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Memorex OAB – Exame XXXVIII – Rodada 01

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Rodada 05 12/05/23
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ÍNDICE
ÉTICA ......................................................................................................................................... 4
FILOSOFIA DO DIREITO ............................................................................................... 17
DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 21
DIREITOS HUMANOS ...................................................................................................... 34
DIREITO INTERNACIONAL .......................................................................................... 37
DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................... 40
DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 46
DIREITO AMBIENTAL ..................................................................................................... 57
DIREITO CIVIL ................................................................................................................... 60
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .................................................. 69
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ............................................................... 71
PROCESSO CIVIL .............................................................................................................. 75
DIREITO EMPRESARIAL................................................................................................ 92
DIREITO PENAL ................................................................................................................. 98
PROCESSO PENAL........................................................................................................... 112
DIREITO DO TRABALHO ............................................................................................. 124
PROCESSO DO TRABALHO ......................................................................................... 135
DIREITO ELEITORAL ..................................................................................................... 145
DIREITO FINANCEIRO ................................................................................................. 154
DIREITO PREVIDENCIÁRIO...................................................................................... 162

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ÉTICA

DICA 01
DOS DIREITOS DO ADVOGADO
Atenção! Tema de maior incidência.
O advogado é indispensável para administração da justiça.
Os Direitos e prerrogativas dele, estão ligados às vantagens dadas a ele na função em que
exerce; mesmo em seu ministério privado, desempenha função social, múnus público.
Entre magistrados, membros do Ministério Público e advogados, não há hierarquia e nem
subordinação, devendo o advogado ter tratamento compatível a sua função.

Direitos do advogado - fundamento legal: Art. 6º e 7º do EAOAB e Artigos 15 a 19 Reg.


Geral OAB.
DICA 02
NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO
Art. 3º-A e parágrafo único do EAOAB, inserido pela Lei nº 14.039 de 2020.
Considerado notória especialização, profissionais ou sociedades de advogados, que de-
sempenham estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, entre
outras atividades que permita concluir que o trabalho prestado por tal profissional é indis-
cutivelmente mais adequado àquela prestação de serviço.
Esse tipo de prestação é considerado técnico e singular, o que facilita a contratação
direta pela administração pública (Dispensando possível licitação).
DICA 03
DA INVIOLABILIDADE DO ESCRITÓRIO DO ADVOGADO
De acordo com o Art. 7º, inciso II EAOAB, o local de trabalho do advogado é inviolável,
tanto quanto todo seu instrumento de trabalho relativos à advocacia:

ARQUIVOS E DADOS

É INVIOLÁVEL
CORRESPONDÊNCIAS

COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS,
ELETRONICA E TELEMÁTICA

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DICA 04
DAS PRERROGATIVAS DO ADVOGADO: EXAME, VISTAS E RETIRADA DOS AUTOS
PROCESSUAIS
Fundamento legal: Artigo 7º, XIII, XIV, XV e XVI do EAOAB
Exame dos autos: Examinar os autos em qualquer órgão ou instituição responsável
por conduzir a investigação, mesmo sem procuração, podendo copiar e fazer anota-
ções.
Obs.: Salvo nos casos de segredo de justiça, é dispensável o exame dos autos sem
procuração.
Vistas dos autos: ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer
natureza, ou retirá-los pelos prazos legais.
Retirar autos findos: retirar autos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de 10
dias.
Assunto cobrado pelo Exame de Ordem com certa periodicidade.
DICA 05
DO INGRESSO LIVRE DO ADVOGADO

Fundamento legal: Art. 7º, VI, VII, VIII, X, XI e XX EAOAB

O advogado poderá ter acesso, sem restrições, aos seguintes locais, serviços ou
situações:

Todos os lugares onde ele exerça a advocacia.


Ex.: salas de sessão de julgamento e dependências de audiências, cartórios, secre-
tarias, ofícios de justiça, serviços notariais, delegacias, qualquer edifício ou recinto que
funcione outro serviço público onde o advogado possa colher prova ou informações.
(Outros exemplos, alíneas “a,b,c,d” do inciso VI do art. 7º EAOAB).

Independente de licença, o advogado poderá permanecer em pé ou sentado, ou


até mesmo se retirar dos locais mencionados anteriormente. inciso VII do art. 7º eoab.

Ter acesso aos magistrados, independente de horário marcado. Art. 7º EAOAB,


inciso VIII.

Uso da palavra “pela ordem”, em qualquer tribunal judicial ou administrativo,


órgão de deliberação coletiva da administração pública ou comissão parlamen-
tar de inquérito, mediante intervenção pontual e sumária (intervenção imediata,
antes da conclusão do pleito), para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação
a fatos, a documentos ou a afirmações que influam na decisão. Trata-se da redação
dada pela Lei nº 14.365/22) ao inciso X do art. 7º EAOAB.

Em casos de atraso de autoridade para ato judicial acima de 30 minutos, e desde


que o mesmo não esteja no recinto, poderá o advogado, por meio ata, retirar-se
do local. art. 7º EAOAB, inciso XX

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DICA 06
DA COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE
O advogado é livre para comunicar-se com seus clientes, sendo pessoalmente e em
ambiente reservado.

O advogado também poderá se comunicar, mesmo sem procuração, quando seus


clientes estiverem:

Presos;

Detidos;

Recolhidos em ambientes civis ou militares.


Ainda que estes estejam incomunicáveis.
DICA 07
DA PRESENÇA DO REPRESENTANTE OAB

Fundamento legal: Art. 7º, IV e XXI, §3º EAOAB

Será direito do advogado a presença do representante da OAB, quando:

Advogado for preso em flagrante,

por motivo ligado a advocacia,

em caso de crime inafiançável.


Na falta do representante nos casos acima, torna-se nulo o ato.
Sendo os demais casos, necessário apenas a comunicação expressa à Seccional da
OAB.
DICA 08
DA PRISÃO DO ADVOGADO

O advogado tem a prerrogativa, de quando recolhido preso, ser feito em:

Sala de Estado Maior;

Com acomodações e instalações condignas;

Na falta, em prisão domiciliar.

O crime mencionado acima poderá ser qualquer delito.

A prisão mencionada será cautelar, pois se trata de ser anterior a sentença transitada
em julgado.
DICA 09
DO DESAGRAVO PÚBLICO

Fundamento legal: Art. 7º, XVII; XXI § 5º, e Arts. 18 e 19 RGEAOAB.


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O desagravo acontece quando o advogado é ofendido em razão da sua profissão ou
no exercício dela.

É um ato formal que objetiva mostrar repúdio a ofensas contra a classe dos advo-
gados.

Cabe ao Conselho competente promover o desagravo, independente da responsabili-


dade criminal do infrator.

O desagravo público poderá ser de ofício, a pedido do próprio advogado ou de qualquer


pessoa.

Como defesa da classe de advogados, o desagravo público, independe da concordân-


cia do ofendido.
Obs.: a competência ao desagravo será do Conselho Federal, quando este for di-
rigido ao Conselheiro Federal ou Presidente do Conselho Seccional.
DICA 10
DO DESAGRAVO
O desagravo pode ser formulado por qualquer pessoa, e de acordo com o §3º do Art.
18 do RGEAOAB, recebido ou não as informações, desde que haja convencimento do
relator.

Questão Exame de Ordem XXX, 2019.


Em certa situação, uma advogada, inscrita na OAB, foi ofendida em razão do exercício
profissional durante a realização de uma audiência judicial. O ocorrido foi amplamente
divulgado na mídia, assumindo grande notoriedade e revelando, de modo urgente, a
necessidade de desagravo público.
Considerando que o desagravo será promovido pelo Conselho competente, seja pelo
órgão com atribuição ou pela Diretoria ad referendum, assinale a afirmativa correta.
Alternativas:
a) A atuação se dará apenas mediante provocação, a pedido da ofendida ou de qualquer
outra pessoa. É condição para concessão do desagravo a solicitação de informações à
pessoa ou autoridade apontada como ofensora.
b) A atuação se dará de ofício ou mediante pedido, o qual deverá ser formulado pela
ofendida, seu representante legal ou advogado inscrito na OAB. É condição para con-
cessão do desagravo a solicitação de informações à pessoa ou autoridade apontada
como ofensora.
c) A atuação se dará de ofício ou mediante provocação, seja da ofendida ou de qualquer
outra pessoa. Não é condição para concessão do desagravo a solicitação de informações
à pessoa ou autoridade apontada como ofensora.
d) A atuação se dará de ofício ou mediante pedido, o qual deverá ser formulado pela
ofendida, seu representante legal ou advogado inscrito na OAB. Não é condição para
concessão do desagravo a solicitação de informações à pessoa ou autoridade apontada
como ofensora.
Resposta: Alternativa “c”.
Assunto de alta incidência na OAB.

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DICA 11
ADVOGADO COMO TESTEMUNHA. ASSISTÊNCIA AOS CLIENTES.

Fundamento legal: Art. 7º, XIX, XXI.

É livre ao advogado o depor como testemunha em processo em que foi ou esteja


como procurador; ainda que tenha conhecimento dos fatos.

Mesmo autorizado, ou solicitado, o advogado também é livre para depor ou não como
testemunha.
O advogado também poderá prestar assistência aos seus clientes investigados, durante o
procedimento, apresentando razões e quesitos.
Obs.: Caso não seja respeitada a assistência do advogado ao cliente, todo o procedi-
mento e suas provas poderão ser nulas.
DICA 12
IMUNIDADE PROFISSIONAL
O advogado possui imunidade profissional em qualquer manifestação da sua parte, em
função da sua atividade e no seu exercício, sendo em juízo ou fora dele, respondendo
pelos excessos que cometer perante a OAB.

Não responderá por:

Injúria;

Difamação;

Desacato (Expressão declarada inconstitucional pelo STF).

Questão Exame de Ordem XXXII, 2021.


A advogada Clotilde, em manifestação oral em juízo, proferiu algumas palavras sobre o
adversário processual de seu cliente. Na ocasião, a pessoa mencionada alegou que teria
sido vítima de crime de injúria.
Considerando o disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, é correto afirmar que
Alternativas:
a) as palavras proferidas podem constituir crime de injúria, a fim de se tutelar a ade-
quada condução da atividade jurisdicional. Além disso, Clotilde poderá responder disci-
plinarmente perante a OAB pelos excessos que tiver cometido.
b) a imunidade profissional conferida a Clotilde assegura que as palavras proferidas não
constituem injúria, tampouco são passíveis de responsabilização disciplinar perante a
OAB, independentemente da alegação de excesso.
c) a imunidade profissional conferida a Clotilde assegura que as palavras proferidas não
constituem injúria. Contudo, ela poderá responder disciplinarmente perante a OAB pelos
excessos que tiver cometido.
d) as palavras proferidas podem constituir crime de injúria, a fim de se tutelar a ade-
quada condução da atividade jurisdicional. Contudo, não são passíveis de responsabili-
zação disciplinar perante a OAB, independentemente da alegação de excesso.

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Resposta: alternativa “c” - Questão fundamentada no Art. 7º, inciso XXI, §2º do EA-
OAB.

DICA 13
DAS INSTALAÇÕES AO ADVOGADO

É direito do advogado ter instalações condignas para exercer sua profissão em:

Fóruns,

Tribunais,

Juizados,

Delegacias de polícia,

Presídios,

Salas especiais permanentes.


Cabem ao Poder Judiciário e ao Poder Executivo a garantia deste direito.
DICA 14
DOS DIREITOS DA ADVOGADA

Fundamento legal: Art. 7º-A EAOAB.


Prerrogativas conferidas à mulher advogada por meio da Lei nº 13.363/2016.
Quadro dos direitos:

Gestante Lactante Adotante A que der à luz

Acesso a creche, Acesso a creche, Acesso a creche,


onde houver, ou a onde houver, ou a onde houver, ou a local
local adequado ao local adequado ao adequado ao atendi-
------------------- atendimento das atendimento das mento das necessida-
necessidades do necessidades do des do bebê.
bebê. bebê.
120 dias/período de
120 dias/período 120 dias/período amamentação.
de amamentação. de amamentação.

Entrada em tribu-
nais sem ser sub-
metida a detec-
tor de metal e ------------------- ------------------- -------------------
aparelho raio x.
Período da gravi-
dez.

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Reserva de vaga
em garagens dos
------------------- ------------------- -------------------
foros.
Período da gravi-
dez.

Gestante Lactante Adotante A que der à luz

Preferência na or- Preferência na or- Preferência na or- Preferência na or-


dem das susten- dem das susten- dem das susten- dem das susten-
tações orais e tações orais e tações orais e au- tações orais e
audiências, medi- audiências, medi- diências, mediante audiências, me-
ante comprovação. ante comprovação. comprovação. diante comprova-
ção.
Por 120 dias/perí- Por 120 dias/perí- Por 120 dias/perí-
odo de amamenta- odo de amamenta- odo de amamenta- Por 120 dias/perí-
ção. ção. ção. odo de amamen-
tação.

Suspensão de Suspensão de
prazos processu- prazos proces-
ais, quando for a suais, quando for
------------------- ------------------- única patrona da a única patrona da
causa, com notifica- causa, com notifi-
ção do cliente. cação do cliente.
Por 30 dias. Por 30 dias.

Atenção! Tema novo e de alta incidência nas provas.


DICA 15
VIOLAÇÃO DAS PRERROGATIVAS DO ADVOGADO
O art. 7º-B do EAOAB é um dos temas mais novos apresentado pela lei 13.869/2019. Tal
artigo conceitua como crime violar prerrogativas do advogado, descritas no artigo 7º
do EAOAB.

Esses incisos dizem a respeito:

A inviolabilidade do escritório do advogado.

A comunicação advogado e cliente;

A presença de representante da OAB;

Prisão do advogado.
A infração desses dispositivos, gera detenção de 2 a 4 anos e multa.

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DICA 16
DO DIREITO DO USO DO NOME SOCIAL DO ADVOGADO

Tema atual no exame de ordem!

Decisão do Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB prevê que Advogados (as)
travestis e transexuais poderão usar o nome social no Registro da Ordem dos Advoga-
dos do Brasil, sendo apreciada, no Art. 33, parágrafo único, do Regulamento Geral do EA-
OAB. Esta informação será inserida mediante requerimento do advogado (a).

Questão Exame de Ordem XXXII, 2021.


Maria, formada em uma renomada faculdade de Direito, é transexual. Após a aprovação
no Exame de Ordem e do cumprimento dos demais requisitos, Maria receberá a carteira
de identidade de advogado, relativa à sua inscrição originária. Sobre a hipótese apre-
sentada, de acordo com o disposto na Lei nº 8.906/94 e no Regulamento Geral do Es-
tatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
a) É admitida a inclusão do nome social de Maria, em seguida ao nome registral, ha-
vendo exigência normativa de que este seja o nome pelo qual Maria se identifica e é
socialmente reconhecida, mediante mero requerimento formulado pela advogada.
b) É admitida a inclusão do nome social de Maria, desde que, por exigência normativa,
este seja o nome pelo qual Maria se identifica e que consta em registro civil de pessoas
naturais, originariamente ou por alteração, mediante mero requerimento formulado pela
advogada.
c) É admitida a inclusão do nome social de Maria, independentemente de menção ao
nome registral, havendo exigência normativa de que este seja o nome pelo qual Maria
se identifica, e é socialmente reconhecida, e de que haja prévia aprovação em sessão
do Conselho Seccional respectivo.
d) Não há previsão na Lei nº 8.906/94 e no Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia
e da OAB sobre a inclusão do nome social de Maria na carteira de identidade do advo-
gado, embora tal direito possa advir de interpretação do disposto na Constituição Fede-
ral, desde que haja cirurgia prévia de redesignação sexual e posterior alteração do nome
registral da advogada para aquele pelo qual ela se identifica e é socialmente reconhe-
cida.
Resposta: alternativa “A” - Art. 33, III, RGOAB.

DICA 17
DA INSCRIÇÃO NA OAB: DOS REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO DO ADVOGADO E DO
ESTAGIÁRIO DE DIREITO

Advogado Estagiário
Art. 8º, incisos I ao VII do EAOAB Art. 9º, incisos I e II, §§ 1º ao 4º da EAOAB

Capacidade civil Capacidade civil

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Diploma ou Certidão de Graduação Estar matriculado em Curso Jurídico, po-


em Direito. dendo estagiar nos últimos anos do mesmo.

Título de Eleitor e quitação do Título de Eleitor e quitação do ser-


serviço militar, se brasileiro. viço militar também é requisito ao Esta-
giário para inscrição na OAB.

Aprovação em Exame de Ordem. Admitido em Estágio Profissional, reali-


zado nos últimos anos do curso jurídico,
com duração de até 02 anos*

Não exercer atividade Incompatível Inciso II, §2º - Vedada Inscrição, o Aluno
que exercer atividade incompatível.

Idoneidade Moral *** (próxima dica) Idoneidade Moral *** (próxima dica)

Prestar compromisso perante Conse- Prestar compromisso perante Conselho.


lho.

Questão Exame de Ordem XXXII, 2021.


Lia, aluna do oitavo período de uma Faculdade de Direito, obteve de certo escritório de
advocacia a proposta de um estágio profissional. Assim, pretende providenciar sua inscri-
ção como estagiária junto à OAB.
Lia deverá requerer sua inscrição como estagiária junto ao Conselho Seccional em cujo
território se situa
Alternativas:
a) a sede do escritório onde atuará.
b) a sede principal da sua atividade de estagiária de advocacia.
c) o seu domicílio de pessoa física.
d) a Faculdade de Direito em que estuda.
Resposta: Letra “d” – Fundamentação: Art. 9, II, §2º EAOAB.
Comentário: A questão exige o conhecimento de que o Estagiário deverá:
Estar matriculado no curso jurídico em seus últimos anos;
O estágio profissional terá um prazo de 02 anos;
A inscrição será realizada no Conselho Seccional, onde se localize seu curso jurídico.

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DICA 18
DA IDONEIDADE MORAL
Pode ser suscitada por qualquer pessoa.
Em procedimento que observe os termos processo disciplinar, deve ser declarada medi-
ante decisão que obtenha no mínimo 2/3 dos votos de todos os membros do Conselho
competente. (Art. 8º, VII, § 3º EAOAB)
Não ter sido condenado pela prática de crime infamante (honra, dignidade, boa fama),
salvo se reabilitado judicialmente.

DICA 19
DA IDONEIDADE MORAL – SÚMULAS RELEVANTES

O Conselho Federal, por intermédio do conselho pleno, editou as seguintes súmulas a


respeito da idoneidade e inscrição nos quadros da OAB:

SÚMULA 09/2019

Abordou sobre a violência contra as mulheres; que configura ato inidôneo aquele
que a praticar, independente de instancia criminal, cabendo ao Conselho Seccional a
análise do caso.

SÚMULA 10/2019

Versou sobre atos de violência contra crianças e adolescentes, idosos e pessoas


com deficiência física ou mental, o que também torna o bacharel inidôneo para ins-
crição nos quadros da OAB, dependendo da análise do Conselho.

SÚMULA 11/2019

Também preceitua que a prática de violência física, sexual, psicológica, material e


moral contra pessoa LGBTIQI+ configura fator apto a demonstrar a ausência de
idoneidade moral para a inscrição de bacharel em direito na OAB, cabendo análise do
Conselho em caso concreto.

DICA 20
INSCRIÇÃO PRINCIPAL E SUPLEMENTAR

O advogado pode exercer sua profissão em todo território nacional, com liberdade, tendo
sua inscrição:
Inscrição principal: Realizada no CONSELHO
SECCIONAL em cujo território pretende esta-
belecer DOMICILIO PROFISSIONAL (Art.
10 EAOAB).
INSCRIÇÃO DO
ADVOGADO
Inscrição suplementar: Será feita nos CON-
SELHOS SECCIONAIS em que exercer a pro-
fissão com HABITUALIDADE (Art. 10, §2º).
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Considera-se habitualidade o advogado que exceder sua intervenção judicial em


cinco causas por ano.
DICA 21
DO CANCELAMENTO E LICENCIAMENTO DA INSCRIÇÃO

CANCELAMENTO – Art. 11 EAOAB LICENCIAMENTO – Art. 12 EAOAB

Requerimento do profissional. Requerimento do profissional, por motivo


justificado.

Sofrer penalidade de EXCLUSÃO. Exercício TEMPORÁRIO de atividade In-


compatível.
Ex.: Cargo eletivo de Prefeito do Municí-
pio.

Falecimento do advogado. Sofrer doença mental considerada CURÁ-


VEL.

Exercício de atividade INCOMPATÍVEL.


Atividade DEFINITIVA. ---
Ex.: Aprovação em concurso para Ma-
gistratura.

Perda dos requisitos para a inscrição. ---

A inscrição do advogado, uma vez cancelada, não será restaurada com numeração
anterior, cabendo então nova inscrição, e, para isso, será preciso verificar e preencher os
requisitos presentes no Art. 8 do EAOAB.
DICA 22
DAS ATIVIDADES PRIVATIVAS DA ADVOCACIA

Fundamento legal: Art. 1º EAOAB

São atividades privativas do advogado:

Postulação a órgão do poder judiciário;

Dos juizados especiais;

Atividades de consultoria;

Assessoria,

Direção jurídica e gerência jurídica.


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A função de Diretoria e Gerência Jurídica serão privativas do advogado em qualquer
empresa pública, privada ou paraestatal.
Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser
admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.
DICA 23
EXCEÇÕES DAS ATIVIDADES PRIVATIVAS

Sobre as atividades privativas, é importante citar algumas exceções:

Impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal;

No JEC até 20 salários mínimos;

Juizados Federais;

Fazenda Pública;

Justiça do Trabalho

Juiz de Paz.

Em caso de atos e contratos de pessoas jurídicas, a exceção se dá para ME, EPP e


EIRELI.
Atenção às exceções, que vem caindo com periodicidade no Exame!
DICA 24
DO JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO

Exceção de alta incidência na OAB.

De acordo com o art. 791 da CLT, empregado e empregador podem postular diretamente,
sem advogado, perante a Justiça do Trabalho, o que caracteriza o “Jus Postulandi”.

A limitação se dá nas varas do trabalho e tribunais regionais, quando competência


originária.

SÚMULA 425 TST

O jus postulandi, não alcança: Ação rescisória, MS, Ação Cautelar e recursos referentes
ao TST.

DICA 25
DA IMPETRAÇÃO DO HABEAS CORPUS
A impetração do habeas corpus não é atividade privativa do advogado.

O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa, inclusive, o estudante de di-
reito.

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Questão Exame de Ordem XXVII, 2018.


Guilherme é bacharel em Direito, não inscrito na OAB como advogado. Ao se deparar com situações
de ilegalidade que ameaçam a liberdade de locomoção de seus amigos César e João, e com situa-
ção de abuso de poder que ameaça direito líquido e certo de seu amigo Antônio, Guilherme, va-
lendo-se de seus conhecimentos jurídicos, impetra habeas corpus em favor de César na
Justiça Comum Estadual, em 1ª instância; habeas corpus em favor de Antônio, perante
o Tribunal de Justiça, em 2ª instância; e mandado de segurança em favor de João, na
Justiça Federal, em 1ª instância.
Considerando o que dispõe o Estatuto da OAB acerca da atividade da advocacia, assinale
a afirmativa correta.
Alternativas
a) Guilherme pode impetrar habeas corpus em favor de César, mas não pode impe-
trar habeas corpus em favor de Antônio, nem mandado de segurança em favor de João.
b) Guilherme pode impetrar habeas corpus em favor de César e Antônio, mas não pode
impetrar mandado de segurança em favor de João.
c) Guilherme pode impetrar habeas corpus em favor de César e Antônio, e também pode
impetrar mandado de segurança em favor de João.
d) Guilherme pode impetrar mandado de segurança em favor de João, mas não pode
impetrar habeas corpus em favor de César e Antônio.
Resposta: Alternativa a. A resposta está fundamentada nos Art. 1º, II, § 1º EAOAB, onde
traz que habeas corpus não é atividade privativa de advogado.
Tal questão exige do candidato o conhecimento de que a impetração do habeas cor-
pus não é atividade privativa do advogado.
O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa, INCLUSIVE, o estudante
de direito, mencionado na questão.
A capacidade postulatória do Mandado de Segurança, será do advogado, portanto,
Guilherme não terá tal capacidade.

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FILOSOFIA DO DIREITO

DICA 26
NORBERTO BOBBIO - ANTINOMIAS

Antinomias: A antinomia representa fenômeno comum que espelha o conflito entre


duas normas, dois princípios, entre uma norma e um princípio geral de direito em sua
aplicação prática a um caso particular. É o fenômeno situado dentro da estrutura do sistema
jurídico que só a terapêutica jurídica pode suprimir a contradição. Para Bobbio, identificam-
se as antinomias em três situações:

Contrariedade: uma norma ordena a fazer algo e outra proíbe;

Contraditoriedade: uma norma ordena fazer e outra permite não fazer;

Contraditoriedade: uma norma proíbe fazer e outra permite fazer.


“A situação de normas incompatíveis entre si é uma das dificuldades frente as quais se
encontram os juristas de todos os tempos, tendo esta situação uma denominação própria:
Antinomia. Assim, em considerando o ordenamento jurídico uma unidade sistêmica, o Di-
reito não tolera antinomias.” – Norberto Bobbio

Critérios:

Critério Hierárquico: Norma constitucional prevalece sobre Lei complementar e lei or-
dinária.

Critério cronológico: Lei posterior prevalece sobre lei anterior. Lex posterior derogat
legi priori.

Critério da especialidade: Lei especial prevalece sobre lei geral.


Como isto pode cair na prova?

Questão simulada:
A antinomia é uma situação na qual são colocadas em existência duas normas, das
quais uma obriga e a outra proíbe, ou uma obriga e a outra permite, ou uma proíbe e
a outra permite o mesmo comportamento. Um jurista que abordou muito este assunto
foi:
a) Miguel Reale
b) Joaquim Barbosa
c) Norberto Bobbio
d) Santo Agostinho
Resposta: Letra C

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DICA 27
ULPIANO

Ulpiano, importante jurista romano, resumiu em três os conceitos pelos quais devia ser
regida a sociedade romana e consequentemente suas leis: Não prejudicar ninguém, vi-
ver honestamente e dar a cada um aquilo que lhe corresponde (Iustitia est constans
et perpetua voluntas ius suum cuique tribuendi).
Para o romano Ulpiano, justiça é a vontade constante e perpetua de dar a cada um o
que é seu por direito. Ulpiano também defendia que um dos principais pilares jurídicos
deveria ser o “não ofender ninguém”, e tal pensamento acabou sendo a base principiológica
do Princípio libertário da não agressão.
Lembrando: Na Roma destes filósofos, as leis eram regidas pelos chamados Mos mai-
orum, que eram os costumes e regras, não escritos, que regiam a vida dos romanos e de
todos que lá viviam.
DICA 28
CÍCERO
Na visão do romano e jusnaturalista Cícero, a honestidade e a boa-fé deve sempre
reger a vida e convivência social. Cícero tinha esta visão principalmente acerca dos
assuntos relacionados ao direito privado. Cícero é defensor da república e da trilha estóica,
que defende que o governante deve ser dotado de sabedoria, para assim guiar os governa-
dos, sem se deixar influenciar pelas paixões.
Advogado, político, filósofo e orador romano, Cícero era um grande representante da visão
estóica. Cícero pensava que a sabedoria é indispensável aos magistrados. A sabedoria
é a principal virtude ou excelência da forma de governo aristocrática, que Cícero
translitera para a República, isto é, para a forma de governo misto.
Cícero segue a trilha estóica porque entende que a sabedoria é capaz de neutralizar as
paixões, por isso ele diz que o mais admirável na aristocracia é que aqueles que mandam
não estão submetidos às paixões. Para Cícero, as ideias platônicas do Estado ideal, cujo
governo compete aos sábios, eram perfeitamente complementares com a doutrina estóica
do Logos (razão Universal).
“A natureza quer que a amizade seja auxiliadora de virtudes, mas não companheira de
vícios”
Importante: Para Cícero, só a honestidade é boa, pois na honestidade estão incluídas
todas as virtudes.

Os requisitos para ser um bom orador (segundo Cícero):

Ser filosofo: O bom orador deve sempre buscar o porquê de fatos importantes (Ex.:
O que é justiça? O que é a vida?).

Ser moralista: Para Cícero, ser moralista era o mesmo que ser coerente, ou seja, você
defender atitudes que segundo seus valores, são as corretas.

Ser ator: Um bom orador deve, segundo Cícero, seria você passar a emoção correta no
momento correto.

Ser poeta: É o que traz no seu discurso a beleza das palavras, trazendo ao discurso
argumentos que realmente convençam.
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DICA 29
POSITIVISMO JURÍDICO

É uma corrente de pensamento que se opõe ao jusnaturalismo ao negar que o direito


seja dado pela natureza. Para o positivismo o direito é construído de forma social, não
tendo vínculos metafísicos. Um exemplo bastante conhecido pelos operadores de direito
refere-se ao livro “O caso dos exploradores de caverna”, onde é apresentado um caso de
antropofagia praticada por exploradores de caverna presos em uma caverna subterrânea.
O ministro Keen, por exemplo, tem uma visão claramente positivista, pois ele julga o que é
certo e errado segundo a lei.
Como isto pode cair na prova?

Questão simulada:
“A única questão que se nos apresenta para ser decidida consiste em saber se os réus,
dentro do significado do N.C.S.A. (n.s.) § 12-A, privaram intencionalmente da vida a
Roger Whetmore. O texto exato da lei é o seguinte: “Quem quer que intencionalmente
prive a outrem da vida será punido com a morte”. Devo supor que qualquer observador
imparcial, que queira extrair destas palavras o seu significado natural, concederá imedi-
atamente que os réus privaram “intencionalmente da vida a Roger Whetmore”. (FULLER,
1976, p.42).
No livro “O caso dos exploradores de caverna”, o ministro Keen profere o seu voto a favor
da execução dos exploradores, levando muito a sério o que a lei fala, não se afastando
do legalismo. Assim, suas falas são carregadas de uma hermenêutica da legislação de
forma literal.
Podemos afirmar que a visão do ministro Keen está alinhada ao:
a) Jusnaturalismo
b) Socialismo
c) Juspositivismo
d) Capitalismo
Resposta: Letra C

DICA 30
JUSNATURALISMO

Totalmente oposto ao positivismo jurídico (ou seja, o direito devidamente positivado em


lei), sendo o jusnaturalismo é defensor do direito natural. O jusnaturalismo tem como
fontes a razão e a moral. Para os jusnaturalistas, a lei que esteja em sentido contrário ao
direito natural não é direito.

Fontes do direito natural: Na Grécia, a razão era uma das fontes do direito natural,
sendo assim as leis não poderiam ser diferentes da razão, mas sim em sentido convergente
à razão. Já na Europa medieval, a vontade de Deus era também vista com uma fonte
de direito natural. E mais: Agostinho de Hipona (também chamado de Santo Agostinho)
dizia que a vontade de Deus era igual à razão.
Como isto poderia cair na minha prova?

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Questão simulada:
“uma lei injusta simplesmente não é lei”. Agostinho de Hipona
Santo Agostinho, também conhecido como Agostinho de Hipona, era um ferrenho de-
fensor do direito natural, que tem como uma de suas bases a razão. Na sua visão, a
vontade de Deus era alinhada à razão. Diante de tais informações, podemos dizer que
ele era um defensor do:
a) Ideal revolucionário contra pensamentos teológicos;
b) Jusnaturalismo;
c) Juspositivismo;
d) Capitalismo de base.
Resposta: Letra B

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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 31
HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

1824 (Império): Poder Imperial - trouxe quatro poderes imperiais e o Poder Mode-
rador.

A Constituição de 1824 previa o Poder Moderador, que estava nas mãos do Imperador.

1891 (República): Adoção do sistema federativo - controle de constitucionalidade e


separação entre os três poderes.

1934 (Estado Novo): Avanço com relação aos direitos sociais, direitos dos trabalha-
dores.

1937 (Constituição Polaca): recebeu apelido de Polaca, por ter sido inspirada no mo-
delo semifascista polonês, era autoritária e concedia ao governo poderes praticamente
ilimitados.

1946 (Democratização): Processo de democratização.

A Constituição de 1946 foi promulgada e reinaugurou o período democrático no Brasil,


tendo contemplado um rol de direitos e garantias individuais. (Esse assunto foi cobrado
na prova da OAB de 2016).

O controle concentrado de constitucionalidade surgiu somente com a EC nº 16/1965,


que foi editada sob a égide da Constituição de 1946. Vale dizer, até a edição da referida
emenda, funcionava apenas o controle difuso de constitucionalidade.

1967 (Regime militar): Regime da Ditadura.

1988 (Redemocratização, constituição cidadã): Redemocratização, constituição ci-


dadã, ampliação de direitos.

DICA 32
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - A CONSTITUIÇÃO CIDADÃ
No contexto histórico em que foi elaborada, a Constituição Federal de 1988 precisava tra-
zer inovações, ampliar direitos e resgatar as garantias individuais asseguradas pela Carta
de 1946 que foram suprimidas durante o Regime Militar. Logo no seu início, a Constituição
conhecida como Cidadã identifica os fundamentos e as bases do Estado brasileiro que se
instaura com ela: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
A importância dada pelos constituintes foi tão grande aos direitos e garantias fundamen-
tais que eles foram posicionados antes mesmo da estruturação do Estado, como ocorria
nas constituições anteriores. Os legisladores reservaram o artigo 5º da Constituição aos
direitos e deveres individuais e coletivos e lhes conferiram o status de cláusulas pé-
treas, ou seja, não podem ser abolidos por meio de emenda constitucional.
É o artigo 5º que assegura o direito à propriedade, à liberdade de ir e vir, de se expressar,
de ter a religião que quiser, de ter garantida a inviolabilidade do lar, da correspondência

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e das contas bancárias, salvo por decisão judicial. Também é esse dispositivo que cri-
minaliza o racismo, proíbe a tortura, garante a herança, o direito à ampla defesa, a justiça
gratuita aos necessitados, a presunção da inocência e à certidão de nascimento e de óbito
gratuitas aos reconhecidamente pobres.
No artigo 6º, a Carta Federal consagra como direitos sociais a educação, a saúde, a ali-
mentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. Já no artigo 7º
constitucionaliza um rol de direitos trabalhistas, dos quais as principais inovações
são a unificação dos direitos de trabalhadores urbanos e rurais, a jornada de trabalho de
oito horas diárias e 44 horas semanais, a majoração da hora extra para no mínimo 50%
da hora normal, o aumento da licença-maternidade para 120 dias, a instituição da licença-
maternidade e o direito de greve sem as restrições anteriores.
DICA 33
PAPEL DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Uma constituição é o conjunto de normas jurídicas que ocupa o topo da hierarquia do direito
de um Estado, e que pode ou não ser codificada como um documento escrito. Limitando o
alcance do próprio governo, a maioria das constituições garante certos direitos para as
pessoas. A Constituição Federal de 1988, nossa Constituição Cidadã, assegura diver-
sas garantias constitucionais, com o objetivo de dar maior efetividade aos direitos fun-
damentais, permitindo assim a participação do Poder Judiciário sempre que houver lesão
ou ameaça de lesão a direitos.
DICA 34
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES - CONTEÚDO

Quanto ao conteúdo as constituições são classificadas como:

Material: materialmente, identifica-se como as normas que regulam a estrutura do


Estado, a sua organização e os direitos fundamentais. Só os temas atinentes a esse escopo
são constitucionais. Desta forma, as regras que fossem materialmente constitucionais, co-
dificadas ou não em um mesmo documento, seriam essencialmente constitucionais. Tudo o
mais que constar da Constituição e que a isso não se refira não será matéria constitucional.

Formal: É o modo de ser do Estado, estabelecido em documento escrito. Não se há


de pesquisar qual o conteúdo da matéria. Tudo o que estiver na constituição é matéria
constitucional.

Mista: Uma classificação ainda polêmica, e não sendo adotada por alguns doutrinadores.
Essa teoria traz que, nos termos do art. 5º, § 3º, da Constituição Federal, os Tratados e as
Convenções de direitos humanos, aprovados em cada casa do Congresso, em dois turnos,
com voto de 3/5 de seus membros equivalerão a uma Emenda Constitucional, ou seja, um
documento de natureza constitucional que está fora da Constituição, sendo adotado tanto
o critério material como o formal. É a Teoria do Bloco da Constitucionalidade, através da
qual não é constitucional apenas o que está na CF, mas toda e qualquer regra de natureza
constitucional. Portanto, para alguns, o sistema que usamos é o misto.
Portanto, ao analisar a Constituição Federal de 1988 em relação com seu conteúdo,
pode-se dizer que ela é formal ou formalmente. O que seria dizer que a constituição é o
modo de ser do Estado, estabelecido em documento escrito. Não se há de pesquisar qual o
conteúdo da matéria. Tudo o que há na constituição é matéria constitucional. Essa

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distinção hoje perde o sentido, carreando toda a doutrina no sentido de considerar materi-
almente constitucional tudo o que formalmente nela se contiver.

CF/88 → Conteúdo → Formal

DICA 35
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES - ESTABILIDADE

Quanto à estabilidade as constituições podem ser:

Rígidas: constituições que exigem, para sua alteração, um processo legis mais árduo do
que o processo de alteração das normas não constitucionais.

Flexíveis: o processo de alteração é idêntico às normas não constitucionais. Não há


hierarquia entre as leis.

Semirrígidas/Semiflexíveis: algumas matérias tem alteração mais difícil, outras nem


tanto.

Fixas: podem ser alteradas por poder igual ao que a criou, poder constituinte originário.

Transitoriamente flexíveis: por um tempo serão suscetíveis de reforma e depois pas-


sam a ser rígidas.

Imutáveis: inalteráveis, verdadeira relíquia.


A constituição brasileira atual pode ser classificada como rígida em relação a sua mu-
tabilidade, uma vez que o processo de alteração é mais rigoroso do que o processo de
elaboração das leis ordinárias, em consonância com princípio da supremacia da Constitui-
ção.

CF/88 → Estabilidade → Rígida

DICA 36
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES - FORMA

Quanto à forma as constituições são classificadas como:

Escrita: É constituição consistente num código, num documento único sistematizado. É


o sistema usual no continente europeu e, consequentemente, em toda a América Latina.

Costumeira\não escrita\consuetudinária: É a constituição consistente em normas


esparsas, não aglutinadas em um texto solene, centrada nos usos e costumes, na prática
política e judicial. Seu grande exemplo é a constituição inglesa que não tem um documento
escrito, um código. Ao contrário o seu direito constitucional decorre da identificação dos
chamados direitos imemoriais do povo inglês. O sistema parlamentarista, que é o grande
modelo para todo o mundo civilizado, não está estruturado em qualquer norma escrita.
Quanto à Forma a Constituição Federal de 1988 é escrita. Constituição escrita é
aquela sistematizada em um único documento constitucional escrito.

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CF/88 → Forma → Escrita

DICA 37
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES - ORIGEM

A classificação de uma constituição quanto à origem:

Constituição promulgada, democrática, popular ou votada: Elaborada pela Assem-


bleia Nacional Constituinte, composta por representantes legitimamente eleitos pelo povo,
com a finalidade de sua elaboração. Como ocorreu com as Constituições brasileiras de 1891,
1934, 1946, 1988.

Constituição outorgada: Elaborada sem a participação popular, estas são impostas


pelo poder da época. Como ocorreu com a Constituição de 1824 (outorgada pelo Imperador
Dom Pedro I), Constituição de 1937 (imposta por Getulio Vargas), Carta Política de 1967
(instituída pelo regime militar) e Emenda Constitucional 1/1969, que alterou substancial-
mente a Constituição de 1967 (outorgada por uma junta militar).

Cesarista: São outorgadas, mas dependem de ratificação popular através do referendo.


Um exemplo é a constituição napoleônica que, embora aparente ser promulgada, tem nú-
cleo de outorgada. São feitas pelo governador sem observância da capacidade popular.

Pactuada: Decorre de um acordo entre dois grupos sociais, havendo mais de um titular
do poder constituinte. Um exemplo é a Carta Magna de 1215, que decorreu de um acordo
entre o rei e a nobreza.
A Constituição Federal de 1988 é promulgada, pois foi elaborada com a participação
popular. Originou-se de um órgão constituinte composto de representantes do povo, eleitos
com a finalidade de elaborar o texto constitucional.

CF/88 → Origem → Promulgada

DICA 38
CONSTITUIÇÃO - EXTENSÃO

A classificação de uma constituição quanto à extensão:

Sintéticas: Preveem somente princípios e normas gerais, organizando e limitando o


poder do Estado apenas com diretrizes gerais, mínimas, firmando princípios, não detalhes.
É concisa, breve, sucinta, também chamada de Constituição Federal negativa.

Analíticas: Abrangem todos os assuntos que entende relevantes. São amplas, extensas,
prolixas, detalhas, como a nossa Constituição de 1988, por exemplo.
Quanto à Extensão a Origem a Constituição Federal é analítica, pois examina e re-
gulamenta todos os assuntos que entende relevantes. Contém normas materialmente cons-
titucionais e normas formalmente constitucionais. Por essa razão, é extensa e prolixa.

CF/88 → Extensão →Analítica

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DICA 39
CONSTITUIÇÃO - FINALIDADE

Constituição Garantia: Limita-se a fixar os direitos e garantias. É uma carta declarató-


ria.

Constituição Dirigente: Além de fixar direitos e garantias, fixa metas estatais, fixa uma
direção para o Estado.
Quanto à Finalidade a Constituição Federal de 1988 é dirigente, pois além de criar
limites para a atuação do Estado com a previsão de direitos e garantias fundamentais, cria
direitos, garantias e metas para o Governo. Dirige programas institucionais para o Estado,
preocupa-se não só com o presente, mas também com o futuro, buscando condicionar os
órgãos estatais à satisfação de objetivos predefinidos. O termo “dirigente” significa que a
Constituição “dirige” a atuação futura do Estado, por meio da previsão de metas. E carac-
teriza-se pela presença de normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de prin-
cípios programáticos.

CF/88 → Finalidade → Dirigente

DICA 40
CONSTITUIÇÃO - MODO DE ELABORAÇÃO

A classificação de uma constituição quanto ao modo de elaboração:

Dogmáticas: São as constituições escritas, elaboradas por um órgão especialmente de-


signado para esse fim, normalmente designado Assembleia Nacional Constituinte. Adota
expressamente a ideia de direito prevalente num momento dado.

Históricas: São as constituições consuetudinárias, fruto de uma lenta e contínua síntese


da história e da tradição de um povo.
A Constituição Federal é Dogmática, pois originou-se de um trabalho legislativo especí-
fico e de um determinado órgão constituinte, sistematizando os dogmas fundamentais da
política e do direito dominantes naquele momento histórico. Tem esse nome por refletir os
dogmas presentes, e, por isso, será sempre escrita.

CF/88 → Modo de elaboração → Dogmática

DICA 41
CONSTITUIÇÃO - CLASSIFICAÇÃO

Vale relembrar como a nossa Constituição Federal pode ser classificada hoje:

Quanto ao conteúdo: Materiais e formais.

Quanto à forma: Escritas e não escritas.

Quanto ao modo de elaboração: Dogmática e histórica.

Quanto a origem: Promulgadas e outorgadas

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Quanto a estabilidade: Rígidas, superrígidas, semirrígidas e flexíveis.

Quanto a extensão: Analítica e sintética.

Vamos utilizar um mnemônico para melhor fixação!


A CF/88 é classificada como uma PEDRAF:

P Promulgada

E Escrita

D Dogmática

R Rígida

A Analítica

F Formal

Questão, OAB 2020:


A Constituição de determinado país veiculou os seguintes artigos:
Art. X. As normas desta Constituição poderão ser alteradas mediante processo legislativo
próprio, com a aprovação da maioria qualificada de três quintos dos membros das respec-
tivas Casas Legislativas, em dois turnos de votação, exceto as normas constitucionais que
não versarem sobre a estrutura do Estado ou sobre os direitos e garantias fundamentais,
que poderão ser alteradas por intermédio de lei infraconstitucional.
Art. Y. A presente Constituição, concebida diretamente pelo Exmo. Sr. Presidente da Repú-
blica, deverá ser submetida à consulta popular, por meio de plebiscito, visando à sua apro-
vação definitiva.
Art. Z. A ordem econômica será fundada na livre iniciativa e na valorização do trabalho
humano, devendo seguir os princípios reitores da democracia liberal e da social democracia,
bem como o respeito aos direitos fundamentais de primeira dimensão (direitos civis e polí-
ticos) e de segunda dimensão (direitos sociais, econômicos, culturais e trabalhistas).
Com base no fragmento acima, é certo afirmar que a classificação da Constituição do refe-
rido país seria
(a) semirrígida, promulgada, heterodoxa.
(b) flexível, outorgada, compromissória.
(c) rígida, bonapartista e ortodoxa.
(d) semiflexível, cesarista e compromissória.
Resposta: Letra D
Comentário: Art. X. - Trata-se de uma constituição semiflexível, uma vez que possui nor-
mas que podem ser modificadas com procedimento próprio e outras que podem ser modi-
ficadas por lei infraconstitucionais.

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Art. Y. - Trata-se de uma constituição cesarista, pois é elaborada unilateralmente e posta
posteriormente a consulta popular.
Art. Z. – trata-se de uma constituição compromissória, uma vez que traça os objetivos a
serem perseguidos pelo Estado.

DICA 42
CONSTITUIÇÃO - OUTRAS CARACTERÍSTICAS DA CF

Outras características da Constituição Federal de 1988, são:

Quanto à correspondência com a realidade: Normativa.

Quanto à finalidade: Constituição-dirigente.

Quanto ao conteúdo ideológico: Constituição Social.

Quanto ao local da decretação: Auto constituição/Autônoma.

Quanto ao sistema: Constituição Principiológica ou Aberta.

Quanto à ideologia: Eclética / Pragmática / Heterodoxa.


DICA 43
CONSTITUIÇÃO - TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
Uma das concepções de constituição é a trazida por Carl Schmitt, a partir de sua obra “A
Teoria da Constituição”, de 1920. Na sua visão, a Constituição seria fruto da vontade do
povo, titular do poder constituinte, e por isso mesmo é que essa teoria é considerada deci-
sionista ou voluntarista. Para ele, a constituição é uma decisão política fundamental que
visa estruturar e organizar os elementos essenciais do Estado. A validade da constituição
se baseia na decisão política que lhe dá existência, e não na justiça de suas normas.

Não importando aqui se a constituição corresponde ou não aos fatores reais de poder
que imperam na sociedade. O que interessa é que ela seja um produto da vontade do titular
do Poder Constituinte. Schmitt distingue ainda a Constituição de leis constitucionais:

A primeira, segundo ele, dispõe apenas sobre matérias de grande relevância jurídica
(decisões políticas fundamentais), como é o caso da organização do Estado, por exemplo.

A segunda, por sua vez, seriam normas que fazem parte formalmente do texto consti-
tucional, mas que tratam de assuntos de menor importância.
A concepção política de Constituição guarda correlação com a classificação das normas
em materialmente constitucionais e formalmente constitucionais. As normas materialmente
constitucionais correspondem àquilo que Carl Schmitt denominou “Constituição”. Normas
formalmente constitucionais são o que o autor chamou de “leis constitucionais”.
DICA 44
CONSTITUIÇÃO - TEORIA DA CONSTITUIÇÃO - CONCEPÇÕES OU SENTIDOS

Concepções ou Sentidos de Constituição, são:

Sentido sociológico: Segundo Lassale, a Constituição seria a soma dos fatores reais
de poder dentro de uma sociedade. Uma constituição só seria legítima se representasse o

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efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder, caso não ocorresse,
ela seria ilegítima, seria uma mera folha de papel.

Sentido político: Para Carl Schmitt a Constituição é uma decisão política fundamen-
tal do titular do constituinte. E traz as normas de organização do Estado, limitação do es-
tado, direitos individuais, normas de conteúdo materialmente constitucionais.

Sentido jurídico: Para Hans Kelsen a Constituição é fruto da vontade racional do ho-
mem, e não das leis naturais. É considerada norma jurídica pura, abstraindo-se de qualquer
consideração de cunho político, social, filosófico. Para o sentido lógico-jurídico Constitui-
ção significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico
transcendental da validade da Constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva
suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu
mais alto grau.

Sentido lógico-jurídico: norma pressuposta - hipotética fundamental.

Sentido jurídico-positivo: norma posta - Constituição escrita que ocupa o todo do or-
denamento jurídico.
DICA 45
CONSTITUIÇÃO - SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO

Supremacia Material - É um corolário do objeto clássico das constituições, ou seja, das


chamadas matérias constitucionais, as quais são os fundamentos do Estado de Direito. Por
isso, segundo a doutrina, estão acima das leis. A supremacia material é um atributo de toda
constituição. Não gera consequências jurídicas.

Supremacia Formal - É uma característica exclusiva das constituições rígidas. A supre-


macia formal decorre da rigidez (isto é muito importante para o controle de constituciona-
lidade). A rigidez constitucional decorre exatamente da previsão de um processo especial e
agravado, reservado para alteração das normas constitucionais, significantemente distinto
do processo comum e simples, previsto para a elaboração e alteração das leis complemen-
tares e ordinárias.

A supremacia formal da Constituição decorre da rigidez e da presença de meca-


nismos de controle de Constitucionalidade. Porém, a supremacia material, que é a
que decorre de uma consciência constitucional.
Fixando!

Formal → típica de constituições rígidas


Material → típica de constituições flexíveis
Questão, OAB 2020:
Muitos Estados ocidentais, a partir do processo revolucionário franco-americano do final do
século XVIII, atribuíram aos juízes a função de interpretar a Constituição, daí surgindo a
denominada jurisdição constitucional.
A respeito do controle de constitucionalidade exercido por esse tipo de estrutura orgânica,
assinale a afirmativa correta.

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(a) A supremacia da Constituição e a hierarquia das fontes normativas destacam-se entre
os pressupostos do controle de constitucionalidade.
(b) A denominada mutação constitucional é uma modalidade de controle de constituciona-
lidade realizado pela jurisdição constitucional.
(c) O controle concentrado de constitucionalidade consiste na análise da compatibilidade de
qualquer norma infraconstitucional com a Constituição.
(d) O controle de constitucionalidade de qualquer decreto regulamentar deve ser realizado
pela via difusa.
Resposta: Letra A
Comentário: Segundo o princípio da supremacia da constituição e de acordo com a hierar-
quia das fontes normativas todas as normas que compõe o texto constitucional gozam de
supremacia frente às leis infraconstitucionais.

DICA 46
CONSTITUIÇÃO - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Os princípios constitucionais são aqueles que guardam os valores fundamentais da
ordem jurídica e servem como limite de atuação para o agente público. São
nos princípios constitucionais que se condensa bens e valores considerados fundamentos de
validade de todo sistema jurídico. Vejamos o que diz texto constitucional:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

A soberania;

A cidadania;

A dignidade da pessoa humana;

Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

O pluralismo político.”
O Texto constitucional também traz no parágrafo único que, todo o poder emana do povo,
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Consti-
tuição.
DICA 47
CONSTITUIÇÃO - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - PRINCÍPIO DO ESTADO DE-
MOCRÁTICO DE DIREITO
A República Federativa do Brasil é um Estado Democrático, e isso significa que o poder
político é legitimado pelas escolhas tomadas pelo povo e não há autoridade que esteja acima
dele. Dizer que um Estado é democrático compreende a elevação da igualdade entre os
cidadãos e o repúdio aos status sociais. Em uma democracia, todos os cidadãos têm igual
valor para influenciar seus governantes.
Mas não é só, a República Federativa do Brasil também é um Estado de Direito.
Resumindo, no Brasil há a primazia da lei. Ninguém está acima da ordem jurídica, e também
não está abaixo dela. Perante à lei, todos são iguais. O chamado rule of law (ou império da
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Lei) se opõe ao antigo rule of men (império dos homens), no qual a posição social ocupada
pelo sujeito (nobre ou não) determinava quais eram seus privilégios. Nesse sentido, o Es-
tado de Direito surge justamente para frear e controlar os arbítrios, juntamente com a
sociedade.
DICA 48
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - PRINCÍPIO DA SOBERANIA POPULAR
É como Estado Democrático deve ser efetivado. Assim, o exercício do poder do povo se dá
através dos representantes eleitos – em voto universal, secreto e periódico – mas também
diretamente. Diz-se que no Brasil há uma democracia semi-direta, pois em algumas funções
são exercidas pelos representantes eleitos. A própria constituição trouxe uma série de ins-
tituições participativas por meio das quais o cidadão toma as decisões políticas por si pró-
prio.
Tem-se como exemplos; o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular, que são ferramentas
positivadas na Constituição Federal para intervenção direta no processo legislativo.

O plebiscito significa a oportunidade de manifestação do povo antes da deliberação pelo


Congresso Nacional.

O referendo é a consulta ex-post do Poder Legislativo ao cidadão, para que aceite ou


rejeite a proposta já formulada.
DICA 49
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - PRINCÍPIO DA SOBERANIA NACIONAL
A soberania corresponde ao poder de autodeterminação dos povos, típico das nações inde-
pendentes.

Do ponto de vista interno – significa dizer que o Estado Brasileiro é superior a qualquer
outra organização existente ou que venha existir.

Do ponto de vista externo - é dizer que o Brasil está em situação de igualdade formal
perante os demais Estados internacionais, com os quais pode estabelecer relações sem vín-
culo de sujeição.
No entanto, é importante notar que a soberania nacional está cada vez mais complexa em
uma sociedade que não encontra fronteiras. Nesse cenário, se faz necessário a frequente
utilização do direito estrangeiro para resolver questões nacionais, sobretudo quando os con-
flitos envolvem tratados de direitos humanos. Um exemplo disso é a incidência da GDPR,
lei de proteção de dados europeia, para todos os negócios brasileiros que operem na Europa.
DICA 50
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - PRINCÍPIO DA CIDADANIA
Esse princípio traz a ideia do reconhecimento do indivíduo como pessoa integrada à socie-
dade estatal e, portanto, possuidora de direitos políticos ativos e passivos (influenciar e ser
influenciado nas decisões políticas).
Aqui, o cidadão não deve ser confundido com o nacional. A nacionalidade indica o vínculo
ao território estatal, seja por nascimento ou naturalização, a cidadania é o status ligado
ao regime jurídico, o possuidor ou possuidora de direitos políticos.

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DICA 51
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOAL HU-
MANA
Esse princípio traduz a ideia do ser humano como alguém irrepetível e único, razão
pela qual não pode ser tomado como meio para o atingimento dos objetivos do Estado, mas
como um fim em si mesmo. Do ponto de vista jurídico, o conteúdo da dignidade da pessoa
se relaciona com os direitos fundamentais. Nesse sentido, somente terá a dignidade pre-
servada aquele sujeito que seja titular dos direitos relativos à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, sem qualquer discriminação.
A dignidade é a base de todos os direitos constitucionais, sejam individuais ou coletivos, de
participação política ou dos trabalhadores.

ATENÇÃO!

O Princípio da dignidade da pessoa humana se aplica a todos os brasileiros,


mas também aos estrangeiros no País.

DICA 52
PODER CONSTITUINTE: EVOLUÇÃO DO PODER CONSTITUINTE

Versão clássica: Poder Constituinte na modalidade originária é um poder de fato (não


jurídico), criador de uma nova ordem jurídica por meio da elaboração de uma nova consti-
tuição. Seu titular é a nação.

Versão moderna: Titular é o povo, seu exercício é realizado pelas Assembleias Cons-
tituintes, incorporando instrumentos de decisão popular como o plebiscito e o referendo.

Versão contemporânea: Também denominado de patriotismo constitucional, traz


a ideia de autonomia. O ato fundador da Constituição de um Estado passa a ser tomado
como um “processo de aprendizado social capaz de se corrigir si mesmo”.

DICA 53
TEORIAS DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO

Teoria jusnaturalista – o poder constituinte é um poder de direito, anterior e superior


ao direito posto. Tem-se a ideia de um Direito Natural.

Teoria positivista – o poder constituinte é um poder de fato, funda a si próprio. Trata-


se de uma ruptura não jurídica, rompendo cm a lei máxima e se impondo como uma força
social ou político social.

Teoria da natureza híbrida – o poder constituinte é visto a partir de duas perspectivas:


como ruptura, é um poder de fato, mas na elaboração, é um poder de direito. Ocorre, na
verdade, uma ruptura jurídico-política que visa romper com a ordem anterior e constituir
uma nova ordem.

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DICA 54
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO

Características:

Inicial;

Autônomo;

Permanente;

Incondicionado;

Ilimitado.

Para a doutrina mais adequada, o Poder Constituinte Originário não pode ser compreen-
dido como absoluto, sendo limitado por aspectos espaciais, culturais e pelos direitos hu-
manos (direitos suprapositivos).

DICA 55
PODER CONSTITUINTE DERIVADOR REFORMADOR

Natureza Jurídica: poder jurídico.

Por definição é limitado e condicionado pelo Poder Constituinte Originário.

Reforma é gênero e possui duas espécies: revisão e emenda.

Revisão Constitucional Emenda Constitucional

Reforma global do texto (art. 3º, ADCT) Alteração do texto da CF/88 (art. 60, CF)
Realizada após 5 anos da promulgação da Legitimidade: Presidente da Repú-
CF/88, em sessão unicameral (Congresso blica; um terço da Câmara dos Deputa-
Nacional), com quórum de maioria absoluta dos ou do Senado federal; mais da me-
para aprovação das emendas de revisão. tade das Assembleias Legislativas da fe-
Ocorreu em 1994, aprovando 6 emendas. deração, com votação de maioria simples
em cada uma delas.

Forma: Discutida em cada uma das


casas do Congresso Nacional, em dois
turnos com três quintos dos votos dos
membros.

Limites Materiais: não pode ser ob-


jeto de EC a forma federativa de Estado;
o voto direito, secreto, universal e perió-
dico; a separação dos Poderes e os direi-
tos e garantias individuais.

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DICA BÔNUS
PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE

É entendido como consequência da autonomia político-administrativa garantida cons-


titucionalmente, é a possibilidade dos Estados-membros de se auto organizarem por meio
de suas constituições estaduais.

Características: derivado, subordinado e condicionado.

Limites: princípios constitucionais sensíveis; princípios federais extensíveis; e princípios


constitucionais estabelecidos (normas de competência e normas de preordenação).

A reforma da Constituição estadual deve respeitar os parâmetros estabelecidos pelo Poder


Constituinte Originário para a reforma (pontual via emendas) da Constituição federal.

Não há que se falar em revisão na Constituição Estadual.

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DIREITOS HUMANOS

DICA 56
CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), “os direitos humanos são direitos ine-
rentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade,
etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição”.
Para André Ramos, “consiste na qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano,
que o protege contra todo tratamento degradante e discriminação odiosa, bem como asse-
gura condições matérias mínimas de sobrevivência. Consiste em atributo que todo indivíduo
possui, inerente à sua condição humana”.

Não importa à vontade ou especificidade do indivíduo.

Proteção desde a concepção, durante toda a vida e inclusive no pós-morte.

Principal distinção: Direitos Humanos x Direitos Fundamentais

Direitos Humanos: direitos universalmente aceito pelo plano internacional.

Direitos Fundamentais: direitos positivados na ordem interna dos Estados (na Constitui-
ção).

DICA 57
FUNDAMENTOS DOS DIREITOS HUMANOS
Importante pontuar que não existe uma lista fechada de direitos humanos e o reconheci-
mento de tais direitos, passam por uma constante evolução histórica.

A legitimidade para aplicação decorre de três teorias:

Teoria jusnaturalista: Estariam fundamentados em normas anteriores e superiores ao


direito estatal, de origem divina ou decorrente da razão humana.

Direitos Humanos equivalem aos direitos naturais.

Teoria positivista: Fundamentados nos textos legais dos Estados, encontram seu
preceito de validade forma na Constituição.

Teoria moralista: Os direitos humanos equivalem a direitos subjetivos baseados


em princípios, independente de regras prévias.

As teorias não são conflitantes, elas se completam.


DICA 58
AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS
O reconhecimento e consolidação dos direitos humanos ocorreu com o passar dos anos,
tendo como marco sua internacionalização o fim da II Guerra Mundial, sendo apon-
tado três momentos que contribuem para a compreensão da afirmação dos direitos huma-
nos.
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Direito humanitário/Movimento da Cruz Vermelha: Estabelecido para a proteção
da vida e saúde de pessoas envolvidas em conflitos armados.

Pós I Guerra Mundial: Os Estados assinaram um tratado de paz chamado Tratado de


Versalhes em 1919, previsto a criação da Liga das Nações e da Organização Internacional
do Trabalho (OIT) para promoção da justiça social.

Pós II Guerra Mundial: Processo de internacionalização dos direitos humanos, resul-


tando na expansão além das fronteiras estatais e a consagração de tais direitos.
DICA 59
GERAÇÕES/DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS

Primeira Geração: Envolvem os direitos de Liberdade, direitos civis, políticos e as


liberdades clássicas.

Marco: Revoluções Liberais do Século XVIII na Europa e Estados Unidos.

O papel do Estado na defesa dos direitos humanos de primeira geração é passivo


(prestações negativas).

Ex.: Direito à liberdade, intimidade, segurança, propriedade, igualdade perante a lei.

Segunda Geração: Envolvem os direitos de Igualdade, direitos econômicos, sociais e


culturais.

Marco: Frutos das chamadas lutas sociais na Europa e Américas, sendo seus marcos a
Constituição Mexicana, a Alemã de Weimar.

O papel do Estado na defesa dos direitos humanos de segunda geração é ativo (pres-
tações positivas).

Ex.: Direito à saúde, educação, previdência social, habitação, entre outros.

Terceira Geração: Envolvem os direitos de Fraternidade.

Marco: Pós Segunda Guerra Mundial.

De titularidade da comunidade.

Ex.: Direito ao desenvolvimento, a autodeterminação, direito ao meio ambiente equili-


brado.

Quarta Geração: resultante da globalização dos direitos humanos, corresponde ao


direito ao pluralismo, bioética e limites à manipulação genética.

Quinta Geração: contemplam o direito à paz em toda a humanidade.


As três primeiras gerações são as mais cobradas, a quarta e quinta gerações ainda são
discutidas doutrinariamente, mas o entendimento apresentado é adotado pela maioria dos
autores.

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DICA 60
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

Historicidade: frutos de momentos históricos.

Universalidade: para todas as pessoas, sem distinção.


Relatividade: podem sofrer limitação quando confrontados com outros direitos.
Exceção: Vedação à tortura e à escravidão.

Essencialidade: essencial à dignidade da pessoa humana.

Irrenunciabilidade: são irrenunciáveis.

Imprescritibilidade: não se extinguem pelo decurso do tempo.

Inviolabilidade: insuscetíveis de violação.

Inexauribilidade: possibilidade de surgirem novos direitos humanos.

Vedação ao retrocesso: não admitem o regresso, a diminuição dos meios de prote-


ção.

Inalienabilidade: não possuem conteúdo econômico-patrimonial, portanto não são in-


transferíveis, inegociáveis e indisponíveis.

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DIREITO INTERNACIONAL

DICA 61
CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
O Direito Internacional Público é um conjunto de preceitos que regem as relações in-
ternacionais.

São regidos por princípios, a saber: soberania, autonomia (não ingerência), respeito
aos direitos humanos, interdição do uso da força e cooperação internacional.
Os sujeitos do Direito Internacional para a doutrina clássica são apenas os Estados
(países) e Organizações Internacionais, para a doutrina contemporânea, são considera-
dos sujeitos também, os indivíduos.

SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL

Doutrina clássica Doutrina contemporânea

Estados (países); Estados (países);

Organizações Internacionais. Organizações Internacionais; e

Indivíduos

DICA 62
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL
Servem para a solução de casos concretos.

O art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, estabelece como fonte para a


resolução de controvérsias que lhe forem submetidos:

Convenções internacionais, gerais e especiais;

Costume internacional;

Princípios gerais de direito;

Decisões judiciárias; e

Doutrina.
Fique atento!

O rol é exemplificativo/não taxativo, podemos incluir no rol os atos unilaterais e a


analogia.

Não há hierarquia entre as fontes.


DICA 63
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS (OIs)
São formadas pela vontade dos Estados, com o objetivo de coordenar as atividades
relacionadas a cada missão.
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Não existe hierarquia entre as OIs.

Ex.: A ONU que tem uma missão de manutenção da paz e segurança internacional.

Temos diversas OIs constituídas, com as mais variadas finalidades, como a saúde, o
comércio.

A escolha da sede da OI cabe aos próprios membros, podendo ser escolhido a ins-
talação em um território não membro, após a escolha é celebrado o acordo-sede.

Se um Estado não cumprir o previsto na OI, é permitido a aplicação de sanções,


que podem ir de uma notificação, suspensão ou até a expulsão, em último caso.

São formadas exclusivamente por Estados ou outras OI.


DICA 64
ESTADO
Os Estados são os sujeitos que dão origem às OIs.

Para o reconhecimento de um Estado como sujeito do direito internacional, são


necessários três elementos:

População (elemento humano);

Território (elemento físico); e

Governo (elemento político).


Tome nota!

Do ponto de vista do direito internacional, a população inclui somente os indivíduos


ligados pelo vínculo da nacionalidade e não pela presença física no território.

O território, estabelecerá os limites do exercício da jurisdição geral e exclusiva,


a jurisdição não é absoluta, existe a possibilidade de um Estado exercer jurisdição em outro,
é o caso das embaixadas e consulados.

Em relação ao governo, temos a igualdade soberana, todos os Estados possuem o


mesmo atributo soberano, não existindo uma autoridade central.
DICA 65
NACIONALIDADE
É o vínculo político-jurídico entre o Estado e o indivíduo.
O Estado prestará proteção para todos os seus nacionais residentes no exterior, pois
o indivíduo está submetido às regras de seu Estado nacional.

Existem dois tipos de nacionalidade:


Primária/originária: decorre do nascimento, pelo critério territorial (jus solis), san-
guíneo (jus sanguinis) ou ambos. Recebe o status de NATO, possui efeito ex tunc – retroage
ao nascimento.
São brasileiros natos (art.12, I da CF): os nascidos no território brasileiro, ainda que
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; os nascidos no
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estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
da República Federativa do Brasil e os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Pais brasileiros = nato ou naturalizado.

Secundária/derivada/originária: estabelecida voluntariamente após o nascimento.


Possuem o status de naturalizado, possui efeito ex nunc.
Tome nota!

A naturalização possui previsão na Constituição Federal, na Lei 13445/2017 e no regu-


lamento 9.199/2017. Existem quatro tipos de naturalização: a ordinária, extraordinária, a
especial e a provisória (as duas primeiras são mais cobradas).

A naturalização ordinária está prevista no art. 12, II, alínea a, da CF: adquiram a nacio-
nalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residên-
cia por um ano ininterrupto e idoneidade moral. Para os não originários de países de língua
portuguesa, os critérios estão previstos no art.65 da Lei 13445/2017.

A naturalização extraordinária está prevista no art. 12, II, alínea b, da CF: os estrangei-
ros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.

Situação especial dos portugueses, previsão no art. 12, II, § 1º CF, cabível apenas para
os portugueses com residência permanente no Brasil, existe um Tratado de Amizade, co-
operação e consulta garantindo a reciprocidade e são atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro naturalizado.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
DICA 66
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A exclusão do crédito tributário pode ser definida como hipóteses previstas em lei especí-
fica do ente tributante em que se obsta o lançamento do crédito tributário, impedindo sua
formação.
Nesses casos, o sujeito ativo ainda deve cumprir as obrigações acessórias que lhe são
impostas.
Hipóteses devem ser interpretadas restritivamente.
DICA 67
ISENÇÃO, IMUNIDADE, NÃO INCIDÊNCIA E ALÍQUOTA ZERO
Os conceitos de isenção, imunidade, não incidência e alíquota zero referem-se a hipóteses
em que o contribuinte não é obrigado ao pagamento de tributos. Porém, esses conceitos
não se confundem!
Vamos diferenciá-los, pois o examinador pode utilizá-los para fazer pegadinhas!

Imunidade: Possui previsão constitucional. Trata-se de hipóteses em que é VEDADO


o exercício da competência pelo ente tributante. Exemplo: Não se pode instituir IPVA
(imposto estadual) sobre o veículo de um ente municipal em razão da vedação constitucio-
nal prevista no art.150, VI, “a” da CR/88, que assim dispõe: “Art.150 Sem prejuízo de
outras garantias asseguradas na constituição é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios: VI – Instituir impostos sobre: a) o patrimônio, renda, serviços,
uns dos outros”.

Isenção: Possui previsão legal. Lei de competência do ente tributante poderá prever
hipóteses em que se impede o lançamento do crédito tributário. Neste caso, o ente já
exerceu sua competência ao instituir o tributo, porém o lançamento (constituição do crédito
tributário) será impedido por previsão em lei. Exemplo: Lei Municipal que prevê a isenção
de IPTU a imóveis com área inferior ao módulo urbano.

Não incidência: Hipótese em que não há o dever de pagar tributos, pois não há sub-
sunção do fato ocorrido no mundo real e aquele previsto abstratamente na norma. Ou seja,
a norma descreve uma hipótese de incidência que não se verifica no mundo fático.
Exemplo: não é possível cobrança de IPVA sobre embarcações e aeronaves, pois o imposto
somente incide sobre a propriedade de veículos automotores. Como embarcações e aero-
naves não são veículos automotores não é possível a cobrança de IPVA.

Alíquota zero: Hipótese em que não há o dever de pagar tributos porque, em razão de
política fiscal, um dos elementos de quantificação do tributo – qual seja a alíquota
– é zerada. Exemplo: O governo visando incentivar a compra de produtos sustentáveis
zera a alíquota do ICMS incidente nas operações com mercadorias de origem sustentável.
DICA 68
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Conceituando a anistia: É hipótese de perdão legal à infração tributária. Dessa


forma, o ente prevê em lei causa que impede o lançamento do crédito tributário referente
à penalidade pecuniária anteriormente aplicada.
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É VEDADA a concessão de anistia a:

Fato tipificado como crime ou contração;

Fatos praticados com dolo, fraude ou simulação;

Fato decorrente de conluio doloso entre pessoas físicas ou jurídicas. ATENÇÃO: nessa
hipótese a lei do ente tributante pode permitir a concessão de anistia.

ATENÇÃO!

A isenção também é uma hipótese de exclusão do crédito tributária. Porém, na isen-


ção há causa legal que impede o lançamento do crédito tributário referente ao tributo
e não à penalidade pecuniária, como ocorre na anistia.

DICA 69
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Toda obrigação é relação jurídica transitória entre credor e devedor.
A relação jurídico-tributária, ou obrigação tributária, é sempre composta por um ente
da administração pública (União, Estado, Município e DF) OU outro a quem tenha sido
delegada essa função (sendo credor), e no polo passivo por um particular obrigado ao
cumprimento da obrigação (devedor).
DICA 70
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

As obrigações tributárias podem ser três:

Obrigação de pagar tributo: possui natureza contributiva e se fundamenta no dever


fundamental de pagar tributos. O critério para seu estabelecimento é a revelação de capa-
cidade contributiva. Envolvem, necessária e exclusivamente, o fisco e o contribuinte.

Obrigações acessórias: obrigações de caráter formal ou instrumental que possuem


natureza de colaboração. Se fundam no dever fundamental de colaboração e o critério
para seu estabelecimento é a capacidade de colaboração. Envolvem o fisco e qualquer pes-
soa, contribuinte ou não.

Obrigações punitivas: possuem natureza sancionatória e tem como pressuposto de


fato o cometimento de infrações à legislação tributária. Infrações consistem no descumpri-
mento de obrigações contributivas ou de colaboração. Fundamento: dever de cumprir a lei.
Critérios para fixação: pessoalidade, culpabilidade e proporcionalidade.
DICA 71
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A obrigação tributária pode ser dividida em duas espécies: obrigações principais e acessó-
rias. Art. 113. CTN A obrigação tributária é principal ou acessória.

Obrigação principal: consiste sempre em uma obrigação de dar dinheiro, prestação


pecuniária, traduzindo-se no dever de pagar o tributo ou a multa (juros, correção, etc.)
quando ocorrido fato gerador previsto em lei específica.
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Obrigação acessória: são deveres instrumentais consistentes em obrigações de fazer,
não fazer ou tolerar, instituídas no interesse de fiscalização e arrecadação do ente. Essas
obrigações são quaisquer obrigações que você tenha com o fisco que não seja pe-
cuniária (tudo que não é obrigação pecuniária, principal).
DICA 72
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A obrigação tributária principal: consiste sempre em uma obrigação de dar dinheiro,
prestação pecuniária, traduzindo-se no dever de pagar o tributo ou a multa (juros, cor-
reção, etc.) quando ocorrido fato gerador previsto em lei específica.
Art. 113 § 1º CTN A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o
crédito dela decorrente.

Estão sujeitas a reserva legal absoluta, dependendo de lei em sentido estrito que
defina seus aspectos.
Art. 150 CR/88. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo
sem lei que o estabeleça; Art. 97 CTN. Somente a lei pode estabelecer: V - a cominação de
penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infra-
ções nela definidas.
OBS.: a multa não é tributo, mas a obrigação de pagar multa possui natureza tributária.
DICA 73
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A obrigação de pagar a multa é uma obrigação principal!
Legislador fez a opção por enquadrar a multa como obrigação principal para submetê-la ao
mesmo regime de cobrança que os tributos. A multa tem como fato gerador a ocorrência
de ato ilícito (ato contrário à legislação tributária), gerando dever de pagar essa prestação
pecuniária, podendo ser tanto um descumprimento de obrigação instrumental,
quanto um descumprimento de obrigação de pagar tributo.

ATENÇÃO!

Aplicação da multa deve observar critérios como a proporcionalidade /culpabilidade/


pessoalidade.

DICA 74
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
As obrigações acessórias são deveres instrumentais consistentes em obrigações de
fazer, não fazer ou tolerar, instituídas no interesse de fiscalização e arrecadação do
ente.
Art. 113 § 2º CTN A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto
as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.
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§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obri-
gação principal relativamente à penalidade pecuniária.
As obrigações instrumentais se fundam no dever de colaboração das pessoas para com a
Administração Pública. Essas relações jurídicas envolvem o fisco e qualquer pessoa, contri-
buinte ou não.
DICA 75
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
As obrigações acessórias podem estar dispostas em toda a legislação tributária, que
compreende: lei, tratados internacionais, decretos e normas complementares (atos admi-
nistrativos com conteúdo normativo).

Art. 113 § 2º CTN A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por
objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação
ou da fiscalização dos tributos.
Art. 96 CTN A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem,
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Fique atento!
Diferente das obrigações principais: devem estar previstas em lei em sentido estrito.
DICA 76
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
O não cumprimento de uma obrigação acessória converte-se em obrigação princi-
pal, consistente na multa.

Art. 113 § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-
se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.

Mas a aplicação de multa pelo descumprimento de obrigação acessória depende de


previsão legal específica, exigida expressamente pelo art. 97, V, do CTN.

Ex.: sempre que possível os impostos terão caráter pessoal e serão graduados de acordo
com a capacidade econômica do contribuinte. Pagamento do imposto deve expressar sua
capacidade econômica. Porém, há pessoas que fraudam/erram isso na hora de comunicar
suas expressões de riqueza. É facultado, a administração tributária (administração pública
no exercício das funções de constituição, fiscalização e arrecadação de tributos – secretaria
da receita federal) identificar os patrimônios, rendimentos e atividades econômicas do con-
tribuinte. A secretaria da receita federal identifica essas manifestações de riqueza por meio
das obrigações acessórias.

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DICA 77
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Autonomia entre obrigação principal e acessória: no Direito Civil, aplica-se o prin-


cípio da gravitação jurídica, que dispõe que o acessório sempre segue o principal. No Di-
reito Tributário, as obrigações acessórias e principais são autônomas. Exemplo de
hipóteses em que:

Há só obrigação principal: IPTU: você só paga, não presta informação, etc.

Há só obrigação acessória: casos de isenção e imunidade (excluem a obrigação prin-


cipal, mantendo-se a acessória).
DICA 78
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Elementos que compõem a obrigação tributária principal: a lei instituidora de um


tributo não apenas define a hipótese de incidência (antecedente da norma), como pres-
creve a obrigação decorrente (consequente da norma).
A norma tributária impositiva é, assim, composta por essas duas partes. O antecedente da
norma é composto do aspecto material/ aspecto espacial/ aspecto temporal, haja vista que
a lei descreve uma hipótese de incidência em que descreve um fato gerador, enquanto o
consequente é composto do aspecto subjetivo (ativo e passivo) e aspectos quantitativos. A
obrigação tributária, assim, é formada pela união desses fatores: a hipótese de incidência
e o fato gerador.

Hipótese de incidência: momento abstrato previsto em ler como capaz de ensejar a


cobrança de tributo.

Fato gerador/fato imponível/ fato jurígeno: fato ocorrido no mundo concreto que
enseja a incidência de tributo.
DICA 79
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Elementos objetivos da obrigação principal:

Elemento Material: descreve qual a situação geradora da obrigação tributária.

Elemento Espacial: refere-se sobre onde ocorre o fato gerador.

Elemento Temporal: descreve quando se deve considerar ocorrida a obrigação


tributária.

Elemento Quantitativo: descreve qual o montante devido. O quanto de tributo a


pessoa irá pagar (valor). Para determinar o valor deve observar dois elementos: base de
cálculo + alíquota.
DICA 80
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
O elemento material da obrigação tributária principal refere-se à descrição material do
que vem a ser a hipótese de incidência, ou seja, descrição do que pode ocorrer ou não,
observando o previsto na Constituição.
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Somente a lei cria incidência (define o que é fato gerador), dessa forma, mesmo que a
Constituição autorize que determinada situação enseje cobrança de tributo, assim só o será,
caso o contribuinte tenha descrito aquela hipótese de incidência em lei.

Art. 114 CTN Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

DICA 81
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A Administração Pública é o conjunto de órgãos e entidades que integram a estrutura ad-
ministrativa do Estado, com o objetivo de efetivar a vontade política para cumprimento do
interesse público.

O Governo decide qual política adotar e a máquina pública (Administração Pública) executa
o rumo adotado.

Sentido material/objetivo: é a atividade estatal exercida sob um regime jurídico, por


meio de serviço público, polícia administrativa, fomento à iniciativa privada ou
intervenção.

Sentido formal/subjetivo: são os sujeitos que atuam em nome da Administração


Pública, se dividindo em Administração Pública Direta (entes da federação) e
Administração Pública Indireta (órgãos e entidades).
DICA 82
PRINCÍPIOS QUE REGEM O REGIME JURÍDICO

SUPREMACIA DO INTE- O interesse público prevalece em


RESSE detrimento dos interesses particular, por
PÚBLICO exemplo, a desapropriação.

Voltado à atuação do administrador, posto


que este deve exercer suas funções sempre
INDISPONIBILIDADE DO
buscando garantir o interesse público, não
INTERESSE PÚBLICO
devendo desistir dos feitos ou dispor de
suas prerrogativas.

DICA 83
PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS

Estão previstos no caput do artigo 37, são eles:

L egalidade

I mpessoalidade

M oralidade “L I M P E”

P ublicidade

E ficiência

Esses princípios balizam a atuação de toda Administração Pública, seja:

Direta (União, Estados, Distrito Federal e Munícipios); ou

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Indireta (autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista e empresa pública)
dos três Poderes (Judiciário, Executivo e Legislativo).

DICA 84
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Trata-se de expoente máximo do Estado Democrático de Direito. Traduz a submissão do


Poder Público à lei.

O princípio da legalidade possui dupla acepção, uma que diz respeito à Administração
Pública e outra aos particulares, vejamos:

Particulares: é permitido fazer tudo aquilo que a lei não proíbe.

Administração pública: pode fazer apenas o que a lei determina (ato vinculado) ou
autoriza (ato discricionário).

Em que pese ser o expoente máximo do Estado Democrático de Direito, o princípio da le-
galidade, excepcionalmente, pode ser relativizado, permitindo que o Poder Público ladeie às
disposições legais. Nos casos de decretação do estado de defesa e de sítio; e de edição
de medida provisória, o Chefe do Poder Executivo detém maior liberdade de atuação.

DICA 85
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

É conhecido também como princípio da isonomia e princípio da finalidade.

Possui 03 acepções, vejamos:

Finalidade: a finalidade precípua da Administração Pública é buscar satisfazer o inte-


resse público. Caso o ato seja praticado com finalidade distinta a essa, restará NULO por
desvio de finalidade.

Em sentido amplo, o princípio da impessoalidade busca o atendimento do inte-


resse público. Já em sentido estrito, visa atender a finalidade específica pre-
vista em lei para o ato administrativo.

Vedação à promoção pessoal: não é permitido ao agente público se valer de realiza-


ções da Administração Público como se fossem próprias. Assim, é vedado, por exemplo,
constar símbolo de partido político em obra pública. Trata-se de proibição expressamente
prevista no parágrafo 1º, do artigo 37, da CF/88.

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos


públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Isonomia: a Administração Pública deve se relacionar com os particulares de forma


imparcial.
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DICA 86
PRINCÍPIO DA MORALIDADE

Impõe aos agentes públicos o dever de atuar de forma honesta. Sua atuação dever pautar-
se pelos princípios da boa-fé e probidade.

A ação popular, prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, é instrumento de controle da morali-
dade administrativa.

Caso o agente público não atue com a probidade prevista, o parágrafo 4º, do artigo 37,
prevê que os atos de improbidade acarretarão em suspensão dos direitos políticos;
perda da função pública; indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.

DICA 87
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Trata-se do dever de transparência na atuação pública.

Possui dupla acepção:

Requisito de eficácia dos atos administrativos;

Transparência da atuação administrativa, de forma a possibilitar o controle pelos ad-


ministrados.

O princípio da publicidade não é absoluto, encontra limites no direito à inviolabilidade da


intimidade e da vida privada; e as informações indispensáveis à segurança do Estado e da
Sociedade.

DICA 88
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

Foi introduzido na CF/88 a partir da EC nº. 19/98. Com o advento da emenda citada,
passou-se do modelo de administração burocrática para o de administração gerencial.

O agente público deve conjugar a busca da melhoria da qualidade dos serviços públicos com
a racionalidade dos gastos públicos.

Princípio da economicidade: em síntese, ordena que seja feita avaliação do custo e


benefício dos gastos públicos.

DICA 89

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


O artigo 2º, da CF/88 dispõe, expressamente, sobre a separação de poderes. Trata-se de
doutrina nascida na obra “Espírito das Leis” de Montesquieu. Segundo preconiza o disposi-
tivo em apreço, são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Judiciário, o
Executivo e o Legislativo.

Administração Direta (Entes Políticos): União, Estados, Distrito Federal e Municí-


pios.
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Administração Indireta (Entes Administrativos): Autarquia, Sociedade de Econo-
mia Mista, Fundação Pública e Empresa Pública.

Quanto à criação das entidades da Administração Indireta, a CF/88, nos incisos XIX e XX,
do artigo 37, dispõe que somente por lei (ordinária) poderá ser criada autarquia e auto-
rizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fun-
dação, cabendo à lei complementar, no caso da fundação, definir as áreas de sua atuação.

Nota-se que a lei ordinária cria (direto) a autarquia e autoriza a criação dos demais
entes administrativos.

DICA 90
CENTRALIZAÇÃO, DESCONCENTRAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
Na administração direta, os entes praticam as atividades através de órgãos, de forma cen-
tralizada, desconcentrada, concentrada e descentralizada.

Centralização: Na centralização a pessoa política (União, Estados, DF ou Municípios)


pratica suas atividades por meio de seus órgãos, realizado diretamente a atividade ad-
ministrativa, sem interferência de outra entidade.

Desconcentração: Na desconcentração há uma distribuição interna de competência,


dentro da mesma pessoa jurídica.
Há o controle hierárquico, pois os órgãos de menor hierarquia ficam subordinados aos
seus superiores.

Concentração: A concentração ocorre quando um único órgão desempenha todas as


funções do ente político, sem divisão com órgãos menores.

Descentralização: A atividade é prestada por pessoa diversa. O Estado resolve re-


passar a atividade para outra pessoa executar em seu lugar.

Ex.: concessão, permissão ou autorização para execução de um serviço público para


empresas particulares, através de contratos, precedidos de licitação.
DICA 91
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - DOS ÓRGÃOS - CLASSIFICAÇÃO

Quanto à posição estatal - cai bastante nas provas - os órgãos podem ser: independen-
tes, autônomos, superiores e subalternos.

- Independentes

- Autônomos
Os órgãos podem ser: - Superiores

- Subalternos

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DICA 92
ÓRGÃOS INDEPENDENTES

Os órgãos independentes são os originários da Constituição de 1988 e representativos


dos poderes do Estado, de modo que não possuem qualquer subordinação hierárquica ou
funcional.

Também são chamados de órgãos primários do Estado, pois exercem as funções outor-
gadas diretamente pela Constituição Federal.

Ex.: Chefias do Executivo - Presidência da República.

DICA 93
ÓRGÃOS AUTÔNOMOS
Os órgãos autônomos são aqueles que estão na cúpula da administração.
Encontram-se localizados imediatamente abaixo dos órgãos independentes e estão
diretamente subordinados aos seus chefes.
Tem ampla autonomia administrativa e financeira.
Exercem funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das ativida-
des que estão dentro de sua esfera de competência.
Ex.: Ministérios e secretarias de Estado.

DICA 94
ÓRGÃOS SUPERIORES

Os órgãos superiores possuem poder de direção, controle, decisão e comando de as-


suntos relacionados com a sua competência específica.

Estão sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais elevada.

Não gozam de autonomia administrativa nem financeira.

Sua atuação funcional se restringe ao planejamento e soluções técnicas dentro da sua


área de competência.

Ex.: Gabinetes, Divisões, Coordenadorias e Departamentos.

DICA 95
ÓRGÃOS SUBALTERNOS

Os órgãos subalternos são todos aqueles subordinados a órgãos mais elevados, com
reduzido poder de decisão e predominância de atribuições de execução.

São destinados à realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de atos,


cumprimento de decisões, dentre outras atribuições.

Ex.: Delegacia

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DICA 96
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - DOS ÓRGÃOS - CLASSIFICAÇÃO

Quanto à posição estatal, os órgãos podem ser: simples ou compostos.

Quanto à posição esta- - Simples


tal, os órgãos podem
- Compostos
ser:

Simples: constituídos por apenas um centro de competência

Compostos: em sua estrutura, reúnem outros órgãos menores, com função idêntica ou
funções auxiliares.

DICA 97
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS

- Personalidade jurídica
Órgãos não possuem - Patrimônio próprio

- Capacidade processual

Os órgãos não possuem:

Personalidade jurídica: Quem terá capacidade jurídica para responder pelos atos pra-
ticados pelos órgãos será a pessoa jurídica que realizou a desconcentração.

Patrimônio próprio: Todo o patrimônio utilizado pelo órgão é da pessoa jurídica a qual
ele pertence.

Capacidade processual: Como regra, os órgãos não possuem capacidade processual,


de modo que não podem figurar em qualquer dos polos (autor/réu) de uma demanda pro-
cessual. No entanto, os órgãos independentes e os autônomos têm capacidade processual
para tutelar as suas prerrogativas institucionais.

DICA 98
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
A administração indireta é composta por pessoas jurídicas, com personalidade jurídica:
Autarquias;
Fundações;
Empresas Públicas;
Sociedades de Economia Mista;
As pessoas jurídicas que se enquadram na administração indireta necessitam de lei para
sua existência.

Autarquia – criada por lei – A publicação de lei cria a autarquia.


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A autarquia possuí personalidade jurídica de direito público.

Empresa Pública ( Ex: Caixa Federal) e Sociedade de Economia Mista ( Ex:


Banco do Brasil) são autorizadas por lei, necessitando do registro de seu ato constitutivo
nos órgãos responsáveis para que ganhem vida.
EP / SEM – Possuem personalidade jurídica de direito privado.

Fundação Pública - são autorizadas por lei e lei complementar deverá definir suas
áreas de atuação.
Fundação – personalidade jurídica pode ser de direito público ou de direito privado.
Se público é criada por lei como a autarquia; Se privado, é autorizada por lei como
EP/SEM, devendo ser registrada para ganhar vida.
DICA 99
DIFERENÇAS: EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

DIFERENÇAS

Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

Pessoas jurídicas de direito privado. Pessoas jurídicas de direito privado.

Criadas mediante autorização legal Criadas mediante autorização legal

Capital exclusivamente público Capital público e privado (o poder pú-


blico detém a maioria do capital vo-
tante).

Prestação de serviço público ou exploração Prestação de serviço público ou explora-


de atividade econômica. ção de atividade econômica.

Qualquer forma de organização empresarial Sob a forma de sociedade anônima

Foro Federal (apenas empresa pública fede- Foro comum


ral)

QUESTÃO, OAB 2018.


No ano corrente, a União decidiu criar uma nova empresa pública, para a realização de
atividades de relevante interesse econômico. Para tanto, fez editar a respectiva lei autori-
zativa e promoveu a inscrição dos respectivos atos constitutivos no registro competente.
Após a devida estruturação, tal entidade administrativa está em vias de iniciar suas ativi-
dades.
Acerca dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a), assinale a afirmativa cor-
reta.
(a) A participação de outras pessoas de direito público interno, na constituição do capital
social da entidade administrativa, é permitida, desde que a maioria do capital votante per-
maneça em propriedade da União.

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(b) A União não poderia ter promovido a inscrição dos atos constitutivos no registro com-
petente, na medida em que a criação de tal entidade administrativa decorre diretamente da
lei.
(c) A entidade administrativa em análise constitui uma pessoa jurídica de direito público,
que não poderá contar com privilégios fiscais e trabalhistas.
(d) Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços para a entidade adminis-
trativa, em regra, não precisam ser precedidos de licitação.
Resposta: Letra A
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,
com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente
detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da
União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa
pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de
entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios.

DICA 100
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA AUTAR-
QUIA

Características da autarquia:

Natureza: pessoa jurídica de direito público

Atividade: Típica de Estado

Regime de pessoal: Presidente (cargo em comissão) / Demais servidores (Cargo efe-


tivo)

Bens: impenhoráveis, imprescritíveis e inalienáveis.

Imunidade tributária: não paga impostos sobre o patrimônio, bens e serviços

Prescrição: dívidas e direitos prescrevem em 5 anos

Se sujeita a lei de licitações.

DICA 101
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS FUNDA-
ÇÕES
Características das fundações:
Natureza:

Direito público - Lei cria;

Direito privado - Lei autoriza.


Atividades de caráter social, isto é, não exclusivas do Estado

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Regime de pessoal:

Direito público - servidores estatutários;

Direito privado – CLT.

Questão, OAB 2015.


O Estado XYZ pretende criar uma nova universidade estadual sob a forma de fundação
pública. Considerando que é intenção do Estado atribuir personalidade jurídica de direito
público a tal fundação, assinale a afirmativa correta.
(a) Tal fundação há de ser criada com o registro de seus atos constitutivos, após a edição
de lei ordinária autorizando sua instituição.
(b) Tal fundação há de ser criada por lei ordinária específica.
(c) Não é possível a criação de uma fundação pública com personalidade jurídica de direito
público.
(d) Tal fundação há de ser criada por lei complementar específica.
Resposta: Letra B
Comentário: Art. 37, inciso XIX, CF - somente por lei específica poderá ser criada autarquia
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de funda-
ção, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Fundação pública possui natureza jurídica de autarquia e, assim, são até mesmo chamadas
de fundações autárquicas ou autarquias fundacionais. Seu regime jurídico em tudo se as-
semelha ao das autarquias, inclusive no que tange à técnica de criação, que ocorre por meio
de lei ordinária específica.
Esquematizando:

Somente por lei específica poderá ser criada = autarquia – Obs.: fundação pública possui
natureza jurídica de autarquia.

Autorizada a instituição de: empresa pública, sociedade de economia mista e fundação.

Cabendo a lei complementar que define as áreas de sua atuação.

DICA 102
TERCEIRO SETOR: ENTIDADES PARAESTATAIS

1º Setor: Administração Direta e Indireta.

2º Setor: Particulares em colaboração. Ex.: Concessionários de serviço público.

3º Setor: Entidades Paraestatais. Ex.: Organizações Sociais e OSCIP.

Conceito de entidades paraestatais:

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São pessoas jurídicas privadas que não integram a estrutura da administração direta
ou indireta, mas colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse pú-
blico, mas não exclusivas de Estado, de natureza não lucrativa. Integram o chamado Ter-
ceiro Setor.

Espécies de entes do terceiro setor:


Entidades do serviço social autônomo;
Organizações sociais (OS);
Organizações da sociedade civil de interesse público (OSIP);
Entidades de apoio.

DICA BÔNUS

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS) E ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTE-


RESSE PÚBLICO (OSCIPS)

OS OSCIPS

A qualificação é ato discricionário A qualificação é ato vinculado

Celebra contrato de gestão - (pode re- Celebra termo de parceria - (permite re-
passe recursos/bens, isenção fiscal, em- passe recursos, prevê metas, prazos, direi-
préstimo de servidores). tos e obrigações).

Há dispensa de licitação se contratar com Não há dispensa de licitação se contratar


poder público com o poder público

Fique atento!

O.S - Contrato de Gestão (ato discricionário);

O.S.C.I.P - Termo de Parceria (ato vinculado);

O.S.C - Termo de Cooperação/Fomento - Lei 13.019/14.

Questão OAB,2017:
A Associação Delta se dedica à promoção do voluntariado e foi qualificada como Organização
da Sociedade Civil sem fins lucrativos – OSCIP, após o que formalizou termo de parceria
com a União, por meio do qual recebeu recursos que aplicou integralmente na realização de
suas atividades, inclusive na aquisição de um imóvel, que passou a ser a sede da entidade.
Com base nessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta.
(a) A Associação não poderia ter sido qualificada como OSCIP, considerando que o seu
objeto é a promoção do voluntariado.
(b) A qualificação como OSCIP é ato discricionário da Administração Pública, que poderia
indeferi-lo, mesmo que preenchidos os requisitos legais.

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(c) A qualificação como OSCIP não autoriza o recebimento de recursos financeiros por meio
de termo de parceria, mas somente mediante contrato de gestão.
(d) A Associação não tem liberdade para alienar livremente os bens adquiridos com recursos
públicos provenientes de termo de parceria.
Resposta: Letra D
Comentário: A assertiva A está incorreta, conforme previsão do art. 3º, inciso VII, da Lei
nº 9.790/99. Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o
princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organiza-
ções, somente será conferido às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: (...) VII - pro-
moção do voluntariado;
A assertiva B está incorreta, conforme previsão do art. 1º, §2º, da Lei nº 9.790/99. Art. 1º,
§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos
requisitos instituídos por esta Lei.
A assertiva C está incorreta, conforme previsão do art. 9º da Lei nº 9.790/99. Art. 9º Fica
instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser firmado
entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o
fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3o desta Lei.
Lembrando:
Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos – OSCIP → termo de parceria;
Organização social – OS → contrato de gestão
A assertiva D está correta, conforme previsão do art. 15º da Lei nº 9.790/99. Art. 15. Caso
a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da celebração do Termo de
Parceria, este será gravado com cláusula de inalienabilidade.

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DIREITO AMBIENTAL

DICA 103
DO MEIO AMBIENTE E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ART. 225.

A CF/88 possui vários dispositivos protetivos ao meio ambiente, motivo pelo qual já foi
cunhada pelo STF como Constituição Ecológica e Constituição Verde.

O art. 225 da CF/88 é a chamada norma matriz e prevê que todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo classificado como bem de uso co-
mum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, cabendo ao Poder Público e à co-
letividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gera-
ções.

DICA 104
DAS ATRIBUIÇÕES DO PODER PÚBLICO À GARANTIA DE EFETIVIDADE

A Constituição, para assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, prevê como atribuições do Poder Público:

preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico


das espécies e ecossistemas.

ATENÇÃO!

Para José Afonso da Silva processos ecológicos essenciais são aqueles governados,
sustentados ou intensamente afetados pelos ecossistemas, sendo indispensáveis à pro-
dução de alimentos, à saúde e a outros aspectos da sobrevivência humana e do
desenvolvimento sustentado.

preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as


entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético.

definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a


serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção.

exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causa-


dora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto am-
biental, a que se dará publicidade.

controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias


que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.

promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização


pública para a preservação do meio ambiente.

proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em


risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os ani-
mais a crueldade.
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No RE 494601/RS, o STF entendeu ser constitucional o sacrifício de animais em


cultos praticados por religiões de matriz africana.

DICA 105

DA RESPONSABILIDADE DOS CAUSADORES DE DANOS AMBIENTAL


Conforme expressamente previsto na Constituição, as condutas e atividades consideradas
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos cau-
sados.

Portanto, a ocorrência de danos ao meio ambiente acarreta tríplice responsabilidade:


Responsabilidade Civil.
Responsabilidade Penal.
Responsabilidade Administrativa.
A responsabilidade civil é objetiva, não sendo necessário analisar culpa/dolo do au-
tor, bastando para a punição a comprovação do nexo de causalidade entre a conduta e o
dano.
DICA 106
DO PATRIMÔNIO NACIONAL
São considerados patrimônio nacional:

A Floresta Amazônica brasileira.

A Mata Atlântica.

A Serra do Mar.

O Pantanal Mato Grossense.

A Zona Costeira.
A utilização destes biomas será feita na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto aos recursos naturais.
DICA 107
DAS COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA AMBIENTAL
O art. 23 da Constituição prevê como competência comum (administrativa):

proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,


os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.

proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

preservar as florestas, a fauna e a flora;

registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e ex-


ploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

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Fique atento a essa dica: todas essas competências administrativas se iniciam com
verbos.
As normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios serão fixadas por Leis complementares, tendo em vista o equilíbrio do de-
senvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Quanto à competência legislativa, o art. 24 da CF prevê que compete à União, aos


Estados e ao Distrito Federal, dentre outros, legislar concorrentemente sobre:

florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos


recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição.

proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico.


responsabilidade por danos ao meio ambiente, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico.
A competência legislativa da União recai sobre o estabelecimento de normas gerais,
enquanto os Estados e o Distrito Federal legislam de forma complementar.
Em caso de inexistência de norma federal, poderão exercer a competência legislativa
plena, sendo que havendo superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende-se
a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Em relação aos Municípios, conforme previsto no art. 30 da CR/88, poderão:
Tratar de assuntos de interesse local.
Suplementar a legislação federal e a estadual no que couber.

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DIREITO CIVIL

DICA 108
LINDB: VIGÊNCIA DAS NORMAS

De acordo com o art. 1º da Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (LINDB), a lei começa
a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada. Entretanto, nos Esta-
dos estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses
depois de oficialmente publicada (art. 1º, § 1º LINDB).
IMPORTANTE: A lei só ganha vigência depois da vacatio legis (lapso temporal
necessário para que as pessoas tenham conhecimento de sua existência).
DICA 109
LINDB: REVOGAÇÃO DAS NORMAS

Após cumprida a vacatio legis e entrando em vigor, a lei continuará vigendo até que
venha outra e, expressa ou tacitamente, a revogue (princípio da continuidade das nor-
mas). A revogação de uma lei, no sistema brasileiro, só é admitida por outra lei que a
revogue (art. 2º LINDB).
Pegadinha de prova:

A revogação é gênero, da qual ab-rogação e derrogação são espécies.


a) ab-rogação: revogação total da lei.
b) derrogação: revogação parcial da lei.

DICA 110
PESSOA NATURAL

De acordo com o art. 1º do CC, toda pessoa é capaz de direitos e deveres na vida civil.
A capacidade civil pode ser dividida de três formas: capacidade de fato, capacidade de
direito e capacidade plena.

CAPACIDADE DE CAPACIDADE DE DI- CAPACIDADE PLENA


FATO/EXERCÍCIO REITO/GOZO

Capacidade para exercer Capacidade para ser su- Legitimação: capacidade


direitos na órbita civil; jeito de direitos e deveres especial para determinado
na ordem civil; ato ou negócio jurídico;
Nem todas as pessoas
naturais possuem (incapazes Toda pessoa natural Legitimidade: capaci-
do art. 3º e 4º, CC); possui; dade processual;

Adquire-se com a maiori- Termina com a morte. Personalidade: soma


dade civil ou emancipação. dos caracteres ou aptidões
da pessoa.

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DICA 111
INCAPACIDADES

ABSOLUTAMENTE INCAPAZES RELATIVAMENTE INCAPAZES

Apenas os menores de 16 anos. Maiores de 16 anos e menores de


Não existem maiores de idade que 18 anos;
sejam absolutamente incapazes.
(art. 3º CC) Ébrios habituais e viciados em tóxi-
cos;

Pessoas que, por causa transitória


ou definitiva, não puderem expressar
vontade;

Pródigos. (art. 4º, CC)

OBS.: Os absolutamente incapazes devem ser representados enquanto os relati-


vamente incapazes devem ser assistidos.
DICA 112
O TRATAMENTO JURÍDICO DO NASCITURO
Nascituro é aquele que já está concebido, no ventre materno, mas ainda não nasceu. É
aquele que ainda está no corpo da genitora.
Devido à imprecisão do art. 2º do CC ao estabelecer a natureza jurídica do nascituro, foram
arquitetadas três teorias sobre o tema: natalista, condicionalista e concepcionista.

TEORIAS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA DO NASCITURO

Teoria Natalista: defende que a personalidade jurídica se inicia com o nasci-


mento com vida, seria uma interpretação literal do art. 2º do CC.

Teoria Condicionalista: defende que a personalidade jurídica do nascituro está


condicionada ao nascimento com vida. Ou seja, há uma condição pendente para
sua personalidade jurídica, que é o nascimento com vida.

Teoria Concepcionista: entende que o nascituro já titulariza desde a concepção


os direitos da personalidade. No entanto, os direitos patrimoniais estão condi-
cionados ao nascimento com vida (teoria que prevalece no STJ).

OBS: Nascer com vida significa o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório do re-


cém-nascido, e isso se verifica por meio de um exame denominado docimasia hi-
drostática de galeno.

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DICA 113
EMANCIPAÇÃO

A emancipação antecipa os efeitos civis da maioridade antes dos 18 anos de idade.

Modalidades de emancipação (art. 5º, CC):

Voluntária – realizada com a concessão dos pais, por meio de escritura pública,
tendo o menor 16 anos completos.

Judicial – realizada por sentença judicial, tendo o menor 16 anos completos;

Legal – decorre da norma jurídica, em casos de: casamento; exercício de emprego


público efetivo; colação de grau em ensino superior; ou emancipação profissional ou laboral.
DICA 114
DIREITOS DA PERSONALIDADE

Os direitos da personalidade são aqueles inerentes à pessoa humana e a sua dignidade.


Via de regra são intransmissíveis, irrenunciáveis e indisponíveis (art. 11, CC). Entretanto,
podem sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral.

SÚMULA 227 do STJ

A pessoa jurídica tem direitos da personalidade por equiparação legal e, em razão disso,
pode sofrer dano moral (posicionamento do STJ).

A súmula 227, do STJ, poderá ser questão de prova.


DICA 115
PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
A proteção dos direitos da personalidade pode ser de modo preventivo, suspendendo atos
que ameacem ofender a integralidade do indivíduo, ou de modo repressivo, por meio da
ação indenizatória, que tem por objetivo a reparação patrimonial do dano causado. Nestes
casos temos o dano moral (quando não houver conteúdo econômico na lesão) e o dano
material (quando houver perda ou prejuízo a bem patrimonial).
Importante:

SÚMULA 387 do STJ

A Súmula 387 do STJ permite a cumulação de indenizações de dano estético e dano


moral.

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DICA 116
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO

ASSOCIAÇÕES Conjunto de pessoas.

SOCIEDADES Em regra, é o conjunto de pessoas, salvo a so-


ciedade limitada unipessoal.

FUNDAÇÕES Conjunto de bens.

ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS Conjunto de pessoas.

PARTIDOS POLÍTICOS Conjunto de pessoas

TOME NOTA:
A pessoa jurídica de direito privado tem existência a partir dos atos constitutivos no
respectivo registro.

→ Importante: A EIRELI não existe mais.


DICA 117
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Em regra, a pessoa jurídica não se confunde com seus sócios, associados, institui-
dores ou administradores. Contudo, em casos de abusos praticados por membros das
pessoas jurídicas existe a possibilidade de quebrar essa autonomia por meio da desconsi-
deração da personalidade jurídica.
TOME NOTA:

Existem duas modalidades de desconsideração:


Desconsideração direta ou regular: os bens dos sócios ou administradores respondem
por dívidas da pessoa jurídica.
Desconsideração inversa ou invertida: os bens da pessoa jurídica respondem por
dívidas dos sócios ou administradores.
DICA 118
BENFEITORIAS
As benfeitorias são obras realizadas pelo homem na estrutura de uma coisa. Isto é, são
acréscimos e melhoramentos realizados no principal (art. 96 e 97 do CC).
QUESTÃO DE PROVA:

As benfeitorias podem ser classificadas como:

Necessárias – acréscimos que são indispensáveis para a manutenção ou conservação


do bem.

Úteis – acréscimos que facilitam ou melhoram o uso do bem.

Voluptuárias – empreendidas por mero deleite, com o fito, tão somente, de embele-
zar o bem.
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DICA 119
BEM DE FAMÍLIA

De acordo com a Lei nº 8.009/90, o imóvel residencial do próprio casal ou da entidade


familiar é considerado um bem de família, não respondendo por qualquer tipo de dívida
contraída pelos cônjuges, pais ou filhos, que sejam proprietários e nele residam. Há algumas
exceções previstas em lei, como os créditos trabalhistas de trabalhadores da própria
residência.
TOME NOTA:

O bem de família pode ser classificado em duas espécies:

Bem de família voluntário – instituído por ato de vontade da entidade familiar, por
meio da formalização do registro de imóveis, gerando dois efeitos: impenhorabilidade limi-
tada e inalienabilidade relativa (arts. 1711 a 1717 do CC).

Bem de família legal – refere-se à impenhorabilidade legal do bem de família indepen-


dentemente de inscrição voluntária em cartório (Lei nº 8.009/90).
DICA 120
FATO JURÍDICO

Fato jurídico é todo evento natural ou humano que possui repercussão na esfera
jurídica.

O fato jurídico em sentido estrito é aquele que ocorre sem vontade humana e pode
ser subdividido em:

Ordinário – é aquele previsível, como o nascimento, a morte, a maioridade etc. Ressalta-


se que o passar do tempo é previsível, e se manifesta nas relações jurídicas por meio dos
institutos da prescrição e decadência;

Extraordinário - é aquele fato imprevisível, sendo incabível imputar a alguém o extra-


ordinário, pois carece de vontade humana, como exemplo, pode-se citar uma pessoa que
deixou de entregar um veículo que foi vendido pois ele foi destruído por uma enchente no
dia posterior.
DICA 121
ATO JURÍDICO
É toda manifestação de vontade que está de acordo com o ordenamento jurídico. É com-
posto pelo elemento volitivo (manifestação de vontade humana) e pela licitude.
O ato jurídico é subdividido em:
Atos ilícitos – são aqueles atos contrários ao ordenamento jurídico, ocasionando o fe-
nômeno da responsabilidade civil;
Atos lícitos – são aqueles praticados em conformidade com o ordenamento jurídico
civilista. Estes atos podem ser: (a) ato jurídico em sentido estrito: é aquele que a von-
tade humana está direcionada para o ato em si, e suas consequências já estão
previstas na lei.

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Ex.: o reconhecimento de paternidade; (b) negócio jurídico: é aquele que a vontade
humana está direcionada para as consequências de determinado ato, dentre as per-
mitidas pela lei.
Ex.: os contratos e o testamento.
DICA 122
NEGÓCIO JURÍDICO

REQUISITOS DE VALIDADE DO NE- REQUISITOS DE EFICÁCIA DO NEGÓ-


GÓCIO JURÍDICO CIO JURÍDICO

Partes capazes; Condição: condiciona a eficácia do negó-


cio jurídico a evento futuro e incerto;

Vontade livre; Termo: relaciona a eficácia do negócio


jurídico a evento futuro e certo;

Objeto lícito, possível e determiná- Encargo: é um ônus introduzido em um


vel; ato de liberalidade.

Forma prescrita ou não defesa em lei.

OBS: Caso haja algum vício nos requisitos de validade, o negócio jurídico será
inválido.
DICA 123
REQUISITOS DE EFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO

CONDIÇÃO SUSPEN- TERMO INICIAL ENCARGO


SIVA

Evento futuro e incerto. Evento futuro e certo Ônus e liberalidade.

Suspende a aquisição e o Apenas suspende o exercí- Não suspende a aquisi-


exercício do direito. cio do direito. ção e nem o exercício do
direito.

Não há direito adquirido. Há direito adquirido. Há direito adquirido.

Ex.: João irá ganhar um Ex.: Joana dará à Lúcia Ex.: Pedro doa sua
carro de Pedro quando for um carro no Natal desse casa para Joaquim para
aprovado no vestibular. ano. que ele construa uma
creche.

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DICA 124
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
ERRO
O erro consiste em uma falsa representação da realidade, em que o próprio agente se
engana sozinho sobre as circunstâncias elementares do negócio jurídico. Para que
haja a invalidação do negócio jurídico, é necessário que o erro seja essencial ou substan-
cial.

Ex.: João compra um faqueiro e se dispôs a pagar a quantia de 1 mil reais, acreditando
que o objeto era de prata. O vendedor, por sua vez, aceita o valor sem hesitar. Passado
algum tempo, João descobre que o faqueiro não era de prata.
DICA 125
DOLO
No dolo o sujeito é colocado em erro intencionalmente pela outra parte e, por isso,
pode haver indenizações de prejuízos oriundos do comportamento astucioso. Desse modo,
configura-se o dolo por meio de expediente astucioso empregado para conduzir al-
guém à prática de um ato que o prejudique e aproveite ao autor do dolo ou a ter-
ceiro.
DICA 126
LESÃO E ESTADO DE PERIGO
A lesão é o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações
de um contrato no momento de sua celebração, determinada pela inexperiência de
uma das partes. O objetivo da lei é evitar a exploração usurária de um dos contratantes
com o outro, que não precisa ter conhecimento da parte contrária (art. 157, CC).
Já o estado de perigo é uma situação de extrema necessidade (conhecida pela parte
contrária) que conduz uma pessoa a celebrar um negócio jurídico em que se assume uma
obrigação desproporcional e excessivamente onerosa (art. 156, CC).
DICA 127
COAÇÃO MORAL
Coação moral é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre uma pessoa para obrigá-
la, contra sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que a caracteriza é
o emprego da violência psicológica para viciar a vontade. Para a coação ser configurada, ela
deve ser grave, causar temor à vítima e constituir ameaça de prejuízo à pessoa, seus bens
ou à sua família (art. 151, CC).

Ex.: Joana vai fazer uma doação para Luiz porque foi ameaçada de morte caso não o
faça.
DICA 128
FRAUDE CONTRA CREDORES
A fraude contra credores diz respeito à hipótese de um devedor que possui o débito e a
responsabilidade, mas que pratica atos de dilação patrimonial, com a nítida intenção,
de que no futuro, não tenha bens para pagamento da dívida. Em razão disso, resta

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ao credor ajuizar uma ação pauliana ou revocatória para anular os atos praticados pelo
devedor.
Para a caracterização da fraude contra credores é necessário a demonstração de dois re-
quisitos cumulativos: (i) objetivo – diminuição ou esvaziamos do patrimônio do devedor,
até a sua insolvência (denominado eventus damni); (ii) subjetivo – intenção maliciosa do
devedor de causar dano (denominado consilium fraudis), arts. 158 a 165, CC.
DICA 129
SIMULAÇÃO
É a manifestação de vontade com desacordo proposital entre a vontade interna (intenção)
e a vontade externa (manifestação/declaração). A pessoa declara uma coisa, quando na
verdade queria outra, ou nada queria.

NÃO CONFUNDIR:
Diversamente do que ocorre na reserva mental, na simulação os contratantes agem em
conluio para prejudicar terceiro. Na reserva mental o declarante não age em conluio
com o declaratário. A simulação invalida o negócio jurídico e a reserva mental não.
DICA 130
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA

Extingue a pretensão. Extingue o direito.

Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz. Pode ser reconhecida de ofício pelo
juiz.

É renunciável, desde que não cause É irrenunciável.


prejuízos a terceiros e depois da prescri-
ção se consumar.

Existe a previsão de suspensão, interrup- Em regra, não há suspensão, inter-


ção e impedimento do prazo. rupção e impedimento do prazo.

Os prazos são exclusivamente em anos Os prazos podem ser em dias, me-


(arts. 205 e 206, CC). ses ou ano e dia.

OBS.: Não corre os prazos da prescrição e da decadência contra os ABSOLUTA-


MENTE incapazes.
DICA 131
RESPONSABILIDADE CIVIL

A Responsabilidade Civil é definida como toda ação ou omissão que causa a violação
de uma norma, seja ela legal ou contratual.

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No Direito Civil, a regra é a Responsabilidade Civil subjetiva.

DIREITO CIVIL

REGRA: Responsabilidade Civil SUBJETIVA, necessitando da comprovação de


dolo ou culpa, arts. 186 e 927 do CC.

DICA 132
CAUSAS EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL

As excludentes da responsabilidade civil podem ser classificadas do seguinte


modo:

Excludente da causalidade: fato da vítima, fato de terceiro, caso fortuito e a


força maior;

Excludentes da imputabilidade: menoridade e alienação mental do agente;

Excludentes da ilicitude: cumprimento do dever legal; exercício regular do direito;


estado de necessidade; legítima defesa; anuência da vítima e cláusula de não indenizar.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DICA 133
HISTÓRICO
Por muitos anos, a criança e o adolescente não tiveram seus direitos resguardados em
nenhuma legislação brasileira, a nível mundial também não existia.

Apenas em 1830 foi criada uma norma referente à criança no Brasil, já no ano de 1890,
o Código Penal legislou sobre os adolescentes em conflito com a lei, seguindo o mesmo
entendimento do Código de menos de 1919, uma visão marginalizada e assistencialista
em relação à criança e ao adolescente, sem qualquer interesse no reconhecimento em su-
jeito de direitos.
A nível mundial (direito internacional) algumas declarações tiveram grande relevância para
a proteção dos direitos existentes hoje, podendo ser destacada a Declaração de Genebra,
a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração dos Direitos da criança
(passou a considerar a criança e o adolescente como sujeito de direito).

No Brasil, inspirado pelas declarações mundiais, a Constituição de 1988 estabeleceu


a criação de uma norma protetiva para a criança e ao adolescente, resultando na Lei
8069/1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Com a criação do estatuto, eles passaram a possuir proteção integral.
DICA 134
DISTINÇÃO DE CRIANÇA E ADOLESCENTE
O legislador adotou o critério cronológico para realizar a distinção, conforme previsão do
art. 2º, da Lei n. 8.069/1990.

CRIANÇA: até 12 anos, incompletos. É aplicada medida de proteção e não possuem


caráter sancionatório.

ADOLESCENTE: de 12 aos 18 anos incompletos. É aplicada medida socioeducativa,


possuem caráter sancionatório e finalidade pedagógica.

Aplica-se excepcionalmente o Estatuto da criança e do adolescente às pessoas entre


18 e 21 anos de idade, são os casos de adoção e apuração de ato infracional/cumprindo
medida socioeducativa.
DICA 135
PRINCÍPIOS

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: refere-se ao mínimo existencial da


pessoa, possui previsão no art. 1º, III da CF, servindo de fundamento para outros princí-
pios.

Princípio da Proteção Integral à Criança e ao Adolescente: A criança e o adoles-


cente são considerados mais frágeis, assim, o legislador assegurou direitos e privilégios em
detrimento das demais pessoas. Protege desde a concepção, o pré-natal, passando pelo
nascimento até a maioridade civil. Previsto no art. 6º da CF e art. 3º do ECA.

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Princípio da Prioridade Absoluta: É um metaprincípio, pois a criança e o adolescente
são assegurados a prioridade integral, em todas as áreas e em prioridade com as demais
pessoas. Previsto no art. 3º, I da Convenção sobre Direitos da Criança e do adolescente;
art. 227 da CF e art. 4º do ECA.

Derivam do princípio da prioridade absoluta: o Princípio da Condição da Criança e


do Adolescente (estabelece que são sujeitos de direitos); Princípio da Responsabilidade Pri-
mária e Solidária do Poder Público; Princípio da Privacidade (respeito a intimidade, imagem
e reserva da vida privada); Princípio da Responsabilidade Parental; Princípio da Oitiva Obri-
gatória e Participação (pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores); Prin-
cípio da Oitiva Obrigatória e Participação.

Princípio da Excepcionalidade: restringir-se-á a liberdade da criança e do adoles-


cente somente em último caso, conforme art. 227, § 3º, V, da CF.
DICA 136
PODER FAMILIAR
O poder familiar compete aos pais, na forma do art. 1631 do CC e art. 21 do ECA, refere-
se aos direitos e deveres que os pais têm em relação aos filhos.

Os filhos, enquanto menores (não emancipados), estão sujeitos ao poder familiar.

Será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, que possuem deveres
e responsabilidades compartilhadas no cuidado e na educação da criança.
Na falta ou impedimento de um dos pais, o outro exercerá com exclusividade.
DICA 137
OBRIGAÇÕES DERIVADAS DO PODER FAMILIAR
O art. 22 do ECA e, de forma mais abrangente, o art. 1634 do CC estabelece as obrigações
decorrente do exercício do poder familiar.

Incumbe aos pais o sustento, guarda e educação dos filhos menores.

Cabe aos pais também a criação e a educação; a guarda unilateral ou compartilhada;


conceder ou negar consentimento para viagem, casarem, viajarem ao exterior, mudar de
residência; nomear-lhes tutor; representá-los judicial e extrajudicialmente; reclamá-los de
quem ilegalmente os detenha e exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços
próprios de sua idade e condição.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

DICA 138
INICIAÇÃO AO DIREITO DO CONSUMIDOR - CONCEITOS INICIAIS

O direito do consumidor é considerado um direito fundamental previsto na CF/88, sem


seu art. 5º, inciso XXXII, assim como um princípio da ordem econômica nos termos do
art.170, caput e inciso V. O principal instrumento jurídico de proteção ao consumidor está
no Código de Defesa do Consumidor (CDC), Lei 8.078/90, que é considerada um microssis-
tema jurídico, sendo aplicável não apenas para a defesa do consumidor, mas também para
a tutela coletiva de direitos.
O CDC disciplina as relações de consumo em geral, mas nada impede, caso haja norma
mais favorável em outra norma, que a mesma seja aplicada, como por exemplo, norma
legal presente no Código Civil, desde que o objetivo maior seja a proteção do consu-
midor, que é considerado parte mais vulnerável da relação jurídica. Nesse sentido, aplica-
se a técnica chamada de diálogo das fontes, teoria desenvolvida pelo alemão Erick Jayme.
Segundo Flávio Tartuce, a doutrina do diálogo das fontes significa que as normas jurídicas
não se excluem por serem de ramos jurídicos distintos, até porque o Direito é um só, mas
se complementam, como é o caso da interação do CDC e do CC/02, em matéria de respon-
sabilidade civil e Direito contratual.

Deve-se entender que o CDC é uma lei principiológica, ou seja, é uma lei que serve
de norma geral para outras normas que cuidem de relações de consumo. Dessa forma, por
exemplo, uma lei que trate dos planos de saúde individuais está sujeita à incidência conco-
mitante do CDC, como norma geral.
Para Luiz Antônio Rizzato Nunes, o CDC é norma de ordem pública e de interesse social,
geral e principiológica, quer dizer, é uma norma que prevalece sobre as demais normas
especiais anteriores que com ele colidirem. Sendo assim, como o CDC é regido por normas
de ordem pública O juiz pode conhecer de ofício de toda a matéria nele disciplinada.
DICA 139
CONSUMIDOR

Mas, afinal, o que a lei considera como consumidor? O CDC traz a seguinte previsão:

Art. 2°. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.

O conceito acima previsto na lei, que é o conceito stricto sensu ou standard, traz então a
possibilidade de ser considerado consumidor tanto a pessoa física, como a pessoa jurídica,
e revela de extrema importância atentar para o conceito geral de destinatário final.
Somente os destinatários finais, de acordo com a legislação, é que serão considerados
consumidores.

A doutrina, por sua vez, traz a seguinte interpretação sobre quem seria o destinatário
final:

Teoria Maximalista – consumidor seria qualquer pessoa física ou jurídica que retira do
mercado de consumo um bem ou serviço. Para essa teoria, não importa se o bem/ser-
viço adquirido servirá para atendimento pessoal ou profissional, como no caso em que uma

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indústria adquire matéria-prima (também chamado insumo) para produzir um bem e o
revende.

Teoria Finalista ou Subjetiva – consumidor seria aquele que retira o bem ou serviço
para necessidades próprias, é o destinatário fático e econômico, isto é, exclui do con-
ceito de consumidor a figura do consumidor intermediário, que adquiriria o produto apenas
como insumo.

Teoria Mitigada/temperada/atenuada – STJ tem aplicado essa teoria, como se


fosse uma intermediária entre a teoria maximalista e teoria finalista, pois aceita que a
pessoa jurídica também seja considerada como consumidora, caso o bem que adquira seja
fora de sua área de atuação, devendo haver a comprovação da vulnerabilidade da
pessoa jurídica no caso concreto.

Ex.: empresa que adquire obra de arte apenas para enfeitar a sala de recepções, mas
cujo objeto social seja a comercialização de veículos.

DICA 140
JURISPRUDÊNCIAS ATUALIZADAS SOBRE CONCEITO DE CONSUMIDOR: APLICA-
ÇÃO DO CDC
Em maio de 2021, o STJ aplicou, mais uma vez a teoria mitigada do conceito de consumidor
para considerar o adquirente de unidade imobiliária, mesmo não sendo o destinatário
final do bem, entendendo que o referido adquirente, ainda que tenha comprado o imóvel
apenas para investimento, como estava de boa-fé e não se tratava de especialista em in-
vestimentos imobiliários, estava presente a vulnerabilidade e, portanto, foi considerado con-
sumidor. (STJ, 4ª T. AgInt no AREsp 1786252/RJ, Min. Antonio Carlos Ferreira).

Outras situações em que a jurisprudência entende pela aplicação do CDC:


Jurisprudência em teses, STJ, ed.n.74, Tema 12: As normas do CDC são aplicáveis aos
contratos do Sistema Financeiro de Habitação - SFH, desde que não vinculados ao
Fundo de Compensação de Variações Salariais - FCVS e posteriores à entrada em vigor da
Lei n. 8.078/90.

Súmulas aplicáveis quanto ao reconhecimento de relação de consumo:

Súmula 608, STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano
de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.

Súmula 563, STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas


de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados
com entidades fechadas.

DICA 141
JURISPRUDÊNCIAS ATUALIZADAS SOBRE CONCEITO DE CONSUMIDOR: NÃO APLI-
CAÇÃO DO CDC

Em julho de 2020, o STJ entendeu pela não aplicabilidade do CDC ao produtor rural
que adquire insumos agrícolas, pois não considerado destinatário final nos termos do
art. 2º do CDC. Nesse sentido:

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JURISPRUDÊNCIA

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO MONITÓRIA. CONTRATO


DE AQUISIÇÃO DE INSUMOS AGRÍCOLAS. PRODUTOR RURAL. INAPLICABILIDADE DO
CDC. PRECEDENTES DOS STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.1. Nos termos da jurisprudência do
STJ, o produtor rural não deve ser considerado destinatário final no contrato de
compra e venda de insumos agrícolas, motivo pelo qual não incide, nesses casos,
o Código de Defesa do Consumidor. Precedentes. Incidência da Súmula 83/STJ.2.
Agravo interno não provido. (AgInt no AREsp 363.209/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 15/06/2020, DJe 01/07/2020).

Em outra decisão recente de 2020, também constatou-se que não incide o código de defesa
do consumidor na relação entre acionistas investidores e a sociedade anônima de ca-
pital aberto com ações negociadas no mercado de valores mobiliários.

Outras situações de não reconhecimento de relação de consumo:

Não se aplica o CDC aos contratos administrativos, tendo em vista que a Administra-
ção Pública já goza de outras prerrogativas asseguradas pela lei.

Não se aplica o CDC aos contratos de fiança bancária no âmbito de um contrato


administrativo, que já goza de prerrogativas próprias, não havendo que se falar em liber-
dade contratual. Pode-se concluir, portanto, que a fiança bancária acessória a um contrato
administrativo também não representa uma relação de consumo. STJ. 3ª T. REsp
1.745.415-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 14/05/19 (Info 649).

Não se aplica o CDC ao contrato de conta corrente mantido entre corretora de


BITCOIN e instituição financeira. 3ª T. REsp 1696214-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bel-
lizze, j. 9/10/18 (Info 636).

Também não se aplica o CDC ao Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por
Veículos Automotores de via Terrestres ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não
– DPVAT. (INFO 614, STJ).
DICA 142
CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO

Além do conceito padrão de consumidor previsto no art. 2º do CDC, teremos algumas


situações em que diante de situações excepcionais também poderá haver a figura do con-
sumidor por equiparação, embora não tenha sido o mesmo que adquirira o bem ou ser-
viço. Dessa forma, são três tipos de consumidor a serem estudados:

Consumidor no sentido coletivo: O consumidor, em sentido coletivo, atinge a coleti-


vidade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de con-
sumo. É o consumidor stricto sensu ou standard:
Art. 2º, Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Grupo de pessoas que adquire ou esteja exposta à aquisição de produto alimentício nocivo
à saúde, como na situação de venda de produto estragado.

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Consumidor Bystander: São todas as vítimas do acidente de consumo, ainda que


não sejam consumidores daquele bem ou serviço. Aplica-se em relação à responsabilidade
pelo fato do produto e do serviço nos termos do art. 17 do CDC, in verbis:
Art. 17 - Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do
evento. (CONSUMIDOR BYSTANDER).
É a vítima de acidente de consumo, a exemplo das pessoas que prestaram socorro às
vítimas da Boate Kiss (consumidores em sentindo estrito) e acabaram sofrendo lesões.
É a vítima de atropelamento de ônibus comercial.

Consumidor potencial: São todas as pessoas, determináveis ou não, expostas às


práticas comerciais ou contratuais nele previstas (ofertas, publicidade, prática abu-
sivas, cobranças de dívidas, cadastros de banco de dados).
Art. 29 do CDC. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores
todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.

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PROCESSO CIVIL
DICA 143
TEORIAS DA AÇÃO

CIVILISTA (Imanentista) - Friedrich Carl von Savigny: direito de ação sem autonomia.
A ação como mera extensão do direito material.

CONCRETA - Adolf Wach: direito de ação passa a ser visto de forma


autônoma/desvinculada do direito material. Todavia, para exercer o direito de ação, seria
necessário que essa fosse julgada procedente. A ação somente se concretizaria pela pro-
cedência do pedido.

ABSTRATA - Heinrich Degenkolb e Alexander Plósz: o direito de ação continua sendo


autônomo, mas torna-se um direito abstrato, ou seja, independe se o pedido é julgado
procedente ou não.

ECLÉTICA - Enrico Tulio Liebman: adotada pelo CPC/15. o direito de ação


continua sendo autônomo e abstrato. Além disso, porém, o direito de ação fica con-
dicionado às chamadas condições da ação (interesse e legitimidade).

Ex.: Como exemplos temos os arts. 17 e 485 do CPC:


Art. 17 - Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Art. 485 - O juiz não resolverá o mérito quando: [...] VI – verificar ausência de legitimi-
dade ou de interesse processual (O autor exerce mero direito de petição haja vista que
há carência de ação).

ASSERÇÃO - O direito de ação continua sendo autônomo e abstrato. Essa teoria


também exige as condições da ação (interesse e legitimidade). Todavia, a análise da pre-
sença das condições é feita tão somente com base nas assertivas do autor na pe-
tição inicial. Após a dilação probatória, entendendo o juiz pela ausência das condições
da ação, acarretará no julgamento de mérito.

Ex.: haverá o reconhecimento da improcedência do pedido, com fulcro na ilegitimidade


da parte.
A teoria da asserção é adotada pelo STJ, motivo pelo qual é muito cobrada nas
provas.

DICA 144
DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO
Interesse processual e legitimidade ad causam são as chamadas condições da ação.

O interesse processual, também chamado de interesse de agir, é formado por um binô-


mio:

Necessidade: que é a necessidade de intervenção jurisdicional para satisfazer determi-


nada pretensão advinda de um dano ou perigo de dano.

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Utilidade: a ação, através do procedimento adequado, deve ser capaz de propiciar
uma melhora na situação jurídica da parte. Quando há inadequação da via eleita, não
há utilidade para a parte e configura-se carência de ação.

Quanto a legitimidade ad causam, para que se faça presente é necessário que os


sujeitos da relação jurídica de direito material sejam os mesmos da relação jurídica de
direito processual.

A legitimidade pode ser dada a qualquer indivíduo, bastando ser este titular do direito,
não fazendo distinção entre ser o sujeito capaz ou não.
A legitimidade pode ser dividida em:
ordinária: parte postula direito próprio em nome próprio.
extraordinária (substituição processual): parte pleiteia direito alheio em nome próprio.
Sendo necessária autorização legal.

O substituído poderá intervir no processo na qualidade de assistente litisconsorcial,


conforme previsão do art. 18, do CPC, o qual prevê que: ninguém poderá pleitear direito
alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo
único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente li-
tisconsorcial.

ATENÇÃO!!

Não confundir substituição processual com sucessão processual, a sucessão


ocorre quando há a saída de uma parte para a entrada de outra.

Ex.: quando há morte de uma das partes e o direito discutido é transmissível.

DICA 145
DOS ELEMENTOS DA AÇÃO
Os elementos são a verdadeira marca da ação, a partir deles é que se poderá analisar a
existência de ações idênticas, distintas ou semelhantes.

ATENÇÃO!!

Não confundir os elementos da ação com as condições da ação (interesse pro-


cessual e legitimidade ad causam).

São elementos da ação:

Partes: que são todos os sujeitos que participam do processo.

Causa de Pedir: essa por sua vez se subdivide em causa de pedir próxima que são os
fundamentos jurídicos e causa de pedir remota que são os fatos.

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Quanto a causa de pedir, o CPC adota a chamada teoria da substanciação, segundo a
qual é necessário explicitar os fundamentos jurídicos e os fatos, ou seja, a causa de pe-
dir próxima e remota.

Pedido: em regra deve ser certo (expresso), salvo em alguns casos em que o pedido é
implícito: juros, correção monetária, verbas de sucumbência (incluídos os honorários
advocatícios) e prestações vincendas. O pedido também deve ser, em regra, determi-
nado. Quando se fala em determinação do pedido, está-se falando em liquidez, ou seja,
no aspecto quantitativo da petição.

Existem situações, entretanto, que se autoriza o pedido genérico:


ações universais: são as que se pleiteia uma universalidade de bens.

Ex.: pedido para que o réu entregue uma biblioteca, com todos os livros contidos nesta;

impossibilidade de se determinar as consequências do ato ou do fato:

Ex.: ação que pleiteia perdas e danos por atropelamento, na qual não é possível quanti-
ficar inicialmente os lucros cessantes por estar a vítima hospitalizada.

a apuração do valor ou do objeto depende de ato a ser praticado pelo réu:

Ex.: muito utilizado é a ação de exigir contas. Somente sendo possível definir o valor que
o autor faz jus após a prestação de contas do réu.
DICA 146
DA CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
O CPC traz a possibilidade de cumulação de pedidos contra um mesmo réu, ainda que não
haja conexão entre esses pedidos, não precisando os pedidos decorrerem de um mesmo
fato.

Cumulação própria: possibilidade de o autor obter procedência simultânea de dois ou


mais pedidos.

Cumulação própria simples: pedidos independentes. Juiz pode conceder, qualquer de-
les ou ambos.

Ex.: danos materiais cumulados com danos morais.

Cumulação própria sucessiva: o segundo pedido só pode ser analisado se procedente


o primeiro.

Ex.: investigação de paternidade cumulada com alimentos. Neste caso, os alimentos


somente serão analisados se resolvida a questão da paternidade.

Cumulação imprópria: não há possibilidade de procedência simultânea de dois ou mais


pedidos. Na verdade, não há propriamente uma cumulação uma vez que o autor não
deseja os dois pedidos.

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Cumulação imprópria subsidiária: juiz conhece o segundo pedido após não conhecer
o primeiro.
Ex.: pede-se a anulação do casamento, subsidiariamente (se não der) pede o divórcio.

Cumulação imprópria alternativa: autor formula mais de um pedido para que o juiz
acolha qualquer deles. É como se o autor dissesse que tanto faz qual o juiz acolher, sem
que exista uma ordem de preferência.

DICA 147
DA POSSIBILIDADE DE MODIFICAÇÃO DO PEDIDO

O art. 329 do CPC tratou da possibilidade de o autor modificar o pedido apresentado na


inicial. Existindo três possibilidades a depender do momento:

Pedido de modificação feito antes da citação do réu: possibilidade de alteração


do pedido ou causa de pedir, sendo desnecessário o consentimento do réu, afinal ele
não foi citado.

Pedido de modificação feito após a citação do réu: é possível modificar o pedido


ou causa de pedir. Porém, nesse momento, é necessário o consentimento do réu que já
fora citado.

Após a fase de saneamento do processo: não é mais possível qualquer alteração no


pedido ou causa de pedir.
DICA 148
DO DEVIDO PROCESSO LEGAL

O devido processo legal é tido como o princípio maior, sendo causa direta dos demais
princípios.
Quanto ao seu aspecto formal, é uma garantia de observância das formalidades contra
eventual abuso de poder.
Entretanto, também é necessário explorar o devido processo sobre o aspecto mate-
rial/substancial. Neste aspecto, tem-se os limites impostos ao poder legislativo, im-
pedindo que uma lei ou ato administrativo viole os direitos do cidadão. Portanto, possui um
alcance mais amplo do que as garantias formais.
DICA 149
DO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

Possui previsão constitucional no art. 5º, LV da CF.

O CPC, também trouxe tal princípio em seu art. 7º, afirmando que cabe ao juiz zelar pelo
efetivo contraditório. Esse contraditório efetivo (também chamado de dinâmico), é di-
ferente do chamado contraditório estático e se firma em três pilares:

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Direito de ação e reação/bilateralidade de audiência: é a ideia clássica deste prin-


cípio, sendo basicamente o direito de dizer e desdizer.

Poder de influência: não basta a ação e reação, as partes devem ter o poder de influ-
enciar o ato decisório.

Proibição de decisão surpresa: juiz não pode surpreender as partes com as chamadas
decisões de terceira via, ou seja, juiz não pode decidir com fundamento sobre o qual
não tenha dado às partes oportunidade de manifestação, mesmo se tratando de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício. É a previsão do art. 10 do CPC.

A regra é que o contraditório seja antecipado, conforme previsão do art. 9º do CPC.

Entretanto, o próprio dispositivo legal traz situações que excepcionam esta regra:

tutela provisória de urgência;

às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311;

à decisão prevista no art. 701. (ação monitória)

Contraditório inútil: ocorre quando a decisão é proferida sem a oitiva da parte, mas é
favorável a ela.

Contraditório eventual: exercido em outro processo.

Ex.: Embargos à execução, na qual a defesa da execução se dá em ação própria para


exercício do seu contraditório.
DICA 150
DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ
Quando se trata da boa-fé, importa ao direito processual a chamada boa-fé objetiva, que
é aquela que não analisa a intenção do sujeito.

ATENÇÃO!

A verificação da violação à boa-fé objetiva dispensa a comprovação do


animus do sujeito processual. (En. 1, CJF).

VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM: a boa-fé impede a adoção de comporta-


mentos contraditórios. Não podendo a parte no curso do processo adotar um comporta-
mento que indica certa postura e, posteriormente, um comportamento contraditório.

Ex.: expresso no CPC é o art. 1000, que prevê que a parte que aceitar expressa ou
tacitamente a decisão não poderá recorrer.

DUTY TO MITIGATE THE LOSS: esse princípio é um dever, fundado na boa-fé, de


mitigação pelo credor de seus próprios prejuízos. Deve o credor, diante do inadimplemento
do devedor, adotar medidas razoáveis para diminuir suas perdas.

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Enunciado 169, CJF: O princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a


evitar o agravamento do próprio prejuízo.

DICA 151
DA REPRESENTAÇÃO EM JUÍZO DAS PESSOAS JURÍDICAS E FORMAIS
As pessoas jurídicas e formais possuem capacidade de ser parte desde que devidamente
representadas, sejam elas sujeitos ativos ou passivos da ação.

O art. 75 do CPC traz essa representação:

A União: pela Advocacia Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado.

Os Estados e o Distrito Federal: por seus Procuradores.


Conforme previsão do §4º do art. 75 do CPC, os Estados e o DF poderão ajustar compro-
misso recíproco para a prática de atos de seus procuradores, desde que haja um convênio
para isso.

Os Municípios: por seu prefeito, procurador ou Associação de Representação de Muni-


cípios, quando expressamente autorizada;
IMPORTANTE: Essa representação dos Municípios foi conferida pela Lei n° 14.341/22!
Portanto, tem grande possibilidade de cair em sua prova! Isso pois, a Banca pode colocar
a redação antiga desse artigo, levando o candidato a cair em “pegadinha”.

As Autarquias e Fundações Públicas: por quem a lei do ente federado designar.

A Massa Falida: é representada pelo administrador judicial.

A Herança Jacente ou Vacante: pelo curador designado no processo.

O Espólio: pelo inventariante.

A Pessoa Jurídica: por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não
havendo essa designação, por seus diretores.

A sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem persona-


lidade jurídica: pela pessoa a quem couber a administração de seus bens.

A Pessoa Jurídica Estrangeira: pelo gerente, representante ou administrador de


sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.

O Condomínio: pelo administrador ou síndico.

Destaca-se que, quanto a representação do Município, a Lei n° 14.341/22 incluiu


§5º, o qual preconiza que:

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§5º A representação judicial do Município pela Associação de Representação de Municípios
somente poderá ocorrer em questões de interesse comum dos Municípios associados
e dependerá de autorização do respectivo chefe do Poder Executivo municipal, com indi-
cação específica do direito ou da obrigação a ser objeto das medidas judiciais.
DICA 152
CAPACIDADE POSTULATÓRIA

A capacidade postulatória é a capacidade de requerer (postular) em juízo, atribuída,


em regra, ao advogado.

Os estagiários, de acordo com o Estatuto da OAB, somente podem praticar atos jun-
tamente ao advogado e sob responsabilidade deste.
O art. 3º da Lei 8.906/94 prevê que o exercício da atividade de advocacia no território
brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advoga-
dos do Brasil (OAB).
§2º, O estagiário de advocacia, regulamente inscrito, pode praticar os atos previstos no art.
1º, na forma do regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste.

Existem situações em que pessoas sem formação jurídica poderão postular, como
por exemplo nos juizados especiais ou no caso de habeas corpus.
DICA 153
DO INSTRUMENTO DE MANDATO

Para exercer a capacidade postulatória faz-se necessária a juntada do instrumento de


mandato, mais conhecido como procuração.

Nos termos do art. 104 do CPC, o advogado não é admitido a postular em juízo sem
procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato
considerado urgente.
Nestas hipóteses, o advogado deverá, independente de caução, apresentar a procuração
no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período.

Caso o mandato não seja juntado dentro do prazo legal, os atos praticados pelo advo-
gado serão considerados ineficazes, ficando o advogado responsável pelas despesas e
por perdas e danos.

Conforme previsto no art. 105 do CPC, a procuração geral para o foro, outorgada por
instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos
os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pe-
dido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar
quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência.
DICA 154
CONEXÃO E CONTINÊNCIA

A conexão e a continência dão a ideia da existência de mais de uma ação tramitando


em paralelo e com identidade parcial de elementos da ação (partes, causa de pedir e
pedido). Quando assim ocorrer, em regra, as ações serão reunidas para julgamento con-
junto, em verdadeira causa de modificação de competência.
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A identidade dos elementos deverá ser parcial, afinal se fosse total ocorreria a chamada
litispendência.

Para que haja a conexão, conforme previsto no art. 55 do CPC, é preciso que haja
identidade da causa de pedir ou pedido.

Ex.: as execuções fundadas no mesmo título executivo.

Reconhecida a conexão, os processos deverão ser reunidos no juízo prevento, que é


aquele no qual primeiro ocorreu o registro ou a distribuição da inicial.
O § 3º do art. 55 trouxe grande novidade ao prever a possibilidade de reunião e julgamento
conjunto dos processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes
ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

SÚMULAS DO STJ

Súmula 515 do STJ: A reunião de execuções fiscais contra o mesmo devedor constitui
faculdade do Juiz.
Súmula 235 do STJ: A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já
foi julgado.

Já a continência ocorre quando há duas ou mais causas com identidade de partes


e causa de pedir e o pedido de uma, por ser mais amplo, abranger o pedido da outra.
A ação de pedido mais amplo é chamada continente, enquanto a de pedido menos am-
plo é chamada de contida.

Caso a ação contida tenha sido proposta primeiro haverá a reunião das ações. Ao con-
trário, se a ação continente tiver sido proposta antes, a ação contida será extinta
sem resolução do mérito.
DICA 155
DENUNCIAÇÃO DA LIDE

A denunciação da lide é uma das formas de intervenção de terceiro mais cobrada. É


cabível quando for possível intentar ação de regresso contra terceiro, caso a parte seja
derrotada.

A denunciação da lide pode ser feita tanto pelo autor como pelo réu.
Conforme art. 127 do CPC, feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir
a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial,
procedendo-se em seguida à citação do réu.
CUIDADO! O CPC/73 previa a possibilidade de o denunciado até aditar a inicial.
Atualmente só é possível apresentar novos argumentos.

Quanto à denunciação pelo réu, existem três desdobramentos lógicos de acordo


com o art. 128 do CPC:

se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo,

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na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado.

se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa,
eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação re-
gressiva

se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante


poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas
a procedência da ação de regresso.

Havendo uma ação contra dois réus, é possível um dos réus denunciar da lide con-
tra o outro.
Uma denunciação da lide extemporânea pode ser aproveitada caso o denunciado aceite
a denunciação, contestando apenas o mérito da demanda principal, ou seja, se o próprio
denunciado reconhece sua obrigação regressiva, ao contestar somente a inicial, não há
óbice à denunciação intempestiva.

A denunciação da lide não pode ser determinada de ofício.


De acordo com o art. 129 do CPC, caso o denunciante seja vencido na ação principal, o
juiz passará ao julgamento da denunciação da lide.
Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado,
sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em
favor do denunciado.
Enunciado 122, FPPC: Vencido o denunciante na ação principal e não tendo havido
resistência à denunciação da lide, não cabe a condenação do denunciado nas verbas de
sucumbência.
DICA 156
CHAMAMENTO AO PROCESSO
O chamamento ao processo é possível quando existe entre o réu e um terceiro uma relação
de coobrigação.
De acordo com o art. 130 são essas as hipóteses possíveis de chamamento:
do afiançado, na ação em que o fiador for réu;

dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;


dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o paga-
mento da dívida comum.
O chamamento ao processo só pode ser feito pelo réu, que o requererá na contestação e,
após, promoverá a citação dos terceiros (dentro de 30 dias). Estes integrarão a lide na
qualidade de litisconsortes passivos
Quando o CPC fala que o réu tem que promover a citação dentro de 30 dias, sob pena do
chamamento ficar sem feito, significa dizer que ele deve fornecer as condições para que a
citação ocorra e não que a citação deva efetivamente ocorrer dentro desse prazo.

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O prazo de 30 dias se aplica para chamados que residem na mesma Comarca, pois caso
os terceiros chamados residam em outra Comarca, Seção ou Subseção Judiciária esse prazo
é de 2 meses.

A grande vantagem do chamamento ao processo é que caso for condenado e pagar a


totalidade da dívida, ele pode utilizar a sentença condenatória como título executivo contra
os demais, sem a necessidade de nova ação.
Entende o STJ que é inviável o chamamento ao processo de entes federativos em demandas
relacionadas ao fornecimento de medicamentos ou prestação de serviços de saúde.
“O chamamento ao processo da União, nas demandas propostas contra os demais entes
federativos responsáveis para o fornecimento de medicamentos ou prestação de ser-
viços de saúde, não é impositivo, mostrando-se inadequado opor obstáculo inútil à garan-
tia fundamental do cidadão à saúde". (STJ, EDcl no REsp 1.203.244/2016)
DICA 157
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Em caso de ação contra pessoa jurídica é possível atingir o patrimônio dos sócios.
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.

É cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença


e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
Caso a desconsideração da personalidade jurídica seja requerida na petição inicial, dis-
pensa-se a instauração do incidente, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa
jurídica. Nesse caso não será suspenso o processo.

A desconsideração só será possível quando há abuso de personalidade jurídica,


caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial. Não basta a
configuração do estado de insolvência da empresa ou seu encerramento irregular de ativi-
dade etc. É a chamada teoria maior da desconsideração da personalidade jurídica.
Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e re-
querer as provas cabíveis no prazo de 15 dias.
Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em
fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

Existe ainda a chamada desconsideração inversa, na qual há uma ação contra o sócio
e busca-se atingir o patrimônio da PJ. É muito comum no direito de família, sobretudo no
caso de divórcio.

Enunciado 283, CJF: É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denomi-


nada inversa para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou
desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros.
De acordo com o art. 10 da Lei 9.099 não é admitida qualquer forma de intervenção de
terceiro nos juizados especiais. Todavia, o CPC prevê que o incidente de desconsideração é
aplicável aos juizados.

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DICA 158
AMICUS CURIAE

O amicus curiae é um colaborador informal da justiça, desempenhando papel contribu-


tivo muito relevante para pluralidade do diálogo, a fim de se obter arrimo para a melhor
decisão possível.
A participação do amicus curiae traz para o processo a representação da sociedade, so-
bretudo em questões de grande repercussão social.

Para que o amicus curiae seja admitido, o juiz analisará a relevância da matéria, a
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia.
Poderá admitir, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica,
órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 dias
de sua intimação.

Poderá ocorrer a participação do amicus curiae tanto nas causas de 1º grau como nos
Tribunais.

Portanto, os requisitos para participação do amicus curiae serão:

Relevância da matéria;

Especificidade do tema objeto da demanda; e

Repercussão social.

São irrecorríveis as decisões que solicitam (juiz age de ofício) ou admitem (há reque-
rimento para intervenção) a participação de amicus curiae.

Apesar de certa polêmica, o STF, no Informativo 920 decidiu ser também irrecorrível
a decisão denegatória de ingresso, no feito, como amicus curiae.
A intervenção do amicus curiae não implica alteração de competência. Dessa forma, se
intervém uma autarquia federal em uma ação que tramita na justiça estadual, não haverá
deslocamento para justiça federal.

Em regra, o amicus curiae não autoriza a interposição de recurso, salvo:

Embargos de Declaração; e

Recurso do acórdão que julga o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas. Esse


RE ou REsp que será interposto em face do IRDR também interposto pelo amicus curiae.
DICA 159
DOS PRAZOS DOS ATOS PROCESSUAIS

Conforme o art. 218 do CPC, os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos
em lei.
Em caso de ser a lei omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade
do ato.

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Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a
comparecimento após decorridas 48 horas.

Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 dias o prazo
para a prática de ato processual a cargo da parte.

Prazo legal: é aquele em que a lei fixa o prazo. Ex.: Prazo de interposição de recurso.

Prazo judicial: é o estipulado pelo juiz, tomando como base a complexidade do caso
concreto.
Com o advento do CPC/2015 acabou a chamada intempestividade por prematuridade,
que é aquela em que o ato é praticado antes do termo inicial do prazo.

Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão so-
mente os dias úteis. Essa regra se aplica apenas aos prazos processuais.
DICA 160
SUSPENSÃO DOS PRAZOS PROCESSUAIS

Quando ocorre a suspensão, o prazo é retomado de onde parou, ao passo que


havendo a interrupção o prazo retorna do zero.
Uma das previsões de suspensão dos prazos é no período de recesso de 20/12 a 20/01.

Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros


do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça
exercerão suas atribuições durante este período.
Nesse período não há realização de audiências ou sessões de julgamento.
Também se suspendem os prazos por obstáculo criado em detrimento da parte.

Trata-se de uma cláusula aberta, um conceito vago, sendo que em caso de o juiz enten-
der que uma parte opôs obstáculo injustificado poderá reconhecer a suspensão.

Nas hipóteses do art. 313 do CPC também ocorrerá a suspensão dos prazos:

pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu
representante legal ou de seu procurador;

pela convenção das partes;

pela arguição de impedimento ou de suspeição;

pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;

quando a sentença de mérito:

depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de


inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo
pendente;
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tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a pro-


dução de certa prova, requisitada a outro juízo;

por motivo de força maior;

quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de


competência do Tribunal Marítimo;

nos demais casos que o CPC regula.

pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo pro-
cesso constituir a única patrona da causa;

quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa


e tornar-se pai.

Ainda se suspendem os prazos processuais durante a execução de programas de


autocomposição, instituídos pelo poder judiciário.

Ex.: Semana da autocomposição.

DICA 161
PRECLUSÃO TEMPORAL

Finalizado o prazo para prática de determinado ato processual há extinção automá-


tica do direito de praticá-lo, independentemente de qualquer declaração judicial de que
houve a preclusão temporal, salvo demonstrada a ocorrência de justa causa.
A justa causa estará configurada pelo impedimento da prática do ato por si ou por
mandatário devido a evento alheio à sua vontade.

Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar.

Não é possível fazer qualquer complementação de ato já praticado, em decorrência da


preclusão consumativa.
DICA 162
CONTAGEM DOS PRAZOS

Em regra, os prazos são contados com exclusão do dia de início e inclusão do dia
de vencimento, salvo disposição em sentido contrário.
Assim, não conta o dia da intimação, mas apenas o seguinte.
Caso o dia do começo ou do vencimento do prazo coincidir com dia em que o ex-
pediente forense for encerrado antes ou iniciado após o horário normal, esse dia será pro-
traído para o primeiro dia útil seguinte. Trata-se de novidade uma vez que a previsão
do Código anterior era somente para o dia do vencimento.

Também se aplica essa regra no caso de ocorrer indisponibilidade do sistema eletrô-


nico, devendo essa ser reconhecida pelo poder judiciário.
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Considera-se como data de publicação (intimação – dia do começo) o primeiro dia
útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.

A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação/in-
timação.

Ex.: Há uma disponibilização em 19/10/2021 (terça) de uma decisão determinando que


o autor pratique um ato em 5 dias. A intimação ocorrerá em 20/10/2021. Na quinta-feira
(21/10/2021) é o dia do início do prazo. Considerando que o prazo é de 5 dias úteis, o prazo
acabará em 27/10/2021 (quarta-feira).
A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor,
desde que faça de maneira expressa.
DICA 163
PRAZOS DO JUIZ

Nos termos do art. 226 do CPC, o juiz proferirá:

os despachos no prazo de 5 dias;

as decisões interlocutórias no prazo de 10 dias;

as sentenças no prazo de 30 dias.

É possível, em qualquer grau de jurisdição, se existir motivo justificado, que o juiz


exceda tais prazos por igual período.
Os prazos do juiz são chamados impróprios, uma vez que mesmo descumpridos não
acarretará em preclusão.
DICA 164
PRAZO EM DOBRO
No processo civil terão prazo em dobro em qualquer juízo ou tribunal:
Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores e de escritórios de advocacia
distintos e processo físicos (não se aplica a autos eletrônicos), independente de reque-
rimento.

SÚMULA 641, STF

Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja su-
cumbido.

Ministério Público, Fazenda Pública, Defensoria Pública e escritórios de prática jurídica.


Esses prazos são contados a partir da intimação pessoal do órgão. Em processo físico,
se dá a partir do momento da carga/remessa à repartição, ou seja, do recebimento dos
autos pela secretaria do órgão, ao contrário do advogado que é intimado pelo DJE.
Havendo prazo próprio não há que se falar de prazo em dobro para esses entes.

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Conforme já decidiu o STF: “a regra que confere prazo em dobro à Fazenda Pública para
recorrer não se aplica aos processos objetivos, que se referem ao controle abstrato de
leis e atos normativos. (STF, ARE 830.727/2019)

Não possuem prazo em dobro: Empresas públicas; Sociedade de economia mista;


Fazenda Pública em processos objetivos (que se referem ao controle abstrato de constitu-
cionalidade; e Defensor Dativo.
DICA 165
IMPEDIMENTOS TEMPORÁRIOS PARA A REALIZAÇÃO DA CITAÇÃO

O art. 244 enumera hipóteses em que temporariamente não se realizará a


citação, salvo para evitar o perecimento do direito:

de quem estiver participando de ato de culto religioso.

de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou


afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento
e nos 7 (sete) dias seguintes;

de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;

de doente, enquanto grave o seu estado.

Caso a citação seja realizada durante esses impedimentos temporários será anulável.
Há ainda outra previsão no art. 245: quando se verificar que o citando é mentalmente
incapaz ou está impossibilitado de receber a citação.

Essa impossibilidade é entendida pela doutrina como deficiência permanente (ex.:


réu surdo mudo).
Nesse caso, o oficial de justiça descreve o ocorrido, sem cumprimento.
O juiz determina o exame do citando, que será feito por um médico e apresentará laudo em
5 dias, esse laudo será dispensado se pessoa da família apresentar declaração médica,
atestando a incapacidade.

Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando,


quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à
causa. A citação então será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa
dos interesses do citando.
DICA 166
MODALIDADES DE CITAÇÃO
Com a redação dada pela Lei nº 14.195/2021, o art. 246 do CPC passou a prever que, a
citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias
úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços eletrônicos indicados
pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do Conselho
Nacional de Justiça.

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A ausência de confirmação, em até 3 (três) dias úteis, contados do recebi-


mento da citação eletrônica, implicará a realização da citação (Art. 246, §1º-
A):

Correio;

Oficial de Justiça;

Escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;

Edital.

DICA 167
CITAÇÃO POSTAL

A citação será feita por meio eletrônico ou pelo correio para qualquer comarca
do País – novidade legislativa acrescida pela Lei 14.195/2021. Exceto:

Ações de estado (ações que geram alteração no estado civil, capacidade, nacionalidade)
Ex.: divórcio, anulação de casamento etc.)

Citando incapaz;

Pessoa de direito público (que será citada perante o órgão de representação);

Citando residir em local não atendido pelo correio;

Autor, justificadamente, requerer a citação de outra forma.

Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao ci-


tando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o
endereço do juízo e o respectivo cartório.

A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a


entrega, que assine o recibo.
Quanto à citação das pessoas jurídicas, o CPC fala que é válida a entrega do mandado
a pessoas com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, na pessoa de
funcionário responsável pelo recebimento de correspondência.

Prevalece, portanto, a teoria da aparência, a fim de admitir a citação da PJ feita àquele


que aparentemente representasse a pessoa jurídica. Para a previsão legal do CPC basta que
seja um funcionário responsável pela correspondência.

No que se refere às pessoas físicas residentes em condomínios edilícios ou nos lotea-


mentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria

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responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o rece-
bimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência
está ausente.

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DIREITO EMPRESARIAL

DICA 168
TEORIA GERAL DA EMPRESA: CONCEITOS INICIAIS DE EMPRESA E EMPRESÁRIO
O atual Código Civil de 2002 adotou a teoria da empresa para conceituação de empresa e
empresário, em contraposição às antigas teorias do direito comercial – teoria subjetiva e
teoria dos atos de comércio.

Teoria subjetiva – a empresa é vista como um direito do comerciante (período subjetivo


das corporações de ofício) ou dos atos de comércio (período objetivo da codificação napo-
leônica)

Teoria objetiva – a empresa é vista como um ato de comércio (período objetivo do


Código de Napoleão). Teoria adotada pelo Código Comercial Brasileiro até a unificação do
direito civil com a publicação do Código Civil de 1916.
A teoria da empresa adotada pela atual legislação desloca os conceitos inicias das teorias
então vigentes para a atividade empresarial.
Assim, empresário será aquele que exercer profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços, nos termos do
Art.966, do Código Civil de 2002.

Segundo a Doutrina de André Santa Cruz, a concepção moderna da teoria da empresa


deu-se através e jurista italiano, ASQUINI, que compreende a empresa como um fenômeno
econômico abrangendo a organização dos chamados fatores de produção: natureza, capi-
tal, trabalho e tecnologia.

Assim, a empresa é vista como um fenômeno econômico poliédrico, com quatro perfis
distintos quando transposto para o Direito segundo citado por André Santa Cruz:
a) o perfil subjetivo, pelo qual a empresa seria uma pessoa (física ou jurídica, é preciso
ressaltar), ou seja, o empresário;
b) o perfil funcional, pelo qual a empresa seria uma “particular força em movimento que
é a atividade empresarial dirigida a um determinado escopo produtivo”, ou seja, uma ativi-
dade econômica organizada;
c) o perfil objetivo (ou patrimonial), pelo qual a empresa seria um conjunto de bens afe-
tados ao exercício da atividade econômica desempenhada, ou seja, o estabelecimento em-
presarial; e
d) o perfil corporativo, pelo qual a empresa seria uma comunidade laboral, uma instituição
que reúne o empresário e seus auxiliares ou colaboradores, ou seja, “um núcleo social or-
ganizado em função de um fim econômico comum”. Esse último perfil não é adotado pela
atual teoria da empresa, diante de seus contornos atrelados à ideologia fascista da época.
Para efeitos de provas objetiva, importante realizar a leitura da legislação específica. Quanto
à adoção da teoria da empresa pelo CC/02, leia-se o artigo 966, que trata a matéria e seus
incisos.

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica


organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

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Assim, não é qualquer pessoa que pode ser considerada empresária, apenas aquela
que realize atividade econômica de forma habitual, profissionalmente. Dessa forma,
por exemplo, uma pessoa que vende eventualmente seu veículo, de uso pessoal, para ad-
quirir outro ou não, não deve ser considerado empresário, pois lhe falta a habitualidade
requerida na lei.
Empresa, nesse sentido, é uma atividade econômica, ou seja, visa lucro, para a produção
de bens ou de serviços, não mais prevalecendo as teorias subjetiva ou de atos do comércio
no Brasil.
DICA 169
TEORIA GERAL DA EMPRESA: ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS – AGENTES
ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE EMPRESÁRIO

Exclusão de Profissionais intelectuais do conceito de empresário, salvo se pre-


sente o elemento empresa.
De acordo com o parágrafo único do art.966 do CC/02, não se considera empresário
quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda
com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa, ou seja, será empresa se for atividade econômica organizada, por
exemplo, com a presença de empregados, para a obtenção de lucros.
Fábio Ulhoa Coelho, em seu Manual de Direito Empresarial, explica que a empresa é ativi-
dade econômica organizada, desde que nela se encontre, articulados pelo empresário, os
fatores de produção: capital, mão de obra, insumos e tecnologia.
Nesse sentido, segundo Coelho, não é empresário quem explora atividade de atividade de
produção ou circulação de bens ou serviços sem alguns desses fatores e, por exemplo, o
comerciante de perfumes que leva ele mesmo, à sacola, os produtos até os locais de traba-
lho ou residência dos potenciais consumidores explora atividade de circulação de bens, fá-
lo com intuito de lucro, habitualidade e em nome próprio, mas não é empresário, porque
em seu mister não contrata empregado, não organiza mão de obra.
Um outro exemplo é o médico que é procurado por pacientes para serem atendidos pes-
soalmente, sendo o fator pessoalidade muito importante para descaracterizar o elemento
empresa. Na medida em que os pacientes passaram a buscar a clínica com inúmeros médi-
cos (uma policlínica, por exemplo), já com empregados e sem necessariamente serem aten-
didos pelo médico fundador da mesma, pode-se entender que haverá a impessoalidade
necessária para a caracterização do elemento empresa.
Todavia, para outros autores, como André Souza Cruz Ramos, nesse ponto, diverge de Fabio
Ulhoa Coelho, por entender que a atividade empresarial poderá estar presente ainda
que não exista a contratação de empregados, como é o caso dos empresários indi-
viduais ou mesmo dos empresários virtuais. Mais importante aqui é a presença da
atividade econômica visando o lucro.
DICA 170
TEORIA GERAL DA EMPRESA: ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS – OUTROS AGEN-
TES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE EMPRESÁRIO

Empresários rurais não registrados na junta comercial.


De acordo com o CC/02, o empresário rural que não se registrar na junta comercial, não
será considerado empresa, mas mero exercente de atividade civil. Vale lembrar que,
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para qualquer atividade empresarial será obrigatória a inscrição do empresário no Registro
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade (Art.967,
CC/02). Em relação ao empresário rural, aplica-se o art.971 a seguir:
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, obser-
vadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no
Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito,
ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
NOVIDADE LEGISLATIVA!
Art.971, Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo à associação que de-
senvolva atividade futebolística em caráter habitual e profissional, caso em que, com a
inscrição, será considerada empresária, para todos os efeitos. (Incluído pela Lei nº 14.193,
de 2021)!!! Reler sempre que possível, chances de ser cobrado.
Nesse caso, se associação futebolística em caráter habitual e profissional optar pelo registro
empresarial, da mesma forma que o empresário rural, passará a ser considerada empresa,
para todos os efeitos.
DICA 171
TEORIA GERAL DA EMPRESA: ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS – OUTROS AGEN-
TES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE EMPRESÁRIO

Cooperativas:
Por fim, a terceira situação em que atividade econômica civil não será considerada empre-
sarial, conforme previsão expressa da lei:

Cooperativa nunca será considerada atividade empresária, ainda que tenha elemento
empresa.
Destaca-se: a cooperativa poderá obter lucro, mas esse não poderá ser o principal
fim da mesma. Ainda que a cooperativa se inscrevesse como empresa na Junta comercial,
nunca poderá ser considerada empresária. De acordo com a lei civil (artigo muito cobrado
em provas!):
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por
objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, sim-
ples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a socie-
dade por ações; e, simples, a cooperativa.
DICA 172
SOCIEDADE DE ADVOGADOS
Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil) versa, em
seus arts. 15 a 17, sobre a sociedade de advogados, dispondo que ela é uma “(...) socie-
dade simples de prestação de serviço de advocacia (...)” submetida à regulação es-
pecífica prevista na referida lei.
Dessa forma, ainda que haja o elemento empresa (se pensarmos em grandes escritórios
de advocacia, que a pessoalidade do serviço se dilui, parecendo-se mais com uma verda-
deira empresa), a sociedade de advogados não é considerada como sociedade em-
presarial, diante da especialidade do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do
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Brasil. A sociedade de advogados é uma sociedade em nome coletivo, em que seus sócios
respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.
A Lei 8.906/1994 atualmente permite a constituição de “sociedade unipessoal de ad-
vocacia”, isto é, uma sociedade de advogados com apenas um sócio.
DICA 173
TEORIA GERAL DA EMPRESA: CAPACIDADE PARA O EXERCÍCIO DE EMPRESA
De acordo com o Código Civil, art. 972, podem exercer a atividade de empresário os que
estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Não confundir o art.974, que trata da continuidade do exercício da atividade empre-
sarial por incapaz por meio de uma autorização judicial (isto é, a incapacidade foi superve-
niente à constituição da empresa), com a situação em que o incapaz, com 16 anos comple-
tos, preenche as condições para a sua emancipação em decorrência do estabelecimento
comercial em razão do qual tenha economia própria, prevista no art. 5º, § único, V do CC.
Destaca-se que, caso haja a autorização judicial para continuidade da atividade empresarial
pelo menor, o patrimônio anterior do mesmo ficará protegido do resultado da empresa,
devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.
Regra geral - art. 972, CC: só pode exercer empresa quem estiver em pleno gozo
da capacidade civil e não for legalmente impedido.

EXCEÇÃO - art. 974, CC: o incapaz pode ser autorizado a continuar empresa individual
quando:
a) a incapacidade for superveniente ou
b) houver titularidade adquirida por sucessão causa mortis.
DICA 174
TEORIA GERAL DA EMPRESA: IMPEDIMENTOS PARA O EXERCÍCIO DE EMPRESA
Apenas os capazes civilmente poderão exercer a empresa, salvo o incapaz autorizado
pelo Juiz excepcionalmente. Assim, os incapazes são, em regra, impedidos de exer-
cer empresa. Não se confunda o exercício de empresa, ou seja, de abrir uma empresa
como empresário individual ou ser sócio administrador de uma sociedade empresarial, da
própria condição de sócio, situação diversa.

São impedidos de exercer empresa:

Magistrados, de acordo com a LOMAN – LC 35/75;

Membros do Ministério Público – Lei 8.625/93;

Servidores públicos federais, nos termos da Lei 8.112/90;

Militares – Lei 6.880/80;

Pessoas condenadas pela pratica de determinados crimes – art. 1011, §1º, CC.

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DICA 175
SOCIEDADE ENTRE PESSOAS CASADAS
Impossibilidade de sociedade empresarial entre pessoas casadas no regime de comu-
nhão universal de bens ou no da separação obrigatória, conforme art.977, cc.
Importante: não havia proibição de sociedade empresarial na situação supramenci-
onada no antigo Código Civil. Assim, antes do CC/02 podia haver sociedade empresarial
constituída entre pessoas casadas no regime de comunhão de bens ou no da separação
absoluta.
Independente do regime de bens, o empresário casado pode, sem necessidade de ou-
torga conjugal, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de
ônus real.
DICA 176
NOME EMPRESARIAL
De acordo com art. 1.155, do CC/02, considera-se nome empresarial a firma ou denomi-
nação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.

Firma – individual ou social, formada por um nome civil – do próprio empresário, no


caso de firma individual, ou de um ou mais sócios, no caso de firma social. O núcleo da
firma é, pois, sempre um nome civil (por exemplo, Miguel Reale ou M. Reale). Pode ser
indicado o ramo da atividade – ex: Miguel Reale Estofados.

Denominação – aqui utiliza-se um nome de fantasia e o objeto social. Deverá ser


utilizada por sociedades de capital, tais como as sociedades anônimas. Ex: União açúcares
S.A.
A maioria da doutrina ainda traz a hipótese de uso de firma ou denominação de forma
opcional pelas EIRELIS - empresas individuais de responsabilidade limitada. No entanto, as
EIRELIS foram extintas pela Lei 14.195/21, publicada em 26 de agosto de 2021, em seu
artigo 41.
Como as disposições do art.41 da Lei 14.195/21 são contrárias às disposições contidas no
CC/02 sobre as EIRELI, revogam-na tacitamente, extinguindo o tipo societário. As Eireli é a
sigla utilizada para a empresa individual de responsabilidade limitada, que era constituída
por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que
não podia ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País nos termos
do art.980-A, do CC. Tal dispositivo foi revogado e não mais existe a EIRELI.
DICA 177
NOME EMPRESARIAL

Nova modalidade de nome empresarial:


A Lei de ambiente de negócios, publicada em 26 de agosto de 2021, já em vigor, traz
significativas mudanças em diversos ramos do direito, especialmente no âmbito do
direito empresarial. Dentre as mudanças, insere um novo nome empresarial, com a
finalidade de facilitar a abertura de empresas no País.
Dessa forma, modificou a lei 8.934/94 (lei que dispõe sobre o Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades afins e dá outras providências), através da inserção do art.35, nos
seguintes termos:
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Art. 35-A. O empresário ou a pessoa jurídica poderá optar por utilizar o número de inscrição
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) como nome empresarial, seguido da partí-
cula identificadora do tipo societário ou jurídico, quando exigida por lei.
Assim, surge nova modalidade de nome empresarial que é a inscrição apenas do
CNPJ, seguindo da identificação do tipo societário conforme exigido em lei.

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DIREITO PENAL

DICA 178
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL: PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Nullum crimen sine praevia lege (não há crime sem lei anterior que o defina)

Não há:

Crime sem lei anterior que o defina;

Pena sem prévia cominação legal.


A elaboração de normas incriminadoras é função exclusiva da lei;

Divisão do princípio da legalidade: reserva legal + anterioridade da lei penal.


DICA 179
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL

Somente lei em sentido estrito (formal) pode:

Definir condutas criminosas; e

Estabelecer sanções penais (penas e medidas de segurança).


Fique atento!

Não podem estabelecer condutas criminosas nem sanções:

Medidas Provisórias (MP);

Decretos;

Demais diplomas legislativos.


CUIDADO!

MP em matéria penal: pode, se favorável ao réu (STF).

Ex.: descriminalização de condutas.


DICA 180
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL

A lei deve ser anterior a prática do crime;

Culmina no princípio da irretroatividade da lei penal gravosa.


Fique atento!

Lei penal não retroage para prejudicar;

Lei penal retroage para beneficiar.

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DICA 181
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE DA LEI PENAL

Proibição da edição de lei:

Vagas,

Imprecisas.

Normas penais em branco (NPB)

São legais, pois respeitam o princípio da reserva legal;

Sua aplicação depende de outra norma.

Podem ser:

Homogêneas (sentido amplo): complementação por fonte homóloga (pelo mesmo ór-
gão que produziu a NPB);

Heterogêneas (sentido estrito): complementação por fonte heteróloga (por órgão di-
verso daquele que produziu a NPB).

Proibido:

Analogia in malam partem (desfavor do réu);

É possível a interpretação extensiva, mesmo que prejudicial ao réu (STF).


DICA 182
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA

O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, de modo que a
sua intervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle (caráter sub-
sidiário), observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurí-
dico tutelado (caráter fragmentário).

Intervenção do DP fica
condicionada ao fracasso
Subsidiariedade
das demais esferas de
controle
PRINCÍPIO DA
INTERVENÇÃO
MÍNIMA
Apenas tutela os bens
Fragmentariedade jurídicos mais relevantes

DICA 183
PRINCÍPIO DA LESIVIDADE

Nilo Batista explica que o princípio da lesividade/ofensividade apresenta quatro funções:

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1) "proibir a incriminação de uma atitude interna”

2) "proibir a incriminação de uma conduta que não


exceda o âmbito do próprio autor"
Princípio da lesividade
3) "proibir a incriminação de simples estados existenciais"

4) afastar a "incriminação de condutas desviadas que não


afetem qualquer bem jurídico"

"proibir a incriminação de uma atitude interna”: As ideias e convicções, os desejos,


aspirações e sentimentos dos homens não podem constituir o fundamento de um tipo penal.
Dessa forma, evidencia-se, mais uma vez, a radical separação entre direito e moral que
deve nortear o direito penal, ao impedir que o sujeito seja punido por pensamentos e ideias,
daí a exigência da exterioridade da ação para que haja uma reprovação penal.

"proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio


autor", impedindo a punição e a criminalização de atos preparatórios.

"proibir a incriminação de simples estados existenciais", norteando o direito penal


do fato e eliminando-se a possibilidade da criação de um direito penal do autor.

por fim, o princípio da lesividade tem por objetivo afastar a "incriminação de condutas
desviadas que não afetem qualquer bem jurídico".
DICA 184
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA

O direito penal não deve se ocupar de condutas insignificantes, incapazes de lesar ou


pelo menos colocar em perigo bem jurídico protegido pela lei penal.

Requisitos do princípio da insignificância:

mínima ofensividade da conduta do agente;

nenhuma periculosidade social da ação;

reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;

inexpressividade da lesão jurídica provocada.


Memorize!

INFRAÇÃO BAGATELAR PRÓPRIA INFRAÇÃO BAGATELAR IMPRÓPRIA


P. DA INSIGNIFICÂNCIA P. DA IRRELEVÂNCIA PENAL DO FATO

A situação nasce penalmente relevante. O


A situação já nasce atípica. O fato é atípico fato é típico do ponto de vista formal e
por atipicidade material material. Em virtude de circunstâncias en-
volvendo o fato e o seu autor, constata-se
que a pena se tornou desnecessária.

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O agente tem que ser processado (a ação


penal deve ser iniciada) e somente após a
análise das peculiaridades do caso con-
O agente não deveria nem mesmo ser pro- creto, o juiz poderia reconhecer a desne-
cessado já que o fato é atípico cessidade da pena.

Não tem previsão legal no direito brasileiro Está previsto no artigo 59 do CP.

DICA 185
APLICAÇÃO DA LEI PENAL: PRINCÍPIOS APLICADOS

A aplicação da Lei Penal é regida por dois princípios, da legalidade e da anterioridade,


que estão expressos na Constituição Federal, no art. 5º, inciso XXXIX, que diz “não haverá
crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”;

Isso significa que só será crime se a previsão em lei estiver sido criada antes do fato
praticado;

Outro princípio que rege a aplicação da lei penal é o princípio da irretroatividade da


lei penal, previsto no art. 5º, XL, da CF/88, segundo o qual “a lei penal não retroagirá,
salvo para beneficiar o réu”.

Quando a lei retroage, ela se aplica aos fatos praticados antes de sua criação.
DICA 186
LEI PENAL NO TEMPO

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Abolitio criminis: descriminalização da conduta – não necessariamente legaliza a con-


duta. Ex.: adultério.

Efeito penal da sentença condenatória.

Principal Execução da pena

Efeito da sentença penal


condenatória
Reincidência,
Secundário antecedentes
criminais, etc

Fique atento!
A abolitio criminis não cessa os efeitos extrapenais: art. 91, 91-A e 92 do CP - reparação
de dano, perda do mandato, perda do poder familiar etc.

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DICA 187
RETROATIVIDADE DA LEI PENAL

Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-
se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em jul-
gado.

Desdobramento do princípio da legalidade;

Cláusula pétrea, uma vez que também está previsto no art. 5º da CF/88;

Se houver o trânsito em julgado quem aplica a lei nova é o juízo da execução.

Entendimento jurisprudencial
STF/STJ: não é possível combinação de leis. Analisa-se a nova lei no todo, pois senão o
juiz estaria aplicando uma terceira lei que resultaria na junção de duas leis, atuando como
legislador positivo.
Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das
execuções a aplicação de lei mais benigna.
Súmula 471-STJ: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes
da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984
(Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.
Súmula 501-STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que
o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.

DICA 188
LEI EXCEPCIONAL E LEI TEMPORÁRIA

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou


cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência.

→ Lei temporária: prazo determinado para sua vigência. Ex.: Lei Geral da Copa.

→ Lei excepcional: vigora enquanto perdurarem as situações de instabilidade institu-


cional.

Características: auto revogabilidade, ultratividade (aplica a lei mesmo depois da lei não
estiver mais em vigor)

Leis intermitentes são as leis temporárias ou excepcionais.


Fique atento!
Segundo Rogério Greco, extra-atividade é gênero do qual seriam espécies a ultra-atividade
e a retroatividade.

→ Ultratividade: ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os


fatos ocorridos durante a sua vigência.
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→ Retroatividade: possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de
regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor.
Memorize!

Ativas Retroatividade: retroage no


Aplicação da lei a fatos tempo para alcançar fatos
ocorridos durante sua vigência ocorridos antes de sua entrada
em vigor.
Leis penais

Extra-ativas (extra-atividade)
Aplicação da lei fora do seu
Ultra-atividade: quando a lei penal,
período de vigência
depois de revogada, avança no tempo
de modo a continuar a regular os fatos
ocorridos durante a vigência. Ex,: Leis
excepcionais, temporárias, crimes
continuados.

Ex.: Ultratividade: Leis Excepcionais ou Temporárias. Aplica-se a legislação do tempo do


cometer do fato delitivo, mesmo que não mais vigente.

Ex.: Ultratividade: Crimes Continuados (quando vários crimes são praticados em conti-
nuidade delitiva – art. 71 do CP) ou permanentes (aquele que o momento consumativa se
prolonga no tempo – sequestro).
DICA 189
TEMPO E LUGAR DO CRIME

O TEMPO do crime será considerado no momento de sua ação ou omissão (teoria da


atividade);

O LUGAR do crime será considerado no momento da ação ou da omissão ou o lugar


onde o resultado aconteceu ou deveria ter acontecido (teoria da ubiquidade);

L Lugar

U Ubiquidade

T Tempo

A Atividade

Não se aplica a teoria da ubiquidade:

CPP: teoria do resultado (art. 70). Aplicado nas hipóteses de crimes plurilocais. Abran-
gem lugares distintos, mas todos dentro do mesmo país.
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Crimes conexos: crimes conexos são crimes que estão relacionados entre si. Não acei-
tam a ubiquidade uma vez que não constituem unidade jurídica.

Crimes plurilocais: teoria do resultado

Infrações penais de menor potencial ofensivo (juizado especial): teoria da atividade

Crimes falimentares: local da decretação da falência.

Atos infracionais: teoria da atividade

Crimes contra a vida: teoria da atividade - deve preponderar a teoria da atividade,


devido à dificuldade em se realizar o júri.

Questão Exame da Ordem, 2020:


André, nascido em 21/11/2001, adquiriu de Francisco, em 18/11/2019, grande quantidade
de droga, com o fim de vendê-la aos convidados de seu aniversário, que seria celebrado em
24/11/2019. Imediatamente após a compra, guardou a droga no armário de seu quarto.
Em 23/11/2019, a partir de uma denúncia anônima e munidos do respectivo mandado de
busca e apreensão deferido judicialmente, policiais compareceram à residência de André,
onde encontraram e apreenderam a droga que era por ele armazenada. De imediato, a mãe
de André entrou em contato com o advogado da família.
Considerando apenas as informações expostas, na Delegacia, o advogado de André deverá
esclarecer à família que André, penalmente, será considerado
(a) inimputável, devendo responder apenas por ato infracional análogo ao delito de tráfico,
em razão de sua menoridade quando da aquisição da droga, com base na Teoria da Ativi-
dade adotada pelo Código Penal para definir o momento do crime.
(b) inimputável, devendo responder apenas por ato infracional análogo ao delito de tráfico,
tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade para definir o momento do
crime.
(c) imputável, podendo responder pelo delito de tráfico de drogas, mesmo adotando o Có-
digo Penal a Teoria da Atividade para definir o momento do crime.
(d) imputável, podendo responder pelo delito de associação para o tráfico, que tem natureza
permanente, tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria do Resultado para definir o
momento do crime.
Resposta: Letra C
Comentário: Para resolver a questão, faz-se necessário se atentar em alguns dados:

Nascimento de André: 21/11/2001

Maioridade de André: 21/11/2019

Data que André adquiriu a droga: 18/11/2019 - menor inimputável

Data que André mantinha a droga em depósito: até 23/11/2019


O delito de tráfico de drogas está elencado no art. 33, caput, da Lei 11.343/06 e assim
dispõe:

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Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, minis-
trar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar (...)
O delito de tráfico de drogas é um crime que se protrai no tempo, sendo considerado um
crime permanente. Diante disso, afasta-se a teoria da atividade, adotada pelo CP, pois o
crime continua em atividade até que seja encerrado. Logo, no momento em que os policiais
compareceram à residência do autor, onde encontraram e apreenderam a droga que era
por ele armazenada, no dia 23/11/2019 – André já era maior de idade e, por isso, imputável.
Fique atento, pois nem todos os núcleos do tipo são considerados permanentes, a exemplo
da conduta de adquirir (doutrina entende que seria crime formal).

DICA 190
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO

Em regra, a lei penal brasileira se aplica aos fatos praticados no território nacional;

Excepcionalmente, pode se aplicar a fatos praticados fora do país, são os casos de


extraterritorialidade;

A extraterritorialidade pode ser incondicionada, quando a lei brasileira de aplica em


qualquer hipótese, até mesmo se o agente já tiver sido condenado ou absolvido no exterior,
ou condicionada quando depender de alguns requisitos;

As aeronaves ou embarcações do GOVERNO brasileiro são consideradas extensão


do BRASIL, ou seja, se aplica o princípio da territorialidade.
DICA 191
LEI EXCEPCIONAL E LEI TEMPORÁRIA

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou


cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência.

→ Lei temporária: prazo determinado para sua vigência. Ex.: Lei Geral da Copa.

→ Lei excepcional: vigora enquanto perdurarem as situações de instabilidade institu-


cional.

Características: auto revogabilidade, ultratividade (aplica a lei mesmo depois da lei não
estiver mais em vigor)

Leis intermitentes são as leis temporárias ou excepcionais.


Fique atento!
Segundo Rogério Greco, extra-atividade é gênero do qual seriam espécies a ultra-atividade
e a retroatividade.

→ Ultratividade: ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os


fatos ocorridos durante a sua vigência.

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→ Retroatividade: possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de
regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor.
Memorize!

Ativas Retroatividade: retroage no


Aplicação da lei a fatos tempo para alcançar fatos
ocorridos durante sua vigência ocorridos antes de sua entrada
em vigor.
Leis penais

Extra-ativas (extra-atividade)
Aplicação da lei fora do seu
Ultra-atividade: quando a lei penal,
período de vigência
depois de revogada, avança no tempo
de modo a continuar a regular os fatos
ocorridos durante a vigência. Ex,: Leis
excepcionais, temporárias, crimes
continuados.

Ex.: Ultratividade: Leis Excepcionais ou Temporárias. Aplica-se a legislação do tempo do


cometer do fato delitivo, mesmo que não mais vigente.

Ex.: Ultratividade: Crimes Continuados (quando vários crimes são praticados em conti-
nuidade delitiva – art. 71 do CP) ou permanentes (aquele que o momento consumativa se
prolonga no tempo – sequestro).

DICA 192
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA

Crime contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;

Princípio de proteção / real / da defesa: aplica-se a lei penal brasileira aos crimes
praticados no exterior quando o bem jurídico violado for brasileiro. O que importa nesse
caso é a função pública exercida pelo Presidente.

Crime contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de


Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação instituída pelo Poder Público;

Princípio de proteção / real / da defesa

Crime contra a administração pública, por quem está a seu serviço;

Princípio de proteção / real / da defesa

Crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

Princípio da Justiça Universal ou cosmopolita

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Crimes contra a vida P. de proteção / real


ou a liberdade do PR / da defesa

Crimes contra ao
patrimônio ou a fé P. de proteção / real
Extraterritorialidade pública da adm / da defesa
incondicionada direta e indireta

Crimes contra a adm


P. de proteção / real
pública - por quem
/ da defesa
está a seu serviço

O agente é punido segundo


a lei brasileira, ainda que Crimes de genocídio,
absolvido ou condenado no P. da Justiça
quando o agente for
estrangeiro. Universal ou
brasileiro ou
cosmopolita
domiciliado no Brasil

DICA 193
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA

Crimes ocorridos fora do Brasil e que o Brasil irá pretender aplicar a sua lei penal brasi-
leira desde que estejam implementadas algumas condições previstas no art. 7º, II do CP.
a) Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir:

Princípio da justiça universal / cosmopolita / jurisdição mundial.


b) Crimes praticados por brasileiro:

Princípio da nacionalidade ativa: é importante a aplicação da lei, pois o brasileiro nato


não pode ser extraditado.
c) Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados:

Quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.

Princípio da bandeira / pavilhão / representação / subsidiário / substituição.

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Crimes que, por


P. justiça universal /
tratado ou
cosmopolita /
convenção, o Brasil
jurisdição mundial
se obrigou a reprimir

Crimes praticados P. Princípio da


Extraterritorialidade por brasileiro nacionalidade ativa:
condicionada

Crimes praticados em
aeronaves ou
P. da bandeira /
embarcações
pavilhão /
brasileiras, mercantes
representação /
ou de propriedade
subsidiário /
privada, quando em
substituição
território estrangeiro e
aí não sejam julgados

DICA 194
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA: CONDIÇÕES CUMULATIVAS

Nos casos de extraterritorialidade condicionada, a aplicação da lei brasileira depende do


concurso das seguintes condições (cumulativas):

Entrar o agente no território nacional;

Ser o fato punível também no país em que foi praticado;

Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;

Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;

Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável.

Questão Exame da Ordem, 2021.


Paulo e Júlia viajaram para Portugal, em novembro de 2019, em comemoração ao aniver-
sário de um ano de casamento. Na cidade de Lisboa, dentro do quarto do hotel, por ciúmes
da esposa que teria olhado para terceira pessoa durante o jantar, Paulo veio a agredi-la,
causando-lhe lesões leves reconhecidas no laudo próprio. Com a intervenção de funcionários
do hotel que ouviram os gritos da vítima, Paulo acabou encaminhado para Delegacia, sendo
liberado mediante o pagamento de fiança e autorizado seu retorno ao Brasil.
Paulo, na semana seguinte, retornou para o Brasil, sem que houvesse qualquer ação penal
em seu desfavor em Portugal, enquanto Júlia permaneceu em Lisboa. Ciente de que o fato
já era do conhecimento das autoridades brasileiras e preocupado com sua situação jurídica
no país, Paulo procura você, na condição de advogado(a), para obter sua orientação.
Considerando apenas as informações narradas, você, como advogado(a), deve esclarecer
que a lei brasileira

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(a) não poderá ser aplicada, tendo em vista que houve prisão em flagrante em Portugal e
em razão da vedação do bis in idem.
(b) poderá ser aplicada diante do retorno de Paulo ao Brasil, independentemente do retorno
de Júlia e de sua manifestação de vontade sobre o interesse de ver o autor responsabilizado
criminalmente.
(c) poderá ser aplicada, desde que Júlia retorne ao país e ofereça representação no prazo
decadencial de seis meses.
(d) poderá ser aplicada, ainda que Paulo venha a ser denunciado e absolvido pela justiça
de Portugal.
Resposta: Letra B
Comentário: De início, destaca-se que a questão narra um crime de violência doméstica e
familiar praticar por Paulo contra sua mulher Júlia. O fato ocorreu durante um passeio do
casal na cidade de Lisboa, Portugal.
Segundo consta, a vítima, em razão das agressões do marido, sofreu lesões corporais leves
(artigo 129, § 9º, do Código Penal). A propósito, a conduta praticada constitui-se em crime
de ação penal pública incondicionada, conforme entendimento adotado pelo Supremo Tri-
bunal Federal (ADI 4424 DF) e pelo Superior Tribunal de Justiça (súmula 542).
Súmula 542 do STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de vio-
lência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
Ademais, por se tratar de hipótese de extraterritorialidade condicionada (crime praticado
por brasileiro – art. 7º, §2º, CP), um dos requisitos para a instauração de processo criminal
no Brasil seria o retorno de Paulo ao país. Vale dizer, a manifestação de Júlia é desneces-
sária, uma vez que se trata de violência doméstica e familiar contra a mulher (crime de
ação pública incondicionada).

DICA 195
EXTRATERRITORIALIDADE

MNÊMONICO – “PAG A BET”

INCONDICIONADA

P Presidente

A Administração

G Genocídio

CONDICIONADA

B Brasileiro

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E Embarcação ou Aeronave privada

T Tratado ou Convenção

DICA 196
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO

A pena cumprida no estrangeiro influencia na condenação brasileira pelo mesmo crime


da seguinte forma:

Quando as penas são diversas, atenua a pena imposta no Brasil;

Quando são idênticas nela é computada;


DICA 197
EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA

A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas


consequências, pode ser homologada (STJ) no Brasil para:
a) Obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis

Depende de requerimento da parte interessada


b) Sujeitá-lo a medida de segurança

Não pode homologar a sentença estrangeira para imposição de pena.

MS: inimputabilidade por doença mental – (i) internação ou (ii) tratamento ambulatorial.
Depende de tratado de extradição com o país que emanou a sentença OU re-
quisição do Ministro da Justiça.
DICA BÔNUS
CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS

RECLUSÃO

CRIMES

DETENÇÃO
INFRAÇÕES
PENAIS

CONTRAVENÇÕES
PRISÃO SIMPLES
("crime anão")

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CRIME CONTRAVENÇÃO

PENA MÁXIMA 40 anos 5 anos

PENA reclusão ou detenção prisão simples

NÃO PODE ser aplicada iso- PODE ser aplicada isolada-


MULTA
ladamente mente

TENTATIVA Cabe NÃO cabe

Todas APENAS pública incondicio-


AÇÃO PENAL
nada

DICA BÔNUS
CRIME

Infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou detenção;

Previsto no código penal e legislação extravagante;

Penal de multa não pode ser aplicada isoladamente;

É possível a tentativa;

Todos os tipos de ação penal.

CONTRAVENÇÃO:

Infração penal a que a lei comina pena de prisão simples;

Lei das Contravenções Penais (Dec-Lei nº 3.688/41);

Penal de multa pode ser aplicada isoladamente;

Não cabe tentativa;

Somente ação penal pública incondicionada.

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PROCESSO PENAL

DICA 198
GARANTIAS DO INVESTIGADO NO INQUÉRITO POLICIAL - COMUNICAÇÃO DA PRI-
SÃO
De acordo com o art. 5º, inciso LXII, da Constituição de 1988 [...] "a prisão de qualquer
pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz compe-
tente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada".
O referido inciso define que a prisão deverá ser publicizada, no sentido de se tornar pú-
blica ao juiz competente e à família do preso, ou à pessoa por ele indicada.
Trata-se de um direito de extrema relevância para o Estado Democrático de Direito.
DICA 199
DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO PENAL - DIREITO AO SILÊN-
CIO
Segundo o artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição de 1988 [...] "o preso será informado de
seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência
da família e de advogado".
Verifica-se que o referido dispositivo constitucional consagra o direito fundamental ao silên-
cio, uma das implicações do princípio nemo tenetur detegere, segundo o qual ninguém
será obrigado a produzir provas contra si, modalidade da autodefesa passiva.
DICA 200
DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO PENAL - IDENTIFICAÇÃO DOS
RESPONSÁVEIS PELA PRISÃO
Um dos direitos constitucionais garantidos ao preso, considerado inclusive uma garantia
fundamental, é o de ter a identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu inter-
rogatório policial. Veja só, na íntegra:
Artigo 5º, inciso LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório policial;
Assim, quando da sua prisão, é seu direito saber quem o prendeu ou quem o interrogou e,
inclusive, a não observância desse direito no primeiro caso, pode ensejar ao relaxamento
da prisão, ao passo que no segundo, na nulidade do procedimento.
Resumindo:
Fui preso? Tenho direito de ser informado sobre quem me prendeu ou interrogou.
DICA 201
DA INCOMUNICABILIDADE

Conceito: era a possibilidade de que o preso no Inquérito Policial (IP) não tivesse contato
com terceiros, em favor da eficiência da investigação.

Requisitos:

Ordem judicial motivada;

Prazo de 3 dias;

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Acesso do advogado.

Filtro constitucional: com o advento do art. 136, § 3º, IV, CF que inadmite a incomu-
nicabilidade mesmo no Estado de Defesa, conclui-se que o art. 21 do CPP não foi recepcio-
nado (interpretação lógica).
DICA 202
DO INQUÉRITO POLICIAL - CONCEITO DO INQUÉRITO POLICIAL

Conceito: O inquérito consiste num conjunto de diligências visando elucidar os fatos,


as fontes de prova. Além disso, possui caráter preparatório, pois através dele a polícia
investigativa possibilita que o titular da ação penal (ex.: Ministério Público) possa ingressar
com a Ação Penal.

Natureza do inquérito: O inquérito policial possui a natureza de um procedimento


administrativo, preparatório, presidido pela autoridade policial (delegado de polícia). NÃO
é um processo ou procedimento judicial!

Condução do inquérito: Vejam o art. 2º §1º da Lei 12.830/2013, que prevê que cabe
ao delegado de polícia a condução do inquérito policial, o que reforça a sua natureza
administrativa, e não jurisdicional.
DICA 203
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Procedimento ESCRITO As peças do inquérito devem ser reduzidas a escrito.


(art. 9º, CPP)

O inquérito é dispensável à propositura da Ação Penal.


Procedimento
O MP dispensará o inquérito se com a representação
DISPENSÁVEL (art. 39,
forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a
§5, CPP)
ação penal.

Uma vez instaurado, a autoridade policial NÃO pode


mandar arquivar os autos do inquérito policial.
Procedimento
INDISPONÍVEL O delegado pode até concluir que o fato apurado não é
crime, mas não pode arquivar o inquérito.
(art. 17, CPP)
Quem o faz é o Ministério Público, titular da ação penal,
observando o procedimento do art. 28 do CPP.

A autoridade deve assegurar o SIGILO no inquérito,


Procedimento SIGILOSO necessário à elucidação do fato.
(art. 20)
Imaginem se cair no conhecimento popular que um
determinado chefe do tráfico está sendo objeto de uma

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interceptação telefônica. A medida ficaria sem efeito,


correto? É por isso que o inquérito é um procedimento
SIGILOSO.

DICA 204
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO INQUISITIVO
No inquérito policial há concentração de poder em autoridade única. Logo, há o afasta-
mento do contraditório e da ampla defesa. (NESTOR TÁVORA)
Fique atento!
A título de conhecimento, ressalte-se que é possível que o inquérito tenha contraditório e
ampla defesa. Havendo desejo político, é possível a regulação de inquéritos com contradi-
tório e ampla defesa, a exemplo do inquérito para a expulsão do estrangeiro regulado na
Lei de Migração (Art. 58, Lei 13.445/2017).
DICA 205
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO DISCRICIONÁRIO
O Delegado preside a investigação da forma que entender mais estratégico, adequando o
Inquérito Policial a realidade do crime apurado.
Tome nota!

Os arts. 6º e 7º do CPP, de forma não exaustiva, apontam diligências que podem ou


devem ser cumpridas, para melhor aparelhar o Inquérito Policial.

As diligências requeridas pela vítima ou pelo suspeito podem ser negadas, salvo
o exame de corpo de delito quando a infração deixar vestígios (arts. 14, 158 e 184 do CPP).
DICA 206
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO SIGILOSO
Cabe ao delegado de polícia velar pelo sigilo em favor da eficiência da investigação (art.
20, CPP).

Princípio da presunção de inocência:


Informações do Inquérito Policial não serão apontadas na certidão de antecedentes crimi-
nais.
DICA 207
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO ESCRITO
Prevalece a forma documental, sendo que os atos orais serão reduzidos a termo (art. 9º,
CPP).

O delegado deve rubricar todas as laudas do Inquérito Policial.

As novas ferramentas tecnológicas podem ser empregadas na documentação, o que


envolve captação de som e imagem, assim como a estenotipia (técnica de resumo de pala-
vras por símbolos).

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DICA 208
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO INDISPONÍVEL
O delegado NUNCA poderá arquivar o inquérito policial.
Toda investigação iniciada deve ser concluída e encaminhada a autoridade competente.

Memorize!

DELEGADO JAMAIS poderá arquivar o inquérito policial!

DICA 209
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO DISPENSÁVEL
A deflagração do processo independe da prévia elaboração do Inquérito Policial (po-
sição majoritária)
Fique atento! Inquérito indispensável (posição minoritária).
Para Henrique Hoffmann, em posição minoritária, o inquérito é indispensável para a defla-
gração do processo; afinal, é possível que o inquérito seja a fonte de fornecimento de justa
causa para o ajuizamento da ação penal.
DICA 210
CONTRADITÓRIO DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL

O contraditório é um dos princípios bases do processo penal, expressamente consagrado


na Constituição Federal. Contudo, o inquérito policial é um procedimento sigiloso. Então,
como fazer para conciliar essas duas previsões?
Regra geral, não há contraditório pleno no âmbito do inquérito policial. Trata-se de
um procedimento de característica inquisitorial, em que o contraditório e a estrutura
dialética, típica da ampla defesa e dos processos judiciais, não é observada.
O Estatuto da OAB prevê que é direito do advogado examinar, mesmo sem procuração,
os autos do inquérito policial (art. 7º, inciso XIV, Estatuto da OAB).
A forma que a jurisprudência encontrou de compatibilizar isso é permitindo ao advogado o
amplo acesso aos elementos de prova que já tiverem sido documentadas no inquérito
policial. As diligências ainda em curso não serão permitidas o acesso ao advogado.
É isso o que quer dizer a Súmula Vinculante n. 14: “é direito do defensor, no interesse
do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa”.
DICA 211
INQUÉRITO POLICIAL CONTRA POLICIAIS PELO USO DAS FORÇAS LETAIS
Inovação importante trazida pelo Pacote Anticrime!
Em regra geral, não se observa o contraditório pleno e efetivo no inquérito policial, dada a
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sua estrutura inquisitorial e sigilosa. Mas os advogados possuem acesso às diligências que
já tiverem sido documentadas, conforme súmula vinculante n. 14.
Uma novidade trazida pelo Pacote Anticrime e que de certa forma excepciona essa
restrição ao contraditório no âmbito do inquérito policial está prevista no art. 14-A do
CPP.
No caso em que os policiais forem investigados por algum fato relacionado ao uso da
força letal (ex.: arma de fogo), praticados no exercício profissional. O policial investigado
deverá ser citado sobre a instauração do inquérito, podendo constituir defensor no
prazo de 48 horas, contados do recebimento da citação.
Se o prazo de 48 horas acabar sem que o policial tenha constituído advogado, deverá ser
intimado a instituição a que estava vinculado na época dos fatos para que, no prazo
de 48 horas, indique algum defensor para a representação do investigado.
A previsão de citação do investigado acerca da instauração do inquérito é uma novidade, e
que só existe nos crimes em que os policiais forem investigados pelo uso das forças letais.
É uma novidade que de certa forma “fortalece” o contraditório, mesmo em sede de
investigação criminal!
DICA 212
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL
Não deixe de fazer a redação LITERAL do art. 155 do CPP!!

FORÇA PROBATÓRIA DO INQUÉRITO POLICIAL (ARTIGO 155, CPP)

São colhidos no inquérito policial, Sozinhas, NÃO podem


ELEMENTOS DE
sem a observância do embasar a
INFORMAÇÃO
contraditório. condenação.

São aquelas produzidas sob o São elas que servem


contraditório judicial, durante a para embasar a
PROVAS instrução criminal. condenação.

FORÇA PROBATÓRIA DO INQUÉRITO POLICIAL (ARTIGO 155, CPP)

ELEMENTOS São elementos que, embora São eles:


MIGRATÓRIOS colhidos durante o inquérito policial,
podem servir para embasar a 1) provas
condenação. cautelares;
2) provas não
repetíveis;
3) provas
antecipadas.

DICA 213
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL

Somente será considerado prova no âmbito do processo penal aquela submetida ao


contraditório judicial, ou seja, aquela colhida durante a instrução processual penal (fase

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processual), em que seja dada oportunidade para a parte acusada se manifestar
previamente, participando ativamente da sua colheita.
No âmbito do inquérito policial, isso não ocorre. O Inquérito Policial é um procedimento
sigiloso, em que NÃO se observa o contraditório prévio. A parte investigada não
participa das investigações, não participa da colheita da prova.
Quando o juiz for analisar se condena ou não o acusado, ele deverá observar as PROVAS
produzidas em contraditório judicial. Ele NÃO poderá, como regra, fundamentar a sua
condenação exclusivamente nos elementos informativos colhidos durante a investigação.
Na verdade, esses elementos colhidos pela entidade responsável, durante o inquérito
policial, tecnicamente sequer são chamados de provas, mas sim ELEMENTOS DE
INFORMAÇÃO. Isso porque tais elementos não se prestam como provas, mas sim como
elemento para que o Ministério Público faça a acusação, bem como para direcionar os rumos
da instrução criminal, na fase processual.
Certo? Espero que sim! Mas, existem algumas exceções… Isso porque muitas vezes os
elementos de informação colhidos na delegacia NÃO poderão ser repetidos durante a
instrução criminal, seja porque às vezes os vestígios desaparecem, ou ainda porque a
testemunha que prestou o depoimento morreu etc.
É por isso que a lei ressalva as provas cautelares, não repetíveis e as antecipadas.
Essas provas cautelares, não repetíveis e antecipadas são chamadas de elementos
migratórios. Recebem esse nome porque, embora colhidas durante o inquérito policial,
elas podem, sozinhas, embasar a condenação do juiz.
Prova irrepetível, por exemplo, é aquela que simplesmente desapareceu, como a
constatação da embriaguez, a constatação dos hematomas de uma mulher agredida, etc.
Já Prova cautelar são aquelas pautadas pela necessidade e urgência, como o caso de uma
interceptação telefônica. Não há como o juiz repetir essa prova, concordam?
DICA 214
DURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Importante!!!!
A duração do inquérito variará de acordo com o réu estar preso ou não. Além disso, há
uma regra específica na Lei de Drogas que é importante vocês saberem!
Duração do inquérito para réu preso
Primeiramente, em se tratando de réu preso, o CPP prevê o prazo de 10 dias, contados
do dia em que se executar a ordem de prisão.
Porém, o Pacote Anticrime passou a prever a possibilidade de o juiz prorrogar o
inquérito em se tratando de réu preso, por uma única vez, por mais 15 dias. Se, após
essa prorrogação, ainda não houver concluído as investigações, a prisão deverá ser
imediatamente relaxada.
Portanto, para RÉU PRESO = 10 dias, prorrogáveis por mais 15 dias.
Duração do inquérito para réu solto:
Além disso, em se tratando de réu solto, a duração do inquérito é de 30 dias, podendo
haver sucessivas prorrogações na hipótese de o caso ser de difícil elucidação (na prática,
quase todo inquérito com réu solto extrapola esse prazo).
Duração do inquérito na lei de drogas:

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Há uma outra regra específica na Lei de Drogas que é importante você memorize.
Em se tratando de inquérito para apurar os crimes previstos na lei de drogas (exemplo:
tráfico de entorpecentes), a duração do inquérito é de 30 dias para o réu preso, e de 90
dias para o réu solto, podendo, em ambos os casos, ser duplicados pelo juiz (ver artigo
51 da Lei de Drogas).
DICA 215
DURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

PRAZO DE RÉU PRESO RÉU SOLTO


CONCLUSÃO

Regra do CPP Prazo de 10 dias, contados da data em Prazo de 30


que se executar a ordem de prisão (art. 10, dias, podendo ser
CPP) prorrogado.
O pacote anticrime passou a prever a
possibilidade de prorrogação, por uma
única vez, por mais 15 dias. (art. 3º-B,
CPP)

Lei de Drogas 30 dias (podendo ser duplicado) 90 dias


(podendo ser
duplicado)

ATENÇÃO!

Para complementar os estudos, vale a leitura do art. 155 do CPP!!


Para complementar as informações dessa dica, FAÇAM A LEITURA LITERAL de
três artigos:
artigo 10 do CPP;

art. 3º-B, §2º, do CPP;


art. 51 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006).

DICA 216
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL (ART. 5º, CPP)


Possibilidade de
Espécie de crimes Observação
instaurar

Nos crimes de ação De ofício, pelo delegado A peça inaugural do inquérito será
penal pública uma portaria.
INCONDICIONADA Mediante requerimento Se o requerimento de instauração
do ofendido for indeferido, cabe recurso ao
Ver artigo 5º, CPP Chefe de Polícia.

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Por requisição da Prevalece que a autoridade


autoridade judiciária e do judiciária requisitar a instauração
Ministério Público de inquérito policial ofende o
Sistema Acusatório.
Notícia de qualquer É o que chamamos de delatio
pessoa do povo criminis. Na prática, exercida
através do B.O.

DICA 217

NOTITIA CRIMINIS, DELATIO CRIMINIS E DENÚNCIA ANÔNIMA

Notitia criminis: é o conhecimento, por parte da autoridade policial, acerca de um


crime. A partir dela, o delegado dá início à investigação, apurando a sua verdadeira
ocorrência bem como descobrindo a sua autoria. Pode ser espontâneo (ex: delegado ao
andar na rua vê a prática de um crime) ou provocado (ex.: B.O., requisição do MP, etc)

Delatio criminis: é uma espécie de notitia criminis. Quando qualquer pessoa do


povo (e não a vítima/ofendido) comunica um fato criminoso à autoridade policial.

Denúncia anônima: esse ponto é importante. A denúncia anônima é um importante


instrumento no combate à criminalidade. Porém, a CF veda expressamente o anonimato
(art. 5º, inciso IV).

É por isso que, diante de uma denúncia anônima, a autoridade policial não pode, de
pronto, instaurar um inquérito policial.

Pelo contrário, deverá verificar a procedência e a veracidade das informações veiculadas


pela denúncia anônima, através de um procedimento chamado de Verificação da
Procedência das Informações (VPI), previsto no art. 5º, §3º do CPP.

Portanto, a denúncia anônima, por si só, NÃO serve para fundamentar a instauração de
inquérito policial. Mas, a partir dela, pode a polícia realizar diligências preliminares para
apurar a veracidade das informações obtidas anonimamente e, a partir disso, instaurar o
inquérito.

Questão Exame de Ordem, 2018.


Após receber denúncia anônima, por meio de disque-denúncia, de grave crime de estupro
com resultado morte que teria sido praticado por Lauro, 19 anos, na semana pretérita, a
autoridade policial, de imediato, instaura inquérito policial para apurar a suposta prática
delitiva. Lauro é chamado à Delegacia e apresenta sua identidade recém-obtida; em
seguida, é realizada sua identificação criminal, com colheita de digitais e fotografias.
Em que pese não ter sido encontrado o cadáver até aquele momento das investigações, a
autoridade policial, para resguardar a prova, pretende colher material sanguíneo do
indiciado Lauro para fins de futuro confronto, além de desejar realizar, com base nas
declarações de uma testemunha presencial localizada, uma reprodução simulada dos fatos;
no entanto, Lauro se recusa tanto a participar da reprodução simulada quanto a permitir a
colheita de seu material sanguíneo. É, ainda, realizado o reconhecimento de Lauro por uma
testemunha após ser-lhe mostrada a fotografia dele, sem que fossem colocadas imagens
de outros indivíduos com características semelhantes.

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Ao ser informado sobre os fatos, na defesa do interesse de seu cliente, o(a) advogado(a)
de Lauro, sob o ponto de vista técnico, deverá alegar que
(a) o inquérito policial não poderia ser instaurado, de imediato, com base em denúncia
anônima isoladamente, sendo exigida a realização de diligências preliminares para
confirmar as informações iniciais.
(b) o indiciado não poderá ser obrigado a fornecer seu material sanguíneo para a autoridade
policial, ainda que seja possível constrangê-lo a participar da reprodução simulada dos fatos,
independentemente de sua vontade.
(c) o vício do inquérito policial, no que tange ao reconhecimento de pessoa, invalida a ação
penal como um todo, ainda que baseada em outros elementos informativos, e não somente
no ato viciado.
(d) a autoridade policial, como regra, deverá identificar criminalmente o indiciado, ainda
que civilmente identificado, por meio de processo datiloscópico, mas não poderia fazê-lo
por fotografias.
Resposta: Letra A
Comentário: No caso em análise, tem-se que o inquérito policial não poderia ser
instaurado, de imediato, com base em denúncia anônima isoladamente. Na realidade, seria
necessário a realização de diligências preliminares para confirmar as informações iniciais.
Por isso, a alternativa “A” é o gabarito da questão.

DICA 218
REQUISIÇÕES DE INFORMAÇÕES (ARTS. 13-A E 13-B)

REQUISIÇÕES DOS ARTS. 13-A E 13-B

1. Possibilidade do MP e delegado requisitar


dados e informações cadastrais de órgãos
públicos ou empresas privadas.

2. INDEPENDE de autorização judicial


REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES
(art. 13-A)
1) Sequestro e cárcere privado; 2) Redução à
condição análoga à de escravo; 3) Tráfico de
pessoas; 4) Extorsão; 5) Extorsão mediante
sequestro; 6) Envio de criança ao exterior.

Qual o prazo para atendimento? 24 horas.

1. Possibilidade do MP e delegado requisitar


meios técnicos necessários que permitam a
localização da vítima às empresas de
REQUISIÇÃO DE MEIOS
telecomunicação.
TÉCNICOS ADEQUADOS
(ART. 13-B)
2. PRECISA de autorização judicial, mas se o
juiz não se manifestar em 12 horas, a
autoridade pode requisitar diretamente, com
imediata comunicação ao juiz.

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3. Previsto apenas para o crime de tráfico de


pessoas

4. Prazo máximo da diligência: 30 dias,


renovável por igual período

5. Nesses casos, o inquérito policial deve ser


instaurado em 72 horas, contado do registro da
ocorrência.

DICA 219
INDICIAMENTO

Indiciar significa atribuir a autoria de uma infração penal a uma pessoa. Significa que o
delegado de polícia está afirmando que aquela pessoa é o principal suspeito, o provável
autor daquele crime.
Nos termos do art. 2º, §6º da Lei 12.830/2013, o indiciamento é ato privativo do
Delegado de Polícia, e se dá por ato formal e fundamentado da autoridade policial. Vejam,
portanto, que NÃO cabe ao juiz e nem ao Ministério Público indiciar ninguém, mas tão
somente o delegado!!
DICA BÔNUS
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
O pacote anticrime trouxe significativa alterações no que diz respeito à forma de
arquivamento do inquérito policial, com as modificações no art. 28 do CPP.
Por força do caráter indisponível do inquérito, a autoridade policial não pode mandar
arquivar os autos do inquérito. Além disso, o arquivamento também NÃO pode ser
determinado de ofício pelo juiz.
Na verdade, incumbe exclusivamente ao MP avaliar se os elementos de informação colhidos
são ou não suficientes para o oferecimento da denúncia.
O Pacote Anticrime implementou uma mudança na forma de arquivamento do inquérito
policial, implementando o que se chama de arquivamento no âmbito do Ministério
Público.
Agora, caso o MP entenda que é caso de arquivamento do inquérito, deverá realizar a
comunicação à vítima, ao investigado e à autoridade policial. Ainda, deverá
encaminhar os autos para a instância de Revisão Ministerial, para fins de
HOMOLOGAÇÃO.
PRESTEM BEM ATENÇÃO: quem homologa o arquivamento do inquérito é um “órgão
superior” do próprio Ministério Público, chamado de instância de Revisão Ministerial.
Antes do pacote anticrime, o MP pedia o arquivamento do inquérito ao juiz, que deveria
homologar o arquivamento. No entanto, caso o juiz discordasse do MP e entendesse que
NÃO seria caso de arquivamento, deveria remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça.
Veja, portanto, a novidade: agora o arquivamento não passa pelo crivo do juiz. O juiz não
decide mais se vai ou não arquivar. Se o MP entender que é caso de arquivamento, faz as
comunicações e submete à instância de Revisão Ministerial.

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Portanto: se o MP entender que é caso de arquivamento, ele submete à homologação da
instância de Revisão Ministerial. NÃO É MAIS O JUIZ que homologa o arquivamento!!!
Por fim, se a vítima não concordar com o arquivamento do inquérito, poderá recorrer, no
prazo de 30 DIAS, submetendo a matéria à revisão de instância no âmbito do Ministério
Público.

ATENÇÃO!

Por conta da concessão de liminar na ADI 6305/DF, pelo Ministro Luiz Fux, está sus-
pensa “sine die” a alteração constante da lei nº 13.964/2019, no que tange o procedi-
mento de arquivamento de inquérito policial. Portanto, até o momento, prevalece a
redação anterior desse artigo, ou seja, MP pede arquivamento e encaminha para
o Magistrado, tendo esse a competência de deferir ou não!

Note que aqui, é extremamente importante ter conhecimento a respeito da redação


anterior (ainda vigente) e a suspensão da redação nova, haja vista que a FGV (OAB)
pode cobrar do candidato esse assunto, exigindo que esse tenha conhecimento a respeito
da ADI 6305/DF.

Questão Exame de Ordem, 2021.


Após concluído inquérito policial para apurar a prática do crime de homicídio em desfavor
de Jonas, o Ministério Público requereu o seu arquivamento por falta de justa causa, pois
não conseguiu identificar o(s) autor(es) do delito, o que restou devidamente homologado
pelo juiz competente. Um mês após o arquivamento do inquérito policial, uma testemunha,
que não havia sido anteriormente identificada, compareceu à delegacia de polícia alegando
possuir informações quanto ao autor do homicídio de Jonas.
A família de Jonas, ao tomar conhecimento dos fatos, procura você, como advogado(a) da
família, para esclarecimentos. Diante da notícia de existência de novas provas aptas a
identificar o autor do crime, você deverá esclarecer aos familiares da vítima que o órgão
ministerial
(a) poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a decisão de arquivamento não
faz coisa julgada material independentemente de seu fundamento.
(b) não poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a decisão de arquivamento
é imutável na presente hipótese.
(c) não poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois se trata de mera notícia,
inexistindo efetivamente qualquer prova nova quanto à autoria do delito.
(d) poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a decisão de arquivamento fez
apenas coisa julgada formal no caso concreto.
Resposta: Letra D
Comentário: CPP, art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a
novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Súmula 524 STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do
promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Fique atento!
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Coisa julgada Formal, arquivar inquérito por:

Ausência de provas;

Ausência de pressuposto processuais;

Falta de justa causa;


Coisa julgada Material, arquivado por:

Certeza da atipicidade do fato;

Certeza da extinção da punibilidade;

Excludente de culpabilidade ou ilicitude (há divergência);

DICA BÔNUS
TERMO CIRCUNSTANCIADO
No âmbito dos Juizados Especiais Criminais, NÃO se exige a instauração de inquéritos
policiais. O inquérito é substituído por um procedimento mais simples e mais célere,
chamado de Termo Circunstanciado.
Portanto, o procedimento para investigar crimes de menor potencial ofensivo (pena
máxima menor do que 2 anos) é o Termo Circunstanciado.
Nos termos do art. 69 da Lei 9.099/95, “a autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com
o autor do fato e a vítima”.

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DIREITO DO TRABALHO

DICA 220
CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO
É uma das fontes autônomas do Direito do Trabalho, o sindicato que representa os em-
pregados negocia com o sindicato que representa os empregadores. Logo, de uma forma
mais resumida, a Convenção Coletiva de Trabalho é uma forma de solução de conflitos
entre categorias profissional e econômica.
Como isto pode cair na minha prova?

QUESTÃO SIMULADA:
O sindicato dos bancários faz uma negociação com o sindicato dos banqueiros. Logo,
estamos diante de uma Convenção Coletiva de Trabalho, que é uma:
a) Jurisprudência
b) Fonte heterônoma
c) Fonte autônoma
d) Sentença normativa
Resposta: Letra C

DICA 221
PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO

Constante no art. 764 da CLT, este princípio visa evitar o litígio. Havendo, portanto,
sucesso na conciliação, dali nascerá um termo de conciliação, que posteriormente será la-
vrado. E é importante que você saiba que A Lei 9.958/2000 normatiza a existência das
chamadas Comissões de Conciliação Prévia, que tem como base este princípio. Um
ponto de extrema importância também é necessário, na conciliação, que as partes estejam
representadas por advogados diferentes. Veja o que a CLT diz sobre isto:
“Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição
conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.
§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.”
E não esqueça: Ao ser concluída a conciliação, esta vai se tornar irrecorrível, exceto em
casos onde há prestações devidas à Previdência Social, conforme traz o artigo 831 da CLT.
DICA 222
OIT – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

Existem algumas informações de suma importância sobre a OIT: Ela tem personalidade
própria e independente, fazendo parte da Organização das Nações Unidas como órgão
especializado, com sua autonomia administrativa, financeira e de decisão. De uma forma
mais resumida e simplificada: Ela é uma pessoa jurídica de direito público internacio-
nal e de caráter permanente.

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É entidade paraestatal? Não, pois não tem características de entidade supraestatal.
Importante: é necessário que você saiba que a OIT realiza suas atividades por inter-
médio de 3 órgãos, que são:

Conferência Internacional do Trabalho.

Conselho de Administração.

Repartição (ou Oficina) Internacional do Trabalho.


DICA 223
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO
É o acordo pactuado entre uma ou mais empresas e o sindicato representativo dos
trabalhadores daquela base territorial. Aplica-se tão somente às empresas signatárias e
aos seus respectivos empregados (art. 611, § 1º da CLT). Vamos ver um pequeno exemplo
a seguir:

O sindicato dos empregados da categoria X do Estado Alfa realizam negociações fervo-


rosas com empresa ZZZ, que também fica no Estado Alfa. A negociação feita é o Acordo
Coletivo de Trabalho, que valerá apenas para os empregados daquela empresa, que fica no
Estado Alfa.
As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre terão prevalência sobre
as estipuladas em convenção coletiva de trabalho, conforme traz o artigo 620 da CLT. Fique
atento a isto.
DICA 224
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO
Sendo o trabalhador (empregado) a parte mais hipossuficiente da relação trabalhista, há na
CLT previsões que visam dar a proteção ao empregado, seguindo, por exemplo, a mesma
ideia do CDC, que visa proteger o consumidor, parte mais hipossuficiente da relação con-
sumerista. Quer um exemplo da aplicação deste princípio? O fato de o depósito recursal ser
obrigatório apenas para o reclamado.

ATENÇÃO!

A Reforma Trabalhista trouxe uma certa flexibilização deste princípio, como pode
ser visto, por exemplo, extinção do contrato de trabalho por meio do chamado
comum acordo entre as partes (art. 484-A, CLT). Outro exemplo é a prevalência
do negociado sobre o legislado, ou seja, a negociação coletiva tem prevalência em
algumas situações sobre a lei. Você pode ver isto no art. 611 A da CLT.

Atenção: A FGV já cobrou isto em uma recente questão discursiva. Veja:

Questão Exame de Ordem XXX, 2019.


Letícia trabalhava como operadora de empilhadeira e ganhava R$ 1.500,00 (um mil e
quinhentos reais) mensais, valor previsto na convenção coletiva de sua categoria.
Ocorre que na unidade da Federação na qual Letícia trabalhava foi fixado piso regional

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estadual de R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais) para a função de operador de
empilhadeira.
Em razão disso, após ter trabalhado o ano de 2018 e ser dispensada sem justa causa,
Letícia ajuizou reclamação trabalhista postulando a diferença salarial entre aquilo que
ela recebia mensalmente e o piso regional estadual.
Considerando a situação posta, os termos da CLT e o entendimento consolidado do TST,
responda às indagações a seguir.
a) Em relação ao pedido de diferença salarial, como advogado(a) do ex-empregador,
que tese jurídica você apresentaria? Justifique.
Resposta: Uma das teses que o examinando poderia trazer é justamente que o nego-
ciado prevalece sobre o legislado, conforme o Art. 611-A, inciso IX, da CLT.
Comentário: Mas o que diz este artigo?
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre
a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado,
e remuneração por desempenho individual.

DICA 225
TRABALHO VOLUNTÁRIO
O trabalho voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação trabalhista ou pre-
videnciária entre as partes nele envolvidas. Logo, não a de se falar na aplicação da CLT
neste trabalho. E mais: Por mais que não gere vínculo laboral, o trabalhador voluntário pode
ser ressarcido pelas despesas que realizar no desempenho das atividades voluntárias, desde
que comprove tais despesas e que elas estejam autorizadas de forma expressa pela enti-
dade a que for prestado este serviço voluntário. Você encontrará esta disposição no artigo
3º da Lei n. 9.608/98.
A lei acima citada ainda traz um formalismo para o trabalho voluntário, requerendo cele-
bração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço,
devendo neste termo haver o objeto e as condições do trabalho.
DICA 226
RELAÇÃO DE EMPREGO
Os sujeitos da relação de emprego são o empregado e o empregador.

São elementos da relação de emprego:

Pessoalidade;

Não eventualidade (ou continuidade);

Subordinação; e

Onerosidade (ou remuneração).


Veja como a banca FGV cobrou isto em uma prova de concurso:

Questão simulada, 2017.

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Para que alguém seja considerado empregado na forma prevista na CLT, NÃO é neces-
sário o seguinte requisito:
a) exclusividade;
b) subordinação;
c) pessoalidade;
d) onerosidade;
e) não eventualidade.
Resposta: Letra A
Comentário: A questão deseja o requisito que não é necessário na relação, que no
caso é a exclusividade.

DICA 227
TRABALHO AUTÔNOMO
Aqui, não temos a subordinação, ou seja, o trabalhador autônomo labora com indepen-
dência, sem prestar contas a um empregador. Para deixar mais fácil o entendimento: O
autônomo é uma pessoa física que exerce, de forma habitual, uma atividade profissional
devidamente remunerada. A independência e a habitualidade são, portanto, as notas ca-
racterísticas deste tipo de trabalho.

Independência + habitualidade + inexistência de subordinação = Trabalhador autônomo

Os trabalhadores autônomos mais conhecidos são os profissionais liberais, como por


exemplo os médicos, dentistas, advogados entre outros. Há também profissionais técnicos,
como por exemplo desenhistas, tradutores entre outros. E por fim há os trabalhadores que,
mesmo não tendo um diploma de nível superior ou técnico, fazem o seu trabalho com a
devida autonomia, como por exemplo os pedreiros.
DICA 228
TRABALHO AVULSO
No trabalho avulso, temos o trabalho prestado de forma esporádica, por pouco tempo
e a vários tomadores (sendo é vedada a contratação direta do trabalhador pelo tomador
dos serviços), sem que se tenha a fixação a qualquer um deles. Mas atente-se ao seguinte
fato: O trabalho avulso é feito de forma necessária por intermédio de alguma entidade
específica, o que faz com que a relação também seja necessariamente triangular, envol-
vendo o fornecedor de mão de obra (entidade intermediária), o trabalhador avulso e o to-
mador do serviço.

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fornecedor de mão de obra (entidade intermediária)

trabalhador avulso Tomador do serviço

DICA 229
ESTAGIÁRIO
O estágio é normatizado pela Lei 11.788/2008, sendo classificado da seguinte forma: “ato
educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à
preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino
regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio,
da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional
da educação de jovens e adultos” (art. 1º).

Sendo assim, o estágio não cria qualquer vínculo de cunho empregatício, mas é
necessário que sejam preenchidos os seguintes requisitos:

matrícula e frequência regular do estudante na escola;

celebração de um termo de compromisso;

interveniência da instituição de ensino;

compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas nos


termos de compromisso.
Estudantes estrangeiros podem ser estagiários aqui no Brasil? Sim, estes estudantes
estrangeiros devem estar matriculados de forma regular em cursos superiores no Brasil,
autorizados ou reconhecidos, sempre sendo observado o prazo de vigência do visto tempo-
rário de estudante do estrangeiro.

Sobre a jornada do estagiário:

4 horas diárias e 20 horas semanais: Esta jornada se aplica no caso de estudantes


de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional
de educação de jovens e adultos (EJA);

6 horas diárias e 30 horas semanais: Esta jornada se aplica no caso de estudantes


do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular;
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40 horas semanais: Esta jornada se aplica no caso de estudantes de cursos que alter-
nem teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, desde
que exista uma previsão neste campo no projeto pedagógico do curso e da instituição de
ensino em que estuda.

DICA 230
EMPREGADO DOMÉSTICO
Regulados pela Lei Complementar n. 150/2015, segundo a qual é empregado doméstico
“aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de
finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais
de 2 (dois) dias por semana”. E mais: É proibida a contratação da pessoa menor de 18
anos para desempenho de trabalho doméstico conforme traz o artigo 1º, parágrafo único
da Lei Complementar n. 150/2015.

ATENÇÃO!

O empregador doméstico NÃO pode ser pessoa jurídica, mas somente pode ser pessoa
física.

Eu tenho uma dúvida: O zelador pode ser considerado como empregado doméstico? Não.
A Lei 2.757/1956 excluiu porteiros, faxineiros, zeladores e serventes de prédios de aparta-
mentos residenciais desta classificação, todavia desde que laborem a serviço da adminis-
tração do edifício, das regras específicas do trabalho doméstico, e por isto são considerados
como trabalhadores urbanos, sendo aplicáveis a eles todos os direitos que estão descritos
no art. 7º da CF/88.
DICA 231
EMPREGADO RURAL
Empregado rural é o trabalhador que labora, em uma propriedade rural ou prédio rús-
tico, de forma contínua e mediante o pagamento de remuneração, conforme pode ser
devidamente constatado no art. 2º da Lei n. 5.889/73. Lembrando sempre que os direitos
do trabalhador rural são iguais aos do trabalhador urbano, segundo a CF/88.

São requisitos para que o trabalhador seja considerado rural:

Que o trabalho seja desenvolvido para empregador rural;

Que o trabalho seja desenvolvido em propriedade rural ou prédio rústico.


DICA 232
AERONAUTAS E AEROVIÁRIOS

Apesar de serem regidos por uma legislação própria, é necessário que você saiba que
limitações temporais imposta pela legislação, que são:

Tripulação mínima ou simples: 11 horas (máximo de 10 horas o tempo de voo);

Tripulação composta: 14 horas (máximo de 12 o tempo de voo);

Tripulação de revezamento: 20 horas (máximo de 17 horas o tempo de voo).

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Dica: voo noturno = voo feito entre o pôr do sol e o nascer do sol.
Importante: O exercício da profissão de aeronauta um exercício laboral privativo de
brasileiros, mas há as exceções previstas no Código Brasileiro de Aeronáutica.
DICA 233
PRONTIDÃO
O conceito de prontidão muitas vezes acaba por passar batido na hora dos estudos. A pron-
tidão nada mais é que o tempo em que o empregado fica nas dependências do local
de trabalho, aguardando ordens. Está previsão pode ser vista no artigo 244, parágrafo
3º da CLT.
Ah, e não esqueça: A remuneração do período de prontidão é de 2/3 do salário-hora
normal e a escala de prontidão será de, 12 horas, no máximo.
Cuidado: Não confunda prontidão com sobreaviso. Na prontidão, temos a situação do
empregado permanece nas dependências do seu local de trabalho, esperando ordens. Já no
sobreaviso o empregado fica na sua residência, entretanto fica esperando a qualquer tempo
o chamado para o serviço, conforme o disposto no art. 244, § 2º da CLT.
DICA 234
EMPREGADO “HIPERSUFICIENTE”

Você já ouviu falar no empregado “hipersuficiente”? Isso mesmo. A nossa legisla-
ção trouxe recentemente esta figura, mais precisamente no artigo 444 da CLT. Mas quem
é este empregado? O empregado hipersuficiente é o que é portador de diploma de curso
superior e perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite dos be-
nefícios do Regime Geral de Previdência Social. Note que é preciso que haja os dois
requisitos:

Portador de diploma de curso superior + que perceba salário mensal igual ou su-
perior a duas vezes o limite dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social =
Empregado hipersuficiente.

Veja como a banca pode cobrar isto:

Questão simulada:
Suzano é empregado da empresa Abobrinha S. A, e tem diploma de curso superior na
área de contabilidade. Além disto, Suzano também recebe um salário superior a duas
vezes o limite dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Ele deseja acordar
diretamente com seu empregador sobre o banco de horas anual. Mas antes, ele procura
você, um famoso advogado, para saber sobre o assunto. Você esclarece que:
a) Não é possível, pois todo trabalhador é hipossuficiente, pelo disposto no art. 444 da
CLT
b) Não é possível, pois todo trabalhador da área da contabilidade é hipossuficiente,
conforme disposto no artigo 444 da CLT
c) É possível, pois o trabalhador com nível superior (diploma) e que perceba salário
mensal igual ou superior a duas vezes o limite dos benefícios do Regime Geral de Pre-
vidência Social é hipersuficiente e pode negociar diretamente com o empregador sobre
as hipóteses previstas no art. 611-A da CLT

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d) É possível, pois a Reforma Trabalhista aboliu a hipossuficiência da figura de todo
empregado, inclusive do trabalhador com nível superior (diploma) e que perceba salário
mensal igual ou superior a duas vezes o limite dos benefícios do Regime Geral de Pre-
vidência Social é hipersuficiente e pode negociar diretamente com o empregador sobre
as hipóteses previstas no art. 611-A da CLT
Resposta: Letra C
Comentário: Cuidado com a letra D. A Reforma não aboliu a hipossuficiência de todos
os empregados.

DICA 235
CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO

É a exceção à regra, pois a regra é que o contrato seja por tempo indeterminado.
Logo, o contrato por prazo determinado só pode ser devidamente pactuado de forma ex-
cepcional, sendo válido apenas nas hipóteses seguintes:
a) serviços cuja natureza ou transitoriedade justifiquem a predeterminação de
prazo, ou seja, as atividades a serem desenvolvidas pelo empregado devem ser transitórias
em relação à atividade preponderante do empregador;
b) atividades empresariais de cunho transitório (exemplo: grupos de teatro).
c) contrato de experiência.
Sobre o contrato por experiência: Sobre a prorrogação do contrato de experiência, é neces-
sário que você saiba que o TST já tem posicionamento. Veja:

SÚMULA 188 do TST

O contrato de experiência pode ser prorrogado, respeitado o limite máximo de 90 (no-


venta) dias.

DICA 236
CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE
É o tipo de contrato aonde há a prestação de serviços, com a devida subordinação, não
contínua, havendo ainda a alternância de períodos de prestação de serviços e de ina-
tividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de ativi-
dade do empregado e do empregador (art. 443, § 3º, CLT).
A propósito: Os períodos de inatividade não são considerados tempo à disposição do
empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes, conforme traz
o art. 452-A, § 5º da CLT.
Importante: Não se aplicam as regras do contrato de trabalho intermitente aos aero-
nautas, regidos por legislação própria.
Certo, mas como funciona a questão da resposta do empregado intermitente?

Ao receber a devida convocação, o empregado terá o prazo de 24 horas para responder


ao chamado, e assim ocorrer uma das três possibilidades a seguir:
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O empregado não responder à convocação, ficando em silêncio, o que presume a recusa;

O empregado recusar a oferta, o que não tira a subordinação para fins do contrato de
trabalho intermitente;

O empregado aceitar a oferta, laborando nos serviços demandados pelo empregador


para o período.
DICA 237
NULIDADES DO CONTRATO DE TRABALHO

Ocorre em três casos: Quando o trabalho for proibido, quando o contrato de trabalho
tiver um objeto ilícito e quando Administração Pública, quer seja direta ou indireta,
contratar empregados sem aprovação prévia em concurso público, como exige o art.
37, II, da CF/88.
E mais: No caso do trabalho proibido, a nulidade terá um efeito ex nunc, não retroagindo.
Já no caso do objeto ilícito, a nulidade terá um efeito ex tunc, retroagindo o contrato desde
sua origem.
E qual a diferença do trabalho proibido para o trabalho com objeto? Um exemplo de
trabalho proibido é o que emprega pessoas menores de forma irregular. Já no caso do
trabalho com objeto ilícito, temos como exemplo a pessoa que trabalha com jogo do bicho.
Veja a OJ seguinte:

OJ 199 do TST

“É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à


prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de va-
lidade para a formação do ato jurídico.”

DICA 238
JORNADA DE TRABALHO
A jornada é uma medida de tempo em que está incluído o tempo diário de trabalho do
empregado. Lembrando sempre que não são considerados como tempo à disposição do
empregador os momentos em que o empregado, por sua escolha própria, busque proteção
pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como
adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares
como por exemplo práticas religiosas, lazer, estudo, descanso, momentos de alimentação ,
atividades de relacionamento social, higiene pessoal e troca de roupa ou uniforme, quando
não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. Você pode ler tudo isto lá
no art. 4º, § 2º da CLT.

Ex.: Sua prova pode trazer uma situação aonde o empregado, de livre e espontânea
vontade, realize todas as terças um culto ecumênico nas dependências do trabalho, durando
tais cultos uma hora. Essa hora do culto não pode ser computada como tempo à disposição
do empregador.
A propósito, a seguinte súmula é muito importante para quem vai fazer o Exame da OAB.
Veja:

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SÚMULA 429 do TST

“Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo neces-


sário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho,
desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários”.

Logo, para que você memorize melhor:

Jornada de trabalho normal (art. 7º, XIII, da Constituição Federal).

Não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais.

Pode haver a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de


trabalho.

DICA 239
JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO – BANCÁRIO
Algumas categorias possuem jornadas de trabalho especiais. Uma destas categorias é a
dos bancários. O artigo 224 da CLT afirma que a jornada de trabalho destes profissionais
(empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal) será de 6 (seis) ho-
ras contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados. Logo, totalizando 30 horas de
trabalho por semana. Em outras palavras: Os bancários obtiveram a redução de jornada
para seis horas, ante oito horas dos demais trabalhadores.
Sendo assim, o período de desenvolvimento da jornada do bancário é das 7h às 22h,
de 2ª a 6ª feiras. E atenção: Como o assunto é sobre bancários, um tema já trabalhado
em uma prova da OAB é referente à equiparação dos trabalhadores de lotéricas à categoria
dos bancários. E o TRT da 4ª Região já se posicionou no sentido de não equiparação, ou
seja, o empregado de casa lotérica não estaria equiparado ao bancário, mesmo que lide em
seu trabalho com dinheiro. A não equiparação também não enseja o pagamento de adicional
de periculosidade. O assunto foi tema da segunda fase do Exame de OAB, em uma contes-
tação aonde o espelho do gabarito mostrava que o reclamante não tinha direito à equipa-
ração com a categoria dos bancários, tendo como base o artigo 511 da CLT.

Sábado = dia útil não trabalhado

Súmula 113 do TST

“O sábado do bancário é dia útil não trabalhado, não dia de repouso remunerado. Não
cabe repercussão do pagamento de horas extras habituais em sua remuneração.”

Intervalo intrajornada = 15 minutos

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Veja como a banca já cobrou este assunto:

Questão Exame de Ordem XXVI, 2018.


Jorge era caixa bancário e trabalhava para o Banco Múltiplo S/A. Recebia salário fixo de
R$ 4.000,00 mensais. Além disso, recebia comissão de 3% sobre cada seguro de carro,
vida e previdência oferecido e aceito pelos clientes do Banco, o que fazia concomitante-
mente com suas atividades de caixa, computando-se o desempenho para suas metas e
da agência. Os produtos em referência não eram do banco, mas, sim, da Seguradora
Múltiplo S/A, empresa do mesmo grupo econômico do empregador de Jorge.
Diante disso, observando o entendimento jurisprudencial consolidado do TST, bem como
as disposições da CLT, assinale a afirmativa correta.
a) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração de Jorge,
por se tratar de liberalidade.
b) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração de Jorge,
porque relacionados a produtos de terceiros.
c) Os valores recebidos a título de comissão devem integrar a remuneração de Jorge.
d) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração de Jorge,
uma vez que ocorreram dentro do horário normal de trabalho, para o qual Jorge já é
remunerado pelo banco.
Resposta: Letra C
Comentário: Neste caso, devemos observar o disposto na Súmula 93 do TST: “Integra
a remuneração do bancário a vantagem pecuniária por ele auferida na colocação ou na
venda de papéis ou valores mobiliários de empresas pertencentes ao mesmo grupo eco-
nômico, se exercida essa atividade no horário e no local de trabalho e com o consenti-
mento, tácito ou expresso, do banco empregador.”

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PROCESSO DO TRABALHO

DICA 240
IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS

O artigo 893, § 1º traz esta disposição, dizendo que são incabíveis recursos de deci-
sões proferidas no decurso do processo, devendo a parte prejudicada esperar que seja
devidamente proferida a decisão final para somente aí dela recorrer. Este artigo afirma o
seguinte:
“Art. 893, § 1º Os incidentes do processo serão resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal,
admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recur-
sos da decisão definitiva.”
Em outras palavras: Se faz necessário que haja uma decisão definitiva para que assim se
interponha um recurso, não cabendo interposição de recursos diante de uma decisão inter-
locutória.
Mas cuidado, o TST entende que a decisão pode ser impugnada de forma imediata
quando esta afrontar súmula ou orientação jurisprudencial do TST. Vejamos a se-
guir:

SÚMULA 214 DO TST

Decisão interlocutória - Irrecorribilidade. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art.


893, § 1°, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso de imediato, salvo
nas hipóteses de decisão:
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial
do Tribunal Superior do Trabalho;
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o
disposto no art. 799, § 2. °, da CLT.

DICA 241
PREPOSTO
O preposto é uma pessoa que irá representar outrem na audiência, e ele não precisa
ser empregado do empregador, necessitando ter conhecimento dos fatos ali trabalha-
dos. É preciso também que o preposto apresente uma carta devidamente assinada pelo
representante legal da reclamada ou pelo empregador pessoa física.
Em outras palavras: O preposto não precisa ser empregado, mas precisa ter uma carta
assinada pelo que ele vai representar e também conhecer o caso ali tratado.
Sobre a não necessidade do preposto ser empregado: O TST já se posicionou neste ponto.
Tal determinação acaba por deixar a Sumula 377 do TST desatualizada.

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DICA 242
PRINCÍPIO DA ORALIDADE
Um dos principais princípios ligados à audiência, sendo assim de suma importância. O
princípio da oralidade pode ser visto no artigo 847 da CLT, por exemplo. Mas atenção:

Este princípio encontra-se em variados momentos processuais. Vejamos a seguir:

PRINCÍPIO DA ORALIDADE Defesa do reclamado- verbal-


Deve ser apresentada em audi-
ência, em até 20 minutos

PRINCÍPIO DA ORALIDADE Razões finais- verbal- até 10 mi-


nutos para cada parte

PRINCÍPIO DA ORALIDADE Petição inicial- verbal- distribuição


e posterior redução a termo

DICA 243
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Faz parte da organização da Justiça do Trabalho. O TST (Tribunal Superior do Trabalho),
tem 27 ministros, a sua nomeação é feita pelo Presidente da República e necessário
que haja a devida aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, por meio de
uma sabatina. Esses ministros devem ter mais de 35 e menos de 70 anos.

Órgãos que funcionam junto ao TST:

Escola Nacional de Forma-


Conselho Superior da
ção e Aperfeiçoamento de
Justiça do Trabalho
Magistrados do Trabalho

ATENÇÃO!

Destes 27 Ministros, um quinto das vagas será reservado aos membros da Advo-
cacia e do Ministério Público, o que é o “quinto constitucional”. E importante: No
TST são julgados: Recurso de revista, Recurso Ordinário e embargos ao TST.

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DICA 244
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO
Também faz parte da Justiça do Trabalho, deve ter no mínimo de 7 juízes, estes juízes
devem ser nomeados, devendo ainda estes possuir mais de 30 anos e menos de 65 anos.
Assim como os ministros do TST, a sua nomeação deverá ser feita pelo Presidente da
República e por fim, não há necessidade de sabatina para a aprovação, diferente neste
ponto dos Ministros do TST.
Há TRT em todos os Estado brasileiros? Não, não há TRT no Tocantins, Amapá, Acre e
Roraima. E há dois em São Paulo.
DICA 245
JUÍZES DO TRABALHO
O juiz do trabalho deve ser aprovado em concurso de provas e títulos, ingressando como
juiz substituto, designado pelo Presidente do TRT para auxiliar ou substituir nas Varas do
Trabalho. Passados 2 anos no exercício, ele irá tornar-se vitalício no cargo.
Art. 112 da CF/88: a Lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-La aos juízes de direito, com recurso para o respectivo
Tribunal Regional do Trabalho".
Ótimo, mas o que acontece nas comarcas onde não tiver juiz do trabalho? Nas
comarcas onde não houver juiz do trabalho, por Lei, os Juízes de Direito poderão ser
investidos da jurisdição trabalhista. Das sentenças que proferirem caberá recurso ordi-
nário para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho (art. 112 da CF/1988 e art. 668 da
CLT).
E como surge uma nova vara trabalhista? Há requisitos? Há o requisito da frequência
de reclamações trabalhistas em cada órgão já existente exceda, seguidamente, a 1.500
reclamações trabalhistas por ano.
DICA 246
HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL
Faz parte das competências da Justiça do Trabalho. Apenas o juiz poderá fazê-lo. Lem-
brando sempre que o juiz poderá indeferir a homologação, caso veja nela alguma nulidade
ou irregularidade. Ocorrendo isto, volta a correr o prazo prescricional que foi suspenso,
tendo em mente o ajuizamento da ação.
"Art. 652, CLT. Compete às Varas do Trabalho: (...) f) decidir quanto à homologação de
acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho."
O juiz indeferiu a homologação do meu acordo trabalhista extrajudicial. Cabe interposição
de algum recurso? Sim, cabe interposição de recurso ordinário.
DICA 247
CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Seu papel é exercer, na forma normatizada da Lei, a vigilância de cunho administra-
tivo, orçamentário, patrimonial e financeiro da Justiça do Trabalho, tanto de primeiro
quanto de segundo grau, como órgão central do sistema, tendo suas deliberações efeito
vinculante.

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São seus valores a ética; acessibilidade; agilidade; eficiência; transparência; inovação; va-
lorização das pessoas; sustentabilidade; efetividade; comprometimento; segurança jurí-
dica; respeito à diversidade; imparcialidade; responsabilização.
Como este órgão foi criado? O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) foi criado
pela Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004, com o acréscimo do
art. 111-A da CF/88.
DICA 248
PARTES E PROCURADORES
No Processo do Trabalho o autor é denominado de reclamante e o réu, reclamado. É
importante que você se acostume com estas nomenclaturas.
E mais: No Processo do Trabalho, é necessário haver a capacidade das partes. Esta capaci-
dade ocorre aos 18 anos (art. 792 da CLT), e quando a parte não tem esta idade, tem que
estar em juízo com a assistência ou representação.

O reclamado poderá enviar para representa-lo pelo gerente ou preposto. Ah, é


importante que você saiba que advogado não pode, no mesmo processo, ser patrono e
preposto do empregador ou cliente.
Lembrando: O art. 7°, XXXIII da CF/88 veda o trabalho noturno, perigoso e insalubre
aos menores de 18 anos e de qualquer trabalho aos menores de 16 anos, exceto na con-
dição de aprendiz, a partir dos 14 anos.
DICA 249
PRERROGATIVAS DO MPT

Lembrando sempre que o Ministério Público tem autonomia e independência da insti-


tuição. Além disso, são princípios do MP a unidade, a indivisibilidade e a independên-
cia funcional, princípios estes normatizados no art. 127, § 1° da CF/88. Logo, é assunto
muito letra de lei. Segundo o art. art. 18 da LC 75/1993, são prerrogativas deste ente:

Institucionais:
a) sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou presidentes
dos órgãos judiciários perante os quais oficiem;
b) usar vestes talares;
e) ter ingresso e trânsitos livres, em razão de serviço, em qualquer recinto público ou pri-
vado, respeitada a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio;
d) a prioridade em qualquer serviço de transporte ou comunicação, público ou privado, no
território nacional, quando em serviço de caráter urgente;
e) o porte de arma, independentemente de autorização;
f) carteira de identidade especial, de acordo com modelo aprovado pelo Procurador-Geral
da República e por ele expedida, nela se consignando as prerrogativas constantes do inciso
I, alíneas 'c', 'd' e 'e' do inciso II, alíneas 'd', 'e' e 'f', deste artigo;

Processuais:
a) do Procurador-Geral da República, ser processado e julgado, nos crimes comuns, pelo
Supremo Tribunal Federal e pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade;
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b) do membro do Ministério Público da União que oficie perante tribunais, ser processado e
julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelo Superior Tribunal de Justiça;
e) do membro do Ministério Público da União que oficie perante juízos de primeira instância,
ser processado e julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelos Tribunais Regi-
onais Federais, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
d) ser preso ou detido somente por ordem escrita do tribunal competente ou em razão de
flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação àquele
tribunal e ao Procurador-Geral da República, sob pena de responsabilidade;
e) ser recolhido à prisão especial ou à sala especial de Estado-Maior, com direito à privaci-
dade e à disposição do tribunal competente para o julgamento, quando sujeito a prisão
antes da decisão final; e a dependência separada no estabelecimento em que tiver de ser
cumprida a pena;
f) não ser indiciado em inquérito policial, observado o disposto no parágrafo único deste
artigo;
g) ser ouvido, como testemunhas, em dia, hora e Local previamente ajustados com o ma-
gistrado ou a autoridade competente;
h) receber intimação pessoalmente nos autos em qualquer processo e grau de jurisdição
nos feitos em que tiver que oficiar.
Parágrafo único. Quando, no curso de investigação, houver indício de prática de infração
penal por membro do Ministério Público da União, a autoridade policial, civil ou militar,
remeterá imediatamente os autos ao Procurador-Geral da República, que designará membro
do Ministério Público para prosseguimento da apuração do fato".
DICA 250
VEDAÇÕES AOS AGENTES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Os membros do Ministério Público possuem algumas vedações que são elencadas no art.
128, § 5°, II, da CF/88. No que tange ao Ministério Público da União, as proibições são
impostas, também, pelo art. 237 da Lei Complementar 75/1993. De acordo com a Consti-
tuição Federal, em seu já citado dispositivo, constituem-se proibições aos agentes do Mi-
nistério Público:
Art. 128. (...)
§ 5° (...)

as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou cus-
tas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;
e) exercer atividade político-partidária;

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f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
Importante: Lembre-se que o Ministério Público do Trabalho (MPT) integra o Minis-
tério Público da União (MPU), possuindo todas as garantias e prerrogativas e estando sub-
metido às vedações que disciplinam a instituição Ministério Público. Em outras palavras: O
Ministério Público da União alcança o Ministério Público Federal, o Ministério Público Militar,
o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

FAZEM PARTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO:

o Procurador-Geral do Trabalho

o Colégio de Procuradores do Trabalho

o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho

a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho

a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho

os Procuradores Regionais do Trabalho

os Subprocuradores--Gerais do Trabalho

os Procuradores do Trabalho.

DICA 251
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

As Comissões de Conciliação Prévia foram criadas em 2000, inserindo artigos 625-A a


625-H na CLT, visando estimular a cultura da conciliação antes do ajuizamento das
ações trabalhistas, evitando o ajuizamento de ações que podem ter suas demandas re-
solvidas de forma amistosa pela conciliação. Lembrando que neste assunto, estamos tra-
tando da esfera extrajudicial.

No caso da Comissão de Conciliação Prévia (CCP), criada no campo empresarial, é preciso


haja no mínimo 2 e no máximo de 10 membros para cada polo (trabalhadores e empre-
gadores). E mais: O mandato será de 01 ano dos representantes, sendo permitida uma
recondução. Por fim, mas não menos importante: O título que nasce desta conciliação é o
título executivo extrajudicial. Logo, este título poderá ser executado diretamente diante da
Justiça do Trabalho, caso haja descumprimento.
DICA 252
INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O Ministério Público do Trabalho pode sim intervir, como um fiscal da lei, tendo assim
uma função importante nas sessões realizadas nos Tribunais Regionais do Trabalho e Tri-
bunal Superior do Trabalho, como também produzindo os pareceres, desde que haja o in-
teresse público evidente na situação.

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Uma informação importante para quem estuda este assunto é que o instrumento de atua-
ção judicial do Ministério Público do Trabalho de maior importância é a ação civil
pública, usada na proteção dos interesses metaindividuais no campo trabalhista.
Veja: Não é que os outros instrumentos não são importantes, mas a Ação Civil Pública
é a mais comum, por isso na hora do estudo não pode ser deixada de lado. Há também
outras formas de participação do MPT, como, por exemplo, a ação rescisória, o dissídio
coletivo de greve, a ação anulatória de cláusula convencional, o mandado de segurança
(remédio constitucional a ser melhor trabalhado em dicas posteriores) entre outros.
DICA 253
AÇÃO CIVIL PÚBLICA

A ação civil pública é um instrumento jurídico e processual normatizado na CF/88 para a


defesa judicial dos interesses ou interesses ou direito difusos, coletivos e individuais homo-
gêneos. Até mesmo o CDC traz esta disposição da Ação Civil Pública.

Ex.: O conselho profissional dos farmacêuticos não pode ingressar com a Ação civil pú-
blica em um assunto que seja da categoria dos engenheiros.
DICA 254
DESPACHOS

Os despachos (também chamados de atos ordinatórios ou de impulso oficial) são atos


de movimentação do processo e como não tem forma nem tampouco trazem qual-
quer prejuízo às partes, não poderão ser impugnados via recurso, nos termos
do art. 1.001 do CPC.
Em outras palavras, são pronunciamentos feitos pelo juiz no decorrer do processo, de
ofício ou a requerimento da parte. Basicamente, nos despachos, o objetivo não é dar
uma solução ao processo em si, mas é determinar medidas necessárias para o julga-
mento da ação em curso. Em suma, são movimentações administrativas, como por
exemplo, designação de audiência.
DICA 255
INFORMATIZANDO O PROCESSO
A prática eletrônica de atos processuais será feita por meio do Sistema Processo Judicial
Eletrônico (PJe) instalado na Justiça do Trabalho nos termos da Lei nº 11.419/06, arts.
193 a 199, do CPC e da Resolução 185/2017 do Conselho Superior da Justiça.
A ideia é facilitar a vida de todos e evitar o acúmulo de processos físicos. Aqui cabe até
mesmo a questão da pandemia: Visando evitar aglomerações em fóruns e varas, atrás de
processos físicos, os processos eletrônicos auxiliam nesta questão do isolamento social.

Posto isto, nos termos do art. 1°, § 2°, da Lei 11.419/2006, considera-se:
a) Meio Eletrônico;
b) Transmissão Eletrônica;
c) Assinatura Eletrônica.

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DICA 256
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

O benefício da justiça gratuita está previsto no art. 790, §§ 3° e 4°, da CLT. Observe:
"Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal
Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às ins-
truções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. ( ... )
§ 3° É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de
qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita,
inclusive quanto a trasladas e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou infe-
rior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Pre-
vidência Social.
§ 4° O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de
recursos para o pagamento das custas do processo."

Dica de ouro: A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da


parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, mesmo que seja beneficiária da jus-
tiça gratuita.
Este benefício vale tanto para pessoas jurídicas quanto físicas? Sim.
DICA 257
IMPUGNANDO O PEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Uma vez deferido o pedido da justiça gratuita, a parte contrária pode fornecer a impug-
nação na contestação (se a justiça gratuita for requerida na petição inicial), na réplica (se
a justiça gratuita for requerida na contestação), nas contrarrazões (se a justiça gratuita for
requerida no recurso) e no prazo de 15 dias (se a justiça gratuita for requerida em petição
avulsa). A impugnação será feita nos próprios autos, sem que haja a suspensão do processo
em si.

A propósito, caso a prova te pergunte a seguinte indagação:


O juiz indeferiu, no dia 20/04/21 a justiça gratuita de cliente XYW com base no argumento
de que ele apresentou apenas uma declaração de hipossuficiência econômica firmada pelo
XYW. Com base em entendimento atual do TST, o juiz agiu de forma certa ou errada?
E aí? Você falaria o que?
A atitude do juiz foi errônea. Veja o que uma súmula do TST diz:

SÚMULA 463 DO TST

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO (conversão da Orientação Juris-


prudencial nº 304 da SBDI-I, com alterações decorrentes do CPC de 2015)
I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à
pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela
parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos
para esse fim (art. 105 do CPC de 2015);

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II – No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a demons-
tração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo.

DICA 258
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Os honorários serão devidos ao advogado, mesmo que atue em causa própria, por
ter representado o processo a parte vencedora. Tenha cuidado com um ponto: Com a Re-
forma Trabalhista, os chamados honorários sucumbenciais não são devidos somente aos
sindicatos, mas também aos advogados particulares.
Informação importante: O Supremo Tribunal Federal já firmou entendimento, por
intermédio da Súmula 512, de que NÃO há cabimento da condenação em honorários advo-
catícios na ação de mandado de segurança.

Há 3 tipos de honorários:

Contratuais,

Assistenciais (nos casos em que o reclamante é assistido pelo sindicato de sua catego-
ria), e

Sucumbenciais.

Ao fixar os honorários, o juízo deverá observar:

o grau de zelo do profissional;

o lugar de prestação do serviço;

a natureza e a importância da causa; e

o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço (art. 791, §
2°, CLT).
Veja como a banca já cobrou este assunto:

QUESTÃO OAB, EXAME XXVII, 2018.


Em reclamação trabalhista ajuizada em fevereiro de 2018, os pedidos formulados por
Paulo em face do seu ex-empregador foram julgados totalmente procedentes.
Em relação à verba honorária, de acordo com a CLT, sabendo-se que o patrocínio de
Paulo foi feito por advogado particular por ele contratado, assinale a afirmativa correta.
a) Não haverá condenação em honorários advocatícios, porque o autor não está assis-
tido pelo sindicato de classe.

b) Haverá condenação em honorários de, no mínimo, 10% e de, no máximo, 20% em


favor do advogado.

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c) Haverá condenação em honorários de, no mínimo, 5% e de, no máximo, 15% em
favor do advogado.

d) Somente se a assistência do advogado do autor for gratuita é que haverá condenação


em honorários, de até 20%.

Resposta: Letra C
CLT Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorá-
rios de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de
15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do pro-
veito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da
causa.

DICA 259
EXCEÇÕES À JUSTIÇA GRATUITA
O beneficiário da Justiça Gratuita tem suas prerrogativas. Mas há situações que a justiça
gratuita não tem alcance.
As multas processuais são um exemplo clássico deste não alcance, o que pode ser visto
no art. 98, § 4° do CPC.
E atente-se para uma questão importante: Na Justiça gratuita, o beneficiário tem o direito
de precisar adiantar as despesas, todavia se no final o beneficiário for vencido será respon-
sável por elas. Logo, não pense na justiça gratuita como uma isenção total.

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DIREITO ELEITORAL

DICA 260
QUEM NÃO PODE SE ALISTAR COMO ELEITOR?

Não podem alistar-se eleitores:

os analfabetos;

os que não saibam exprimir-se na língua nacional;

os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos.


Como isso pode cair na minha prova? Vejamos:

QUESTÃO INÉDITA E SIMULADA.


Agnar é um jovem norueguês, que não sabe dizer nenhuma palavra em português, e está
no Brasil a pouco mais de 3 dias. Ao assistir uma reportagem, de um canal norueguês,
em seu laptop, descobre que as eleições irão ocorrer no Brasil, daqui a 15 dias. Ele, então,
deseja se alistar como eleitor, pois nunca antes em sua vida, ele votou.
Sendo assim, podemos dizer corretamente que:
a) Agnar, mesmo sem saber exprimir-se no idioma nacional, pode se alistar como eleitor.
b) Agnar, por não saber exprimir-se no idioma nacional, não pode se alistar como eleitor.
c) Agnar, mesmo sem saber exprimir-se no idioma nacional, pode se alistar como eleitor,
desde que impetre um Habeas Data.
d) Agnar, mesmo sem saber exprimir-se no idioma nacional, pode se alistar como eleitor,
desde que impetre uma ADI.
GABARITO: Letra B
COMENTÁRIO: Código Eleitoral
Art. 5º do Código Eleitoral. Não podem alistar-se eleitores:
II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional;

DICA 261
ALISTAMENTO E VOTO
O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo, SALVO:

QUANTO AO ALISTAMENTO:

os inválidos;

os maiores de setenta anos;

os que se encontrem fora do país.

QUANTO AO VOTO:
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os enfermos;

os que se encontrem fora do seu domicílio;

os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.


DICA 262
PUNIÇÕES PARA QUEM NÃO VOTOU
O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias
após a realização da eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre
o salário-mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art.
367.

SINTETIZANDO:

O eleitor ou eleitora que não estiver em dia com a Justiça Eleitoral não poderá:

Obter passaporte ou carteira de identidade


Observação: Essa restrição não se aplica ao eleitor no exterior que requeira novo pas-
saporte para identificação e retorno ao Brasil, nos termos do § 4º do art. 7º do Código
Eleitoral.

Receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público,


autárquico ou paraestatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e
sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exer-
çam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição.

Participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos


Territórios, do Distrito Federal, dos Municípios ou das respectivas autarquias.

Obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas


federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em qualquer
estabelecimento de crédito mantido pelo governo ou de cuja administração este participe,
além de com essas entidades celebrar contratos.

Inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou


empossar-se neles.

Renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo.

Praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou do imposto de
renda.

Obter Certidão de Quitação Eleitoral, conforme disciplina a Resolução TSE nº


21.823/2004 e o art. 11, § 7º, da Lei nº 9.504/1997.

IMPORTANTE!

O eleitor ou eleitora que não votar em três eleições consecutivas, não justificar sua
ausência ou não quitar a multa devida terá sua inscrição cancelada.

DICA 263
PUNIÇÕES PARA QUEM NÃO VOTOU
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Um ponto que merece sua atenção, caro (a) futuro (a) aprovado (a), é que as regras da
dica anterior não se aplicam aos eleitores cujo voto seja facultativo por prerrogativa cons-
titucional (analfabetos, maiores de 16 e menores de 18 anos, e maiores de 70 anos)
e aos portadores de deficiência física ou mental que torne impossível ou demasiada-
mente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, desde que deferido pelo Juízo Elei-
toral requerimento de certidão de quitação por prazo indeterminado, na forma da Resolução
TSE nº 23.659/2021.
ESQUEMATIZANDO:
A quem não se aplica as regras da dica anterior?

analfabetos,

maiores de 16 anos

menores de 18 anos

maiores de 70 anos

pessoas que tenham deficiência física ou mental que torne impossível ou demasi-
adamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, desde que deferido pelo Juízo
Eleitoral requerimento de certidão de quitação por prazo indeterminado, na forma da Reso-
lução TSE nº 23.659/2021.
Como isto poderia cair na minha prova?

QUESTÃO INÉDITA E SIMULADA


Joaquim é um professor aposentado, que tem 82 anos de idade. Ele sempre foi extrema-
mente engajado em causa eleitorais, e sempre fez questão de participar das eleições.
Ocorre que no último pleito, Joaquim não conseguiu exercer seu direito de voto, pois
estava doente, com um problema de saúde não contagioso. Podemos dizer que Joaquim
sofrerá, no presente momento, as sanções previstas no Código Eleitoral, levando em
consideração que este pleito eleitoral ao qual Joaquim faltou ocorreu no dia 02/10/2022
e o presente momento é 05/10/2022.
( ) CERTO
( ) ERRADO
GABARITO: Errado.
COMENTÁRIO: Joaquim é maior de 70 anos, ou seja, não está sujeito a tais punições.
Além disto, a eleição ocorreu dia 02/10/2022 e o atual momento na questão seria dia
05/10/2022, ou seja, ainda estaria dentro do lapso temporal de 30 dias, ou seja, caso
Joaquim não fosse maior de 70 anos, ainda assim não seria punido no atual momento,
que seria 05/10/2022.

DICA 264
MULTAS
As multas aplicadas pelos Tribunais Eleitorais serão consideradas líquidas e certas, para
efeito de cobrança mediante executivo fiscal desde que inscritas em livro próprio na Secre-
taria do Tribunal competente.

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E mais: a multa pode ser aumentada até dez vezes, se o juiz, ou Tribunal considerar
que, em virtude da situação econômica do infrator, é ineficaz, embora aplicada no máximo.
Por fim, alistando, ou o eleitor, que comprovar devidamente o seu estado de pobreza,
ficará isento do pagamento de multa.
DICA 265
MULTAS
A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se o eleitor quiser aguardar que o juiz da
zona em que se encontrar solicite informações sobre o arbitramento ao Juízo da inscrição.
E mais: O eleitor que não votar e não pagar a multa, se se encontrar fora de sua zona e
necessitar documento de quitação com a Justiça Eleitoral, poderá efetuar o pagamento pe-
rante o Juízo da zona em que estiver.
Como esse tema pode cair na minha prova?

QUESTÃO INÉDITA E SIMULADA.


Hinata Hyuga nasceu em São Paulo-SP, e está atualmente trabalhando e morando em
Holambra- SP, mas tem como domicílio eleitoral a cidade de Curitiba- PR. Ela perdeu a
última eleição, e sendo assim, podemos dizer corretamente que:
a) Hinata pode sim realizar o pagar a multa no juízo de onde ela está, ou seja, de
Holambra.
b)Hinata terá de obrigatoriamente, ir até Curitiba pagar a multa, não podendo fazer
este pagamento da multa no juízo da Zona de Holambra.
c) Hinata terá de obrigatoriamente, ir até São Paulo- SP pagar a multa, pois é onde ela
nasceu, não podendo fazer este pagamento da multa supracitada no juízo da Zona de
Holambra.
d) Hinata terá de obrigatoriamente, ir até Brasília pagar a multa, onde fica a sede do
TSE, não podendo fazerem jamais este pagamento da multa no juízo da Zona de Ho-
lambra.
GABARITO: Letra A.

DICA 266
ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL

São órgãos da Justiça Eleitoral:

O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e jurisdição em


todo o País;

um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante pro-


posta do Tribunal Superior, na Capital de Território;

juntas eleitorais;

juízes eleitorais.

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DICA 267
ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL
O número de juízes dos Tribunais Regionais não será reduzido, mas poderá ser elevado
até nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida.
ATENÇÃO: Poderá não é o mesmo que deverá!
Os juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão obrigatoriamente por
dois anos, e nunca por mais de dois biênios consecutivos.
DICA 268
NO ÂMBITO ELEITORAL, O QUE ACONTECE COM OS JUÍZES AFASTADOS POR MO-
TIVO DE LICENÇA FÉRIAS E LICENÇA ESPECIAL?
Os juízes afastados por motivo de licença férias e licença especial, de suas funções na Jus-
tiça comum, ficarão automaticamente afastados da Justiça Eleitoral pelo tempo correspon-
dente exceto quando com períodos de férias coletivas, coincidir a realização de eleição,
apuração ou encerramento de alistamento.
Da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e nos feitos
decorrentes do processo eleitoral, não poderão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais,
ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau,
de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição.
DICA 269
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

Compõe-se Tribunal Superior Eleitoral:

MEDIANTE ELEIÇÃO, PELO VOTO SECRETO:


a) de três juízes, dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; e
b) de dois juízes, dentre os membros do Tribunal Federal de Recursos;

POR NOMEAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, de dois entre seis advogados de


notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
DICA 270
TSE - CORREGEDOR GERAL
No desempenho de suas atribuições o Corregedor Geral se locomoverá para os Estados e
Territórios nos seguintes casos:

por determinação do Tribunal Superior Eleitoral;

a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais;

a requerimento de Partido deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral;

sempre que entender necessário.


Quem fixa as atribuições do Corregedor Geral? O TSE.
DICA 271
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TSE - PROCURADOR GERAL
Exercerá as funções de Procurador Geral, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador
Geral da República, funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal.
E mais: O Procurador Geral poderá designar outros membros do Ministério Público da
União, com exercício no Distrito Federal, e sem prejuízo das respectivas funções, para au-
xiliá-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral, onde não poderão ter assento.
DICA 272
TSE - PROCURADOR GERAL

Compete ao Procurador Geral, como Chefe do Ministério Público Eleitoral;

assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões;

exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de competência


originária do Tribunal;

oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal;

manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos à deli-


beração do Tribunal, quando solicitada sua audiência por qualquer dos juizes, ou por inici-
ativa sua, se entender necessário;

defender a jurisdição do Tribunal;

representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais, especialmente


quanto à sua aplicação uniforme em todo o País;

requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas


atribuições;

expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribunais Regionais;

acompanhar, quando solicitado, o Corregedor Geral, pessoalmente ou por intermédio de


Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas.
DICA 273
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA

Processar e julgar originariamente:

o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretórios nacionais


e de candidatos à Presidência e vice-presidência da República;

os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juízes eleitorais de Estados


diferentes;

a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral e aos funcioná-


rios da sua Secretaria;

os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus pró-
prios juízes e pelos juízes dos Tribunais Regionais;

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o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos
do Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o
habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz compe-
tente possa prover sobre a impetração;

as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos,


quanto à sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;

as impugnações á apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de


diploma na eleição de Presidente e Vice-Presidente da República;

os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro
de trinta dias da conclusão ao relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público
ou parte legitimamente interessada.

as reclamações contra os seus próprios juízes que, no prazo de trinta dias a contar
da conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuídos.

a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de cento e
vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu
trânsito em julgado.

julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais nos termos
do Art. 276 inclusive os que versarem matéria administrativa.
DICA 274
COMPETÊNCIA PRIVATIVA

Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior Eleitoral:

elaborar o seu regimento interno;

organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral, propondo ao Congresso Nacional a


criação ou extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos,
provendo-os na forma da lei;

conceder aos seus membros licença e férias assim como afastamento do exercício dos
cargos efetivos;

aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juízes dos Tribunais Regionais
Eleitorais;

propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dos Territórios;

propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juízes de qualquer Tribunal Elei-
toral, indicando a forma desse aumento;

fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da República, senadores


e deputados federais, quando não o tiverem sido por lei:

aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a criação de novas zonas;

expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código;

fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência


fora da sede;

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enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tribunais de Justiça
nos termos do ar. 25;

responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autori-
dade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político;

autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos Estados em que essa provi-
dência for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo;

requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou


das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a apu-
ração;

organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência;

requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir o acúmulo ocasional


do serviço de sua Secretaria;

publicar um boletim eleitoral;

tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à execução da legislação


eleitoral.
DICA 275
TRIBUNAIS REGIONAIS

Os Tribunais Regionais Eleitorais irão ser compostos:


MEDIANTE ELEIÇÃO, PELO VOTO SECRETO:

de dois juízes, dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;

de dois juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;


DO JUIZ FEDERAL e, havendo mais de um, do que for escolhido pelo tribunal federal de
recursos; e
POR NOMEAÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA de dois dentre seis cidadãos de no-
tável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
DICA 276
TRIBUNAIS REGIONAIS- CORREGEDOR REGIONAL
As atribuições do Corregedor Regional serão fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral e, em
caráter supletivo ou complementar, pelo Tribunal Regional Eleitoral perante o qual servir.
No desempenho de suas atribuições o Corregedor Regional se locomoverá para as zonas
eleitorais nos seguintes casos:

por determinação do Tribunal Superior Eleitoral ou do Tribunal Regional Eleito-


ral;

a pedido dos juízes eleitorais;

a requerimento de Partido, deferido pelo Tribunal Regional;

sempre que entender necessário.

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DICA 277
TRIBUNAIS REGIONAIS
PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL
No Distrito Federal, serão as funções de Procurador Regional Eleitoral exercidas pelo Procu-
rador Geral da Justiça do Distrito Federal.
Quem o substitui? Substituirá o Procurador Regional, em suas faltas ou impedi-
mentos, o seu substituto legal.
E mais: compete aos Procuradores Regionais exercer, perante os Tribunais junto aos quais
servirem, as atribuições do Procurador Geral.
DICA 278
JUIZES ELEITORAIS
Onde houver mais de uma vara, o Tribunal Regional designará aquela ou aquelas, a que
incumbe o serviço eleitoral.
Nas zonas eleitorais onde houver mais de uma serventia de justiça, o juiz indicará ao Tri-
bunal Regional a que deve ter o anexo da escrivania eleitoral pelo prazo de dois anos.
DICA 279
ESCRIVÃO ELEITORAL
O escrivão eleitoral, em suas faltas e impedimentos, será substituído na forma prevista pela
lei de organização judiciária local.

CUIDADO!

Não poderá servir como escrivão eleitoral, sob pena de demissão, o membro de dire-
tório de partido político, nem o candidato a cargo eletivo, seu cônjuge e parente consan-
guíneo ou afim até o segundo grau.

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DIREITO FINANCEIRO

Querido (a) futuro (a) advogado (a), sabemos que provavelmente você não viu essa matéria
na faculdade, mas acalme seu 💙. Aqui, você poderá observar os principais tópicos desta
matéria, de uma forma bastante simplificada e assimilar o conteúdo desta disciplina.
Bons estudos!
DICA 280
CONCEITO DE DIREITO FINANCEIRO
Segundo o doutrinador Luiz Emygdio F. da Rosa Júnior:
“Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que estuda o ordenamento jurídico das fi-
nanças do Estado e as relações jurídicas decorrentes de sua atividade financeira e que se
estabeleceram entre o Estado e o particular.”
Então, para ficar mais esquematizado, Direito Financeiro:

É um ramo do Direito Público

Estuda o ordenamento jurídico que rege as finanças do Estado e suas relações jurídicas,
e também as relações que se estabeleceram entre o Estado e o particular.

O Direito Financeiro não estuda relações do particular com outro particular.


DICA 281
O DIREITO FINANCEIRO POSSUI UM CÓDIGO?
Não, diferentemente de algumas outras disciplinas, como por exemplo, o Direito Civil e o
Direito Tributário, o Direito Financeiro NÃO TEM UM CÓDIGO, propriamente dito. Mas tem
algumas legislações esparsas de extrema importância, que são estas:

CF, com um foco bem especial nos artigos 163 a 169

Lei Complementar nº 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal

Lei 4.320/1964

Importante que você saiba estas são as principais leis, mas não as únicas! 😉

DICA 282
A COMPETÊNCIA DA UNIÃO - FOCO NO BANCO CENTRAL
A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco cen-
tral.
E mais: É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao
Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o
objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
Mas qual é a natureza jurídica do Banco Central? O BC é uma autarquia de natureza
especial, criado pela Lei nº 4.595/1964 e com autonomia estabelecida pela Lei Comple-
mentar nº 179/2021.

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DICA 283
BANCO CENTRAL
A missão do Banco Central é garantir a estabilidade do poder de compra da moeda, zelar
por um sistema financeiro sólido, eficiente e competitivo, e fomentar o bem-estar econômico
da sociedade.
Um ponto importante é que as instituições financeiras precisam manter contas no BC. Essas
contas são monitoradas para que as transações financeiras aconteçam com fluidez e para
que as próprias contas não fechem o dia com saldo negativo.
DICA 284
BANCO CENTRAL- ESTRUTURA

O Banco Central é dirigido por sua Diretoria Colegiada, composta pelos seguintes inte-
grantes, todos indicados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado:

Presidente;

Diretora de Administração;

Diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos;

Diretor de Fiscalização;

Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução;

Diretor de Política Econômica;

Diretor de Política Monetária;

Diretor de Regulação;

Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.


DICA 285
LEI DE ORÇAMENTO

Integrarão a Lei de Orçamento:

Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do Governo;

Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias Econômicas, na


forma do Anexo nº 1, da Lei 4320/1964

Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;

Quadro das dotações por órgãos do Governo e da Administração.


DICA 286
RECEITA
Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreen-
dendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vi-
gentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais
ou especificas exercidas por essas entidades.

A receita classifica-se nas categorias econômicas a seguir:


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Receitas Correntes

Receitas de Capital.
DICA 287
RECEITA - CONCEITOS

RECEITAS CORRENTES: são Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições,


patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de re-
cursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando desti-
nadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.

RECEITAS DE CAPITAL: são Receitas de Capital as provenientes da realização de re-


cursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens
e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados
a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orça-
mento Corrente.
DICA 288
RECEITAS CORRENTES

Receita tributária:

Impostos.
Taxas.

Contribuições de Melhoria.

Receita de contribuições;

Receita patrimonial;

Receita agropecuária;

Receita industrial;

Receita de serviços;

Transferências correntes;

Outras receitas correntes.


E como a FGV já cobrou este assunto?

QUESTÃO, FGV.
Assinale a alternativa que não corresponda a uma receita corrente.
A) Receita de operação de crédito.
B) Receita tributária.
C) Receita patrimonial.
D) Receita industrial.
E) Receita de contribuições.

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GABARITO: A.

DICA 289
RECEITAS DE CAPITAL

Operações de crédito

Alienação de bens

Amortização de empréstimos

Transferências de capital

Outras receitas de capital


DICA 290
O ORÇAMENTO PÚBLICO
Trata-se de um instrumento de planejamento e execução das finanças públicas. Vale
dizer, a definição de orçamento está estreitamente relacionada com a previsão das Receitas
e à fixação das Despesas públicas.
Em nosso país, a natureza jurídica do orçamento público é de lei em sentido formal.
O modelo orçamentário brasileiro é definido na Constituição Federal de 1988. E compõe-se
de três instrumentos: o Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e
a Lei Orçamentária Anual - LOA.

Assim como disposto na CF, leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.

DICA 291
INSTRUMENTOS DO ORÇAMENTO PÚBLICO - PLANO PLURIANUAL – PPA
O Plano Plurianual (PPA), previsto no artigo 165 da Constituição Federal, é o instrumento
de planejamento governamental de médio prazo, que estabelece, de forma regionali-
zada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública organizado em progra-
mas, estruturado em ações, que resultem em bens e serviços para a população.
O PPA possui duração de 4 anos, começando no início do segundo ano do mandato do chefe
do poder executivo e finalizando no fim do primeiro ano de seu sucessor, de modo que haja
continuidade do processo de planejamento.
Nele constam, detalhadamente, os atributos das políticas públicas executadas, tais como
metas físicas e financeiras, públicos-alvo, produtos a serem entregues à sociedade etc.

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DICA 292
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PLANO PLURIANUAL

O PPA tem como princípios básicos:

Identificação clara dos objetivos e prioridades do governo;

Identificação dos órgãos gestores dos programas e órgãos responsáveis pelas ações go-
vernamentais;

Organização dos propósitos da administração pública em programas;

Integração com o orçamento;

Transparência.

VALE LEMBRAR!
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de
crime de responsabilidade.
DICA 293
INSTRUMENTOS DO ORÇAMENTO PÚBLICO - LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL
A Lei Orçamentária Anual (LOA) é uma lei também elaborada pelo Poder Executivo que es-
tabelece as despesas e as receitas que serão realizadas no próximo ano.
Na referida Lei está contido o planejamento de gastos que define as obras e os serviços que
são prioritários para o ente, levando em conta os recursos disponíveis. Estabelece também
as metas e prioridades para os gastos públicos anualmente, que deve ser aprovada em
sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado, permitindo que o governo prepare
o orçamento final para o próximo ano.
DICA 294
A LDO NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF)

Abaixo as atribuições da LDO conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal:

Equilíbrio entre receitas e despesas;

Critérios e formas de limitação de empenho;

Controle de custos e avaliação dos resultados;

Condições e exigências para transferências de recursos;

Anexo de Metas Fiscais, Anexo de Riscos Fiscais e anexo específico.

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DICA 295
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE
O Princípio da Exclusividade traz que a Lei Orçamentária deverá conter apenas matéria or-
çamentária ou financeira. Ou seja, a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão
da receita e à fixação da despesa, não se incluindo a proibição a autorização para abertura
de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação
de receita, nos termos da lei.
Pelo princípio da exclusividade, a LOA poderá autorizar a abertura de créditos adicionais
suplementares, porém não é permitida a autorização para os créditos adicionais especiais e
extraordinários. Assim, esse princípio tem o objetivo de limitar o conteúdo da LOA, impe-
dindo que nela se inclua normas pertencentes a outros campos jurídicos, como forma de se
tirar proveito de um processo legislativo mais rápido.

IMPORTANTE!

Constitui exceção ao princípio da exclusividade a autorização para abertura de crédi-


tos suplementares e contratações de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita.

DICA 296
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS - PRINCÍPIO DA DISCRIMINAÇÃO, ESPECIFICA-
ÇÃO OU ESPECIALIZAÇÃO
O Princípio da especialização diz que as receitas e as despesas devem aparecer de forma
discriminada, de tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, as origens dos re-
cursos e sua aplicação. O objetivo aqui é facilitar o controle, inibir concessões genéricas de
despesas, gerando, por conseguinte, mais segurança ao contribuinte.
Vale lembrar que, é vedado que a lei orçamentária consigne dotações globais para atender
indiferentemente as despesas.

ATENÇÃO!

Mas neste caso tem-se uma exceção:


Os Programas Especiais de Trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se su-
bordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas
por dotações globais, classificadas como Despesas de Capital.

DICA 297
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Dos princípios orçamentários, o da legalidade diz que o orçamento será objeto de lei, e o
estado só pode efetuar os gastos que foram autorizados pela lei orçamentária.
De acordo com a autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, decorrência do princípio da Le-
galidade, a Administração Pública não pode, por simples ato administrativo, conceder direi-
tos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto,
ela depende de lei.
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DICA 298
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS - PRINCÍPIO DA NÃO VINCULAÇÃO OU NÃO AFE-
TAÇÃO DE RECEITAS
O Princípio da Não-Afetação, incluído na Constituição Federal, traz a proibição da vincula-
ção da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. Ou seja, os impostos não podem ser
vinculados a uma despesa específica.

Porém, existem algumas exceções, ou seja, ocasiões em que se é possível vincular a


receita dos impostos.

Repartição do produto da arrecadação dos impostos;

Destinação dos impostos para ensino e saúde;

Manutenção das atividades da Adm. Tributária;

Prestação de Garantias às operações de crédito por antecipação de receita;

Prestações de garantia e contragarantia à União, pelos Estados e Municípios;

Pagamento de débitos com a União, pelos Estados e Municípios;

Destinação das receitas aos fundos constitucionais.


VALE LEMBRAR! Não confunda tributo com imposto! Imposto é espécie do gênero
tributo.
DICA 299
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS - PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO
O Princípio Orçamentário do Equilíbrio diz que o montante da despesa autorizada em cada
exercício não poderá ser superior ao total de receitas estimadas para o mesmo período. Ou
seja, visa evitar o déficit fiscal.
Dessa forma, é vedado a realização de operações de crédito que excedam o montante
das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediantes créditos suplementa-
res ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria abso-
luta.
DICA BÔNUS
PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA ORÇAMENTÁRIA
O princípio da transparência prima que todos os atos de entidades públicas devem ir além
da publicidade formal, pois determina ampla prestação de contas em diversos meios. A LRF
exige ampla divulgação, inclusive em meio eletrônico, dos instrumentos de planejamento e
orçamento, da prestação de contas e de diversos relatórios e anexos.
A lei também traz que a transparência será assegurada também mediante incentivo à par-
ticipação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e
discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; da liberação ao pleno
conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormeno-
rizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público;

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e da adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a
padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

DICA 300
SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL
A seguridade social surgiu o âmbito brasileiro, com o nascimento dos chamados socor-
ros públicos, disposto pela Constituição Federal de 1824.
Sua administração era privada, sendo as casas de misericórdia as responsáveis por sua
gestão.
Criado em 1835, o montepio, era um fundo mantido por cotas pagas pelos membros
(empregados públicos) com intenção de fornecer meio de subsistência aos familiares
dos empregados públicos falecidos. É a manifestação mais antiga de Previdência Social.
Entre 1880 e 1900, começou uma revolução, surgindo normatizações de proteção aos
trabalhadores, mudando o cenário liberal, passando a existir uma proteção social esta-
tal.
A primeira previsão de aposentadoria surgiu na Constituição Federal de 1891 e era apenas
aplicada aos funcionários públicos, quando adquiriam condição de invalidez servindo ao
Brasil.

Nasce em 1919, o Seguro de acidente do Trabalho, o qual era mantido por uma
contribuição compulsória.

Em 1923, através da Lei Eloy Chaves, criou-se a Caixa de Aposentadoria e Pensão


(CAP), organizada por empresas, inicia-se a Previdência Social no Brasil.

ANO DECRETO LEI

1919 Decreto nº 3.724 Seguro compulsório

1923 Decreto nº 4.682 Eloy Chaves

Na década de 30, o sistema previdenciário passou a ser organizado por categoria


profissional;

1933 até 1934 criam-se:

os Institutos de Aposentadorias e Pensões dos marítimos (IAPM);

bancários (IAPB);

e dos Comerciários (IAPC).


A Previdência Social passa a ser organizada pelo Estado através das entidades autárquicas,
sendo restrita a trabalhadores de certas categorias profissionais, os Institutos de Aposen-
tadorias e Pensões, assegurado o acesso ao benefício custeado pelo Estado.

Desenvolvimento da Previdência Social Brasileira:


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Constituição de 1934 Prevê custeio tríplice (tripartite):

Governo;

Empresa, e

Empregado.

Constituição de 1937 Menção ao Seguro Social

Lei 3.807 - 1960 A legislação dos IAP’s é unificada pela Lei Orgânica
da Previdência Social.

1963 - Lei 4.214 de 1963 Criação do FUNRURAL se inicia a proteção do


trabalhador rural

1966 Unificação dos Institutos de Aposentadorias e


Pensões (IAP) criando o INPS (Instituto de Pre-
vidência Social).

1972 Incluiu os empregados domésticos como segura-


dos obrigatórios.

Lei 6.439 - 1977 Criação do SINPAS – Sistema Nacional de Previ-


dência e Assistência Social.

DICA 301
EVOLUÇÃO LEGISLATIVA - SINPAS

Desenvolvimento da Previdência Social Brasileira:


SINPAS – Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social: Objetivo de reorganizar a
Previdência Social.

Reunir:
Previdência;
Assistência Social;
Gestões financeira, patrimonial e administrativa.

Composição do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS):

CEME – Central de Medicamentos;

DATAPREV – Empresa de processamento de dados da Previdência Social;

FUNABEM – Fundação Nacional de Assistência e Bem Estar do Menor.

IAPAS – Instituto de Administração Financeira de Previdência e Assistência Social;

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INPS – Instituto Nacional de Previdência Social;

INAMPS – Instituto Nacional de Assistência médica da Previdência Social;

LBA – Fundação Legião Brasileira de Assistência;


DICA 302
EVOLUÇÃO LEGISLATIVA

Desenvolvimento da Previdência Social Brasileira:

Decreto-lei 2.283 - 1986 Seguro-desemprego.

Constituição de 1988 Instituição da Seguridade Social

Decreto 99.350 - 1990 Fusão Instituto de Administração Financeira da


Previdência Social (IAPAS) e Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS).

CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988


A Constituição Federal de 1988, prosseguiu com o custeio tripartite.

Surge INSS, em 1990, com a fusão de 2 órgãos:

(IAPAS) - Instituto de Administração Financeira da Previdência Social

(INPS) - Instituto Nacional de Previdência Social.

Reuniu 3 áreas:

Saúde,

Previdência social e

Assistência social.
1990

Extinção do SINPAS;

Unificação do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS).

DATAPREV e INSS vinculados ao MTPS.

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Esquema evolução em 1990:

Extinção do SINPAS

Nasce o INSS Fusão do IAPAS e INPS

Autarquia Federal

DICA 303
EVOLUÇÃO LEGISLATIVA – 1991

Edição da Lei 8.212:

Prescreve sobre a organização da seguridade social;

Institui plano de custeio.

Edição da Lei 8.213, que discorre sobre:

Plano de benefícios da previdência social.


Ambas as leis estabelecem a tratativa constitucional sobre a previdência social,
surgindo o RGPS – Regime Geral de Previdência Social.
DICA 304
EVOLUÇÃO LEGISLATIVA – 1993 a 1995

Edição da Lei 8.689:

Extinção do INAMPS;

SUS assume funções antes pertencentes ao INAMPS;

Organização da Previdência Social;

1995

Edição da MP (Medida provisória) nº 813 - Lei 9.649/98:

Extinção da LBA e CIA (FUNABEM);

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Extinção do Ministério da Previdência Social;

Cria Ministério da Previdência e Assistência.

Edição da Lei nº 9.032:

Extinção de benefícios;

Altera maneira de efetivação do cálculo de alguns benefícios.


DICA 305
REFORMA DA PREVIDÊNCIA – PEC 106/2019
Em 2019, foi proposta um projeto de emenda à constituição, com a finalidade de modificar
o sistema de previdência social, criando diretrizes para a transição de regime previdenciário.
Após aprovação, surgiu então a Emenda Constitucional nº 103 de 12/11/2019, que é a
norma que está vigente.
DICA 306
SEGURIDADE SOCIAL E ORGANIZAÇÃO

Conceito de Seguridade Social: Conforme o artigo 194, da Constituição Federal de


1988, é o “conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”.

Objetivo: Garantir aos indivíduos meios de subsistência, quando no momento


de infortúnios da vida (morte, desemprego, doença, velhice...).

A Seguridade Social contempla 3 programas sociais em:

Saúde – Direito de todos e Dever do Estado;

Assistência Social – Destinada aos necessitados, e

Previdência - Destinada aos contribuintes e dependentes.

Saúde Assistência Social Previdência


(LOAS)*
(LOS)*

CONTRIBUTIVO Não Não Sim

Contributivo: É necessário que o beneficiário efetue contribuições à Seguridade.

Não contributivo: Abrange toda a comunidade, independente de efetuar contribuições


ao sistema.
LOS – Lei orgânica da saúde, Lei nº 8080/90.
LOAS – Lei orgânica da Assistência Social, Lei nº 8742/93.

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DICA 307
PRINCÍPIOS UNIVERSAIS

A Seguridade Social contempla 3 princípios universais:

Solidariedade – Contribuição de uma “massa” da sociedade em prol da minoria.

Proteção ao segurado – Proteção ao menos favorecido;

Vedação ao retrocesso social – Os direitos sociais não poderão ter abrangência


restringida e quantidade reduzida, visando garantir o mínimo existencial;

Mnemônico: Só Prove!

SO Solidariedade

PRO Proteção

VE Vedação

DICA 308
BENEFICIOS EM ESPÉCIE – BENEFÍCIO DE PROTEÇÃO À FAMILIA E À MATERNI-
DADE

Este tipo de benefício concedido engloba:

Auxílio-reclusão – Pago aos dependentes do segurado de baixa renda que esteja cum-
prindo pena em regime fechado.

Pensão por morte – Pago aos dependentes do segurado falecido (cônjuge, com-
panheiro, filho ou irmão menor de 21 anos de idade, ou se maior de 21 anos e inválido,
pais.

Salário-maternidade - Pago aos segurados em caso de nascimento, adoção ou


guarda judicial e ainda, em caso de aborto espontâneo. Poderá ser pago ao pai que ficar
viúvo após o parto da criança.

Salário-família - Pago aos trabalhadores de baixa renda que tenham filhos de


até 14 anos ou inválidos.
DICA 309
BENEFICIOS EM ESPÉCIE – BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE LABORAL

Este tipo de benefício concedido engloba:

Aposentadoria por incapacidade permanente (invalidez) – Segurado impossibilitado


de exercer atividade profissional e manter sua subsistência;

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Auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença) – Segurado que necessita se


afastar de suas atividades laborais devido a doença ou acidente não relacionada ao trabalho;

Auxílio-acidente – Concedido ao segurado que por adquirir uma doença ocupacional,


fica impossibilitado de trabalhar, devido resultado de sequelas permanentes.
DICA 310
BENEFICIÁRIOS
Os beneficiários são aquelas pessoas físicas que possuem proteção beneficiária.

Classificam-se em:

Segurados (beneficiários diretos) – são ao mesmo tempo beneficiários e contribuintes.


Possuem relação direta com o RGPS. Estes subdividem-se em: Facultativos e obrigató-
rios.

Dependentes (beneficiários indiretos) – são beneficiários que não se obrigam a contri-


buir para a previdência social, e são dependentes do segurado.

Obrigatórios
Segurados
Beneficiários Facultativos
Dependentes

DICA 311
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS
São as pessoas físicas que praticam atividade laborativa remunerada, exceto os ocupan-
tes de cargos efetivos permanentes de regime próprio de previdência social, ou pes-
soas que, não exerçam trabalho remunerado, filiam-se à Previdência por meio de con-
tribuições (segurados facultativos).

SEGURADOS OBRIGATÓRIOS:

Doméstico;

Empregado;

Contribuinte individual;

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Segurado especial – trabalhador rural, residente no imóvel rural ou em local próximo,


de forma individual ou economia familiar, exerce atividade agropecuária, ou pescador arte-
sanal;

Trabalhador avulso – presta serviço para várias empresas, sem vínculo empregatício.
Necessária intermediação do órgão gestor de mão-de-obra, ou sindicato da categoria.
DICA 312
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS – TRABALHADOR AVULSO

São considerados trabalhadores avulsos:

capatazia - a atividade de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do


porto;

estiva - a atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos porões das


embarcações;

conferência de carga;

conserto de carga;

vigilância de embarcações;

bloco - a atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes.


DICA 313
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS – CONTRIBUINTE INDIVIDUAL

São considerados contribuintes individuais:

a pessoa física, que explora atividade agropecuária;

a pessoa física, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter


permanente ou temporário;

o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de


congregação ou de ordem religiosa;

o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do


qual o Brasil é membro efetivo;

desde que receba remuneração decorrente de trabalho na empresa:

o empresário individual e o titular de empresa individual de responsabilidade limi-


tada, urbana ou rural;

o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade


anônima;

o sócio de sociedade em nome coletivo; e

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o sócio solidário, o sócio gerente, o sócio cotista e o administrador, quanto a este
último, quando não for empregado em sociedade limitada, urbana ou rural;
DICA 314
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS – CONTRIBUINTE INDIVIDUAL

Também são considerados contribuintes individuais:

o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de


qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer
atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração;

quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou


mais empresas, sem relação de emprego;

a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza
urbana, com fins lucrativos ou não;

o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado classista


temporário da Justiça do Trabalho.

o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à socie-


dade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; e

o Microempreendedor Individual – MEI.

o médico participante do Projeto Mais Médicos para o Brasil,

o médico em curso de formação no âmbito do Programa Médicos pelo Brasil.


DICA 315
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS – ARTIGO 11 LBPS

Também são segurados obrigatórios:

contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica;

brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como em-


pregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior;

aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de


carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados;

brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros
ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo;

brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empre-


gado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a em-
presa brasileira de capital nacional;

servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União,
Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais;
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exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado
a regime próprio de previdência social;

empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Bra-


sil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social.
DICA 316
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS
O segurado que exercer mais de uma atividade laboral que esteja vinculada ao RGPS,
será obrigatoriamente filiado à previdência por cada uma, ou seja, irá contribuir à previdên-
cia social, alíquota determinada em cada pecúnia recebida.

Ex.: João é professor em uma universidade, e é também engenheiro em uma indústria


de sua cidade, em ambos, ele é empregado celetista, sendo assim, em cada salário, virá
descontado alíquota referente a contribuição da previdência social.
Ainda, poderá também ser empregado e contribuinte individual.
DICA 317
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS – RGPS - LEI Nº 8.212

Dirigente sindical permanece durante o exercício do mandato no mesmo enqua-


dramento do RGPS, pertencente antes da investidura.

Aposentados (por tempo de contribuição e por idade) que optem por exercer atividade
laboral compreendida pelo RGPS, será contribuinte obrigatório, e deverá manter o aporte
dos valores referentes a contribuição à seguridade social, de acordo com a Lei nº
8.212/90.

ATENÇÃO!

Contribuintes pertencentes ao RPPS – Regime Próprio de Previdência Social não poderá


ser contribuinte facultativo no RGPS – Regime Geral de Previdência Social, é vedado pela
Constituição.

DICA 318
SEGURADOS FACULTATIVOS

Quem pode ser segurado facultativo? Aqueles que não possuem renda e optam por
contribuir.

Estudante maior de 16 anos;

Aquele que exerça trabalho doméstico na sua própria residência (“do lar”);

Síndicos de prédio, não remunerados;

Estudantes sem ocupação remunerada;

Brasileiros que acompanhem cônjuges para trabalho no exterior;


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Desempregados;

Membros do conselho tutelar, não vinculados a nenhum outro regime;

Estagiários;

Pós-graduandos e bolsistas com dedicação à pesquisa;

Presidiários desvinculados do sistema obrigatório;

Brasileiros que vivam no exterior.

ATENÇÃO!

Existem duas situações que o segurado mesmo exercendo atividade remunerada não é
contribuinte obrigatório: estagiário e presidiário.

Não poderá ser filiado facultativo aquele que já for filiado a Regime Previdenciário
Próprio, salvo havendo afastamento ou inatividade sem vencimento, ou exercício em ati-
vidade que o vincule ao RPPS ou RGPS.
DICA 319
FILIAÇÃO
A filiação é um vínculo estabelecido entre a previdência e seus contribuintes.
Como acontece a filiação? Ela acontece automaticamente a partir do momento em
que o indivíduo (segurado obrigatório) passa a exercer atividade remunerada.
No caso dos segurados facultativos a filiação acontece com a concretização do reco-
lhimento da primeira contribuição.
É com a filiação que são efetivados os pagamentos mensais da contribuição previdenciária.

FILIAÇÃO INSCRIÇÃO

DICA 320
INSCRIÇÃO
A inscrição é o procedimento com o qual o trabalhador é cadastrado no Regime Geral
Previdenciário (RGPS), passando assim a possuir um número de identificação conhecido
como NIT.

A Inscrição é:

Ato formal;

Simplesmente cadastral.

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O NIT permite q efetivação do pagamento de contribuições.

ATENÇÃO!

Caso já seja inscrito no PIS (Programa de Integração Social), PASEP, ou possuir número
de identificação social (NIS) NÃO é necessário solicitar nova inscrição (NIT).

DICA 321
DEPENDENTES

Os dependentes estão divididos em classes:

Primeira classe:

cônjuges e companheiros de união estável,

filhos não emancipados de até 21 anos ou filhos inválidos, com apresentem defici-
ência intelectual ou deficiência física grave.

Segunda classe:

pais.

Terceira classe:

irmãos não emancipados de até 21 anos ou irmãos inválidos, que apresentem defi-
ciência intelectual ou deficiência física grave.
DICA 323
DEPENDENTES - CLASSES
Em regra, dependentes de primeira classe são presumidamente dependentes econômico
do segurado.
Exceção: São dependentes de primeira classe que necessitam comprovar a
dependência econômica: Menor tutelado, enteado, ex-cônjuge, ex-companheiro, menor
sob a guarda.
As classes de dependentes possuem prioridade sobre a outra.
Havendo dependentes da primeira classe excluem-se os dependentes da segunda
classe e da terceira classe, e assim sucessivamente.

Ex.: Caso o segurado fosse casado, automaticamente seus pais estariam excluídos da
concessão de benefício.
E se o cônjuge também tiver falecido, os pais terão direito ao benefício? Não!

E mais: Caso haja mais de um dependente de uma determinada classe, o valor do


benefício deverá ser dividido entre eles.

Ex.: O segurado deixou esposa e um filho com idade de 10 anos. Para a concessão do
benefício previdenciário será efetuado um cálculo considerando os 2 dependentes.
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DICA 324
DEPENDENTES – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA
Em caso de união estável, será necessário a sua comprovação, assim como a comprovação
da dependência econômica, juntando prova material atual aos fatos, não maior que 24
meses anterior à data do óbito.
Decreto 10.410/20 - Deve apresentar no mínimo 2 documentos.
Não admitida prova exclusivamente testemunhal, EXCETO EM CASOS FORTUITOS E DE
FORÇA MAIOR.
A União estável deverá ter pelo menos 2 anos.
DICA 325
IMUNIDADE – ENTIDADES BENEFICENTES

São imunes ao pagamento das contribuições da seguridade social:

As entidades beneficentes.

Para isso deveriam preencher os requisitos definidos pela Lei 9.732/98:

Promover gratuitamente assistência social às pessoas carentes;

Prestar serviço de saúde ao SUS, preenchendo sua capacidade em pelo 60%.

ATENÇÃO!

Os requisitos estabelecidos pela Lei 9.732/98, foi tema discutido no STF, questionado
pela ADI-MC2.028, informando sobre a restrição exagerada de definição de pessoas ju-
rídicas assistencialistas.
STF aceitou o argumento, suspendendo a eficácia da Lei 9.732/98, entendendo que o
assunto deverá ser tratado por Lei complementar.

As entidades beneficentes de assistência social são:

pessoas jurídicas de direito privado,

sem fins lucrativos.


Essas entidades prestam serviço de assessoria às pessoas vulneráveis socialmente, sendo
assim, parceiras do Estado, auxiliando na garantida de acolhimento e apoio, suprindo as
necessidades básicas do indivíduo.

Para ser certificado como entidade beneficentes de assistência social é necessário:

Constituição da entidade, em pelo menos 12 meses.

Haver previsão no ato constitutivo de Pessoa Jurídica sem finalidade lucrativa, em caso
de extinção ou dissolução, devida destinação do restante de seu patrimônio à entidades
públicas ou sem fins lucrativos.

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DICA 326
IMUNIDADE – ENTIDADES BENEFICENTES E ENTIDADES BENEFICENTES DA EDU-
CAÇÃO
O Ministério específico será o responsável por certificar as entidades beneficentes de
assistência social (Ministério da Educação, Ministério da Saúde, ou Ministério da Cidada-
nia).
A certificação terá validade entre 1 e 5 anos.

As entidades de educação, necessitarão:

demonstrar sua adequação às diretrizes e metas estabelecidas no Plano Nacional de


Educação (PNE),

atender a padrões mínimos de qualidade, aferidos pelos processos de avaliação condu-


zidos pelo Ministério da Educação;

conceder anualmente bolsas de estudo na proporção de 1 (uma) bolsa de estudo integral


para cada 5 (cinco) alunos pagantes.

Para concessão de bolsas parciais, deverá a entidade de educação preencher os se-


guintes requisitos:

Conceder ao menos 1 bolsa de estudos integral para cada 9 alunos pagantes da


educação básica;

Conceder bolsas parciais de 50% (cinquenta por cento), quando necessário para o
alcance do número mínimo exigido.

ATENÇÃO!

Poderá a entidade de educação substituir a quantidade de bolsas de estudos em até


25% por benefícios complementares, aos alunos matriculados pertencentes a famílias
com renda per capta de até 1 salário-mínimo e meio.

DICA 327
IMUNIDADE – ENTIDADES BENEFICENTES - SAÚDE

As entidades que não atenderem o preenchimento de pelo menos 60% de sua capa-
cidade, devido demanda inexistente, deverá comprovar a utilização de parte de sua re-
ceita bruta nos atendimentos públicos gratuitos na área de saúde:
20% (vinte por cento), quando não houver interesse de contratação pelo gestor local do
SUS ou se o percentual de prestação de serviços ao SUS for inferior a 30% (trinta por
cento);
10% (dez por cento), se o percentual de prestação de serviços ao SUS for igual ou
superior a 30% (trinta por cento) e inferior a 50% (cinquenta por cento); ou

5% (cinco por cento), se o percentual de prestação de serviços ao SUS for igual ou


superior a 50% (cinquenta por cento).

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DICA 328
IMUNIDADE – ENTIDADES BENEFICENTES

Demais entidades consideradas de assistência social (Incluídas pela Lei nº 12.868/13):


as que prestam serviços ou ações socioassistenciais, sem qualquer exigência de
contraprestação dos usuários, com o objetivo de habilitação e reabilitação da pessoa com
deficiência e de promoção da sua inclusão à vida comunitária, no enfrentamento dos limites
existentes para as pessoas com deficiência, de forma articulada ou não com ações educaci-
onais ou de saúde;

as entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao adoles-
cente e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Cri-
ança e do Adolescente, desde que os programas de aprendizagem de adolescentes, de jo-
vens ou de pessoas com deficiência sejam prestados com a finalidade de promover a inte-
gração ao mercado de trabalho, observadas as ações protetivas; e

as que realizam serviço de acolhimento institucional provisório de pessoas e de


seus acompanhantes, que estejam em trânsito e sem condições de autossustento,
durante o tratamento de doenças graves fora da localidade de residência.
As entidades de assistência social deverão estar inscritas no Conselho Municipal ou Distrital
de assistência social.
DICA 329
ACIDENTE DE TRABALHO

O empregador deverá comunicar acidente de trabalho à Previdência Social:

Até o 1º dia útil após o acidente;

Em caso de morte, deverá comunicar imediatamente.

ATENÇÃO!

Caso o empregador não comunique no prazo exigido, poderá sofrer multa variável entre o li-
mite mínimo e o máximo da contribuição, podendo ser majorada em caso de reincidência.

Caso a empresa não comunique o acidente à Previdência Social, o próprio acidentado,


sindicato, dependentes, autoridade pública, ou médico que efetuou o atendimento, poderá
efetivar o registro.

Neste caso não correrá o prazo previsto na lei.

Comunicação por terceiros não isenta o empregador de responsabilidade.


DICA 330
ACIDENTE DE TRABALHO - PROGRAMA TRABALHO SEGURO
A Resolução CSJT nº 324, de 11 de fevereiro de 2022 em seu artigo 2º traz as normatizações
de atuação do Programa Trabalho Seguro:

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política pública: colaborar na implementação de políticas públicas de defesa do meio am-
biente, da segurança e da saúde no trabalho e de assistência social às vítimas de acidentes
de trabalho;

diálogo social e institucional: incentivo ao diálogo com a sociedade e com instituições


públicas e privadas, notadamente por meio de parcerias voltadas ao cumprimento dos ob-
jetivos do Programa;

educação para a prevenção: desenvolvimento de ações educativas, pedagógicas e de ca-


pacitação profissional em todos os níveis de ensino, diretamente a estudantes, trabalhado-
res e empresários;

compartilhamento de dados e informações: incentivo ao compartilhamento e à divulgação


de dados e informações sobre saúde e segurança no trabalho entre as instituições parceiras,
prioritariamente por meio eletrônico;

estudos e pesquisas: promoção de estudos e pesquisas sobre causas e consequências dos


acidentes de trabalho e doenças ocupacionais no Brasil e temas conexos, a fim de auxiliar
no diagnóstico e no desenvolvimento de ações de prevenção e de redução dos

custos sociais, previdenciários, trabalhistas e econômicos decorrentes;

efetividade normativa: adoção de ações e medidas necessárias ao efetivo cumprimento


das normas internas e internacionais ratificadas pelo Brasil sobre saúde, segurança e meio
ambiente de trabalho, assim como ao aperfeiçoamento da legislação vigente;

eficiência jurisdicional: incentivo à tramitação prioritária dos processos relativos a aciden-


tes de trabalho e ao ajuizamento de ações regressivas nas hipóteses de culpa ou dolo do
empregador.
DICA BÔNUS
PESSOA QUE FAZ TRATAMENTO CONTRA A HANSENÍASE TEM DIREITO AO BENE-
FÍCIO DA LEI 7070/1982?

NÃO. O benefício devido à pessoa com SÍNDROME DA TALIDOMIDA é devido só à


estas pessoas (que já nascem com a Síndrome), e não para quem faz uso da medicação
por algum motivo de saúde (como por exemplo a Hanseníase).
Logo, a pensão vitalícia e personalíssima (que cessa com a morte do beneficiário) indeniza-
ção é DESTINADA APENAS E TÃO SOMENTE AOS QUE TEM A SÍNDROME DE TALI-
DOMIDA.

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