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Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 01

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Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 01

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Rodada 02 18/09/2023
Rodada 03 25/09/2023
Rodada 04 02/10/2023
Rodada 05 05/10/2023
Rodada 06 09/10/2023

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ÍNDICE

ÉTICA ......................................................................................................................................... 4
FILOSOFIA DO DIREITO ............................................................................................... 13
DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 16
DIREITOS HUMANOS ...................................................................................................... 25
DIREITO INTERNACIONAL .......................................................................................... 28
DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................... 31
DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 36
DIREITO AMBIENTAL ..................................................................................................... 45
DIREITO CIVIL ................................................................................................................... 47
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .................................................. 56
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ............................................................... 58
PROCESSO CIVIL .............................................................................................................. 62
DIREITO EMPRESARIAL................................................................................................ 77
DIREITO PENAL ................................................................................................................. 81
PROCESSO PENAL............................................................................................................. 92
DIREITO DO TRABALHO ............................................................................................. 100
PROCESSO DO TRABALHO ......................................................................................... 111

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Memorex OAB – Exame XXXIX – Rodada 01
ÉTICA

DICA 01
DOS DIREITOS DO ADVOGADO

ATENÇÃO!

TEMA DE MAIOR INCIDÊNCIA!!


O advogado é indispensável para administração da justiça.
Os Direitos e prerrogativas dele, estão ligados às vantagens dadas a ele na função em
que exerce; mesmo em seu ministério privado, desempenha função social, múnus
público.
Entre magistrados, membros do Ministério Público e advogados, não há hierarquia e
nem subordinação, devendo o advogado ter tratamento compatível a sua função.

Direitos do advogado - fundamento legal: Art. 6º e 7º do EAOAB e Artigos 15 a 19


Reg. Geral OAB.

DICA 02
NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO
Art. 3º-A e parágrafo único do EAOAB, inserido pela Lei nº 14.039 de 2020.
Considerado notória especialização, profissionais ou sociedades de advogados, que de-
sempenham estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, entre
outras atividades que permita concluir que o trabalho prestado por tal profissional é indis-
cutivelmente mais adequado àquela prestação de serviço.
Esse tipo de prestação é considerado técnico e singular, o que facilita a contratação
direta pela administração pública (Dispensando possível licitação).
DICA 03
DA INVIOLABILIDADE DO ESCRITÓRIO DO ADVOGADO
De acordo com o Art. 7º, inciso II EAOAB, o local de trabalho do advogado é inviolável,
tanto quanto todo seu instrumento de trabalho relativos à advocacia:

ARQUIVOS E DA-
DOS

É INVIOLÁVEL
CORRESPONDÊN-
CIAS

COMUNICAÇÕES TELEFÔNI-
CAS, ELETRONICA E TELEMÁ-
TICA

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DICA 04
DAS PRERROGATIVAS DO ADVOGADO: EXAME, VISTAS E RETIRADA DOS AUTOS
PROCESSUAIS
Fundamento legal: Artigo 7º, XIII, XIV, XV e XVI do EAOAB
Exame dos autos: Examinar os autos em qualquer órgão ou instituição responsável
por conduzir a investigação, mesmo sem procuração, podendo copiar e fazer anota-
ções.
OBS.: Salvo nos casos de segredo de justiça, é dispensável o exame dos autos sem
procuração.
Vistas dos autos: ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer
natureza, ou retirá-los pelos prazos legais.
Retirar autos findos: retirar autos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de 10
dias.
Assunto cobrado pelo Exame de Ordem com certa periodicidade.
DICA 05
DO INGRESSO LIVRE DO ADVOGADO

Fundamento legal: Art. 7º, VI, VII, VIII, X, XI e XX EAOAB

O advogado poderá ter acesso, sem restrições, aos seguintes locais, serviços ou
situações:

Todos os lugares onde ele exerça a advocacia.


Ex.: salas de sessão de julgamento e dependências de audiências, cartórios, secre-
tarias, ofícios de justiça, serviços notariais, delegacias, qualquer edifício ou recinto que
funcione outro serviço público onde o advogado possa colher prova ou informações.
(Outros exemplos, alíneas “a,b,c,d” do inciso VI do art. 7º EAOAB).

Independente de licença, o advogado poderá permanecer em pé ou sentado, ou


até mesmo se retirar dos locais mencionados anteriormente. inciso VII do art. 7º eoab.

Ter acesso aos magistrados, independente de horário marcado. Art. 7º EAOAB,


inciso VIII.

Uso da palavra “pela ordem”, em qualquer tribunal judicial ou administrativo,


órgão de deliberação coletiva da administração pública ou comissão parlamen-
tar de inquérito, mediante intervenção pontual e sumária (intervenção imediata,
antes da conclusão do pleito), para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação
a fatos, a documentos ou a afirmações que influam na decisão. Trata-se da redação
dada pela Lei nº 14.365/22) ao inciso X do art. 7º EAOAB.

Em casos de atraso de autoridade para ato judicial acima de 30 minutos, e desde


que o mesmo não esteja no recinto, poderá o advogado, por meio ata, retirar-se
do local. art. 7º EAOAB, inciso XX

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DICA 06
DA COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE
O advogado é livre para comunicar-se com seus clientes, sendo pessoalmente e em
ambiente reservado.

O advogado também poderá se comunicar, mesmo sem procuração, quando seus


clientes estiverem:

Presos;

Detidos;

Recolhidos em ambientes civis ou militares.


Ainda que estes estejam incomunicáveis.
DICA 07
DA PRESENÇA DO REPRESENTANTE OAB

Fundamento legal: Art. 7º, IV e XXI, §3º EAOAB

Será direito do advogado a presença do representante da OAB, quando:

Advogado for preso em flagrante,

por motivo ligado a advocacia,

em caso de crime inafiançável.


Na falta do representante nos casos acima, torna-se nulo o ato.
Sendo os demais casos, necessário apenas a comunicação expressa à Seccional da
OAB.
DICA 08
DA PRISÃO DO ADVOGADO

O advogado tem a prerrogativa, de quando recolhido preso, ser feito em:

Sala de Estado Maior;

Com acomodações e instalações condignas;

Na falta, em prisão domiciliar.

O crime mencionado acima poderá ser qualquer delito.

A prisão mencionada será cautelar, pois se trata de ser anterior a sentença transitada
em julgado.
DICA 09
DO DESAGRAVO PÚBLICO

Fundamento legal: Art. 7º, XVII; XXI § 5º, e Arts. 18 e 19 RGEAOAB.

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O desagravo acontece quando o advogado é ofendido em razão da sua profissão ou
no exercício dela.

É um ato formal que objetiva mostrar repúdio a ofensas contra a classe dos advo-
gados.

Cabe ao Conselho competente promover o desagravo, independente da responsabili-


dade criminal do infrator.

O desagravo público poderá ser de ofício, a pedido do próprio advogado ou de qualquer


pessoa.

Como defesa da classe de advogados, o desagravo público, independe da concordân-


cia do ofendido.
Obs.: a competência ao desagravo será do Conselho Federal, quando este for di-
rigido ao Conselheiro Federal ou Presidente do Conselho Seccional.
DO DESAGRAVO: O desagravo pode ser formulado por qualquer pessoa, e de acordo
com o §3º do Art. 18 do RGEAOAB, recebido ou não as informações, desde que haja
convencimento do relator.
DICA 10
IMUNIDADE PROFISSIONAL
O advogado possui imunidade profissional em qualquer manifestação da sua parte, em
função da sua atividade e no seu exercício, sendo em juízo ou fora dele, respondendo
pelos excessos que cometer perante a OAB.

Não responderá por:

Injúria;

Difamação;

Desacato (Expressão declarada inconstitucional pelo STF).

Questão Exame de Ordem XXXII, 2021.


A advogada Clotilde, em manifestação oral em juízo, proferiu algumas palavras sobre o
adversário processual de seu cliente. Na ocasião, a pessoa mencionada alegou que teria
sido vítima de crime de injúria.
Considerando o disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, é correto afirmar que
Alternativas:
a) as palavras proferidas podem constituir crime de injúria, a fim de se tutelar a ade-
quada condução da atividade jurisdicional. Além disso, Clotilde poderá responder disci-
plinarmente perante a OAB pelos excessos que tiver cometido.
b) a imunidade profissional conferida a Clotilde assegura que as palavras proferidas não
constituem injúria, tampouco são passíveis de responsabilização disciplinar perante a
OAB, independentemente da alegação de excesso.
c) a imunidade profissional conferida a Clotilde assegura que as palavras proferidas não
constituem injúria. Contudo, ela poderá responder disciplinarmente perante a OAB pelos
excessos que tiver cometido.

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d) as palavras proferidas podem constituir crime de injúria, a fim de se tutelar a ade-
quada condução da atividade jurisdicional. Contudo, não são passíveis de responsabili-
zação disciplinar perante a OAB, independentemente da alegação de excesso.
Resposta: alternativa “c” - Questão fundamentada no Art. 7º, inciso XXI, §2º do EA-
OAB.
DICA 11
DAS INSTALAÇÕES AO ADVOGADO

É direito do advogado ter instalações condignas para exercer sua profissão em:

Fóruns,

Tribunais,

Juizados,

Delegacias de polícia,

Presídios,

Salas especiais permanentes.


Cabem ao Poder Judiciário e ao Poder Executivo a garantia deste direito.
DICA 12
DOS DIREITOS DA ADVOGADA

Fundamento legal: Art. 7º-A EAOAB


Prerrogativas conferidas à mulher advogada por meio da Lei nº 13.363/2016.
Quadro dos direitos:

Gestante Lactante Adotante A que der à luz

Acesso a creche, Acesso a creche, Acesso a creche,


onde houver, ou a onde houver, ou a onde houver, ou a local
local adequado ao local adequado ao adequado ao atendi-
------------------- atendimento das atendimento das mento das necessida-
necessidades do necessidades do des do bebê.
bebê. bebê.
120 dias/período de
120 dias/período 120 dias/período amamentação.
de amamentação. de amamentação.

Entrada em tribu-
nais sem ser sub-
metida a detec-
tor de metal e ------------------- ------------------- -------------------
aparelho raio x.
Período da gravi-
dez.

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Reserva de vaga
em garagens dos
------------------- ------------------- -------------------
foros.
Período da gravi-
dez.

Gestante Lactante Adotante A que der à luz

Preferência na or- Preferência na or- Preferência na or- Preferência na or-


dem das susten- dem das susten- dem das susten- dem das susten-
tações orais e tações orais e tações orais e au- tações orais e
audiências, medi- audiências, medi- diências, mediante audiências, me-
ante comprovação. ante comprovação. comprovação. diante comprova-
ção.
Por 120 dias/perí- Por 120 dias/perí- Por 120 dias/perí-
odo de amamenta- odo de amamenta- odo de amamenta- Por 120 dias/perí-
ção. ção. ção. odo de amamen-
tação.

Suspensão de Suspensão de
prazos processu- prazos proces-
ais, quando for a suais, quando for
------------------- ------------------- única patrona da a única patrona da
causa, com notifica- causa, com notifi-
ção do cliente. cação do cliente.
Por 30 dias. Por 30 dias.

Atenção! Tema novo e de alta incidência nas provas.


DICA 13
VIOLAÇÃO DAS PRERROGATIVAS DO ADVOGADO
O art. 7º-B do EAOAB é um dos temas mais novos apresentado pela lei 13.869/2019. Tal
artigo conceitua como crime violar prerrogativas do advogado, descritas no artigo 7º
do EAOAB.

Esses incisos dizem a respeito:

A inviolabilidade do escritório do advogado.

A comunicação advogado e cliente;

A presença de representante da OAB;

Prisão do advogado.
A infração desses dispositivos, gera detenção de 2 a 4 anos e multa.

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DICA 14
DA INSCRIÇÃO NA OAB: DOS REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO DO ADVOGADO E DO
ESTAGIÁRIO DE DIREITO

Advogado Estagiário
Art. 8º, incisos I ao VII do EAOAB Art. 9º, incisos I e II, §§ 1º ao 4º da EAOAB

Capacidade civil Capacidade civil

Diploma ou Certidão de Graduação Estar matriculado em Curso Jurídico, po-


em Direito. dendo estagiar nos últimos anos do mesmo.

Título de Eleitor e quitação do Título de Eleitor e quitação do ser-


serviço militar, se brasileiro. viço militar também é requisito ao Esta-
giário para inscrição na OAB.

Aprovação em Exame de Ordem. Admitido em Estágio Profissional, reali-


zado nos últimos anos do curso jurídico,
com duração de até 02 anos*

Não exercer atividade Incompatível Inciso II, §2º - Vedada Inscrição, o Aluno
que exercer atividade incompatível.

Idoneidade Moral *** (próxima dica) Idoneidade Moral *** (próxima dica)

Prestar compromisso perante Conse- Prestar compromisso perante Conselho.


lho.
DICA 15
INSCRIÇÃO PRINCIPAL E SUPLEMENTAR

O advogado pode exercer sua profissão em todo território nacional, com liberdade, tendo
sua inscrição:
Inscrição principal: Realizada no CONSELHO
SECCIONAL em cujo território pretende esta-
belecer DOMICILIO PROFISSIONAL (Art.
10 EAOAB).
Inscrição do
Advogado

Inscrição suplementar: Será feita nos CON-


SELHOS SECCIONAIS em que exercer a pro-
fissão com HABITUALIDADE (Art. 10, §2º).

Considera-se habitualidade o advogado que exceder sua intervenção judicial em


cinco causas por ano.
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DICA 16
DO CANCELAMENTO E LICENCIAMENTO DA INSCRIÇÃO

CANCELAMENTO – Art. 11 EAOAB LICENCIAMENTO – Art. 12 EAOAB

Requerimento do profissional. Requerimento do profissional, por motivo


justificado.

Sofrer penalidade de EXCLUSÃO. Exercício TEMPORÁRIO de atividade In-


compatível.
Ex.: Cargo eletivo de Prefeito do Municí-
pio.

Falecimento do advogado. Sofrer doença mental considerada CURÁ-


VEL.

Exercício de atividade INCOMPATÍVEL.


Atividade DEFINITIVA. ---
Ex.: Aprovação em concurso para Ma-
gistratura.

Perda dos requisitos para a inscrição. ---

A inscrição do advogado, uma vez cancelada, não será restaurada com numeração
anterior, cabendo então nova inscrição, e, para isso, será preciso verificar e preencher os
requisitos presentes no Art. 8 do EAOAB.
DICA 17
DAS ATIVIDADES PRIVATIVAS DA ADVOCACIA

Fundamento legal: Art. 1º EAOAB

São atividades privativas do advogado:

Postulação a órgão do poder judiciário;

Dos juizados especiais;

Atividades de consultoria;

Assessoria,

Direção jurídica e gerência jurídica.


A função de Diretoria e Gerência Jurídica serão privativas do advogado em qualquer
empresa pública, privada ou paraestatal.
Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser
admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.
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DICA 18
EXCEÇÕES DAS ATIVIDADES PRIVATIVAS

Sobre as atividades privativas, é importante citar algumas exceções:

Impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal;

No JEC até 20 salários mínimos;

Juizados Federais;

Fazenda Pública;

Justiça do Trabalho

Juiz de Paz.

Em caso de atos e contratos de pessoas jurídicas, a exceção se dá para ME, EPP e


EIRELI.
Atenção às exceções, que vem caindo com periodicidade no Exame!
DICA BÔNUS
DO JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO
Exceção de alta incidência na OAB.
De acordo com o art. 791 da CLT, empregado e empregador podem postular diretamente,
sem advogado, perante a Justiça do Trabalho, o que caracteriza o “Jus Postulandi”.
A limitação se dá nas varas do trabalho e tribunais regionais, quando competência originá-
ria.

SÚMULA 425 TST

O jus postulandi, não alcança: Ação rescisória, MS, Ação Cautelar e recursos referentes
ao TST.

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FILOSOFIA DO DIREITO

DICA 19
NORBERTO BOBBIO - ANTINOMIAS

Antinomias: A antinomia representa fenômeno comum que espelha o conflito entre


duas normas, dois princípios, entre uma norma e um princípio geral de direito em sua
aplicação prática a um caso particular. É o fenômeno situado dentro da estrutura do sistema
jurídico que só a terapêutica jurídica pode suprimir a contradição. Para Bobbio, identificam-
se as antinomias em três situações:

Contrariedade: uma norma ordena a fazer algo e outra proíbe;

Contraditoriedade: uma norma ordena fazer e outra permite não fazer;

Contraditoriedade: uma norma proíbe fazer e outra permite fazer.


“A situação de normas incompatíveis entre si é uma das dificuldades frente as quais se
encontram os juristas de todos os tempos, tendo esta situação uma denominação própria:
Antinomia. Assim, em considerando o ordenamento jurídico uma unidade sistêmica, o Di-
reito não tolera antinomias.” – Norberto Bobbio

Critérios:

Critério Hierárquico: Norma constitucional prevalece sobre Lei complementar e lei or-
dinária.

Critério cronológico: Lei posterior prevalece sobre lei anterior. Lex posterior derogat
legi priori.

Critério da especialidade: Lei especial prevalece sobre lei geral.


Como isto pode cair na prova?

QUESTÃO SIMULADA.
A antinomia é uma situação na qual são colocadas em existência duas normas, das
quais uma obriga e a outra proíbe, ou uma obriga e a outra permite, ou uma proíbe e
a outra permite o mesmo comportamento. Um jurista que abordou muito este assunto
foi:
a) Miguel Reale
b) Joaquim Barbosa
c) Norberto Bobbio
d) Santo Agostinho
Gabarito: Letra c.

DICA 20
ULPIANO

Ulpiano, importante jurista romano, resumiu em três os conceitos pelos quais devia ser
regida a sociedade romana e consequentemente suas leis: Não prejudicar ninguém, vi-
ver honestamente e dar a cada um aquilo que lhe corresponde (Iustitia est constans
et perpetua voluntas ius suum cuique tribuendi).
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Para o romano Ulpiano, justiça é a vontade constante e perpetua de dar a cada um o
que é seu por direito. Ulpiano também defendia que um dos principais pilares jurídicos
deveria ser o “não ofender ninguém”, e tal pensamento acabou sendo a base principiológica
do Princípio libertário da não agressão.
Lembrando: Na Roma destes filósofos, as leis eram regidas pelos chamados Mos mai-
orum, que eram os costumes e regras, não escritos, que regiam a vida dos romanos e de
todos que lá viviam.
DICA 21
CÍCERO
Na visão do romano e jusnaturalista Cícero, a honestidade e a boa-fé deve sempre
reger a vida e convivência social. Cícero tinha esta visão principalmente acerca dos
assuntos relacionados ao direito privado. Cícero é defensor da república e da trilha estóica,
que defende que o governante deve ser dotado de sabedoria, para assim guiar os governa-
dos, sem se deixar influenciar pelas paixões.
Advogado, político, filósofo e orador romano, Cícero era um grande representante da visão
estóica. Cícero pensava que a sabedoria é indispensável aos magistrados. A sabedoria
é a principal virtude ou excelência da forma de governo aristocrática, que Cícero
translitera para a República, isto é, para a forma de governo misto.
Cícero segue a trilha estóica porque entende que a sabedoria é capaz de neutralizar as
paixões, por isso ele diz que o mais admirável na aristocracia é que aqueles que mandam
não estão submetidos às paixões. Para Cícero, as ideias platônicas do Estado ideal, cujo
governo compete aos sábios, eram perfeitamente complementares com a doutrina estóica
do Logos (razão Universal).
“A natureza quer que a amizade seja auxiliadora de virtudes, mas não companheira de
vícios”
Importante: Para Cícero, só a honestidade é boa, pois na honestidade estão incluídas
todas as virtudes.

Os requisitos para ser um bom orador (segundo Cícero):

Ser filosofo: O bom orador deve sempre buscar o porquê de fatos importantes (Ex.:
O que é justiça? O que é a vida?).

Ser moralista: Para Cícero, ser moralista era o mesmo que ser coerente, ou seja, você
defender atitudes que segundo seus valores, são as corretas.

Ser ator: Um bom orador deve, segundo Cícero, seria você passar a emoção correta no
momento correto.

Ser poeta: É o que traz no seu discurso a beleza das palavras, trazendo ao discurso
argumentos que realmente convençam.
DICA 22
POSITIVISMO JURÍDICO

É uma corrente de pensamento que se opõe ao jusnaturalismo ao negar que o direito


seja dado pela natureza. Para o positivismo o direito é construído de forma social, não
tendo vínculos metafísicos. Um exemplo bastante conhecido pelos operadores de direito
refere-se ao livro “O caso dos exploradores de caverna”, onde é apresentado um caso de
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antropofagia praticada por exploradores de caverna presos em uma caverna subterrânea.
O ministro Keen, por exemplo, tem uma visão claramente positivista, pois ele julga o que é
certo e errado segundo a lei.

QUESTÃO SIMULADA.
“A única questão que se nos apresenta para ser decidida consiste em saber se os réus,
dentro do significado do N.C.S.A. (n.s.) § 12-A, privaram intencionalmente da vida a
Roger Whetmore. O texto exato da lei é o seguinte: “Quem quer que intencionalmente
prive a outrem da vida será punido com a morte”. Devo supor que qualquer observador
imparcial, que queira extrair destas palavras o seu significado natural, concederá imedi-
atamente que os réus privaram “intencionalmente da vida a Roger Whetmore”. (FULLER,
1976, p.42).
No livro “O caso dos exploradores de caverna”, o ministro Keen profere o seu voto a favor
da execução dos exploradores, levando muito a sério o que a lei fala, não se afastando
do legalismo. Assim, suas falas são carregadas de uma hermenêutica da legislação de
forma literal.
Podemos afirmar que a visão do ministro Keen está alinhada ao:
a) Jusnaturalismo
b) Socialismo
c) Juspositivismo
d) Capitalismo
Gabarito: Letra c.

DICA 23
JUSNATURALISMO
Totalmente oposto ao positivismo jurídico (ou seja, o direito devidamente positivado em
lei), sendo o jusnaturalismo é defensor do direito natural. O jusnaturalismo tem como
fontes a razão e a moral. Para os jusnaturalistas, a lei que esteja em sentido contrário ao
direito natural não é direito.
Fontes do direito natural: Na Grécia, a razão era uma das fontes do direito natural,
sendo assim as leis não poderiam ser diferentes da razão, mas sim em sentido convergente
à razão. Já na Europa medieval, a vontade de Deus era também vista com uma fonte
de direito natural. E mais: Agostinho de Hipona (também chamado de Santo Agostinho)
dizia que a vontade de Deus era igual à razão.

QUESTÃO SIMULADA:
“uma lei injusta simplesmente não é lei”. Agostinho de Hipona
Santo Agostinho, também conhecido como Agostinho de Hipona, era um ferrenho de-
fensor do direito natural, que tem como uma de suas bases a razão. Na sua visão, a
vontade de Deus era alinhada à razão. Diante de tais informações, podemos dizer que
ele era um defensor do:
a) Ideal revolucionário contra pensamentos teológicos;
b) Jusnaturalismo;
c) Juspositivismo;
d) Capitalismo de base.
Gabarito: Letra B

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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 24
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES – QUANTO AO CONTEÚDO

Quanto ao conteúdo as constituições são classificadas como:

Material: materialmente, identifica-se como as normas que regulam a estrutura do


Estado, a sua organização e os direitos fundamentais. Só os temas atinentes a esse escopo
são constitucionais. Desta forma, as regras que fossem materialmente constitucionais, co-
dificadas ou não em um mesmo documento, seriam essencialmente constitucionais. Tudo o
mais que constar da Constituição e que a isso não se refira não será matéria constitucional.

Formal: É o modo de ser do Estado, estabelecido em documento escrito. Não se há


de pesquisar qual o conteúdo da matéria. Tudo o que estiver na constituição é matéria
constitucional.

Mista: Uma classificação ainda polêmica, e não sendo adotada por alguns doutrinadores.
Essa teoria traz que, nos termos do art. 5º, § 3º, da Constituição Federal, os Tratados e as
Convenções de direitos humanos, aprovados em cada casa do Congresso, em dois turnos,
com voto de 3/5 de seus membros equivalerão a uma Emenda Constitucional, ou seja, um
documento de natureza constitucional que está fora da Constituição, sendo adotado tanto
o critério material como o formal. É a Teoria do Bloco da Constitucionalidade, através da
qual não é constitucional apenas o que está na CF, mas toda e qualquer regra de natureza
constitucional. Portanto, para alguns, o sistema que usamos é o misto.
Portanto, ao analisar a Constituição Federal de 1988 em relação com seu conteúdo,
pode-se dizer que ela é formal ou formalmente. O que seria dizer que a constituição é o
modo de ser do Estado, estabelecido em documento escrito. Não se há de pesquisar qual o
conteúdo da matéria. Tudo o que há na constituição é matéria constitucional. Essa
distinção hoje perde o sentido, carreando toda a doutrina no sentido de considerar materi-
almente constitucional tudo o que formalmente nela se contiver.

CF/88 → Conteúdo → Formal

DICA 25
QUANTO A ESTABILIDADE

Quanto à estabilidade as constituições podem ser:

Rígidas: constituições que exigem, para sua alteração, um processo legis mais árduo do
que o processo de alteração das normas não constitucionais.

Flexíveis: o processo de alteração é idêntico às normas não constitucionais. Não há


hierarquia entre as leis.

Semirrígidas/Semiflexíveis: algumas matérias tem alteração mais difícil, outras nem


tanto.

Fixas: podem ser alteradas por poder igual ao que a criou, poder constituinte originário.

Transitoriamente flexíveis: por um tempo serão suscetíveis de reforma e depois pas-


sam a ser rígidas.

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Imutáveis: inalteráveis, verdadeira relíquia.
A constituição brasileira atual pode ser classificada como rígida em relação a sua mu-
tabilidade, uma vez que o processo de alteração é mais rigoroso do que o processo de
elaboração das leis ordinárias, em consonância com princípio da supremacia da Constitui-
ção.

CF/88 → Estabilidade → Rígida

DICA 26
QUANTO A FORMA

Quanto à forma as constituições são classificadas como:

Escrita: É constituição consistente num código, num documento único sistematizado. É


o sistema usual no continente europeu e, consequentemente, em toda a América Latina.

Costumeira\não escrita\consuetudinária: É a constituição consistente em normas


esparsas, não aglutinadas em um texto solene, centrada nos usos e costumes, na prática
política e judicial. Seu grande exemplo é a constituição inglesa que não tem um documento
escrito, um código. Ao contrário o seu direito constitucional decorre da identificação dos
chamados direitos imemoriais do povo inglês. O sistema parlamentarista, que é o grande
modelo para todo o mundo civilizado, não está estruturado em qualquer norma escrita.
Quanto à Forma a Constituição Federal de 1988 é escrita. Constituição escrita é
aquela sistematizada em um único documento constitucional escrito.

CF/88 → Forma → Escrita

DICA 27
QUANTO A ORIGEM

A classificação de uma constituição quanto à origem:

Constituição promulgada, democrática, popular ou votada: Elaborada pela Assem-


bleia Nacional Constituinte, composta por representantes legitimamente eleitos pelo povo,
com a finalidade de sua elaboração. Como ocorreu com as Constituições brasileiras de 1891,
1934, 1946, 1988.

Constituição outorgada: Elaborada sem a participação popular, estas são impostas


pelo poder da época. Como ocorreu com a Constituição de 1824 (outorgada pelo Imperador
Dom Pedro I), Constituição de 1937 (imposta por Getulio Vargas), Carta Política de 1967
(instituída pelo regime militar) e Emenda Constitucional 1/1969, que alterou substancial-
mente a Constituição de 1967 (outorgada por uma junta militar).

Cesarista: São outorgadas, mas dependem de ratificação popular através do referendo.


Um exemplo é a constituição napoleônica que, embora aparente ser promulgada, tem nú-
cleo de outorgada. São feitas pelo governador sem observância da capacidade popular.

Pactuada: Decorre de um acordo entre dois grupos sociais, havendo mais de um titular
do poder constituinte. Um exemplo é a Carta Magna de 1215, que decorreu de um acordo
entre o rei e a nobreza.
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A Constituição Federal de 1988 é promulgada, pois foi elaborada com a participação
popular. Originou-se de um órgão constituinte composto de representantes do povo, eleitos
com a finalidade de elaborar o texto constitucional.

CF/88 → Origem → Promulgada

DICA 28
QUANTO A EXTENSÃO

A classificação de uma constituição quanto à extensão:

Sintéticas: Preveem somente princípios e normas gerais, organizando e limitando o


poder do Estado apenas com diretrizes gerais, mínimas, firmando princípios, não detalhes.
É concisa, breve, sucinta, também chamada de Constituição Federal negativa.

Analíticas: Abrangem todos os assuntos que entende relevantes. São amplas, extensas,
prolixas, detalhas, como a nossa Constituição de 1988, por exemplo.
Quanto à Extensão a Origem a Constituição Federal é analítica, pois examina e re-
gulamenta todos os assuntos que entende relevantes. Contém normas materialmente cons-
titucionais e normas formalmente constitucionais. Por essa razão, é extensa e prolixa.

CF/88 → Extensão →Analítica


DICA 29
QUANTO A FINALIDADE

Quanto à extensão a Constituição pode ser:

Constituição Garantia: Limita-se a fixar os direitos e garantias. É uma carta declarató-


ria.

Constituição Dirigente: Além de fixar direitos e garantias, fixa metas estatais, fixa uma
direção para o Estado.
Quanto à Finalidade a Constituição Federal de 1988 é dirigente, pois além de criar
limites para a atuação do Estado com a previsão de direitos e garantias fundamentais, cria
direitos, garantias e metas para o Governo. Dirige programas institucionais para o Estado,
preocupa-se não só com o presente, mas também com o futuro, buscando condicionar os
órgãos estatais à satisfação de objetivos predefinidos. O termo “dirigente” significa que a
Constituição “dirige” a atuação futura do Estado, por meio da previsão de metas. E carac-
teriza-se pela presença de normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de prin-
cípios programáticos.

CF/88 → Finalidade → Dirigente

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DICA 30
MODO DE ELABORAÇÃO

A classificação de uma constituição quanto ao modo de elaboração:

Dogmáticas: São as constituições escritas, elaboradas por um órgão especialmente de-


signado para esse fim, normalmente designado Assembleia Nacional Constituinte. Adota
expressamente a ideia de direito prevalente num momento dado.

Históricas: São as constituições consuetudinárias, fruto de uma lenta e contínua síntese


da história e da tradição de um povo.
A Constituição Federal é Dogmática, pois originou-se de um trabalho legislativo especí-
fico e de um determinado órgão constituinte, sistematizando os dogmas fundamentais da
política e do direito dominantes naquele momento histórico. Tem esse nome por refletir os
dogmas presentes, e, por isso, será sempre escrita.

CF/88 → Modo de elaboração → Dogmática

DICA 31
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Vale relembrar como a nossa Constituição Federal pode ser classificada hoje:

Quanto ao conteúdo: Materiais e formais.

Quanto à forma: Escritas e não escritas.

Quanto ao modo de elaboração: Dogmática e histórica.

Quanto a origem: Promulgadas e outorgadas

Quanto a estabilidade: Rígidas, superrígidas, semirrígidas e flexíveis.

Quanto a extensão: Analítica e sintética.

Vamos utilizar um mnemônico para melhor fixação!


A CF/88 é classificada como uma PEDRAF:

P Promulgada

E Escrita

D Dogmática

R Rígida

A Analítica

F Formal

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QUESTÃO, OAB 2020.


A Constituição de determinado país veiculou os seguintes artigos:
Art. X. As normas desta Constituição poderão ser alteradas mediante processo legislativo
próprio, com a aprovação da maioria qualificada de três quintos dos membros das res-
pectivas Casas Legislativas, em dois turnos de votação, exceto as normas constitucionais
que não versarem sobre a estrutura do Estado ou sobre os direitos e garantias funda-
mentais, que poderão ser alteradas por intermédio de lei infraconstitucional.
Art. Y. A presente Constituição, concebida diretamente pelo Exmo. Sr. Presidente da Re-
pública, deverá ser submetida à consulta popular, por meio de plebiscito, visando à sua
aprovação definitiva.
Art. Z. A ordem econômica será fundada na livre iniciativa e na valorização do trabalho
humano, devendo seguir os princípios reitores da democracia liberal e da social democra-
cia, bem como o respeito aos direitos fundamentais de primeira dimensão (direitos civis
e políticos) e de segunda dimensão (direitos sociais, econômicos, culturais e trabalhistas).
Com base no fragmento acima, é certo afirmar que a classificação da Constituição do
referido país seria
(a) semirrígida, promulgada, heterodoxa.
(b) flexível, outorgada, compromissória.
(c) rígida, bonapartista e ortodoxa.
(d) semiflexível, cesarista e compromissória.
Resposta: Letra D
Comentário: Art. X. - Trata-se de uma constituição semiflexível, uma vez que possui
normas que podem ser modificadas com procedimento próprio e outras que podem ser
modificadas por lei infraconstitucionais.
Art. Y. - Trata-se de uma constituição cesarista, pois é elaborada unilateralmente e posta
posteriormente a consulta popular.
Art. Z. – trata-se de uma constituição compromissória, uma vez que traça os objetivos a
serem perseguidos pelo Estado.
DICA 32
OUTRAS CARACTERÍSTICAS DA CF

Outras características da Constituição Federal de 1988, são:

Quanto à correspondência com a realidade: Normativa.

Quanto à finalidade: Constituição-dirigente.

Quanto ao conteúdo ideológico: Constituição Social.

Quanto ao local da decretação: Auto constituição/Autônoma.

Quanto ao sistema: Constituição Principiológica ou Aberta.

Quanto à ideologia: Eclética / Pragmática / Heterodoxa.

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DICA 33
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO - CONCEPÇÕES OU SENTIDOS

Concepções ou Sentidos de Constituição, são:

Sentido sociológico: Segundo Lassale, a Constituição seria a soma dos fatores reais
de poder dentro de uma sociedade. Uma constituição só seria legítima se representasse o
efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder, caso não ocorresse,
ela seria ilegítima, seria uma mera folha de papel.

Sentido político: Para Carl Schmitt a Constituição é uma decisão política fundamen-
tal do titular do constituinte. E traz as normas de organização do Estado, limitação do es-
tado, direitos individuais, normas de conteúdo materialmente constitucionais.

Sentido jurídico: Para Hans Kelsen a Constituição é fruto da vontade racional do ho-
mem, e não das leis naturais. É considerada norma jurídica pura, abstraindo-se de qualquer
consideração de cunho político, social, filosófico. Para o sentido lógico-jurídico Constitui-
ção significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico
transcendental da validade da Constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva
suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu
mais alto grau.

Sentido lógico-jurídico: norma pressuposta - hipotética fundamental.

Sentido jurídico-positivo: norma posta - Constituição escrita que ocupa o todo do or-
denamento jurídico.
DICA 34
SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO

Supremacia Material - É um corolário do objeto clássico das constituições, ou seja, das


chamadas matérias constitucionais, as quais são os fundamentos do Estado de Direito. Por
isso, segundo a doutrina, estão acima das leis. A supremacia material é um atributo de toda
constituição. Não gera consequências jurídicas.

Supremacia Formal - É uma característica exclusiva das constituições rígidas. A supre-


macia formal decorre da rigidez (isto é muito importante para o controle de constituciona-
lidade). A rigidez constitucional decorre exatamente da previsão de um processo especial e
agravado, reservado para alteração das normas constitucionais, significantemente distinto
do processo comum e simples, previsto para a elaboração e alteração das leis complemen-
tares e ordinárias.

A supremacia formal da Constituição decorre da rigidez e da presença de mecanismos


de controle de Constitucionalidade. Porém, a supremacia material, que é a que decorre de
uma consciência constitucional.
Fixando!

FORMAL → TÍPICA DE CONSTITUIÇÕES RÍGIDAS

MATERIAL → TÍPICA DE CONSTITUIÇÕES FLEXÍVEIS

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Questão, OAB 2020:


Muitos Estados ocidentais, a partir do processo revolucionário franco-americano do final
do século XVIII, atribuíram aos juízes a função de interpretar a Constituição, daí surgindo
a denominada jurisdição constitucional.
A respeito do controle de constitucionalidade exercido por esse tipo de estrutura orgânica,
assinale a afirmativa correta.
(a) A supremacia da Constituição e a hierarquia das fontes normativas destacam-se entre
os pressupostos do controle de constitucionalidade.
(b) A denominada mutação constitucional é uma modalidade de controle de constitucio-
nalidade realizado pela jurisdição constitucional.
(c) O controle concentrado de constitucionalidade consiste na análise da compatibilidade
de qualquer norma infraconstitucional com a Constituição.
(d) O controle de constitucionalidade de qualquer decreto regulamentar deve ser reali-
zado pela via difusa.
Resposta: Letra A
Comentário: Segundo o princípio da supremacia da constituição e de acordo com a hie-
rarquia das fontes normativas todas as normas que compõe o texto constitucional gozam
de supremacia frente às leis infraconstitucionais.

DICA 35
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Os princípios constitucionais são aqueles que guardam os valores fundamentais da
ordem jurídica e servem como limite de atuação para o agente público. São
nos princípios constitucionais que se condensa bens e valores considerados fundamentos de
validade de todo sistema jurídico. Vejamos o que diz texto constitucional:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

A soberania;

A cidadania;

A dignidade da pessoa humana;

Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

O pluralismo político.”
O Texto constitucional também traz no parágrafo único que, todo o poder emana do povo,
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Consti-
tuição.

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DICA 36
PRINCÍPIO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
A República Federativa do Brasil é um Estado Democrático, e isso significa que o poder
político é legitimado pelas escolhas tomadas pelo povo e não há autoridade que esteja acima
dele. Dizer que um Estado é democrático compreende a elevação da igualdade entre os
cidadãos e o repúdio aos status sociais. Em uma democracia, todos os cidadãos têm igual
valor para influenciar seus governantes.
Mas não é só, a República Federativa do Brasil também é um Estado de Direito.
Resumindo, no Brasil há a primazia da lei. Ninguém está acima da ordem jurídica, e também
não está abaixo dela. Perante à lei, todos são iguais. O chamado rule of law (ou império da
Lei) se opõe ao antigo rule of men (império dos homens), no qual a posição social ocupada
pelo sujeito (nobre ou não) determinava quais eram seus privilégios. Nesse sentido, o Es-
tado de Direito surge justamente para frear e controlar os arbítrios, juntamente com a
sociedade.
DICA 37
PRINCÍPIO DA SOBERANIA POPULAR
É como Estado Democrático deve ser efetivado. Assim, o exercício do poder do povo se dá
através dos representantes eleitos – em voto universal, secreto e periódico – mas também
diretamente. Diz-se que no Brasil há uma democracia semi-direta, pois em algumas funções
são exercidas pelos representantes eleitos. A própria constituição trouxe uma série de ins-
tituições participativas por meio das quais o cidadão toma as decisões políticas por si pró-
prio.
Tem-se como exemplos; o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular, que são ferramentas
positivadas na Constituição Federal para intervenção direta no processo legislativo.

O plebiscito significa a oportunidade de manifestação do povo antes da deliberação pelo


Congresso Nacional.

O referendo é a consulta ex-post do Poder Legislativo ao cidadão, para que aceite ou


rejeite a proposta já formulada.
DICA 38
PRINCÍPIO DA SOBERANIA NACIONAL
A soberania corresponde ao poder de autodeterminação dos povos, típico das nações inde-
pendentes.

Do ponto de vista interno – significa dizer que o Estado Brasileiro é superior a qualquer
outra organização existente ou que venha existir.

Do ponto de vista externo - é dizer que o Brasil está em situação de igualdade formal
perante os demais Estados internacionais, com os quais pode estabelecer relações sem vín-
culo de sujeição.
No entanto, é importante notar que a soberania nacional está cada vez mais complexa em
uma sociedade que não encontra fronteiras. Nesse cenário, se faz necessário a frequente
utilização do direito estrangeiro para resolver questões nacionais, sobretudo quando os con-
flitos envolvem tratados de direitos humanos. Um exemplo disso é a incidência da GDPR,
lei de proteção de dados europeia, para todos os negócios brasileiros que operem na Europa.

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DICA 39
PRINCÍPIO DA CIDADANIA
Esse princípio traz a ideia do reconhecimento do indivíduo como pessoa integrada à socie-
dade estatal e, portanto, possuidora de direitos políticos ativos e passivos (influenciar e ser
influenciado nas decisões políticas).
Aqui, o cidadão não deve ser confundido com o nacional. A nacionalidade indica o vínculo
ao território estatal, seja por nascimento ou naturalização, a cidadania é o status ligado
ao regime jurídico, o possuidor ou possuidora de direitos políticos.
DICA BÔNUS
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOAL HU-
MANA
Esse princípio traduz a ideia do ser humano como alguém irrepetível e único, razão
pela qual não pode ser tomado como meio para o atingimento dos objetivos do Estado, mas
como um fim em si mesmo. Do ponto de vista jurídico, o conteúdo da dignidade da pessoa
se relaciona com os direitos fundamentais. Nesse sentido, somente terá a dignidade pre-
servada aquele sujeito que seja titular dos direitos relativos à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, sem qualquer discriminação.
A dignidade é a base de todos os direitos constitucionais, sejam individuais ou coletivos, de
participação política ou dos trabalhadores.

ATENÇÃO!

O Princípio da dignidade da pessoa humana se aplica a todos os brasileiros,


mas também aos estrangeiros no País.

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DIREITOS HUMANOS

DICA 40
CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), “os direitos humanos são direitos ine-
rentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade,
etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição”.
Para André Ramos, “consiste na qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano,
que o protege contra todo tratamento degradante e discriminação odiosa, bem como asse-
gura condições matérias mínimas de sobrevivência. Consiste em atributo que todo indivíduo
possui, inerente à sua condição humana”.

Não importa à vontade ou especificidade do indivíduo.

Proteção desde a concepção, durante toda a vida e inclusive no pós-morte.

Principal distinção: Direitos Humanos x Direitos Fundamentais

Direitos Humanos: direitos universalmente aceito pelo plano internacional.

Direitos Fundamentais: direitos positivados na ordem interna dos Estados (na Constitui-
ção).

DICA 41
FUNDAMENTOS DOS DIREITOS HUMANOS
Importante pontuar que não existe uma lista fechada de direitos humanos e o reconheci-
mento de tais direitos, passam por uma constante evolução histórica.

A legitimidade para aplicação decorre de três teorias:

Teoria jusnaturalista: Estariam fundamentados em normas anteriores e superiores ao


direito estatal, de origem divina ou decorrente da razão humana.

Direitos Humanos equivalem aos direitos naturais.

Teoria positivista: Fundamentados nos textos legais dos Estados, encontram seu
preceito de validade forma na Constituição.

Teoria moralista: Os direitos humanos equivalem a direitos subjetivos baseados


em princípios, independente de regras prévias.

As teorias não são conflitantes, elas se completam.

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DICA 42
GERAÇÕES/DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS

PRIMEIRA GERAÇÃO:

Envolvem os direitos de Liberdade, direitos civis, políticos e as liberdades clássicas.


Marco: Revoluções Liberais do Século XVIII na Europa e Estados Unidos.
O papel do Estado na defesa dos direitos humanos de primeira geração é passivo
(prestações negativas).
Ex.: Direito à liberdade, intimidade, segurança, propriedade, igualdade perante a lei.

SEGUNDA GERAÇÃO:

Envolvem os direitos de Igualdade, direitos econômicos, sociais e culturais.


Marco: Frutos das chamadas lutas sociais na Europa e Américas, sendo seus marcos a
Constituição Mexicana, a Alemã de Weimar.
O papel do Estado na defesa dos direitos humanos de segunda geração é ativo (pres-
tações positivas).
Ex.: Direito à saúde, educação, previdência social, habitação, entre outros.

TERCEIRA GERAÇÃO:

Envolvem os direitos de Fraternidade.


Marco: Pós Segunda Guerra Mundial.
De titularidade da comunidade.
Ex.: Direito ao desenvolvimento, a autodeterminação, direito ao meio ambiente equi-
librado.

QUARTA GERAÇÃO:

Resultante da globalização dos direitos humanos, corresponde ao direito ao plura-


lismo, bioética e limites à manipulação genética.

QUINTA GERAÇÃO:

Contemplam o direito à paz em toda a humanidade.


As três primeiras gerações são as mais cobradas, a quarta e quinta gerações ainda são
discutidas doutrinariamente, mas o entendimento apresentado é adotado pela maioria
dos autores.

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DICA 43
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

Historicidade: frutos de momentos históricos.

Universalidade: para todas as pessoas, sem distinção.

Relatividade: podem sofrer limitação quando confrontados com outros direitos.


Exceção: Vedação à tortura e à escravidão.

Essencialidade: essencial à dignidade da pessoa humana.

Irrenunciabilidade: são irrenunciáveis.

Imprescritibilidade: não se extinguem pelo decurso do tempo.

Inviolabilidade: insuscetíveis de violação.

Inexauribilidade: possibilidade de surgirem novos direitos humanos.

Vedação ao retrocesso: não admitem o regresso, a diminuição dos meios de proteção.

Inalienabilidade: não possuem conteúdo econômico-patrimonial, portanto não são in-


transferíveis, inegociáveis e indisponíveis.

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DIREITO INTERNACIONAL

DICA 44
CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
O Direito Internacional Público é um conjunto de preceitos que regem as relações in-
ternacionais.

São regidos por princípios, a saber: soberania, autonomia (não ingerência), respeito
aos direitos humanos, interdição do uso da força e cooperação internacional.

SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL

Doutrina clássica Doutrina contemporânea

Estados (países); Estados (países);

Organizações Internacionais. Organizações Internacionais; e

Indivíduos

DICA 45
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL
Servem para a solução de casos concretos.

O art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, estabelece como fonte para a


resolução de controvérsias que lhe forem submetidos:

Convenções internacionais, gerais e especiais;

Costume internacional;

Princípios gerais de direito;

Decisões judiciárias; e

Doutrina.
FIQUE ATENTO (A)!
O rol é exemplificativo/não taxativo, podemos incluir no rol os atos unilaterais e a analo-
gia.
Não há hierarquia entre as fontes.
DICA 46
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS (OIs)
São formadas pela vontade dos Estados, com o objetivo de coordenar as atividades
relacionadas a cada missão.

Não existe hierarquia entre as OIs.

Ex.: A ONU que tem uma missão de manutenção da paz e segurança internacional.

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Temos diversas OIs constituídas, com as mais variadas finalidades, como a saúde, o
comércio.

A escolha da sede da OI cabe aos próprios membros, podendo ser escolhido a ins-
talação em um território não membro, após a escolha é celebrado o acordo-sede.

Se um Estado não cumprir o previsto na OI, é permitido a aplicação de sanções,


que podem ir de uma notificação, suspensão ou até a expulsão, em último caso.

São formadas exclusivamente por Estados ou outras OI.


DICA 47
ESTADO
Os Estados são os sujeitos que dão origem às OIs.

Para o reconhecimento de um Estado como sujeito do direito internacional, são


necessários três elementos:

População (elemento humano);

Território (elemento físico); e

Governo (elemento político).


TOME NOTA!
Do ponto de vista do direito internacional, a população inclui somente os indivíduos ligados
pelo vínculo da nacionalidade e não pela presença física no território.
O território, estabelecerá os limites do exercício da jurisdição geral e exclusiva, a
jurisdição não é absoluta, existe a possibilidade de um Estado exercer jurisdição em outro,
é o caso das embaixadas e consulados.
Em relação ao governo, temos a igualdade soberana, todos os Estados possuem o
mesmo atributo soberano, não existindo uma autoridade central.
DICA 48
NACIONALIDADE
É o vínculo político-jurídico entre o Estado e o indivíduo.
O Estado prestará proteção para todos os seus nacionais residentes no exterior, pois o
indivíduo está submetido às regras de seu Estado nacional.

Existem dois tipos de nacionalidade:


Primária/originária: decorre do nascimento, pelo critério territorial (jus solis), san-
guíneo (jus sanguinis) ou ambos. Recebe o status de NATO, possui efeito ex tunc – retroage
ao nascimento.
São brasileiros natos (art.12, I da CF): os nascidos no território brasileiro, ainda que
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; os nascidos no
estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
da República Federativa do Brasil e os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a

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residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Pais brasileiros = nato ou naturalizado.

Secundária/derivada/originária: estabelecida voluntariamente após o nascimento.


Possuem o status de naturalizado, possui efeito ex nunc.
DICA BÔNUS
NACIONALIDADE
TOME NOTA!

A naturalização possui previsão na Constituição Federal, na Lei 13445/2017 e no regu-


lamento 9.199/2017. Existem quatro tipos de naturalização: a ordinária, extraordinária, a
especial e a provisória (as duas primeiras são mais cobradas).

A naturalização ordinária está prevista no art. 12, II, alínea a, da CF: adquiram a nacio-
nalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residên-
cia por um ano ininterrupto e idoneidade moral. Para os não originários de países de língua
portuguesa, os critérios estão previstos no art.65 da Lei 13445/2017.

A naturalização extraordinária está prevista no art. 12, II, alínea b, da CF: os estrangei-
ros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.

Situação especial dos portugueses, previsão no art. 12, II, § 1º CF, cabível apenas para
os portugueses com residência permanente no Brasil, existe um Tratado de Amizade, co-
operação e consulta garantindo a reciprocidade e são atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro naturalizado.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
DICA 49
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – INTRODUÇÃO
A competência tributária é a habilitação para criar (instituir) tributos por meio de lei. A
competência tributária, desse modo, é uma espécie de competência legislativa sendo exer-
cida somente pelo Parlamento. Também são manifestações do exercício da competência
tributária a modificação, redução e extinção de tributos.
Sendo uma competência do tipo legislativa, a competência tributária é atribuída, de forma
exclusiva pela Constituição Federal, não havendo qualquer possibilidade de ser conferida ou
modificada por leis, constituições estaduais ou qualquer outro veículo normativo.
A competência tributária é atribuída pela Constituição Federal (arts. 145, 147, 148, 149,
149-A, 153, 155, 156 e 195) só às entidades federativas. Assim, a titularidade da compe-
tência tributária é exclusiva de pessoas jurídicas de direito público integrantes da Admi-
nistração Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), sendo insuscetível de dele-
gação a outras pessoas.
DICA 50
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA
A competência tributária é a aptidão para criar tributos por meio de lei. Não se confunde,
portanto, com capacidade tributária ativa. Capacidade tributária ativa é a aptidão adminis-
trativa para cobrar ou arrecadar tributos.
Embora a competência tributária seja indelegável, nada impede a delegação legal da capa-
cidade tributária ativa. Muito pelo contrário, o art. 7º do CTN normatiza a delegação por
meio de lei da capacidade tributária ativa, denominada “parafiscalidade”. É o que acontece,
por exemplo, com as contribuições arrecadadas pelos sindicatos (art. 7º da CF) e com as
contribuições cobradas pelos conselhos de classe (art. 149 da CF).
DICA 51
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA- PARAFISCALI-
DADE
CUIDADO:
A parafiscalidade somente não poderá favorecer empresas privadas voltadas à obtenção de
lucro, sob pena de transformar-se em uma vantagem competitiva frente aos demais agentes
no mercado violando o princípio da livre concorrência (art. 170, IV, da CF).

Competência Tributária: É o poder de criar/instituir o tributo. A competência é indele-


gável, de cunho taxativo e é exclusiva das pessoas políticas.

Capacidade Tributária Ativa: É a aptidão para exigir o tributo. Esta aptidão é delegá-
vel inclusive para pessoas privadas.

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DICA 52
O QUE ACONTECE QUANDO HÁ CONFLITOS DE COMPETÊNCIA, EM MATÉRIA TRI-
BUTÁRIA, ENTRE OS ENTES FEDERATIVOS?
Conforme nos traz o art. 146, I da CF/88, cabe à lei complementar dispor sobre conflitos
de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios.

Há também posicionamento do STF a respeito deste assunto, vamos ver a seguir:

CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE:

ICMS e repulsa constitucional à guerra tributária entre os Estados-membros:


o legislador constituinte republicano, com o propósito de impedir a "guerra tributária"
entre os Estados-membros, enunciou postulados e prescreveu diretrizes gerais de caráter
subordinados a compor o estatuto constitucional do ICMS. (...) justificam a edição de lei
complementar nacional vocacionada a regular o modo e a forma como os Estados-mem-
bros e o Distrito Federal, sempre após deliberação conjunta, poderão, por ato próprio,
conceder e/ou revogar isenções, incentivos e benefícios fiscais.
[ADI 1.247 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 17-8-1995, P, DJ de 8-9-1995.]

DICA 53
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA
O princípio da anterioridade tributária – ou princípio da eficácia diferida – está normatizado
nas alíneas b e c do inciso III do art. 150 da CF.
A alínea b fala sobre a anterioridade anual ou anterioridade de exercício. A alínea c, por sua
vez, inserida pela EC n.º 42/2003, refere-se à anterioridade nonagesimal.

Mas qual é o seu objetivo?


O Princípio da Anterioridade Tributária tem como objetivo assegurar que o contribuinte não
seja pego de surpresa pelo Fisco, indo ao encontro da necessidade de o contribuinte se
preparar para o evento compulsório da tributação, seja disponibilizando recursos, seja con-
sultando um advogado especializado, que poderá orientar o contribuinte de forma devida.
DICA 54
FUNÇÃO DOS TRIBUTOS
A função principal do tributo é gerar recursos financeiros para o Estado. É a função chamada
fiscal.
O tributo também pode ter função extrafiscal (interferência no domínio econômico, a
exemplo das alíquotas de importação) ou parafiscal (arrecadação de recursos para autar-
quias, fundações públicas, sociedades de economia mista, empresas públicas ou mesmo
pessoas de direito privado que desenvolvam atividades relevantes, mas que não são pró-
prias do Estado, a exemplo dos sindicatos, do Sesi etc.)

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DICA 55
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
Normatizados no art. 148 da Constituição Federal, os chamados empréstimos compulsórios
são tributos restituíveis de competência exclusiva da União. Importante você também saber
que é incabível a criação de empréstimo compulsório, ainda que mediante delegação, pelos
Estados, Distrito Federal ou Municípios.
IMPORTANTE: Os valores obtidos com o empréstimo compulsório não integram o
patrimônio público. Por ser restituível, o empréstimo compulsório não chega a transferir
riquezas do setor privado para o Estado.
DICA 56
A CRIAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
Os empréstimos compulsórios são criados e disciplinados por lei complementar federal,
sendo proibida sua disciplina por meio de leis ordinárias ou medidas provisórias, conforme
alude o art. 64, § 1º, III, da CF/88.

Lembrando sempre que a nossa CF/88 prevê as seguintes hipóteses para a instituição
do Empréstimo Compulsório:

Calamidade Pública (inciso I);

Guerra Externa ou sua Iminência (inciso I); ou

Investimento Público Relevante (inciso II).


DICA 57
MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO PODE AJUIZAR AÇÃO CIVIL PÚBLICA SOBRE RESTI-
TUIÇÃO DE EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
O STJ decidiu recentemente que o Ministério Público não tem legitimidade ativa para ajuizar
ação civil pública objetivando a restituição de valores indevidamente recolhidos a título de
empréstimo compulsório sobre a compra de automóveis de passeio e utilitários.
"Dessa forma, reconhece-se a ilegitimidade ativa do Ministério Público para ajuizar ação civil
pública objetivando a restituição de valores indevidamente recolhidos a título de emprés-
timo compulsório sobre aquisição de automóveis de passeio e utilitários, nos termos do
Decreto-Lei 2.288/1986", concluiu o relator do REsp 1.709.093.
DICA 58
PODE HAVER COBRANÇA SIMULTÂNEA DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO COM O
IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA?
Segundo a doutrina majoritária, sim. Se o ordenamento jurídico pátrio não proíbe bitribu-
tação e bis in idem envolvendo empréstimos compulsórios, a possibilidade de sua exigência
simultânea junto com outros tributos alcança também os impostos extraordinários de guerra
(art. 154, II, da CF).
Sendo assim, diante da hipótese de guerra externa ou sua iminência, pode a União instituir
simultaneamente empréstimo compulsório e imposto extraordinário para fazer frente aos
gastos com o conflito internacional.
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DICA 59
TAXAS
As taxas (art. 145, II, da CF e art. 77 do CTN) são tributos vinculados cobrados com o
intuito de remunerar atividades estatais específicas relativas ao contribuinte. O fato gera-
dor da taxa está vinculado a uma atividade estatal relacionada ao contribuinte.
IMPORTANTE: As taxas são criadas e disciplinadas sempre por meio de lei ordinária
editada pela entidade federativa competente para sua instituição. Em âmbito federal, ad-
mite-se também a criação de taxa via medida provisória, na medida que as MPs têm a
mesma potencialidade jurídica das leis ordinárias.
DICA 60
TAXAS DE SERVIÇO
As taxas de serviço são cobradas quando o Estado presta ao contribuinte, ou disponibiliza,
um serviço público específico e divisível uti singuli. As chamadas taxas de serviço são ar-
recadadas para que o contribuinte beneficiado retribua o custo da prestação. Todavia, a
Constituição Federal e o CTN não permitem a cobrança de taxa para remunerar todo e
qualquer serviço público. Exige-se que o serviço seja “específico e divisível”, conforme
afirma o art. 145, II, da CF/88.
DICA 61
EXEMPLOS DE TAXAS DE SERVIÇO

São exemplos de taxas de serviço atualmente cobradas no Brasil:

Taxa de fornecimento de água;

Taxa judiciária;

Emolumentos pagos aos cartórios extrajudiciais;

Pedágio em rodovia explorada diretamente pelo Poder Público;

Taxa do lixo.
IMPORTANTE: Os emolumentos cobrados pelos serviços notariais e de registro têm
natureza de taxa.
DICA 62
TAXAS DE POLÍCIA

As taxas de polícia são cobradas para remunerar o exercício efetivo do poder de polícia
pelo Estado. São exemplos de taxas de polícia:

taxa de fiscalização ambiental

taxa de licenciamento de veículo;

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taxa de licenciamento de elevadores;

taxa para obtenção de alvarás;

taxa para expedição de certidões e atestados;

taxa para expedição de passaporte;

taxa para renovação da licença de funcionamento do estabelecimento comercial.


DICA 63
STF VALIDA CRIAÇÃO DE TAXAS DE FISCALIZAÇÃO DA MINERAÇÃO POR LEIS ES-
TADUAIS
NOVIDADE QUENTINHA PARA VOCÊ:
O STF recentemente validou a criação de taxas de fiscalização da mineração por leis esta-
duais. A Corte entendeu que os tributos são proporcionais ao faturamento das mineradoras,
ao grau de poluição potencial ou à utilização de recursos naturais.
Os estados de Minas Gerais, Pará e Amapá e a Assembleia Legislativa dos estados defende-
ram a constitucionalidade da taxa. Para eles, o artigo 23, XI, da CF/88 afirma que é com-
petência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios registrar,
acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos
hídricos e minerais em seus territórios.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

DICA 64
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A Administração Pública é o conjunto de órgãos e entidades que integram a estrutura ad-
ministrativa do Estado, com o objetivo de efetivar a vontade política para cumprimento do
interesse público.

O Governo decide qual política adotar e a máquina pública (Administração Pública) executa
o rumo adotado.

Sentido material/objetivo: é a atividade estatal exercida sob um regime jurídico, por


meio de serviço público, polícia administrativa, fomento à iniciativa privada ou
intervenção.

Sentido formal/subjetivo: são os sujeitos que atuam em nome da Administração


Pública, se dividindo em Administração Pública Direta (entes da federação) e
Administração Pública Indireta (órgãos e entidades).
DICA 65
PRINCÍPIOS QUE REGEM O REGIME JURÍDICO

SUPREMACIA DO INTE- O interesse público prevalece em


RESSE detrimento dos interesses particular, por
PÚBLICO exemplo, a desapropriação.

Voltado à atuação do administrador, posto


que este deve exercer suas funções sempre
INDISPONIBILIDADE DO
buscando garantir o interesse público, não
INTERESSE PÚBLICO
devendo desistir dos feitos ou dispor de
suas prerrogativas.

DICA 66
PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS

Estão previstos no caput do artigo 37, são eles:

L egalidade

I mpessoalidade

M oralidade “L I M P E”

P ublicidade

E ficiência

Esses princípios balizam a atuação de toda Administração Pública, seja:

Direta (União, Estados, Distrito Federal e Munícipios); ou

Indireta (autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista e empresa pública)


dos três Poderes (Judiciário, Executivo e Legislativo).
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DICA 67
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Trata-se de expoente máximo do Estado Democrático de Direito. Traduz a submissão do


Poder Público à lei.

O princípio da legalidade possui dupla acepção, uma que diz respeito à Administração
Pública e outra aos particulares, vejamos:

Particulares: é permitido fazer tudo aquilo que a lei não proíbe.

Administração pública: pode fazer apenas o que a lei determina (ato vinculado) ou
autoriza (ato discricionário).

Em que pese ser o expoente máximo do Estado Democrático de Direito, o princípio da le-
galidade, excepcionalmente, pode ser relativizado, permitindo que o Poder Público ladeie às
disposições legais. Nos casos de decretação do estado de defesa e de sítio; e de edição
de medida provisória, o Chefe do Poder Executivo detém maior liberdade de atuação.

DICA 68
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

É conhecido também como Princípio da Isonomia e Princípio da Finalidade.

Possui 03 acepções, vejamos:

Finalidade: a finalidade precípua da Administração Pública é buscar satisfazer o inte-


resse público. Caso o ato seja praticado com finalidade distinta a essa, restará NULO por
desvio de finalidade.

Vedação à promoção pessoal: não é permitido ao agente público se valer de realiza-


ções da Administração Público como se fossem próprias. Assim, é vedado, por exemplo,
constar símbolo de partido político em obra pública. Trata-se de proibição expressamente
prevista no parágrafo 1º, do artigo 37, da CF/88.

Isonomia: a Administração Pública deve se relacionar com os particulares de forma


imparcial.

DICA 69
PRINCÍPIO DA MORALIDADE

Impõe aos agentes públicos o dever de atuar de forma honesta. Sua atuação dever pautar-
se pelos princípios da boa-fé e probidade.

A ação popular, prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, é instrumento de controle da morali-
dade administrativa.

Caso o agente público não atue com a probidade prevista, o parágrafo 4º, do artigo 37,
prevê que os atos de improbidade acarretarão em suspensão dos direitos políticos;
perda da função pública; indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.

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DICA 70
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Trata-se do dever de transparência na atuação pública.

Possui dupla acepção:

Requisito de eficácia dos atos administrativos;

Transparência da atuação administrativa, de forma a possibilitar o controle pelos ad-


ministrados.

O princípio da publicidade não é absoluto, encontra limites no direito à inviolabilidade da


intimidade e da vida privada; e as informações indispensáveis à segurança do Estado e da
Sociedade.

DICA 71
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

Foi introduzido na CF/88 a partir da EC nº. 19/98. Com o advento da emenda citada,
passou-se do modelo de administração burocrática para o de administração gerencial.

O agente público deve conjugar a busca da melhoria da qualidade dos serviços públicos com
a racionalidade dos gastos públicos.

Princípio da economicidade: em síntese, ordena que seja feita avaliação do custo e


benefício dos gastos públicos.

DICA 72

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


O artigo 2º, da CF/88 dispõe, expressamente, sobre a separação de poderes. Trata-se de
doutrina nascida na obra “Espírito das Leis” de Montesquieu. Segundo preconiza o disposi-
tivo em apreço, são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Judiciário, o
Executivo e o Legislativo.

Administração Direta (Entes Políticos): União, Estados, Distrito Federal e Municí-


pios.

Administração Indireta (Entes Administrativos): Autarquia, Sociedade de Econo-


mia Mista, Fundação Pública e Empresa Pública.

Quanto à criação das entidades da Administração Indireta, a CF/88, nos incisos XIX e XX,
do artigo 37, dispõe que somente por lei (ordinária) poderá ser criada autarquia e auto-
rizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fun-
dação, cabendo à lei complementar, no caso da fundação, definir as áreas de sua atuação.

Nota-se que a lei ordinária cria (direto) a autarquia e autoriza a criação dos demais
entes administrativos.

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DICA 73
CENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
Na administração direta, os entes praticam as atividades através de órgãos, de forma cen-
tralizada, desconcentrada, concentrada e descentralizada.

Centralização: Na centralização a pessoa política (União, Estados, DF ou Municípios)


pratica suas atividades por meio de seus órgãos, realizado diretamente a atividade ad-
ministrativa, sem interferência de outra entidade.

Desconcentração: Na desconcentração há uma distribuição interna de competência,


dentro da mesma pessoa jurídica.
Há o controle hierárquico, pois os órgãos de menor hierarquia ficam subordinados aos
seus superiores.
DICA 74
CONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO

Concentração: A concentração ocorre quando um único órgão desempenha todas as


funções do ente político, sem divisão com órgãos menores.

Descentralização: A atividade é prestada por pessoa diversa. O Estado resolve re-


passar a atividade para outra pessoa executar em seu lugar.

Ex.: concessão, permissão ou autorização para execução de um serviço público para


empresas particulares, através de contratos, precedidos de licitação.
DICA 75
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - DOS ÓRGÃOS - CLASSIFICAÇÃO

Quanto à posição estatal - cai bastante nas provas - os órgãos podem ser: indepen-
dentes, autônomos, superiores e subalternos.

- Independentes

- Autônomos
Os órgãos podem ser: - Superiores

- Subalternos

DICA 76
ÓRGÃOS INDEPENDENTES

Os órgãos independentes são os originários da Constituição de 1988 e representativos


dos poderes do Estado, de modo que não possuem qualquer subordinação hierárquica ou
funcional.

Também são chamados de órgãos primários do Estado, pois exercem as funções outor-
gadas diretamente pela Constituição Federal.

Ex.: Chefias do Executivo - Presidência da República.


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DICA 77
ÓRGÃOS AUTÔNOMOS
Os órgãos autônomos são aqueles que estão na cúpula da administração.
Encontram-se localizados imediatamente abaixo dos órgãos independentes e estão
diretamente subordinados aos seus chefes.
Tem ampla autonomia administrativa e financeira.
Exercem funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das ativida-
des que estão dentro de sua esfera de competência.
Ex.: Ministérios e secretarias de Estado.

DICA 78
ÓRGÃOS SUPERIORES

Os órgãos superiores possuem poder de direção, controle, decisão e comando de as-


suntos relacionados com a sua competência específica.

Estão sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais elevada.

Não gozam de autonomia administrativa nem financeira.

Sua atuação funcional se restringe ao planejamento e soluções técnicas dentro da sua


área de competência.

Ex.: Gabinetes, Divisões, Coordenadorias e Departamentos.

DICA 79
ÓRGÃOS SUBALTERNOS

Os órgãos subalternos são todos aqueles subordinados a órgãos mais elevados, com
reduzido poder de decisão e predominância de atribuições de execução.

São destinados à realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de atos,


cumprimento de decisões, dentre outras atribuições.

Ex.: Delegacia

DICA 80
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - DOS ÓRGÃOS - CLASSIFICAÇÃO

Quanto à posição estatal, os órgãos podem ser: simples ou compostos.

Quanto à posição esta- - Simples


tal, os órgãos podem
- Compostos
ser:

Simples: constituídos por apenas um centro de competência

Compostos: em sua estrutura, reúnem outros órgãos menores, com função idêntica ou
funções auxiliares.

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DICA 81
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS

- Personalidade jurídica
Órgãos não possuem - Patrimônio próprio

- Capacidade processual

Os órgãos não possuem:

Personalidade jurídica

Patrimônio próprio

Capacidade processual

DICA 82
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
A administração indireta é composta por pessoas jurídicas, com personalidade jurídica:
Autarquias;
Fundações;
Empresas Públicas;
Sociedades de Economia Mista;
As pessoas jurídicas que se enquadram na administração indireta necessitam de lei para
sua existência.
DICA 83
DIFERENÇAS: EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

DIFERENÇAS

Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

Pessoas jurídicas de direito privado. Pessoas jurídicas de direito privado.

Criadas mediante autorização legal Criadas mediante autorização legal

Capital exclusivamente público Capital público e privado (o poder pú-


blico detém a maioria do capital vo-
tante).

Prestação de serviço público ou exploração Prestação de serviço público ou explora-


de atividade econômica. ção de atividade econômica.

Qualquer forma de organização empresarial Sob a forma de sociedade anônima

Foro Federal (apenas empresa pública federal) Foro comum

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QUESTÃO, OAB 2018.


No ano corrente, a União decidiu criar uma nova empresa pública, para a realização de
atividades de relevante interesse econômico. Para tanto, fez editar a respectiva lei auto-
rizativa e promoveu a inscrição dos respectivos atos constitutivos no registro competente.
Após a devida estruturação, tal entidade administrativa está em vias de iniciar suas ativi-
dades.
Acerca dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a), assinale a afirmativa cor-
reta.
(a) A participação de outras pessoas de direito público interno, na constituição do capital
social da entidade administrativa, é permitida, desde que a maioria do capital votante
permaneça em propriedade da União.
(b) A União não poderia ter promovido a inscrição dos atos constitutivos no registro com-
petente, na medida em que a criação de tal entidade administrativa decorre diretamente
da lei.
(c) A entidade administrativa em análise constitui uma pessoa jurídica de direito público,
que não poderá contar com privilégios fiscais e trabalhistas.
(d) Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços para a entidade admi-
nistrativa, em regra, não precisam ser precedidos de licitação.
Gabarito: Letra A
Artigo: Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é
integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da
União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da em-
presa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem
como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.

DICA 84
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA AUTAR-
QUIA

Características da autarquia:

Natureza: pessoa jurídica de direito público

Atividade: Típica de Estado

Regime de pessoal: Presidente (cargo em comissão) / Demais servidores (Cargo efe-


tivo)

Bens: impenhoráveis, imprescritíveis e inalienáveis.

Imunidade tributária: não paga impostos sobre o patrimônio, bens e serviços

Prescrição: dívidas e direitos prescrevem em 5 anos

Se sujeita a lei de licitações.


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DICA 85
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS FUNDA-
ÇÕES

Características das Fundações

Natureza: Regime de pessoal:

Direito Público - Lei cria; Direito Público - servidores estatutá-


rios;
Direito Privado - Lei autoriza.
Direito privado – CLT.
Atividades de caráter social, isto é, não
exclusivas do Estado.

QUESTÃO, OAB 2015.


O Estado XYZ pretende criar uma nova universidade estadual sob a forma de fundação
pública. Considerando que é intenção do Estado atribuir personalidade jurídica de direito
público a tal fundação, assinale a afirmativa correta.
(a) Tal fundação há de ser criada com o registro de seus atos constitutivos, após a edição
de lei ordinária autorizando sua instituição.
(b) Tal fundação há de ser criada por lei ordinária específica.
(c) Não é possível a criação de uma fundação pública com personalidade jurídica de direito
público.
(d) Tal fundação há de ser criada por lei complementar específica.
Gabarito: Letra b.
Comentário: Art. 37, inciso XIX, CF - somente por lei específica poderá ser criada au-
tarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e
de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação;
Fundação pública possui natureza jurídica de autarquia e, assim, são até mesmo chama-
das de fundações autárquicas ou autarquias fundacionais. Seu regime jurídico em tudo
se assemelha ao das autarquias, inclusive no que tange à técnica de criação, que ocorre
por meio de lei ordinária específica.

DICA BÔNUS
TERCEIRO SETOR: ENTIDADES PARAESTATAIS

1º Setor: Administração Direta e Indireta.

2º Setor: Particulares em colaboração. Ex.: Concessionários de serviço público.

3º Setor: Entidades Paraestatais. Ex.: Organizações Sociais e OSCIP.

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Conceito de entidades paraestatais:

São pessoas jurídicas privadas que não integram a estrutura da administração direta
ou indireta, mas colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse pú-
blico, mas não exclusivas de Estado, de natureza não lucrativa. Integram o chamado Ter-
ceiro Setor.

Espécies de entes do terceiro setor:


Entidades do serviço social autônomo;
Organizações sociais (OS);
Organizações da sociedade civil de interesse público (OSIP);
Entidades de apoio.

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DIREITO AMBIENTAL

DICA 86
DO MEIO AMBIENTE E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ART. 225
A CF/88 possui vários dispositivos protetivos ao meio ambiente, motivo pelo qual já foi
cunhada pelo STF como Constituição Ecológica e Constituição Verde.

O art. 225 da CF/88 é a chamada norma matriz e prevê que todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo classificado como bem de uso co-
mum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, cabendo ao Poder Público e à co-
letividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gera-
ções.
DICA 87
LICITAÇÃO VERDE
A licitação verde, princípio da licitação verde ou princípio da licitação sustentável trazem a
ideia de que o processo licitatório deve estar unido com o desenvolvimento nacional susten-
tável, de preferência aquelas propostas que preservem o meio ambiente.
Em suma: Licitação verde é uma ferramenta de sustentabilidade nas mãos da Administração
Pública.
DICA 88
DA RESPONSABILIDADE DOS CAUSADORES DE DANOS AMBIENTAL
Conforme expressamente previsto na CF/88, as condutas e atividades consideradas le-
sivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos cau-
sados.

Portanto, a ocorrência de danos ao meio ambiente acarreta tríplice responsabilidade:


Responsabilidade Civil.
Responsabilidade Penal.
Responsabilidade Administrativa.
A responsabilidade civil é objetiva, não sendo necessário analisar culpa/dolo do au-
tor, bastando para a punição a comprovação do nexo de causalidade entre a conduta e o
dano.
DICA 89
DO PATRIMÔNIO NACIONAL

São considerados patrimônio nacional:

A Floresta Amazônica brasileira.

A Mata Atlântica.

A Serra do Mar.

O Pantanal Mato Grossense.


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A Zona Costeira.
A utilização destes biomas será feita na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto aos recursos naturais.
DICA 90
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Se trata de um procedimento administrativo que tem por intuito licenciar atividades ou
empreendimentos que usam recursos ambientais, que seja efetiva ou potencialmente po-
luidores ou capazes, sob qualquer maneira, de ocasionar algum tipo de degradação ambi-
ental.
Importante salientar que há dispensa do licenciamento ambiental em caso de execução,
em caráter de urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa
civil que sejam destinadas à prevenção e diminuição de acidentes em áreas urbanas.

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DIREITO CIVIL

DICA 91
LINDB: VIGÊNCIA DAS NORMAS

De acordo com o art. 1º da Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (LINDB), a lei começa a
vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada. Entretanto, nos Estados
estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses de-
pois de oficialmente publicada (art. 1º, § 1º LINDB).
IMPORTANTE: A lei só ganha vigência depois da vacatio legis (lapso temporal
necessário para que as pessoas tenham conhecimento de sua existência).
DICA 92
LINDB: REVOGAÇÃO DAS NORMAS

Após cumprida a vacatio legis e entrando em vigor, a lei continuará vigendo até que
venha outra e, expressa ou tacitamente, a revogue (princípio da continuidade das nor-
mas). A revogação de uma lei, no sistema brasileiro, só é admitida por outra lei que a
revogue (art. 2º LINDB).
Pegadinha de prova:

A revogação é gênero, da qual ab-rogação e derrogação são espécies.


a) ab-rogação: revogação total da lei.
b) derrogação: revogação parcial da lei.

DICA 93
PESSOA NATURAL

De acordo com o art. 1º do CC, toda pessoa é capaz de direitos e deveres na vida civil.
A capacidade civil pode ser dividida de três formas: capacidade de fato, capacidade de
direito e capacidade plena.

CAPACIDADE DE CAPACIDADE DE DI- CAPACIDADE PLENA


FATO/EXERCÍCIO REITO/GOZO

Capacidade para exercer Capacidade para ser su- Legitimação: capacidade


direitos na órbita civil; jeito de direitos e deveres especial para determinado
na ordem civil; ato ou negócio jurídico;
Nem todas as pessoas
naturais possuem (incapazes Toda pessoa natural Legitimidade: capaci-
do art. 3º e 4º, CC); possui; dade processual;

Adquire-se com a maiori- Termina com a morte. Personalidade: soma


dade civil ou emancipação. dos caracteres ou aptidões
da pessoa.

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DICA 94
INCAPACIDADES

ABSOLUTAMENTE INCAPAZES RELATIVAMENTE INCAPAZES

Apenas os menores de 16 anos. Maiores de 16 anos e menores de


Não existem maiores de idade que 18 anos;
sejam absolutamente incapazes.
(art. 3º CC) Ébrios habituais e viciados em tóxi-
cos;

Pessoas que, por causa transitória


ou definitiva, não puderem expressar
vontade;

Pródigos. (art. 4º, CC)

OBS.: Os absolutamente incapazes devem ser representados enquanto os relati-


vamente incapazes devem ser assistidos.
DICA 95
O TRATAMENTO JURÍDICO DO NASCITURO
Nascituro é aquele que já está concebido, no ventre materno, mas ainda não nasceu. É
aquele que ainda está no corpo da genitora.
Devido à imprecisão do art. 2º do CC ao estabelecer a natureza jurídica do nascituro, foram
arquitetadas três teorias sobre o tema: natalista, condicionalista e concepcionista.

TEORIAS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA DO NASCITURO

Teoria Natalista: defende que a personalidade jurídica se inicia com o nasci-


mento com vida, seria uma interpretação literal do art. 2º do CC.

Teoria Condicionalista: defende que a personalidade jurídica do nascituro está


condicionada ao nascimento com vida. Ou seja, há uma condição pendente para
sua personalidade jurídica, que é o nascimento com vida.

Teoria Concepcionista: entende que o nascituro já titulariza desde a concepção


os direitos da personalidade. No entanto, os direitos patrimoniais estão condi-
cionados ao nascimento com vida (teoria que prevalece no STJ).

OBS: Nascer com vida significa o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório do re-


cém-nascido, e isso se verifica por meio de um exame denominado docimasia hi-
drostática de galeno.

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DICA 96
EMANCIPAÇÃO

A emancipação antecipa os efeitos civis da maioridade antes dos 18 anos de idade.

Modalidades de emancipação (art. 5º, CC):

Voluntária – realizada com a concessão dos pais, por meio de escritura pública,
tendo o menor 16 anos completos.

Judicial – realizada por sentença judicial, tendo o menor 16 anos completos;

Legal – decorre da norma jurídica, em casos de: casamento; exercício de emprego


público efetivo; colação de grau em ensino superior; ou emancipação profissional ou laboral.
DICA 97
DIREITOS DA PERSONALIDADE
Os direitos da personalidade são aqueles inerentes à pessoa humana e a sua dignidade. Via
de regra são intransmissíveis, irrenunciáveis e indisponíveis (art. 11, CC). Entretanto, po-
dem sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral.

SÚMULA 227 do STJ

A pessoa jurídica tem direitos da personalidade por equiparação legal e, em razão disso,
pode sofrer dano moral (posicionamento do STJ).

A súmula 227, do STJ, poderá ser questão de prova.


DICA 98
PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
A proteção dos direitos da personalidade pode ser de modo preventivo, suspendendo atos
que ameacem ofender a integralidade do indivíduo, ou de modo repressivo, por meio da
ação indenizatória, que tem por objetivo a reparação patrimonial do dano causado. Nestes
casos temos o dano moral (quando não houver conteúdo econômico na lesão) e o dano
material (quando houver perda ou prejuízo a bem patrimonial).
IMPORTANTE:

SÚMULA 387 do STJ

A Súmula 387 do STJ permite a cumulação de indenizações de dano estético e dano


moral.

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DICA 99
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO

ASSOCIAÇÕES Conjunto de pessoas.

SOCIEDADES Em regra, é o conjunto de pessoas, salvo a so-


ciedade limitada unipessoal.

FUNDAÇÕES Conjunto de bens.

ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS Conjunto de pessoas.

PARTIDOS POLÍTICOS Conjunto de pessoas

TOME NOTA:
A pessoa jurídica de direito privado tem existência a partir dos atos constitutivos no
respectivo registro.

→ Importante: A EIRELI não existe mais.


DICA 100
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Em regra, a pessoa jurídica não se confunde com seus sócios, associados, institui-
dores ou administradores. Contudo, em casos de abusos praticados por membros das
pessoas jurídicas existe a possibilidade de quebrar essa autonomia por meio da desconsi-
deração da personalidade jurídica.
TOME NOTA:

Existem duas modalidades de desconsideração:


Desconsideração direta ou regular: os bens dos sócios ou administradores respondem
por dívidas da pessoa jurídica.
Desconsideração inversa ou invertida: os bens da pessoa jurídica respondem por
dívidas dos sócios ou administradores.
DICA 101
BENFEITORIAS
As benfeitorias são obras realizadas pelo homem na estrutura de uma coisa. Isto é, são
acréscimos e melhoramentos realizados no principal (art. 96 e 97 do CC).

QUESTÃO DE PROVA:

As benfeitorias podem ser classificadas como:

Necessárias – acréscimos que são indispensáveis para a manutenção ou conservação


do bem.

Úteis – acréscimos que facilitam ou melhoram o uso do bem.

Voluptuárias – empreendidas por mero deleite, com o fito, tão somente, de embele-
zar o bem.
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DICA 102
BEM DE FAMÍLIA

De acordo com a Lei nº 8.009/90, o imóvel residencial do próprio casal ou da entidade


familiar é considerado um bem de família, não respondendo por qualquer tipo de dívida
contraída pelos cônjuges, pais ou filhos, que sejam proprietários e nele residam. Há algumas
exceções previstas em lei, como os créditos trabalhistas de trabalhadores da própria
residência.
TOME NOTA:

O bem de família pode ser classificado em duas espécies:

Bem de família voluntário – instituído por ato de vontade da entidade familiar, por
meio da formalização do registro de imóveis, gerando dois efeitos: impenhorabilidade limi-
tada e inalienabilidade relativa (arts. 1711 a 1717 do CC).

Bem de família legal – refere-se à impenhorabilidade legal do bem de família indepen-


dentemente de inscrição voluntária em cartório (Lei nº 8.009/90).
DICA 103
FATO JURÍDICO

Fato jurídico é todo evento natural ou humano que possui repercussão na esfera
jurídica.

O fato jurídico em sentido estrito é aquele que ocorre sem vontade humana e pode
ser subdividido em:

Ordinário – é aquele previsível, como o nascimento, a morte, a maioridade etc. Ressalta-


se que o passar do tempo é previsível, e se manifesta nas relações jurídicas por meio dos
institutos da prescrição e decadência;

Extraordinário - é aquele fato imprevisível, sendo incabível imputar a alguém o extra-


ordinário, pois carece de vontade humana, como exemplo, pode-se citar uma pessoa que
deixou de entregar um veículo que foi vendido pois ele foi destruído por uma enchente no
dia posterior.
DICA 104
ATO JURÍDICO
É toda manifestação de vontade que está de acordo com o ordenamento jurídico. É com-
posto pelo elemento volitivo (manifestação de vontade humana) e pela licitude.
O ato jurídico é subdividido em:
Atos ilícitos – são aqueles atos contrários ao ordenamento jurídico, ocasionando o fe-
nômeno da responsabilidade civil;
Atos lícitos – são aqueles praticados em conformidade com o ordenamento jurídico
civilista. Estes atos podem ser: (a) ato jurídico em sentido estrito: é aquele que a von-
tade humana está direcionada para o ato em si, e suas consequências já estão
previstas na lei.

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Ex.: o reconhecimento de paternidade; (b) negócio jurídico: é aquele que a vontade
humana está direcionada para as consequências de determinado ato, dentre as per-
mitidas pela lei.
Ex.: os contratos e o testamento.
DICA 105
NEGÓCIO JURÍDICO

REQUISITOS DE VALIDADE DO NE- REQUISITOS DE EFICÁCIA DO NEGÓ-


GÓCIO JURÍDICO CIO JURÍDICO

Partes capazes; Condição: condiciona a eficácia do negó-


cio jurídico a evento futuro e incerto;

Vontade livre; Termo: relaciona a eficácia do negócio


jurídico a evento futuro e certo;

Objeto lícito, possível e determiná- Encargo: é um ônus introduzido em um


vel; ato de liberalidade.

Forma prescrita ou não defesa em lei.

OBS: Caso haja algum vício nos requisitos de validade, o negócio jurídico será
inválido.
DICA 106
REQUISITOS DE EFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO

CONDIÇÃO SUSPEN- TERMO INICIAL ENCARGO


SIVA

Evento futuro e incerto. Evento futuro e certo Ônus e liberalidade.

Suspende a aquisição e o Apenas suspende o exercí- Não suspende a aquisi-


exercício do direito. cio do direito. ção e nem o exercício do
direito.

Não há direito adquirido. Há direito adquirido. Há direito adquirido.

Ex.: João irá ganhar um Ex.: Joana dará à Lúcia Ex.: Pedro doa sua
carro de Pedro quando for um carro no Natal desse casa para Joaquim para
aprovado no vestibular. ano. que ele construa uma
creche.

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DICA 107
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: ERRO
O erro consiste em uma falsa representação da realidade, em que o próprio agente se
engana sozinho sobre as circunstâncias elementares do negócio jurídico. Para que
haja a invalidação do negócio jurídico, é necessário que o erro seja essencial ou substan-
cial.

Ex.: João compra um faqueiro e se dispôs a pagar a quantia de 1 mil reais, acreditando
que o objeto era de prata. O vendedor, por sua vez, aceita o valor sem hesitar. Passado
algum tempo, João descobre que o faqueiro não era de prata.
DICA 108
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: DOLO
No dolo o sujeito é colocado em erro intencionalmente pela outra parte e, por isso,
pode haver indenizações de prejuízos oriundos do comportamento astucioso. Desse modo,
configura-se o dolo por meio de expediente astucioso empregado para conduzir alguém à
prática de um ato que o prejudique e aproveite ao autor do dolo ou a terceiro.
DICA 109
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: LESÃO E ESTADO DE PERIGO
A lesão é o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações de
um contrato no momento de sua celebração, determinada pela inexperiência de uma das
partes. O objetivo da lei é evitar a exploração usurária de um dos contratantes com o outro,
que não precisa ter conhecimento da parte contrária (art. 157, CC).
Já o estado de perigo é uma situação de extrema necessidade (conhecida pela parte con-
trária) que conduz uma pessoa a celebrar um negócio jurídico em que se assume uma
obrigação desproporcional e excessivamente onerosa (art. 156, CC).
DICA 110
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: COAÇÃO MORAL
Coação moral é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre uma pessoa para obrigá-
la, contra sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que a caracteriza é
o emprego da violência psicológica para viciar a vontade. Para a coação ser configurada, ela
deve ser grave, causar temor à vítima e constituir ameaça de prejuízo à pessoa, seus bens
ou à sua família (art. 151, CC).

Ex.: Joana vai fazer uma doação para Luiz porque foi ameaçada de morte caso não o
faça.
DICA 111
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: FRAUDE CONTRA CREDORES
A fraude contra credores diz respeito à hipótese de um devedor que possui o débito e a
responsabilidade, mas que pratica atos de dilação patrimonial, com a nítida intenção,
de que no futuro, não tenha bens para pagamento da dívida. Em razão disso, resta
ao credor ajuizar uma ação pauliana ou revocatória para anular os atos praticados pelo
devedor.

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Para a caracterização da fraude contra credores é necessário a demonstração de dois re-
quisitos cumulativos: (i) objetivo – diminuição ou esvaziamos do patrimônio do devedor,
até a sua insolvência (denominado eventus damni); (ii) subjetivo – intenção maliciosa do
devedor de causar dano (denominado consilium fraudis), arts. 158 a 165, CC.
DICA 112
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: SIMULAÇÃO
É a manifestação de vontade com desacordo proposital entre a vontade interna (intenção)
e a vontade externa (manifestação/declaração). A pessoa declara uma coisa, quando na
verdade queria outra, ou nada queria.

NÃO CONFUNDIR:
Diversamente do que ocorre na reserva mental, na simulação os contratantes agem em
conluio para prejudicar terceiro. Na reserva mental o declarante não age em conluio
com o declaratário. A simulação invalida o negócio jurídico e a reserva mental não.
DICA 113
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA

Extingue a pretensão. Extingue o direito.

Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz. Pode ser reconhecida de ofício pelo
juiz.

É renunciável, desde que não cause É irrenunciável.


prejuízos a terceiros e depois da prescri-
ção se consumar.

Existe a previsão de suspensão, interrup- Em regra, não há suspensão, inter-


ção e impedimento do prazo. rupção e impedimento do prazo.

Os prazos são exclusivamente em anos Os prazos podem ser em dias, me-


(arts. 205 e 206, CC). ses ou ano e dia.

OBS.: Não corre os prazos da prescrição e da decadência contra os ABSOLUTA-


MENTE incapazes.
DICA 114
MORADA, RESIDÊNCIA E DOMICÍLIO

Morada: lugar TEMPORÁRIO;

Residência: lugar HABITUAL. A pessoa pode ter várias residências.

Domicílio: lugar com ÂNIMO DEFINITIVO. Domicílio é a junção da residência (habi-


tualidade) + ânimo definitivo de se estabelecer naquele local.
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ATENÇÃO!

Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-


se-á seu domicílio qualquer daquelas residências.
Art. 70, CC: O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residên-
cia com ânimo definitivo.
Art. 71, CC: Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternada-
mente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

DICA 115

BEM DE FAMÍLIA
O bem de família surgiu com o intuito de proteger a habitação da família, que é consi-
derada pelo nosso ordenamento, como base da sociedade.

Súmula 486 do STJ

É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a tercei-


ros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou
a moradia da sua família.

A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DICA 116
HISTÓRICO
Por muitos anos, a criança e o adolescente não tiveram seus direitos resguardados em
nenhuma legislação brasileira, a nível mundial também não existia.

Apenas em 1830 foi criada uma norma referente à criança no Brasil, já no ano de 1890,
o Código Penal legislou sobre os adolescentes em conflito com a lei, seguindo o mesmo
entendimento do Código de menos de 1919, uma visão marginalizada e assistencialista
em relação à criança e ao adolescente, sem qualquer interesse no reconhecimento em su-
jeito de direitos.
A nível mundial (direito internacional) algumas declarações tiveram grande relevância para
a proteção dos direitos existentes hoje, podendo ser destacada a Declaração de Genebra,
a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração dos Direitos da criança
(passou a considerar a criança e o adolescente como sujeito de direito).

No Brasil, inspirado pelas declarações mundiais, a Constituição de 1988 estabeleceu


a criação de uma norma protetiva para a criança e ao adolescente, resultando na Lei
8069/1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Com a criação do estatuto, eles passaram a possuir proteção integral.
DICA 117
DISTINÇÃO DE CRIANÇA E ADOLESCENTE
O legislador adotou o critério cronológico para realizar a distinção, conforme previsão do
art. 2º, da Lei n. 8.069/1990.

CRIANÇA: até 12 anos, incompletos. É aplicada medida de proteção e não possuem


caráter sancionatório.

ADOLESCENTE: de 12 aos 18 anos incompletos. É aplicada medida socioeducativa,


possuem caráter sancionatório e finalidade pedagógica.

Aplica-se excepcionalmente o Estatuto da criança e do adolescente às pessoas entre


18 e 21 anos de idade, são os casos de adoção e apuração de ato infracional/cumprindo
medida socioeducativa.
DICA 118
PRINCÍPIOS

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: refere-se ao mínimo existencial da


pessoa, possui previsão no art. 1º, III da CF, servindo de fundamento para outros princí-
pios.

Princípio da Proteção Integral à Criança e ao Adolescente: A criança e o adoles-


cente são considerados mais frágeis, assim, o legislador assegurou direitos e privilégios em
detrimento das demais pessoas. Protege desde a concepção, o pré-natal, passando pelo
nascimento até a maioridade civil. Previsto no art. 6º da CF e art. 3º do ECA.

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Princípio da Prioridade Absoluta: É um metaprincípio, pois a criança e o adolescente
são assegurados a prioridade integral, em todas as áreas e em prioridade com as demais
pessoas. Previsto no art. 3º, I da Convenção sobre Direitos da Criança e do adolescente;
art. 227 da CF e art. 4º do ECA.

Derivam do princípio da prioridade absoluta: o Princípio da Condição da Criança e


do Adolescente (estabelece que são sujeitos de direitos); Princípio da Responsabilidade Pri-
mária e Solidária do Poder Público; Princípio da Privacidade (respeito a intimidade, imagem
e reserva da vida privada); Princípio da Responsabilidade Parental; Princípio da Oitiva Obri-
gatória e Participação (pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores); Prin-
cípio da Oitiva Obrigatória e Participação.

Princípio da Excepcionalidade: restringir-se-á a liberdade da criança e do adoles-


cente somente em último caso, conforme art. 227, § 3º, V, da CF.
DICA 119
PODER FAMILIAR
O poder familiar compete aos pais, na forma do art. 1631 do CC e art. 21 do ECA, refere-
se aos direitos e deveres que os pais têm em relação aos filhos.

Os filhos, enquanto menores (não emancipados), estão sujeitos ao poder familiar.

Será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, que possuem deveres
e responsabilidades compartilhadas no cuidado e na educação da criança.
Na falta ou impedimento de um dos pais, o outro exercerá com exclusividade.
DICA 120
OBRIGAÇÕES DERIVADAS DO PODER FAMILIAR
O art. 22 do ECA e, de forma mais abrangente, o art. 1634 do CC estabelece as obrigações
decorrente do exercício do poder familiar.

Incumbe aos pais o sustento, guarda e educação dos filhos menores.

Cabe aos pais também a criação e a educação; a guarda unilateral ou compartilhada;


conceder ou negar consentimento para viagem, casarem, viajarem ao exterior, mudar de
residência; nomear-lhes tutor; representá-los judicial e extrajudicialmente; reclamá-los de
quem ilegalmente os detenha e exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços
próprios de sua idade e condição.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

DICA 121
INICIAÇÃO AO DIREITO DO CONSUMIDOR - CONCEITOS INICIAIS

O direito do consumidor é considerado um direito fundamental previsto na CF/88, sem


seu art. 5º, inciso XXXII, assim como um princípio da ordem econômica nos termos do
art.170, caput e inciso V. O principal instrumento jurídico de proteção ao consumidor está
no Código de Defesa do Consumidor (CDC), Lei 8.078/90, que é considerada um microssis-
tema jurídico, sendo aplicável não apenas para a defesa do consumidor, mas também para
a tutela coletiva de direitos.
O CDC disciplina as relações de consumo em geral, mas nada impede, caso haja norma
mais favorável em outra norma, que a mesma seja aplicada, como por exemplo, norma
legal presente no Código Civil, desde que o objetivo maior seja a proteção do consu-
midor, que é considerado parte mais vulnerável da relação jurídica. Nesse sentido, aplica-
se a técnica chamada de diálogo das fontes, teoria desenvolvida pelo alemão Erick Jayme.

Deve-se entender que o CDC é uma lei principiológica, ou seja, é uma lei que serve
de norma geral para outras normas que cuidem de relações de consumo. Dessa forma, por
exemplo, uma lei que trate dos planos de saúde individuais está sujeita à incidência conco-
mitante do CDC, como norma geral.
DICA 122
CONSUMIDOR

Mas, afinal, o que a lei considera como consumidor? O CDC traz a seguinte previsão:

Art. 2°. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.

O conceito acima previsto na lei, que é o conceito stricto sensu ou standard, traz então a
possibilidade de ser considerado consumidor tanto a pessoa física, como a pessoa jurídica,
e revela de extrema importância atentar para o conceito geral de destinatário final.
Somente os destinatários finais, de acordo com a legislação, é que serão considerados
consumidores.

A doutrina, por sua vez, traz a seguinte interpretação sobre quem seria o destinatário
final:

Teoria Maximalista – consumidor seria qualquer pessoa física ou jurídica que retira do
mercado de consumo um bem ou serviço. Para essa teoria, não importa se o bem/ser-
viço adquirido servirá para atendimento pessoal ou profissional, como no caso em que uma
indústria adquire matéria-prima (também chamado insumo) para produzir um bem e o
revende.

Teoria Finalista ou Subjetiva – consumidor seria aquele que retira o bem ou serviço
para necessidades próprias, é o destinatário fático e econômico, isto é, exclui do con-
ceito de consumidor a figura do consumidor intermediário, que adquiriria o produto apenas
como insumo.

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Teoria Mitigada/temperada/atenuada – STJ tem aplicado essa teoria, como se


fosse uma intermediária entre a teoria maximalista e teoria finalista, pois aceita que a
pessoa jurídica também seja considerada como consumidora, caso o bem que adquira seja
fora de sua área de atuação, devendo haver a comprovação da vulnerabilidade da
pessoa jurídica no caso concreto.

Ex.: empresa que adquire obra de arte apenas para enfeitar a sala de recepções, mas
cujo objeto social seja a comercialização de veículos.

DICA 123
JURISPRUDÊNCIAS ATUALIZADAS SOBRE CONCEITO DE CONSUMIDOR: APLICA-
ÇÃO DO CDC
Em maio de 2021, o STJ aplicou, mais uma vez a teoria mitigada do conceito de consumidor
para considerar o adquirente de unidade imobiliária, mesmo não sendo o destinatário
final do bem, entendendo que o referido adquirente, ainda que tenha comprado o imóvel
apenas para investimento, como estava de boa-fé e não se tratava de especialista em in-
vestimentos imobiliários, estava presente a vulnerabilidade e, portanto, foi considerado con-
sumidor. (STJ, 4ª T. AgInt no AREsp 1786252/RJ, Min. Antonio Carlos Ferreira).

Outras situações em que a jurisprudência entende pela aplicação do CDC:


Jurisprudência em teses, STJ, ed.n.74, Tema 12: As normas do CDC são aplicáveis aos
contratos do Sistema Financeiro de Habitação - SFH, desde que não vinculados ao
Fundo de Compensação de Variações Salariais - FCVS e posteriores à entrada em vigor da
Lei n. 8.078/90.
DICA 124
JURISPRUDÊNCIAS ATUALIZADAS SOBRE CONCEITO DE CONSUMIDOR: APLICA-
ÇÃO DO CDC

Súmulas aplicáveis quanto ao reconhecimento de relação de consumo:

Súmula 608, STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano
de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.

Súmula 563, STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas


de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados
com entidades fechadas.

DICA 125
JURISPRUDÊNCIAS ATUALIZADAS SOBRE CONCEITO DE CONSUMIDOR: NÃO APLI-
CAÇÃO DO CDC

Em julho de 2020, o STJ entendeu pela não aplicabilidade do CDC ao produtor rural
que adquire insumos agrícolas, pois não considerado destinatário final nos termos do
art. 2º do CDC. Nesse sentido:

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JURISPRUDÊNCIA

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO MONITÓRIA. CONTRATO


DE AQUISIÇÃO DE INSUMOS AGRÍCOLAS. PRODUTOR RURAL. INAPLICABILIDADE DO
CDC. PRECEDENTES DOS STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO.1. Nos termos da jurisprudência do
STJ, o produtor rural não deve ser considerado destinatário final no contrato de
compra e venda de insumos agrícolas, motivo pelo qual não incide, nesses casos,
o Código de Defesa do Consumidor. Precedentes. Incidência da Súmula 83/STJ.2.
Agravo interno não provido. (AgInt no AREsp 363.209/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 15/06/2020, DJe 01/07/2020).

Em outra decisão recente de 2020, também constatou-se que não incide o código de defesa
do consumidor na relação entre acionistas investidores e a sociedade anônima de ca-
pital aberto com ações negociadas no mercado de valores mobiliários.

Outras situações de não reconhecimento de relação de consumo:

Não se aplica o CDC aos contratos administrativos, tendo em vista que a Administra-
ção Pública já goza de outras prerrogativas asseguradas pela lei.

Não se aplica o CDC aos contratos de fiança bancária no âmbito de um contrato


administrativo, que já goza de prerrogativas próprias, não havendo que se falar em liber-
dade contratual. Pode-se concluir, portanto, que a fiança bancária acessória a um contrato
administrativo também não representa uma relação de consumo. STJ. 3ª T. REsp
1.745.415-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 14/05/19 (Info 649).

Não se aplica o CDC ao contrato de conta corrente mantido entre corretora de


BITCOIN e instituição financeira. 3ª T. REsp 1696214-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bel-
lizze, j. 9/10/18 (Info 636).

Também não se aplica o CDC ao Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por
Veículos Automotores de via Terrestres ou por sua carga, a pessoas transportadas ou não
– DPVAT. (INFO 614, STJ).
DICA BÔNUS
CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO

Além do conceito padrão de consumidor previsto no art. 2º do CDC, teremos algumas


situações em que diante de situações excepcionais também poderá haver a figura do con-
sumidor por equiparação, embora não tenha sido o mesmo que adquirira o bem ou ser-
viço. Dessa forma, são três tipos de consumidor a serem estudados:

Consumidor no sentido coletivo: O consumidor, em sentido coletivo, atinge a coleti-


vidade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de con-
sumo. É o consumidor stricto sensu ou standard:
Art. 2º, Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Grupo de pessoas que adquire ou esteja exposta à aquisição de produto alimentício nocivo
à saúde, como na situação de venda de produto estragado.

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Consumidor Bystander: São todas as vítimas do acidente de consumo, ainda que


não sejam consumidores daquele bem ou serviço. Aplica-se em relação à responsabilidade
pelo fato do produto e do serviço nos termos do art. 17 do CDC, in verbis:
Art. 17 - Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do
evento. (CONSUMIDOR BYSTANDER).
É a vítima de acidente de consumo, a exemplo das pessoas que prestaram socorro às
vítimas da Boate Kiss (consumidores em sentindo estrito) e acabaram sofrendo lesões.
É a vítima de atropelamento de ônibus comercial.

Consumidor potencial: São todas as pessoas, determináveis ou não, expostas às


práticas comerciais ou contratuais nele previstas (ofertas, publicidade, prática abu-
sivas, cobranças de dívidas, cadastros de banco de dados).
Art. 29 do CDC. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores
todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.

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PROCESSO CIVIL
DICA 126
JURISDIÇÃO
A jurisdição pode ser compreendida como atuação do Estado por intermédio do pro-
cesso, do qual o juiz necessariamente irá participar, para aplicar o direito objetivo ao caso
concreto. O resultado do exercício da jurisdição é a solução da lide existente entre as partes,
com a pretensão última de que ambos (autor e réu) saiam do processo satisfeitos com a
solução adotada. Pode-se afirmar, por tanto, que a satisfação faz parte do conceito de ju-
risdição;

O escopo jurídico da jurisdição é a solução da crise jurídica e espera-se a conformação


das partes (escopo social);

Portanto, Jurisdição envolve formas estatal de resolução de conflitos, por intermédio


do qual aplica-se o direito objetivo ao caso concreto como forma de por fim, de forma
definitiva, à crise jurídica, gerando a pacificação social;
DICA 127
AÇÃO

O tema ação é muito importante para sua prova. Por isso, vejamos alguns pontos im-
portantes:

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade;


Caso o juiz entenda que não há interesse ou legitimidade, indeferirá a petição inicial com
extinção do processo sem resolução do mérito. Trata-se da denominada sentença termi-
nativa, que não produz coisa julgada material;

Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a vio-
lação do direito, ou seja, a parte poderá pleitear tão somente ação declaratória, mesmo
que o receio de insegurança jurídica tenha evoluído para uma lesão a direito. De acordo
com a doutrina, esse dispositivo prestigia a autonomia individual;

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, SALVO quando auto-
rizado pelo ordenamento jurídico;
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como
assistente litisconsorcial;

Elementos da Ação: para que se tenha uma ação será necessário haver partes (pelo
menos um autor e um réu), essas partes pretendem um objeto (que se materializa na ação
pelo pedido). Para que a prestação da tutela jurisdicional lhe seja favorável deverão trazer
fatos consistentes e fundamentá-los juridicamente, ou seja, irão expor a causa de pedir;

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DICA 128
DOS ELEMENTOS DA AÇÃO

São elementos da ação:

Partes: que são todos os sujeitos que participam do processo.

Causa de Pedir: essa por sua vez se subdivide em causa de pedir próxima que são os
fundamentos jurídicos e causa de pedir remota que são os fatos.
Quanto a causa de pedir, o CPC adota a chamada teoria da substanciação, segundo a
qual é necessário explicitar os fundamentos jurídicos e os fatos, ou seja, a causa de pe-
dir próxima e remota.

Pedido: em regra deve ser certo (expresso), salvo em alguns casos em que o pedido é
implícito: juros, correção monetária, verbas de sucumbência (incluídos os honorários
advocatícios) e prestações vincendas. O pedido também deve ser, em regra, determi-
nado. Quando se fala em determinação do pedido, está-se falando em liquidez, ou seja,
no aspecto quantitativo da petição.

Existem situações, entretanto, que se autoriza o pedido genérico:


ações universais: são as que se pleiteia uma universalidade de bens.

Ex.: pedido para que o réu entregue uma biblioteca, com todos os livros contidos nesta;

impossibilidade de se determinar as consequências do ato ou do fato:

Ex.: ação que pleiteia perdas e danos por atropelamento, na qual não é possível quanti-
ficar inicialmente os lucros cessantes por estar a vítima hospitalizada.

a apuração do valor ou do objeto depende de ato a ser praticado pelo réu:

Ex.: muito utilizado é a ação de exigir contas. Somente sendo possível definir o valor que
o autor faz jus após a prestação de contas do réu.
DICA 129
DA CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
O CPC traz a possibilidade de cumulação de pedidos contra um mesmo réu, ainda que não
haja conexão entre esses pedidos, não precisando os pedidos decorrerem de um mesmo
fato.

Cumulação própria: possibilidade de o autor obter procedência simultânea de dois ou


mais pedidos.

Cumulação própria simples: pedidos independentes. Juiz pode conceder, qualquer de-
les ou ambos.

Ex.: danos materiais cumulados com danos morais.

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Cumulação própria sucessiva: o segundo pedido só pode ser analisado se procedente


o primeiro.

Ex.: investigação de paternidade cumulada com alimentos. Neste caso, os alimentos


somente serão analisados se resolvida a questão da paternidade.

Cumulação imprópria: não há possibilidade de procedência simultânea de dois ou mais


pedidos. Na verdade, não há propriamente uma cumulação uma vez que o autor não
deseja os dois pedidos.

Cumulação imprópria subsidiária: juiz conhece o segundo pedido após não conhecer
o primeiro.
Ex.: pede-se a anulação do casamento, subsidiariamente (se não der) pede o divórcio.

Cumulação imprópria alternativa: autor formula mais de um pedido para que o juiz
acolha qualquer deles. É como se o autor dissesse que tanto faz qual o juiz acolher, sem
que exista uma ordem de preferência.

DICA 130
DA POSSIBILIDADE DE MODIFICAÇÃO DO PEDIDO

O art. 329 do CPC tratou da possibilidade de o autor modificar o pedido apresentado na


inicial. Existindo três possibilidades a depender do momento:

Pedido de modificação feito antes da citação do réu: possibilidade de alteração


do pedido ou causa de pedir, sendo desnecessário o consentimento do réu, afinal ele
não foi citado.

Pedido de modificação feito após a citação do réu: é possível modificar o pedido


ou causa de pedir. Porém, nesse momento, é necessário o consentimento do réu que já
fora citado.

Após a fase de saneamento do processo: não é mais possível qualquer alteração no


pedido ou causa de pedir.
DICA 131
DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
O devido processo legal é tido como o princípio maior, sendo causa direta dos demais
princípios.
Quanto ao seu aspecto formal, é uma garantia de observância das formalidades contra
eventual abuso de poder.
Entretanto, também é necessário explorar o devido processo sobre o aspecto mate-
rial/substancial. Neste aspecto, tem-se os limites impostos ao poder legislativo, im-
pedindo que uma lei ou ato administrativo viole os direitos do cidadão. Portanto, possui um
alcance mais amplo do que as garantias formais.

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DICA 132
DO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Possui previsão constitucional no art. 5º, LV da CF.

O CPC, também trouxe tal princípio em seu art. 7º, afirmando que cabe ao juiz zelar pelo
efetivo contraditório. Esse contraditório efetivo (também chamado de dinâmico), é di-
ferente do chamado contraditório estático e se firma em três pilares:

Direito de ação e reação/bilateralidade de audiência: é a ideia clássica deste prin-


cípio, sendo basicamente o direito de dizer e desdizer.

Poder de influência: não basta a ação e reação, as partes devem ter o poder de influ-
enciar o ato decisório.

Proibição de decisão surpresa: juiz não pode surpreender as partes com as chamadas
decisões de terceira via, ou seja, juiz não pode decidir com fundamento sobre o qual
não tenha dado às partes oportunidade de manifestação, mesmo se tratando de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício. É a previsão do art. 10 do CPC.

A regra é que o contraditório seja antecipado, conforme previsão do art. 9º do CPC.


DICA 133
DO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

Entretanto, o próprio dispositivo legal traz situações que excepcionam esta regra:

tutela provisória de urgência;

às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311;

à decisão prevista no art. 701. (ação monitória)

Contraditório inútil: ocorre quando a decisão é proferida sem a oitiva da parte, mas é
favorável a ela.

Contraditório eventual: exercido em outro processo.

Ex.: Embargos à execução, na qual a defesa da execução se dá em ação própria para


exercício do seu contraditório.
DICA 134
DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ
Quando se trata da boa-fé, importa ao direito processual a chamada boa-fé objetiva, que
é aquela que não analisa a intenção do sujeito.

ATENÇÃO!

A verificação da violação à boa-fé objetiva dispensa a comprovação do


animus do sujeito processual. (En. 1, CJF).

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VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM: a boa-fé impede a adoção de comporta-
mentos contraditórios. Não podendo a parte no curso do processo adotar um comporta-
mento que indica certa postura e, posteriormente, um comportamento contraditório.

Ex.: expresso no CPC é o art. 1000, que prevê que a parte que aceitar expressa ou
tacitamente a decisão não poderá recorrer.

DUTY TO MITIGATE THE LOSS: esse princípio é um dever, fundado na boa-fé, de


mitigação pelo credor de seus próprios prejuízos. Deve o credor, diante do inadimplemento
do devedor, adotar medidas razoáveis para diminuir suas perdas.

Enunciado 169, CJF:

O princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do próprio


prejuízo.

DICA 135
DA REPRESENTAÇÃO EM JUÍZO DAS PESSOAS JURÍDICAS E FORMAIS
As pessoas jurídicas e formais possuem capacidade de ser parte desde que devidamente
representadas, sejam elas sujeitos ativos ou passivos da ação.

O art. 75 do CPC traz essa representação:

A União: pela Advocacia Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado.

Os Estados e o Distrito Federal: por seus Procuradores.


Conforme previsão do §4º do art. 75 do CPC, os Estados e o DF poderão ajustar compro-
misso recíproco para a prática de atos de seus procuradores, desde que haja um convênio
para isso.

Os Municípios: por seu prefeito, procurador ou Associação de Representação de Muni-


cípios, quando expressamente autorizada;
IMPORTANTE: Essa representação dos Municípios foi conferida pela Lei n° 14.341/22!
Portanto, tem grande possibilidade de cair em sua prova! Isso pois, a Banca pode colocar
a redação antiga desse artigo, levando o candidato a cair em “pegadinha”.

As Autarquias e Fundações Públicas: por quem a lei do ente federado designar.

A Massa Falida: é representada pelo administrador judicial.

A Herança Jacente ou Vacante: pelo curador designado no processo.

O Espólio: pelo inventariante.

A Pessoa Jurídica: por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não
havendo essa designação, por seus diretores.

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A sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem persona-


lidade jurídica: pela pessoa a quem couber a administração de seus bens.

A Pessoa Jurídica Estrangeira: pelo gerente, representante ou administrador de


sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.

O Condomínio: pelo administrador ou síndico.

DICA 136
CAPACIDADE POSTULATÓRIA

A capacidade postulatória é a capacidade de requerer (postular) em juízo, atribuída,


em regra, ao advogado.

Os estagiários, de acordo com o Estatuto da OAB, somente podem praticar atos jun-
tamente ao advogado e sob responsabilidade deste.
O art. 3º da Lei 8.906/94 prevê que o exercício da atividade de advocacia no território
brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advoga-
dos do Brasil (OAB).
§2º, O estagiário de advocacia, regulamente inscrito, pode praticar os atos previstos no art.
1º, na forma do regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste.

Existem situações em que pessoas sem formação jurídica poderão postular, como
por exemplo nos juizados especiais ou no caso de habeas corpus.
DICA 137
DO INSTRUMENTO DE MANDATO

Para exercer a capacidade postulatória faz-se necessária a juntada do instrumento de


mandato, mais conhecido como procuração.

Nos termos do art. 104 do CPC, o advogado não é admitido a postular em juízo sem
procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato
considerado urgente.
Nestas hipóteses, o advogado deverá, independente de caução, apresentar a procuração
no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período.

Caso o mandato não seja juntado dentro do prazo legal, os atos praticados pelo advo-
gado serão considerados ineficazes, ficando o advogado responsável pelas despesas e
por perdas e danos.

Conforme previsto no art. 105 do CPC, a procuração geral para o foro, outorgada por
instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos
os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pe-
dido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar
quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência.

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DICA 138
CONEXÃO E CONTINÊNCIA

A conexão e a continência dão a ideia da existência de mais de uma ação tramitando


em paralelo e com identidade parcial de elementos da ação (partes, causa de pedir e
pedido). Quando assim ocorrer, em regra, as ações serão reunidas para julgamento con-
junto, em verdadeira causa de modificação de competência.
A identidade dos elementos deverá ser parcial, afinal se fosse total ocorreria a chamada
litispendência.

Para que haja a conexão, conforme previsto no art. 55 do CPC, é preciso que haja
identidade da causa de pedir ou pedido.

Ex.: as execuções fundadas no mesmo título executivo.

Reconhecida a conexão, os processos deverão ser reunidos no juízo prevento, que é


aquele no qual primeiro ocorreu o registro ou a distribuição da inicial.
O § 3º do art. 55 trouxe grande novidade ao prever a possibilidade de reunião e julgamento
conjunto dos processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes
ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

SÚMULAS DO STJ

Súmula 515 do STJ: A reunião de execuções fiscais contra o mesmo devedor constitui
faculdade do Juiz.
Súmula 235 do STJ: A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já
foi julgado.

Já a continência ocorre quando há duas ou mais causas com identidade de partes


e causa de pedir e o pedido de uma, por ser mais amplo, abranger o pedido da outra.
A ação de pedido mais amplo é chamada continente, enquanto a de pedido menos am-
plo é chamada de contida.

Caso a ação contida tenha sido proposta primeiro haverá a reunião das ações. Ao con-
trário, se a ação continente tiver sido proposta antes, a ação contida será extinta
sem resolução do mérito.
DICA 139
DENUNCIAÇÃO DA LIDE

A denunciação da lide é uma das formas de intervenção de terceiro mais cobrada. É


cabível quando for possível intentar ação de regresso contra terceiro, caso a parte seja
derrotada.

A denunciação da lide pode ser feita tanto pelo autor como pelo réu.
Conforme art. 127 do CPC, feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir
a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial,
procedendo-se em seguida à citação do réu.

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CUIDADO! O CPC/73 previa a possibilidade de o denunciado até aditar a inicial.
Atualmente só é possível apresentar novos argumentos.

Quanto à denunciação pelo réu, existem três desdobramentos lógicos de acordo


com o art. 128 do CPC:

se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo,


na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado.

se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa,
eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação re-
gressiva

se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante


poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas
a procedência da ação de regresso.

Havendo uma ação contra dois réus, é possível um dos réus denunciar da lide con-
tra o outro.
Uma denunciação da lide extemporânea pode ser aproveitada caso o denunciado aceite
a denunciação, contestando apenas o mérito da demanda principal, ou seja, se o próprio
denunciado reconhece sua obrigação regressiva, ao contestar somente a inicial, não há
óbice à denunciação intempestiva.

A denunciação da lide não pode ser determinada de ofício.


De acordo com o art. 129 do CPC, caso o denunciante seja vencido na ação principal, o
juiz passará ao julgamento da denunciação da lide.
Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado,
sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em
favor do denunciado.
Enunciado 122, FPPC: Vencido o denunciante na ação principal e não tendo havido
resistência à denunciação da lide, não cabe a condenação do denunciado nas verbas de
sucumbência.
DICA 140
CHAMAMENTO AO PROCESSO
O chamamento ao processo é possível quando existe entre o réu e um terceiro uma relação
de coobrigação.
De acordo com o art. 130 são essas as hipóteses possíveis de chamamento:
do afiançado, na ação em que o fiador for réu;

dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;


dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o paga-
mento da dívida comum.

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O chamamento ao processo só pode ser feito pelo réu, que o requererá na contestação e,
após, promoverá a citação dos terceiros (dentro de 30 dias). Estes integrarão a lide na
qualidade de litisconsortes passivos
Quando o CPC fala que o réu tem que promover a citação dentro de 30 dias, sob pena do
chamamento ficar sem feito, significa dizer que ele deve fornecer as condições para que a
citação ocorra e não que a citação deva efetivamente ocorrer dentro desse prazo.

O prazo de 30 dias se aplica para chamados que residem na mesma Comarca, pois caso
os terceiros chamados residam em outra Comarca, Seção ou Subseção Judiciária esse prazo
é de 2 meses.

A grande vantagem do chamamento ao processo é que caso for condenado e pagar a


totalidade da dívida, ele pode utilizar a sentença condenatória como título executivo contra
os demais, sem a necessidade de nova ação.
Entende o STJ que é inviável o chamamento ao processo de entes federativos em demandas
relacionadas ao fornecimento de medicamentos ou prestação de serviços de saúde.
“O chamamento ao processo da União, nas demandas propostas contra os demais entes
federativos responsáveis para o fornecimento de medicamentos ou prestação de ser-
viços de saúde, não é impositivo, mostrando-se inadequado opor obstáculo inútil à garan-
tia fundamental do cidadão à saúde". (STJ, EDcl no REsp 1.203.244/2016)
DICA 141
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Em caso de ação contra pessoa jurídica é possível atingir o patrimônio dos sócios.
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.

É cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença


e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
Caso a desconsideração da personalidade jurídica seja requerida na petição inicial, dis-
pensa-se a instauração do incidente, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa
jurídica. Nesse caso não será suspenso o processo.

A desconsideração só será possível quando há abuso de personalidade jurídica,


caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial. Não basta a
configuração do estado de insolvência da empresa ou seu encerramento irregular de ativi-
dade etc. É a chamada teoria maior da desconsideração da personalidade jurídica.
Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e re-
querer as provas cabíveis no prazo de 15 dias.
Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em
fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

Existe ainda a chamada desconsideração inversa, na qual há uma ação contra o sócio
e busca-se atingir o patrimônio da PJ. É muito comum no direito de família, sobretudo no
caso de divórcio.

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Enunciado 283, CJF: É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denomi-


nada inversa para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou
desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros.
De acordo com o art. 10 da Lei 9.099 não é admitida qualquer forma de intervenção de
terceiro nos juizados especiais. Todavia, o CPC prevê que o incidente de desconsideração é
aplicável aos juizados.
DICA 142
AMICUS CURIAE

O amicus curiae é um colaborador informal da justiça, desempenhando papel contribu-


tivo muito relevante para pluralidade do diálogo, a fim de se obter arrimo para a melhor
decisão possível.
A participação do amicus curiae traz para o processo a representação da sociedade, so-
bretudo em questões de grande repercussão social.

Para que o amicus curiae seja admitido, o juiz analisará a relevância da matéria, a
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia.
Poderá admitir, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica,
órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 dias
de sua intimação.

Poderá ocorrer a participação do amicus curiae tanto nas causas de 1º grau como nos
Tribunais.

Portanto, os requisitos para participação do amicus curiae serão:

Relevância da matéria;

Especificidade do tema objeto da demanda; e

Repercussão social.

São irrecorríveis as decisões que solicitam (juiz age de ofício) ou admitem (há reque-
rimento para intervenção) a participação de amicus curiae.

Apesar de certa polêmica, o STF, no Informativo 920 decidiu ser também irrecorrível
a decisão denegatória de ingresso, no feito, como amicus curiae.
A intervenção do amicus curiae não implica alteração de competência. Dessa forma, se
intervém uma autarquia federal em uma ação que tramita na justiça estadual, não haverá
deslocamento para justiça federal.

Em regra, o amicus curiae não autoriza a interposição de recurso, salvo:

Embargos de Declaração; e

Recurso do acórdão que julga o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas. Esse


RE ou REsp que será interposto em face do IRDR também interposto pelo amicus curiae.

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DICA 143
DOS PRAZOS DOS ATOS PROCESSUAIS

Conforme o art. 218 do CPC, os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos
em lei.
Em caso de ser a lei omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade
do ato.
Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a
comparecimento após decorridas 48 horas.

Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 dias o prazo
para a prática de ato processual a cargo da parte.
DICA 144
SUSPENSÃO DOS PRAZOS PROCESSUAIS

Quando ocorre a suspensão, o prazo é retomado de onde parou, ao passo que


havendo a interrupção o prazo retorna do zero.
Uma das previsões de suspensão dos prazos é no período de recesso de 20/12 à 20/01.

Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros


do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça
exercerão suas atribuições durante este período.
Nesse período não há realização de audiências ou sessões de julgamento.
Também se suspendem os prazos por obstáculo criado em detrimento da parte.

Trata-se de uma cláusula aberta, um conceito vago, sendo que em caso de o juiz enten-
der que uma parte opôs obstáculo injustificado poderá reconhecer a suspensão.

Nas hipóteses do art. 313 do CPC também ocorrerá a suspensão dos prazos:

pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu
representante legal ou de seu procurador;

pela convenção das partes;

pela arguição de impedimento ou de suspeição;

pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;

quando a sentença de mérito:

depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de


inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo
pendente;

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tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a pro-


dução de certa prova, requisitada a outro juízo;

por motivo de força maior;

quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de


competência do Tribunal Marítimo;

nos demais casos que o CPC regula.

pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo pro-
cesso constituir a única patrona da causa;

quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa


e tornar-se pai.

Ainda se suspendem os prazos processuais durante a execução de programas de


autocomposição, instituídos pelo poder judiciário.

Ex.: Semana da autocomposição.

DICA 145
PRECLUSÃO TEMPORAL

Finalizado o prazo para prática de determinado ato processual há extinção automá-


tica do direito de praticá-lo, independentemente de qualquer declaração judicial de que
houve a preclusão temporal, salvo demonstrada a ocorrência de justa causa.
A justa causa estará configurada pelo impedimento da prática do ato por si ou por
mandatário devido a evento alheio à sua vontade.

Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar.

Não é possível fazer qualquer complementação de ato já praticado, em decorrência da


preclusão consumativa.
DICA 146
CONTAGEM DOS PRAZOS

Em regra, os prazos são contados com exclusão do dia de início e inclusão do dia
de vencimento, salvo disposição em sentido contrário.
Assim, não conta o dia da intimação, mas apenas o seguinte.
Caso o dia do começo ou do vencimento do prazo coincidir com dia em que o ex-
pediente forense for encerrado antes ou iniciado após o horário normal, esse dia será pro-
traído para o primeiro dia útil seguinte. Trata-se de novidade uma vez que a previsão
do Código anterior era somente para o dia do vencimento.

Também se aplica essa regra no caso de ocorrer indisponibilidade do sistema eletrô-


nico, devendo essa ser reconhecida pelo poder judiciário.
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Considera-se como data de publicação (intimação – dia do começo) o primeiro dia
útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.

A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação/in-
timação.

Ex.: Há uma disponibilização em 19/10/2021 (terça) de uma decisão determinando que


o autor pratique um ato em 5 dias. A intimação ocorrerá em 20/10/2021. Na quinta-feira
(21/10/2021) é o dia do início do prazo. Considerando que o prazo é de 5 dias úteis, o prazo
acabará em 27/10/2021 (quarta-feira).
A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor,
desde que faça de maneira expressa.
DICA 147
PRAZOS DO JUIZ

Nos termos do art. 226 do CPC, o juiz proferirá:

os despachos no prazo de 5 dias;

as decisões interlocutórias no prazo de 10 dias;

as sentenças no prazo de 30 dias.

É possível, em qualquer grau de jurisdição, se existir motivo justificado, que o juiz


exceda tais prazos por igual período.
Os prazos do juiz são chamados impróprios, uma vez que mesmo descumpridos não
acarretará em preclusão.
DICA 148
PRAZO EM DOBRO
No processo civil terão prazo em dobro em qualquer juízo ou tribunal:
Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores e de escritórios de advocacia
distintos e processo físicos (não se aplica a autos eletrônicos), independente de reque-
rimento.

SÚMULA 641, STF

Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja su-
cumbido.

Ministério Público, Fazenda Pública, Defensoria Pública e escritórios de prática jurídica.


Esses prazos são contados a partir da intimação pessoal do órgão. Em processo físico,
se dá a partir do momento da carga/remessa à repartição, ou seja, do recebimento dos
autos pela secretaria do órgão, ao contrário do advogado que é intimado pelo DJE.
Havendo prazo próprio não há que se falar de prazo em dobro para esses entes.

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Conforme já decidiu o STF: “a regra que confere prazo em dobro à Fazenda Pública para
recorrer não se aplica aos processos objetivos, que se referem ao controle abstrato de
leis e atos normativos. (STF, ARE 830.727/2019)

Não possuem prazo em dobro: Empresas públicas; Sociedade de economia mista;


Fazenda Pública em processos objetivos (que se referem ao controle abstrato de constitu-
cionalidade; e Defensor Dativo.
DICA 149
IMPEDIMENTOS TEMPORÁRIOS PARA A REALIZAÇÃO DA CITAÇÃO

O art. 244 enumera hipóteses em que temporariamente não se realizará a


citação, salvo para evitar o perecimento do direito:

de quem estiver participando de ato de culto religioso.

de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou


afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento
e nos 7 (sete) dias seguintes;

de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;

de doente, enquanto grave o seu estado.

Caso a citação seja realizada durante esses impedimentos temporários será anulável.
Há ainda outra previsão no art. 245: quando se verificar que o citando é mentalmente
incapaz ou está impossibilitado de receber a citação.

Essa impossibilidade é entendida pela doutrina como deficiência permanente (ex.:


réu surdo mudo).
Nesse caso, o oficial de justiça descreve o ocorrido, sem cumprimento.
O juiz determina o exame do citando, que será feito por um médico e apresentará laudo em
5 dias, esse laudo será dispensado se pessoa da família apresentar declaração médica,
atestando a incapacidade.

Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando,


quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à
causa. A citação então será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa
dos interesses do citando.
DICA 150
MODALIDADES DE CITAÇÃO
Com a redação dada pela Lei 14.195/2021, o art. 246 do CPC passou a prever que, a citação
será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias úteis,
contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo
citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional
de Justiça.

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A ausência de confirmação, em até 3 (três) dias úteis, contados do recebi-


mento da citação eletrônica, implicará a realização da citação (Art. 246, §1º-
A):

Correio;

Oficial de Justiça;

Escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;

Edital.

DICA BÔNUS
CITAÇÃO POSTAL

A citação será feita por meio eletrônico ou pelo correio para qualquer comarca
do País – novidade legislativa acrescida pela Lei 14.195/2021. Exceto:

Ações de estado (ações que geram alteração no estado civil, capacidade, nacionalidade)
Ex.: divórcio, anulação de casamento etc.)

Citando incapaz;

Pessoa de direito público (que será citada perante o órgão de representação);

Citando residir em local não atendido pelo correio;

Autor, justificadamente, requerer a citação de outra forma.

Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao ci-


tando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o
endereço do juízo e o respectivo cartório.

A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a


entrega, que assine o recibo.
Quanto à citação das pessoas jurídicas, o CPC fala que é válida a entrega do mandado
a pessoas com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, na pessoa de
funcionário responsável pelo recebimento de correspondência.

Prevalece, portanto, a teoria da aparência, a fim de admitir a citação da PJ feita àquele


que aparentemente representasse a pessoa jurídica. Para a previsão legal do CPC basta que
seja um funcionário responsável pela correspondência.

No que se refere às pessoas físicas residentes em condomínios edilícios ou nos lotea-


mentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria
responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o rece-
bimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência
está ausente.

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DIREITO EMPRESARIAL

DICA 151
CONCEITO DE EMPRESÁRIO
Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. E mais: Não se considera empre-
sário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda
com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa. Qualquer pessoa pode exercer a atividade empresarial, desde que
esteja em pleno gozo da sua capacidade civil, e não esteja impedida por lei. O exercício da
atividade empresarial pressupõe capacidade civil do sujeito que irá exercê-la.

QUESTÃO FGV, 2022.


A fisioterapeuta Alhandra Mogeiro tem um consultório em que realiza seus atendimentos
mas atende, também, em domicílio. Doutora Alhandra não conta com auxiliares ou cola-
boradores, mas tem uma página na Internet exclusivamente para marcação de consultas
e comunicação com seus clientes.
Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta.
a. Não se trata de empresária individual em razão do exercício de profissão intelectual
de natureza científica, haja ou não a atuação de colaboradores.
b. Trata-se de empresária individual em razão do exercício de profissão liberal e presta-
ção de serviços com finalidade lucrativa.
c. Não se trata de empresária individual em razão de o exercício de profissão intelectual
só configurar empresa com o concurso de colaboradores.
d. Trata-se de empresária individual em razão do exercício de profissão intelectual com
emprego de elemento de empresa pela manutenção da página na Internet.
Gabarito: a.
Comentário: Ela exerce profissão intelectual, não possui os requisitos de empresária, e
o fato dela divulgar seus serviços no site não a torna empresária.

DICA 152
EMPRESÁRIO INATIVO
A falta de arquivamento pelo empresário durante 10 anos consecutivos na Junta Comer-
cial exige que essa notifique o empresário para se manifestar. Decorrido o prazo atribuído
pela própria Junta Comercial sem manifestação do empresário, a Junta Comercial cancelará
o registro do empresário.
Quando cancelado o registro, o empresário passa a ser considerado irregular e perderá
a proteção ao nome empresarial.
DICA 153
IMPEDIMENTOS
Impedimento é uma impossibilidade pessoal de alguns, em razão da função exercida,
de desempenharem a atividade empresarial. Estão impedidos de a desempenharem os

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falidos até a extinção das obrigações ou, se condenados por crime falimentar, até
cinco anos após a extinção da punibilidade ou reabilitação penal.

São impedidos de exercer empresa:

Magistrados, de acordo com a LOMAN – LC 35/75;

Membros do Ministério Público – Lei 8.625/93;

Servidores públicos federais, nos termos da Lei 8.112/90;

Militares – Lei 6.880/80;

Pessoas condenadas pela pratica de determinados crimes – art. 1011, §1º, CC.
DICA 154
TEORIA GERAL DA EMPRESA: ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS – OUTROS AGEN-
TES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE EMPRESÁRIO

Cooperativas:
Por fim, a terceira situação em que atividade econômica civil não será considerada empre-
sarial, conforme previsão expressa da lei:
Cooperativa nunca será considerada atividade empresária, ainda que tenha elemento em-
presa.
Destaca-se: a cooperativa poderá obter lucro, mas esse não poderá ser o principal
fim da mesma. Ainda que a cooperativa se inscrevesse como empresa na Junta comercial,
nunca poderá ser considerada empresária. De acordo com a lei civil (artigo muito cobrado
em provas!):

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e,
simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a soci-
edade por ações; e, simples, a cooperativa.

DICA 155
SOCIEDADE DE ADVOGADOS
Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil) versa, em
seus arts. 15 a 17, sobre a sociedade de advogados, dispondo que ela é uma “(...) socie-
dade simples de prestação de serviço de advocacia (...)” submetida à regulação es-
pecífica prevista na referida lei.
Dessa forma, ainda que haja o elemento empresa (se pensarmos em grandes escritórios
de advocacia, que a pessoalidade do serviço se dilui, parecendo-se mais com uma verda-
deira empresa), a sociedade de advogados não é considerada como sociedade em-
presarial, diante da especialidade do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do
Brasil. A sociedade de advogados é uma sociedade em nome coletivo, em que seus sócios
respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.
A Lei 8.906/1994 atualmente permite a constituição de “sociedade unipessoal de advo-
cacia”, isto é, uma sociedade de advogados com apenas um sócio.
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DICA 156
PRODUTOR RURAL
Em razão da extensão territorial do Brasil e da diversidade entre regiões facultou ao produ-
tor rural, independentemente da complexidade e da organização de sua atividade, caracte-
rizar-se como empresário. Sem o registro, ainda que desenvolva sua atividade de modo
organizado e profissional, o produtor não se caracteriza como empresário.
A exigência de registro para a caracterização do empresário ocorre apenas para o produ-
tor rural.
DICA 157
O FIM DA EIRELI
Como você já pode ter notado, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI)
não existe mais, e assim, não consta mais no rol de pessoas jurídicas do direito privado.
Para fins de aprendizado sobre o fim da EIRELI, sua extinção aconteceu porque basicamente
a Lei da Liberdade Econômica possibilitou a constituição da Sociedade Limitada Unipes-
soal (SLU), permitindo igualmente a participação de apenas um sócio e assim, diminuindo
a relevância da EIRELI.
Ok, mas o que vai acontecer com as EIRELI’s que existem?
Bom, a resposta é simples: As EIRELI’s existentes serão transformadas EM SOCIEDA-
DES LIMITADAS UNIPESSOAIS. E mais: Não há a necessidade de qualquer alteração em
seu ato constitutivo.
DICA 158
SOCIEDADE ENTRE PESSOAS CASADAS
Impossibilidade de sociedade empresarial entre pessoas casadas no regime de comu-
nhão universal de bens ou no da separação obrigatória, conforme art.977, cc.
IMPORTANTE: não havia proibição de sociedade empresarial na situação supramen-
cionada no antigo Código Civil. Assim, antes do CC/02 podia haver sociedade empresarial
constituída entre pessoas casadas no regime de comunhão de bens ou no da separação
absoluta.
Independente do regime de bens, o empresário casado pode, sem necessidade de ou-
torga conjugal, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de
ônus real.
DICA 159
NOME EMPRESARIAL
De acordo com art. 1.155, do CC/02, considera-se nome empresarial a firma ou denomi-
nação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.

Firma – individual ou social, formada por um nome civil – do próprio empresário, no


caso de firma individual, ou de um ou mais sócios, no caso de firma social. O núcleo da
firma é, pois, sempre um nome civil (por exemplo, Miguel Reale ou M. Reale). Pode ser
indicado o ramo da atividade – ex: Miguel Reale Estofados.

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Denominação – aqui utiliza-se um nome de fantasia e o objeto social. Deverá ser
utilizada por sociedades de capital, tais como as sociedades anônimas. Ex: União açúcares
S.A.
DICA 160
NOME EMPRESARIAL

Nova modalidade de nome empresarial: A Lei de ambiente de negócios, publicada


em 26 de agosto de 2021, já em vigor, traz significativas mudanças em diversos ramos
do direito, especialmente no âmbito do direito empresarial. Dentre as mudanças, insere
um novo nome empresarial, com a finalidade de facilitar a abertura de empresas
no País.
Dessa forma, modificou a lei 8.934/94 (lei que dispõe sobre o Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades afins e dá outras providências), através da inserção do art.35, nos
seguintes termos:

Art. 35-A. O empresário ou a pessoa jurídica poderá optar por utilizar o número de ins-
crição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) como nome empresarial, seguido
da partícula identificadora do tipo societário ou jurídico, quando exigida por lei.

Assim, surge nova modalidade de nome empresarial que é a inscrição apenas do


CNPJ, seguindo da identificação do tipo societário conforme exigido em lei.

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DIREITO PENAL

DICA 161
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Nullum crimen sine praevia lege (não há crime sem lei anterior que o defina)

Não há:

Crime sem lei anterior que o defina;

Pena sem prévia cominação legal.


A elaboração de normas incriminadoras é função exclusiva da lei;

Divisão do princípio da legalidade: reserva legal + anterioridade da lei penal.


DICA 162
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL

Somente lei em sentido estrito (formal) pode:

Definir condutas criminosas; e

Estabelecer sanções penais (penas e medidas de segurança).


FIQUE ATENTO!

Não podem estabelecer condutas criminosas nem sanções:

Medidas Provisórias (MP);

Decretos;

Demais diplomas legislativos.


CUIDADO!

MP em matéria penal: pode, se favorável ao réu (STF).

Ex.: descriminalização de condutas.


DICA 163
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL

A lei deve ser anterior a prática do crime;

Culmina no princípio da irretroatividade da lei penal gravosa.


FIQUE ATENTO!

Lei penal não retroage para prejudicar;

Lei penal retroage para beneficiar.

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DICA 164
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE DA LEI PENAL

Proibição da edição de lei:

Vagas;

Imprecisas.

Normas penais em branco (NPB)

São legais, pois respeitam o princípio da reserva legal;

Sua aplicação depende de outra norma.

Podem ser:

Homogêneas (sentido amplo): complementação por fonte homóloga (pelo mesmo ór-
gão que produziu a NPB);

Heterogêneas (sentido estrito): complementação por fonte heteróloga (por órgão di-
verso daquele que produziu a NPB).

Proibido:

Analogia in malam partem (desfavor do réu);

É possível a interpretação extensiva, mesmo que prejudicial ao réu (STF).


DICA 165
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, de modo que a sua
intervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle (caráter subsidi-
ário), observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico
tutelado (caráter fragmentário).

Intervenção do DP fica
condicionada ao fracasso
Subsidiariedade
das demais esferas de
controle
Princípio da intervenção
mínima
Apenas tutela os bens
Fragmentariedade jurídicos mais relevantes

DICA 166
PRINCÍPIO DA LESIVIDADE

Nilo Batista explica que o princípio da lesividade/ofensividade apresenta quatro funções:

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1) "proibir a incriminação de uma atitude interna”

2) "proibir a incriminação de uma conduta que não


exceda o âmbito do próprio autor"
Princípio da lesividade
3) "proibir a incriminação de simples estados existenciais"

4) afastar a "incriminação de condutas desviadas que não


afetem qualquer bem jurídico"

"proibir a incriminação de uma atitude interna”: As ideias e convicções, os desejos,


aspirações e sentimentos dos homens não podem constituir o fundamento de um tipo penal.
Dessa forma, evidencia-se, mais uma vez, a radical separação entre direito e moral que
deve nortear o direito penal, ao impedir que o sujeito seja punido por pensamentos e ideias,
daí a exigência da exterioridade da ação para que haja uma reprovação penal.

"proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio


autor", impedindo a punição e a criminalização de atos preparatórios.

"proibir a incriminação de simples estados existenciais", norteando o direito penal


do fato e eliminando-se a possibilidade da criação de um direito penal do autor.

por fim, o princípio da lesividade tem por objetivo afastar a "incriminação de condutas
desviadas que não afetem qualquer bem jurídico".
DICA 167
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA
O direito penal não deve se ocupar de condutas insignificantes, incapazes de lesar ou pelo
menos colocar em perigo bem jurídico protegido pela lei penal.

Requisitos do princípio da insignificância:

mínima ofensividade da conduta do agente;

nenhuma periculosidade social da ação;

reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;

inexpressividade da lesão jurídica provocada.


Memorize!

INFRAÇÃO BAGATELAR PRÓPRIA INFRAÇÃO BAGATELAR IMPRÓPRIA


P. DA INSIGNIFICÂNCIA P. DA IRRELEVÂNCIA PENAL DO FATO

A situação nasce penalmente relevante. O


A situação já nasce atípica. O fato é atípico fato é típico do ponto de vista formal e
por atipicidade material material. Em virtude de circunstâncias en-
volvendo o fato e o seu autor, constata-se
que a pena se tornou desnecessária.

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O agente tem que ser processado (a ação


O agente não deveria nem mesmo ser pro- penal deve ser iniciada) e somente após a
cessado já que o fato é atípico análise das peculiaridades do caso con-
creto, o juiz poderia reconhecer a desne-
cessidade da pena.

Não tem previsão legal no direito brasileiro Está previsto no artigo 59 do CP.

DICA 168
APLICAÇÃO DA LEI PENAL
PRINCÍPIOS APLICADOS

A aplicação da Lei Penal é regida por dois princípios, da legalidade e da anterioridade,


que estão expressos na Constituição Federal, no art. 5º, inciso XXXIX, que diz “não haverá
crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”;

Isso significa que só será crime se a previsão em lei estiver sido criada antes do fato
praticado;

Outro princípio que rege a aplicação da lei penal é o princípio da irretroatividade da


lei penal, previsto no art. 5º, XL, da CF/88, segundo o qual “a lei penal não retroagirá,
salvo para beneficiar o réu”.

Quando a lei retroage, ela se aplica aos fatos praticados antes de sua criação.
DICA 169
LEI PENAL NO TEMPO

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Abolitio criminis: descriminalização da conduta – não necessariamente legaliza a con-


duta. Ex.: adultério.

Efeito penal da sentença condenatória.

Principal Execução da pena


Efeito da sentença
penal condenatória Reincidência,
Secundário antecedentes
criminais, etc

FIQUE ATENTO!
A abolitio criminis não cessa os efeitos extrapenais: art. 91, 91-A e 92 do CP - reparação
de dano, perda do mandato, perda do poder familiar, etc.

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DICA 170
RETROATIVIDADE DA LEI PENAL

Art. 2º - Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada
em julgado.

Desdobramento do princípio da legalidade;

Cláusula pétrea, uma vez que também está previsto no art. 5º da CF/88;

Se houver o trânsito em julgado quem aplica a lei nova é o juízo da execução.

Entendimento Jurisprudencial

STF/STJ: não é possível combinação de leis. Analisa-se a nova lei no todo, pois senão o
juiz estaria aplicando uma terceira lei que resultaria na junção de duas leis, atuando como
legislador positivo.

Súmula 471-STJ:

Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da


Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de
Execução Penal) para a progressão de regime prisional.

Súmula 501-STJ:

É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência


das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação
da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.

DICA 171
LEI EXCEPCIONAL E LEI TEMPORÁRIA

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou


cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência.

→ Lei temporária: prazo determinado para sua vigência. Ex.: Lei Geral da Copa.

→ Lei excepcional: vigora enquanto perdurarem as situações de instabilidade institu-


cional.

Características: auto revogabilidade, ultratividade (aplica a lei mesmo depois da lei não
estiver mais em vigor)

Leis intermitentes são as leis temporárias ou excepcionais.


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FIQUE ATENTO!
Segundo Rogério Greco, extra-atividade é gênero do qual seriam espécies a ultra-atividade
e a retroatividade.

→ Ultratividade: ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os


fatos ocorridos durante a sua vigência.

→ Retroatividade: possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de


regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor.
Memorize!

Ativas Retroatividade: retroage no


Aplicação da lei a fatos tempo para alcançar fatos
ocorridos durante sua vigência ocorridos antes de sua entrada
em vigor.
Leis penais

Extra-ativas (extra-atividade)
Aplicação da lei fora do seu
Ultra-atividade: quando a lei penal,
período de vigência
depois de revogada, avança no tempo
de modo a continuar a regular os fatos
ocorridos durante a vigência. Ex,: Leis
excepcionais, temporárias, crimes
continuados.

Ex.: Ultratividade: Leis Excepcionais ou Temporárias. Aplica-se a legislação do tempo do


cometer do fato delitivo, mesmo que não mais vigente.

Ex.: Ultratividade: Crimes Continuados (quando vários crimes são praticados em conti-
nuidade delitiva – art. 71 do CP) ou permanentes (aquele que o momento consumativa se
prolonga no tempo – sequestro).
DICA 172
TEMPO E LUGAR DO CRIME

O TEMPO do crime será considerado no momento de sua ação ou omissão (teoria da


atividade);

O LUGAR do crime será considerado no momento da ação ou da omissão ou o lugar


onde o resultado aconteceu ou deveria ter acontecido (teoria da ubiquidade);

L Lugar

U Ubiquidade

T Tempo

A Atividade

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Não se aplica a teoria da ubiquidade:

CPP: teoria do resultado (art. 70). Aplicado nas hipóteses de crimes plurilocais. Abran-
gem lugares distintos, mas todos dentro do mesmo país.

Crimes conexos: crimes conexos são crimes que estão relacionados entre si. Não acei-
tam a ubiquidade uma vez que não constituem unidade jurídica.

Crimes plurilocais: teoria do resultado

Infrações penais de menor potencial ofensivo (juizado especial): teoria da atividade

Crimes falimentares: local da decretação da falência.

Atos infracionais: teoria da atividade

Crimes contra a vida: teoria da atividade - deve preponderar a teoria da atividade,


devido à dificuldade em se realizar o júri.

QUESTÃO EXAME DA ORDEM, 2020:


André, nascido em 21/11/2001, adquiriu de Francisco, em 18/11/2019, grande quanti-
dade de droga, com o fim de vendê-la aos convidados de seu aniversário, que seria ce-
lebrado em 24/11/2019. Imediatamente após a compra, guardou a droga no armário de
seu quarto.
Em 23/11/2019, a partir de uma denúncia anônima e munidos do respectivo mandado
de busca e apreensão deferido judicialmente, policiais compareceram à residência de An-
dré, onde encontraram e apreenderam a droga que era por ele armazenada. De imediato,
a mãe de André entrou em contato com o advogado da família.
Considerando apenas as informações expostas, na Delegacia, o advogado de André de-
verá esclarecer à família que André, penalmente, será considerado
(a) inimputável, devendo responder apenas por ato infracional análogo ao delito de trá-
fico, em razão de sua menoridade quando da aquisição da droga, com base na Teoria da
Atividade adotada pelo Código Penal para definir o momento do crime.
(b) inimputável, devendo responder apenas por ato infracional análogo ao delito de trá-
fico, tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade para definir o
momento do crime.
(c) imputável, podendo responder pelo delito de tráfico de drogas, mesmo adotando o
Código Penal a Teoria da Atividade para definir o momento do crime.
(d) imputável, podendo responder pelo delito de associação para o tráfico, que tem na-
tureza permanente, tendo em vista que o Código Penal adota a Teoria do Resultado para
definir o momento do crime.
Gabarito: Letra c.
Comentário: Para resolver a questão, faz-se necessário se atentar em alguns dados:

Nascimento de André: 21/11/2001

Maioridade de André: 21/11/2019

Data que André adquiriu a droga: 18/11/2019 - menor inimputável

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Data que André mantinha a droga em depósito: até 23/11/2019


O delito de tráfico de drogas está elencado no art. 33, caput, da Lei 11.343/06 e assim
dispõe:
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor
à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autori-
zação ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar (...)
O delito de tráfico de drogas é um crime que se protrai no tempo, sendo considerado um
crime permanente. Diante disso, afasta-se a teoria da atividade, adotada pelo CP, pois o
crime continua em atividade até que seja encerrado. Logo, no momento em que os poli-
ciais compareceram à residência do autor, onde encontraram e apreenderam a droga que
era por ele armazenada, no dia 23/11/2019 – André já era maior de idade e, por isso,
imputável.
Fique atento, pois nem todos os núcleos do tipo são considerados permanentes, a exem-
plo da conduta de adquirir (doutrina entende que seria crime formal).

DICA 173
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO

Em regra, a lei penal brasileira se aplica aos fatos praticados no território nacional;

Excepcionalmente, pode se aplicar a fatos praticados fora do país, são os casos de


extraterritorialidade;

A extraterritorialidade pode ser incondicionada, quando a lei brasileira de aplica em


qualquer hipótese, até mesmo se o agente já tiver sido condenado ou absolvido no exterior,
ou condicionada quando depender de alguns requisitos;

As aeronaves ou embarcações do GOVERNO brasileiro são consideradas extensão


do BRASIL, ou seja, se aplica o princípio da territorialidade.
DICA 174
LEI EXCEPCIONAL E LEI TEMPORÁRIA

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou


cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência.

→ Lei temporária: prazo determinado para sua vigência. Ex.: Lei Geral da Copa.

→ Lei excepcional: vigora enquanto perdurarem as situações de instabilidade institu-


cional.

Características: auto revogabilidade, ultratividade (aplica a lei mesmo depois da lei não
estiver mais em vigor)

Leis intermitentes são as leis temporárias ou excepcionais.


FIQUE ATENTO!

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Segundo Rogério Greco, extra-atividade é gênero do qual seriam espécies a ultra-atividade
e a retroatividade.

→ Ultratividade: ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os


fatos ocorridos durante a sua vigência.

→ Retroatividade: possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de


regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor.
Memorize!

Ativas Retroatividade: retroage no


Aplicação da lei a fatos tempo para alcançar fatos
ocorridos durante sua vigência ocorridos antes de sua entrada
em vigor.
Leis penais

Extra-ativas (extra-atividade)
Aplicação da lei fora do seu
Ultra-atividade: quando a lei penal,
período de vigência
depois de revogada, avança no tempo
de modo a continuar a regular os fatos
ocorridos durante a vigência. Ex,: Leis
excepcionais, temporárias, crimes
continuados.

Ex.: Ultratividade: Leis Excepcionais ou Temporárias. Aplica-se a legislação do tempo do


cometer do fato delitivo, mesmo que não mais vigente.

Ex.: Ultratividade: Crimes Continuados (quando vários crimes são praticados em conti-
nuidade delitiva – art. 71 do CP) ou permanentes (aquele que o momento consumativa se
prolonga no tempo – sequestro).

DICA 175
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA

Crime contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;

Princípio de proteção / real / da defesa: aplica-se a lei penal brasileira aos crimes
praticados no exterior quando o bem jurídico violado for brasileiro. O que importa nesse
caso é a função pública exercida pelo Presidente.

Crime contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de


Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação instituída pelo Poder Público;

Princípio de proteção / real / da defesa

Crime contra a administração pública, por quem está a seu serviço;

Princípio de proteção / real / da defesa

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Crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

Princípio da Justiça Universal ou cosmopolita

Crimes contra a vida P. de proteção / real


ou a liberdade do PR / da defesa

Crimes contra ao
patrimônio ou a fé P. de proteção / real
Extraterritorialidade pública da adm / da defesa
incondicionada direta e indireta

Crimes contra a adm


P. de proteção / real
pública - por quem
/ da defesa
está a seu serviço

O agente é punido segundo


a lei brasileira, ainda que Crimes de genocídio,
absolvido ou condenado no P. da Justiça
quando o agente for
estrangeiro. Universal ou
brasileiro ou
cosmopolita
domiciliado no Brasil

DICA BÔNUS
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA

Crimes ocorridos fora do Brasil e que o Brasil irá pretender aplicar a sua lei penal brasileira
desde que estejam implementadas algumas condições previstas no art. 7º, II do CP.

Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir:

Princípio da justiça universal / cosmopolita / jurisdição mundial.

Crimes praticados por brasileiro:

Princípio da nacionalidade ativa: é importante a aplicação da lei, pois o brasileiro nato


não pode ser extraditado.

Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de


propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados:

Quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.

Princípio da bandeira / pavilhão / representação / subsidiário / substituição.

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Crimes que, por


P. justiça universal /
tratado ou
cosmopolita /
convenção, o Brasil
jurisdição mundial
se obrigou a reprimir

Crimes praticados P. Princípio da


Extraterritorialidade por brasileiro nacionalidade ativa:
condicionada

Crimes praticados em
aeronaves ou
P. da bandeira /
embarcações
pavilhão /
brasileiras, mercantes
representação /
ou de propriedade
subsidiário /
privada, quando em
substituição
território estrangeiro e
aí não sejam julgados

DICA BÔNUS
CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS

RECLUSÃO

CRIMES

DETENÇÃO
INFRAÇÕES
PENAIS

CONTRAVENÇÕES
PRISÃO SIMPLES
("crime anão")

CRIME CONTRAVENÇÃO

PENA MÁXIMA 40 anos 5 anos

PENA reclusão ou detenção prisão simples

não pode ser aplicada isola- PODE ser aplicada isolada-


MULTA
damente mente

TENTATIVA Cabe não cabe

Todas Apenas pública incondicio-


AÇÃO PENAL
nada

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PROCESSO PENAL

DICA 176
GARANTIAS DO INVESTIGADO NO INQUÉRITO POLICIAL
COMUNICAÇÃO DA PRISÃO
De acordo com o art. 5º, inciso LXII, da Constituição de 1988 [...] "a prisão de qualquer
pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz compe-
tente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada".
O referido inciso define que a prisão deverá ser publicizada, no sentido de se tornar pú-
blica ao juiz competente e à família do preso, ou à pessoa por ele indicada.
Trata-se de um direito de extrema relevância para o Estado Democrático de Direito.
DICA 177
DIREITO AO SILÊNCIO
Segundo o artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição de 1988 [...] "o preso será informado de
seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência
da família e de advogado".
Verifica-se que o referido dispositivo constitucional consagra o direito fundamental ao silên-
cio, uma das implicações do princípio nemo tenetur detegere, segundo o qual ninguém
será obrigado a produzir provas contra si, modalidade da autodefesa passiva.
DICA 178
IDENTIFICAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PELA PRISÃO
Um dos direitos constitucionais garantidos ao preso, considerado inclusive uma garantia
fundamental, é o de ter a identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu inter-
rogatório policial. Veja só, na íntegra:
Artigo 5º, inciso LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório policial;
Assim, quando da sua prisão, é seu direito saber quem o prendeu ou quem o interrogou e,
inclusive, a não observância desse direito no primeiro caso, pode ensejar ao relaxamento
da prisão, ao passo que no segundo, na nulidade do procedimento.
Resumindo:
Fui preso? Tenho direito de ser informado sobre quem me prendeu ou interrogou.
DICA 179
DA INCOMUNICABILIDADE

Conceito: era a possibilidade de que o preso no IP não tivesse contato com terceiros,
em favor da eficiência da investigação.

Requisitos:

Ordem judicial motivada;

Prazo de 3 dias;

Acesso do advogado.

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Filtro constitucional: com o advento do art. 136, § 3º, IV, CF que inadmite a incomu-
nicabilidade mesmo no Estado de Defesa, conclui-se que o art. 21 do CPP não foi recepcio-
nado (interpretação lógica).
DICA 180
DO INQUÉRITO POLICIAL
CONCEITO

Conceito: O inquérito consiste num conjunto de diligências visando elucidar os fatos,


as fontes de prova. Além disso, possui caráter preparatório, pois através dele a polícia
investigativa possibilita que o titular da ação penal (ex.: Ministério Público) possa ingressar
com a Ação Penal.

Natureza do inquérito: O inquérito policial possui a natureza de um procedimento


administrativo, preparatório, presidido pela autoridade policial (delegado de polícia). NÃO
é um processo ou procedimento judicial!

Condução do inquérito: Vejam o art. 2º §1º da Lei 12.830/2013, que prevê que cabe
ao delegado de polícia a condução do inquérito policial, o que reforça a sua natureza
administrativa, e não jurisdicional.
DICA 181
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Procedimento ESCRITO As peças do inquérito devem ser reduzidas a escrito.


(art. 9º, CPP)

O inquérito é dispensável à propositura da Ação Penal.


Procedimento
O MP dispensará o inquérito se com a representação
DISPENSÁVEL (art. 39,
forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a
§5, CPP)
ação penal.

Uma vez instaurado, a autoridade policial NÃO pode


mandar arquivar os autos do inquérito policial.
Procedimento
INDISPONÍVEL O delegado pode até concluir que o fato apurado não é
crime, mas não pode arquivar o inquérito.
(art. 17, CPP)
Quem o faz é o Ministério Público, titular da ação penal,
observando o procedimento do art. 28 do CPP.

A autoridade deve assegurar o SIGILO no inquérito,


Procedimento SIGILOSO necessário à elucidação do fato.
(art. 20)
Imaginem se cair no conhecimento popular que um
determinado chefe do tráfico está sendo objeto de uma

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interceptação telefônica. A medida ficaria sem efeito,


correto? É por isso que o inquérito é um procedimento
SIGILOSO.

DICA 182
PROCEDIMENTO INQUISITIVO E DISCRICIONÁRIO
Segundo o renomado doutrinador Nestor Távora, no inquérito policial há concentração de
poder em autoridade única. Logo, há o afastamento do contraditório e da ampla de-
fesa.
Fique atento!
A título de conhecimento, ressalte-se que é possível que o inquérito tenha contraditório e
ampla defesa. Havendo desejo político, é possível a regulação de inquéritos com contradi-
tório e ampla defesa, a exemplo do inquérito para a expulsão do estrangeiro regulado na
Lei de Migração (Art. 58, Lei 13.445/2017).
Acrescente-se que o Inquérito Policial é um procedimento discricionário, ou seja, o De-
legado preside a investigação da forma que entender mais estratégico, adequando-o a re-
alidade do crime apurado.
Tome nota!

Os arts. 6º e 7º do CPP, de forma não exaustiva, apontam diligências que podem ou


devem ser cumpridas, para melhor aparelhar o Inquérito Policial.

As diligências requeridas pela vítima ou pelo suspeito podem ser negadas, salvo
o exame de corpo de delito quando a infração deixar vestígios (arts. 14, 158 e 184 do CPP).
DICA 183
PROCEDIMENTO SIGILOSO E ESCRITO
Cabe ao delegado de polícia velar pelo sigilo em favor da eficiência da investigação (art.
20, CPP).

Princípio da presunção de inocência:


As informações do Inquérito Policial não serão apontadas na certidão de antecedentes cri-
minais.
No inquérito policial prevalece a forma documental, ou seja, ele é escrito, sendo que os atos
orais são reduzidos a termo (art. 9º, CPP).

O delegado deve rubricar todas as laudas do Inquérito Policial.

As novas ferramentas tecnológicas podem ser empregadas na documentação, o que


envolve captação de som e imagem, assim como a estenotipia (técnica de resumo de pala-
vras por símbolos).
DICA 184
PROCEDIMENTO INDISPONÍVEL
O delegado nunca poderá arquivar o inquérito policial.
Toda investigação iniciada deve ser concluída e encaminhada a autoridade competente.
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Memorize!

JAMAIS poderá arquivar o inquérito


Delegado
policial

DICA 185
PROCEDIMENTO DISPENSÁVEL
A deflagração do processo independe da prévia elaboração do Inquérito Policial (po-
sição majoritária)
Fique atento! Inquérito indispensável (posição minoritária).
Para Henrique Hoffmann, em posição minoritária, o inquérito é indispensável para a defla-
gração do processo; afinal, é possível que o inquérito seja a fonte de fornecimento de justa
causa para o ajuizamento da ação penal.
DICA 186
CONTRADITÓRIO DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL

O contraditório é um dos princípios bases do processo penal, expressamente consagrado


na Constituição Federal. Contudo, o inquérito policial é um procedimento sigiloso. Então,
como fazer para conciliar essas duas previsões?
Regra geral, não há contraditório pleno no âmbito do inquérito policial. Trata-se de
um procedimento de característica inquisitorial, em que o contraditório e a estrutura
dialética, típica da ampla defesa e dos processos judiciais, não é observada.
O Estatuto da OAB prevê que é direito do advogado examinar, mesmo sem procuração,
os autos do inquérito policial (art. 7º, inciso XIV, Estatuto da OAB).
A forma que a jurisprudência encontrou de compatibilizar isso é permitindo ao advogado o
amplo acesso aos elementos de prova que já tiverem sido documentadas no inquérito
policial. As diligências ainda em curso não serão permitidas o acesso ao advogado.
É isso o que quer dizer a Súmula Vinculante n. 14: “é direito do defensor, no interesse
do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa”.
DICA 187
INQUÉRITO POLICIAL CONTRA POLICIAIS PELO USO DAS FORÇAS LETAIS
Inovação importante trazida pelo Pacote Anticrime! Portanto, fique atento (a):
Em regra geral, não se observa o contraditório pleno e efetivo no inquérito policial, dada a
sua estrutura inquisitorial e sigilosa. Mas os advogados possuem acesso às diligências que
já tiverem sido documentadas, conforme súmula vinculante n. 14.
Uma novidade trazida pelo Pacote Anticrime e que de certa forma excepciona essa
restrição ao contraditório no âmbito do inquérito policial está prevista no art. 14-A do
CPP.

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No caso em que os policiais forem investigados por algum fato relacionado ao uso da
força letal (ex.: arma de fogo), praticados no exercício profissional. O policial investigado
deverá ser citado sobre a instauração do inquérito, podendo constituir defensor no
prazo de 48 horas, contados do recebimento da citação.
Se o prazo de 48 horas acabar sem que o policial tenha constituído advogado, deverá ser
intimado a instituição a que estava vinculado na época dos fatos para que, no prazo
de 48 horas, indique algum defensor para a representação do investigado.
A previsão de citação do investigado acerca da instauração do inquérito é uma novidade, e
que só existe nos crimes em que os policiais forem investigados pelo uso das forças letais.
É uma novidade que de certa forma “fortalece” o contraditório, mesmo em sede de
investigação criminal!
DICA 188
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL
Não deixe de fazer a redação LITERAL do art. 155 do CPP!!

FORÇA PROBATÓRIA DO INQUÉRITO POLICIAL (ARTIGO 155, CPP)

São colhidos no inquérito policial, Sozinhas, NÃO podem


ELEMENTOS DE
sem a observância do embasar a
INFORMAÇÃO
contraditório. condenação.

São aquelas produzidas sob o São elas que servem


contraditório judicial, durante a para embasar a
PROVAS instrução criminal. condenação.

ELEMENTOS São elementos que, embora


São eles:
MIGRATÓRIOS colhidos durante o inquérito
policial, podem servir para 1) provas cautelares;
embasar a condenação.
2) provas não
repetíveis;
3) provas antecipadas.

DICA 189
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL

Somente será considerado prova no âmbito do processo penal aquela submetida ao


contraditório judicial, ou seja, aquela colhida durante a instrução processual penal (fase
processual), em que seja dada oportunidade para a parte acusada se manifestar
previamente, participando ativamente da sua colheita.
No âmbito do inquérito policial, isso não ocorre. O Inquérito Policial é um procedimento
sigiloso, em que NÃO se observa o contraditório prévio. A parte investigada não
participa das investigações, não participa da colheita da prova.
Quando o juiz for analisar se condena ou não o acusado, ele deverá observar as PROVAS
produzidas em contraditório judicial. Ele NÃO poderá, como regra, fundamentar a sua
condenação exclusivamente nos elementos informativos colhidos durante a investigação.

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Na verdade, esses elementos colhidos pela entidade responsável, durante o inquérito
policial, tecnicamente sequer são chamados de provas, mas sim ELEMENTOS DE
INFORMAÇÃO. Isso porque tais elementos não se prestam como provas, mas sim como
elemento para que o Ministério Público faça a acusação, bem como para direcionar os rumos
da instrução criminal, na fase processual.
Certo? Espero que sim! Mas, existem algumas exceções… Isso porque muitas vezes os
elementos de informação colhidos na delegacia NÃO poderão ser repetidos durante a
instrução criminal, seja porque às vezes os vestígios desaparecem, ou ainda porque a
testemunha que prestou o depoimento morreu, etc.
É por isso que a lei ressalva as provas cautelares, não repetíveis e as antecipadas.
Essas provas cautelares, não repetíveis e antecipadas são chamadas de elementos
migratórios. Recebem esse nome porque, embora colhidas durante o inquérito policial,
elas podem, sozinhas, embasar a condenação do juiz.
Prova irrepetível, por exemplo, é aquela que simplesmente desapareceu, como a
constatação da embriaguez, a constatação dos hematomas de uma mulher agredida, etc.
Já Prova cautelar são aquelas pautadas pela necessidade e urgência, como o caso de uma
interceptação telefônica. Não há como o juiz repetir essa prova, concordam?
DICA 190
DURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

PRAZO DE RÉU PRESO RÉU SOLTO


CONCLUSÃO

Regra do CPP Prazo de 10 dias, contados da data em Prazo de 30


que se executar a ordem de prisão (art. 10, dias, podendo ser
CPP) prorrogado.
O pacote anticrime passou a prever a
possibilidade de prorrogação, por uma
única vez, por mais 15 dias. (art. 3º-B,
CPP)

Lei de Drogas 30 dias (podendo ser duplicado) 90 dias


(podendo ser
duplicado)

ATENÇÃO!

Para complementar os estudos, vale a leitura do art. 155 do CPP!!


Para complementar as informações dessa dica, FAÇAM A LEITURA LITERAL de
três artigos:
artigo 10 do CPP;

art. 3º-B, §2º, do CPP;


art. 51 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006).

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DICA BÔNUS
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL (ART. 5º, CPP)


Possibilidade de
Espécie de crimes Observação
instaurar
De ofício, pelo delegado A peça inaugural do inquérito será
uma portaria.
Mediante requerimento Se o requerimento de instauração
do ofendido for indeferido, cabe recurso ao
Nos crimes de ação Chefe de Polícia.
penal pública
INCONDICIONADA Por requisição da Prevalece que a autoridade
autoridade judiciária e do judiciária requisitar a instauração
Ver artigo 5º, CPP Ministério Público de inquérito policial ofende o
Sistema Acusatório.
Notícia de qualquer É o que chamamos de delatio
pessoa do povo criminis. Na prática, exercida
através do B.O.

DICA BÔNUS
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
O pacote anticrime trouxe significativa alterações no que diz respeito à forma de
arquivamento do inquérito policial, com as modificações no art. 28 do CPP.
Por força do caráter indisponível do inquérito, a autoridade policial não pode mandar
arquivar os autos do inquérito. Além disso, o arquivamento também NÃO pode ser
determinado de ofício pelo juiz.
Na verdade, incumbe exclusivamente ao MP avaliar se os elementos de informação colhidos
são ou não suficientes para o oferecimento da denúncia.
O Pacote Anticrime implementou uma mudança na forma de arquivamento do inquérito
policial, implementando o que se chama de arquivamento no âmbito do Ministério
Público.
Agora, caso o MP entenda que é caso de arquivamento do inquérito, deverá realizar a
comunicação à vítima, ao investigado e à autoridade policial. Ainda, deverá
encaminhar os autos para a instância de Revisão Ministerial, para fins de
HOMOLOGAÇÃO.
PRESTEM BEM ATENÇÃO: quem homologa o arquivamento do inquérito é um “órgão
superior” do próprio Ministério Público, chamado de instância de Revisão Ministerial.
Antes do pacote anticrime, o MP pedia o arquivamento do inquérito ao juiz, que deveria
homologar o arquivamento. No entanto, caso o juiz discordasse do MP e entendesse que
NÃO seria caso de arquivamento, deveria remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça.
Veja, portanto, a novidade: agora o arquivamento não passa pelo crivo do juiz. O juiz não
decide mais se vai ou não arquivar. Se o MP entender que é caso de arquivamento, faz as
comunicações e submete à instância de Revisão Ministerial.

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Portanto: se o MP entender que é caso de arquivamento, ele submete à homologação da
instância de Revisão Ministerial. NÃO É MAIS O JUIZ que homologa o arquivamento!!!
Por fim, se a vítima não concordar com o arquivamento do inquérito, poderá recorrer, no
prazo de 30 DIAS, submetendo a matéria à revisão de instância no âmbito do Ministério
Público.

ATENÇÃO!

Por conta da concessão de liminar na ADI 6305/DF, pelo Ministro Luiz Fux, está sus-
pensa “sine die” a alteração constante da lei nº 13.964/2019, no que tange o procedi-
mento de arquivamento de inquérito policial. Portanto, até o momento, prevalece a
redação anterior desse artigo, ou seja, MP pede arquivamento e encaminha para
o Magistrado, tendo esse a competência de deferir ou não!

Note que aqui, é extremamente importante ter conhecimento a respeito da redação


anterior (ainda vigente) e a suspensão da redação nova, haja vista que a FGV (OAB)
pode cobrar do candidato esse assunto, exigindo que esse tenha conhecimento a respeito
da ADI 6305/DF.

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DIREITO DO TRABALHO

DICA 191
CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO
É uma das fontes autônomas do Direito do Trabalho, o sindicato que representa os em-
pregados negocia com o sindicato que representa os empregadores. Logo, de uma forma
mais resumida, a Convenção Coletiva de Trabalho é uma forma de solução de conflitos
entre categorias profissional e econômica.

QUESTÃO SIMULADA:
O sindicato dos bancários faz uma negociação com o sindicato dos banqueiros. Logo,
estamos diante de uma Convenção Coletiva de Trabalho, que é uma:
a) Jurisprudência
b) Fonte heterônoma
c) Fonte autônoma
d) Sentença normativa
Gabarito: Letra C

DICA 192
PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO

Constante no art. 764 da CLT, este princípio visa evitar o litígio. Havendo, portanto,
sucesso na conciliação, dali nascerá um termo de conciliação, que posteriormente será la-
vrado. E é importante que você saiba que A Lei 9.958/2000 normatiza a existência das
chamadas Comissões de Conciliação Prévia, que tem como base este princípio. Um
ponto de extrema importância também é necessário, na conciliação, que as partes estejam
representadas por advogados diferentes. Veja o que a CLT diz sobre isto:

“Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição
conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.
§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.”

E não esqueça: Ao ser concluída a conciliação, esta vai se tornar irrecorrível, exceto em
casos onde há prestações devidas à Previdência Social, conforme traz o artigo 831 da CLT.
DICA 193
OIT – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

Existem algumas informações de suma importância sobre a OIT: Ela tem personalidade
própria e independente, fazendo parte da Organização das Nações Unidas como órgão
especializado, com sua autonomia administrativa, financeira e de decisão. De uma forma
mais resumida e simplificada: Ela é uma pessoa jurídica de direito público internacio-
nal e de caráter permanente.
É entidade paraestatal? Não, pois não tem características de entidade supraestatal.

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Importante: é necessário que você saiba que a OIT realiza suas atividades por inter-
médio de 3 órgãos, que são:

Conferência Internacional do Trabalho.

Conselho de Administração.

Repartição (ou Oficina) Internacional do Trabalho.


DICA 194
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO
É o acordo pactuado entre uma ou mais empresas e o sindicato representativo dos
trabalhadores daquela base territorial. Aplica-se tão somente às empresas signatárias e
aos seus respectivos empregados (art. 611, § 1º da CLT). Vamos ver um pequeno exemplo
a seguir:

O sindicato dos empregados da categoria X do Estado Alfa realizam negociações fervo-


rosas com empresa ZZZ, que também fica no Estado Alfa. A negociação feita é o Acordo
Coletivo de Trabalho, que valerá apenas para os empregados daquela empresa, que fica no
Estado Alfa.
As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre terão prevalência sobre
as estipuladas em convenção coletiva de trabalho, conforme traz o artigo 620 da CLT. Fique
atento a isto.
DICA 195
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO
Sendo o trabalhador (empregado) a parte mais hipossuficiente da relação trabalhista, há na
CLT previsões que visam dar a proteção ao empregado, seguindo, por exemplo, a mesma
ideia do CDC, que visa proteger o consumidor, parte mais hipossuficiente da relação con-
sumerista. Quer um exemplo da aplicação deste princípio? O fato de o depósito recursal ser
obrigatório apenas para o reclamado.

ATENÇÃO!

A Reforma Trabalhista trouxe uma certa flexibilização deste princípio, como pode
ser visto, por exemplo, extinção do contrato de trabalho por meio do chamado
comum acordo entre as partes (art. 484-A, CLT). Outro exemplo é a prevalência
do negociado sobre o legislado, ou seja, a negociação coletiva tem prevalência em
algumas situações sobre a lei. Você pode ver isto no art. 611 A da CLT.

Atenção: A FGV já cobrou isto em uma recente questão discursiva. Veja:

QUESTÃO EXAME DE ORDEM XXX, 2019.


Letícia trabalhava como operadora de empilhadeira e ganhava R$ 1.500,00 (um mil e
quinhentos reais) mensais, valor previsto na convenção coletiva de sua categoria.
Ocorre que na unidade da Federação na qual Letícia trabalhava foi fixado piso regional
estadual de R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais) para a função de operador de
empilhadeira.

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Em razão disso, após ter trabalhado o ano de 2018 e ser dispensada sem justa causa,
Letícia ajuizou reclamação trabalhista postulando a diferença salarial entre aquilo que
ela recebia mensalmente e o piso regional estadual.
Considerando a situação posta, os termos da CLT e o entendimento consolidado do TST,
responda às indagações a seguir.
a) Em relação ao pedido de diferença salarial, como advogado(a) do ex-empregador,
que tese jurídica você apresentaria? Justifique.
Gabarito: Uma das teses que o examinando poderia trazer é justamente que o nego-
ciado prevalece sobre o legislado, conforme o Art. 611-A, inciso IX, da CLT.
Comentário: Mas o que diz este artigo?
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre
a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado,
e remuneração por desempenho individual.

DICA 196
TRABALHO VOLUNTÁRIO
O trabalho voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação trabalhista ou pre-
videnciária entre as partes nele envolvidas. Logo, não a de se falar na aplicação da CLT
neste trabalho. E mais: Por mais que não gere vínculo laboral, o trabalhador voluntário pode
ser ressarcido pelas despesas que realizar no desempenho das atividades voluntárias, desde
que comprove tais despesas e que elas estejam autorizadas de forma expressa pela enti-
dade a que for prestado este serviço voluntário. Você encontrará esta disposição no artigo
3º da Lei n. 9.608/98.
A lei acima citada ainda traz um formalismo para o trabalho voluntário, requerendo cele-
bração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço,
devendo neste termo haver o objeto e as condições do trabalho.
DICA 197
RELAÇÃO DE EMPREGO
Os sujeitos da relação de emprego são o empregado e o empregador.

São elementos da relação de emprego:

Pessoalidade;

Não eventualidade (ou continuidade);

Subordinação; e

Onerosidade (ou remuneração).

QUESTÃO SIMULADA, 2017.


Para que alguém seja considerado empregado na forma prevista na CLT, NÃO é neces-
sário o seguinte requisito:
a) exclusividade;

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b) subordinação;
c) pessoalidade;
d) onerosidade;
e) não eventualidade.
Resposta: Letra A
Comentário: A questão deseja o requisito que não é necessário na relação, que no
caso é a exclusividade.

DICA 198
TRABALHO AUTÔNOMO
Aqui, não temos a subordinação, ou seja, o trabalhador autônomo labora com indepen-
dência, sem prestar contas a um empregador. Para deixar mais fácil o entendimento: O
autônomo é uma pessoa física que exerce, de forma habitual, uma atividade profissional
devidamente remunerada. A independência e a habitualidade são, portanto, as notas ca-
racterísticas deste tipo de trabalho.

Independência + habitualidade + inexistência de subordinação


=
Trabalhador autônomo

Os trabalhadores autônomos mais conhecidos são os profissionais liberais, como por


exemplo os médicos, dentistas, advogados entre outros. Há também profissionais técnicos,
como por exemplo desenhistas, tradutores entre outros. E por fim há os trabalhadores que,
mesmo não tendo um diploma de nível superior ou técnico, fazem o seu trabalho com a
devida autonomia, como por exemplo os pedreiros.
DICA 199
TRABALHO AVULSO
No trabalho avulso, temos o trabalho prestado de forma esporádica, por pouco tempo
e a vários tomadores (sendo é vedada a contratação direta do trabalhador pelo tomador
dos serviços), sem que se tenha a fixação a qualquer um deles. Mas atente-se ao seguinte
fato: O trabalho avulso é feito de forma necessária por intermédio de alguma entidade
específica, o que faz com que a relação também seja necessariamente triangular, envol-
vendo o fornecedor de mão de obra (entidade intermediária), o trabalhador avulso e o to-
mador do serviço.

fornecedor de mão de obra (entidade intermediária)

trabalhador Tomador do
avulso serviço

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DICA 200
ESTAGIÁRIO
O estágio é normatizado pela Lei 11.788/2008, sendo classificado da seguinte forma: “ato
educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à
preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino
regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio,
da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional
da educação de jovens e adultos” (art. 1º).

Sendo assim, o estágio não cria qualquer vínculo de cunho empregatício, mas é
necessário que sejam preenchidos os seguintes requisitos:

matrícula e frequência regular do estudante na escola;

celebração de um termo de compromisso;

interveniência da instituição de ensino;

compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas nos


termos de compromisso.
Estudantes estrangeiros podem ser estagiários aqui no Brasil? Sim, estes estudantes
estrangeiros devem estar matriculados de forma regular em cursos superiores no Brasil,
autorizados ou reconhecidos, sempre sendo observado o prazo de vigência do visto tempo-
rário de estudante do estrangeiro.

Sobre a jornada do estagiário:

4 horas diárias e 20 horas semanais: Esta jornada se aplica no caso de estudantes


de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional
de educação de jovens e adultos (EJA);

6 horas diárias e 30 horas semanais: Esta jornada se aplica no caso de estudantes


do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular;

40 horas semanais: Esta jornada se aplica no caso de estudantes de cursos que alter-
nem teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, desde
que exista uma previsão neste campo no projeto pedagógico do curso e da instituição de
ensino em que estuda.

DICA 201
EMPREGADO DOMÉSTICO
Regulados pela Lei Complementar n. 150/2015, segundo a qual é empregado doméstico
“aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de
finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais
de 2 (dois) dias por semana”. É proibida a contratação da pessoa menor de 18 anos para
desempenho de trabalho doméstico conforme traz o artigo 1º, parágrafo único da Lei Com-
plementar n. 150/2015.

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ATENÇÃO!

O empregador doméstico NÃO PODE ser pessoa jurídica, mas somente pode ser pes-
soa física.

O zelador pode ser considerado como empregado doméstico?


Não. A Lei 2.757/1956 excluiu porteiros, faxineiros, zeladores e serventes de prédios de
apartamentos residenciais desta classificação, todavia desde que laborem a serviço da ad-
ministração do edifício, das regras específicas do trabalho doméstico, e por isto são consi-
derados como trabalhadores urbanos, sendo aplicáveis a eles todos os direitos que estão
descritos no art. 7º da CF/88.
DICA 202
EMPREGADO RURAL
Empregado rural é o trabalhador que labora, em uma propriedade rural ou prédio rús-
tico, de forma contínua e mediante o pagamento de remuneração, conforme pode ser
devidamente constatado no art. 2º da Lei n. 5.889/73. Lembrando sempre que os direitos
do trabalhador rural são iguais aos do trabalhador urbano, segundo a CF/88.

São requisitos para que o trabalhador seja considerado rural:

Que o trabalho seja desenvolvido para empregador rural;

Que o trabalho seja desenvolvido em propriedade rural ou prédio rústico.


DICA 203
AERONAUTAS E AEROVIÁRIOS

Apesar de serem regidos por uma legislação própria, é necessário que você saiba que
limitações temporais imposta pela legislação, que são:

Tripulação mínima ou simples: 11 horas (máximo de 10 horas o tempo de voo);

Tripulação composta: 14 horas (máximo de 12 o tempo de voo);

Tripulação de revezamento: 20 horas (máximo de 17 horas o tempo de voo).


Dica: voo noturno = voo feito entre o pôr do sol e o nascer do sol.
IMPORTANTE: O exercício da profissão de aeronauta um exercício laboral privativo de
brasileiros, mas há as exceções previstas no Código Brasileiro de Aeronáutica.
DICA 204
PRONTIDÃO
O conceito de prontidão muitas vezes acaba por passar batido na hora dos estudos. A pron-
tidão nada mais é que o tempo em que o empregado fica nas dependências do local
de trabalho, aguardando ordens. Está previsão pode ser vista no artigo 244, parágrafo
3º da CLT.
Ah, e não esqueça: A remuneração do período de prontidão é de 2/3 do salário-hora
normal e a escala de prontidão será de, 12 horas, no máximo.
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CUIDADO: Não confunda prontidão com sobreaviso. Na prontidão, temos a situação do
empregado permanece nas dependências do seu local de trabalho, esperando ordens. Já no
sobreaviso o empregado fica na sua residência, entretanto fica esperando a qualquer tempo
o chamado para o serviço, conforme o disposto no art. 244, § 2º da CLT.
DICA 205
EMPREGADO “HIPERSUFICIENTE”

Você já ouviu falar no empregado “hipersuficiente”? Isso mesmo. A nossa legisla-
ção trouxe recentemente esta figura, mais precisamente no artigo 444 da CLT. Mas quem
é este empregado? O empregado hipersuficiente é o que é portador de diploma de curso
superior e perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite dos be-
nefícios do Regime Geral de Previdência Social. Note que é preciso que haja os dois
requisitos:

Portador de diploma de curso superior + que perceba salário mensal igual ou su-
perior a duas vezes o limite dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social =
Empregado hipersuficiente.

QUESTÃO SIMULADA:
Suzano é empregado da empresa Abobrinha S. A, e tem diploma de curso superior na
área de contabilidade. Além disto, Suzano também recebe um salário superior a duas
vezes o limite dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Ele deseja acordar
diretamente com seu empregador sobre o banco de horas anual. Mas antes, ele procura
você, um famoso advogado, para saber sobre o assunto. Você esclarece que:
a) Não é possível, pois todo trabalhador é hipossuficiente, pelo disposto no art. 444 da
CLT
b) Não é possível, pois todo trabalhador da área da contabilidade é hipossuficiente,
conforme disposto no artigo 444 da CLT
c) É possível, pois o trabalhador com nível superior (diploma) e que perceba salário
mensal igual ou superior a duas vezes o limite dos benefícios do Regime Geral de Pre-
vidência Social é hipersuficiente e pode negociar diretamente com o empregador sobre
as hipóteses previstas no art. 611-A da CLT
d) É possível, pois a Reforma Trabalhista aboliu a hipossuficiência da figura de todo
empregado, inclusive do trabalhador com nível superior (diploma) e que perceba salário
mensal igual ou superior a duas vezes o limite dos benefícios do Regime Geral de Pre-
vidência Social é hipersuficiente e pode negociar diretamente com o empregador sobre
as hipóteses previstas no art. 611-A da CLT
Gabarito: Letra C
Comentário: Cuidado com a letra D. A Reforma não aboliu a hipossuficiência de todos
os empregados.

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DICA 206
CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO

É a exceção à regra, pois a regra é que o contrato seja por tempo indeterminado.
Logo, o contrato por prazo determinado só pode ser devidamente pactuado de forma ex-
cepcional, sendo válido apenas nas hipóteses seguintes:

serviços cuja natureza ou transitoriedade justifiquem a predeterminação de


prazo, ou seja, as atividades a serem desenvolvidas pelo empregado devem ser transitórias
em relação à atividade preponderante do empregador;

atividades empresariais de cunho transitório (exemplo: grupos de teatro).

contrato de experiência.
Sobre o contrato por experiência: Sobre a prorrogação do contrato de experiência, é neces-
sário que você saiba que o TST já tem posicionamento. Veja:

SÚMULA 188 do TST

O contrato de experiência pode ser prorrogado, respeitado o limite máximo de 90 (no-


venta) dias.

DICA 207
CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE
É o tipo de contrato aonde há a prestação de serviços, com a devida subordinação, não
contínua, havendo ainda a alternância de períodos de prestação de serviços e de ina-
tividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de ativi-
dade do empregado e do empregador (art. 443, § 3º, CLT).
A propósito: Os períodos de inatividade não são considerados tempo à disposição do
empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes, conforme traz
o art. 452-A, § 5º da CLT.
Importante: Não se aplicam as regras do contrato de trabalho intermitente aos aero-
nautas, regidos por legislação própria.
Certo, mas como funciona a questão da resposta do empregado intermitente?

Ao receber a devida convocação, o empregado terá o prazo de 24 horas para responder


ao chamado, e assim ocorrer uma das três possibilidades a seguir:

O empregado não responder à convocação, ficando em silêncio, o que presume a recusa;

O empregado recusar a oferta, o que não tira a subordinação para fins do contrato de
trabalho intermitente;

O empregado aceitar a oferta, laborando nos serviços demandados pelo empregador


para o período.

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DICA 208
NULIDADES DO CONTRATO DE TRABALHO

Ocorre em três casos: Quando o trabalho for proibido, quando o contrato de trabalho
tiver um objeto ilícito e quando Administração Pública, quer seja direta ou indireta,
contratar empregados sem aprovação prévia em concurso público, como exige o art.
37, II, da CF/88.
E mais: No caso do trabalho proibido, a nulidade terá um efeito ex nunc, não retroagindo.
Já no caso do objeto ilícito, a nulidade terá um efeito ex tunc, retroagindo o contrato desde
sua origem.
E qual a diferença do trabalho proibido para o trabalho com objeto? Um exemplo de
trabalho proibido é o que emprega pessoas menores de forma irregular. Já no caso do
trabalho com objeto ilícito, temos como exemplo a pessoa que trabalha com jogo do bicho.
Veja a OJ seguinte:

OJ 199 do TST

“É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à


prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de va-
lidade para a formação do ato jurídico.”

DICA 209
JORNADA DE TRABALHO
Jornada é uma medida de tempo aonde está incluído o tempo diário de trabalho do
empregado. Lembrando sempre que não são considerados como tempo à disposição do
empregador os momentos em que o empregado, por sua escolha própria, busque proteção
pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como
adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares
como por exemplo práticas religiosas, lazer, estudo, descanso, momentos de alimentação ,
atividades de relacionamento social, higiene pessoal e troca de roupa ou uniforme, quando
não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. Você pode ler tudo isto lá
no art. 4º, § 2º da CLT.
Ex.: Sua prova pode trazer uma situação aonde o empregado, de livre e espontânea
vontade, realize todas as terças um culto ecumênico nas dependências do trabalho, durando
tais cultos uma hora. Essa hora do culto não pode ser computada como tempo à disposição
do empregador.
A propósito, a seguinte súmula é muito importante para quem vai fazer o Exame da OAB.
Veja:

SÚMULA 429 do TST

“Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo neces-


sário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho,
desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários”.

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Logo, para que você memorize melhor:

Jornada de trabalho normal (art. 7º, XIII, da Constituição Federal).

Não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais.

Pode haver a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de


trabalho.

DICA 210
JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO – BANCÁRIO
Algumas categorias possuem jornadas de trabalho especiais. Uma destas categorias é a
dos bancários. O artigo 224 da CLT afirma que a jornada de trabalho destes profissionais
(empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal) será de 6 (seis) ho-
ras contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados. Logo, totalizando 30 horas de
trabalho por semana. Em outras palavras: Os bancários obtiveram a redução de jornada
para seis horas, ante oito horas dos demais trabalhadores.
Sendo assim, o período de desenvolvimento da jornada do bancário é das 7h às 22h,
de 2ª a 6ª feiras.

Sábado = dia útil não trabalhado

Súmula 113 do TST

“O sábado do bancário é dia útil não trabalhado, não dia de repouso remunerado.
Não cabe repercussão do pagamento de horas extras habituais em sua remunera-
ção.”

Intervalo intrajornada = 15 minutos

QUESTÃO EXAME DE ORDEM XXVI, 2018.


Jorge era caixa bancário e trabalhava para o Banco Múltiplo S/A. Recebia salário fixo de
R$ 4.000,00 mensais. Além disso, recebia comissão de 3% sobre cada seguro de carro,
vida e previdência oferecido e aceito pelos clientes do Banco, o que fazia concomitante-
mente com suas atividades de caixa, computando-se o desempenho para suas metas e
da agência. Os produtos em referência não eram do banco, mas, sim, da Seguradora
Múltiplo S/A, empresa do mesmo grupo econômico do empregador de Jorge.
Diante disso, observando o entendimento jurisprudencial consolidado do TST, bem como
as disposições da CLT, assinale a afirmativa correta.
a) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração de Jorge,
por se tratar de liberalidade.
b) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração de Jorge,
porque relacionados a produtos de terceiros.
c) Os valores recebidos a título de comissão devem integrar a remuneração de Jorge.

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d) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração de Jorge,
uma vez que ocorreram dentro do horário normal de trabalho, para o qual Jorge já é
remunerado pelo banco.
Resposta: Letra C
Comentário: Neste caso, devemos observar o disposto na Súmula 93 do TST: “Integra
a remuneração do bancário a vantagem pecuniária por ele auferida na colocação ou na
venda de papéis ou valores mobiliários de empresas pertencentes ao mesmo grupo eco-
nômico, se exercida essa atividade no horário e no local de trabalho e com o consenti-
mento, tácito ou expresso, do banco empregador.”

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PROCESSO DO TRABALHO

DICA 211
IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS

O artigo 893, § 1º traz esta disposição, dizendo que são incabíveis recursos de deci-
sões proferidas no decurso do processo, devendo a parte prejudicada esperar que seja
devidamente proferida a decisão final para somente aí dela recorrer. Este artigo afirma o
seguinte:

“Art. 893, § 1º Os incidentes do processo serão resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal,
admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em re-
cursos da decisão definitiva.”
Em outras palavras, se faz necessário que haja uma decisão definitiva para que assim se
interponha um recurso, não cabendo interposição de recursos diante de uma decisão inter-
locutória.
Mas cuidado, o TST entende que a decisão pode ser impugnada de forma imediata
quando esta afrontar súmula ou orientação jurisprudencial do TST. Vejamos a se-
guir:

SÚMULA 214 DO TST

Decisão interlocutória - Irrecorribilidade. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art.


893, § 1°, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso de imediato, salvo
nas hipóteses de decisão:
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial
do Tribunal Superior do Trabalho;
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o
disposto no art. 799, § 2. °, da CLT.

DICA 212
PREPOSTO
O preposto é uma pessoa que irá representar outrem na audiência, e ele não precisa
ser empregado do empregador, necessitando ter conhecimento dos fatos ali trabalha-
dos. É preciso também que o preposto apresente uma carta devidamente assinada pelo
representante legal da reclamada ou pelo empregador pessoa física.
O preposto não precisa ser empregado, mas precisa ter uma carta assinada pelo que ele
vai representar e também conhecer o caso ali tratado.

Sobre a não necessidade do preposto ser empregado: O TST já se posicionou neste


ponto. Tal determinação acaba por deixar a Sumula 377 do TST desatualizada.

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DICA 213
PRINCÍPIO DA ORALIDADE
Um dos principais princípios ligados à audiência, sendo assim de suma importância. O
princípio da oralidade pode ser visto no artigo 847 da CLT, por exemplo. Mas atenção:

Este princípio encontra-se em variados momentos processuais. Vejamos a seguir:

PRINCÍPIO DA ORALIDADE Defesa do reclamado- verbal-


Deve ser apresentada em audi-
ência, em até 20 minutos

PRINCÍPIO DA ORALIDADE Razões finais- verbal- até 10 mi-


nutos para cada parte

PRINCÍPIO DA ORALIDADE Petição inicial- verbal- distribuição e


posterior redução a termo

DICA 214
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Faz parte da organização da Justiça do Trabalho. O TST (Tribunal Superior do Trabalho),
tem 27 ministros, a sua nomeação é feita pelo Presidente da República e necessário
que haja a devida aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, por meio de
uma sabatina. Esses ministros devem ter mais de 35 e menos de 70 anos.

Órgãos que funcionam junto ao TST:

Escola Nacional de Forma-


Conselho Superior da
ção e Aperfeiçoamento de
Justiça do Trabalho
Magistrados do Trabalho

ATENÇÃO!

Destes 27 Ministros, um quinto das vagas será reservado aos membros da Advo-
cacia e do Ministério Público, o que é o “quinto constitucional”. E importante: No
TST são julgados: Recurso de revista, Recurso Ordinário e embargos ao TST.

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DICA 215
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO
Também faz parte da Justiça do Trabalho, deve ter no mínimo de 7 juízes, estes juízes
devem ser nomeados, devendo ainda estes possuir mais de 30 anos e menos de 65 anos.
Assim como os ministros do TST, a sua nomeação deverá ser feita pelo Presidente da
República e por fim, não há necessidade de sabatina para a aprovação, diferente neste
ponto dos Ministros do TST.
Há TRT em todos os Estado brasileiros? Não, não há TRT no Tocantins, Amapá, Acre e
Roraima. E há dois em São Paulo.
DICA 216
JUÍZES DO TRABALHO
O juiz do trabalho deve ser aprovado em concurso de provas e títulos, ingressando como
juiz substituto, designado pelo Presidente do TRT para auxiliar ou substituir nas Varas do
Trabalho. Passados 2 anos no exercício, ele irá tornar-se vitalício no cargo.
Art. 112 da CF/88: a Lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-La aos juízes de direito, com recurso para o respectivo
Tribunal Regional do Trabalho".
Ótimo, mas o que acontece nas comarcas onde não tiver juiz do trabalho? Nas
comarcas onde não houver juiz do trabalho, por Lei, os Juízes de Direito poderão ser
investidos da jurisdição trabalhista. Das sentenças que proferirem caberá recurso ordi-
nário para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho (art. 112 da CF/1988 e art. 668 da
CLT).
E como surge uma nova vara trabalhista? Há requisitos? Há o requisito da frequência
de reclamações trabalhistas em cada órgão já existente exceda, seguidamente, a 1.500
reclamações trabalhistas por ano.
DICA 217
HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL
Faz parte das competências da Justiça do Trabalho. Apenas o juiz poderá fazê-lo. Lem-
brando sempre que o juiz poderá indeferir a homologação, caso veja nela alguma nulidade
ou irregularidade. Ocorrendo isto, volta a correr o prazo prescricional que foi suspenso,
tendo em mente o ajuizamento da ação.

"Art. 652, CLT. Compete às Varas do Trabalho: (...) f) decidir quanto à homologação de
acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho."

O juiz indeferiu a homologação do meu acordo trabalhista extrajudicial. Cabe interposição


de algum recurso? Sim, cabe interposição de recurso ordinário.
DICA 218
CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Seu papel é exercer, na forma normatizada da Lei, a vigilância de cunho administra-
tivo, orçamentário, patrimonial e financeiro da Justiça do Trabalho, tanto de primeiro
quanto de segundo grau, como órgão central do sistema, tendo suas deliberações efeito
vinculante.
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São seus valores a ética; acessibilidade; agilidade; eficiência; transparência; inovação; va-
lorização das pessoas; sustentabilidade; efetividade; comprometimento; segurança jurí-
dica; respeito à diversidade; imparcialidade; responsabilização.
Como este órgão foi criado? O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) foi criado
pela Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004, com o acréscimo do
art. 111-A da CF/88.
DICA 219
PARTES E PROCURADORES
No Processo do Trabalho o autor é denominado de reclamante e o réu, reclamado. É
importante que você se acostume com estas nomenclaturas.
E mais: No Processo do Trabalho, é necessário haver a capacidade das partes. Esta capaci-
dade ocorre aos 18 anos (art. 792 da CLT), e quando a parte não tem esta idade, tem que
estar em juízo com a assistência ou representação.

O reclamado poderá enviar para representa-lo pelo gerente ou preposto. Ah, é


importante que você saiba que advogado não pode, no mesmo processo, ser patrono e
preposto do empregador ou cliente.
Lembrando: O art. 7°, XXXIII da CF/88 veda o trabalho noturno, perigoso e insalubre
aos menores de 18 anos e de qualquer trabalho aos menores de 16 anos, exceto na con-
dição de aprendiz, a partir dos 14 anos.
DICA 220
PRERROGATIVAS DO MPT
Lembrando sempre que o Ministério Público tem autonomia e independência da institui-
ção. Além disso, são princípios do MP a unidade, a indivisibilidade e a independência
funcional, princípios estes normatizados no art. 127, § 1° da CF/88. Logo, é assunto muito
letra de lei. Segundo o art. art. 18 da LC 75/1993, são prerrogativas deste ente:

INSTITUCIONAIS:

sentar-se no mesmo plano e imediatamente à direita dos juízes singulares ou presiden-


tes dos órgãos judiciários perante os quais oficiem;

usar vestes talares;

ter ingresso e trânsitos livres, em razão de serviço, em qualquer recinto público ou pri-
vado, respeitada a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio;

a prioridade em qualquer serviço de transporte ou comunicação, público ou privado, no


território nacional, quando em serviço de caráter urgente;

o porte de arma, independentemente de autorização;

carteira de identidade especial, de acordo com modelo aprovado pelo Procurador-Geral


da República e por ele expedida, nela se consignando as prerrogativas constantes do in-
ciso I, alíneas 'c', 'd' e 'e' do inciso II, alíneas 'd', 'e' e 'f', deste artigo;

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Processuais:

do Procurador-Geral da República, ser processado e julgado, nos crimes comuns, pelo


Supremo Tribunal Federal e pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade;

do membro do Ministério Público da União que oficie perante tribunais, ser processado e
julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelo Superior Tribunal de Justiça;

do membro do Ministério Público da União que oficie perante juízos de primeira instância,
ser processado e julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade, pelos Tribunais Re-
gionais Federais, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

ser preso ou detido somente por ordem escrita do tribunal competente ou em razão de
flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação
àquele tribunal e ao Procurador-Geral da República, sob pena de responsabilidade;

ser recolhido à prisão especial ou à sala especial de Estado-Maior, com direito à privaci-
dade e à disposição do tribunal competente para o julgamento, quando sujeito a prisão
antes da decisão final; e a dependência separada no estabelecimento em que tiver de ser
cumprida a pena;

não ser indiciado em inquérito policial, observado o disposto no parágrafo único deste
artigo;

ser ouvido, como testemunhas, em dia, hora e Local previamente ajustados com o ma-
gistrado ou a autoridade competente;

receber intimação pessoalmente nos autos em qualquer processo e grau de jurisdição nos
feitos em que tiver que oficiar.

Parágrafo único. Quando, no curso de investigação, houver indício de prática de infração


penal por membro do Ministério Público da União, a autoridade policial, civil ou militar,
remeterá imediatamente os autos ao Procurador-Geral da República, que designará mem-
bro do Ministério Público para prosseguimento da apuração do fato".

DICA 221
VEDAÇÕES AOS AGENTES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Os membros do Ministério Público possuem algumas vedações que são elencadas no art.
128, § 5°, II, da CF/88. No que tange ao Ministério Público da União, as proibições são
impostas, também, pelo art. 237 da Lei Complementar 75/1993. De acordo com a Consti-
tuição Federal, em seu já citado dispositivo, constituem-se proibições aos agentes do Mi-
nistério Público:

Art. 128. (...) § 5° (...)


As seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou
custas processuais;
b) exercer a advocacia;
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c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma
de magistério;
e) exercer atividade político-partidária;
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.

IMPORTANTE: Lembre-se que o Ministério Público do Trabalho (MPT) integra o Minis-


tério Público da União (MPU), possuindo todas as garantias e prerrogativas e estando sub-
metido às vedações que disciplinam a instituição Ministério Público. Em outras palavras: O
Ministério Público da União alcança o Ministério Público Federal, o Ministério Público Militar,
o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

FAZEM PARTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO:

o Procurador-Geral do Trabalho

o Colégio de Procuradores do Trabalho

o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho

a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho

a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho

os Procuradores Regionais do Trabalho

os Subprocuradores--Gerais do Trabalho

os Procuradores do Trabalho.

DICA 222
COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

As Comissões de Conciliação Prévia foram criadas em 2000, inserindo artigos 625-A a


625-H na CLT, visando estimular a cultura da conciliação antes do ajuizamento das
ações trabalhistas, evitando o ajuizamento de ações que podem ter suas demandas re-
solvidas de forma amistosa pela conciliação. Lembrando que neste assunto, estamos tra-
tando da esfera extrajudicial.

No caso da Comissão de Conciliação Prévia (CCP), criada no campo empresarial, é preciso


haja no mínimo 2 e no máximo de 10 membros para cada polo (trabalhadores e empre-
gadores). E mais: O mandato será de 01 ano dos representantes, sendo permitida uma
recondução. Por fim, mas não menos importante: O título que nasce desta conciliação é o
título executivo extrajudicial. Logo, este título poderá ser executado diretamente diante da
Justiça do Trabalho, caso haja descumprimento.

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DICA 223
INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O Ministério Público do Trabalho pode sim intervir, como um fiscal da lei, tendo assim
uma função importante nas sessões realizadas nos Tribunais Regionais do Trabalho e Tri-
bunal Superior do Trabalho, como também produzindo os pareceres, desde que haja o in-
teresse público evidente na situação.
Uma informação importante para quem estuda este assunto é que o instrumento de atua-
ção judicial do Ministério Público do Trabalho de maior importância é a ação civil
pública, usada na proteção dos interesses metaindividuais no campo trabalhista.
Veja: Não é que os outros instrumentos não são importantes, mas a Ação Civil Pública
é a mais comum, por isso na hora do estudo não pode ser deixada de lado. Há também
outras formas de participação do MPT, como, por exemplo, a ação rescisória, o dissídio
coletivo de greve, a ação anulatória de cláusula convencional, o mandado de segurança
(remédio constitucional a ser melhor trabalhado em dicas posteriores) entre outros.
DICA 224
AÇÃO CIVIL PÚBLICA

A ação civil pública é um instrumento jurídico e processual normatizado na CF/88 para a


defesa judicial dos interesses ou interesses ou direito difusos, coletivos e individuais homo-
gêneos. Até mesmo o CDC traz esta disposição da Ação Civil Pública.

Ex.: O conselho profissional dos farmacêuticos não pode ingressar com a Ação civil pú-
blica em um assunto que seja da categoria dos engenheiros.
DICA 225
DESPACHOS

Os despachos (também chamados de atos ordinatórios ou de impulso oficial) são atos


de movimentação do processo e como não tem forma nem tampouco trazem qual-
quer prejuízo às partes, não poderão ser impugnados via recurso, nos termos
do art. 1.001 do CPC.
Em outras palavras, são pronunciamentos feitos pelo juiz no decorrer do processo, de
ofício ou a requerimento da parte. Basicamente, nos despachos, o objetivo não é dar
uma solução ao processo em si, mas é determinar medidas necessárias para o julga-
mento da ação em curso. Em suma, são movimentações administrativas, como por
exemplo, designação de audiência.
DICA 226
INFORMATIZANDO O PROCESSO
A prática eletrônica de atos processuais será feita por meio do Sistema Processo Judicial
Eletrônico (PJe) instalado na Justiça do Trabalho nos termos da Lei nº 11.419/06, arts.
193 a 199, do CPC e da Resolução 185/2017 do Conselho Superior da Justiça.
A ideia é facilitar a vida de todos e evitar o acúmulo de processos físicos. Aqui cabe até
mesmo a questão da pandemia: Visando evitar aglomerações em fóruns e varas, atrás de
processos físicos, os processos eletrônicos auxiliam nesta questão do isolamento social.

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Posto isto, nos termos do art. 1°, § 2°, da Lei 11.419/2006, considera-se:

Meio Eletrônico;

Transmissão Eletrônica;

Assinatura Eletrônica.
DICA 227
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

O benefício da justiça gratuita está previsto no art. 790, §§ 3° e 4°, da CLT. Observe:

"Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal
Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às
instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. ( ... )
§ 3° É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de
qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita,
inclusive quanto a trasladas e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou in-
ferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.
§ 4° O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de
recursos para o pagamento das custas do processo."

DICA DE OURO: A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da


parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, mesmo que seja beneficiária da jus-
tiça gratuita.
Este benefício vale tanto para pessoas jurídicas quanto físicas? Sim.
DICA 228
IMPUGNANDO O PEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Uma vez deferido o pedido da justiça gratuita, a parte contrária pode fornecer a impugnação
na contestação (se a justiça gratuita for requerida na petição inicial), na réplica (se a justiça
gratuita for requerida na contestação), nas contrarrazões (se a justiça gratuita for requerida
no recurso) e no prazo de 15 dias (se a justiça gratuita for requerida em petição avulsa). A
impugnação será feita nos próprios autos, sem que haja a suspensão do processo em si.

A propósito, caso a prova te pergunte a seguinte indagação:


O juiz indeferiu, no dia 20/04/21 a justiça gratuita de cliente XYW com base no argumento
de que ele apresentou apenas uma declaração de hipossuficiência econômica firmada pelo
XYW. Com base em entendimento atual do TST, o juiz agiu de forma certa ou errada?

A atitude do juiz foi errônea. Veja o que uma súmula do TST diz:

SÚMULA 463 DO TST

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO (conversão da Orientação Juris-


prudencial nº 304 da SBDI-I, com alterações decorrentes do CPC de 2015)

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I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à
pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela
parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos
para esse fim (art. 105 do CPC de 2015);
II – No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a demons-
tração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo.

DICA 229
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Os honorários serão devidos ao advogado, mesmo que atue em causa própria, por
ter representado o processo a parte vencedora. Tenha cuidado com um ponto: Com a Re-
forma Trabalhista, os chamados honorários sucumbenciais não são devidos somente aos
sindicatos, mas também aos advogados particulares.
INFORMAÇÃO IMPORTANTE: O Supremo Tribunal Federal já firmou entendimento,
por intermédio da Súmula 512, de que NÃO há cabimento da condenação em honorários
advocatícios na ação de mandado de segurança.

Há 3 tipos de honorários:

Contratuais;

Assistenciais (nos casos em que o reclamante é assistido pelo sindicato de sua categoria);

Sucumbenciais.

QUESTÃO OAB, EXAME XXVII, 2018.


Em reclamação trabalhista ajuizada em fevereiro de 2018, os pedidos formulados por
Paulo em face do seu ex-empregador foram julgados totalmente procedentes.
Em relação à verba honorária, de acordo com a CLT, sabendo-se que o patrocínio de
Paulo foi feito por advogado particular por ele contratado, assinale a afirmativa correta.
a) Não haverá condenação em honorários advocatícios, porque o autor não está assis-
tido pelo sindicato de classe.
b) Haverá condenação em honorários de, no mínimo, 10% e de, no máximo, 20% em
favor do advogado.
c) Haverá condenação em honorários de, no mínimo, 5% e de, no máximo, 15% em
favor do advogado.
d) Somente se a assistência do advogado do autor for gratuita é que haverá condenação
em honorários, de até 20%.
Gabarito: Letra c.
CLT Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorá-
rios de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de
15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do pro-
veito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da
causa.

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DICA 230
EXCEÇÕES À JUSTIÇA GRATUITA
O beneficiário da Justiça Gratuita tem suas prerrogativas. Mas há situações que a justiça
gratuita não tem alcance.
As multas processuais são um exemplo clássico deste não alcance, o que pode ser visto
no art. 98, § 4° do CPC.
E atente-se para uma questão importante: Na Justiça gratuita, o beneficiário tem o direito
de precisar adiantar as despesas, todavia se no final o beneficiário for vencido será respon-
sável por elas. Logo, não pense na justiça gratuita como uma isenção total.

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DIREITO ELEITORAL

DICA 231
QUEM NÃO PODE SE ALISTAR COMO ELEITOR?

Não podem alistar-se eleitores:

os analfabetos;

os que não saibam exprimir-se na língua nacional;

os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos.


DICA 232
ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL

São órgãos da Justiça Eleitoral:

O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e jurisdição em todo


o País;

um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante pro-


posta do Tribunal Superior, na Capital de Território;

juntas eleitorais;

juízes eleitorais.
DICA 233
NO ÂMBITO ELEITORAL, O QUE ACONTECE COM OS JUÍZES AFASTADOS POR MO-
TIVO DE LICENÇA FÉRIAS E LICENÇA ESPECIAL?
Os juízes afastados por motivo de licença férias e licença especial, de suas funções na Jus-
tiça comum, ficarão automaticamente afastados da Justiça Eleitoral pelo tempo correspon-
dente exceto quando com períodos de férias coletivas, coincidir a realização de eleição,
apuração ou encerramento de alistamento.
Da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e nos feitos
decorrentes do processo eleitoral, não poderão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais,
ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau,
de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição.
DICA 234
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL - COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA

Processar e julgar originariamente:

o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretórios nacionais


e de candidatos à Presidência e vice-presidência da República;

os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juízes eleitorais de Estados


diferentes;

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a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral e aos funcioná-
rios da sua Secretaria;

os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus pró-
prios juízes e pelos juízes dos Tribunais Regionais;

o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos


do Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o
habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz compe-
tente possa prover sobre a impetração;

as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos,


quanto à sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;

as impugnações á apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de


diploma na eleição de Presidente e Vice-Presidente da República;

os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro
de trinta dias da conclusão ao relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público
ou parte legitimamente interessada.

as reclamações contra os seus próprios juízes que, no prazo de trinta dias a contar
da conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuídos.

a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de cento e
vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu
trânsito em julgado.

julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais nos termos
do Art. 276 inclusive os que versarem matéria administrativa.
DICA 235
COMPETÊNCIA PRIVATIVA

Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior Eleitoral:

elaborar o seu regimento interno;

organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral, propondo ao Congresso Nacional a


criação ou extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos,
provendo-os na forma da lei;

conceder aos seus membros licença e férias assim como afastamento do exercício dos
cargos efetivos;

aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juízes dos Tribunais Regionais
Eleitorais;

propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dos Territórios;

propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juízes de qualquer Tribunal Elei-
toral, indicando a forma desse aumento;

fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da República, senadores


e deputados federais, quando não o tiverem sido por lei:

aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a criação de novas zonas;


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expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código;

fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência


fora da sede;

enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tribunais de Justiça


nos termos do ar. 25;

responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autori-
dade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político;

autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos Estados em que essa provi-
dência for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo;

requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou


das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a apu-
ração;

organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência;

requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir o acúmulo ocasional


do serviço de sua Secretaria;

publicar um boletim eleitoral;

tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à execução da legislação


eleitoral.
Querido (a) futuro (a) advogado (a), sabemos que provavelmente você não viu essa matéria
na faculdade, mas acalme seu 💙. Aqui, você poderá observar os principais tópicos desta
matéria, de uma forma bastante simplificada e assimilar o conteúdo desta disciplina.
Bons estudos!

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DIREITO FINANCEIRO

DICA 236
CONCEITO DE DIREITO FINANCEIRO

Segundo o doutrinador Luiz Emygdio F. da Rosa Júnior:


“Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que estuda o ordenamento jurídico das fi-
nanças do Estado e as relações jurídicas decorrentes de sua atividade financeira e que se
estabeleceram entre o Estado e o particular.”

Então, para ficar mais esquematizado, Direito Financeiro:

É um ramo do Direito Público.

Estuda o ordenamento jurídico que rege as finanças do Estado e suas relações jurídicas,
e também as relações que se estabeleceram entre o Estado e o particular.

O Direito Financeiro não estuda relações do particular com outro particular.


DICA 237
O DIREITO FINANCEIRO POSSUI UM CÓDIGO?

Não, diferentemente de algumas outras disciplinas, como por exemplo, o Direito Civil e
o Direito Tributário, o Direito Financeiro NÃO TEM UM CÓDIGO, propriamente dito. Mas
tem algumas legislações esparsas de extrema importância, que são estas:

CF, com um foco bem especial nos artigos 163 a 169

Lei Complementar nº 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal

Lei 4.320/1964

Importante que você saiba estas são as principais leis, mas não as únicas 😉

DICA 238
A COMPETÊNCIA DA UNIÃO- FOCO NO BANCO CENTRAL
A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco cen-
tral.
É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro
Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.
O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o
objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
Mas qual é a natureza jurídica do Banco Central? O BC é uma AUTARQUIA DE NATUREZA
ESPECIAL, criado pela Lei nº 4.595/1964 e com autonomia estabelecida pela Lei Comple-
mentar nº 179/2021.

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DICA 239
BANCO CENTRAL
A missão do Banco Central é garantir a estabilidade do poder de compra da moeda, zelar
por um sistema financeiro sólido, eficiente e competitivo, e fomentar o bem-estar econômico
da sociedade.
Um ponto importante é que as instituições financeiras precisam manter contas no BC.
Essas contas são monitoradas para que as transações financeiras aconteçam com fluidez e
para que as próprias contas não fechem o dia com saldo negativo.
DICA 240
BANCO CENTRAL- ESTRUTURA

O Banco Central é dirigido por sua Diretoria Colegiada, composta pelos seguintes inte-
grantes, todos indicados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado:

Presidente

Diretora de Administração

Diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos

Diretor de Fiscalização

Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução

Diretor de Política Econômica

Diretor de Política Monetária

Diretor de Regulação

Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

DICA 241
PRINCÍPIOS UNIVERSAIS

A Seguridade Social contempla 3 princípios universais:

Solidariedade – Contribuição de uma “massa” da sociedade em prol da minoria.

Proteção ao segurado – Proteção ao menos favorecido;

Vedação ao retrocesso social – Os direitos sociais não poderão ter abrangência res-
tringida e quantidade reduzida, visando garantir o mínimo existencial;
Mnemônico: SÓ PROVE!

SO Solidariedade

PRO Proteção

VE Vedação

DICA 242
BENEFICIOS EM ESPÉCIE – BENEFICIO DE PROTEÇÃO À FAMILIA E À MATERNI-
DADE

Este tipo de benefício concedido engloba:

Auxílio-reclusão – Pago aos dependentes do segurado de baixa renda que esteja cum-
prindo pena em regime fechado.

Pensão por morte – Pago aos dependentes do segurado falecido (cônjuge, com-
panheiro, filho ou irmão menor de 21 anos de idade, ou se maior de 21 anos e inválido,
pais.

Salário-maternidade - Pago aos segurados em caso de nascimento, adoção ou


guarda judicial e ainda, em caso de aborto espontâneo. Poderá ser pago ao pai que ficar
viúvo após o parto da criança.

Salário-família - Pago aos trabalhadores de baixa renda que tenham filhos de


até 14 anos ou inválidos.
DICA 243
BENEFICIOS EM ESPÉCIE – BENEFICIO POR INCAPACIDADE LABORAL

Este tipo de benefício concedido engloba:

Aposentadoria por incapacidade permanente (invalidez) – Segurado impossibilitado


de exercer atividade profissional e manter sua subsistência;

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


Pensar Concursos.

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Auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença) – Segurado que necessita se


afastar de suas atividades laborais devido a doença ou acidente não relacionada ao trabalho;

Auxílio-acidente – Concedido ao segurado que por adquirir uma doença ocupacional,


fica impossibilitado de trabalhar, devido resultado de sequelas permanentes.
DICA 244
BENEFICIÁRIOS
Os beneficiários são aquelas pessoas físicas que possuem proteção beneficiária.

Classificam-se em:

Segurados (beneficiários diretos) – são ao mesmo tempo beneficiários e contribuintes.


Possuem relação direta com o RGPS. Estes subdividem-se em: Facultativos e obrigató-
rios.

Dependentes (beneficiários indiretos) – são beneficiários que não se obrigam a contri-


buir para a previdência social, e são dependentes do segurado.
DICA 245
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS
São as pessoas físicas que praticam atividade laborativa remunerada, exceto os ocupan-
tes de cargos efetivos permanentes de regime próprio de previdência social, ou pes-
soas que, não exerçam trabalho remunerado, filiam-se à Previdência por meio de con-
tribuições (segurados facultativos).

Segurados Obrigatórios:

Doméstico;

Empregado;

Contribuinte individual;

Segurado especial – trabalhador rural, residente no imóvel rural ou em local próximo,


de forma individual ou economia familiar, exerce atividade agropecuária, ou pescador arte-
sanal;

Trabalhador avulso – presta serviço para várias empresas, sem vínculo empregatício.
Necessária intermediação do órgão gestor de mão-de-obra, ou sindicato da categoria.
DICA BÔNUS
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS – TRABALHADOR AVULSO

São considerados trabalhadores avulsos:

capatazia - a atividade de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do


porto;

estiva - a atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos porões das


embarcações;
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
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conferência de carga;

conserto de carga;

vigilância de embarcações;

bloco - a atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


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