Ética a Nicômaco. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.)
Em seu livro Ética a Nicômaco, Aristóteles apresenta a justiça como uma virtude e a
dif erencia daquilo que é injusto.
Assinale a opção que def ine aquilo que, nos termos do livro citado, deve ser entendido
como justiça enquanto virtude.
Uma espécie de meio-termo, porém não no mesmo sentido que as outras virtudes, e
sim porque se relaciona com uma quantia intermediária, enquanto a injustiça se
relaciona com os extremos.
Uma maneira de proteger aquilo que é o mais conveniente para o mais f orte, uma vez
que a justiça como produto do governo dos homens expressa sempre as f orças que
conseguem f azer valer seus próprios interesses.

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O cumprimento dos pactos que decorrem da vida em sociedade, seja da lei como pacto
que vincula todos os cidadãos da cidade, seja dos contratos que f uncionam como pactos
celebrados entre particulares e vinculam as partes contratantes.
Um imperativo categórico que def ine um modelo de ação moralmente desejável para
toda e qualquer pessoa e se expressa da seguinte maneira: “Age como se a máxima de
tua ação devesse tornar-se, por meio da tua vontade, uma lei universal”.
Gabarito: Letra a.

DICA 22

TOMÁS DE AQUINO

A f ilosof ia de Santo Tomás de Aquino (1225-1274) tem base com os Sagrados


Escritos e o pensamento aristotélico. Alguns textos escritos por ele são: Suma contra
os gentios, Suma teológica, Sobre o ser e a essência, sobre o governo dos príncipes entre
outros. Tomás de Aquino def endia a capacidade do homem de criar as leis. Tomás de
Aquino apresenta uma hierarquia da legislação distribuída em 3 níveis:

Lei Divina;

Lei Natural;

Lei Humana.

LEI DIVINA LEI NATURAL LEI HUMANA

É a própria razão de Deus, É uma decorrência da Lei É a criada pelo ser


que governa toda a criação, Eterna e possível de ser humano para a
sendo em boa medida compreendida pelo homem, regulação de sua vida na
desconhecida pelos homens. pois o homem, como racional, comunidade política ou
Estado em questão.
Esta lei também é chamada participa da criação e
de Lei Eterna. consegue reconhecer a ordem
da lei eterna.

DICA 23

PENSAMENTO JURÍDICO OCIDENTAL - THOMAS HOBBES

A sua obra mais f amosa é o Leviatã, na qual ele defendia o modelo absolutista,
Hobbes (1588-1679) é o def ensor teórico do poder soberano. Para Hobbes, é necessário
que se pactue um contrato social, quando a sociedade delega a um Estado rígido e
centralizado, com um governante totalitário, o f amoso Leviatã. As ideias de Hobbes são
alinhadas ao período em que ele viveu, onde a monarquia inglesa estava f raca e ameaça,
à beira de uma possível guerra civil.

Resumindo: As pessoas neste contrato abrem mão de sua liberdade em troca de de


obedecer à uma autoridade. É dele a f amosa f rase: "O homem é lobo do homem"
(Estado de natureza).

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DICA BÔNUS

PENSAMENTO JURÍDICO OCIDENTAL - JOHN LOCKE

Locke (1632-1704) teve como cenário social e político a Revolução Gloriosa (1688),
que estabeleceu o Parlamento na Inglaterra. Sua linha de pensamento passa pela
interconexão entre soberania e povo, aspecto que o distancia de Hobbes. Hobbes um
absolutista e f avorável à monarquia, já Locke um liberal democrata. Locke, então, era
um representante das ideias liberais e parlamentaristas, ao contrário de Hobbes, que era
um def ensor do absolutismo. A obra mais conhecida de Locke f oi Segundo Tratado sobre o
Governo Civil. Lembrando que a Revolução Gloriosa pôs f im aos conf litos entre católicos e
protestantes na Inglaterra.

MNEMÔNICO: LOCKE = LIBERALISMO

IMPORTANTE: As ideias de Locke deram base a dois pensadores f ranceses do


período pré revolução f rancesa: Montesquieu e Rousseau. Trataremos deles em dicas
posteriores.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 24

PODER CONSTITUINTE DIFUSO - MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL

Poder constituinte difuso é o poder de f ato que atua na etapa da mutação


constitucional, meio inf ormal de alteração da Constituição.

Na mutação constitucional ocorre a alteração do conteúdo, do alcance e do sentido


das normas constitucionais, mas de modo inf ormal, sem qualquer modif icação na
literalidade do texto da Constituição.

É chamado de difuso porque não vem formalizado (positivado) no texto das


Constituições. É um poder de f ato porque nascido do f ato social, político e econômico. É
meio inf ormal porque se manif esta por intermédio das mutações constitucionais,
modif icando o sentido das Constituições, mas sem nenhuma alteração do seu texto
expresso.

QUESTÃO, OAB.

Parlamentar brasileiro, em viagem of icial, visita o Tribunal Constitucional Federal da


Alemanha, recebendo numerosas inf ormações acerca do seu f uncionamento e de sua
área de atuação. Uma, todavia, chamou especialmente sua atenção: a ref erida Corte
Constitucional reconhecia a possibilidade de alteração da Constituição material - ou
seja, de suas normas - sem qualquer mudança no texto f ormal. Surpreendido com essa
possibilidade, procura sua assessoria jurídica a f im de saber se o Supremo Tribunal
Federal f azia uso de técnica semelhante no âmbito da ordem jurídica brasileira. A partir
da hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a inf ormação dada pela
assessoria jurídica.

a) Não. O Supremo Tribunal Federal somente pode reconhecer nova norma no sistema
jurídico constitucional a partir de emenda à constituição produzida pelo poder
constituinte derivado ref ormador.

b) Sim. O Supremo Tribunal Federal, reconhecendo o f enômeno da mutação


constitucional, pode atribuir ao texto inalterado uma nova interpretação, que expressa,
assim, uma nova norma.

c) Não. O surgimento de novas normas constitucionais somente pode ser admitido por
intermédio das vias f ormais de alteração, todas expressamente previstas no próprio
texto da Constituição.

d) Sim. O sistema jurídico-constitucional brasileiro, seguindo linhas interpretativas


contemporâneas, admite, como regra, a interpretação da Constituição
independentemente de limites semânticos concedidos pelo texto.

Gabarito: Letra b.

Comentário: Na mutação constitucional ocorre a alteração do conteúdo, do alcance e


do sentido das normas constitucionais, mas de modo inf ormal, sem qualquer
modificação na literalidade do texto da Constituição.

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DICA 25

NORMAS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E LIMITADA

Vejamos essa tabela sobre esse assunto:

Eficácia Plena: Possui todos os elementos para a produção de ef eitos jurídicos diretos
e imediatos, ex. art. 1º, 44 e 46, CF. Ef icácia: 100%

EFICÁCIA PLENA = DIRETA + IMEDIATA + INTEGRAL

Eficácia Contida: Possui todos os elementos, mas seu âmbito de ef icácia é


restringido/contido pelo legislador ordinário, ex. art. 37, I, CF. Ef icácia: 100% - lei

EFICÁCIA CONTIDA = DIRETA + IMEDIATA + NÃO INTEGRAL

Eficácia Limitada: Não possui todos os elementos. Necessita da atuação do legislador


ordinário para que produza seus ef eitos e aumentar seu âmbito de ef icácia. Ef icácia: % +
lei = 100%

EFICÁCIA LIMITADA = INDIRETA + MEDIATA + REDUZIDA + DIFERIDA

Veja como esse assunto pode ser cobrado em prova:

QUESTÃO OAB.
Edinaldo, estudante de Direito, realizou intensas ref lexões a respeito da ef icácia e da
aplicabilidade do Art. 14, § 4º, da Constituição da República, segundo o qual “os
inalistáveis e os analf abetos são inelegíveis”.
A respeito da norma obtida a partir desse comando, à luz da sistemática constitucional,
assinale a af irmativa correta.
a) Ela veicula programa a ser implementado pelos cidadãos, sem interf erência estatal,
visando à realização de f ins sociais e políticos.
b) Ela tem ef icácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral, pois, desde que a
CRFB/88 entrou em vigor, já está apta a produzir todos os seus ef eitos.
c) Ela apresenta contornos programáticos, dependendo sempre de regulamentação
inf raconstitucional para alcançar plenamente sua ef icácia.
d) Ela tem aplicabilidade indireta e imediata, não integral, produzindo ef eitos restritos e
limitados em normas inf raconstitucionais quando da promulgação da Constituição da
República.
Gabarito: Letra b.
Comentário: O art. 14, § 4º, da CF (“os inalistáveis e os analf abetos são inelegíveis”) é
uma norma de ef icácia plena, uma vez que possui aplicabilidade direta, imediata e
integral.

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DICA 26

NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA

As normas de ef icácia limitada se subdividem em:

Normas de princípio programático: Direcionam a atuação do Estado instituindo


programas de governo.

São normas que estabelece os princípios e diretrizes que serão cumpridos pelo Estado
observando seus f ins sociais, estabelecendo programas de ação f utura.

Vinculam programas de governo, sendo dirigidas aos próprios governantes.

STF: normas programáticas, sobretudo de temas relacionados à saúde e educação,


possuem aplicabilidade direta e imediata, à luz da teoria do mínimo existencial atrelado
à dignidade da pessoa humana.

Normas de princípio institutivo: Ordenam ao legislador a organização ou


instituição de órgãos, instituições ou regulamentos.

DICA 27
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Entendidos como cláusulas pétreas, os direitos e garantias fundamentais são o rol
de princípios absolutos e relativos positivados para assegurar aos seres humanos o
estatuto de indivíduos de direito. No ordenamento jurídico brasileiro, estão previstos na
Constituição Federal e são inerentes à pessoa humana

Com o primeiro grande marco histórico sobre direitos f undamentais, que f oi a Revolução
Francesa, a Constituição Federal de 1988, desse modo, ref letiu o que f ora estabelecido na
Carta de Direitos Humanos de 1948. E trouxe um rol de direitos e garantias considerados
f undamentais para a manutenção do ordenamento jurídico. Os direitos e garantias
f undamentais, portanto, são entendidos como este conjunto de preceitos conquistados
com o avanço das sociedades jurídicas e hoje positivados. Portanto, pode-se dizer que os
direitos fundamentais decorrem de uma construção histórica.

ATENÇÃO!

Os Direitos e Garantias Fundamentais são:


Irrenunciáveis: Ninguém pode recusá-los, na medida em que são inerentes –
também são inalienáveis e invioláveis. Isto é, não podem ser vendidos, trocados,
disponibilizados ou violados, sob o risco de punição do Estado.
Imprescritíveis: Não são atingidos pela prescrição e podem ser exigidos a
qualquer tempo. Do mesmo modo são universais, uma vez que aplicados
indistintamente a todos os indivíduos.

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DICA 29

DIREITO À VIDA
O direito à vida compreende a extrauterina e a intrauterina.
Nota-se que nem o direito à vida é absoluto. No Brasil, em caso de guerra declarada,
admite-se a pena de morte.

O aborto, por sua vez, é permitido em casos excepcionais, vejamos:


Aborto terapêutico ou necessário: ocorre quando o médico interrompe a gravidez
quando não há outra f orma de salvar a vida da gestante.
Aborto sentimental ou humanitário: é a interrupção da gravidez praticada por
médico nos casos de estupro, desde que haja autorização da gestante ou de seu
representante legal quando a gestante dor menor de 18 anos.
Aborto eugenésico ou eugênico: É aquele realizado para evitar o nascimento de
uma criança com grave def ormidade genética.

DICA 29
PRINCÍPIO DA IGUALDADE

A CF/88 preconiza que todos são iguais perante a lei (caput), bem como homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações (inciso I).

A igualdade tem dupla acepção, material e f ormal:

Material: trata-se da igualdade de f ato. É o tratar igualmente os iguais e os desiguais


de f orma desigual, na medida de sua desigualdade. É aqui que se encontra o f undamento
para as ações af irmativas;

Formal: é a igualdade perante a lei. É dizer, todos os seres humanos são tratados de
igual f orma, sem levar em consideração suas especif icidades.

DICA 30

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Segundo o inciso II, do artigo 5º, da CF/88, ninguém será obrigado a f azer ou deixar de
f azer alguma coisa senão em virtude de lei.

A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.

Por não existir direito f undamental absoluto, a legalidade pode ser af astada nos casos de
legalidade extraordinária, quais sejam, estado de sítio (artigo 137, CF/88) e estado de
def esa (artigo 136, CF/88).

O princípio da legalidade tem duas acepções: uma diz respeito ao Particular e a


outra à Administração. O primeiro é permitido f azer tudo aquilo que a lei não proíbe. Já
o segundo pode f azer somente o que a lei permite.

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DICA 31

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O princípio da reserva legal impõe a necessidade de que determinadas matérias sejam
disciplinadas por lei formal, ou seja, aquelas espécies normativas encontradas no artigo
59, da Constituição Federal. O princípio da legalidade, por sua vez, traduz a
necessidade de obediência à lei em sentido amplo.

A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da Constituição Federal,
decreto autônomo (artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais,
as resoluções do Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.

A reserva legal pode ser classif icada em:

Absoluta: a norma constitucional necessita de lei f ormal para sua regulamentação.

Relativa: em que pese a necessidade de lei f ormal, é possível a edição de espécies


inf ralegais para regulamentação da norma constitucional.
O Princípio da Irretroatividade das Leis preconiza que a lei penal não retroagirá, exceto
em benef ício do réu.

DICA 32

LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE CONSCIÊNCIA E DE


EXPRESSÃO (INCS. IV, V e IX)

Segundo o inciso IV, do artigo 5º, é livre a manif estação do pensamento, sendo vedado
o anonimato.

A vedação do anonimato garante a responsabilização de quem causou danos a


terceiros ao exercer a livre manif estação do pensamento.

A livre manif estação de pensamento não é absoluta, sendo proibido qualquer discurso
de ódio, inclusive a incitação ao racismo.

DICA 33

DIREITO DE RESPOSTA

É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem.

Esquematizando:
Aplica-se a pessoas físicas e pessoas
jurídicas.

DIREITO DE É proporcional ao agravo.


RESPOSTA

Pode ser acumulado com indenização por


dano material, moral ou à imagem.

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DICA 34

ESCUSA DE CONSCIÊNCIA
O artigo 5º, em seu inciso VIII garante que ninguém terá cerceado seus direitos por
motivo de crença religiosa, de convicção f ilosóf ica ou política.

Trata-se de garantia ao direito de liberdade assegurado pela CF/88.

Contudo, caso o indivíduo se exima de obrigação legal a todos impostas e recusar -se a
cumprir prestação alternativa f ixada em lei, haverá restrição de seus direitos.

DICA 35

INVIOLABILIDADE DA CASA

Segundo o inciso XI, do artigo 5º, a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial.
Da leitura do dispositivo extraímos que nos casos de f lagrante delito, desastre e para
prestar socorro, o agente pode entrar em qualquer horário na residência. Já quando se
tratar de determinação judicial, o agente somente poderá entrar na residência durante o
dia.

Entende-se como “casa”:

Qualquer compartimento habitado;

Qualquer aposento ocupado de habitação coletiva;

Qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce prof issão
ou atividade pessoal.

SISTEMATIZANDO

REGRA:
A casa é inviolável;

EXCEÇÃO:
Consentimento do morador;
Flagrante delito;
Desastre;
Prestar socorro;
Determinação Judicial.

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JURISPRUDÊNCIA

O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de


f lagrante delito, para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa
causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da residência. A mera intuição
acerca de eventual traf icância praticada pelo agente, embora pudesse autorizar
abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa
causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o seu consentimento e sem
determinação judicial. STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, Rel. Min. Rogério Schietti
Cruz, julgado em 20/4/2017 (Inf o 606).

DICA 36

LIBERDADE PROFISSIONAL

Segundo o inciso XIII, do art. 5º, é livre o exercício de qualquer trabalho, of ício ou
prof issão, atendidas as qualif icações prof issionais que a lei estabelecer .

É inconstitucional a previsão de cancelamento automático de registro em conselho


prof issional por inadimplência da anuidade. Antes, em acatamento ao princípio do
processo legal, deve haver a oitiva do associado.

A inexistência de lei regulamentadora não impede o exercício da prof issão.

ATENÇÃO!

Bacharel em Direito que exerce o cargo de assessor de desembargador NÃO pode


exercer a advocacia.

DICA 37

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Liberdade de reunião: art. 5º, inciso XVI.:

XVI - todos podem reunir-se pacif icamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente

Ao analisar esse direito f undamental, extrai-se os seguintes requisitos:

Reunião pacíf ica;

Sem armas;

Em locais abertos ao público – o que não veda a realização de reuniões em


espaços privados;

Independentemente de autorização;

Não f rustrem outra reunião marcada anteriormente para o mesmo local;

Exige-se prévio aviso.


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JURISPRUDÊNCIA

O PRÉVIO AVISO, segundo a jurisprudência do STF, não exige uma comunicação


f ormal, pois “eventual ausência de prévio aviso para o exercício do direito de reunião
não transforma a manif estação em ato ilícito e que o Poder Público pode
legitimamente impedir o bloqueio integral de via pública para assegurar o direito de
locomoção de todos” (Notícias STF de 19.12.2018).

Como os demais direitos f undamentais, o direito de reunião não é absoluto e pode ser
restringido na vigência de estado de def esa (art. 136, § 1.o, I, “a”) e de estado de sítio
(art. 139, IV).

FIQUE ATENTO!!

JURISPRUDÊNCIA

Sobre o requisito do AVISO, o STF, por meio do Recurso Especial n° 806339/SE,


cujo Relator f oi o Ministro Marco Aurélio, já entendeu que para que o aviso seja
cumprido não há nenhum tipo de f orma pré-estabelecida, bastando apenas que chegue
o conhecimento da reunião ao Poder Público. A saber: “A exigência constitucional de
aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de
informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de
forma pacífica ou para que não f rustre outra reunião no mesmo local”. STF. Plenário.
RE 806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin,
julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 855) (Inf o 1003).

DICA 38

DIREITO DE PETIÇÃO E DIREITO À OBTENÇÃO DE CERTIDÕES

Segundo dispõe o artigo 5º, inciso XXXIV, a todos (brasileiros, estrangeiros ou pessoas
jurídicas) são assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder;

A obtenção de certidões em repartições públicas, para def esa de direitos e


esclarecimentos de situações de interesse pessoal.

ATENÇÃO!

Direito de petição: def esa de direitos e def esa contra ilegalidade ou abuso de poder;

Direito à obtenção de certidões: def esa de direitos e o esclarecimento de situações


de interesse pessoal.

Diante da negativa da obtenção de certidão o remédio constitucional adequado para


combater a lesão é o mandado de segurança, e não o habeas data.

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DICA 39
TRIBUNAL DO JÚRI (INCISO XXXVIII, DO ARTIGO 5º)

Segundo o inciso em estudo, são princípios assegurado do tribunal do júri:


Plenitude de def esa;
Sigilo das votações;
Soberania dos veredictos;
Competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
A competência do tribunal do júri para julgamento dos crimes dolosos contra a vida pode
ser ampliada pelo legislador ordinário.

Dá-se o nome de latrocínio ao crime de roubo qualificado pela morte da vítima.


Em que pese haver a morte da vítima, em realidade trata-se de crime contra o
patrimônio e não contra a vida.

ATENÇÃO!
Quando o agente que cometer o crime doloso contra a vida detiver foro especial por
prerrogativa de função previsto na Constituição Federal, a competência não será do
tribunal do júri.

DICA BÔNUS
EXTRADIÇÃO
Nenhum brasileiro será extraditado (vedação absoluta), salvo o naturalizado nos
seguintes casos:

Crime comum, cometido antes da naturalização;


Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de drogas;

Não será concedida a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

O brasileiro nato que vier a perder a nacionalidade brasileira pela aquisição


voluntária de outra nacionalidade, estará sujeito à extradição.
DICA BÔNUS
CRIMES INAFIANÇÁVEIS E CRIMES IMPRESCRITÍVEIS
Na CF/88 existem “mandados de criminalização” onde o constituinte determina que o
legislador criminalize alguma conduta ensejadora de violação a algum bem jurídico.

Podemos encontrar mandados de criminalização nos seguintes incisos:

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível;


XLIII – a lei considerará crimes inaf iançáveis e insuscetíveis de graça, anistia e indulto
a prática da tortura, o tráf ico ilícito de entorpecentes e drogas af ins, o terrorismo e os
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evita-los, se omitirem.
XLIV – constitui crime inaf iançável e imprescritível a ação de grupos armado civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o estado democrático.

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Memorize:

CRIMES
CRIMES
INAFIANÇÁVEIS E
INAFIANÇÁVEIS E
INSUSCETÍVEIS DE
IMPRESCRITÍVEIS:
GRAÇA E ANISTIA:

RACISMO; Tortura;

Tráfico ilícito de
entorpecentes e
Ação de grupos drogas afins;
armado civis ou
militares, contra a
ordem constitucional e Terrorismo;
o estado democrático.

Crimes
hediondos.

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DIREITOS HUMANOS

DICA 40

AS TRÊS VERTENTES DE PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

Direitos Humanos Stricto Sensu: Relacionada com a conclusão de tratados pelos


Estados para a proteção dos direitos humanos como hipóteses de violação,
mecanismos de controle e sanções, podem ser responsabilizados por denúncia de outros
Estados ou pro reclamações de indivíduos quando violados direitos.

Direito Humanitário: busca regular condições de paz e segurança às pessoas


envolvidas em conf litos armados.

Direito dos Refugiados: busca proteger a situação específ ica das pessoas que
abandonam seu país por sof rer discriminação ou limitação de liberdade de expressão ou
opinião política.
DICA 41

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU)

Organizações das Nações Unidas (ONU): É o marco institucional, f oi estabelecida em


1945 e assumiu o desaf io de reorganizar o mundo pós-Segunda Guerra Mundial.

A proteção dos direitos humanos está entre os propósitos e princípios da ONU. Seus
propósitos estão previstos no art.1º da Carta da ONU. Com a cooperação entre os
Estados, a ONU está buscando f ortalecer a amizade entre as Nações e evitar novos
conf litos.

Princípios previstos no art. 2º da Carta:

Igualdade de todos os seus membros;

boa-f é; paz, segurança e justiça internacionais;

assistência;

concordância implícita e autonomia ou não intervenção nos assuntos internos dos


Estados.

As instituições nacionais de direitos humanos devem atender a cinco características:

MNEMÔNICO: CACAL

Capacidade de se relacionar com instituições regionais e internacionais;

Autonomia para monitorar qualquer violação de Direitos humanos;

Competência para atuar em temas jurídicos;

Autoridade para assessorar o Executivo, o Legislativo e qualquer outra instância sobre


temas relacionados aos Direitos Humanos;

Legitimidade para educar e inf ormar sobre direitos humanos.

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DICA 42

INSTRUMENTOS NORMATIVOS DO SISTEMA GLOBAL

No sistema global coordenado pela ONU, temos instrumentos normativos gerais e


específ icos:

Instrumentos normativos gerais: Declaração Universal dos Direitos do Homem


(DUDH) + Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos + Pacto Internacional dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.

Instrumentos específicos: Convenções Internacionais f undamentalmente voltadas à


prevenção da discriminação ou à proteção de pessoas ou grupos particularmente
vulneráveis.

DICA 43

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS (DUDH)

Com o estabelecimento da ONU, f oram criados o Conselho Social e Econômico que


apresentou a declaração universal, como marco histórico de proteção universal de
direitos humanos.

É essencial para a universalização da proteção ao ser humano, proteção esta que decorre
da condição humana.

Não possui natureza de tratado e, portanto, nem o Brasil e nem os demais Estados
precisam ratif icar tal Declaração, mas possui conteúdo jurídico.
A DUDH apresenta direitos de liberdade (art. 1º ao 21º) e de igualdade (art. 22º ao 30º),
possuindo o mesmo valor hierárquico.

Contida no 2º parágraf o do preâmbulo da DUDH, a expressão “ultrajam a consciência


da humanidade” surgiu do já estudado Tribunal de Nuremberg e também baseia o
conceito dos crimes internacionais de competência do Tribunal Internacional Penal e dos
chamados crimes “jus cogens”.
ATENÇÃO: A DUDH não é um tratado! Ela f oi aprovada sob o f ormato de resolução.

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DIREITO INTERNACIONAL

DICA 44

DIFERENCIAÇÃO ENTRE NATOS E NATURALIZADOS

Em regra, não existe dif erença entre natos e naturalizados, mas a Constituição
apresentou algumas hipóteses taxativas, no art. 12 § 2º e 3º:

CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIROS NATOS:

MP3.COM
Ministro do Supremo Tribunal Federal;

Presidente e Vice Presidente da República;


“P3” = 3 P’s Presidente da Câmara dos Deputados;

Presidente do Senado Federal;

Carreira diplomática;

Of icial das Forças Armadas;

Ministro de Estado da Def esa.

O Brasileiro NATURALIZADO não poderá:

não poderá ser Presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pois este
órgão será presidido pelo Presidente do STF, conf orme art.103-B, da CF.

não poderá ser Presidente ou Vice Presidente do Tribunal Superior Eleitoral


(TSE), tendo em vista que os mesmos são eleitos dentre os Ministros do STF, conf orme
parágraf o único, do art.119 da CF.

não poderá ser Conselheiro da República, sendo cargo reservado para brasileiros
natos com mais de 35 anos de acordo com o art. 89 da CF.

O brasileiro naturalizado pode perder a nacionalidade por sentença judicial. Já


o brasileiro nato somente se adquirir outra nacionalidade (art. 12, § 4º).

O brasileiro nato não é extraditado, o naturalizado pode ser em caso de tráf ico ilícito de
entorpecentes ou crimes comuns antes da naturalização (art. 5º, LI).
Somente brasileiros natos e naturalizados a mais de dez anos de naturalização podem
ser proprietários de empresa jornalística e de radiodif usão sonora e de sons e imagens
(art.122, da CF).

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DICA 45

ESTREITOS E CANAIS

Segundo o doutrinador Rezek:

estreito se trata do corredor cujas águas f ormam o mar territorial de um ou mais


estados, possibilitando a comunicação entre espaços de alto mar ou zona econômica
exclusiva, com especial interesse para a navegação internacional.

Já os canais não são obras naturais, mas sim humanas. Os canais são corredores que
possibilitam o trânsito entre 2 espaços marítimos.

O regime jurídico dos canais deve ser, a priori, criado pela soberania que assumiu o
empreendimento de construí-lo em seu território.

CUIDADO: No caso dos canais de Suez e o do Panamá, estes f oram construídos no


território de países que não conseguiriam arcar com o custo do empreendimento. Sendo
assim, existiu a inf luência de outros países na edição de regime jurídico
internacionalizado, em bases convencionais.

DICA 46

CONCEITOS OPERACIONAIS NO DECRETO Nº 9.199/17

Migrante: pessoa que se desloque de país ou região geográf ica ao território de outro
país ou região geográf ica, em que estão incluídos o imigrante, o emigrante e o apátrida;

Imigrante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalhe ou resida e se


estabeleça temporária ou def initivamente na República Federativa do Brasil;

Emigrante: brasileiro que se estabeleça temporária ou def initivamente no exterior;

Residente Fronteiriço: pessoa nacional de país limítrof e ou apátrida que conserve a


sua residência habitual em Município f ronteiriço de país vizinho;

Visitante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que venha à República Federativa
do Brasil para estadas de curta duração, sem pretensão de se estabelecer temporária ou
def initivamente no território nacional;

Apátrida: pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado;

Refugiado: pessoa que tenha recebido proteção especial do Estado brasileiro.


DICA 47

PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA MIGRATÓRIA

Abrange imigrantes e emigrantes, baseado na noção de reciprocidade entre os Estados.

Princípios e diretrizes estão presentes no art.3º da Lei 13.445/2017, devendo ser dada
atenção maior para:

Respeito aos direitos humanos: repúdio a xenof obia, racismo e quaisquer


discriminação.

Migração não deve ser criminalizada.

Acolhida humanitária e direito à reunião f amiliar.


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Proteção a brasileiro no exterior.

Repúdio a práticas de retirada compulsória de estrangeiro de f orma coletiva.


DICA 48
DIREITOS DO MIGRANTE

Os direitos do migrante estão previstos em um rol não exaustivo no art. 4º da Lei n.


13445/2017. Garantidos no território nacional, com condições de igualdade com os
nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, são assegurados:

direitos e liberdades civis, sociais, culturais e econômicos;

liberdade de circulação em território nacional;

reunião f amiliar do migrante com seu cônjuge ou companheiro e seus f ilhos, f amiliares e
dependentes;

proteção a vítimas e testemunhas;

transf erir recursos decorrentes de sua renda e economias pessoais a outro país;

reunião para f ins pacíf icos;

direito de associação;

acesso a serviços públicos de saúde e de assistência social e à previdência social;

amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral gratuita;

direito à educação pública, vedada a discriminação em razão da nacionalidade e da


condição migratória;

cumprimento de obrigações legais e contratuais trabalhistas e de aplicação das normas


de proteção ao trabalhador;

isenção das taxas, mediante declaração de hipossuf iciência;

direito de acesso à inf ormação e garantia de conf idencialidade;

direito a abertura de conta bancária;

direito de sair, de permanecer e de reingressar em território nacional;

direito do imigrante de ser inf ormado sobre as garantias.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

DICA 49

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

A interpretação do f ato gerador deve ser f eita, conf orme prevê o art. 118 do CTN
“abstraindo-se:

I — Da validade jurídica dos atos ef etivamente praticados pelos contribuintes,


responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus ef eitos;
II — Dos ef eitos dos f atos ef etivamente ocorridos”.

Forte nesse dispositivo, tem-se entendido, por exemplo, que, prestado serviço de
telefonia, incide o ICMS, ainda que o consumidor deixe de pagar a conta
telefônica, porquanto “Não compete ao Estado zelar pelo cumprimento da obrigação dos
consumidores; cabe, no caso, à prestadora dos serviços buscar, pela via própria, o
recebimento de seus créditos”.
Também já decidiu o STJ que “A exigência tributária não está vinculada ao êxito dos
negócios privados”. Têm entendido o STF e o STJ, também, que o PIS e a Cof ins —
contribuições sobre a receita cobradas pelo regime de competência — são devidos ainda
que posteriormente se verif ique inadimplência dos adquirentes dos produtos. O mesmo se
aplica quanto à tributação oriunda de ilícitos.

DICA 50

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

O elemento especial da obrigação tributária ref ere-se sobre onde ocorre o fato
gerador.

É importante para determinar sujeito ativo do f ato gerador. A quem se deve pagar.

Ex.: Um doador domiciliado no Rio de Janeiro doa um imóvel localizado em Minas


Gerais para o donatário que reside no Espírito Santo e o contrato de doação é assinado
em São Paulo. A qual f isco se deve pagar o Imposto de Transmissão Causa Mortis ou
Doação (ITCMD)? A Constituição indica que o local onde ocorre o FG é o local do imóvel,
nesse caso, o f isco de Minas Gerais que receberá o imposto. No caso dos bens imóveis
aplica-se o princípio da territorialidade. Já no caso de bens móveis, o local onde ocorre o
FG é o local do doador, sendo o f isco carioca o responsável por recolher o imp osto.
DICA 51

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

A def inição do elemento espacial da obrigação tributária em algumas vezes não é def inida
em lei nacional ou na Constituição. Assim, os f iscos municipais e estaduais podem
estabelecer em suas legislações situações que levam a cobrança de imposto por mais de
um ente tributante.

Quando há conflito de critérios especiais ocorrerá a bitributação: dois entes


cobrando pelo mesmo Fato Gerador, tributos idênticos ou diversos.

Ex.: Propriedade localizada dentro de um município, em que não se pode def inir se ela
se localiza em área rural (enseja ITR, competência da União) ou em área urbana (enseja
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IPTU, competência municipal). Neste caso, como o Fisco tem o dever de cobrar, ambos os
entes irão notif icar o contribuinte para pagar.
O contribuinte para se desobrigar perante os f iscos deve pagar através de ação de
consignação de pagamento, depositando o maior valor cobrado, evitando a mora, e
nessa ação os entes tributantes irão discutir a legitimidade para cobrança, competindo ao
Juiz def inir quem tem legitimidade.

Art. 164. CTN - A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente
pelo sujeito passivo, nos casos:

III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo
idêntico sobre um mesmo fato gerador.

DICA 52
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

A bitributação é dif erente do “bis in idem”.

Nos casos de “bis in idem”, ou dupla cobrança, ocorre a cobrança dupla sobre um
mesmo f ato gerador. Porém, neste caso, o mesmo ente cobra dois ou mais tributos sobre
o mesmo f ato gerador, sendo hipótese de excesso de competência pelo mesmo ente. O
que é vedado pela CR/88:

Art. 145 CR/88, §2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Art. 154, CR/88 I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo
anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham f ato gerador ou base de
cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição.

DICA 53

CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, A ECONOMIA E AS RELAÇÕES DE


CONSUMO (LEI Nº 8.137/1990) - CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA
MATERIAIS - REVISÃO

Suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as


seguintes condutas:
Fraudar a f iscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação
de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei f iscal;

Omitir inf ormação, ou prestar declaração f alsa às autoridades f azendárias;

Falsificar ou alterar nota f iscal, f atura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;

Elaborar, distribuir, f ornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber
f also ou inexato;

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Mnemônico: FOFE!

F Fraudar

O Omitir

F Falsif icar

E Elaborar

SÚMULA VINCULANTE 24 STF:

"Não se tipif ica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a
IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento def initivo do tributo."

Figura formal: Negar ou deixar de f ornecer, quando obrigatório, nota f iscal ou


documento equivalente, relativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço,
ef etivamente realizada, ou f ornecê-la em desacordo com a legislação.

DICA 54

TCU
O Tribunal de Contas da União se trata de um órgão colegiado e suas decisões são
tomadas pelo Plenário da corte ou por uma de suas Câmaras . O TCU é composto por 9
Ministros.

6 Ministros do Tribunal de Contas da União são escolhidos pelo Congresso Nacional.

2 Ministros são escolhidos pelo Presidente da República entre os Ministros -substitutos e


membros do Ministério Público junto ao TCU.

1 ministro é escolhido pelo Presidente da República, escolha essa que deve ser
aprovada pelo Senado Federal.
DICA 55

TCU
O Ministério Público, que atua junto ao TCU, é regido por uma lei ordinária de iniciativa do
próprio TCU.

Os seus membros estão sujeitos aos mesmos direitos, vedações e f orma de investidura
impostos aos integrantes do Ministério Público em geral, conf orme os termos
normatizados art. 130 da CF.
DICA 56

ROYALTIES

O Royalty se trata de um valor pago a quem detém um território, um recurso natural,


uma tecnologia ou uma patente, para se ter o direito de explorar, usar ou comercializar
este patrimônio.
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Ex.: Empresas petrolíf eras, que, para terem direito à extração de petróleo no território
nacional, pagam um percentual, que são os royalties, do valor de cada barril obtido à
União, de acordo com a Lei f ederal n. 9.478/97.

DICA 57

ROYALTIES TEM NATUREZA TRIBUTÁRIA?

Os royalties não têm natureza tributária e sim caráter remuneratório e indenizatório. O


próprio STF entende desta f orma:

“Os royalties possuem natureza jurídica de receita transf erida não tributária de cunho
originário emanada da exploração econômica do patrimônio público, af astada sua
caracterização seja como tributo, seja como indenização. Precedente: RE 228.800, de
relatoria do Ministro Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 16.11.2011. ” Ação Direta
DE Inconstitucionalidade 4.846.

DICA 58
ROYALTIES – PONTOS IMPORTANTES

Os royalties são uma compensação f inanceira devida à União, aos estados, ao Distrito
Federal e aos municípios benef iciários pelas empresas que produzem petróleo e gás
natural no território brasileiro: Uma remuneração à sociedade pela exploração desses
recursos não renováveis.
Veja como esse assunto pode ser cobrado na prova:

QUESTÃO INÉDITA E SIMULADA.

Tibúrcio e Poliana são dois estudantes de direito, e amam estudar direito tributário. Em
um debate, Tibúrcio alega que os royalties são pagos apenas para a União, e que tem
um caráter não indenizatório. Poliana, por sua vez, alega que existe sim a possibilidade
dos royalties serem pagos a outros entes f ora a União, como por exemplo os estados, e
que os royalties tem sim um caráter de compensação f inanceira.

Segundo seus conhecimentos, é correto af irmar o seguinte:

a) Poliana está certa e Tibúrcio está errado.


b) Tibúrcio está certo enquanto à natureza não indenizatória dos royalties, e Poliana
está errada em todas as suas colocações.

c) Ambos estão totalmente errados

d) Só Tibúrcio está certo.

Gabarito: Letra a.

DICA 59
REGULAMENTAÇÃO DAS APOSTAS ON-LINE

Nós da Equipe Pensar Concursos amamos trazer novidades para vocês, e cá está uma
delas: Foi recentemente f oi sancionada a lei que que regulamentou as apostas on-line. A
expectativa é majorar a arrecadação em 2024, pois as empresas e apostadores terão que
pagar impostos.

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IMPORTANTE: Os prêmios líquidos obtidos em apostas na loteria de apostas de quota
f ixa serão tributados pelo Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF) à
alíquota de 15% (quinze por cento).

DICA 60

SUJEITO ATIVO DA PARAFISCALIDADE


O sujeito ativo da paraf iscalidade é quem delega a capacidade de cobrar tributos.

Desta f orma, essa sujeição ativa é exclusiva da entidade f ederativa competente para
instituição do tributo delegado.
DICA 61

SEQUESTRO DE RENDAS

As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados de f orma direta com


o Poder Judiciário, sendo portanto cabível ao Presidente do Tribunal prof erir a decisão
exequenda determinará o pagamento integral e autorizará, no caso de precatório sujeito
ao regime geral, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de
preterimento de seu direito de precedência ou até de não alocação orçamentária do valor
necessário à satisf ação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. 1

IMPORTANTE: O STF decidiu recentemente que o Judiciário não pode majorar


hipóteses de sequestro de verbas para pagamento de precatório. Chimenti, Ricardo-
Sinopses Jurídicas- Direito Financeiro, AFO e LRF- Ed. Saraiva

DICA 62

IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - BENEFÍCIO DE PREVIDÊNCIA


COMPLEMENTAR - NÃO OPTANTE PELA TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA

ISENÇÃO E NÃO INCIDÊNCIA: São isentos os valores recebidos a título de


complementação de aposentadoria motivada por acidente em serviço e recebidos pelos
portadores de doença grave especif icadas em Lei, com base em laudo pericial emitido por
serviço médico oficial da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios ,
mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensão ou aposentadoria.

Fica desobrigada da retenção do imposto na f onte sobre os valores pagos ou creditados


por entidade de previdência complementar a título de complementação de aposentadoria,
resgate e rateio de patrimônio em caso de extinção da entidade de previdência
complementar, no limite que corresponda aos valores das contribuições ef etuadas
exclusivamente pelo benef iciário no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro
de 1995, inclusive a relativa ao abono anual pago a título de décimo terceiro salário.

DICA 63

IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE- FUNDOS DE INVESTIMENTO E


FUNDOS DE INVESTIMENTO EM QUOTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO

Fato Gerador: Rendimentos produzidos por aplicações em f undos de investimento e


em f undos de investimento em quotas de f undos de investimento.
Seu benef iciário são as pessoas f ísicas ou pessoas jurídicas, inclusive as isentas.

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Preste atenção quanto ao regime de tributação:

Pessoa jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado: os


rendimentos integrarão o lucro real e serão adicionados ao lucro presumido ou ao lucro
arbitrado. O imposto retido será deduzido do apurado no encerramento do período de
apuração, trimestral ou anual.

Pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional ou pessoa jurídica isenta: definitivo.

Pessoa f ísica: definitivo.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

DICA 64

PODERES ADMINISTRATIVOS - CONCEITO

Os Poderes Administrativos são instrumentos colocados à disposição do administrador


para atingir o interesse público. Não devem ser conf undidos com Poderes do Estado
(Executivo, Legislativo e Judiciário).
Poder não é uma f aculdade, mas sim um dever do agente público.

DICA 65

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO: USO E ABUSO DO PODER

O uso do poder consiste em um privilégio do agente público. A sua utilização


implica que o agente deverá observar as normas constitucionais e legais em busca do
interesse público.

O abuso de poder ocorre quando o agente público deixa de lado o interesse


público e observa apenas o seu interesse particular , o que torna o ato ilegal. Assim, o
abuso de poder é toda a atuação que torna irregular a execução do ato administrativo.

DICA 66

ABUSO DO PODER

São espécies de abuso de poder: excesso de poder e (desvio de poder ).

Excesso de poder: O excesso de poder ocorre quando o agente atua além dos limites
legais de sua competência.

Desvio de poder ou de finalidade: O desvio de poder quanto à f inalidade ocorre


quando o administrador agente dentro dos limites de sua competência, mas o f az para
alcançar f im diverso do previsto.

DICA 67

PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER DE POLÍCIA

É o poder do Estado de restringir, limitar ou condicionar o exercício de direitos e da


propriedade em benef ício do interesse público.

O poder de polícia condiciona o exercício do direito, visando o bem-estar coletivo.

A base do poder de polícia é o interesse público. É a supremacia do interesse público


sobre o interesse do particular.

O poder de polícia não pode ser delegado aos particulares, pois para o exercício do
poder de polícia é necessário o poder de império através de sua supremacia.

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DICA 68

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO - PODER DE POLÍCIA

Atributos do poder de polícia:

Discricionariedade (regra) – exceção: aplicação de multa é vinculado.

Coercibilidade

Autoexecutoriedade – desdobra-se em exigibilidade e a executoriedade.

DICA 69

CICLOS DO PODER DE POLÍCIA

Ordem de Polícia: limitação e acondicionamento ao exercício de atividades privadas e


uso de bens, imposta pela lei.

Consentimento de polícia: anuência prévia da administração para prática de certas


atividades.

Fiscalização de polícia: atividade que a administração pública analisa se está


ocorrendo o adequado cumprimento das ordens de polícia pelo particular ou se este está
agindo conf orme as condições impostas.

Sanção de polícia: é a atuação administrativa de modo coercitivo.

DICA 70

PODER HIERÁRQUICO

É o poder para estabelecer a hierarquia entre órgãos e agente público.

Órgãos de nível superior f iscalizam e revisam atos de órgãos de hierarquia inf erior, com a
correção dos atos mediante revogação ou anulação.

DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO

Na delegação, a autoridade transfere parte de suas atribuições para outro agente


praticar o ato.

Na avocação, uma autoridade chama para si a prática de ato de subordinado.


A delegação não exige que exista hierarquização.

A avocação exige hierarquia, podendo avocar quem possui a hierarquia superior.


DICA 71

PODER DISCIPLINAR

É o poder de punir internamente as inf rações dos servidores ou outras pessoas sujeitas
à relação com a Administração Pública.
É um poder que incide tanto em relação a servidores como também a particulares,
que mantenham algum tipo de vínculo especial com o poder público.

Ex.: Concessionários de Serviços Públicos.

Para punição é necessária a existência de superioridade hierárquica.


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O poder disciplinar tem como característica a discricionariedade, ou seja, margem de
liberdade para decidir sobre o ato mais adequado a ser aplicado.
DICA 72

PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER REGULAMENTAR

É o poder da administração de editar atos normativos para complementação das leis


(Poder Normativo).

Ex.: Edição de Decreto pelo Presidente da República para regulamentar f uncionamento


da administração pública.
Se o ato regulamentar extrapolar a sua f unção, a CF/88 autoriza o Congresso Nacional a
sustar o ato.

QUESTÃO OAB.
Após comprar um terreno, Roberto iniciou a construção de sua casa, sem prévia licença,
avançando para além dos limites de sua propriedade e ocupando parcialmente a via
pública, inclusive com possibilidade de desabamento de parte da obra e risco à
integridade dos pedestres.
No regular exercício da f iscalização da ocupação do solo urbano, o poder público
municipal, observadas as f ormalidades legais, valendo-se da prerrogativa de direito
público que, calcada na lei, autoriza-o a restringir o uso e o gozo da liberdade e da
propriedade privada em f avor do interesse da coletividade, determinou que Roberto
demolisse a parte irregular da obra.
O poder administrativo que f undamentou a determinação do Município é o poder
a) de hierarquia, e, pelo seu atributo da coercibilidade, o particular é obrigado a
obedecer às ordens emanadas pelos agentes públicos, que estão em nível de
superioridade hierárquica e podem usar meios indiretos de coerção para f azer valer a
supremacia do interesse público sobre o privado.
b) disciplinar, e o particular está sujeito às sanções impostas pela Administração Pública,
em razão do atributo da imperatividade, desde que haja a prévia e imprescindível
chancela por parte do Poder Judiciário.
c) regulamentar, e os agentes públicos estão autorizados a realizar atos concretos para
aplicar a lei, ainda que tenham que se valer do atributo da autoexecutoriedade, a f im de
concretizar suas determinações, independentemente de prévia ordem judicial.
d) de polícia, e a f iscalização apresenta duplo aspecto: um preventivo, por meio do qual
os agentes públicos procuram impedir um dano social, e um repressivo, que, f ace à
transgressão da norma de polícia, redunda na aplicação de uma sanção.
Gabarito: Letra d.
Comentário: Poder de polícia é uma prerrogativa que a Administração Pública tem para
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em
benef ício da coletividade ou do Estado.
O poder de polícia tem nítida relação com o princípio da supremacia do interesse público
e por isso impõe restrições e condições para que o interesse particular não prejudique o
público. Além disso, pode ocorrer de f orma repressiva (ex.: interdição de
estabelecimento) ou preventiva (ex.: autorizações e licenças).

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DICA 73

ATO ADMINISTRATIVO
São as manif estações de vontade da Administração Pública por meio de decretos,
resoluções, portarias, circulares, etc.

É uma declaração unilateral da vontade do Estado, de nível inferior à lei, para atender ao
interesse público.

Cria, restringe, declara ou extingue direitos.

São sujeitos ao controle judicial.

DICA 74

CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

São 2 as f ormas de controle dos atos administrativos:

Quando realizado pela própria Administração trata-se de controle interno ou


autotutela.

O princípio da autotutela é a obrigação da Administração Pública em controlar os atos


editados, para retirar do ordenamento jurídico os ilegítimos ou inoportunos.

Ilegítimos são os atos ilegais ou nulos, tendo a Administração a obrigação de retirá-


los do sistema.

Inoportunos são os atos, em que pese não serem ilegais, se tornaram inoportunos ou
inconvenientes, tendo a Administração a prerrogativa de revogar os que entender se
enquadrarem em tais características.

DICA 75

ANULAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Anulação tem como f undamento a ilegalidade do ato, sendo realizada pela própria
Administração ou pelo Poder Judiciário.

A anulação acarreta ef eito ex tunc (retroage à situação original), eliminando, por


consequência, todos os atos gerados pelo ato durante sua vigência.

Não possibilita, em regra, a invocação de direitos adquiridos, em razão da ilegalidade


apresentada, com exceção dos que constituíram direitos de boa-fé.
O prazo (decadencial) que a Administração possuí para anulação dos seus atos é de 5
anos, conf orme prescrito no artigo 54 da Lei nº 9.784/99.

Se praticado o ato com má-fé, o prazo de 5 anos não se aplica.


DICA 76

REVOGAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Revogação tem como f undamento a conveniência e oportunidade, não se tratando de


retirada do ato em razão de ilegalidade.

A revogação acarreta ef eito ex nunc, ou seja, a partir da revogação, sendo mantidos os


direitos adquiridos em respeito ao Princípio da Segurança Jurídica.

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Não há prazo para revogação, podendo ocorrer a qualquer momento, conf orme o
interesse público assim se apresente.
Alguns atos não podem ser revogados, quais sejam, aqueles que já se consumaram.

Ex.: Licitação já consumada com a celebração do contrato com o vencedor.

A anulação e revogação dos atos administrativos se encontram prescritos no artigo 53


da Lei nº 9.784/99:

Artigo 53 – A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício
de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.

QUADRO RESUMO:

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO

MOTIVO Ilegalidade Conveniência e Oportunidade

TITULAR Administração e Judiciário Administração

EFEITOS Ex Tunc Ex Nunc

PRAZO 5 anos, salvo má-f é Sem prazo

DICA 77

REQUISITOS DE VALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

CO-FI-FO-MO-OB

(CO) (FI) (FO) (MO) (OB)


COMPETÊNCIA FINALIDADE FORMA MOTIVO OBJETIVO

COMPETÊNCIA OU SUJEITO

É o poder atribuído ao agente público, ou seja, atribuição para praticar o ato.

A competência resulta e é delimitada pela lei.

Ex.: competência para aplicar multas tributárias é do auditor f iscal, não do técnico da
Receita Federal.

DICA 78

COMPETÊNCIA - CARACTERÍSTICAS

Irrenunciável: o agente não pode recusar sua competência.

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Improrrogável: Ato praticado por agente incompetente, mesmo sem alegação de


qualquer interessado, não torna esse agente competente pelo decurso do tempo.

Imprescritível: Não se perde a competência pelo decurso do tempo.


Somente a lei pode retirar uma competência, assim como somente a lei estipula
competência.

Inderrogável: A competência não pode ser transferida por simples vontade das
partes.

VÍCIOS DE COMPETÊNCIA

Excesso de Poder: ocorre quando o agente público, embora competente, se


excede no exercício de suas atribuições.

Usurpação de Função: Quando uma pessoa se apropria de uma f unção para


praticar atos inerentes a essa f unção. A pessoa se apodera da f unção sem ter sido
investida legalmente nela.

Ex.: Um irmão gêmeo de um servidor toma seu lugar e pratica um ato administrativo.

Agente Putativo: ocorre quando uma pessoa é irregularmente investida na f unção


pública.

Ex.: f raude num concurso público, com vazamento de gabarito, benef iciando o inf rator
com a aprovação no concurso.

DICA 79

FINALIDADE

É o objetivo almejado com a prática do ato administrativo, lembrando que o objetivo deve
ser sempre voltado para satisfazer o interesse público.

A f inalidade é def inida em lei, não havendo liberdade para o agente praticar o ato.
Em regra, a f inalidade é vinculada, porém, mediante autorização legislativa, o agente
poderá praticar o ato com certo grau de liberdade de escolha (discricionariedade).

Se não respeitada a f inalidade pública restará conf igurado o desvio de finalidade.

DICA 80

FORMA

É como o ato se materializa, ou seja, é a manif estação de vontade sendo concretizada.


É como o ato vem ao mundo.

Pode ser escrito (regra), verbal ou sons.

Ex.: emissão de carteira de motorista para quem se habilita – o ato administrativo


vem ao mundo através da emissão do documento (carteira de motorista).

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DICA 81

MOTIVO
É a situação de f ato ou de direito que autoriza a prática do ato administrativo.

A situação de fato é o acontecimento que gera a expedição do ato administrativo.

Ex.: excesso de velocidade gera um ato administrativo – multa.

Situação de direito é aquela que está na lei. A lei descreve a situação.

Ex.: aposentadoria compulsória. Está prevista em lei e, quando atingida a idade,


ocorre a aposentadoria.
DICA 82

OBJETO

É o efeito prático pretendido com o ato administrativo. É aquilo que o ato produz, o seu
resultado.

Ex.: o objeto de um ato administrativo de desapropriação é extinguir o direito de


propriedade do particular em f avor do Estado. Ao ser praticado o ato, o objeto é a
desapropriação.

DICA 83

DISCRICIONARIEDADE DO ATO ADMINISTRATIVO

Ato discricionário é aquele que permite ao agente público realizar um juízo de


conveniência e oportunidade, podendo decidir o melhor ato a ser praticado.

A lei conf ere ao administrador certa margem de liberdade para escolha.

No ato discricionário há mérito administrativo.

Ex.: realização de concurso público pelo prazo de 2 anos, prorrogável por igual
período. O administrador, utilizando do juízo de conveniência e oportunidade decidirá se
prorrogará ou não o concurso.

O ato discricionário é passível de controle pelo Poder Judiciário, não podendo o


Judiciário analisar o mérito (conveniência e oportunidade), mas sim analisar sua
legalidade.
DICA 84

VINCULAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO


Ato vinculado é aquele em que todos os requisitos ou elementos estão em lei, não
havendo margem de liberdade para o agente público.

Nos atos vinculados não há mérito administrativo, é a lei quem determina a f orma e
o conteúdo.

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DICA 85

ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

São 3 os atributos dos atos administrativos:

Presunção de Legitimidade / Legalidade;

Imperatividade;

Autoexecutoriedade.

Presunção de legitimidade: Os atos administrativos nascem com presunção de que


são legítimos, ou seja, que estão de acordo com a lei.

Essa presunção decorre do princípio da legalidade, haja vista que o agente somente
pode f azer aquilo que a lei permite. Assim, se praticou o ato, presume-se que o este está
de acordo com a lei.

A presunção de legitimidade é relativa, podendo ser provado o contrário.

Imperatividade: A imperatividade é o Poder que tem a Administração de impor o ato


ao administrado, concorde ou não.

É um atributo que não está presente em todos os atos, pois alguns deles não
necessitam.

Ex.: atestados e licença não necessitam, pois são atos apenas enunciativos.
Vale destacar que esse atributo é fundamental para a efetividade do ato, pois
necessária a f orça imperativa do ato para que o mesmo se concretize.

Autoexecutoriedade: O ato administrativo, para sua execução, independe de ordem


judicial.

Por possuir presunção de legitimidade, não há necessidade de exame prévio pelo Poder
Judiciário.

Vale destacar que não é necessário o prévio exame pelo Poder Judiciário, mas pode
ocorrer seu controle.

DICA BÔNUS

OUTRAS FORMAS DE INVALIDAR O ATO ADMINISTRATIVO

Podemos considerar como maneiras de invalidação dos atos administrativos:

Caducidade

Contraposição ou Derrubada

Recusa

Renúncia

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DIREITO AMBIENTAL

DICA 86
DOS PRINCÍPIOS AMBIENTAIS
O Direito Ambiental possui princípios próprios que norteiam a interpretação e aplicação
das normas ambientais. Alguns destes princípios estão explícitos na legislação ambiental e
outros vêm implicitamente.

Neste sentido, destacaremos o que há de mais importante:

Princípio do Desenvolvimento Sustentável: segundo tal princípio, o


desenvolvimento somente será sustentável quando observar conjuntamente o crescimento
econômico, preservação ambiental e equidade social. Parte da ideia de que os recursos
ambientais pertencem à coletividade, devendo o acesso ocorrer de f orma equitativa,
limitando o seu uso irrestrito ou monopolizado, bem como garantindo o acesso aos
recursos naturais daqueles que possuem menos condições, devendo garantir os recursos
naturais às f uturas gerações.

Princípios da Prevenção e da Precaução: O princípio da prevenção se arrima na


certeza científica do dano ambiental. Sendo certo o impacto sobre o meio ambiente,
tal princípio visa a adoção de todas as medidas para antecipar e impedir danos ambientais
ou mesmo mitigá-los ou eliminar os seus ef eitos negativos.
O licenciamento ambiental e o estudo prévio de impacto ambiental (EIA) decorrem do
princípio da prevenção.
O princípio da precaução nada mais é do um dever jurídico de agir adotando medidas
mitigadoras diante da possibilidade de um dano ambiental mesmo sem a certeza
científica presente na prevenção. Baseia-se, portanto, nos riscos potenciais, não
podendo o meio ambiente ser colocado em risco unicamente por não haver certeza
científ ica do dano. Cabe ao interessando comprovar que a atividade não causará danos.
DICA 87
DO SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
O Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) constitui em uma integração dos
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, bem como as f undações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela
proteção e melhoria da qualidade ambiental.

O SISNAMA é assim estruturado:

Órgão Superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o


Presidente da República na f ormulação da política nacional e nas diretrizes
governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais.

Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA), com a f inalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de
Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos
naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia
qualidade de vida.

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Órgão Central: o Ministério do Meio Ambiente (a Lei nº. 6.938/81 traz a Secretaria
do Meio Ambiente, mas atualmente é o Ministério que realiza essa f unção), com a
f inalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão f ederal, a
política nacional e as diretrizes governamentais f ixadas para o meio ambiente.

Órgãos Executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos


Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade – ICMBio, com a f inalidade de executar e f azer executar a política e as
diretrizes governamentais.

Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução


de programas, projetos e pelo controle e f iscalização de atividades capazes de provocar
a degradação ambiental.

Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e


f iscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.

DICA 88

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

De acordo com a Resolução 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama,


licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva
ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer f orma, possam causar
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas
técnicas aplicáveis ao caso.
O Princípio da Prevenção é o f undamento maior do Licenciamento Ambiental.

O Licenciamento Ambiental também é uma manif estação do poder de polícia ambiental.

O procedimento de licenciamento ambiental é trif ásico, visando à obtenção de três


licenças em sequência:

Licença Prévia (LP) – é concedida na fase preliminar do planejamento do


empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção. Nesta f ase, atesta -
se a viabilidade ambiental do projeto e estabelece os requisitos básicos e condicionantes a
serem a serem cumpridas nas licenças posteriores. Prazo máximo de 05 anos.

Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade


de acordo com as especif icações constantes dos planos, programas e projetos aprovados,
incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, das quais constituem
motivo determinante. Prazo de até 06 anos.

Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento,


após a verif icação do ef etivo cumprimento das licenças anteriores, com as medidas de
controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Possui o prazo de 04
a 10 anos.

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DICA 89

DO PATRIMÔNIO NACIONAL

São considerados patrimônio nacional:

A Floresta Amazônica brasileira.

A Mata Atlântica.

A Serra do Mar.

O Pantanal Mato Grossense.

A Zona Costeira.

A utilização destes biomas será f eita na f orma da lei, dentro de condições que assegurem
a preservação do meio ambiente, inclusive quanto aos recursos naturais.

DICA 90
DAS COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA AMBIENTAL

O art. 23 da Constituição prevê como Competência Comum (administrativa):

Proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,


os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.

Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas f ormas;

Preservar as f lorestas, a f auna e a f lora;

Registrar, acompanhar e f iscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração


de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

Fique atento a essa dica: todas essas competências administrativas se iniciam com
verbos.

As normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios serão f ixadas por leis complementares, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Quanto à Competência Legislativa, o art. 24 da CF prevê que compete à União, aos


Estados e ao Distrito Federal, dentre outros, legislar concorrentemente sobre:

f lorestas, caça, pesca, f auna, conservação da natureza, def esa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição.

proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico.

responsabilidade por danos ao meio ambiente, a bens e direitos de valor artístico,


estético, histórico, turístico e paisagístico.

A competência legislativa da União recai sobre o estabelecimento de normas gerais,


enquanto os Estados e o Distrito Federal legislam de f orma complementar.

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Em caso de inexistência de norma federal, poderão exercer a competência legislativa
plena, sendo que havendo superveniência de lei f ederal sobre normas gerais suspende -se
a ef icácia da lei estadual, no que lhe f or contrário.

Em relação aos Municípios, conf orme previsto no art. 30 da CR/88, poderão:

Tratar de assuntos de interesse local.

Suplementar a legislação f ederal e a estadual no que couber.

DICA BÔNUS

LEI SANSÃO
A Lei que atualmente está vigente visa aumentar as penas para quem maltratar cachorros
e gatos. A Lei Sansão veio trazer alterações na Lei dos Crimes Ambientais (Lei n°
9.605, de 2018).
A Lei recebeu este nome em homenagem ao cachorro da raça pitbull Sansão, que teve as
patas traseiras decepadas pelo seu tutor, a golpes de f acão, em MG. Houve um grande
clamor popular para que houvesse o endurecimento das punições para os agressores de
animais.

Quem cometer tais maus tratos receberá punição com reclusão de dois a cinco anos,
além de multa e proibição de guarda.

Como não esquecer o tempo de punição com reclusão da Lei Sansão :

SAN-SÃO tem duas sílabas: 2 a 5 anos → Sansão

IMPORTANTE: A Lei traz qualif icadoras agravantes para os casos de maus


tratos exclusivamente de gatos e cachorros.

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DIREITO CIVIL

DICA 91

DANOS MATERIAIS OU PATRIMONIAIS

Os danos materiais atingem o patrimônio corpóreo de alguém. Via de regra, devem ser
provados, não havendo indenização no caso de dano eventual.

Os danos podem ser divididos em:

Danos emergentes (positivos): ref ere-se àquilo que a pessoa efetivamente


perdeu.

Lucros cessantes (negativos): ref ere-se àquilo que a pessoa razoavelmente


deixou de lucrar. Ou seja, o que se deixa de receber em virtude do dano positivo ou
emergente.

IMPORTANTE!! Quanto aos lucros cessantes, não é suf iciente a simples


possibilidade da realização de lucros, sendo necessário a probabilidade objetiva, que
resulta do curso normal das coisas.

DICA 92

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES


O direito obrigacional é o vínculo jurídico que conf ere ao credor (sujeito ativo) o direito
de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação.

QUESTÃO DE PROVA

Segundo a teoria alemã, o vínculo jurídico rege a relação obrigacional através do binômio:
schuld (débito) e haftung (responsabilidade patrimonial). Nesse aspecto, o schuld é
uma relação estática do direito civil, em que aquele que detém o débito é considerado
o devedor. Já o haftung constitui uma relação dinâmica do direito processual civil e se
ref ere à responsabilidade patrimonial.

DICA 93

OBRIGAÇÃO NATURAL

A estrutura da obrigação natural está relacionada a uma relação de débito e crédito que
vincula objeto e sujeitos determinados. Entretanto, dif ere -se da obrigação civil por não
ser dotada de exigibilidade jurídica. Esta inexigibilidade pretende preservar a
segurança jurídica e a estabilidade das relações. Ex.: dívida prescrita, dívida de jogo etc.

TOME NOTA: A consequência ou ef eito jurídico decorrente da relação natural é a


retenção do pagamento. Isto é, não pode haver a sua cobrança, porém, caso seja
realizado o pagamento, o credor poderá retê-lo.
DICA 94

OBRIGAÇÃO PROPTER REM


A obrigação propter rem é aquela que se origina com a coisa e com ela é transmitida
automaticamente (obrigação ambulatorial). O adquirente do direito real não pode negar-
se a assumir esta obrigação.

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Ex.: o proprietário de imóvel se obriga a pagar o IPTU. Caso haja o inadimplemento
desse tipo de obrigação, as consequências recairão sobre o patrimônio do devedor.
OBS: As obrigações propter são denominadas obrigações híbridas por manterem-se
entre os direitos patrimoniais e os direitos reais, perseguindo a coisa onde quer que ela
esteja.

DICA 95

OBRIGAÇÃO DE DAR

A obrigação de dar é uma obrigação positiva ref erente à prestação de coisa.

Ela pode ser dividida em duas modalidades:

dar na modalidade entregar: transf erir a propriedade ou a posse.

Ex.: A compra um celular de B, B tem a obrigação de entregar o celular para A;

dar na modalidade restituir: devolução da coisa ao proprietário.

Ex.: A emprestou o seu celular para B, portanto, B tem o dever de restituir A,


devolvendo o seu celular.
TOME NOTA: A obrigação de dar também pode ser dividida em obrigação de dar
coisa certa (quando o bem está determinado); ou obrigação de dar coisa incerta
(quando a coisa ainda não está determinada, porém o seu gênero e quantidade estão).

DICA 96

OBRIGAÇÃO DE FAZER

É a obrigação que tem por objeto a prestação de um fato, abrange o serviço humano
em geral, seja material ou imaterial. Constitui-se de atos e serviços (qualquer atividade
lícita, possível e vantajosa).

Ex.: A pessoa contrata um advogado para redigir um contrato; contrata cantor para
cantar na f esta de casamento; contrata um pedreiro para construir uma casa.

A obrigação de fazer pode ser dividida em:

obrigação personalíssima: também chamada de inf ungível, trata-se de uma


obrigação de f azer que deve ser prestada por uma determinada pessoa específica.

Ex.: Ivete Sangalo contratada para cantar na f esta de casamento;

obrigação não personalíssima: também chamada de f ungível, trata-se de uma


obrigação de f azer que é passível de substituição por quem deva prestar o serviço.

Ex.: pedreiro contratado para realizar uma obra.

DICA 97

OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA
As obrigações alternativas ref erem-se à prestação de dois ou mais objetos de modo
alternativo.

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Ex.: A tem que entregar para B um carro vermelho ou preto. Em regra, cabe ao
devedor a alternativa de escolha, no momento da concentração, entretanto, é possível a
escolha ser do credor se assim f or pactuado (art. 252, CC).

PEGADINHA DA PROVA!!

A obrigação alternativa não se confunde com o pedido de cumulação alternativa, pois


este pode ser cumprido de duas ou mais f ormas, mas a escolha cabe ao juiz, (art. 325,
CPC).

DICA 98

OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL E INDIVISÍVEL

Em caso de pluralidade de devedores, em uma obrigação divisível, cada devedor está


obrigado ao cumprimento de sua parte de f orma f racionada.

Ex.: A e B devem 2 mil reais a C, assim cada devedor está obrigado ao pagamento de
mil reais. Já nas obrigações indivisíveis, cada devedor está obrigado pela dívida toda, se
sub-rogando no direito de credor contra o outro devedor que não cumpriu a obrigação.

ATENÇÃO!!

Segundo o Enunciado 540 da VI Jornada de direito civil, caso haja o perecimento da


prestação indivisível por culpa de apenas um dos devedores, todos respondem, de
maneira divisível, pelo equivalente e só o culpado pelas perdas e danos.

DICA 99

OBRIGAÇÃO DE MEIO E DE RESULTADO

Temos a chamada obrigação de meio quando o devedor promete empregar os meios


possíveis que estiverem em seu alcance para que determinado resultado seja alcançado,
sem responsabilizar-se por ele.

Ex.: Advogados.

Já na a obrigação de resultado, o devedor se compromete a ter certo o f im alcançado.

Ex.: Transportador, que promete de f orma tácita de levar o passageiro são e salvo a
seu destino.

DICA 100

OBRIGAÇÕES DE EXECUÇÃO INSTANTÂNEA, DIFERIDA E CONTINUADA

Obrigações de execução instantânea: são concluídas em um só ato, isto é, são


cumpridas imediatamente após sua constituição.

Ex.: compra e venda à vista.

Obrigações de execução diferida: exigem o cumprimento em um só ato, porém,


sua execução deverá ser realizada em momento f uturo

Ex.: contrato estipulando que uma prestação será realizada em determinada data.

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Obrigações de execução continuada/trato sucessivo: são aquelas que se
satisf azem por meio de atos continuados.

Ex.: prestações de serviço ou compra a prazo.

OBS: A obrigação do locador de ceder ao inquilino, por certo tempo, o uso e o gozo
de um bem inf ungível, e a obrigação do locatário de pagar o aluguel convencionado, é
considerada uma obrigação de execução continuada.

DICA 101

OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS

A solidariedade não se presume, mas resulta da lei (solidariedade legal) ou da vontade


das partes (solidariedade convencional), art. 265, do CC.

IMPORTANTE!! A Súmula 492, do STF determina que a empresa locadora de veículos


responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos danos por este causados a terceiro,
no uso do carro locado.

DICA 102

SOLIDARIEDADE ATIVA

A solidariedade ativa consiste na pluralidade de credores. Cada credor tem o direito de


cobrar a totalidade da dívida em f ace do devedor (art. 267, CC).

QUESTÃO DE PROVA!!

Em caso de solidariedade ativa proveniente de uma obrigação indivisível não é


necessário caução de ratificação e nem mesmo a entrega de bem de forma
conjunta. Isso decorre do f ato de que existe uma prévia autorização imposta pela própria
solidariedade ativa de que qualquer credor pode receber a obrigação na sua totalidade,
seja bem divisível ou indivisível.

DICA 103

SOLIDARIEDADE PASSIVA

A solidariedade passiva é aquela que possui pluralidade de devedores, e o credor, por


sua vez, pode exigir de qualquer devedor o cumprimento da obrigação por inteiro,
seja o bem divisível ou indivisível. Se um dos devedores solidários cumprir uma parcela da
obrigação, continua existindo a solidariedade em relação ao restante da obrigação.

IMPORTANTE! O Enunciado 348, da IV Jornada de Direito Civil do STJ, determina que


o pagamento parcial não implica, por si só, renúncia à solidariedade, a qual deve derivar
dos termos expressos da quitação ou, inequivocamente, das circunstâncias do
recebimento da prestação pelo credor.

DICA 104

RESPONSABILIDADE CIVIL - RESPONSABILIDADE SUBJETIVA

Culpa = Imprudência, Imperícia ou Negligência

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CULPA IN ELIGENDO x IN VIGILANDO E IN CUSTODIENDO x CULPA IN
COMITTENDO E IN OMITTENDO:

Culpa in eligendo: É a que decorre da má escolha do representante ou preposto.


Basicamente, é a culpa que o agente possui em escolher a pessoa errada para
determinada situação. Por exemplo, a culpa do dono de um estabelecimento tem em
escolher um f uncionário.

Culpa in vigilando: É a que resulta da ausência de fiscalização sobre pessoa que


se encontra sob a responsabilidade ou guarda do agente. Ex: A responsabilidade dos pais
pelos atos de seus f ilhos.

Culpa in custodiendo: É a que decorre da f alta de cuidados na guarda de algum


animal ou objeto.

DICA: Culpa in custodiendo. Lembre-se da palavra custódia. O animal ou objeto


estão sobre sua custódia.

Culpa in comittendo ou in faciendo: Resulta de uma ação, de um ato positivo do


agente.

Culpa in omittendo: Decorre de uma omissão, só tendo relevância para o direito


quando haja o dever de não se abster.

DICA 105

RESPONSABILIDADE OBJETIVA

É a responsabilidade que independe da comprovação de culpa.

Art. 37, §6º, da CF: "As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
em casos de dolo ou culpa".

Em decisão recente, o STF decidiu que os erros de cartórios devem ser indenizados
pelo Estado, podendo ser objetiva ou subjetiva. O Estado pode, em caso de
responsabilidade subjetiva, entrar com ação regressa contra o cartório.

O poder legislativo pode responder por danos causados por ele?

Sim, mas para existir responsabilidade por ato legislativo, é imprescindível que ele seja
danoso e que seja declarado inconstitucional em controle concentrado, no caso de edição
de leis inconstitucionais e de leis de ef eitos concretos.
DICA 106

CAUSAS EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL

As excludentes da responsabilidade civil podem ser classif icadas do seguinte modo:

Excludente da causalidade: f ato da vítima, f ato de terceiro, caso f ortuito e a f orça


maior;

Excludentes da imputabilidade: menoridade e alienação mental do agente;

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Excludentes da ilicitude: cumprimento do dever legal; exercício regular do direito;
estado de necessidade; legítima def esa; anuência da vítima e cláusula de não indenizar.
DICA 107

RESPONSABILIDADE CIVIL PELA PERDA DO TEMPO LIVRE OU DESVIO


PRODUTIVO DE CONSUMO
A responsabilidade civil pela perda do tempo livre ou desvio produtivo de consumo
consiste na perda de tempo considerável e acima do razoável pelo of endido (ou
consumidor) diante do of ensor (ou empresa) para resolver impasses decorrentes das
relações de consumo, no exercício do seu direito, por quadro de f uncionários insuf icientes,
mero capricho ou desrespeito da empresa, com o objetivo de criar entraves e delongas
para desestimular o consumidor a tanto.

Ou seja, o chamado “mero aborrecimento” tem perdido espaço no nosso ordenamento


jurídico.

DICA 108

DANO “IN RE IPSA”

Dano “in re ipsa” é o dano ou prejuízo que não depende de prova, ou seja, é um dano
presumido).

Para o STJ, são hipóteses que ensejam o dano moral presumido:

a inscrição indevida em cadastro de proteção ao crédito, protesto indevido de título;

a simples devolução indevida de cheque (Súmula 388);

a publicação não autorizada da imagem de pessoa com f ins econômicos ou comerciais


(Súmula 403);

a inscrição indevida no SISBACEN;

a recusa indevida ou injustif icada pela operadora de plano de saúde à cobertura de


tratamento médico emergencial ou de urgência entre outros.

DICA 109

DANO REFLEXO
O dano ref lexo é aquele que atinge, além da vítima direta, uma vítima indireta. Exemplo:
Um pai que morre por um assalto, que seria a vítima direta, e o f ilho sof reria o dano
indireto ou por ricochete. É sof rido inicialmente por um sujeito, mas acaba por repercutir
em outro, pelo f ato de haver alguma ligação entre eles.

IMPORTANTE: O nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai.
(STJ Esp 399.028/SP, Rel. Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ 15.4.2002).

DICA 110

TEORIA DO RISCO INTEGRAL


Nesta teoria integrante da responsabilidade civil, o agente causador é obrigado a reparar
o dano, em toda sua extensão, havendo bloqueio para que se admita as causas
excludentes da responsabilidade civil, como por exemplo o caso f ortuito.

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Exemplos da aplicação desta teoria: Acidentes nucleares, atos de terrorismo e danos
ambientais.
De acordo com a teoria do risco integral, é suf iciente a existência de um evento danoso e
do nexo de causalidade entre a conduta administrativa e o dano para que seja obrigatória
a indenização por parte do Estado, af astada a possibilidade de ser invocada alguma
excludente da responsabilidade.

DICA 111

RESPONSABILIDADE CIVIL DOS SHOPPINGS

Caberá aos estabelecimentos chamados de shopping centers o dever de guarda ou


vigilância sobre os veículos deixados em seu estacionamento, seja este gratuito ou
remunerado.

Respondem pelos f urtos ou outros danos causados aos veículos por terceiros ou por seus
empregados.

DICA 112

DANO ESTÉTICO
O dano estético é um dano a parte do dano moral e do dano material. O ponto base deste
dano é a def ormidade. Imagine um exemplo hipotético onde uma modelo atravessa a rua,
com o semáf oro aberto para os andantes, e de repente, um carro em alta velocidade a
atropela, provocando um f erimento grave no rosto, que lhe deixa com uma cicatriz muito
grande. Logo, temos o chamado dano estético.
“O dano estético, o corpo mostra, o dano moral, a alma sente” OLIVEIRA, Sebastião
Geraldo de
É possível cumular o dano moral com o estético? SIM.

SÚMULA 387 DO STJ:

“É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral”.

DICA 113

DANO EMERGENTE
É o ef etivo prejuízo, a diminuição patrimonial sof rida pela vítima. Em outras palavras,
podendo ser dado como exemplo o caso de um taxista sof re uma colisão, na qual o outro
motorista é o culpado pelo acidente.
Assim, o dano emergente é o prejuízo direto, ou seja, o valor do conserto do carro e
eventuais despesas de hospital. Já os lucros cessantes representam os valores que o
taxista deixou de receber enquanto seu carro, que é seu instrumento de trabalho, estava
sendo reparado.

IMPORTANTE: alguns doutrinadores chamam o dano emergente de dano positivo.

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DICA 114

LUCROS CESSANTES
Os lucros cessantes representam os valores que o prejudicado deixou de receber.
Imagine um exemplo hipotético de um motorista de aplicativo, que sof re um acidente, e
por causa deste acidente, passa 40 dias sem trabalhar. O que ele deixar de ganhar nestes
40 dias é o que se chama de lucro cessante.

Em outras palavras:

Danos emergentes: O que ef etivamente perdeu.

Lucros Cessantes: O que razoavelmente deixou de lucrar.

DICA 115

DANOS SOCIAIS

São of ensas à comunidade e à sociedade como um todo, que af etam ou diminuam o nível
de vida, quer seja por rebaixamento de seu patrimônio moral, quer seja por diminuição da
qualidade de vida. Dito de outra f orma, são atos ilícitos produzidos em f ace da sociedade
que prejudiquem seu patrimônio moral ou acarrete a diminuição da qualidade de vida,
af etando, por exemplo, meio ambiente, segurança pública, educação, saúde, entre outros.

O dano social não é o mesmo que dano moral coletivo. São institutos dif erentes:

Dano Social: É um dano próprio, a parte (ao contrário do dano moral coletivo). Um
exemplo de dano social é quando a pessoa solta um balão (atividade ilegal que pode gerar
acidentes e mortes).

Dano Moral Coletivo: É um tipo de dano moral. Um exemplo de dano moral coletivo é
a instituição bancária que constantemente demora de f orma excessiva no atendimento ao
consumidor.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DICA 116

CESSAÇÃO DO PODER FAMILIAR

Extingue-se o poder familiar (art.1635, CC):


pela morte dos pais ou do f ilho;

pela emancipação;

pela maioridade;

pela adoção;

por decisão judicial.

Perderá o poder familiar por ato judicial, o pai ou a mãe que (art.1638, CC):
castigar imoderadamente o f ilho;

deixar o f ilho em abandono;

praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;

incidir, reiteradamente, nas f altas previstas no artigo antecedente.

entregar de f orma irregular o f ilho a terceiros para f ins de adoção.

praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder f amiliar: homicídio,


f eminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de
crime doloso envolvendo violência doméstica e f amiliar ou menosprezo ou discriminação à
condição de mulher; estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de
reclusão;

praticar contra f ilho, f ilha ou outro descendente: homicídio, f eminicídio ou lesão


corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso
envolvendo violência doméstica e f amiliar ou menosprezo ou discriminação à condição de
mulher; estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à
pena de reclusão.

Também pode perder ou ter suspenso o poder f amiliar, no caso de abuso de


autoridade.

Implicará na destituição do poder f amiliar, a condenação criminal por crime


doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo poder
f amiliar ou contra f ilho, f ilha ou outro descendente.
A expressão “pátrio poder” f oi substituída por poder f amiliar no Código Civil de 2002.

DICA 117

GUARDA

É uma f orma de inserção da criança ou adolescente em uma f amília substituta de f orma


provisória.

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Não implica destituição do poder f amiliar.


A pessoa que detém a guarda, cabe a prestar assistência material, moral e
educacional, podendo até opor-se a terceiros, inclusive os pais.

Critérios para fixação da guarda:

ouvir a criança ou adolescente, sempre que possível, se f or adolescente este deverá


consentir, em audiência;

estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida;

considerar grau de parentesco e a relação de af inidade e af etividade;

irmãos serão colocados em mesma f amília substituta, ressalvada comprovada existência


de risco de abuso ou outra situação que justif ique a excepcionalidade de solução
diversa;

será precedida de preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizado pela


equipe interprof issional;

não será def erida a pessoa que revele por qualquer modo incompatibilidade com a
natureza da medida ou não of ereça ambiente f amiliar adequado;

NÃO ADMITE TRANSFERÊNCIA da criança ou adolescente a terceiros, ou entidade


governamental ou não-governamental sem autorização judicial;

o responsável prestará compromisso de bem e f ielmente desempenhar o encargo.

DICA 118

TUTELA
É um instituto protetivo, previsto em lei, possui caráter obrigatório, com maior
abrangência que a guarda, tendo como requisito a perda ou a suspensão do poder
f amiliar, destinada a alguém para que dirija a pessoa menor de idade.

A tutela conf ere ao tutor o direito de representação.

É imposta por decisão judicial e o tutor é obrigado a servir por dois anos.

Será deferida no caso de:

Falecimento dos pais;


Pais que perderam o poder f amiliar;

Pais que sof reram pena de prisão por mais de dois anos;

Pais desconhecidos.

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A tutela pode ser legal, quando ocorre a perda do poder f amiliar e o juiz nomeia um tutor,
podendo ser testamentária, quando os pais em vida, deixarão em testamento ou em outro
documento autêntico, quem gostaria que f osse o tutor; pode ser dativa, quando o juiz
escolhe o tutor, por não ter sido indicado ou quando f orem excluídos ou escusados.

Quando houver irmãos órf ãos, preferencialmente, será nomeado um só tutor para
cuidar de ambos.

DICA 119
IMPEDIMENTO AO EXERCÍCIO DA TUTELA

São impedidas absolutamente do exercício da tutela:

os que não tiverem livre administração de seus bens;


inimigos do menor ou de seus pais, ou aqueles que f oram excluídos pelos pais da
tutela.

pessoas de mau procedimento, ou f alhas em probidade e as culpadas de abuso em


tutorias anteriores;
aqueles que exercem f unção pública incompatível com a boa administração da tutela.

DICA 120

RECUSA AO EXERCÍCIO DA TUTELA

Cabe escusa do exercício da tutela:

mulheres casadas;

maiores de 60 anos;

aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de 03 f ilhos;

os impossibilitados por enf ermidade;

aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela;

aqueles que já exercem tutela ou curatela;

militares em serviço.

Não esqueça: A tutela é um encargo ou munus imposto pelo Estado, com um f im de


interesse público.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

DICA 121

FORNECEDOR

Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira,


bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transf ormação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Pode-se dizer que o conceito trazido no art. 3º abrange os seguintes tipos de


f ornecedor:

Fornecedor real – aquele que ef etivamente fabrica, produz ou constrói.

Fornecedor aparente – embora não tenha participado diretamente do processo de


f abricação, apresenta-se como tal por expor nome, marca ou outro sinal que
identif ique o bem f abricado por um terceiro. Assim, o f ornecedor aparenta ser o real
f abricante do produto para o consumidor. Nesse sentido, haverá responsabilidade solidária
do f ornecedor aparente para arcar com os danos causados pelos bens comercializados sob
a mesma identif icação (nome/marca). STJ. 4ª T. REp 1580432-SP, Rel. Min. Marco Buzzi,
j. 6/12/18 (Inf o 642).

Fornecedor presumido – trata-se do importador ou comerciante que adquire ou


vende produtos sem identificação.

Fornecedor por equiparação – aquele que, embora intermediário na relação de


consumo, é quem atua à frente do consumidor.

Cuidado, por entendimento jurisprudencial, não se aplica o CDC para serviços


advocatícios (atividade intelectual), contratos de credito educativo, relação condominial,
previdência privada complementar f echada, locação predial urbana, f ranqueador e
f ranqueado.

DICA 122

PRODUTO E SERVIÇO

Conf orme art.3º, S1o do CDC, produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
imaterial.

O produto poderá ser durável, quando não se extingue de imediato ou demora muito (ex.
eletrodoméstico) ou não durável, quando se extingue de imediato, ou após certo tempo
de uso (ex. alimentos, borracha).

Serviços, de acordo com § 2°, do art.3º do CDC, é qualquer atividade fornecida no


mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária,
f inanceira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.

O serviço poderá ser durável, quando não se extingue de imediato, tendo continuidade
no tempo, (ex. plano de saúde) ou não durável, quando se extingue de imediato uma
vez prestado (serviço de transporte).

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Haverá relação de consumo quando o serviço público f or remunerado mediante tarif a ou
preço público (jurisprudência).
DICA 123

POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivos:

o atendimento das necessidades dos consumidores;

o respeito à sua dignidade, saúde e segurança;

a proteção de interesses econômicos dos consumidores;

a melhoria na qualidade de vida dos consumidores;

a transparência e harmonia das relações de consumo.

Para alcançar os objetivos da política nacional das relações de consumo, f az -se


necessário seguir os seguintes princípios:

Reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo – princípio


da vulnerabilidade do consumidor, sendo que todo consumidor pessoa f ísica é
considerado vulnerável, enquanto pessoa jurídica deve comprovar sua vulnerabilidade.

O princípio da vulnerabilidade do consumidor é um dos mais importantes no contexto


do direito do consumidor, devendo ser compreendida em seus quatro aspectos:

Vulnerabilidade técnica – consumidor não detém o conhecimento técnico;

Vulnerabilidade jurídica ou científica – f altam conhecimentos jurídicos para


entender o contrato ou outros conhecimentos científ icos;

Vulnerabilidade fática ou socioeconômica – consumidor não detém o poder


econômico, mas sim o f ornecedor;

Vulnerabilidade informacional – consumidor não tem inf ormações completas e


suf icientes sobre o produto e serviço of ertado.

DICA 124

OUTROS PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO

Princípio da intervenção do Estado – dever do Estado de ef etivamente proteger o


consumidor, através de ações diretas ou indiretas;

Princípio da boa-fé objetiva – partes devem agir com lealdade, honestidade,


cooperação mútua no sentido de obter o equilíbrio contratual. A boa-f é objetiva tem
tríplice aspecto – controle/limitativa; interpretativa e integrativa.

Princípio do controle de qualidade segurança e solução de conflitos – visa


garantir qualidade de produtos e serviço nos padrões adequados de segurança,

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durabilidade e desempenho. Prevê também a possibilidade de solução de conf lito através
de meios alternativos de resolução de litígios;

Princípio da coibição e repressão dos abusos – visa reprimir os abusos praticados


no mercado de consumo, de f orma a proteger os consumidores;

Princípio da execução da Política nacional de relações de consumo – O Estado


tem diversos instrumentos para implementar políticas de proteção ao consumidor, tais
como a criação dos juizados especiais. O art. 5º do CDC traz as hipóteses de execução da
política nacional.

DICA 125

PRÁTICAS ABUSIVAS

As práticas abusivas vedadas estão expressas no art. 39 do CDC, cujo rol é


considerado meramente exemplif icativo. vejamos as hipóteses de vedação:

Proibição de Venda Casada: O f ornecedor não poderá condicionar o f ornecimento de


produto ou de serviço ao f ornecimento de outro produto ou serviço, bem como , sem justa
causa, a limites quantitativos.

Recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas


disponibilidades de estoque, e, ainda, de conf ormidade com os usos e costumes;

STJ

Compelir o consumidor a comprar dentro do próprio cinema todo e qualquer produto


alimentício, é situação que conf igura VENDA CASADA, limitando a liberdade de escolha
do consumidor, o que revela PRÁTICA ABUSIVA. (STJ. 3ª T., REsp 1331948/SP, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 14/06/16).

Enviar ou Entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto ou


f ornecer qualquer serviço. Em relação a essa prática comercial, temos Súmula do STJ
que prevê conduta abusiva na remessa de cartão de credito sem previa e expressa
solicitação do consumidor:

SÚMULA 532-STJ:

Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa
solicitação do consumidor, conf igurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação
de multa administrativa.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DICA 126
CITAÇÃO COM HORA CERTA

É uma modalidade de citação ficta, a qual dif ere da real pois nela não se sabe se o réu
está ef etivamente ciente da sua citação.

Caso o citado com hora certa seja revel, será designado para ele um curador
especial, até que seja constituído um advogado (art. 72 CPC).

Requisitos para citação com hora certa:

Of icial de justiça procurar o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar


por 2 (duas) vezes.

suspeita de ocultação.

DICA 127
CITAÇÃO POR EDITAL

Também é modalidade de citação f icta e, por conseguinte, se o réu f or revel será


designado para ele curador especial, até que seja constituído advogado.

A citação por edital será f eita nos seguintes casos:

quando desconhecido ou incerto o citando

quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;

nos casos expressos em lei (portanto o rol é exemplif icativo).

DICA 128
DA RECONVENÇÃO

A reconvenção é uma espécie de contra-ataque do réu, ou seja, o réu se def ende


apresentando uma pretensão contra o autor, f igurando assim no processo um réu
reconvinte e um autor reconvindo.

Conf orme prevê o Art. 343 do CPC, na contestação, é lícito ao réu propor
reconvenção para manif estar pretensão própria, conexa com a ação principal ou
com o fundamento da def esa.

Portanto, para que haja a reconvenção é necessário a existência de uma causa pendente
(do autor contra o réu), bem como a existência de conexão da reconvenção com a
causa principal ou com o fundamento de defesa.

SÚMULA 258 DO STF

É admissível reconvenção em ação declaratória.

Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para


apresentar resposta no prazo de 15 dias.

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A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de
seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. Também poderá ser
proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.

Caso o autor seja substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de
direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do
autor, também na qualidade de substituto processual.
O réu pode propor reconvenção independentemente de of erecer contestação.

Apesar de não caber reconvenção nos Juizados Especiais, será possível o pedido
contraposto.

DICA 129
DA REVELIA

A revelia é entendida pela doutrina majoritária como a ausência jurídica de contestação. É


jurídica pois nem sempre se tem ausência f ísica da contestação.

Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir -se-ão verdadeiras as
alegações de f ato f ormuladas pelo autor – ef eito material.

A revelia não produz esse ef eito em caso de:

havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;

o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere


indispensável à prova do ato;

as alegações de f ato f ormuladas pelo autor f orem inverossímeis ou estiverem em


contradição com prova constante dos autos.

Existem alguns tipos de revelia:

Revelia formal: que é falta da contestação (ausência f ísica) ou contestação


intempestiva (a contestação está presente, mas sem reconhecimento jurídico).

Revelia substancial: contestação é apresentada em tempo pelo réu, mas com def esa
genérica, o que f az com que seja considerada juridicamente ausente.
Quando se f ala em presunção de veracidade, necessário salientar que essa presunção
recai apenas sobre os fatos, jamais uma presunção do direito alegado pelo autor.
Como ef eitos processuais tem-se a desnecessidade de intimação do revel sem advogado,
quando os prazos f luirão a partir da publicação do ato decisório no órgão of icial, e a
possibilidade de julgamento antecipado do mérito.

SÚMULA 231 DO STF

O revel, em processo civil, pode produzir provas, desde que compareça em tempo
oportuno. O revel poderá intervir no processo em qualquer f ase, recebendo-o no estado
em que se encontrar.

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DICA 130

DO JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO

O art. Art. 356 do CPC trouxe a possibilidade de o juiz decidir parcialmente o mérito
quando um ou mais pedidos ou parcela deles:

mostrar-se incontroverso;
estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 (não houver
necessidade de produção de outras provas, réu revel, ef eito material da revelia e não
houver requerimento de prova).

Trata-se de decisão interlocutória de cognição exauriente, não se conf undindo assim


com tutela provisória.

Assim sendo, a decisão f az coisa julgada material.

ENUNCIADO 5, CJF:

Ao prof erir decisão parcial de mérito ou decisão parcial f undada no art. 485 do CPC,
condenar-se-á proporcionalmente o vencido a pagar honorários ao advogado do
vencedor, nos termos do art. 85 do CPC.

A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que
julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso
contra essa interposto.

A decisão prof erida com base neste artigo é impugnável por agravo de
instrumento.

DICA 131
SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO

Não sendo o caso de julgamento conf orme o estado do processo, o processo vai para a
f ase de produção de provas, a qual é precedida do saneamento e da organização.

Nesta decisão, o juiz deverá:

resolver as questões processuais pendentes, se houver;

delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória,


especif icando;

os meios de prova admitidos;

def inir a distribuição do ônus da prova;

delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;

designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.

Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar


ajustes, no prazo comum de 5 dias, f indo o qual a decisão se torna estável.

As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das


questões de f ato e de direito, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.

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Apresentando a causa complexidade em matéria de f ato ou de direito, deverá o juiz
designar audiência para que o saneamento seja f eito em cooperação com as partes,
oportunidade em que o juiz, se f or o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer
suas alegações.

Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz f ixará prazo
comum não superior a 15 dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.

O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10, sendo 3, no


máximo, para a prova de cada fato. Este número poderá ser limitado pelo juiz levando
em conta a complexidade da causa e dos f atos individualmente considerados .

As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as
audiências.

DICA 132
DA PRODUÇÃO ANTECIPADA DA PROVA

Conf orme previsão do art. 381 do CPC, a produção antecipada da prova será admitida
nos casos em que:

haja f undado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito dif ícil a verif icação
de certos f atos na pendência da ação;

a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio


adequado de solução de conf lito;

o prévio conhecimento dos f atos possa justif icar ou evitar o ajuizamento de ação.
A competência para a produção antecipada da prova será do juízo do f oro onde deva ser
produzida ou do f oro de domicílio do réu.

A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que
venha a ser proposta.

O rito da produção antecipada da prova também se aplica àquele que pretender justif icar
a existência de algum f ato ou relação jurídica para simples documento e sem caráter
contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção.

O requerente apresentará as razões que justif icam a necessidade de antecipação da prova


e mencionará com precisão os f atos sobre os quais a prova há de recair.
O juiz determinará, de of ício ou a requerimento da parte, a citação de interessados na
produção da prova ou no f ato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso.

O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do f ato, nem sobre as


respectivas consequências jurídicas.

Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo procedimento,


desde que relacionada ao mesmo f ato, salvo se a sua produção conjunta acarretar
excessiva demora.
Não se admitirá def esa ou recurso, exceto contra decisão que indef erir totalmente a
produção da prova pleiteada pelo requerente originário.

Os autos permanecerão em cartório durante 1 mês para extração de cópias e certidões


pelos interessados e, após, serão entregues ao promovente da medida.

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DICA 133
DA ARGUIÇÃO DE FALSIDADE
A f alsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 dias,
contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos. A parte deverá
expor os motivos em que f unda sua pretensão e os meios pelos quais provará o alegado.

A f alsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o
juiz a decida como questão principal.

Após ouvida a parte contrária no prazo de 15 dias, será realizado exame pericial.
Contudo, se a parte que produziu o documento concordar em retirá -lo dos autos, não se
procederá ao exame pericial.
A declaração sobre a f alsidade do documento, quando suscitada como questão principal,
constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a autoridade da
coisa julgada.

DICA 134

DOS DOCUMENTOS ELETRÔNICOS


Conf orme previsto no art. 439 do CPC, a utilização de documentos eletrônicos no
processo convencional dependerá de sua conversão à forma impressa e da
verificação de sua autenticidade, na f orma da lei.
O juiz apreciará o valor probante do documento eletrônico não convertido,
assegurado às partes o acesso ao seu teor.

Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e conservados com a observância da


legislação específ ica.

DICA 135
DA INSPEÇÃO JUDICIAL

A inspeção pode ser de pessoas ou coisas, e possui a finalidade de esclarecer sobre


f ato que interesse à decisão da causa.

Poderá se dar de ofício ou a requerimento da parte.

O juiz poderá ser assistido por um ou mais peritos ao realizar a inspeção.

O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando:

julgar necessário para a melhor verif icação ou interpretação dos f atos que deva
observar;

a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves
dif iculdades;

determinar a reconstituição dos f atos.

As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e


f azendo observações que considerem de interesse para a causa.

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Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo
quanto f or útil ao julgamento da causa, podendo ser instruído com desenho, gráf ico ou
f otograf ia.

DICA 136
DA COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL

A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil f az parte e
observará:
o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil,
em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando -se assistência
judiciária aos necessitados;

a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação


brasileira ou na do Estado requerente;

a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de


cooperação;

a espontaneidade na transmissão de inf ormações a autoridades estrangeiras.

Inexistino tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar -se com base em
reciprocidade, manif estada por via diplomática. Em caso de homologação de sentença
estrangeira, essa reciprocidade é dispensada.

Não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados
incompatíveis com as normas f undamentais que regem o Estado brasileiro.

O Ministério da Justiça exercerá as f unções de autoridade central na ausência de


designação específ ica.

A cooperação jurídica internacional terá por objeto:

citação, intimação e notif icação judicial e extrajudicial;

colheita de provas e obtenção de inf ormações;

homologação e cumprimento de decisão;

concessão de medida judicial de urgência;

assistência jurídica internacional;

qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.

DICA 137
DO AUXÍLIO DIRETO
Cabe o chamado auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de
autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.

A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à


autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza
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do pedido.

Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil f az parte, o auxílio direto terá os
seguintes objetos:

obtenção e prestação de inf ormações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos


administrativos ou jurisdicionais f indos ou em curso;

colheita de provas, salvo se a medida f or adotada em processo, em curso no


estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;

qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.

A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres e, se


necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução
de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas
disposições específ icas constantes de tratado.

No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não
necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências
necessárias para seu cumprimento.

Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à


Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada.

O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando f or autoridade central.

Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido
de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.

DICA 138
DA CARTA ROGATÓRIA

Conf orme prevê o art. 36 do CPC, o procedimento da carta rogatória perante o Superior
Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as
garantias do devido processo legal.

A defesa ficará restrita à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para


que o pronunciamento judicial estrangeiro produza ef eitos no Brasil.

Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial


estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.

DICA 139
DA COOPERAÇÃO NACIONAL
Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em
todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores,
incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores.

Os juízos poderão f ormular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer ato
processual.

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O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de
forma específica e pode ser executado como:

auxílio direto;

reunião ou apensamento de processos;

prestação de inf ormações;

atos concertados entre os juízes cooperantes.

As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto no CPC.

DICA 140

DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL


Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-f é como autor, réu ou
interveniente.

Considera-se litigante de má-f é aquele que:

deduzir pretensão ou def esa contra texto expresso de lei ou f ato incontroverso;

alterar a verdade dos f atos;


usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

opuser resistência injustif icada ao andamento do processo;

proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;

provocar incidente manif estamente inf undado;

interpuser recurso com intuito manif estamente protelatório.

De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-f é a pagar multa,


que deverá ser superior a 1% e inf erior a 10% do valor corrigido da causa, a indenizar a
parte contrária pelos prejuízos que esta sof reu e a arcar com os honorários advocatícios e
com todas as despesas que ef etuou.

Quando o valor da causa f or irrisório ou inestimável, a multa poderá ser f ixada em até 10x
o valor do salário-mínimo.

Quando f orem 2 ou mais litigantes de má-f é, o juiz condenará cada um na proporção de


seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a
parte contrária.

O valor da indenização será f ixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá -lo,
liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
DICA 141
DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES

No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos
expressos em lei.

A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não
altera a legitimidade das partes.

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O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou
cedente, sem que o consinta a parte contrária. Eles poderão, no entanto, intervir como
assistente litisconsorcial do alienante ou cedente.

Estendem-se os ef eitos da sentença prof erida entre as partes originárias ao adquirente ou


cessionário.

Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar -se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos
seus sucessores.
A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo ato,
outro que assuma o patrocínio da causa.

Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 dias, o juiz suspenderá o processo
e designará prazo razoável para que seja sanado o vício, observando o art. 76 do CPC.

O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, desde que prove que
comunicou a renúncia ao mandante, a f im de que este nomeie sucessor. Durante os 10
dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário
para lhe evitar prejuízo.

Dispensa-se essa comunicação quando a procuração tiver sido outorgada a vários


advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da re núncia.
DICA 142
LITISCONSÓRCIO

Litisconsórcio é quando duas ou mais pessoas litigam conjuntamente, no mesmo


processo, seja no polo ativo ou passivo.

O CPC elenca que ocorrerá quando:

entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;

entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;

ocorrer af inidade de questões por ponto comum de f ato ou de direito.


O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na
f ase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este
comprometer a rápida solução do litígio ou dif icultar a def esa ou o cumprimento da
sentença.
O requerimento de limitação interrompe o prazo para manif estação ou resposta, que
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.

O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da


relação jurídica controvertida, a ef icácia da sentença depender da citação de todos que
devam ser litisconsortes.

A sentença de mérito, quando prof erida sem a integração do contraditório, será:

nula, se a decisão deveria ser unif orme em relação a todos que deveriam ter integrado
o processo;

inef icaz, nos outros casos, apenas para os que não f oram citados.

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MEMOREX OAB (Exame XL) – Rodada 02
Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a
citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de
extinção do processo.

O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de
decidir o mérito de modo unif orme para todos os litisconsortes.

Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como


litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões
de um não prejudicarão os outros, mas os poderão benef iciar .

Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser
intimados dos respectivos atos.

DICA 143
DA ASSISTÊNCIA

Pendendo causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em


que a sentença seja f avorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.

A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição,


recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.

Não havendo impugnação no prazo de 15 dias, o pedido do assistente será def erido,
salvo se f or caso de rejeição liminar.

Se qualquer parte alegar que f alta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz
decidirá o incidente, sem suspensão do processo.

A assistência poderá ser simples ou litisconsorcial.

O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos


poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Sendo revel ou, de
qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto
processual.

A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do


pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se f unda a ação ou transija sobre
direitos controvertidos.
Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não
poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:

pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido,
f oi impedido de produzir provas suscetíveis de inf luir na sentença;

desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou


culpa, não se valeu.

DICA 144
DAS CAUSAS DE SUSPEIÇÃO

A imparcialidade do julgador é uma das mais importantes caraterísticas da jurisdição,


sendo, inclusive, um pressuposto processual de validade.
As causas de suspeição geralmente envolvem situações ou f atos subjetivos, como por
exemplo a amizade íntima de uma das partes com o juiz.
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O art. 145 do CPC elenca as hipóteses causadoras de suspeição, af irmando que haverá
suspeição do juiz:
amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que
subministrar meios para atender às despesas do litígio;

quando qualquer das partes f or sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou


companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

interessado no julgamento do processo em f avor de qualquer das partes.

Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade
de declarar suas razões.
DICA 145
DAS HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO

As causas de impedimentos estão f undamentalmente previstas no art. 144 do CPC e


geralmente envolvem f atos ou situações objetivas, como, por exemplo, o parentesco
com uma das partes, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas f unções no processo:
em que interveio como mandatário da parte, of iciou como perito, f uncionou como
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo prof erido decisão;

quando nele estiver postulando, como def ensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou
af im, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive.

Nessa hipótese, o impedimento só se verif ica quando o def ensor público, o advogado
ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da
atividade judicante do juiz.

DICA 146
AUXILIARES DA JUSTIÇA

Auxiliares da Justiça são as pessoas que se destinam a apoiar as atividades desenvolvidas


pelo órgão jurisdicional, seja dentro da sede do juízo ou f ora dela.

Portanto, alguns atos processuais não são praticados diretamente pelo juiz, mas sim por
seus auxiliares.

Os auxiliares podem atuar de f orma permanente: como o chef e da secretária ou o of icial


de justiça. Ou podem atuar de f orma eventual: como o tradutor.

O art. 149 do CPC elenca de f orma exemplif icativa os auxiliares da justiça: o escrivão, o
chef e de secretaria, o of icial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o
intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o
contabilista e o regulador de avarias.
Por se tratar de rol exemplif icativo, pode ser que as normas de organização judiciária
prevejam outros auxiliares e suas atribuições.
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DICA 147
DA ATUAÇÃO DOS MEDIADORES E CONCILIADORES

O CPC/15 consagra o chamado modelo multiportas de justiça, o qual se vale das mais
diversas técnicas como métodos de solução de conflitos, dentre os quais se encontram
a mediação e conciliação.
O CPC prevê, inclusive, a criação de centros judiciários de solução consensual de conf litos,
responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo
desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a
autocomposição.

DICA 148
DA ADVOCACIA PÚBLICA

A advocacia pública é uma das f unções essenciais da justiça, conf orme previsão
constitucional.
Aos advogados públicos incumbe a def esa e promoção dos interesses da Fazenda Pública,
e não dos agentes públicos.

Essa atuação se dá através da representação judicial, em todos os âmbitos f ederativos,


das pessoas jurídicas de direito público que integram a administração direta e indireta.
A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
f undações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manif estações
processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.

A intimação pessoal f ar-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. Não se aplicando o
benef ício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de f orma expressa, prazo
próprio para o ente público.
O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir
com dolo ou fraude no exercício de suas f unções.

DICA 149

DOS ATOS PROCESSUAIS QUE TRAMITAM EM SEGREDO DE JUSTIÇA

Em regra, os atos processuais são públicos, por f orça do princípio constitucional da


publicidade processual.

Assim sendo, todos devem ter acesso aos autos dos processos, audiências e sessões de
tribunais, que devem ser realizadas de portas abertas, salvo nas hipóteses de segredo de
justiça.

O CPC/15, em seu art. 189, tratou de elencar as hipóteses em que se dará esse
segredo de justiça, af irmando que tramitam em segredo de justiça os processos:

em que o exija o interesse público ou social;

que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável,
f iliação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;

em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;


que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que
a conf idencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
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O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir
certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo
da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.

DICA 150
DOS ATOS DAS PARTES

Os atos das partes consistentes em declarações de vontade unilaterais (ex.: contestação)


ou bilaterais (ex.: pacto de impenhorabilidade), os quais ainda podem ser concordantes
(ex.: a desistência da ação após a contestação) ou contratuais (ex.: transação)

Essas declarações produzem imediatamente a constituição, modif icação ou extinção de


direitos processuais.

A desistência da ação só produzirá ef eitos após homologação judicial.

As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que


entregarem em cartório.

É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o juiz mandará
riscar, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário -mínimo.

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DIREITO EMPRESARIAL

DICA 151

ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: CONCEITOS INICIAIS

Art. 1.142, CC/02. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado,


para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.

Para exercer empresa, portanto, o empresário deverá se valer do estabelecimento


empresarial, que compreende tanto bens corpóreos (máquinas industriais, por
exemplo), quanto bens incorpóreos (marcas, patentes, ponto, etc).
A Lei de ambiente de negócios, publicada em 26 de agosto de 2021, já em vigor, traz
signif icativas mudanças ao direito empresarial, inclusive acrescenta incisos ao artigo
1.142, que trata do estabelecimento. Nesse sentido, de acordo com a nova legislacao que
alterou o CC/02 em seu art.1.142, é previsto que:

§ 1º O estabelecimento não se conf unde com o local onde se exerce a atividade


empresarial, que poderá ser f ísico ou virtual.

§ 2º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial f or virtual, o endereço


inf ormado para f ins de registro poderá ser, conf orme o caso, o do empresário individual
ou o de um dos sócios da sociedade empresária.

§ 3º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial f or f ísico, a f ixação do


horário de f uncionamento competirá ao Município, observada a regra geral do inciso II
do caput do art. 3º da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019.

A respeito desse último aspecto, já se aplicava o ref erido entendimento, com f undamento
na Súmula 419, STF. Municípios têm competência para regular o horário do comércio
local, desde que não inf rinjam leis estaduais ou f ederais válidas.

O município, em virtude de interesse local, e sua competência prevista no art.30 da CF/88


pode estabelecer o horário de comércio. Município, entretanto, não pode estabelecer
horário bancário, por extrapolar interesse local.

DICA 152

ESTABELECIMENTO: PONTO COMERCIAL X AVIAMENTO

Ponto comercial é considerado um bem incorpóreo pertencente ao estabelecimento


comercial. É o local onde se exerce a empresa. Tem valor econômico independente do
imóvel onde se localiza o empreendimento.

Aviamento, por sua vez, ref ere-se à aptidão que determinado estabelecimento
empresarial possui para gerar lucros, então não se conf unde com ponto comercial.
Deve ser compreendido como a articulação dos bens que compõem o estabelecimento na
exploração de uma atividade econômica que lhes agregou um valor que o mercado
reconhece. Fabio Ulhoa Coelho chama aviamento de Fundo de Comércio, como
sinônimos. Aviamento também é conhecido como Azienda.

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DICA 153

ESTABELECIMENTO: NATUREZA JURÍDICA


Doutrina majoritária entende que a natureza jurídica do estabelecimento é uma
universalidade de fato, nos termos do art. 90, do CC/02.

Art. 90. Constitui universalidade de f ato a pluralidade de bens singulares que,


pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.

Parágraf o único. Os bens que f ormam essa universalidade podem ser objeto de relações
jurídicas próprias.

Nesse sentido, a universalidade de direito que constitui o complexo de relações jurídicas


de uma pessoa, dotadas de valor econômico, tais como os contratos mercantis, não
f ariam parte do estabelecimento, mas sim do aviamento!

DICA 154

ESTABELECIMENTO: TRESPASSE

Trespasse, embora não esteja def inido expressamente com esses termos no CC/02, é o
ato de passar adiante/vender o estabelecimento. Sobre a ref erida temática, traz a lei civil:

Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usuf ruto ou arrendamento do
estabelecimento, só produzirá ef eitos quanto a terceiros depois de averbado à margem
da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de
Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa of icial.

Em resumo, o trespasse somente terá ef eitos perante terceiros, após a averbação do


ref erido ato na junta comercial e quando publicado em imprensa of icial.

DICA 155

ESTABELECIMENTO: TRESPASSE - EFICÁCIA PERANTE TERCEIROS.

Quanto à eficácia do trespasse, prevê o Código Civil:

Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suf icientes para solver o seu passivo, a
ef icácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores,
ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua
notif icação.

Assim, quanto à ef icácia do trespasse, requer -se dois requisitos não cumulativos:

caso o alienante (quem vende), não f ique com bens suf icientes para pagar suas
dividas, deverá haver alternativamente o pagamento de todos os credores ou

o consentimento de todos os credores, 30 dias contados a partir de sua notif icação, de


f orma expressa ou tácita. Assim, caso os credores não se manif estem, entender -se-á
que consentiram no trespasse.

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DICA 156

ESTABELECIMENTO: SUCESSÃO EMPRESARIAL


Sucessão empresarial é um tema que pode ser cobrado na OAB, então f ique atento!
Segundo o art. 1.146, do CC/02, o adquirente do estabelecimento responde pelo
pagamento dos débitos anteriores à transf erência, desde que regularmente contabilizados,
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir,
quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do
vencimento.

Assim, o adquirente do estabelecimento:

responde pelo pagamento de débitos anteriores à transf erência,

desde que regularmente contabilizados

mas, o devedor primitivo continua responsável de forma solidária, pelo prazo de um


ano.

em relação aos créditos vencidos – da sua publicação.

em relação aos demais créditos – da data do vencimento.

DICA 157

DIREITO SOCIETÁRIO: ASPECTOS GERAIS

Sociedade Empresária, de acordo com Fabio Ulhoa Coelho, é pessoa jurídica de direito
privado, não estatal, que explora, de f orma empresarial, seu objeto estatal, ou que está
constituída como uma Sociedade Anônima. Toda Sociedade Anônima, também
denominada S.A, necessariamente, é uma sociedade empresarial, por previsão legal.
Coelho ainda explica que a pessoa jurídica não se conf unde com as pessoas que a
compõem (CC, art. 49-A). e, portanto, a sociedade empresarial tem personalidade jurídica
distinta da de seus sócios. Sobre esse aspecto, pode -se encontrar três consequências
ref erentes à personalização da pessoa jurídica, segundo Coelho:

Titularidade negocial – quando a sociedade empresária realiza negócios jurídicos


(compra matéria-prima, celebra contrato de trabalho, aceita uma duplicata etc.), ela age
em nome próprio;

Titularidade processual – a pessoa jurídica pode demandar e ser demandada em


juízo;

Responsabilidade patrimonial – em consequência, ainda, de sua personalização, a


sociedade terá patrimônio próprio, seu, inconf undível e incomunicável com o patrimônio
individual de cada um de seus sócios.

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DICA 158
DIREITO SOCIETÁRIO: REQUISITOS INICIAIS PARA CONSTITUIÇÃO DE
SOCIEDADES EMPRESARIAIS

O Código Civil em seu artigo 981, traz os principais requisitos para a constituição de
um contrato de sociedade. São eles:

Contrato entre pessoas, que pode ser tácito ou expresso, não havendo
obrigatoriedade de contrato por escrito, em regra.

Exercício de atividade econômica - dif erenciando uma sociedade empresarial típica


da sociedade simples e das cooperativas, ainda que por vedação expressa legal, para o
caso da cooperativa.

Partilha de resultados – a atividade empresarial visa o lucro e, portanto, o resultado


– positivo (lucro), ou mesmo negativo (perdas), devem ser partilhados. Nesse ponto, o
sócio se dif erencia do empregado, pois esse último não pode arcar com o risco do
empreendimento.

Por f im, ressalva-se quanto ao requisito de pluralidade de sócios, previsto no artigo 981
supramencionado, que, excepcionalmente, poderá haver a constituição de sociedade
unipessoal, nas seguintes situações:

Sociedades Unipessoais:

Sociedades de advogados podem ser unipessoais, ou seja, constituída apenas por um


sócio. (art.15, Estatuto da Advocacia)

Sociedades unipessoais limitadas (Art.1052, §§1º e 2º, acrescentados pela Lei


13.874/2019).

Sociedade subsidiária integral, espécie de sociedade anônima que tem como único
sócio uma sociedade brasileira (art.251, §2º, da LSA).

DICA 159

DIREITO SOCIETÁRIO

Sociedades não personif icadas:

Sociedades comuns;

Sociedades em conta de participação.

A sociedade empresarial para se constituir regularmente precisa realizar seu registro no


Registro Público Mercantil, também conhecido como Junta Comercial. A partir do
registro de seu contrato social ou do Estatuto Social (em se tratando de sociedade
anônima), todos os atos ref erentes àquele contrato social serão ali averbados. Assim, caso
haja alteração no contrato social, por exemplo, a saída ou entrada de novo sócio, deverá
haver a averbação na junta comercial. Da mesma f orma, para que a empresa seja
encerrada regularmente, precisará haver a averbação da dissolução da sociedade na junta
comercial.
Entretanto, a sociedade empresarial, para existir, não precisa ser necessariamente inscrita
na junta comercial, sendo uma mera situação de fato. O f ato de não haver o registro,
no entanto, trará uma série de consequências, como a impossibilidade de requerer a
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recuperação judicial ou mesmo a não limitação da responsabilidade dos sócios, entre
outras consequências a serem abordadas adiante.
DICA 160

SOCIEDADES COMUNS - SOCIEDADES EM CTA DE PARTICIPAÇÃO

Algumas sociedades, que não se inscreveram na junta comercial, por opção, no caso de
sociedades comuns, seja, por vedação legal, como as sociedades em conta de
participação, não terão CNPJ e terão regras específ icas.

Sociedades comuns são de dois tipos:

Sociedades irregulares – são as sociedades comuns, que, embora tenham sido


registradas na junta comercial, por ausência de algum requisito legal, são consideradas
irregulares;

Sociedades de fato – são as sociedades comuns que sequer tiveram seus atos
inscritos na junta comercial.

Ambas as sociedades são regidas pelo art.986 e seguintes do CC/02.

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DIREITO PENAL

DICA 161

TEORIA GERAL DO CRIME

Para a sua prova do XL Exame da OAB, é de extrema relevância que você saiba o
conceito tripartido de crime. Por isso, vejamos:

O conceito de crime adotado no Brasil é dividido em três elementos:

Fato típico;

Ilicitude ou antijuridicidade;

Culpabilidade;

A teoria adotada é a finalista, pois a conduta do agente deve ser dirigida a um fim (dolo
ou culpa).

ATENÇÃO!

A punibilidade não integra o conceito de crime, pois é apenas pressuposto para


aplicação da pena.

DICA 162

FATO TÍPICO

Um ponto importante para a sua prova, é sobre o f ato típico. Por isso, vejamos:
O fato típico é composto por:

Conduta: ação ou omissão (dolosa ou culposa);

Resultado: jurídico ou naturalístico;

Nexo de causalidade: relação de causa + consequência entre ação/omissão e


resultado;

Tipicidade (adequação formal e material à lei).

MNEMÔNICO: “CRENTe”

C CONDUTA

R
RESULTADO
E

N NEXO CAUSAL

T TIPICIDADE

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DICA 163

EXCLUDENTES DO FATO TÍPICO

São consideradas excludentes do f ato típico:


Caso fortuito;

Coação física irresistível; (é diferente de coação moral irresistível, que é excludente de


culpabilidade);

Estado de inconsciência;

Erro de tipo inevitável (escusável ou desculpável);

Movimentos reflexos;

Princípio da Insignificância;

Consentimento do ofendido quando elementar do tipo penal o fato será atípico.

QUESTÃO EXAME DA ORDEM.


Yuri foi denunciado pela suposta prática de crime de estupro qualificado em razão da
idade da vítima, porque teria praticado conjunção carnal contra a vontade de Luana,
de 15 anos, mediante emprego de grave ameaça. No curso da instrução, Luana mudou
sua versão e afirmou que, na realidade, havia consentido na prática do ato sexual,
sendo a informação confirmada por Yuri em seu interrogatório.
Considerando apenas as informações expostas, no momento de apresentar alegações
finais, a defesa técnica de Yuri deverá pugnar por sua absolvição, sob o fundamento
de que o consentimento da suposta ofendida, na hipótese, funciona como.
a) causa supralegal de exclusão da ilicitude.
b) causa legal de exclusão da ilicitude.
c) fundamento para reconhecimento da atipicidade da conduta.
d) causa supralegal de exclusão da culpabilidade.
Gabarito: Letra c.
Comentário: O consentimento da vítima poderá excluir o fato típico ou a ilicitude. Se
o consentimento do ofendido for uma elementar do tipo penal haverá a exclusão do
fato típico (atipicidade da conduta). Se o consentimento do ofendido NÃO for uma
elementar do tipo penal haverá a exclusão da ilicitude.
O tipo penal do crime de estupro existe para punir o agente que obriga a vítima a
praticar relação sexual com o agente. Caso a pessoa seja maior de 14 anos e queira
praticar relação sexual com alguém não haverá o crime de estupro.
No caso da questão, Luana tem 15 anos e consentiu com o ato sexual. Assim, o seu
consentimento exclui o constrangimento + violência / grave ameaça, de modo que não
existe conduta criminosa. Logo, o consentimento da suposta ofendida funciona como
fundamento para reconhecimento da atipicidade da conduta.

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DICA 164

DOLO

O dolo consiste na vontade de concretizar os elementos objetivos do tipo.

Considera-se o crime doloso, quando o agente quis o resultado (teoria da vontade - dolo
direto) ou assumiu o risco de produzi-lo (teoria do consentimento - dolo eventual).

Teorias do Dolo:

Teoria da representação ou possibilidade: dolo é o ato de prever o resultado.

Teoria do consentimento (assentimento): dolo é consentir com a produção do


resultado.

Teoria da vontade: dolo é querer o resultado.

DICA 165

ABRANGÊNCIA DO DOLO (DIRETO)

O agente quis o resultado pretendido (dolo de 1° grau).

Abrange os meios escolhidos (dolo de 1° grau).

Ex.: veneno, arma etc.

Consequências secundárias (dolo de 2° grau).

Ex.: sujeito atira no coração de irmãos grudados.

Ex.: Pablo Escobar quando colocou uma bomba no avião para matar um sujeito. Neste
caso, Escobar responderá por dolo direito.

Espécies de dolo:

Dolo direto:

Dolo de 1° grau: resultado pretendido e os meios escolhidos.

Dolo de 2° grau: consequências necessárias inerentes aos meios escolhidos.

Dolo indireto:

Eventual: agente assumiu o risco de produzir o resultado;

Alternativo: o agente prevê a pluralidade de resultados e dirige sua conduta na busca


de realizar qualquer um deles indistintamente.

Ex.: o agente quer praticar lesão corporal ou homicídio indistintamente. O agente tem
a mesma vontade de um ou de outro.

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DICA 166

CULPA

Excepcionalidade do crime culposo: Como regra, apenas se pune a conduta a título


de dolo, salvo quando a lei expressamente tipif icar a f orma culposa.

Conceito:

Imprudência, negligência ou imperícia (modalidades de culpa).

Imprudência: culpa que se manif esta de f orma ativa, por meio de um ato
descuidado, distração.

Imprudência “vem a ser uma atitude positiva, um agir sem a cautela, a atenção
necessária, com precipitação, af oitamento ou inconsideração. É a conduta arriscada,
perigosa, impulsiva”.

Negligência: culpa que se manif esta de f orma omissiva. Deixar de adotar alguma
cautela, medida de precaução. Desleixo, a desatenção ou a displicência.

Negligência como “a inatividade (f orma omissiva), a inércia do agente que, podendo


agir para não causar ou evitar o resultado lesivo, não o f az por preguiça, desleixo,
desatenção ou displicência”.

Imperícia: culpa que se manif esta no desempenho de uma profissão.

IMPRUDÊNCIA NEGLIGÊNCIA IMPERÍCIA

Atuação positiva – agir sem Forma omissiva – deixa Culpa - prof issão
cautela de adotar alguma
cautela

TOME NOTA: É necessário no crime culposo, além do dever objetivo de cuidado


(imprudência, negligência e imperícia), os seguintes elementos:

Conduta voluntária;

Resultado Involuntário (mas previsível);

Nexo Causal e Tipicidade;

Previsibilidade objetiva (padrão mediano);

Ausência de Previsão;
Ausente esses elementos, o f ato será atípico.

DICA 167

TEORIA DO CRIME - ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE

A ilicitude é a contrariedade à lei, sendo as suas causas excludentes:

Legítima defesa: uso moderado dos meios necessários + INJUSTA agressão + ATUAL
ou IMINENTE;

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Estado de necessidade: perigo ATUAL + não provocado pelo agente + sacrifício
inexigível;
Estrito cumprimento do dever legal: dever LEGAL + atuação nos LIMITES da lei +
em regra por agente público;

Exercício regular de direito: existência de um direito + atuação FACULTATIVA +


dentro dos LIMITES.

MNEMÔNICO: “LEEE”

L LEGÍTIMA DEFESA

E ESTADO DE NECESSIDADE

E ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER


LEGAL

E EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXX, 2019.


Enquanto assistia a um jogo de futebol em um bar, Francisco começou a provocar Raul,
dizendo que seu clube, que perdia a partida, seria rebaixado. Inconformado com a
indevida provocação, Raul, que estava acompanhado de um cachorro de grande porte,
atiça o animal a atacar Francisco, o que efetivamente acontece. Na tentativa de se
defender, Francisco desfere uma facada no cachorro de Raul, o qual vem a falecer. O fato
foi levado à autoridade policial, que instaurou inquérito para apuração.
Francisco, então, contrata você, na condição de advogado(a), para patrocinar seus
interesses.
Considerando os fatos narrados, com relação à conduta praticada por Francisco, você,
como advogado(a), deverá esclarecer que seu cliente
a) não poderá alegar qualquer excludente de ilicitude, em razão de sua provocação
anterior.
b) atuou escorado na excludente de ilicitude da legítima defesa.
c) praticou conduta atípica, pois a vida do animal não é protegida penalmente.
d) atuou escorado na excludente de ilicitude do estado de necessidade.
Gabarito: B.
Comentário: No caso da questão, o cachorro de grande porte foi utilizado como
instrumento para o cometimento do crime. Por isso, tem -se que a agressão se originou
de um ser humano, o que viabiliza a legitima defesa.
Preenchimento dos requisitos da legitima defesa ao caso da questão:
Uso moderado do meio necessário (facada para barrar o animal);
Injusta agressão (não há justificativa);
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Atual ou iminente (na hora da agressão);
A direito seu.
Fique atento!

Animal agiu por instinto = estado de necessidade.

Animal agiu por provocação de pessoa = legítima defesa.

DICA 168

CULPABILIDADE

A culpabilidade é o juízo de reprovabilidade sobre a conduta do agente, composta


por:

Imputabilidade: capacidade mental do agente de entender o caráter ilícito da


conduta;
Potencial consciência da ilicitude: possibilidade do agente conhecer a hipótese
criminosa;
Exigibilidade de conduta diversa: possibilidade que o agente tinha de agir de outra
forma e não praticar o fato.

São excludentes da culpabilidade:

Menoridade (imputabilidade): menos de 18 anos;

Embriaguez completa e acidental (imputabilidade);

Doença Mental (imputabilidade);


Erro de Proibição Inevitável (potencial consciência da ilicitude)

Coação Moral Irresistível (exigibilidade da conduta diversa)

Obediência Hierárquica (exigibilidade de conduta diversa)

DICA 169
EMBRIAGUEZ

A embriaguez é a intoxicação aguda e transitória provocada pelo álcool ou


substâncias de ef eitos análogos.

FIQUE ATENTO! A embriaguez do art. 28 não se aplica a intoxicação decorrente do


consumo de drogas ilícitas, pois essa é tratada em lei própria (Art. 45 da Lei de Drogas).

Embriaguez completa: possui três níveis:

Excitação: primeiro estágio da embriaguez, quando sujeito f ica mais alegre, f alante.
(Embriaguez Incompleta);

Depressão: alteração emocional. (Embriaguez Completa);

Letargia: continuou inserindo o álcool (coma alcoólico, por exemplo) – completa.

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Embriaguez Involuntária:

Caso f ortuito;

Força maior;

Embriaguez Voluntária:

Se a embriaguez f or voluntária será aplicada a teoria “actio libera in causa” (ação livre
na causa), tendo o sujeito de maneira voluntária ingerido a substância responde pelo
crime cometido.

A embriaguez voluntária se subdivide em:

Culposa: é o excesso imprudente no consumo.

Dolosa: sujeito quer se embriagar.

Preordenada: se embriaga para cometer o crime (agravante – art. 61, II, l, CP).

É possível quando se tratar de embriaguez patológica, ou seja, quando o sujeito f or


alcoólatra, pois conf igura doença mental, admitindo-se a aplicação do art. 26. Sendo
assim, caso necessário será possível à imposição de medida de segurança.

QUESTÃO EXAME DA ORDEM.


Inconf ormado por estar desempregado, Lúcio resolve se embriagar. Quando se
encontrava no interior do coletivo retornando para casa, ele verif ica que o passageiro
sentado à sua f rente estava dormindo, e o telef one celular deste estava solto em seu
bolso. Aproveitando-se da situação, Lúcio subtrai o aparelho sem ser notado pelo lesado,
que continuava dormindo prof undamente. Ao tentar sair do coletivo, Lúcio f oi interpelado
por outro passageiro, que assistiu ao ocorrido, iniciando-se uma grande conf usão, que
f ez com que o lesado acordasse e verif icasse que seu aparelho f ora subtraído .
Após denúncia pelo crime de f urto qualif icado pela destreza e regular processamento do
f eito, Lúcio f oi condenado nos termos da denúncia, sendo, ainda, aplicada a agravante da
embriaguez preordenada, já que Lúcio teria se embriagado dolosamente.
Considerando apenas as inf ormações expostas e que os f atos f oram conf irmados, o(a)
advogado(a) de Lúcio, no momento da apresentação de recurso de apelação, poderá
requerer
a) o reconhecimento de causa de diminuição de pena diante da redução da capacidade
em razão da sua embriaguez, mas não o af astamento da qualif icadora da destreza.
b) a desclassif icação para o crime de f urto simples, mas não o af astamento da agravante
da embriaguez preordenada.
c) a desclassif icação para o crime de f urto simples e o af astamento da agravante, não
devendo a embriaguez do autor do f ato interf erir na tipif icação da conduta ou na
dosimetria da pena.
d) a absolvição, diante da ausência de culpabilidade, em razão da embriaguez completa.
Gabarito: Letra c.
Comentário: A embriaguez pré ordenada é aquela que o agente já se embriaga com o
intuito de cometer o crime. No caso em análise, tem-se que Lúcio não bebeu com essa
intenção, uma vez que o item menciona que ele bebeu para af ogar as mágoas do
desemprego. Diante disso, a embriaguez de Lúcio não irá interf erir na tipif icação da
conduta ou na dosimetria da pena.

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DICA 170

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
Em síntese, a desistência voluntária quando o agente, depois de iniciar a execução do
crime, desiste e impede que o resultado se consuma.

A grande diferença entre a tentativa e a desistência voluntária é que a primeira acontece


por motivos alheios à vontade do agente e a segunda por sua decisão voluntária.

Portanto, decore que na tentativa eu quero continuar mas não posso.

Já, na desistência voluntária, eu posso continuar, mas não quero.

DICA 171

ARREPENDIMENTO EFICAZ
O agente que, voluntariamente, impede que o resultado se produza.

O agente iniciou a execução e exauriu a sua potencialidade lesiva (iniciou e encerrou a


execução).
Agente impede que o resultado ocorra.

Arrependimento eficaz também pode ser chamado de resipiscência.

Consequência: só responde pelos atos já praticados.

Ex.: não responde por tentativa de homicídio, mas lesão corporal.

Doutrina: considera esses institutos (desistência voluntária e arrependimento


posterior) como causas de atipicidade da conduta, pois desconsidera o dolo inicial e
apenas responde pelo que foi praticado até aquele momento.

DICA 172

ARREPENDIMENTO POSTERIOR

Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

REQUISITOS:

Deve ser sem violência ou grave ameaça à pessoa;

Deve reparar o dano ou restituir a coisa;


Deve ser até o recebimento da denúncia ou da queixa;
Deve ser ato voluntário do agente (não precisa ser espontâneo);

Consequência: redução de um a dois terços (= da tentativa).

QUESTÃO EXAME DA ORDEM.

Durante a madrugada, Lucas ingressou em uma residência e subtraiu um computador.


Quando se preparava para sair da residência, ainda dentro da casa, foi surpreendido
pela chegada do proprietário. Assustado, ele o empurrou e conseguiu fugir com a coisa
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subtraída.

Na manhã seguinte, arrependeu-se e resolveu devolver a coisa subtraída ao legítimo


dono, o que efetivamente veio a ocorrer. O proprietário, revoltado com a conduta
anterior de Lucas, compareceu em sede policial e narrou o ocorrido. Intimado pelo
Delegado para comparecer em sede policial, Lucas, preocupado com uma possível
responsabilização penal, procura o advogado da família e solicita esclarecimentos sobre
a sua situação jurídica, reiterando que já no dia seguinte devolvera o bem subtraído.

Na ocasião da assistência jurídica, o(a) advogado(a) deverá informar a Lucas que


poderá ser reconhecido(a)

a) a desistência voluntária, havendo exclusão da tipicidade de sua conduta.

b) o arrependimento eficaz, respondendo o agente apenas pelos atos até então


praticados.

c) o arrependimento posterior, não sendo afastada a tipicidade da conduta, mas


gerando aplicação de causa de diminuição de pena.

d) a atenuante da reparação do dano, apenas, não sendo, porém, afastada a tipicidade


da conduta.

Gabarito: Letra d.

Comentário: De início, ressalte-se que não ocorreu desistência voluntária, uma vez
que o agente não desistiu de prosseguir na execução do crime e foi até o final do iter
criminis. Ademais, não ocorreu arrependimento eficaz, pois o agente não impediu a
produção do resultado ou a sua consumação.

Vale dizer, não ocorreu arrependimento posterior, tendo em vista que tal instituto só se
aplica aos crimes praticados sem violência ou grave ameaça. Assim, o fato de o agente
ter empurrado o proprietário ao ser surpreendido com sua chegada e fugido logo em
seguida configura o crime de roubo impróprio.

DICA 173
CRIME IMPOSSÍVEL

Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar -se o crime. Também é chamado de
tentativa inidônea.

Situações que caracterizam o crime impossível:

Ineficácia absoluta do meio:

Ex.: sujeito que tenta matar a vítima ministrando veneno, mas que erra e dá à vítima
água.

Ex.: sujeito que tenta matar a vítima com uma arma de brinquedo.

Absoluta impropriedade do objeto.

Ex.: sujeito tenta matar um morto.

TOME NOTA! Objeto aqui é o objeto material do crime, que é a pessoa ou coisa sobre
a qual recai a conduta criminosa.

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Consequência do crime impossível: não é punível.


DICA 174

TENTATIVA

A tentativa ocorre quando o agente não atinge o resultado por motivos alheios à sua
vontade. Também chamada de “conatus”;

A tentativa é uma causa de diminuição de pena, de 1/3 a 2/3 da pena;

Crimes que não admitem a tentativa:

Alguns crimes não admitem a forma tentada, são eles:

MNEMÔNICO: “CCHOUPP”

C CONTRAVENÇÕES

C CULPOSOS

H HABITUAIS

O OMISSIVOS PRÓPRIOS

U UNISSUBSISTENTES

P PRETERDOLOSOS

P PERMANENTES

CUIDADO: as contravenções penais na verdade admitem a tentativa, contudo, por


opção do legislador não são puníveis.

DICA 175

DO CRIME - ERRO DE TIPO X ERRO DE PROIBIÇÃO


Vejamos esse assunto de f orma esquematizada:

INEVITÁVEL
ESSENCIAL
EVITÁVEL

ERRO DE SOBRE O OBJETO


TIPO
SOBRE A PESSOA
ERRO

ACIDENTAL
NA EXECUÇÃO
INEVITÁVEL
ERRO DE SOBRE O NEXO
PROIBIÇÃO CAUSAL
EVITÁVEL

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DICA BÔNUS

ERRO DE TIPO ESSENCIAL


O erro de tipo essencial recai sobre as circunstâncias do f ato;

Art. 20 e §1º, §2º e §3º, CP;

Causa excludente de tipicidade.

DOLO
INVENCÍVEL
EXCLUSÃO
(inevitável)
CULPA
EFEITOS EXCLUSÃO DO
DOLO
VENCÍVEL
(evitável) RESPONDE POR
CRIME CULPOSO,
SE PREVISTO EM
LEI

DICA BÔNUS

ERRO DE PROIBIÇÃO

O erro de proibição recai sobre a ilicitude do fato;

Art. 21 e §único do CP;

Causa de diminuição de pena.

DIRETO

ESPÉCIES INDIRETO

MA NDA MENTA L

INEVITÁ VEL ISENTO DE PENA

EFEITOS

CA USA DE
EVITÁ VEL
DIMINUIÇÃ O DE PENA

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

DICA 176

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL

O acordo de não persecução penal, conhecido como "ANPP" é considerado um instituto


despenalizador, sendo trazido Lei nº 13.964/2019, intitulada de Pacote Anticrime.
Vejamos um pouco mais sobre esse instituto:

Natureza jurídica do acordo de não persecução penal: Natureza de negócio


jurídico processual que veicula política criminal do MP.

Requisitos:

Não ser caso de arquivamento;

Investigado ter conf essado f ormal e circunstancialmente;

Inf ração sem violência ou grave ameaça;

Pena mínima inferior a 4 anos;

Necessário e suf iciente para reprovação do crime.

CONDIÇÕES:

reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de f azê-lo;

renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como


instrumentos, produto ou proveito do crime;

prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à


pena mínima cominada ao delito diminuída de 1/3 a 2/3, em local a ser indicado pelo
juízo da execução, na f orma do art. 46 do CP

pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do CP, a entidade
pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha,
pref erencialmente, como f unção proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
aparentemente lesados pelo delito; ou

cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde
que proporcional e compatível com a inf ração penal imputada.

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Hipóteses de não cabimento do ANPP:

se f or cabível transação penal;

se o investigado f or reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem


conduta criminal habitual, reiterada ou prof issional, exceto se insignificantes as
infrações penais pretéritas;

se o agente tiver sido beneficiado nos últimos 5 anos com ANPP, transação penal
ou SURSIS processual.

se o crime tiver sido praticado na Maria da Penha ou por razão do sexo f eminino.

DICA 177
AÇÃO PENAL

Vejamos sobre a ação penal:

INCONDICIONADA

DE INICIATIVA
AÇÃO PENAL
PÚBLICA

CONDICIONADA

A ação penal pública incondicionada é titularizada pelo Ministério Público. O MP inicia a


ação penal com a denúncia.

A regra no sistema jurídico = a ação penal seja pública incondicionada.


DICA 178

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA

A ação penal pública condicionada depende da representação do of endido ou de requisição


do Ministro da Justiça. Nesses casos, o Ministério Público continua sendo o titular da ação
penal, mas não pode exercer o seu direito de ação de of ício, como nos casos de ação
penal pública incondicionada.

de requisição do
promovida por Ministro da Justiça,
denúncia do ou de representação
Crimes de ação Ministério Público, do ofendido ou de
pública
dependerá, quando quem tiver
a lei o exigir, qualidade para
representá-lo.

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OBS: Caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão (CADI – deve ser por esta ordem).

Qualquer
crime

praticado em detrimento do
patrimônio ou interesse da
União, Estado e Município

a ação penal
será pública

OBS: Os crimes de lesão corporal leve ou culposa cometidos no contexto de


violência doméstica ou f amiliar contra a mulher, que se enquadram na Lei Maria da
Penha, são de ação penal pública incondicionada. Exceção: crime de ameaça em que
a ação penal pública é condicionada à representação.

DICA 179

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA - REPRESENTAÇÃO

De acordo com o artigo 25 do Código de Processo Penal, a representação será irretratável,


depois de oferecida a denúncia.

Por outro lado, quando se tratar de violência doméstica e f amiliar (Lei Maria da Penha, só
será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal f inalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
Público.

ART. 15 DO CPP ART. 16 DA LEI MARIA DA PENHA

Art. 25. A representação será Art. 16. Nas ações penais públicas
irretratável, depois de oferecida a condicionadas à representação da of endida
denúncia. de que trata esta Lei, só será admitida a
renúncia à representação perante o juiz,
em audiência especialmente designada
com tal f inalidade, antes do recebimento
da denúncia e ouvido o Ministério Público.

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QUESTÃO EXAME DA ORDEM.


Durante uma f esta em uma casa noturna, Michele se desentende com sua amiga
Flávia e lhe desf ere um tapa no rosto, causando-lhe lesão corporal de natureza leve.
Flávia, então, se dirige à autoridade policial e registra o f ato, manif estando
expressamente seu interesse em representar contra Michele, tendo em vista a
natureza de ação penal pública condicionada à representação.
Findo o procedimento policial, os autos f oram encaminhados ao Juizado Especial
competente e o Ministério Público apresentou proposta de transação penal à Michele,
que não a aceitou. Após o of erecimento de denúncia pelo Parquet, Flávia se diz
arrependida e manif esta ao seu advogado interesse em se retratar da representação
of erecida, destacando que ainda não f oi recebida a inicial acusatória.
Considerando os f atos acima narrados, você, como advogado(a) de Flávia, deverá
esclarecer que:
a) a representação será irretratável na hipótese, por já ter sido of erecida a denúncia.
b) a retratação da representação poderá ser realizada até o momento da sentença,
não dependendo de f ormalidades legais.
c) a retratação da representação será cabível até o recebimento da denúncia, em
audiência perante o juiz, especialmente designada para tal f inalidade.
d) a representação será irretratável, independentemente do momento processual, por
se tratar de ação penal de natureza pública, de modo que o Ministério Público
continua sendo o titular da ação.
Gabarito: Letra a.
Comentário: Regra: CPP, Art. 25. A representação será irretratável, depois de
of erecida a denúncia.
Exceção: Lei Maria da Penha.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da of endida de que
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
audiência especialmente designada com tal f inalidade, antes do recebimento da
denúncia e ouvido o Ministério Público.

DICA 180

PRINCÍPIOS DA AÇÃO PÚBLICA

Você sabe quais os princípios da ação penal pública? Veja só:

Obrigatoriedade: Presentes a materialidade e indícios de autoria deve o MP of erecer


denúncia;

Divisibilidade: Havendo mais de um autor do crime, o MP pode ajuizar a ação


somente em f ace de um ou uns, deixando para ajuizar em f ace dos outros depois
(visando, por exemplo, reunir mais provas);

Indisponibilidade: O MP não pode desistir da ação - mas pode pedir o arquivamento


do IP - ou absolvição do réu;

Oficialidade: O MP é uma instituição pública e;

Intranscendência: A pena não poderá passar da pessoa do condenado.


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DICA 181

AÇÃO PENAL

A ação penal de iniciativa privada é titularizada pelo of endido ou pelo seu representante
legal, promovida mediante a queixa-crime. Mesmo não sendo titular das ações penais
privadas, o Ministério Público deve atuar em todos os atos do processo.

PROPRIAMENTE DITA

DE INICIATIVA PERSONALÍSSIMA
AÇÃO PENAL
PRIVADA

SUBSIDIÁRIA

DICA 182

AÇÃO PENAL PRIVADA PROPRIAMENTE DITA

A ação penal privada propriamente dita é a regra entre os crimes de ação penal
privada. O seu titular é o of endido ou o seu representante legal. Para a promoção da
queixa-crime, o of endido ou o seu representante legal possui o prazo decadencial de 6
meses, contados do conhecimento da autoria.
OBS.: caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão (CADI – deve ser por esta ordem).
Ex.: crime contra a honra de f uncionário público.
O STF editou a Súmula 714 que dispõe: “É concorrente a legitimidade do of endido,
mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação do of endido, para
a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas
f unções”.

DICA 183

AÇÃO PENAL PRIVADA: PEREMPÇÃO

É a sanção judicialmente imposta pelo descaso da vítima na condução da ação


privada.

Hipóteses: elas estão previstas no art. 60 do CPP, ocasionando a extinção da


punibilidade.

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar -se-á
perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo
durante 30 dias seguidos;
II - quando, f alecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer
em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 dias, qualquer das
pessoas a quem couber f azê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;

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III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justif icado, a qualquer
ato do processo a que deva estar presente, OU deixar de f ormular o pedido de
condenação nas alegações f inais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar
sucessor.

DICA 184

JURISDIÇÃO E CARACTERÍSTICAS

É o poder de o Estado de dizer o direito no caso concreto, resolvendo conf litos e


substituindo a vontade das partes.

São características da jurisdição:

Substitutividade – signif ica a atuação do Estado em substituição à vontade das partes


na resolução de conf litos.

Inércia – os órgãos jurisdicionais precisam ser provocados para atuarem.

Existência de lide – a lide é conceituada como um conf lito de interesses qualif icado
pela pretensão resistida. Todavia, esse conceito não encontra amparo no processo penal,
tendo em vista que não há conf lito de interesses, pois todos buscam um justo provimento
jurisdicional.

Atuação do direito – é objetivo da jurisdição a aplicação do direito no caso concreto.


Imutabilidade – após a conclusão do exercício da jurisdição por meio de uma
sentença, em regra, não há como alterar o que f oi resolvido.

DICA 185
PRINCÍPIOS

A Jurisdição é regida pelos seguintes princípios:


Investidura – para exercer a jurisdição é necessário ser magistrado (juiz), o qual deve
estar legalmente investido no cargo, por meio de concurso público.
Indeclinabilidade – o juiz não pode deixar de julgar os casos submetidos a
apreciação.
Inevitabilidade ou Irrecusabilidade – a jurisdição não está sujeita a vontade das
partes, ela se impõe.
Improrrogabilidade – as partes, ainda que desejem, não podem retirar do juiz
natural o conhecimento de determinado caso, na esf era criminal.
Indelegabilidade – o juiz não pode delegar a sua f unção jurisdicional a quem não
possui.
Juiz natural – este princípio apresenta duas f acetas. A primeira dispõe que ninguém
será processado e nem sentenciado senão pela autoridade competente. A segunda é que
não haverá juízo ou tribunal de exceção.
Inafastabilidade – a lei não excluirá da apreciação do judiciário lesão ou ameaça a
direito.

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Devido Processo Legal – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal.

Unidade – A jurisdição é única, do Poder Judiciário. O que há é a dif erença no tocante


a sua aplicação e grau de especialização (cível, criminal; estadual, f ederal, militar,
trabalhista, eleitoral e etc).
DICA 186
COMPETÊNCIA
A competência, por sua vez, é a medida da jurisdição. Jurisdição todo juiz possui, mas a
sua competência é limitada.

A competência pode ser determinada em razão da:

Matéria (ratione materiae) – leva em consideração a natureza da inf ração a ser


julgada. Exemplo: crime comum, f ederal, militar, eleitoral.

Prerrogativa da função (ratione personae) – considera a o cargo público ocupado


pela pessoa que cometeu a inf ração (f oro por prerrogativa de f unção).

Funcional – considera a distribuição dos atos processuais praticados e envolve três


critérios:
▪ Fase do processo: por exemplo um juiz cuida da f ase inicial do processo até a
sentença e outro da execução penal.
▪ Objeto do juízo: quando há distribuição de taref as dentro de um mesmo processo.
Exemplo: Tribunal do júri (o juiz cuida das questões de direito, dosimetria da pena,
sentença; enquanto compete aos jurados a votação dos quesitos).
▪ Grau de jurisdição: resulta do duplo grau de jurisdição. É a distribuição vertical
da competência.

Territorial (ratione loci) – considera o local do crime.


DICA 187
COMPETÊNCIA ABSOLUTA X COMPETÊNCIA RELATIVA
Aqui é um assunto que “não cai, despenca, rs”! Por isso, vejamos essa tabela
comparativa entre esses dois tipos de competência:

COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA


Envolve interesse público Envolve o interesse das partes
Não permite prorrogação, pode ser Admite prorrogação. Pode ser arguida
arguida a qualquer tempo e grau de pelas partes.
jurisdição.
Pode ser declarada de of ício pelo juiz Pode ser declarada de of ício pelo juiz, até
a f ase da absolvição sumária.
Implica nulidade absoluta de todos os Implica nulidade relativa dos atos
atos decisórios e instrutórios do processo decisórios (art. 567, CPP)
Espécies: competência em razão da Espécie: competência territorial.
matéria, por prerrogativa de f unção e
f uncional.
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DICA 188

COMPETÊNCIA

O art. 69, do CPP, dispõe que determinará a competência jurisdicional:

o lugar da inf ração:

o domicílio ou residência do réu;

a natureza da inf ração;

a distribuição;

a conexão ou continência;

a prevenção;

a prerrogativa de f unção.”
A regra geral para def inição da competência é o lugar em que se consumar a inf ração, ou,
no caso de tentativa, pelo lugar em que f or praticado o último ato de execução.

Com essa regra, o CPP adotou a TEORIA DO RESULTADO.

ATENÇÃO!

NÃO conf undir a regra adotada para f ixação da competência territorial, que é a
teoria do resultado, com a teoria adotada para o lugar do crime no Código Penal,
que f oi a teoria da ubiquidade.

DICA 189

EXCEÇÕES

Em regra, a competência é f irmada pelo local onde se consuma a inf ração penal ou onde
f or praticado o último ato da execução, nos crimes tentados.

Todavia essa regra possui algumas exceções:

Crimes a distância ou de espaço máximo – é aquele em que a conduta e o resultado


ocorrem em países distintos, gerando um conf lito de competência internacional. Essa é a
regra que está prevista no Código Penal, como lugar do crime e segue a Teoria da
Ubiquidade.

Incerteza do limite territorial entre duas ou mais jurisdições ou incerteza da jurisdição –


segue a teoria da ubiquidade.

Inf ração continuada ou permanente – Teoria da Ubiquidade.

Crime plurilocal de homicídio – segue a Teoria da Atividade (entendimento


jurisprudencial).

Juizado Especial Criminal – nas inf rações de menor potencial of ensivo, a regra de
competência é do local onde f oi praticada a conduta (Teoria da Atividade).

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DICA 190
COMPETÊNCIA PARA OS CRIMES DE ESTELIONATO

ATENÇÃO PARA A ALTERAÇÃO DO CPP!!


A Lei 14.155/2021 incluiu o §4º no art. 70 do CPP e disciplinou a competência para os
crimes de estelionato. Conf ira-se:

“Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940


(Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques
sem suf iciente provisão de f undos em poder do sacado ou com o pagamento f rustrado
ou mediante transf erência de valores, a competência será def inida pelo local do
domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência f irmar -se-á
pela prevenção.”

DICA BÔNUS

SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

Lembre-se que estudar as súmulas são muito importantes, abaixo veremos algumas
súmulas relacionadas a competência da Justiça Federal:

SÚMULA VINCULANTE 36-STF:

Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes de
f alsif icação e de uso de documento f also quando se tratar de f alsif icação da Caderneta
de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que
expedidas pela Marinha do Brasil.

SÚMULA 122-STJ:

Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unif icado dos crimes conexos de
competência f ederal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, "a", do Código
de Processo Penal.

SÚMULA 147-STJ:

Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra f uncionário


público f ederal, quando relacionados com o exercício da f unção.

SÚMULA 165-STJ:

Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de f also testemunho cometido no


processo trabalhista.

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SÚMULA 200-STJ:

O juízo f ederal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de


passaporte f also é o do lugar onde o delito se consumou.

SÚMULA 208-STJ:

Compete à justiça f ederal processar e julgar pref eito municipal por desvio de verba
sujeita a prestação de contas perante órgão f ederal.

DICA BÔNUS

SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL

Vejamos mais algumas súmulas importantes sobre esse assunto:

SÚMULA 498 STF

Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos


crimes contra a economia popular.

SÚMULA 522-STF:

Salvo ocorrência de tráf ico com o exterior, quando, então, a competência será da
Justiça Federal, compete a justiça dos estados o processo e o julgamento dos crimes
relativos a entorpecentes.

SÚMULA 38-STJ:

Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo


por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou
interesse da União ou de suas entidades.
E se a contravenção penal f or conexa com crime f ederal? Haverá a cisão dos processos,
de f orma que o crime será julgado pela Justiça Federal e a contravenção pela Justiça
Estadual (STJ. CC 20454/RO).
Exceção na qual a Justiça Federal julgaria contravenção penal: contravenção penal
praticada por pessoa com f oro privativo no Tribunal Regional Federal.

SÚMULA 42-STJ:

Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte
sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.

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SÚMULA 62-STJ:

Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de f alsa anotação na carteira de


trabalho e previdência social, atribuído à empresa privada.

INFO 554, STJ:

o STJ decidiu que compete à Justiça Federal (e não à Justiça Estadual) processar e
julgar o crime caracterizado pela omissão de anotação de vínculo empregatício na CTPS
(art. 297, § 4o, do CP). Esse mesmo raciocínio pode ser aplicado para a f alsa anotação
na CTPS (art. 297, § 3o do CP).

SÚMULA 104-STJ:

Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de f alsif icação e uso de
documento f also relativo a estabelecimento particular de ensino.

SÚMULA 107-STJ:

Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado


mediante f alsif icação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias,
quando não ocorrente lesão à autarquia f ederal.

SÚMULA 140-STJ:

Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena f igure
como autor ou vítima.

SÚMULA 209-STJ:

Compete à justiça estadual processar e julgar pref eito por desvio de verba transf erida e
incorporada ao patrimônio municipal.

SÚMULA 546-STJ:

A competência para processar e julgar o crime de uso de documento f also é f irmada em


razão da entidade ou órgão ao qual f oi apresentado o documento público, não
importando a qualif icação do órgão expedidor.

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DIREITO DO TRABALHO

DICA 191
HORÁRIO DE TRABALHO X JORNADA DE TRABALHO
A jornada de trabalho é o período temporal que o empregado permanece à
disposição do empregador, esperando ou executando ordens, durante certo tempo (dia
ou semana), como decorrência do contrato de trabalho.
Já o horário de trabalho é literalmente o começo e de término do período onde é
desenvolvida a jornada de trabalho, incluindo o intervalo intrajornada para repouso e de
alimentação.

IMPORTANTE: Quando o local de trabalho (empresa, por exemplo), com mais de 20


empregados são obrigados por lei a f azer o controle de horário de entrada e saída dos
trabalhadores como diz o art. 74, § 2º da CLT.

JORNADA DE
TRABALHO

HORÁRIO DE
TRABALHO

DICA 192

JORNADA EXTRAORDINÁRIA

É a jornada extraordinária é a laborada além do período de tempo normal de cada


empregado, máxima ou especial. A jornada extraordinária deve ser trabalhada de f orma
excepcional e sua regularidade depende do cumprimento dos requisitos previstos em lei,
mais precisamente f alando no art. 59 da CLT e art. 7º, XVI da CF:

existência de acordo de prorrogação de jornada;

cumprimento de no máximo 2 horas extras;

pagamento das horas extras.

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DICA 193

JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO- ARTISTAS LIGADOS À RADIODIFUSÃO


A jornada de trabalho dos artistas e técnicos em espetáculos é específ ica para cada área
de atuação. Os artistas que laboram na área de radiodif usão, f otograf ia e gravação, por
exemplo, possuem jornada de 6 (seis) horas diárias, com limitação de 30 (trinta) horas
semanais.

Os que laboram com o teatro irão ter a jornada de trabalho de 8 (oito) horas, durante o
período de ensaio e reensaio. Desde o momento da estreia, conta -se a duração e a
quantidade de sessões, que não poderão exceder a oito por semana.

Resumindo: 6 horas: Artistas ligados à radiodif usão, f otograf ia, gravação, cinema,
circo e dublagem.

DICA 194

JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO – TELETRABALHADOR


A CLT def ine o teletrabalho como “a prestação de serviços preponderantemente fora das
dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de inf ormação e de
comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo”. Esta
def inição é importante para sabermos que estão excluídos desta categoria motorista,
ajudante de viagem e outros que não têm um local f ixo de trabalho.

O teletrabalho f az parte das exceções do artigo 62 da CLT. No caso do teletrabalhador,


este não tem direito ao pagamento de horas extras, adicionais noturno, etc. A previsão
legal para o teletrabalho aparece no artigo 6º da CLT. Mas apesar de não ter direito às
horas extras, ele tem direito à carteira assinada, f érias, 13º salário e depósitos de FGTS.

Veja como a banca abordou este assunto:

QUESTÃO EXAME DA ORDEM.


Rogério f oi admitido, em 08/12/2017, em uma locadora de automóveis, como
responsável pelo setor de contratos, razão pela qual não necessitava comparecer
diariamente à empresa, pois as locações eram f eitas on-line. Rogério comparecia à
locadora uma vez por semana para conf erir e assinar as notas de devolução dos
automóveis.
Assim, Rogério trabalhava em sua residência, com todo o equipamento f ornecido pelo
empregador, sendo que seu contrato de trabalho previa expressamente o trabalho
remoto a distância e as atividades desempenhadas.
Após um ano trabalhando desse modo, o empregador entendeu que Rogério deveria
trabalhar nas dependências da empresa. A decisão f oi comunicada a Rogério, por meio
de termo aditivo ao contrato de trabalho assinado por ele, com 30 dias de
antecedência.
Ao ser dispensado em momento posterior, Rogério procurou você, como advogado(a),
indagando sobre possível ação trabalhista por causa desta situação.
Sobre a hipótese de ajuizamento, ou não, da ref erida ação, assinale a af irmativa
correta.
a) Não se tratando da modalidade de teletrabalho, deverá ser requerida a
desconsideração do trabalho em domicílio, já que havia comparecimento semanal nas
dependências do empregador.
b) Não deverá ser requerido o pagamento de horas extras pelo trabalho sem limite de

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horário, dado o trabalho em domicílio, porém poderá ser requerido trabalho
extraordinário em virtude das ausências de intervalo de 11h entre os dias de trabalho,
bem como o intervalo para repouso e alimentação.
c) Em vista da modalidade de teletrabalho, a narrativa não demonstra qualquer
irregularidade a ser requerida em eventual demanda trabalhista.
d) Deverá ser requerido que os valores correspondentes aos equipamentos usados
para o trabalho em domicílio sejam considerados salário-utilidade.
Gabarito: Letra c.

Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar


expressamente do contrato individual de trabalho, que especif icará as atividades que
serão realizadas pelo empregado.
§ 1º Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde
que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual.
§ 2º Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por
determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias,
com correspondente registro em aditivo contratual.

DICA 195

JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO - PROFESSOR

A categoria de prof essor é outra que também tem jornada especial. O prof essor poderá
lecionar em um mesmo estabelecimento por mais de um turno, desde que não ultrapasse
a jornada de trabalho semanal estabelecida legalmente, assegurado e não computado o
intervalo para ref eição.

No período de f érias, não se poderá exigir dos prof essores outro serviço senão o
relacionado com a realização de exames.

IMPORTANTE: Para o docente, o trabalho noturno é a partir das 22h,


remunerado com adicional de 20% sobre a hora diurna.

DICA 196

MOTORISTA PROFISSIONAL - RECUSA DE SUBMETER-SE À TESTE DE BEBIDA


ALCOÓLICA

Caso o motorista prof issional empregado vem a recusar-se à submeter-se ao teste ou


ao programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica estará cometendo uma
inf ração disciplinar, sendo esta infração passível de penalização, conf orme alude o art.
235-B, parágraf o único da CLT. Vejamos o que a CLT disse:

“submeter-se a exames toxicológicos com janela de detecção mínima de 90 (noventa)


dias e programa de controle de uso de drogas e de bebida alcoólica, instituído pelo
empregador, com sua ampla ciência, pelo menos a cada 2 (dois) anos e 6 (seis) meses,
podendo ser utilizado para esse f im o exame obrigatório previsto no Código de Trânsito
Brasileiro, desde que realizado nos últimos 60 (sessenta) dias.”

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DICA 197

EXCLUÍDOS DO CAPÍTULO DA DURAÇÃO DO TRABALHO

Algumas pessoas são excluídas do capítulo art. 62 da CLT, conf orme veremos a seguir:

empregado que exerce atividades externas incompatíveis com a fixação de


horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na sua CTPS.

os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se


equiparam os diretores e chef es de departamento ou f ilial (cargos de conf iança).

os empregados em regime de teletrabalho que prestam serviço por produção ou


taref a.
DICA 198

JORNADA NOTURNA

A jornada noturna é aquela trabalhada no horário noturno, lembrando sempre que o


horário noturno é def inido pela lei, sendo dif erente para os empregados urbanos e para os
empregados rurais. Vejamos a seguir as dif erenças:

Empregados urbanos e empregados domésticos: Seu trabalho noturno aquele


laborado entre as 22 horas de um dia até as 5 horas do dia seguinte

Empregados rurais: Para empregados que laboram com a agricultura, o seu horário
noturno é entre as 21 horas de um dia até as 5 horas do dia seguinte. Contudo, para os
empregados que laboram na pecuária, o seu horário noturno é entre as 20 horas de um
dia até as 4 horas do dia seguinte.

DICA 199

FERIADOS

Os f eriados não são o mesmo que o chamado descanso semanal. São dias em que o
empregado não labora razão por causa de algum f eriado, seja ele civil (ex: 07 de
setembro) ou religioso (ex: 12 de outubro).

O descanso nos feriados é obrigatório e pago. O trabalho f eito em dia f eriado civil ou
religioso, desde que não compensado em outro dia, diante a concessão de descanso,
devendo ser remunerado em dobro.

DICA 200
INTERVALOS INTRAJORNADA

O intervalo intrajornada é o tempo de descanso concedido na jornada de


trabalho, no qual o empregado deixa de trabalhar e f ica à disposição do empregador. O
intervalo intrajornada não remunerado é o intervalo para repouso e alimentação. Já, em
alguns casos previstos em lei, o intervalo intrajornada é remunerado. Vejamos a seguir:

serviços de mecanograf ia (art. 72, CLT);

serviços f rigoríf icos (art. 253, CLT);

empregados em serviços de telef onia, telegraf ia submarina e subf luvial, radiotelegraf ia


e radiotelef onia, sujeitos a jornada variável (art. 229, CLT);

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trabalho em minas de subsolo (art. 298, CLT);

prorrogação de jornada de trabalho — intervalo que antecede (art. 413, parágraf o


único, CLT);

amamentação até o f ilho completar 6 meses de idade (art. 396, CLT).

Atividade Duração do trabalho Duração do


contínuo intervalo

Serviços de 90 minutos 10 minutos


mecanograf ia/digitação

Serviços f rigoríf icos (e qualquer 1 hora e 40 minutos 20 minutos


serviço em ambiente
artif icialmente f rio)

Trabalho em minas de subsolo 3 horas 15 minutos

Serviço de 3 horas 20 minutos


telef onia/telegraf ia/radiotelegraf ia

Amamentação — 2 intervalos de 30
minutos cada

DICA 201

INTERVALOS INTERJORNADAS

O intervalo interjornada é aquele que deve ser concedido pelo empregador entre o
término de uma jornada de trabalho e o começo de outra ou entre o término de
uma semana de trabalho e o começo da semana subsequente. Algumas categorias
tem um intervalo interjornada dif erente do previsto na legislação, como por exemplo, os
jornalistas (10 horas consecutivas), operadores cinematográf icos (12 horas consecutivas)
e f erroviários cabineiros (10 horas contínuas).

Importante: Não esqueça que descanso semanal remunerado (DSR) – período de


descanso laboral de 24 horas consecutivas- é um intervalo interjornada remunerado. Este
descanso deve acontecer, pref erencialmente, nos domingos.

SÚMULA 172 DO TST

“Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente


prestadas”.

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DICA 202

FÉRIAS

As f érias são um direito do empregado de descansar, deixando de exercer o seu


trabalho e também deixando estar à disposição do empregador estes dias consecutivos
por ano, sem que haja prejuízo da remuneração. Ou seja, esse trabalhador ganha um
certo número de dias seguidos, aonde ele irá deixar de trabalhar e também deixar de
estar à disposição do empregador, porém sem deixar de receber sua remuneração. E veja
o que a CF/88 af irma:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XVII - gozo de f érias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;
E ainda sobre as f altas e f érias, é importante que você saiba que:
até 5 f altas – 30 dias de f érias
de 6 a 14 f altas – 24 dias de f érias
de 15 a 23 f altas – 18 dias de f érias
de 24 a 32 f altas – 12 dias de f érias

É proibido descontar da remuneração do período de f érias as f altas do empregado ao


serviço. As f altas justif icadas estão as normatizadas no art. 131 da CLT.

DICA 203

FÉRIAS COLETIVAS

As f érias coletivas são as concedidas, por interesse do empregador ou até mesmo


por uma negociação coletiva, a todos os empregados da empresa. Lembrando que
existe a opção de concessão f érias coletivas só para certos setores da empresa, entretanto
também pode ser para todos os empregados. Ah: A concessão das f érias coletivas deve
ser comunicada, com antecedência mínima de 15 dias pelo empregador:

à DRT;

ao sindicato dos trabalhadores;

aos próprios trabalhadores.


As remunerações nas f érias coletivas é calculada da mesma maneira que as f érias
individuais, devendo também ser adimplida até dois dias antes do empregado sair de
f érias.

DICA 204

FRACIONAMENTO DAS FÉRIAS

Em casos excepcionais, nossa legislação autoriza sim, as partes à convencionarem o


f racionamento das f érias em até três períodos, porém um não poderá ser inf erior a 14
dias corridos e os demais inf eriores a 5 dias, como af irma o art. 134, § 1º, da CLT. A Lei
150/2015 também prevê o f racionamento das f érias do empregado doméstico em 2
períodos, um dos quais em período não inf erior a 14 dias.

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Art. 134 CLT - § 1º Desde que haja concordância do empregado, as f érias poderão ser
usuf ruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inf erior a
quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inf eriores a cinco dias corridos,
cada um.

DICA 205

PROIBIÇÃO DE TRABALHO PARA OUTRO EMPREGADOR

Durante as f érias o f uncionário não poderá trabalhar. O art. 138 da CLT é bem
específ ico nisto:

Art. 138 - Durante as f érias, o empregado não poderá prestar serviços a outro
empregador, salvo se estiver obrigado a f azê-lo em virtude de contrato de trabalho
regularmente mantido com aquele.

Sendo assim, o empregado está vedado de trabalhar a outro empregador, exceto se ele
estiver obrigado a f azê-lo em virtude de contrato de trabalho pré-existente. Logo, a
proibição de trabalho durante as f érias é apenas para aqueles empregados que tem um
emprego e que, durante as f érias, procuram outro emprego ou até mesmo um “bico”.

DICA 206

COMUNICAÇÃO DAS FÉRIAS

A concessão das f érias será comunicada por escrito ao trabalhador com


antecedência mínima de 30 dias, na f orma do art. 135, caput, da CLT.

Sempre que as f érias f orem concedidas após o prazo de que trata o artigo 134, o
empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.

Art. 134 - As f érias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos
12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.

Ou seja, concedeu as f érias após 12 meses trazidos no art. 134 da CLT, o empregador
paga as f érias em dobro.

DICA 207

SALÁRIO E REMUNERAÇÃO

A remuneração são as verbas que o empregado recebe como contraprestação pelos


serviços que ele presta ao seu empregador, lembrando que essas verbas incluem a que
é paga pelo empregador, que é o salário em si, as pagas por terceiros ( gorjetas).
O salário, por sua vez, é uma das parcelas da remuneração, que é o valor pago de
forma direta pelo empregador ao empregado como contraprestação advinda da
relação de emprego, incluindo os períodos de prestação de serviços, o tempo à disposição
do empregador entre outros

IMPORTANTE: No caso das gorjetas, elas não integram o salário, mas integram a
remuneração.

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Existem outras verbas que não integram o salário, vejamos:

ajuda de custo;

auxílio-alimentação;

prêmios ou bônus;

abonos;

diárias para viagem.


DICA 208

GORJETAS

Gorjetas não integram salário. Lembrando que as gorjetas não servem como base
de cálculo para os seguintes direitos:

aviso prévio;

adicional noturno;

horas extras;

repouso semanal remunerado.

Mnemônico para não esquecer: Apanhe rsr

A Aviso

P Prévio

A Adicional

N Noturno

H Horas

E Extras

R Repouso

S Semanal

R Remunerado

SÚMULA 354 DO TST:

“As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou of erecidas


espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não
servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso prévio, adicional noturno, horas
extras e repouso semanal remunerado”.

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DICA 209

MEIOS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO

Pagamento em moeda corrente: o pagamento em dinheiro é a f orma normal de


pagamento do salário. Há a obrigatoriedade do pagamento em dinheiro, que é
normatizada pelo art. 463 da CLT.

Pagamento em cheque ou em depósito bancário

Pagamento em utilidades: é a prestação in natura


IMPORTANTE: Os bens in natura que o empregador f ornece ao empregado,
para possibilitar ou f acilitar a execução do trabalho, não são salário, não integram a
remuneração.

SÚMULA 241 DO TST

“O vale para ref eição, f ornecido por f orça do contrato de trabalho, tem caráter salarial,
integrando a remuneração do empregado, para todos os ef eitos legais”.

DICA 210

ALTERAÇÃO DE SALÁRIO

A alteração salarial acontece tanto em relação ao seu valor em relação à f orma e ao


meio de pagamento. A alteração do salário quanto ao valor: Pode mudar o salário, tanto
majorando quanto reduzindo o valor do salário. Veja a seguir:

O aumento do salário é, na maior parte dos casos, tem validade, pois é mais
f avorável ao trabalhador.
Redução do salário é, em geral, proibida, pois é ruim para o empregado. A regra é
a chamada irredutibilidade do salário, mas como em muitos assuntos do direito, há
exceção, que é na situação pactuada por convenção ou acordo coletivo de trabalho,
conf orme alude o art. 7º, VI da CF.

Alteração do salário quanto à forma e ao meio de pagamento: A mudança da


f orma ou do meio de pagamento do salário (salário f ixo é alterado para salário variável,
ou vice-versa, por exemplo) pode gerar sua redução indireta. Falaremos de rescisão direta
nas dicas das rodadas seguintes.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

DICA 211
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

Só é aplicado em casos de dissídios individuais em que o valor da causa em questão


não passe de 40 salários-mínimos vigentes na data do ajuizamento da reclamação
trabalhista. Esse procedimento visa ser mais rápido, mais célere, entende? Importante
ainda que você saiba que não pode tramitar por este procedimento quando houver
necessidade de citação por edital. No procedimento sumaríssimo, é possível que sejam
ouvidas até duas testemunhas de cada parte.

A administração pública direta, autárquica e f undacional não podem em nenhuma


hipótese serem submetidas ao procedimento sumaríssimo.

SÚMULA 442 DO TST

Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, não se admite recurso de revista


por contrariedade à orientação jurisprudencial do TST, por ausência de previsão no art.
896, § 9°, da CLT.

E veja como uma banca abordou este tema recentemente:

QUESTÃO SIMULADA, 2021:

João f oi contratado por uma empresa (prestadora) para laborar como zelador,
atuando para uma sociedade de economia mista f ederal (tomadora). Ao f inal do
contrato de trabalho, João ajuizou reclamação trabalhista em f ace da empresa que o
contratou (prestadora) e em f ace da sociedade de economia mista f ederal
(tomadora), requerendo o pagamento de horas extras e vales -transportes. O valor
total dos pedidos ef etuados f oi de 15 mil reais. Acerca desse assunto, assinale a
alternativa correta.

a) Considerando o valor dos pedidos ef etuados por João, a reclamação deverá se


submeter ao rito sumário e, da decisão que vier a ser prof erida, não caberá recurso.

b) A reclamação irá tramitar pelo rito sumaríssimo.

c) A demanda observará o rito ordinário, independentemente do valor do pedido de


João, af inal, um dos réus é ente público.

d) A reclamação adotará o rito sumário e, da decisão que vier a ser prof erida, caberá
recurso.

e) A reclamação deverá observar o rito ordinário e João, no momento da instrução


processual, poderá conduzir, no máximo, três testemunhas.

Gabarito: Letra b.

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DICA 212

CUSTAS PROCESSUAIS
As custas devem ser pagas pela parte vencida. No processo do trabalho, não há
antecipação do pagamento das custas, sendo estas pagas somente ao f inal. O valor será
estabelecido na base de 2% sobre o valor econômico da causa (ex: condenação) ou o
valor da causa, em alguns casos, observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e
quatro centavos).
Havendo extinção sem resolução do mérito, quem pagará é o autor da ação
trabalhista.

Lembrando: O recolhimento deve ser f eito, exclusivamente, no Banco do Brasil S.A.


ou na Caixa Econômica Federal, conf orme disposto no Ato conjunto nº 21/2010
TST.CSJT.GP.SG.

IMPORTANTE: Não é necessário o recolhimento de custas na interposição de


Agravo de Instrumento em Recurso Extraordinário, conf orme normatizado no art.
1.042, § 2°, do CPC.

Lembrando que são isentos de custas:

U, E, DF, M, Autarquias, Fundações (não exploram atividade econômica);

MPT;

Benef iciário de Justiça Gratuita;

Massa Falida.

DICA 213

PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

No procedimento ordinário, teremos a primeira audiência (inaugural ou inicial) de f orma


automática, sendo f eita realizada no mesmo tempo do protocolo da petição inicial. Depois
do protocolo f eito, o servidor vai remeter a segunda via ao reclamado, com a devida cópia
da petição inicial, e desta f orma notif icando este ao mesmo tempo para comparecer à
audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida depois de 5 dias.

Logo, a audiência pode apenas ser f eita 5 dias depois do recebimento da notif icação
pelo reclamado.

Se f or a Fazenda Pública, o prazo é de 20 dias, conf orme previsto no Decreto-Lei


779169, no art. 1°, II. Na audiência inaugural será preciso o comparecimento pessoal das
partes, sendo opcional a presença do advogado, haja vista o jus postulandi previsto no
art. 845 da CLT. No rito ordinário, o juiz trabalhista deverá f azer duas tentativas de
conciliação: A primeira no começo da audiência e a segunda no f inal.

Lembrando: O ente público na demanda (qualquer que seja o valor da causa) - será
procedimento ordinário.

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DICA 214

TESTEMUNHAS

Testemunhas são importantes para o andamento processual, em todas as áreas. Na


trabalhista, não é dif erente. Mas o número varia de acordo com a situação:

Rito Ordinário: 3 testemunhas

Rito Sumário (até 2 salários mínimos): 3 testemunhas

Rito Sumaríssimo: 2 testemunhas

Inquérito para apuração de falta grave: 6 testemunhas

Uma questão muito recorrente em provas (tanto na primeira quanto na segunda f ase) diz
respeito à possível suspeição da testemunha o f ato de ter litigado contra o mesmo
empregador. Essa testemunha neste caso é suspeita? A resposta é NÃO.

SÚMULA 357 DO TST:

Não torna suspeita a testemunha o simples f ato de estar litigando ou de ter litigado
contra o mesmo empregador.

Quando você passar na primeira f ase, caso escolha na segunda f ase direito do trabalho,
uma preliminar de mérito muito comum em peça de recurso ordinário é o cerceamento da
def esa (Ex.: o juiz indef ere uma testemunha porque ela está litigando contra o mesmo
empregador).

DICA 215

COMPETÊNCIA TERRITORIAL

Em regra, será f ixada com base no local da prestação de serviços, ainda que o
empregado tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Veja o disposto a seguir:

Art. 651 da CLT: “A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é


determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar
serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no
estrangeiro.
§ 1º Quando f or parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da
Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou f ilial e a esta o empregado
esteja subordinado e, na f alta, será competente a Junta da localização em que o
empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
§ 2º A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo,
estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou f ilial no estrangeiro, desde que o
empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades f ora do lugar
do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no f oro da
celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.”

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Mas como em muitas situações jurídicas, há exceções: A primeira é o agente ou
viajante comercial, aonde a competência será da Vara do Trabalho do lugar em que a
empresa tenha agência ou filial e a esta esteja o empregado subordinado. Havendo
ausência desta vara no lugar em que f alamos, vai ser competente a Vara do lugar onde o
empregado tenha seu domicílio ou no lugar no próximo.

Já no caso do empregado brasileiro que trabalha no exterior a competência será da


Justiça Brasileira, salvo haja convenção internacional dispondo em contrário. A ação
deverá ser ajuizada no local da celebração do contrato ou da prestação de serviços
(quando houve prestação de serviços no Brasil e posterior transf erência).

E, por f im, no caso do empregador que f az atividades fora do lugar do contrato de


trabalho, a competência será do lugar onde for celebrado o contrato ou no da
prestação dos respectivos serviços.

ATUALIDADE IMPORTANTE:

De quem é competência para julgar ação de trabalhador contratado por meio de site de
empregos? O TST decidiu recentemente que, em caso julgado, aonde o empregador f oi
selecionado em Brasília (DF) e assinou contrato em Recif e para trabalhar em Santa Cruz
(RN), a competência é da Vara do Trabalho de Brasília, ou seja, do local onde ele f oi
solucionado.

DICA 216

LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ

A litigância de má f é ocorre quando a pessoa simplesmente age em desconformidade


com a honestidade e lealdade diante do poder judiciário. Vejamos o que diz a CLT:

Art. 793-B. Considera-se litigante de má-f é aquele que:


I - deduzir pretensão ou def esa contra texto expresso de lei ou f ato incontroverso;
II - alterar a verdade dos f atos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustif icada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manif estamente inf undado;
VII - interpuser recurso com intuito manif estamente protelatório.

Certo, mas o que ocorre quando a parte é condenada pela litigância de má fé?
Este será condenado, de of ício ou a requerimento, a:

pagar multa, que deverá ser superior a 1% e inf erior a 10% do valor corrigido da
causa;

indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sof reu;

arcar com os honorários advocatícios;

pagar todas as despesas que a parte contrária ef etuou (art. 793-C, CLT).

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Importante que você saiba que os honorários vão ser f ixados entre o mínimo de 5% e
o máximo de 15%, conf orme normatizado no art. 791-A, da CLT, estes sendo calculados
sobre o valor da multa.

DICA 217

AUDIÊNCIA – HORÁRIO
Uma temática muito importante no processo do trabalho é sobre os horários de audiência.
A audiência deve ser f eita em dia úteis, das 8h às 18h, e não pode passar de 5 horas
seguidas, exceto se f or matéria f or de urgência. Lembrando que tudo isto pode ser
constatado no art. 813 da CLT.

QUESTÃO SIMULADA.

Naruto é trabalhador e resolve ajuizar uma reclamação trabalhista em f ace de seu


empregador, Uchiha Itachi LTDA. Ocorre que o juiz diz que está sem tempo durante a
semana para f azer a audiência, pois está como palestrante em um congresso f ora do
Estado. Sendo assim, af irma que f ará a audiência em um domingo, que
concidentemente, também é f eriado (07 de setembro). O juiz ainda comenta que a
audiência pode durar de 6 a 8 horas seguidas. Importante ressaltar que a matéria a
ser tratada na audiência não é de urgência. De acordo com o normatizado em lei, o
juiz:

a) Está equivocado, visto que as audiências podem ser f eitas em dias uteis e também
em domingos e f eriados, mas não podem durar mais de 3 horas seguidas.
b) Está equivocado, visto que as audiências podem ser f eitas em dias uteis e também
em domingos e f eriados, mas não podem durar mais de 2 horas seguidas.

c) Está correto, pois as audiências podem durar mais de 8 horas seguidas e também
podem ser f eitas em domingos e f eriados, além dos dias uteis.

d) Está equivocado, pois audiências só podem ser f eitas em dias uteis e não podem
passar de 5 horas seguidas, salvo em casos urgentes, o que não é o caso do
enunciado.

Gabarito: Letra d.

DICA 218
AUDIÊNCIA UNA

É a audiência que em regra ocorre na Justiça do Trabalho, inclusive em casos de rito


sumaríssimo. Neste tipo de audiência ocorrem todos os atos, como a tentativa de
conciliação, apresentação da def esa, produção das provas, alegações f inais entre outros.

Lembrando que este tipo de audiência é a regra, não exceção. Vejamos o que diz o
artigo seguinte:

Art. 849 da CLT. A audiência de julgamento será contínua; mas, se não f or possível,
por motivo de f orça maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua
continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notif icação.

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DICA 219

NÃO COMPARECIMENTO DO EMPREGADO À AUDIÊNCIA


Muitas vezes ocorre de o empregado f altar, não comparecer à audiência. Faltando o
empregado nesta ref erida audiência, há uma sanção prevista na CLT, que é o
arquivamento da ação. Agora se a f alta f or da reclamada (ré), haverá revelia e conf issão
quanto a matéria de f ato.

A Ref orma Trabalhista impôs que o reclamante f altoso também terá de pagar as custas
processuais, mesmo que ele seja benef iciário da justiça gratuita, exceto se ele comprovar
em um prazo de 15 dias f altou por algum motivo legalmente justif icável para tal f alta.

Caso o empregado não possa ir audiência por algum motivo, ele poderá enviar para esta
audiência, com o intuito de representa-lo, o sindicato ou outro empregado que pertença à
mesma categoria que ele.

DICA 220

DEPÓSITO RECURSAL

Há no direito trabalhista a exigência do depósito recursal, que o nome já diz, serve para
recursos (como o recurso ordinário, por exemplo), cabendo ao TST reajusta os valores do
depósito recursal. É de suma importância que você saiba depósito recursal tem natureza
jurídica de garantia de execução.

IMPORTANTE: O valor do depósito deve ser reduzido pela metade (50%) caso o
condenado seja uma entidade sem f ins lucrativos, empregador doméstico,
microempreendedor individual, microempresa e empresa de pequeno porte.

A cada novo recurso deve ser f eito um novo depósito. (Súmula 128, I, do TST).
DICA 221

INCIDENTE DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Apesar de ser mais comum no campo das relações de consumo, o incidente de


desconsideração da personalidade jurídica também se aplica em relações trabalhista,
devendo ser instaurado pela parte ou pelo Ministério Público, quando este tiver de intervir
no processo. A desconsideração da personalidade jurídica tem como exigência base a
comprovação dos requisitos previstos na legislação vigente, sendo f raude ou abuso da
personalidade jurídica e conf usão patrimonial.

Estes requisitos devem ser mostrados obedecendo o contraditório, exigindo -se a devida
citação do sócio ou da pessoa jurídica em questão (no caso de desconsideração inversa),
para que ela tome conhecimento e venha a manif estar -se sobre o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica.

O prazo para manifestação é 15 dias.


Em caso de incidente de desconsideração da personalidade jurídica , a instauração do
incidente suspenderá o processo, todavia sem que haja prejuízo de concessão da tutela
de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 do CPC (art. 855-A, §2°, da CLT
e art. 6°, § 2°, da IN n° 39/2016 do TST).

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DICA 222

PROCURAÇÃO

A nomeação de advogado com poderes para o f oro em geral pode ser devidamente
realizada por intermédio de um simples registro na ata de audiência, a requerimento
verbal do advogado interessado e com a permissão da parte que está sendo representada,
por procuração tácita. Possui a validade o instrumento de mandato que tenha um prazo
determinado que contenha uma cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para
atuar até o f inal da demanda. Veja a seguir a normatização sobre o assunto na CLT:

Art. 791, § 3°: “A constituição de procurador com poderes para o f oro em geral
poderá ser ef etivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento
verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada.”

Se há previsão, no instrumento de mandato, de prazo para sua juntada, o mandato só


terá a sua validade caso esteja devidamente anexado ao processo o respectivo
instrumento no prazo. Os atos que vierem a ser praticados pelo substabelecido são
válidos, mesmo que inexista no mandato poderes que sejam expressos para
substabelecer.

Não é válido o instrumento de mandato f irmado em nome de uma pessoa jurídica que
não tenha o nome do outorgante e do subscritor da procuração, haja vista que estas
inf ormações são as que individualizam a ação. E tem súmula com posicionamento neste
âmbito:

SÚMULA Nº 456 DO TST

Advogado. Mandato. Sociedade. Irregularidade de representação. Pessoa jurídica.


Procuração inválida. Ausência de identif icação do outorgante e de seu representante.
CCB/2002, art. 654, § 1º. CPC/1973, art. 38. CPC/2015, art. 76, §§ 1º e 2º

I - É inválido o instrumento de mandato f irmado em nome de pessoa jurídica que não


contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes
dados constituem elementos que os individualizam.

II – Verif icada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o juiz


designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a
determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência couber
ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber (art. 76,
§ 1º, do CPC de 2015).

III – Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em f ase recursal,


o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a
determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao
recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência
couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).

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DICA 223

REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL

O autor deverá af irmar:

O juízo competente, nos termos do art. 651 da CLT, que é o juízo do local da prestação
dos serviços.

Qualif icação das partes.

Breve exposição dos f atos de que resulte o dissídio, que no processo civil recebe o
nome de causa de pedir, que contempla os f atos e f undamentos jurídicos do pedido.

Pedido, que vincula o julgamento que será realizado posteriormente, nos termos do
princípio da congruência a ser posteriormente estudado, que deve ser certo, determinado
e com a indicação do seu valor.

Valor da causa, data e assinatura do reclamante ou de seu representante.


DICA 224

EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL

Errar é humano. A f amosa f rase é aplicada também ao direito processual do trabalho.


Quando o juiz trabalhista perceber que na petição inicial há falhas que são sanáveis,
deve ele intimar o autor para corrigir/complementar a petição inicial no prazo de 15
dias, e sempre inf ormando o que o autor deve emendar.

Cabe emenda da petição inicial no mandado de segurança para juntada de


documentos? Não, a Súmula 415 do TST é bastante específ ica quanto a isto:

Mandado de segurança. Petição inicial. Emenda. Prova pré -constituída. Documento


indispensável ou sua autenticação. CPC/1973, art. 284. CPC/2015, art. 321.
Inaplicabilidade. Lei 1.533/1951, art. 1º.

Exigindo o mandado de segurança prova documental pré -constituída, inaplicável o


CPC/2015, art. 321 - CPC/2015 (CPC/1973, art. 284 - CPC de 1973) quando
verif icada, na petição inicial do mandamus, a ausência de documento indispensável ou
de sua autenticação. (ex-OJ 52 da SBDI-2 - inserida em 20/09/2000).

DICA 225

ATRASO DO JUIZ
Atrasos são bem comuns no decorrer do cotidiano. O que acontece na esf era trabalhista?
Imagine que o juiz se atrasou para a audiência. Como que f ica a situação? Veja, a CLT
normatiza uma tolerância de quinze minutos para o atraso do magistrado. Se
passarem os quinze minutos, as partes envolvidas poderão sair.

Art. 815 da CLT, Parágrafo único. Se, até 15 (quinze) minutos após a hora
marcada, o juiz ou presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar -
se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências.”

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Como não esquecer o prazo máximo de atraso do juiz?

JuiZ → QuinZe minutos

Mas e no caso das partes, há a mesma previsão de tolerância do juiz? NÃO. Veja o que
diz a OJ seguinte:

OJ 245 da SDI-I

“REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA. Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de


comparecimento da parte na audiência.”

Veja como uma banca cobrou este assunto, com um estilo bem parecido com o cobrado
pela FGV:

QUESTÃO SIMULADA.

O Juiz da Vara do Trabalho do Rio de Janeiro agendou uma audiência para o dia 11 de
abr. de 2018 às 15h30. Manoela, reclamante na ação trabalhista, e a empresa Gotas de
Água S.A., em f ace de quem Manoela ingressou com o pleito, compareceram à
audiência com seus respectivos advogados no horário agendado. O juiz, por sua vez,
somente chegou à audiência na ref erida data às 16h. Assinale a alternativa que
apresenta como as partes devem proceder nessa situação.

a) Ao Juiz é permitido chegar a qualquer tempo, considerando ser o mesmo quem irá
presidir a audiência, devendo as partes aguardar sua chegada.

b) Se o Juiz não houver comparecido até 20 (vinte) minutos após a hora marcada, os
presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das
audiências.

c) Se o Juiz comparecer à audiência com até 30 (trinta) minutos de atraso após a hora
marcada, as partes têm o dever de estarem aguardando o juiz para o início da
audiência, devendo o atraso constar do livro de registro das audiências.

d) Se o Juiz não houver comparecido até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, os
presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das
audiências.

e) Se o Juiz não houver comparecido até 60 (sessenta) minutos após a hora marcada,
os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das
audiências.

Gabarito: Letra d.

Comentário: Questão letra de lei, é só ler o parágraf o único do art. 815 da CLT.

DICA 226

REVELIA

O conceito de revelia nada mais é do que a falta de apresentação de resposta do réu,


oportunamente. É permitida ao réu revel a produção de provas contrapostas à alegação
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do autor desde que se f aça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais
indispensáveis a essa produção.

Seus efeitos são:

conf issão f icta, considerando os f atos articulados em desf avor do réu com verdadeiros.

impossibilidade de alteração do pedido;

curso do prazo independente de intimação;

possibilidade de intervenção no processo a qualquer tempo;

notif icação da sentença do réu revel por via postal (CLT, art. 852).
DICA 227

REGULAMENTAÇÃO DO JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO

O TST e CSJT regulamentaram o julgamento antecipado parcial do mérito no Processo do


Trabalho, por meio do ATO CONJUNTO TST.CSJT.CGJT Nº 3/2020. Neste ato f ica
normatizado que o juiz decidirá parcialmente o mérito, nas hipóteses do art. 356
do CPC/2015. Lembrando que cabe a interposição de recurso ordinário da decisão que
julgar parcialmente o mérito, aplicando-se as regras relativas ao depósito recursal e ao
pagamento das custas processuais.

Lembrando que caso não haja recurso da decisão que julgou parcialmente o mérito, a
execução será def initiva e poderá ser promovida em autos suplementares, nos termos do
art. 356, §§ 3º e 4º, do CPC/2015, na classe 156 – Cumprimento de Sentença.

DICA 228

ATA NOTARIAL

Veja o que traz o CPC:

Art. 384. A existência e o modo de existir de algum f ato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.

Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos


eletrônicos poderão constar da ata notarial.

O tabelião de notas é quem elabora a ata notarial, dando fé a certos fatos. A ata
notarial é uma forma de provas aonde este será usado para corroborar certos registros
audiovisuais como, por exemplo, mensagens de WhatsApp e Facebook.

Vamos ver um exemplo: Em um grupo da empresa no WhatsApp, Teobaldo of ende de


f orma muito incisiva e deplorável diretamente a pessoa do empregador. O empregador
pode ir até cartório pedir ao tabelião para documentar aquele print do grupo. Mesmo que
a conversa seja removida, o documento comprobatório ainda vai existir.

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DICA 229

ÔNUS DA PROVA
O ônus da prova, de uma f orma geral, é a responsabilidade de provar. Lembrando que
a Ref orma Trabalhista deu ao magistrado a possibilidade de alterar o ônus da prova. E isto
pode acontecer quando o magistrado verif icar que é muito dif ícil ou até mesmo impossível
para as partes provar o que lhe cabe.

Vejamos o que a CLT diz:

Art. 818, caput. O ônus da prova incumbe:


I – ao reclamante, quanto ao f ato constitutivo de seu direito;
II – ao reclamado, quanto à existência de f ato impeditivo, modif icativo ou extintivo do
direito do reclamante.

Um exemplo relacionado a este assunto: Woody, empregado da empresa Ao inf inito e


além LTDA, ao ajuizar um Reclamação Trabalhista em f ace do empregador, alega horas
extras não pagas. Neste ponto, será do empregador o ônus de mostrar a prova de que
não houve de f ato horas extras, por meio do controle de ponto.

Sobre o controle de ponto, você sabia que, quando o empregador tiver mais de 10
empregados, compete a este empregador o registro da jornada de trabalho? Veja:

SÚMULA 338 DO TST

JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA. (incorporadas as Orientações


Jurisprudenciais nº 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005 - DJ 20.04.2005
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da
jornada de trabalho na f orma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustif icada
dos controles de f requência gera presunção relativa de veracidade da jornada de
trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 - Res. 121,
DJ 21.11.2003)
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex -OJ nº 234 -
Inserida em 20.06.2001)
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída unif ormes são
inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras,
que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se
desincumbir. (ex- OJ nº 306 - DJ 11.08.2003).

DICA 230

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - BREVE INTRODUÇÃO


A reclamação trabalhista é a petição inicial, ou seja, é a primeira peça em uma ação
judicial. No processo do trabalho, o art. 840 da CLT permite que a petição inicial possa
ser oral ou escrita. Todavia, como em quase tudo no direito, há exceções, mais
precisamente f alando duas exceções, nas quais a reclamação deve ser obrigatoriamente
escrita: Na ação de inquérito judicial para apuração de f alta grave, conf orme normatizado
no art. 853 da CLT e a ação de dissídio coletivo, diante do art. 856 da CLT.
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Pode haver pedido de tutela na reclamação trabalhista?
Sim, nos termos do art. 294 do CPC. Por exemplo: Logan ajuíza uma reclamação
trabalhista em f ace da empresa YXZ LTDA, ao saber disto passa a se desf azer de seus
bens, vendendo-os e passando-os para o nome de terceiros. Nesse caso, Logan pode
pedir a tutela de urgência de bloqueio de bens, objetivando garantir o pagamento de
f utura condenação.

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DIREITO ELEITORAL

DICA 231

JUNTAS ELEITORAIS

As juntas eleitorais serão compostas de um juiz de direito, que será o presidente, e de 2


(dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade.

PRESIDENTE + DE 2 (DOIS) OU 4 (QUATRO) CIDADÃOS DE NOTÓRIA


IDONEIDADE = JUNTAS ELEITORAIS

Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dia antes da eleição,
depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também
designar-lhes a sede.

Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das pessoas indicadas para compor as
juntas serão publicados no órgão of icial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo
de 3 (três) dias, em petição f undamentada, impugnar as indicações.

DICA 232

TRANSFERÊNCIA

Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao juiz do novo domicílio sua
transf erência, juntando o título anterior.

A transf erência só será admitida satisf eitas as seguintes exigências:

entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo domicílio até 100 (cem) dias
antes da data da eleição.

transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição primitiva;

residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, atestada pela autoridade


policial ou provada por outros meios convincentes.

IMPORTANTE: O eleitor transf erido não poderá votar no novo domicílio eleitoral em
eleição suplementar à que tiver sido realizada antes de sua transf erência. Somente será
concedida transf erência ao eleitor que estiver quite com a justiça eleitoral.
DICA 233

VOTO SECRETO

O sigilo do voto é assegurado mediante as seguintes providências:

uso de cédulas of iciais em todas as eleições, de acordo com modelo aprovado pelo
Tribunal Superior;

isolamento do eleitor em cabine indevassável para o só ef eito de assinalar na cédula o


candidato de sua escolha e, em seguida, f echá-la;

verif icação da autenticidade da cédula of icial à vista das rubricas;

emprego de urna que assegure a inviolabilidade do suf rágio e seja suf icientemente
ampla para que não se acumulem as cédulas na ordem que f orem introduzidas.
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DICA 234

APURAÇÃO NOS TRIBUNAIS REGIONAIS

Na apuração, compete ao Tribunal Regional:

resolver as dúvidas não decididas e os recursos interpostos sobre as eleições f ederais e


estaduais e apurar as votações que haja validado em grau de recurso;

verif icar o total dos votos apurados entre os quais se incluem os em branco;

Determinar os quocientes, eleitoral e partidário, bem como a distribuição das sobras;

proclamar os eleitos e expedir os respectivos diplomas;

f azer a apuração parcial das eleições para Presidente e Vice -presidente da República.
Importante ressaltar que antes de iniciar a apuração o Tribunal Regional constituirá com 3
(três) de seus membros, presidida por um destes, uma Comissão Apuradora.

DICA 235

PARTIDO POLÍTICO

O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no


interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a def ender
os direitos f undamentais def inidos na Constituição Federal.

O partido político se equipara às entidades paraestatais? Não!

IMPORTANTE: A coligação partidária (que é facultativa) é a celebração de alianças


entre dois ou mais partidos, dentro da mesma circunscrição, tendo por intuito escolher
candidatos para a disputa das eleições.

2 OU + PARTIDOS JUNTOS, NA MESMA CIRCUNSCRIÇÃO, PARA ESCOLHER


CANDIDATOS PARA A DISPUTA DAS ELEIÇÕES = COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA

DICA BÔNUS
RESOLUÇÃO DO TSE PODE DETERMINAR A SUSPENSÃO AUTOMÁTICA DE
PARTIDO POR AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS?
Não! O STF decidiu recentemente que uma Resolução do TSE não pode determinar a
suspensão automática de partido por ausência de prestação de contas, devendo ser
cumprido o procedimento previsto no art. 28 da Lei 9.096/95.
ADI 6032, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 05/12/2019, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-088 DIVULG 13-04-2020 PUBLIC 14-04-2020.

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DIREITO FINANCEIRO

DICA 236
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS: CLAREZA, ECONOMICIDADE E TRANSPARÊNCIA

Princípio da Clareza: Diz que a Loa deve ser elaborada em linguagem compreensível
a todos os interessados.

Princípio da Economicidade: Deve-se operacionalizar ao mínimo de custo possível,


tendo em vista que os recursos públicos são escassos.

Princípio da Transparência: A peça orçamentária deve ser clara e simples, não


contendo inf ormações desnecessárias.
DICA 237
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS: PROGRAMAÇÃO, UNIDADE E ESPECIFICAÇÃO

Princípio da Programação: Fundamenta-se na obrigatoriedade de especif icar os


gastos por meio de programas de trabalho, o que permite uma identif icação dos objetivos
e metas a serem atingidos.

Princípio da Unidade: Estabelece que todas as receitas e despesas constarão na LOA


pelos seus totais, vedadas deduções.

Princípio da Especificação: Determina que as receitas e as despesas devem aparecer


no orçamento de maneira discriminada para que seja evidenciada a origem e aplicação de
recursos.
DICA 238
TABELA COM PRINCIPAIS PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Tabela com os princípios mais cobrados em provas.

PRINCÍPIO GARANTE

Unidade ou Que apenas um orçamento seja f eito por cada ente f ederativo
totalidade contendo todas as despesas previstas para aquele período.

Universalidade Que todos os gastos com dinheiro público estejam presentes no


documento para consulta de qualquer cidadão.

Anuidade ou Que o orçamento seja previsto para um tempo determinado e


periodicidade que seja elaborado um novo ao f inal de cada ciclo. Tempo
orçamentário determinado: 1 ano.

Exclusividade Que não terá despesas e dispositivos estranhos perante a


previsão da receita e a f ixação de contas.

Orçamento bruto Que seja colocado o valor bruto de despesa e receita. Sendo
vedada qualquer dedução.

Não vinculação Que não usem a receita de impostos para outras despesas que
de receita de não sejam serviços públicos de saúde, educação e atividades de
impostos administração tributária.

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DICA 239

ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL


O Orçamento é considerado o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza o Poder
Executivo, por certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao f uncionamento
dos serviços públicos e outros f ins adotados pela política econômica ou geral do país,
assim como a arrecadação das receitas já criadas em leis. Aliomar Baleeiro

Dessa f orma, entende-se que pelo texto da CF 88 o orçamento detém força jurídica de
lei. E que seu controle reside no f ato da exigência de que o Poder Legislativo aprove o
Orçamento, coibindo assim exageros e ilegalidades.

DICA 240

ORÇAMENTO PROGRAMA

O Orçamento programa, usado hoje no Brasil, é uma evolução do orçamento tradicional,


nele são estabelecidas as metas e objetivos governamentais, estruturados em planos
e programas a serem realizados em determinado período, em conjugação com o sistema
de planejamento das f inanças.
DICA! A FGV gosta muito das considerações do autor James Giacomoni quanto às
principais características do Orçamento Programa, assim, segue:

O orçamento é o elo entre o planejamento e o orçamento;

A alocação de recursos visa à consecução de objetivos e metas;

As decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações técnicas de


alternativas possíveis;

Na elaboração do orçamento, são considerados todos os custos dos programas,


inclusive os que extrapolam o exercício;

A estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e


de planejamento;

Principal critério de classif icação → funcional-programático;

Utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e de


resultados;

O controle visa avaliar a ef iciência, a ef icácia e a ef etividade das ações governamentais.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

DICA 241

SEGURO-DESEMPREGO

Segundo a Constituição Federal, é garantido o seguro-desemprego ao trabalhador, em


caso de desemprego involuntário, no art. 7º, inciso II.

Ainda, prevê no art. 201, inciso III, proteção ao trabalhador em situação de desemprego
involuntário, visto como risco social que deve ser coberto pelo Regime Geral de
Previdência Social (RGPS).
IMPORTANTE: O cidadão que estiver recebendo o seguro-desemprego, estará
enquadrado na possibilidade de manutenção da qualidade de segurado do artigo 15, I,
da Lei 8.213/91.
DICA 242

SEGURO DESEMPREGO

O seguro-desemprego f oi excluído do Regime Geral de Previdência Social, conf orme art.


9º, §1º, da Lei 8.213/91.

Portando, não é benef ício previdenciário;

É pago pelo FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Relembrando que é vedado o recebimento conjunto do seguro-desemprego com qualquer


benef ício de prestação continuada da previdência social, exceto a pensão por morte ou
o auxílio-acidente.

DICA 243

DOS BENEFÍCIOS – DO SALÁRIO-FAMÍLIA


O Salário-Família é devido para as f amílias que têm uma RENDA BRUTA MENSAL de até
R$ 1.754,18 em 2023.

Para que seja pago o valor, é preciso também que o benef iciário tenham f ilhos entre 0 e
14 anos de idade ou para f ilhos que têm algum tipo de invalidez/def iciência.

Assim sendo, podemos concluir que o salário-Família se trata de um benef ício que tem
como intuito complementar a renda da f amília de um trabalhador que tem baixa renda.

TOME NOTA: O salário-f amília não terá a sua cota incorporada ao salário ou ao
benef ício.

DICA 244

DOS BENEFÍCIOS – DO SALÁRIO-FAMÍLIA

No que diz respeito à cumulação, o Salário-Família poderá ser acumulado com


qualquer benef ício do INSS:

Auxílio-Doença.

Auxílio-Acidente.

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Salário Maternidade.

Pensão por Morte.

Auxílio-Reclusão.

Entre outros.

DICA 245

DOS BENEFÍCIOS – DO SALÁRIO-FAMÍLIA


O salário-f amília deve ser pago:

a partir da data de apresentação da certidão de nascimento do f ilho ou equiparado;

Obrigatória apresentação do cartão de vacinação (com vacinas em dia) para f ilhos de


até 6 anos de idade;

Obrigatória comprovação semestral de f requência escolar para crianças a partir de 4


anos de idade. Antes, a idade era de 7 anos, atualmente, conf orme Decreto 10.410/2020,
passou a ser 4 anos de idade.

TOME NOTA: A f alta de apresentação dos ref eridos documentos, no prazo def inido
pelo INSS, o pagamento do benefício será suspenso.

ATENÇÃO!

É possível o recebimento de dois salários-f amília pelo mesmo filho, desde que ambos
os pais sejam responsáveis pela criança, e sejam individualmente de baixa renda.

Após a suspensão do benef ício, caso o segurado comprove a vacinação ou f requência


escolar da criança, será devido pagamento da cota relativa do período suspenso.

DICA BÔNUS

DOS BENEFÍCIOS – DO SALÁRIO-FAMÍLIA

A f alta de comunicação oportuna de f ato que culmine na cessação do salário-f amília,


assim como a prática, pelo empregado, de fraude de qualquer natureza para o seu
recebimento, dará autorização a empresa, ao INSS, ao sindicato ou órgão gestor de mão
de obra, conf orme o caso, a descontar dos pagamentos de cotas devidas com relação a
outros f ilhos ou, na f alta delas, do próprio salário do empregado ou da renda mensal do
seu benef ício, o valor das cotas indevidamente recebidas, sem que haja qualquer prejuízo
das sanções penais cabíveis.

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