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Memorex OAB – Exame XXXVIII – Rodada 06

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ÍNDICE

ÉTICA ......................................................................................................................................... 4
FILOSOFIA DO DIREITO ............................................................................................... 15
DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 18
DIREITOS HUMANOS ...................................................................................................... 36
DIREITO INTERNACIONAL .......................................................................................... 38
DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................... 41
DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 49
DIREITO AMBIENTAL ..................................................................................................... 60
DIREITO CIVIL ................................................................................................................... 63
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .................................................. 71
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ............................................................... 74
PROCESSO CIVIL .............................................................................................................. 77
DIREITO EMPRESARIAL................................................................................................ 93
DIREITO PENAL ............................................................................................................... 100
PROCESSO PENAL........................................................................................................... 110
DIREITO DO TRABALHO ............................................................................................. 119
PROCESSO DO TRABALHO ......................................................................................... 129

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ÉTICA

DICA 01
DAS ELEIÇÕES DA OAB
Regulamentada nos artigos 63 a 67 do EAOAB e nos artigos 128 a 137-C do Regulamento
Geral da Advocacia e da OAB.

O comparecimento é obrigatório aos advogados nas Eleições da OAB.

Serão realizadas sempre na segunda quinzena do mês de novembro, do último ano


do mandato.

A votação será direta, dos advogados regularmente inscritos e mediante cédula única.
DICA 02
DOS CANDIDATOS NAS ELEIÇÕES

O candidato para as eleições aos quadros da OAB deverá:

Comprovar situação regular perante à OAB;

Não ocupar cargo exonerável ad nutum;

Não ter sido condenado por infração disciplinar;

Quando advogado tiver sofrido condenação por infração disciplinar, mas foi
reabilitado, poderá se inscrever à candidatura se:

Estiver exercendo efetivamente a profissão há mais de 03 anos; para candidatura em


cargos de Conselheiro Seccional e das Subseções;

Estiver exercendo efetivamente a profissão há mais de 05 anos; para candidatura dos


demais cargos.
OBS.: O candidato às eleições não pode integrar a lista do QUINTO Constitucional.
DICA 03
DO MANDATO E REELEIÇÃO
Em qualquer órgão, pelo
período de 03 anos

MANDATO

O início da candidatura se
dará em primeiro de
janeiro do ano seguinte ao
da eleição, salvo Conselho
Federal. *

*Os eleitos do conselho federal irão iniciar seu mandato


em 1º de fevereiro do ano seguinte ao da eleição.

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REELEIÇÃO SERÁ PERMITIDA e SEM


LIMITE de participação.

DICA 04
COMPOSIÇÃO DAS CHAPAS E ELEIÇÃO
Os integrantes da Chapa que obtiver a maioria absoluta dos votos válidos.

A chapa do Conselho Seccional deve ser composta:

Candidatos ao Conselho e à sua Diretoria e;

Candidatos à delegação do Conselho Federal;

Candidatos à Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados.


A data da Posse do Conselho Seccional, Subseção e Caixa de assistência aos Advogados é
01 de janeiro do ano seguinte à Eleição.
DICA 05
A RESPEITO DO VOTO NAS ELEIÇÕES DA OAB

O voto será:

Direto: no Conselho Secional, Subseção e Caixa.

Indireto: nos Conselhos Federais.

Secreto.

Presencial: através da Urna Eletrônica.

Online: O voto online é uma nova classificação, regulamentado em 2021, com


alteração no artigo 132, § 5º do Regulamento Geral.
Na modalidade online, a votação ocorrerá por meio de sistema eletrônico idôneo,
devidamente auditável.

DICA 06
DAS CHAPAS DO CONSELHO FEDERAL, CONSELHO SECCIONAL E SUBSEÇÃO

A composição da chapa do CONSELHO FEDERAL se dá nos seguintes cargos:

Presidente;
Vice-Presidente;
Secretário-Geral;
Secretário-Geral Adjunto;
Tesoureiro.
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A composição da chapa do CONSELHO SECCIONAL se dá nos seguintes cargos:

Presidente;
Vice-Presidente;
Secretário-Geral;
Secretário-Geral Adjunto;
Tesoureiro;
3 Conselheiros Federais;
Conselheiros Seccionais;
Diretoria Da Caixa.

A composição da chapa da SUBSEÇÃO, se dá nos seguintes cargos:

Presidente;
Vice-Presidente;
Secretário-Geral;
Secretário-Geral Adjunto;
Tesoureiro.

DICA 07
DA EXTINÇÃO DO MANDATO

Dos casos em que o mandato será extinto automaticamente, antes da data do seu
término:

Quando ocorrer qualquer hipótese de cancelamento da inscrição,

No caso de licenciamento profissional;

Sofrer Condenação disciplinar;

Houver falta, sem motivo justificado, a 03 reuniões ordinárias consecutivas de


cada órgão deliberativo, sendo do Conselho, da Diretoria, da Subseção, ou da Caixa de
Assistência.
Caso não haja Suplente, o Conselho da Seccional fica encarregado de escolher o
Substituto.
DICA 08
A RESPEITO DA CLÁUSULA DE COTAS NAS ELEIÇÕES DA OAB
Fundamentado no Artigo 131 do Regulamento Geral, as cotas serão tanto de Gênero
quanto de Raça.

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As chapas completas deverão conter um percentual para gênero e raça, sendo:

50% para candidaturas de cada gênero;

Mínimo de 30% de advogados negros e advogadas negras;

Considerados os inscritos na OAB com autodeclaração como negros, pretos ou pardos


ou ainda definição análoga.

ATENÇÃO! esta é uma questão atual e poderá ser cobrada no Exame de Ordem.
DICA 09
A RESPEITO DAS DOAÇÕES PARA A CAMPANHA E A PROPAGANDA ELEITORAL

DAS DOAÇÕES À CAMPANHA:

As doações para campanha, poderá acontecer desde o Registro da Chapa, poderá ser
feita por Advogados, sendo eles candidatos à Eleição ou não.
A doação não poderá ser aceita por:
→ Sociedade de advogados;
→ Empresas;
→ Não advogados.

PROPAGANDA ELEITORAL:

A propaganda será proibida quando realizada antes do registro, nesse caso caberá:
→ Advertência para suspensão da propaganda no prazo de 24 horas;
→ Multa de 01 a 10 anuidades, no caso de desrespeitar a advertência;
→ Em caso de Reincidência, a chapa poderá ser INDEFERIDA.

DICA 10
VEDADO AO ADVOGADO

Enquanto exercer cargos e funções na OAB, é vedado ao advogado:

Firmar contrato de prestação de serviços com órgãos da OAB;

Adquirir bens por meio de qualquer órgão da OAB;

Atuar em processos que tenham trâmite com a OAB, salvo em causa própria.

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TAMBÉM SERÁ VEDADO AOS CANDIDATOS ÀS ELEIÇÕES:

Divulgação de Pesquisa; 15 dias anteriores a data das eleições.

Candidatos com inauguração de obras e 60 dias anteriores a data das eleições.


serviços da OAB;

Doação de recursos financeiros, caso não 90 dias anteriores a data das eleições.
haja projeto anterior a doação.

DICA 11
OS REQUISITOS PARA AS ELEIÇÕES

Os requisitos para candidatura de todos os órgãos da OAB:


Ter reabilitação em caso de condenação por infração disciplinar e exercer a profissão
efetivamente por mais:

De 03 anos nos cargos de Conselheiro da Seccional ou Subseção;

De 05 anos nos cargos demais cargos.

QUESTÃO FGV – OAB, EXAME DE ORDEM XXXI, 2020.


Os advogados Diego, Willian e Pablo, todos em situação regular perante a OAB, desejam
candidatar-se ao cargo de conselheiro de um Conselho Seccional da OAB.
a) Diego é advogado há dois anos e um dia, sendo sócio de uma sociedade simples de
prestação de serviços de advocacia e nunca foi condenado por infração disciplinar.
b) Willian, por sua vez, exerce a advocacia há exatos quatro anos e constituiu sociedade
unipessoal de advocacia, por meio da qual advoga atualmente. Willian já foi condenado
pela prática de infração disciplinar, tendo obtido reabilitação um ano e três meses após
o cumprimento da sanção imposta.
c) Já Pablo é advogado há cinco anos e um dia e nunca respondeu por prática de qualquer
infração disciplinar. Atualmente, Pablo exerce certo cargo em comissão, exonerável ad
nutum, cumprindo atividades exclusivas da advocacia.
d) Apenas Willian cumpre os requisitos para ser eleito para o cargo pretendido.
Gabarito: Alternativa d.
Comentário: A Questão em tela traz a situação de Diego, William e Pablo, sendo que
dos três, apenas William cumpre os requisitos para ser candidato nas Eleições da OAB,
pois William exerce a advocacia há 04 anos, mesmo sofrendo condenação por praticar
infração disciplinar, já obteve a REABILITAÇÃO.

DICA 12
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES
As sanções e as infrações disciplinares estão dispostas nos artigos 34 a 43 do EAOAB.

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As sanções disciplinares são:
→ Censura;
→ Suspensão;
→ Exclusão;
→ Multa.
ATENTE-SE! Cada infração tem suas características, e sua aplicabilidade, são temas
de alta recorrência na OAB.
DICA 13
DA SUSPENSÃO DO ADVOGADO
A sanção suspende o advogado do exercício de sua atividade, sendo apresentado nos
casos abaixo:

Em casos de conduta incompatível com a OAB;

Realização de ato contrário à lei destinado a fraudá-la por meio de seus clientes ou
terceiro;

Solicitar ou receber qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta;

Locupletar-se à custa de seu cliente ou parte diversa;

Recusar-se a prestar contas de quantias recebidas relacionadas ao seu cliente ou a


terceiros injustificadamente;

Reter ou extraviar autos recebidos com vista ou confiança, de maneira abusiva;

Deixar de pagar: Multas, contribuições, e preços de serviços devidos a OAB, mesmo


depois de notificado;

Inépcia profissional caracterizado por erros reiterados;

Reincidência em infração disciplinar.

DICA 14
DA SUSPENSÃO PREVENTIVA

Em caso de repercussão prejudicial a dignidade da advocacia, o tribunal de ética e


disciplina do conselho onde o acusado tem inscrição principal pode:

Suspender o advogado
preventivamente.

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O tribunal de ética e disciplina do conselho poderá nesse caso ouvir o advogado acusado
em sessão especial, ao qual sendo notificado e comparecer, terá seu Processo Disciplinar
em 90 dias.
DICA 15
O ADVOGADO PODE PERMANECER SUSPENSO
Considerada uma pena grave, vai de 30 dias em suspensão a 12 meses, podendo
ultrapassar.

O Advogado suspenso, poderá ultrapassar os 12 meses de suspensão, quando:

No caso de se recusar a prestar contas, ficará suspenso até pagar a dívida.

O advogado em falta com a anuidade, ficará suspenso até pagar.

No caso de inépcia profissional, ficará suspenso até fazer prova da sua habilitação.
DICA 16
DA EXCLUSÃO DO ADVOGADO

A exclusão será aplicada:

Fazer falsa prova de qualquer um dos requisitos para inscrição da OAB;

Tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;

Praticar crime infamante;

Aplicação da suspensão por três vezes;

Para a aplicação desta sanção é necessário a manifestação favorável de 2/3 dos membros
do Conselho Seccional competente.
A esta sanção é dada a publicidade dos atos.
DICA 17
DA SANÇÃO DE CENSURA
Nos casos em que não se enquadra a suspenção aplica-se a censura.

Também será aplicável nas situações abaixo:

Violação do Código de ética, violação ao Estatuto da advocacia;

Exercer a profissão mesmo impedido ou proibido de fazer;

Angariar ou capitar causas com intervenção de terceiros, manter sociedade


profissional fora desta lei;

Ser agenciador de causas participando da divisão dos honorários;

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Violar sem justa causa o sigilo profissional;

Advogar contra dispositivo de lei presumindo boa-fé;

Prejudicar interesse confiado ao seu patrocínio;

Rejeitar prestar assistência jurídica injustificadamente;

Deixar de cumprir um prazo estabelecido, determinação emanada de órgão da


Ordem, mesmo depois de notificado;

Abandonar causa sem justo motivo ou, antes de decorrido dez dias da comunicação
da denúncia;

DICA 18
CONVERSÃO DA CENSURA EM ADVERTÊNCIA

A censura poderá ser convertida em advertência nos casos em que o advogado tenha
alguma circunstância atenuante, sendo elas:

Falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;

Ausência de punição disciplinar anterior;

Exercício assíduo e proficiente em qualquer órgão da OAB;

Prestação de relevantes serviços a advocacia;

Havendo conversão da Censura em Advertência, é como se o advogado não tivesse sofrido


qualquer sanção disciplinar.
Não haverá limites para a conversão.
DICA 19
DA SANÇÃO MULTA
A multa será acessória às demais sanções.

Sendo ela:

Variável entre o mínimo, correspondente ao valor de uma anuidade e tendo o seu


decuplo como máximo.

Ela será aplicável de forma cumulativa com a censura ou a suspensão em casos


agravantes.

não será aplicada com a exclusão.

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DICA 20
DO JULGAMENTO DO PROCESSO DE EXCLUSÃO

O pleno Conselho Seccional é competente, exclusivamente, para julgar os processos


mediante a manifestação favorável:

2/3 dos seus membros.

O julgamento citado está presente na Súmula 08/2019 do Conselho Pleno do Conselho


Federal.

A pena de exclusão é considerada gravíssima.

Nesta pena, o advogado “perde” seu número de inscrição da OAB.

DICA 21
DA CONDUTA INCOMPATÍVEL COM A OAB E A SUSPENSÃO

As condutas incompatíveis com a Advocacia, dispostas no artigo 35 do EAOAB, nas


quais são:

Jogos de azar;

Embriaguez ou toxicomania habituais;

Incontinência Pública ou Escandalosa.


São consideradas motivos de SUSPENSÃO do advogado nos quadros da OAB.
A suspensão se dará a partir de 02 censuras reiteradas.
DICA 22
DA PRESCRIÇÃO À PUNIBILIDADE DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES

A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares, conforme dispositivo artigo 43


do EAOAB, tem sua prescrição em:

Prescrição:

05 anos.

Será aplicada ao processo paralisado por mais de 03 anos, devendo assim, ser arquivado
após prescrição, de ofício ou a requerimento da parte interessada.
DICA 23
DO QUINTO CONSTITUCIONAL
O quinto constitucional está previsto no artigo 94 da CF. Determina que um quinto das
vagas de Desembargadores são advindos por este meio.

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Os requisitos para preenchimento são:

Notório saber jurídico;

Reputação Ilibada; (Sem condenações ética ou criminal.)

10 anos de exercício na profissão.

Na indicação aos Tribunais, o indicado pela lista sêxtupla não pode estar em cargo da
OAB.
A OAB é responsável em elaborar a lista sêxtupla.
DICA 24
A RESPEITO DA DECISÃO INDEVIDA EM PROCESSO DISCIPLINAR
Decisão, em grau de julgamento, com base em fundamento em que as partes não se
manifestaram anteriormente por falta de oportunidade, é indevida, ainda que seja sobre
matéria a ser decidida de ofício.
A exceção para tal dispositivo será quanto a medidas de urgência.

QUESTÃO FGV - OAB - EXAME DE ORDEM XXXII, 2021.


O advogado Gerson responde a processo disciplinar perante a OAB pela prática de
infração prevista na Lei n º 8.906/94. No curso do feito, dá-se a apreciação, pelo órgão
julgador, de matéria processual sobre a qual se entendeu cabível decisão de ofício. Não
é conferida oportunidade de manifestação sobre tal matéria à defesa de Gerson.
Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
Em qualquer grau de julgamento, é vedada decisão com base em fundamento sobre o
qual não foi dada oportunidade de manifestação à defesa de Gerson, ainda que se trate
de matéria sobre a qual se deva decidir de ofício. Excepcionam-se dessa regra as
medidas de urgência previstas na Lei n º 8.906/94.
Gabarito: correta.
Comentário: Diante do caso narrado, não foi conferido ao advogado Gerson a
oportunidade de manifestação sobre sua defesa, mediante isso, a decisão torna-se
errônea mesmo sendo de oficio, pois impossibilita o direito pleno a defesa.

DICA 25
DA RECUSA A DEVOLUÇÃO DOS BENS PELO ADVOGADO AO CLIENTE
Fica obrigado ao advogado a devolver bens, valores e documentos confiados ao seu poder
pelo cliente.
Também é dever do advogado prestar contas de forma pormenorizada.
OBS.: Os honorários advocatícios não se incluem entre os valores a serem devolvidos.

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Veja como já foi cobrado em prova:

QUESTÃO FGV - OAB, EXAME DE ORDEM XXIX, ANO 2019.


Milton, advogado, exerceu fielmente os deveres decorrentes de mandato outorgado para
defesa do cliente Tomás, em juízo. Todavia, Tomás deixou, injustificadamente, de
efetuar o pagamento dos valores acordados a título de honorários.
Em 08/04/19, após negar-se ao pagamento devido, Tomás solicitou a Milton que
agendasse uma reunião para que este esclarecesse, de forma pormenorizada, questões
que entendia pertinentes e necessárias sobre o processo. Contudo, Milton informou que
não prestaria nenhum tipo de informação judicial sem pagamento, a fim de evitar o
aviltamento da atuação profissional.
Em 10/05/19, Tomás solicitou que Milton lhe devolvesse alguns bens móveis que haviam
sido confiados ao advogado durante o processo, relativos ao objeto da demanda. Milton
também se recusou, pois pretendia alienar os bens para compensar os honorários
devidos.
Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
Ambas as condutas de Milton, praticadas em 08/04/19 e em 10/05/19, configuram
infrações éticas.
Gabarito: correta.
Comentário: O caso em tela está fundamentado disposto em seu artigo 12 do código
de ética e disciplina, onde o advogado terá que devolver importâncias pertencentes ao
seu cliente conforme solicitado por ele. Também é de sua alçada apresentar as contas
prestadas de maneira detalhada. Ambas as ações negadas por Milton, configuram
infração disciplinar.

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FILOSOFIA DO DIREITO

DICA 26
RUDOLF VON IHERING
Autor de “A Luta pelo Direito” e crítico de Savigny (muito embora ele gostasse de alguns
pontos específicos), Rudolf von Ihering tinha ideias marxista, entretanto mais ponderado,
sem culpabilizar a burguesia pelos conflitos existentes na sociedade. E mais: ele afirmava
que o indivíduo tem o dever ético, de lutar por seus próprios direitos, dever este que
ele tem consigo e também com toda a sociedade.
“O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para consegui-lo é a luta. Enquanto o
direito estiver sujeito às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o mundo for
mundo –, ele não poderá prescindir da luta. A vida do direito é a luta: a luta dos povos, dos
governos, das classes sociais, dos indivíduos” (Rudolf von Ihering).
CUIDADO! Em uma questão recente, caiu uma alternativa sobre a chamada “Ideia de
Volksgeist - espírito do povo” é de Savigny e não de Ihering.

Veja como a banca já cobrou este autor:

QUESTÃO FGV, 2015.


Rudolf Von Ihering, em A Luta pelo Direito, afirma que “O fim do direito é a paz, o meio
de atingi-lo,a luta.” Assinale a afirmativa que melhor expressa o pensamento desse autor:
a) O Direito de uma sociedade é a expressão dos conflitos sociais desta sociedade, e ele
resulta de uma luta de pessoas e grupos pelos seus próprios direitos subjetivos. Por isso,
o Direito é uma força viva e não uma ideia.

b) O Direito é o produto do espírito do povo que é passado de geração em geração. Por


isso, quando se fala em Direito, é preciso sempre olhar para a história e as lutas sociais.
O Direito Romano é a melhor expressão desse processo.

c) O Direito é parte da infraestrutura da sociedade e resulta de um processo de luta de


classes, em que a classe dominante o usa para manter o controle sobre os dominados.

d) O Direito resulta da ação institucional do Estado, e no parlamento são travadas as lutas


políticas que definem os direitos subjetivos de uma sociedade.

Gabarito: Letra A.
Comentário: Para este autor, o fim do Direito é a paz; o meio de atingi-lo, a luta. Esta
ideia de luta do direito lhe dá um caráter de vida, de vivacidade. Logo, o direito é uma
força viva.

DICA 27
FRIEDRICH CARL VON SAVIGNY
Alemão da cidade de Frankfurt, extremamente estudado em direito das coisas (mais
precisamente no tema posse), ele era opositor à elaboração de um Código alemão, pois
cria no volkgeist (“espírito do povo”) e na força dos costumes e da tradição, aonde o povo
deveria ter preferência sobre o Estado. Perceba que a ideia de Savigny é completamente
oposta à de Hobbes, em “O Leviatã”, que defendia um Estado totalitário acima do povo.
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Vale a pena ressaltar que ele chegou a ser Ministro da Justiça para a Revisão da Legislação
Prussiana.
DICA DE OURO: Savigny dá muita importância ao argumento de que o importante,
para o direito, era o sentimento e não a razão.
DICA 28
JACQUES DERRIDA
Nascido na Argélia, quando está era colônia, este autor defendia ferrenhamente a ideia da
desconstrução, muito disseminada na década de 60, chegando a ser nomeado por alguns
autores como o filósofo das minorias, foi autor de “A força da lei” e “Desconstrução da
possibilidade de justiça.” E mais: Teve um papel ativo na luta contra o Apartheid na África
do Sul.
Vale a pena ressaltar que ele vinha de família judia e sofreu com as medidas
antissemitas aplicadas na época. Suas principais obras são:
Gramatologia;
Escritura e diferença;
Margens da filosofia;
O Animal que Logo Sou;
“Tenho enorme apreço por tudo o que eu desconstruo” (Jacques Derrida).
DICA 29
FARIAS DE BRITO
Natural do Ceará, ele era visto por Miguel Reale como um dos maiores jusfilósofos
brasileiros. A visão de Farias de Brito era muito religiosa, dizendo que Deus é o
responsável pela ordem social, inclusive o conceito de moral. Para ele, são “filosofias do
desespero” o materialismo, o criticismo (a filosofia de Kant), o positivismo (de Auguste
Comte) e a anarquia.
Era mais alinhado ao jusnaturalismo do que ao juspositivismo, sendo inclusive um crítico
das ideias evolucionistas de Darwin.
DICA 30
PONTES DE MIRANDA
O alagoano e jusfilósofo Pontes de Miranda, extremamente estudado em Direito Civil, com
sua escada ponteana nos negócios jurídicos, Pontes de Miranda era um democrata,
liberal, com ideias neopositivistas. Era um crítico ferrenho das posturas de Wittgenstein e
de Bertrand Russell. Foi desembargador do Tribunal de Apelação do Distrito Federal. Foi
chamado a representar o Brasil em duas conferências internacionais: A de Santiago do Chile,
em 1923, e a de Haia, na Holanda, em 1932.
Escada Ponteana (negócios jurídicos): Plano da eficácia

Plano da validade

Plano da existência
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Nas suas obras, especialmente as de cunho constitucional, sempre valorizaram os
direitos sociais. Via o socialismo como um governo ideal, desde que preservasse as
liberdades individuais, sendo também um pacifista, criando a ideia de que os governos
deveriam se comprometer a pôr em prática os direitos humanos em suas sociedades.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 31
PODER LEGISLATIVO: DISPOSIÇÕES GERAIS
O tema sobre o Poder Legislativo corresponde aos artigos 44 ao 58, da Constituição Federal.
O Poder Legislativo é exercido pelo congresso nacional, o qual é composto pela Câmara
dos Deputados e Senado Federal.
A legislatura é o período de trabalhos das Casas Legislativas (Congresso, Câmara e
Senado) e tem duração de 4 anos.

CÂMARA DOS DEPUTADOS SENADO FEDERAL

Composta pelos Deputados Federais. Composto pelos Senadores.

Representantes do povo. Representantes dos Estados e do


Distrito Federal.

A escolha dos deputados federais respeita o A escolha dos senadores respeita o


sistema proporcional. sistema majoritário.

O número de deputados varia de acordo Cada um deles elegerá o número fixo de


com a população, devendo respeitar o 3 (três) senadores.
número mínimo de 8 (oito) e o máximo de
70 (setenta). Cada senador é eleito com 2 (dois)
suplentes.
Os Territórios elegerão 4 (quatro)
deputados.

Mandato de 4 (quatro) anos. Mandato de 8 anos, sendo renovado de


quatro em quatro anos,
alternadamente por um e dois terços (ou
seja, em uma eleição escolhe-se 1
senador, em outra são escolhidos 2).

IMPORTANTE:
A função do Poder Legislativo é a de controle externo da administração pública, que
compreende a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, que será
exercida com auxílio do tribunal de contas.

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DICA 32
PODER LEGISLATIVO - CÂMARA DOS DEPUTADOS

Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

Autorizar, por 2/3 dos seus membros, a instauração de processo contra o Presidente
e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado.

Proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não


apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 60 (setenta) dias após a abertura da
sessão legislativa;

Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

OBS.: As competências da Câmara dos Deputados estão previstas no art. 50, da CF. As
competências listadas acima são as mais importantes, ressaltando a de autorizar a
instauração de processo contra o Presidente da República.
Essa autorização é aplicada tanto para os processos comuns, instaurados em face do
presidente, quanto para os processos que versam sobre crime de responsabilidade
(impeachment).
DICA 33
PODER LEGISLATIVO - SENADO FEDERAL

O rol de competências privativas do Senado Federal é bem mais amplo do que o da


Câmara dos Deputados. Merece destaque as seguintes competências:

Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

Processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho


Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da
República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;

Suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão


definitiva do Supremo Tribunal Federal;

Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura


e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos
Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por
dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais
cabíveis.”
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Merece destaque a competência para julgamento do Presidente da República e dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal nos crimes de responsabilidade, principalmente pelo
momento de tensão política em que o Brasil se encontra.
Em todos os casos de julgamento de crimes de responsabilidade, o Presidente do
Supremo Tribunal Federal será o presidente do julgamento da autoridade.
A condenação depende do voto de 2/3 dos membros do Senado Federal.
São previstas a aplicação das seguintes sanções, sem prejuízo das demais sanções judiciais
cabíveis:
Perda do cargo;

Inabilitação, por 08 (oito) anos, para o exercício de função pública.

DICA 34
PODER LEGISLATIVO - REUNIÕES
O Congresso Nacional se reúne do dia 02 de fevereiro até 17 de julho; e do dia 1º de
agosto até 22 de dezembro.

Sessões preparatórias: cada uma das casas legislativas (Câmara e Senado) vão se
reunir a partir do dia 1º de fevereiro do primeiro ano da legislatura, para a posse dos
membros e para a eleição das respectivas Mesas (compreende o Presidente da Câmara e
do Senado, Vice-presidente, 1º Secretário, 2º Secretário).

Sessões conjuntas: são as reuniões em que a Câmara dos Deputados e o Senado


Federal se juntam para:
inaugurar a sessão legislativa;
elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
conhecer do veto e sobre ele deliberar.
O primeiro ano após as eleições dá início a legislatura, que compreende o período de 4
anos, coincidente com o período do mandato dos deputados.

ATENÇÃO!

O mandato dos senadores é de 8 anos, ou seja, eles representam o seu respectivo


estado ou DF por duas legislaturas.
Atenção para as nomenclaturas:

Legislatura – período de quatro anos;

Sessão legislativa – período anual de atividade do Congresso.


(02 de fevereiro até 22 de dezembro)

Período legislativo – período semestral de reunião do Congresso.


(02 de fevereiro até 17 de julho e 1º de agosto até 22 de dezembro).

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DICA 35
PODER LEGISLATIVO - COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO
Outro assunto que ganhou bastante visibilidade no cenário nacional nos últimos meses foi
a CPI da COVID. Por isso, é um assunto que pode ser cobrado na prova da OAB, pois é
uma importante ferramenta do Poder Legislativo de fiscalização e apuração.
Por esta razão, vale conferir o que a Constituição Federal dispõe sobre o tema.

“Art. 58, §3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de


investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos
das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal,
em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros,
para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o
caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou
criminal dos infratores.”

Do dispositivo constitucional, vale ressaltar:


CPI detém poderes de investigação próprios das autoridades judiciais;
Criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, conjunta ou
separadamente;
Requerimento de 1/3 no mínimo de seus membros;
Apuração de fato determinado e por prazo certo;
As conclusões serão encaminhadas ao Ministério Público para que promova as
responsabilidades civil e/ou criminal dos infratores.
A composição dos integrantes da CPI deve respeitar o princípio da representação
proporcional de partidos e blocos partidários.

CPI

PODE NÃO PODE

→ Quebrar sigilo bancário, fiscal, de → Determinar de indisponibilidade de


dados e telefônico (não confundir com bens do investigado.
interceptação telefônica);
→ Decretar a prisão preventiva (pode
→ Requisitar informações e documentos decretar somente prisão em flagrante);
sigilosos diretamente às instituições
→ Determinar o afastamento de cargo
financeiras ou através do BACEN ou CVM,
ou função pública durante a
desde que previamente aprovadas pelo
investigação; e
Plenário da CD, do Senado ou de suas
respectivas CPIs (Artigo 4º, § 1º, da LC → Decretar busca e apreensão
105); domiciliar de documentos.
→ Ouvir testemunhas, sob pena de → Decretar interceptação telefônica
condução coercitiva;
→ Ouvir investigados ou indiciados.

As regras acima são válidas para CPIs instauradas em âmbito federal e estadual.
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As CPIs instauradas nos municípios apresentam poderes mais restritos.
ATENTE-SE! A CPI municipal não poderá ter poderes próprios de autoridade
judiciária, pois isto seria atribuir ao município uma competência que não lhe foi dada pela
constituição, em razão de não ter Poder Judiciário Municipal.
O STF já decidiu que CPI municipal NÃO pode determinar condução coercitiva de
testemunha.
DICA 36
PODER LEGISLATIVO - IMUNIDADES DOS CONGRESSISTAS
Os membros do Poder Legislativo possuem algumas prerrogativas. Atenção para o fato de
que as prerrogativas estão vinculadas ao cargo e não ao indivíduo que exerce o cargo.
Tais garantias são irrenunciáveis justamente porque se vinculam ao cargo e não à pessoa
do congressista.
Foro por prerrogativa de função: essa prerrogativa garante ao parlamentar o
julgamento perante órgão específico do Poder Judiciário, e é aplicada para casos de
infrações penais comuns, não se aplica a toda demanda judicial.
Os Deputados Federais e Senadores serão julgados no STF.
Imunidade material: Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por
quaisquer de suas opiniões palavras e votos.
Imunidade formal: essa imunidade se refere à prisão e ao processo por crime praticado
pelo parlamentar.
As seguintes prerrogativas (foro por prerrogativa de função, imunidade material e
imunidade formal) começam após a diplomação do parlamentar.
DICA 37
PODER LEGISLATIVO – IMUNIDADE MATERIAL
A imunidade material está relacionada ao conteúdo das manifestações dos parlamentares.
É importante definir se a manifestação do parlamentar ocorreu dentro ou fora do
Congresso Nacional (entenda-se Câmara dos Deputados e Senado Federal também).

Manifestação fora do Congresso Nacional: só estarão protegidas as declarações se


guardarem conexão com o exercício da função de parlamentar;

Manifestação dentro do Congresso Nacional: a manifestação não precisa guardar


relação com o exercício da função parlamentar.
DICA 38
PODER LEGISLATIVO – IMUNIDADE FORMAL
A imunidade formal relacionada à prisão significa que os parlamentares não poderão ser
presos, salvo em caso de flagrante de crime inafiançável.

TODAVIA, os parlamentares poderão ser presos caso tenha sentença penal


condenatória transitada em julgado. Portanto, o que se veda é a prisão cautelar,
exceto o flagrante de crime inafiançável.

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A imunidade formal relacionada ao processo significa que, quando o STF recebe a
denúncia contra o parlamentar, deve dar ciência à Casa que o parlamentar integra, e por
iniciativa do partido político nela representado, e pelo voto da maioria dos membros,
poderá sustar o andamento da ação penal.
Caso a Casa decida pela sustação da ação penal, também estará suspensa a prescrição
do crime, com o objetivo de não gerar a impunidade.

RESUMINDO

O parlamentar NÃO pode ser preso, salvo em caso de flagrante delito inafiançável; e o
processo por crime cometido após a diplomação pode ser SUSTADO.

DICA 39
IMUNIDADES DOS DEPUTADOS E SENADORES
Os Deputados Federais, Estaduais e Distritais (DF) e os Senadores gozam de
prerrogativa de foro, imunidade material e imunidade formal.
O foro por prerrogativa de função depende do cargo exercido:
Deputados Federais e Senadores – STF.
Deputados Estatuais e Distritais – o foro depende do crime praticado e do bem jurídico
atingido, podendo ser o Tribunal de Justiça do Estado ou do Distrito Federal; TRF ou TRE.
DICA 40
IMUNIDADE DOS VEREADORES
Os vereadores, integrantes do Poder Legislativo Municipal, possuem apenas IMUNIDADE
MATERIAL, que é restrita aos limites do município onde exercem a função (art. 29, VIII,
da CF).

SÚMULA VINCULANTE N. 25:

“A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa


de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.”

Assim, se um vereador praticar um crime da competência do Tribunal do Júri e tiver


foro por prerrogativa de função estabelecido na Constituição Estadual, deverá ser julgado
no juízo do tribunal do júri.

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Sintetizando:

IMUNIDADES PARLAMENTARES

Deputados Senadores Deputados Vereadores


Federais Estaduais e
Distritais

Foro por prerrogativa SIM SIM SIM Fixado na


de função Constituição
Estadual

Imunidade material SIM SIM SIM SIM, mas


nos limites
do
município

Imunidade formal SIM SIM SIM NÃO

DICA 41
PROCESSO LEGISLATIVO - FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA - TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - DO PROCESSO LEGISLATIVO

CONCEITO (Ministro Alexandre de Moraes): “conjunto ordenado de disposições que


disciplinam o procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na produção de leis
e atos normativos que derivam diretamente da própria constituição”.

O processo legislativo compreende a elaboração de:


emendas à Constituição;
leis complementares;
leis ordinárias;
leis delegadas;
medidas provisórias;

decretos legislativos;

resoluções.

ATENÇÃO!

As MEDIDAS PROVISÓRIAS, teoricamente, NÃO deveriam estar elencadas no art. 59


da CF/88, pois, tratam-se de atos do Poder Executivo, uma vez que são criadas pelo
Presidente da República e não pelo processo legislativo.

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Lei complementar disporá sobre a:

elaboração;

redação;

alteração; e

consolidação das leis.


DICA 42
NORMA JURÍDICA

A doutrina de Hans KELSEN, em sua dúplice estrutura:

Normas primárias: têm fundamento de validade na própria Constituição. São as


leis complementares, as leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos
legislativos e as resoluções, todas de mesmo nível hierárquico.

ATENÇÃO!

O art. 59 da CF/88 também prevê o procedimento para a feitura de emendas à


constituição, mas estas serão hierarquicamente superiores às outras espécies depois de
aprovadas, pois se integram ao próprio texto constitucional.

Normas secundárias: têm fundamento de validade nas normas primárias. São aquelas
que prescrevem a conduta lícita, sendo consideradas somente como conceitos auxiliares do
conhecimento jurídico. As regras secundárias, por sua vez, outorgam poderes aos
particulares ou às autoridades públicas para criar, modificar, extinguir ou determinar os
efeitos das regras do tipo primárias, como, por exemplo, os decretos de execução.

ESPÉCIES DE PROCESSO LEGISLATIVO:

Processo ordinário: o processo que leva a criação das leis ordinárias é bem parecido
com o processo de criação das leis complementares, a diferença está apenas no quórum
de aprovação. Como o próprio nome esclarece, o processo ordinário é destinado a
elaboração de leis ordinárias.

Processo Sumário: também é o processo para elaboração de leis ordinárias, porém com
o prazo máximo de 100 (cem) dias.

Processo Especial: Servirá para outras normas que não as leis ordinárias

Devido processo legislativo: direito público subjetivo dos parlamentares, que podem
impetrar mandado de segurança quando as normas constitucionais referentes à
elaboração de determinada espécie normativa não forem respeitadas.

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DICA 43
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO

A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

de 1/3 (um terço), no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados OU do


Senado Federal;

do Presidente da República;

de mais de ½ (metade) das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela MAIORIA RELATIVA de seus membros.
A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de
estado de defesa ou de estado de sítio.
A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros.
A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

NÃO SERÁ OBJETO DE DELIBERAÇÃO a proposta de emenda tendente a abolir:

a forma federativa de Estado;

o voto direto, secreto, universal e periódico (DSUP);

a separação dos Poderes;

os direitos e garantias individuais.

ATENÇÃO!

A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada


NÃO PODE ser objeto de nova proposta NA MESMA SESSÃO LEGISLATIVA.

DICA 44
ATOS DO PROCESSO LEGISLATIVO
Os atos que compõem o processo legislativo são: iniciativa, emendas, deliberação e
votação, sanção ou veto, promulgação e publicação.

O processo legislativo ordinário ocorre em 03 (três) fases:

Introdutória: iniciativa de apresentação da proposta, podendo ser de diversas


espécies.

Constitutiva: apresentação de emendas, discussão do projeto, votação e sanção/veto.


Quando ocorre a deliberação parlamentar e executiva; e

Complementar: promulgação e publicação da lei.

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DICA 45
INICIATIVA LEGISLATIVA – CONCEITO

“É a faculdade que se atribui a alguém ou a algum órgão para apresentar projetos de lei
ao Legislativo” (Silva).

A INICIATIVA DAS LEIS COMPLEMENTARES E ORDINÁRIAS CABE:

A qualquer membro ou Comissão:

→ da Câmara dos Deputados;

→ do Senado Federal ou;

→ do Congresso Nacional.

→ ao Presidente da República;

→ ao Supremo Tribunal Federal;

→ aos Tribunais Superiores;

→ ao Procurador-Geral da República; e

→ aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

São de iniciativa privativa do PRESIDENTE DA REPÚBLICA as leis que:

fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

Disponham sobre:

criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e


autárquica ou aumento de sua remuneração;

organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços


públicos e pessoal da administração dos Territórios;

servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos,


estabilidade e aposentadoria;

organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como


normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o


disposto no art. 84, VI, da CF/88;

militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.

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DICA 46
INICIATIVA LEGISLATIVA – ESPÉCIES

Iniciativa privativa/reservada ou exclusiva: só aquela pessoa ou órgão pode propor


o PL.

Iniciativa restrita: o titular só pode propor lei para uma matéria específica.

Ex.: Estatuto da Magistratura é de iniciativa restrita do Judiciário – art. 93, CF/88.

Iniciativa concorrente: mais de um legitimado pode.

Ex.: organização do MPU – PR e PGR.

Iniciativa conjunta: dois ou mais legitimados são necessários, em conjunto, para iniciar
a lei. Não existe mais no Brasil.

Iniciativa obrigatória/vinculada: o legitimado é obrigado a iniciar o processo


legislativo

Ex.: leis orçamentárias.

Iniciativa da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do


Congresso: afasta o princípio da irrepetibilidade, quando um PL é recusado na fase de
discussão/votação. Só vale para PL.

Iniciativa geral plena: o legitimado pode propor projeto de lei sobre qualquer assunto.
Não existe no Brasil.

Iniciativa geral: o legitimado pode propor projeto de lei sobre qualquer tema que não
seja privativo/reservado ou exclusivo. No Brasil, é conferida aos Deputados, Senadores,
Comissões, Presidente da República e cidadãos (iniciativa popular).

DICA 47
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e


das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de
cada Poder.

Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos

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quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária.

O CONTROLE EXTERNO, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o


AUXÍLIO do TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, ao qual compete:

apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante


parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e


valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a


qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;

realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de


Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no item 2
acima;

fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social


a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante


convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal
ou a Município;

prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas


Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;

aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas,


as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa
proporcional ao dano causado ao erário;

assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara


dos Deputados e ao Senado Federal;

representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

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DICA 48
ORDEM SOCIAL - POLÍTICA URBANA

Competência para legislar sobre direito urbanístico é concorrente entre a União,


Estados e DF.

Poder Público municipal tem competência para executar a política de desenvolvimento


urbano.
Plano diretor: é a lei municipal que determina as regras gerais sobre a matéria de
direito urbanístico e propriedade imóvel urbana, bem como as possibilidades e diretrizes
para desapropriação em caso de descumprimento da função social.
DICA 49
SEGURIDADE SOCIAL

A Seguridade Social é composta por:

Saúde;

Previdência social; e a

Assistência social.

Princípios e Objetivos:

Universalidade na cobertura do atendimento;

Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

Irredutibilidade do valor dos benefícios;

Equidade na forma de participação no custeio;

Diversidade da base de financiamento;

Caráter democrático e descentralizado da administração.

DICA 50
SAÚDE
A saúde será garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para promover, proteger ou recuperar a saúde.

A saúde é um direito de todos e um dever do Estado.


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É possível a participação de instituições privadas no Sistema Único de Saúde, ainda que de
forma complementar, mediante contrato de direito público ou por meio de convênio.
DICA 51
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Deve ser garantido o acesso a todos de forma universal e igualitária.


O SUS será financiado por recursos advindos do orçamento de seguridade social dos
entes federados, observando: a descentralização; atendimento integral e
participação da sociedade.
É defesa a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na
assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
DICA 52
EDUCAÇÃO
É direito de todos e dever do Estado e da família.
As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão
financeira e patrimonial.
O ensino é livre à iniciativa privada, desde que cumpra as normas gerais da educação
nacional, desde que haja autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
Plano Nacional de Educação: articulação do sistema nacional de educação em regime
de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação.
FIQUE ATENTO!

O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade, assegurada


inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;

Progressiva universalização do ensino médio gratuito;

Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente


na rede regular de ensino;

Educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 anos de idade;

Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;

Oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

Atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de


programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde.

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TOME NOTA!
→ O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

→ O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular,


importa responsabilidade da autoridade competente.

→ Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a


chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.

QUESTÃO OAB 2022 - EXAME XXXIV.


O governador do Estado Alfa, como represália às críticas oriundas dos professores das
redes públicas de ensino, determinou cortes na educação básica do referido ente, bem
como instituiu a necessidade de pagamento de mensalidades pelos alunos de
estabelecimentos oficiais de ensino que não comprovassem ser oriundos de famílias de
baixa renda.
Sobre a conduta do governador, com base na CRFB/88, assinale a afirmativa correta.
(a) Está errada, pois a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais está
prevista na ordem constitucional, de modo que o seu não oferecimento ou o oferecimento
irregular pode ensejar, inclusive, a responsabilização do governador do Estado Alfa.
(b) Está errada, pois o Estado deve garantir a educação básica obrigatória e gratuita dos
4 aos 17 anos de idade, de modo que ele apenas poderia restringir sua oferta gratuita
em relação àqueles que a ela não tiveram acesso na idade própria.
(c) Está certa, pois a gratuidade do ensino público, com a promulgação da Constituição
de 1988, deixou de ser obrigatória, sendo facultado o exercício das atividades de ensino
pela inciativa privada.
(d) Está errada, pois os Estados e o Distrito Federal devem atuar, exclusivamente, no
ensino médio e fundamental, de sorte que o governador do Estado Alfa não poderia
adotar medida que viesse a atingir, indistintamente, todos os alunos da educação básica.
Gabarito: Letra A
Comentário: A resposta correta é a letra A, conforme a previsão do art. 208, §2º, CF,
(o não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular,
importa responsabilidade da autoridade competente). Logo, pode ensejar na
responsabilização do governador do Estado.

DICA 53
FAMÍLIA
Considerando que a família é a base da sociedade brasileira, a Constituição Federal confere
à família proteção especial.

STF: reconhecimento da união estável entre homem e mulher, ainda que do mesmo
sexo, que tenham como objetivo a formação de entidade familiar.

Ordenamento jurídico assegura a proteção a cada um dos integrantes da entidade


familiar, criando instrumentos para coibir a violência no âmbito das relações familiares
e domésticas, bem como garante a proteção da vítima nesses casos.

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DICA 54
BENS PÚBLICOS - BENS PÚBLICOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

São bens da União:

os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e


construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental,
definidas em lei;

os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que


banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a
território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias
fluviais;

as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias
marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, EXCLUÍDAS, destas, as que contenham
a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade
ambiental federal, e as referidas no art. 26, II (Bens dos Estados);

os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

o mar territorial;

os terrenos de marinha e seus acrescidos;

os potenciais de energia hidráulica;

os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos
hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no
respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva,
ou compensação financeira por essa exploração.
A faixa de até 150 km (cento e cinquenta quilômetros) de largura, ao longo das fronteiras
terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do
território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.

Incluem-se entre os bens dos Estados:

as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito,


RESSALVADAS, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;

as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio,


EXCLUÍDAS aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
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as ilhas fluviais e lacustres NÃO pertencentes à União;

as terras devolutas NÃO compreendidas entre as da União.


DICA 55
BENS PÚBLICOS EM ESPÉCIE – CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO DOMÍNIO
Adotamos a classificação do professor Celso Antônio Bandeira de Mello por ser a mais
utilizada em certames públicos e seguido pelo restante da doutrina.

Bens do domínio hídrico:

Águas correntes;

Águas dormentes;

Potenciais de energia hidráulica.

Bens do domínio terrestre:

Do solo;

Do subsolo.
BENS PÚBLICOS EM ESPÉCIE – CONCEITOS IMPORTANTES:

Terrenos de Marinha e acrescidos: São áreas que, banhadas pelas águas do mar ou
dos rios navegáveis, em sua foz, se estendem a distância de 33 metros para a área
terrestre, contados da linha do preamar médio do ano de 1831. Conforme o art. 20,
VII, da CRFB, os terrenos de marinha e seus acrescidos, pertencem à União.

A utilização privativa, por particulares, dos terrenos de marinha, se efetua


mediante enfiteuse ou aforamento, como ocorre com casas ou prédios de apartamentos na
orla marítima. Os terrenos acrescidos de marinha, segundo o art. 3° do DL 9.760/46, são
os que se tiverem formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e
lagoas, em seguimento aos terrenos de marinha.

Ilhas: As ilhas costeiras e oceânicas foram incluídas entre os bens da União pela
CRFB. Pertencem aos Estados as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que
estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Município ou
terceiros (art. 26, II, da CRFB). A EC nº 46/05 retirou da União o domínio de terrenos nas
ilhas sedes de municípios, mas não afetará as áreas de marinha e as áreas tituladas como
da União nas ilhas sede de município.

Águas Públicas: São aquelas de que se compõem os mares, os rios e os lagos de


domínio público. A CRFB apresenta partilha de águas entre a União e os Estados. Assim,
são do domínio da União os lagos, rios e quaisquer correntes de água que (i) estejam em
terreno de seu domínio; (ii) banhem mais de um Estado; (iii) façam limites com outros
países; (iv) se estendam a território estrangeiro ou dele provenham (art. 20, III, CRFB/88).

Aos Estados pertencem o domínio das demais águas públicas. Segundo o texto
constitucional, pertencem-lhes o disposto no art. 26, I, da CRFB/88. Nenhuma referência
foi feita na CRFB/88 sobre o domínio do Município sobre as águas públicas. Como a divisão
constitucional abrangeu todas as águas, é de considerar-se que não mais tenha aplicação o
art. 29 do Código de Águas (Decreto 24.643/34), quando admitiu pertencerem aos
Municípios as águas situadas em seu território

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DICA BÔNUS
BENS PÚBLICOS EM ESPÉCIE – CONCEITOS IMPORTANTES E ASPECTOS
JURÍDICOS

Terras Devolutas: Em sentido jurídico, terras devolutas são aquelas que não se acham
aplicadas a algum uso público NEM se encontram no domínio particular por
qualquer título legítimo. Se enquadram como bens dominicais. Tanto a União, como
Estados e Municípios possuem terras devolutas. Aquelas indispensáveis à defesa das
fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à
preservação ambiental, definidas em lei, pertencem à União.

SÚMULA 477 DO STF

“As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos Estados,
autorizam, apenas, o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se
mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores”.
Terras indígenas: Entre os bens da União incluem-se as terras tradicionalmente
ocupadas pelos indígenas (art. 20, XI, da CF). No título dedicado à Ordem Social, a
Constituição tem um capítulo denominado "Dos índios", com dispositivos que explicitam
a questão dessas terras (art. 231 e seus parágrafos).

SÚMULA 480 DO STF

“Pertencem ao domínio e administração da União, nos termos dos artigos 4, IV, e 186,
da Constituição Federal de 1967, as terras ocupadas por silvícolas”.

SÚMULA 650 DO STF

“Os incisos I e XI do art. 20 da CF não alcançam as terras de aldeamentos extintos,


ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto”.

Art. 231, CF/88 (...)


§ 3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a
pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados
com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-
lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
§ 4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos
sobre elas, imprescritíveis.

Terrenos reservados (expressão criada pela doutrina): são terrenos à margem


dos rios navegáveis, federais ou não, o que pode ser entendido pela interpretação da
Súmula 479 do STF.

SÚMULA 479 DO STF

“As margens dos rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis de expropriação e,
por isso mesmo, excluídas de indenização”.

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DIREITOS HUMANOS

DICA 56
MULHERES

A violência contra mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.
A Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a
mulher, adotada pela ONU e promulgada pelo Brasil pelo Decreto 4377/2002, busca
eliminar:
Toda a distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou
resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher,
independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos
direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural
e civil ou em qualquer outro campo.
A Convenção possui um protocolo facultativo, que permite a apresentação de
denúncias sobre violação dos direitos por ela consagrados.
Nasce para os Estados, a responsabilidade de eliminar discriminação e assegurar
igualdade em relação aos homens.
A Lei 9.029/95 que proíbe a exigência de atestados de gravidez e esterilização, e outras
práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica
de trabalho e rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, dá o direito à
reparação pelo dano moral e se quiser, a reintegração.
DICA 57
CRIANÇAS
As crianças são consideradas mais frágeis, necessitando assim, de proteção e cuidados
especiais.
A Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada pela ONU e promulgada pelo
Brasil (Decreto n. 99.710/1990) possui grande relevância para a proteção dos direitos
existentes hoje.
Para a Convenção, não existe distinção de criança e adolescente, considera criança,
todo ser humano com menos de dezoito anos, previsão diferente da que consta no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Prevê o direito à vida; liberdade de expressão (não é absoluto); manifestação do
pensamento; privacidade e honra, importância dos meios de comunicação; integridade
física e moral; educação e imagem, igualdade e liberdade.
DICA 58
ÍNDIOS
O documento internacional para proteção da comunidade indígena é a Convenção 169 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT) promulgada pelo Brasil através do Dec.
n.5051/2004 (revogado pelo Decreto nº10.088/2019).
O Estatuto do índio possui o propósito de preservar a sua cultura e integralos,
progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional.
É assegurada aos índios e suas comunidades, a proteção das leis do país, nos termos em
que se aplicam aos demais brasileiros.

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A autorização para exploração mineral em terras indígenas é de competência
exclusiva do Congresso Nacional (art. 49, XVI, CF).
São considerados nulos os atos praticados entre o índio não integrado e qualquer pessoa
estranha à comunidade indígena quando não tenha havido assistência do órgão tutelar
competente, salvo se o índio revele consciência e conhecimento do ato praticado, desde
que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos.
Os índios são considerados isolados, em vias de integração e integrados.
São consideradas terras indígenas, as terras ocupadas ou habitadas pelos silvícolas, áreas
reservadas e as terras de domínio das comunidades indígenas e ou de silvícolas.
DICA 59
LGBTQIA+
A sigla corresponde a uma evolução ao longo do tempo, mostrando a importância da
singularidade dos indivíduos que integram cada um dos grupos, cada letra possui
um significado, lésbica; gay; bissexuais; travestis; queer; intersexuais; assexual e o +
abarca outras siglas, como pansexuais, não binários, entre outros.

O reconhecimento se deu por conta da necessidade de reafirmação da não


discriminação independentemente de orientação sexual.

Por tratar de um tema relativamente novo, não há muitas legislações, sendo necessário
recorrer a jurisprudência para a resolução do conflito levado ao judiciário.
O Decreto 9.883/2019 dispõe sobre o Conselho Nacional de Combate à Discriminação e o
trabalho do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoções dos Direitos de
Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais, que estabelece na resolução 12/2015.
Em relação ao transgênero, um ponto importante é o direito ao nome social, foi aprovado o
Decreto n. 8727/2016, que reconhece o nome social e a identidade de gênero.
DICA 60
PRESOS
A defesa dos direitos dos presos é um ponto bastante crítico, de um lado, o preconceito e o
pensamento de que os presos deveriam sofrer privação de garantias e direitos individuais e
do outro, a militância dos direitos humanos, que prevê a proteção da dignidade da pessoa
humana.
O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade. Assim, afigura-se
ofensa à dignidade do preso, bem como desrespeito à lei, impedir a visita da esposa ou
companheira àquele que se encontra preso.

O preso tem assegurado pela Constituição Federal o respeito à integridade física


e moral, e não poderá ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante
A constituição assegura também às presidiárias serão asseguradas condições para que
possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação.
Ao preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
lhe assegurada a assistência da família e de advogado.

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DIREITO INTERNACIONAL

DICA 61
REGRAS DE CONEXÃO NO BRASIL
A legislação brasileira apresenta regras ou elementos de conexão para a aplicação e
resolução do caso concreto.

Para o começo e fim da personalidade; nome; capacidade e direitos de família =


domicílio da pessoa.

Impedimentos dirimentes e formalidades para casamento no Brasil = aplicada a lei


brasileira.

Regime de bens (legal ou convencional) /invalidade de matrimônio = lei do primeiro


domicílio conjugal.

Qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes = lei do país em que


estiverem situados.

Qualificar e reger as obrigações = lei do país em que se constituírem.

Obrigação a ser executa no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada,
admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

Sucessão por morte ou por ausência = lei do país que domiciliado o defunto ou o
desaparecido.

Se o bem estiver situado no Brasil e a lei brasileira for favorável para os herdeiros, esta
prevalecerá.

Organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações


= lei do estado em que se constituírem.

Ilícito extracontratual: lei do local da prática do ato.

DICA 62
AUTONOMIA DA VONTADE
As partes podem escolher o direito aplicável ou a jurisdição que será utilizada no caso de
uma controvérsia, conforme previsão do art. 25 do Código de Processo Civil.

A autonomia da vontade, não poderá ser aplicada nos casos de competência


internacional exclusiva.

A competência internacional serve para estabelecer os limites dos tribunais


estrangeiros na jurisdição brasileira, a competência pode ser concorrente (ambas podem
ser acionadas) ou exclusiva (somente a brasileira pode ser acionada).

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Na concorrente, é considerado competente o juiz estrangeiro e o brasileiro para
conhecer e julgar a causa, que será executada no Brasil após a homologação da sentença
estrangeira. É o caso das situações previstas no art. 12 da LINDB e arts. 21, 22 e 24 do
CPC.

Na exclusiva cabe ao judiciário brasileiro conhecer e julgar a demanda, assim,


mesmo que a estrangeira seja acionada, a sentença não poderá ser homologada no
Brasil. A competência exclusiva é prevista no art. 12 § 1º e art. 23 do CPC.
DICA 63
APLICAÇÃO INDIRETA DO DIREITO ESTRANGEIRO
São os casos em que há solicitação para diligência ou execução de sentença no Brasil. A
aplicação indireta poderá ocorrer por meio da cooperação jurídica internacional.
A cooperação jurídica internacional serve para solicitar a outro país alguma medida
judicial, investigativa ou administrativa necessária para o caso, já em andamento.
Deverá observar, conforme previsão no art. 26 do CPC, as garantias do devido processo
legal, igualdade de tratamento, publicidade processual, existência de uma autoridade
central e espontaneidade da transmissão.

Na ausência de tratado prevendo a cooperação, ela poderá ser estabelecida com base na
reciprocidade.

A cooperação não poderá contrariar ou produzir efeitos incompatíveis com as normas


fundamentais do Estado brasileiro e o Ministério da Justiça exercerá as funções de
autoridade central.
Os objetivos estão previstos no art. 27 do CPC, de forma exemplificativa.
As medidas objeto da cooperação podem ser realizadas em três vias, o auxílio direto,
carta rogatória e homologação de sentença.
DICA 64
AUXÍLIO DIRETO E CARTA ROGATÓRIA

O auxílio direto é a via utilizada quando a medida não decorrer diretamente de decisão
de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. Já a
carta rogatória é um pedido estabelecido a órgão jurisdicional de outro país, para que este
colabore na prática de um determinado ato processual.
O auxílio é solicitado pelo estado estrangeiro para a autoridade central e pode ser
solicitado para obtenção e prestação de informações colheita de provas ou para qualquer
outra medida não proibida pela lei brasileira.
Caso a medida não necessite de prestação jurisdicional, a própria autoridade centra deverá
providenciar o cumprimento, caso necessite de prestação jurisdicional, a competência é a
da justiça federal do local da execução da medida.

A legislação brasileira prevê que a decisão estrangeira poderá ser executada no Brasil
por meio da carta rogatória, mas o cumprimento da carta ocorre a partir da concessão do
exequatur, que é o juízo de admissibilidade realizado pelo STJ.
O exequatur funciona como uma “ordem de execute-se”.

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DICA 65
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA
É a terceira via de aplicação indireta, possibilita a execução da sentença de outro país
seja realizada aqui no Brasil.
Não é cabível o julgamento do mérito, é realizado apenas um juízo e deliberação, para
análise dos requisitos formais, que estão presentes nos arts. 15 da LINDB e 963 do CPC.
Os requisitos são: sentença proferida por autoridade competente; citação regular; ser eficaz
no país que foi proferida. não ofender a coisa julgada brasileira e nem a ordem pública;
possuir tradução oficial e ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

STJ homologa a sentença após análise dos requisitos e expede uma carta de sentença
ao juízo federal para a execução da sentença estrangeira.

É possível a homologação de uma decisão não judicial (natureza jurisdicional).

A sentença pode ser homologada parcialmente.

A sentença de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de


homologação e qualquer juiz é competente para examinar a validade da decisão.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

DICA 66
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Depósito do montante integral: Causa de suspensão do crédito tributário. O


contribuinte para discutir o crédito deposita o valor devido, ficando livre do pagamento de
correção e juros. Pode ser realizado no âmbito judicial ou administrativo. O depósito
é sempre faculdade do agente, não sendo obrigatório porque no Brasil não existe mais a
cláusula “solve et repet” (exigência de pagamento para posterior discussão do débito),
porque compromete direito de acesso à justiça. É também direito subjetivo do sujeito
passivo, não precisa requerer autorização do juízo. Mas caso a pessoa escolha realizar o
depósito tem que ser integral e em dinheiro.

SÚMULA 112 STJ:

O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em


dinheiro.
Integral: valor exigido pelo fisco.
Em dinheiro: não basta fiança bancária/ seguro-garantia/ garantia antecipada, pois
esses instrumentos não são equiparáveis.

DICA 67
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Reclamações e recursos: CAUSAS de suspensão do crédito tributário. Enquanto


perdurar julgamento do processo administrativo que discuta a exigibilidade do crédito (se
discute qualquer outra coisa não suspende), a exigibilidade do crédito tributário fica
sobrestada. Leis reguladoras do processo tributário administrativo podem regular a forma
com que ocorrerá a suspensão (prazos, condições, etc.), porém, não podem afastá-la, já
que a suspensão deriva do CTN. Assim, pode-se afirmar que toda relação e todo recurso no
âmbito do processo administrativo fiscal possuem efeito suspensivo e impedem que a
Fazenda Pública exija o crédito tributário do contribuinte, até que sobrevenha a decisão
definitiva no processo.
Apresentação de recurso intempestivo não enseja a suspensão da exigibilidade do crédito e
do prazo prescricional (STJ, AgRg no EDcl no REsp 1313765).
Nesse procedimento administrativo Fazenda não pode exigir depósito prévio ou arrolamento
de dinheiro ou bens. Esse depósito era “condição da ação”, o que é vedado (era percentual
do débito).

SÚMULA VINCULANTE 21

É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens


para admissibilidade de recurso administrativo.

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SÚMULA 373 STJ:

É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.

DICA 68
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Concessão de Liminar em MS, tutelas de urgência ou de evidência: CAUSA de


suspensão do crédito tributário.

Art. 151. CTN- Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

Mandado de segurança: é impetrado na hipótese em que há direito líquido e certo


violado ou ameaçado, desde que exista prova pré-constituída desse direito.

Tutela de urgência ou evidência: visa assegurar resultado útil ao processo ou


antecipar gozo de direito inequívoco/ extremamente provável.
DICA 69
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Parcelamento: causa de suspensão do crédito tributário.

Art. 151. CTN- Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


V – o parcelamento

O parcelamento possui dois principais efeitos:

Requerimento de adesão parcelamento interrompe o prazo prescricional.

Art. 174 CTN Parágrafo único. A prescrição se interrompe:


IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento
do débito pelo devedor;

O deferimento do parcelamento suspende o prazo prescricional e a exigibilidade do


pagamento por quanto tempo ele perdurar.
DICA 70
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
O parcelamento somente pode ser concedido por meio de lei específica do ente que detém
competência tributária, porque atividade de cobrança é vinculada, assim a autoridade não
pode parcelar para cada contribuinte de um jeito.
Lei deve estabelecer requisitos para o parcelamento (quem, qual tributo, quais condições
do parcelamento, número máximo de parcelas, e valor mínimo da parcela).

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DICA 71
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
O artigo 156 do CTN estabelece formas de extinção do crédito tributário. O crédito, assim,
pode ser extinto quando for satisfeito (pagamento, dação de bens imóveis, etc.), quando
for desconstituído (decisão administrativa ou judicial), quando perdoado (remissão) ou
ainda quando precluso o direito do fisco lançar ou cobrar o crédito (prescrição e
decadência).
A extinção do crédito tributário faz extinguir a obrigação correspondente. Já́ para as
obrigações acessórias temos o art. 113 CTN, que esclarece que essas se extinguirão com o
simples adimplemento das prestações positivas ou negativas ali elencadas, ou seja, fazer,
não fazer ou tolerar que se faça.
DICA 72
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Pagamento: causa de extinção do crédito tributário. O pagamento é a primeira e


principal causa da exclusão do crédito tributário.
Pagamento deve ser feito em dinheiro, sendo vedado o pagamento em trabalho (princípio
da dignidade da pessoa humana) ou em natura (realizado com o próprio bem que é objeto
da tributação, viola princípio da vedação ao confisco).
Os efeitos da mora (multa pelo atraso + juros + correção) são automáticos, não sendo
requerido qualquer atuação do credor para constituir o devedor em mora.
É possível também que a fiscalização aplique multas de ofício quando apuradas infrações
(tributos não pagos e não declarados, ou pagos a menor), ou multas isoladas (infração a
obrigação acessórias).
DICA 73
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
No âmbito tributário, ao pagar uma parcela, não se presumem pagas as anteriores.
Igualmente, ao se pagar um tributo de um exercício inteiro, não se presumem pagos os
demais exercícios.
O pagamento de um tributo não faz presumir o pagamento de outros.
CUIDADO!

Note-se que o fato de inexistir tal presunção relativa não significa que a Fazenda Pública
deva negar-se a receber um pagamento parcial de crédito tributário, pelo contrário, é esse
mesmo dispositivo (art. 158, do CTN) que autoriza recebimento de qualquer valor pago pelo
contribuinte.

Art. 158. CTN O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento:


I - quando parcial, das prestações em que se decomponha;
II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.

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DICA 74
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

REGRAS PARA O PAGAMENTO DO TRIBUTO:

Quem paga (devedor): sujeito passivo da relação jurídico tributária (contribuinte ou


responsável).

A quem se paga (credor): sujeito ativo (ente competente ou quem possui a capacidade
tributária ativa).

Local de pagamento: se lei tributária não dispuser de modo contrário, o local do


pagamento é na repartição pública competente no domicílio do DEVEDOR. Dívida
tributária é portável. Art. 159. CTN Quando a legislação tributária não dispuser a respeito,
o pagamento é efetuado na repartição [na repartição pública] competente do domicílio do
sujeito passivo.

Meio de pagamento: dinheiro (moeda nacional, cheque, vale postal). Lei pode exigir
garantia para pagamento em cheque/postal, desde que não torne obrigação mais onerosa
do que em moeda. Pagamento pode ser feito em estampilha, papel selado ou processo
mecânico, quando previsto em lei. Como se prova o pagamento: recibo, autenticação
bancária, certidão negativa expedida pela Fazenda.

DICA 75
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Prazo de Pagamento: Se a lei não estabelecer de forma diversa, o pagamento do


tributo deve se dar em 30 dias após a notificação. Esse prazo somente pode ser aplicado
no lançamento de ofício ou por declaração, pois no lançamento por homologação o sujeito
passivo antecipa o pagamento do tributo antes de qualquer ação da autoridade, nesse caso
lei deve estabelecer o prazo para o pagamento. Notificação pode ser ficta, ente pode publicar
no diário oficial a data do vencimento, ou se o ente comprova que enviou o boleto no
endereço correto.

Art. 160. CTN Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o
vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito
passivo notificado do lançamento.
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do
pagamento, nas condições que estabeleça. Lei pode estabelecer desconto em razão do
vencimento antecipado.

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DICA 76
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

TAXA DE JUROS: O crédito não pago de forma extemporânea é acrescido de juros de


mora, sem prejuízo da sanção cabível. Os juros são automáticos. Se a lei do ente não
dispuser de modo diverso, ela será de 1% ao mês. No âmbito federal, fixou-se a taxa
Selic. Não há juros quando está pendente a consulta, dentro do prazo do pagamento.

Art. 161. CTN - O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de
mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das
penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei
ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são
calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2º O disposto neste artigo não se aplica na
pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do
crédito.

TEMA 1062 STF:

Os estados/DF podem legislar sobre índice de correção e taxa de juros de mora incidente
sobre seus créditos fiscais, limitando-se aos percentuais estabelecidos pela União para o
mesmo fim (ARE 1216078).

DICA 77
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: IMPUTAÇÃO AO PAGAMENTO

Imputação ao pagamento: qual débito considera-se extinto primeiro quando o


pagamento não for identificado – autoridade definirá a qual parcela se refere. Deve
observar ordem.

Art. 163. CTN - Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo
sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo
ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a
autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a
respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas:
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos
decorrentes de responsabilidade tributária;
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e pôr fim aos impostos;
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;
IV - na ordem decrescente dos montantes.

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DECORAR A ORDEM:

1º: Débitos de obrigação própria e em segundo lugar aos decorrentes de


responsabilidade tributária.

2º: olhar em que o serviço público atuou mais diretamente em prol do contribuinte
– contribuição de melhoria > taxa > impostos. Não menciona empréstimo compulsório e
contribuição especial.
Em prova subjetiva pode adotar que os empréstimos compulsórios e contribuições seriam
pagos juntos com os impostos, pois maioria deles não são vinculados. Ou então pode
adotar que deve se observar a próxima regra.

3º: pagar o que prescreve primeiro (pagos pequenos de prescrição pagos antes dos
maiores).

4º: pagar os tributos de maior montante primeiro (paga os maiores débitos depois os
menores).

DICA 78
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: COMPENSAÇÃO

Compensação: Art. 156. CTN - Extinguem o crédito tributário: II – a compensação;


Extinção do crédito tributário realizado pelo encontro de débitos/créditos (que nem
sempre precisam ser de credores/devedores recíprocos (art. 368 CC/02). Inclusive
contribuinte pode optar por receber por compensação o indébito.

SÚMULA 461 STJ:

O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o
indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado.

A compensação deve ser prevista em lei e deve possuir despacho do poder executivo
autorizando. Requisitos:

Lei específica do ente competente para instituir o tributo autorizando e impondo


requisitos para compensação; alguns contribuintes, em Estados que não possuem lei
autorizando a compensação, têm entrado em juízo para pedir aplicação por analogia da lei
federal, mas isso não é possível, pois a compensação está inserida na competência tributária
de cada ente. Sendo assim, não havendo permissivo legal, o tributo recolhido em excesso
deve ser objeto de pedido de restituição (art. 165 do CTN).

Existência de créditos líquidos quanto ao seu valor e certo quanto à sua existência;

Existência de créditos vencidos ou vincendos contra Fazenda Pública; CTN


permite a compensação de créditos vincendos, ou seja, que estarão a vencer no futuro,
desde que se aplique a taxa de juros de maneira retroativa, para saber quanto ele
efetivamente vale naquela data (ou seja, os juros serão abatidos naquele crédito) –
percentual dos juros não pode ser inferior a 1% ao mês.
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Art. 170. CTN - A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja
estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação
de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito
passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito
passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não
podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por
cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento.

Identidade de partes (créditos recíprocos).

SÚMULA 464 STJ:

A regra de imputação de pagamentos estabelecida no art. 354 do CCB/2002 não se aplica


às hipóteses de compensação tributária.

DICA 79
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: TRANSAÇÃO
Art. 156. CTN - Extinguem o crédito tributário: III - a transação;

Causa de extinção do Crédito Tributário em que há um acordo em que há distribuição de


ônus e vantagens a ambos os polos da relação jurídica (art.840 CC/02).

Depende de lei autorizativa.


CTN apenas abre a possibilidade de transação terminativa do litígio, nunca preventiva.

Art. 171. CTN - A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e
passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas,
importe em determinação de litígio e consequente extinção de crédito tributário. Parágrafo
único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso.
Assim, para a realização da transação deveria existir lei autorizativa e a existência
de litígio pendente (judicial ou administrativo), com concessões mútuas.
Atualmente falta regulação para transação fiscal (PL 5082/09).

DICA 80
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: REMISSÃO

Remissão: hipótese de extinção do crédito tributário: perdão da dívida pelo credor (art.
385, CC). Traduz-se na liberação graciosa (unilateral) da dívida pelo Fisco, e depende da
existência de lei específica para sua aplicação. No caso do ICMS faz se ainda necessária à
celebração de convênio (art. 150, parágrafo 6º). Remissão não gera direito adquirido.
Legislador deve observar balizas autorizativas circunstanciais previstas no artigo 172 do
CTN, ou seja, hipóteses em que será autorizada a remissão. Assim, com base nessas
circunstâncias o legislador fixará critérios objetivos para a remissão.

Art. 172. CTN - A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
I - à situação econômica do sujeito passivo;

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II - ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
III - à diminuta importância do crédito tributário;
IV - a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais
do caso;
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-
se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

Os motivos acima elencados fazem parte de rol não exaustivo, ou seja, lei específica
pode autorizar a concessão de remissão em outras hipóteses ali não previstas, desde que
razoável.

A remissão causa de extinção do crédito tributário (abrange tanto o tributo como a


penalidade). É diferente da anistia/isenção que são causas de exclusão do crédito tributário
(impede o nascimento do crédito tributário). Alguns doutrinadores conceituam a remissão
como sendo a causa de extinção do tributo e a anistia como sendo o perdão de penalidade.

Remissão parcial: é possível. Seria o desconto que é dado pela Fazenda a determinado
crédito. Deve ser previsto em lei por ser hipótese de remissão parcial.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

DICA 81
AGENTES PÚBLICOS - ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO

Uma segunda classificação pode ser encontrada, embora menos usual:

Agentes administrativos: aqueles que estão sujeitos à uma hierarquia constitucional,


independente de a administração pública ser direta ou indireta. Os servidores públicos e
empregados públicos em geral são exemplos de agentes administrativos;

Agentes delegados: recebem um encargo estatal com a finalidade de prestação de


prestação de determinado serviço. Como exemplo de agentes delegados temos os leiloeiros
e os concessionários;

Agentes honoríficos: aqueles requisitados para temporariamente desempenharem


uma função pública. Os mesários e os jurados são exemplos desse tipo de agente;

Agentes credenciados: são os que recebem a incumbência da administração para


representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante
remuneração do poder público credenciante. São exemplos de agentes credenciados os
professores substitutos e os médicos credenciados.
DICA 82
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - AGENTES PÚBLICOS - ACESSO
Conforme o artigo 37, inciso I, da CF/88, os cargos, empregos e funções públicas são
acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como
aos estrangeiros, na forma da lei.
Os editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem,
salvo em situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores
constitucionais. Assim, caso uma pessoa que tenha uma tatuagem que faça apologia ao
nazismo por exemplo, será excluída do certame público.
Os requisitos para acesso aos cargos públicos devem ser comprovados na data da POSSE.

ATENÇÃO!

Nos concursos para magistratura e Ministério Público, o requisito da atividade jurídica


deve ser comprovado na data da inscrição definitiva.

DICA 83
CONCURSO PÚBLICO
Segundo dispõe o inciso II, do artigo 37, a investidura em cargo ou emprego público
depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma previstas em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração.
Exige-se concurso público para o provimento de cargos e empregos na administração
pública direta e indireta.

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Para nomeação em cargo em comissão, não se faz necessária a aprovação em concurso
público.
O candidato aprovado dentro do número de vagas tem direito subjetivo à nomeação.
DICA 84
INGRESSO SEM CONCURSO PÚBLICO
Pode haver ingresso em cargo público sem concurso? SIM! Nas hipóteses de cargos
em comissão;
Contudo, é importante não confundir o cargo em comissão com a função de confiança;

O cargo em comissão pode ser ocupado por qualquer pessoa e não depende de
concurso, pois é de livre nomeação e exoneração;

A função de confiança também não depende de concurso público, todavia, devem ser
exercidas apenas por servidores ocupantes de cargo efetivo;
Importante saber também que parte dos cargos em comissão devem ser preenchidos por
servidores de carreira, em percentual definido em lei;
Vamos à esquematização?

CARGO EM COMISSÃO FUNÇÃO DE CONFIANÇA

Prescinde de concurso público Prescinde de concurso público

Podem ser ocupados por qualquer pessoa,


Exercidas EXCLUSIVAMENTE por ocupantes
mas parte dos cargos será reservado a
de cargo efetivo
servidores de carreira (cargo efetivo)

Atribuições de direção, chefia e Atribuições de direção, chefia e


assessoramento assessoramento

DICA 85
CONCURSO PÚBLICO
A exclusão do candidato que esteja respondendo a inquérito policial e ação penal não
transitada em julgado fere o princípio da presunção de inocência.
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à
época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso
público.
Caso seja cobrado no concurso matéria não prevista no edital, é possível que incida
controle judicial nesse caso.
Em respeito ao princípio da legalidade, somente será possível sujeitar candidato a exame
psicotécnico quando houver previsão legal.
É obrigatório a previsão de vagas em concurso público para pessoas portadoras de
deficiência. A Lei 8.112/90 prevê que serão reservadas até 20% das vagas.

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DICA 86
CARGOS EM COMISSÃO E NEPOTISMO
O nepotismo ofende os princípios da moralidade e da impessoalidade, devendo a
vedação a esta prática ser observada por todos os Poderes da República e por todos os
entes da Federação, independentemente de lei formal.
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade,
até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo
em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração pública
direta e indireta, em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, caracteriza NEPOTISMO.
DICA 87
REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES
Os servidores públicos podem ser remunerados por meio de subsídios, vencimentos ou
salários.

Subsídio: forma de remuneração fixada em parcela única, sem acréscimo de qualquer


gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória. É remuneração obrigatória para os agentes públicos.

Vencimentos: é a remuneração percebida pelos servidores públicos, em sentido estrito.

Salários: é a forma remuneratória paga aos empregados públicos, contratados sob o


regime celetista.

TETO REMUNERATÓRIO CONSTITUCIONAL (art. 37, inc. XI):

Segundo dispõe esse dispositivo:

A remuneração de todo funcionalismo público está sujeita a um teto


remuneratório, que é o subsídio dos Ministros do STF.

Existem subtetos remuneratórios nos Estados, Distrito Federal e Municípios.

Estados e no Distrito Federal, o subteto é variável por Poder.

Poder Executivo, o limite é o subsídio do Governador.

Poder Legislativo, o limite é o subsídio dos deputados estaduais e distritais.

Poder Judiciário, o limite é o subsídio dos desembargadores do Tribunal de


Justiça (esse limite também se aplica aos membros do Ministério Público, aos
Procuradores e aos Defensores Públicos).

Municípios, a remuneração DE TODOS os servidores e empregados públicos têm


como limite o subsídio do Prefeito.

Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário NÃO poderão


ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o


efeito de remuneração de pessoal do serviço público.
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O artigo 37, inciso XV, garante a irredutibilidade salarial.
DICA 88
ACUMULAÇÃO DE CARGOS
Em regra, é vedada acumulação de cargos públicos. A proibição de acumular estende-se
a funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedade de economia
mista, suas subsidiário, e sociedades controladas, direta e indiretamente, pelo poder
público.

EXCEÇÕES À VEDAÇÃO À ACUMULAÇÃO DE CARGOS:

Dois cargos de professor;

Um cargo de professor com outro técnico ou científico;

Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas.

DICA 89
MANDATO ELETIVO
É permitido ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, assumir
cargo eletivo.

Na hipótese de cargos do Executivo ou do Legislativo Federal, Estadual ou Distrital,


ocorrerá o afastamento do cargo efetivo ou em comissão, função ou emprego público. A
remuneração percebida será a do cargo eletivo.

Na hipótese do cargo de prefeito, ocorrerá o afastamento do cargo efetivo ou em


comissão, função ou emprego público. Já a remuneração poderá ser a do cargo eletivo ou
a do cargo efetivo ou em comissão, função ou emprego público, de acordo com a opção do
servidor.

Quando o cargo eletivo for de vereador, caso haja compatibilidade de horários,


poderá ocorrer a acumulação do cargo político com o cargo efetivo ou em comissão, função
ou emprego público. Caso não haja compatibilidade, será afastado do cargo efetivo ou
em comissão, função ou emprego público, podendo optar pela remuneração de
qualquer um deles.
DICA 90
REGIME JURÍDICO
Segundo o artigo 39, a União, os Estados, o DF e os Municípios instituirão, no âmbito de
sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
Para fixação da remuneração dos servidores, será observada a natureza, o grau de
responsabilidade e a complexidade do cargo; os requisitos para sua investidura e suas
peculiaridades.

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DICA 91
ESTABILIDADE E PERDA DO CARGO
Segundo dispõe o artigo 41, caput, o servidor público nomeado para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público adquire a estabilidade após 03 anos de efetivo
exercício.
O servidor público ocupante de cargo em comissão não possui estabilidade.

Após esse período, o servidor somente perderá o cargo nas seguintes hipóteses:

Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

Mediante Procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei


complementar, assegurada ampla defesa.
DICA 92
VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO
A vacância do cargo público é o ato que torna o cargo VAGO, podendo ser ocupado por
outro servidor.

O cargo público pode se tornar vago em sete hipóteses, conforme Mnemônico:


PARE PDF:

P Promoção

A Aposentadoria

R Readaptação

E Exoneração

P Posse em cargo inacumulável

D Demissão

F Falecimento

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DICA 93
RESUMO DE PROVIMENTO

PROVIMENTO DICA MODO

Nomeação Entrada no serviço público Originário

Promoção Evolução na carreira Derivado

Readaptação Limitação física ou mental Derivado

Reversão Volta do aposentado Derivado

Volta do que estava em


Aproveitamento Derivado
disponibilidade

Volta do injustamente
Reintegração Derivado
demitido

Recondução Retorno ao cargo anterior Derivado

DICA 94
RESUMO DE VACÂNCIA

VACÂNCIA DICA

Promoção Evolução na carreira

Aposentadoria Idade ou invalidez

Readaptação Limitação física ou mental

Exoneração A pedido ou compulsória

Posse em cargo inacumulável Saída de um cargo para outro

Demissão Processo judicial

Falecimento

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DICA 95
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA – DESAPROPRIAÇÃO -
DIREITO DE PROPRIEDADE
O direito de propriedade trata-se de um direito historicamente reconhecido como um
direito natural do indivíduo.

Além disso, no Brasil é reconhecido pela CF/88 como um direito fundamental, porém,
devendo atender a sua função social:

Art. 5°, XXII - é garantido o direito de propriedade;


XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

Do mesmo modo, o Código Civil prevê em seu artigo 1.228 o direito de propriedade,
entretanto, também preconiza a possibilidade de desapropriação:

Art. 1.228 - O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito
de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades
econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o
estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e
o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. (...)
§ 3º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de DESAPROPRIAÇÃO, por
necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso
de perigo público iminente.

DICA 96
CONCEITO DE DESAPROPRIAÇÃO

Para Celso Antônio Bandeira de Mello, a definição de desapropriação é: “como o


procedimento através do qual o Poder Público, fundado em:

Necessidade pública;

Utilidade pública; ou

Interesse social.
Compulsoriamente despeja alguém de um bem certo, normalmente adquirindo-o para si,
em caráter originário, mediante indenização prévia, justa e pagável em dinheiro, salvo no
caso de certos imóveis urbanos ou rurais, em que, por estarem em desacordo com a função
social legalmente caracterizada para eles, a indenização far-se-á em títulos da dívida
pública, resgatáveis em parcelas anuais e sucessivas, preservado seu valor real.

Forma de aquisição originária da propriedade (bem livre e desembaraçado): a


desapropriação, segundo ampla maioria da doutrina, é forma originária de aquisição da
propriedade, o que significa que é, por si mesma, suficiente para instaurar a propriedade
em favor do Poder Público, independentemente de qualquer vinculação com o título jurídico
do anterior proprietário.

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DICA 97
CONCEITO DE DESAPROPRIAÇÃO ESQUEMATIZADO

A Constituição Federal em seu art. 5º, inciso XXIV, prescreve que:

A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade


pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

Necessidade pública: tem por principal característica uma situação de urgência, cuja
melhor solução será a transferência de bens particulares para o domínio do Poder Público.

Utilidade pública: se traduz na transferência conveniente da propriedade privada para


a Administração. Não há o caráter imprescindível nessa transferência, pois é apenas
oportuna e vantajosa para o interesse coletivo. O Decreto-lei 3.365/41 prevê no
artigo 5º as hipóteses de necessidade e utilidade pública sem diferenciá-los, o que
somente poderá ser feito segundo o critério da situação de urgência. O bem será utilizado
diretamente pelo Estado.

Interesse social: segundo Hely Lopes "o interesse social ocorre quando as
circunstâncias impõem a distribuição ou o condicionamento da propriedade para
seu melhor aproveitamento, utilização ou produtividade em benefício da
coletividade ou de categorias sociais merecedoras de amparo específico do Poder Público.
Esse interesse social justificativo de desapropriação está indicado na norma própria (Lei
4.132/62) e em dispositivos esparsos de outros diplomas legais. O que convém assinalar,
desde logo, é que os bens desapropriados por interesse social não se destinam à
Administração ou a seus delegados, mas sim à coletividade ou, mesmo, a certos
beneficiários que a lei credencia para recebê-los e utilizá-los convenientemente".

DICA 98
COMPETÊNCIAS

Para legislar sobre desapropriação: Trata-se de competência privativa da União,


como se vê abaixo no preceito constitucional:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


II - desapropriação;

Para declarar a desapropriação:

Utilidade pública ou o interesse social: a União, os Estados, os Municípios, o Distrito


Federal e os Territórios.

Interesse social para fins de reforma agrária: a competência para a sua declaração
é privativa da União ou por uma de suas entidades da Administração indireta, nos termos
do art. 184, CF/88.

Desapropriação confiscatória: prevista no art. 243 da Carta Magna, é privativa da


União, podendo ser delegada à pessoa jurídica de sua Administração indireta.

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Competência executória: legitimidade para promover efetivamente a
desapropriação, providenciando todas as medidas e exercendo as atividades que
culminarão na transferência da propriedade.
Estabelece o art. 3º do Decreto-Lei nº 3.365/41 que, além da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e das entidades da Administração indireta desses entes políticos, os
delegatários podem propor a ação, desde que estejam expressamente autorizadas em
lei ou contrato.
DICA 99
OBJETO DA DESAPROPRIAÇÃO
Podem ser objeto de desapropriação as coisas passíveis de direito de propriedade, ou seja,
todo bem móvel ou imóvel, público ou privado, corpóreo ou incorpóreo, incluindo-
se aqui até mesmo direitos em geral.

Ex.: desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo.

Desapropriação de Bens Públicos: figura-se possível a desapropriação de bens


públicos, desde que, além de ser precedida de autorização legislativa da pessoa jurídica
Expropriante, seja observada a direção vertical das entidades federativas, isto é, a União
pode desapropriar bens dos Territórios, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
os Estados podem desapropriar bens do Município, desde que este esteja situado em sua
dimensão territorial, conforme previsto no art. 2º, § 2º, do DL nº 3.365/41.
DICA 100
SUJEITOS DA DESAPROPRIAÇÃO

Polo ativo da desapropriação (expropriante): pode figurar o ente federativo, ou


seja, o Poder Público, sendo possível a delegação de sua competência, com exceção quanto
à produção do ato expropriatório, sendo este denominado Expropriante.

Polo passivo da desapropriação (expropriado): normalmente trata-se do particular,


proprietário do bem ou direito objeto da desapropriação.
Contudo, a lei enuncia que a pessoa jurídica de direito público também pode ser sujeito
passivo, visto que é possível a desapropriação de bem público (art. 2º, § 2º do DL
3.365/41). Entretanto, deve-se ter em mente sempre a autonomia dos entes federativos,
sendo necessário lei que o autorize.
Portanto, o expropriado poderá ser pessoa física ou jurídica, pública ou privada.
DICA 101
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA

Conceito: Trata-se de direito pessoal da Administração por meio do qual o Estado utiliza
bens móveis, imóveis e serviços particulares em situação de perigo público iminente. A
requisição poderá ser civil ou militar.
É obrigatória a constatação do perigo público iminente, que coloque em risco a
coletividade. A situação de perigo não se restringe às ações humanas.

Requisição civil: visa a evitar danos à vida, à saúde e aos bens da coletividade.

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Memorex OAB – Exame XXXVIII – Rodada 06
Requisição militar: visa resguardar segurança interna do País e a manutenção da
Soberania Nacional.

ATENÇÃO!

Independente da natureza da requisição (se civil ou militar) será SEMPRE obrigatória a


constatação do perigo público iminente.

Conforme preconizado pela Carta Magna de 1988:

Art. 5°, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;

Art. 22, III – Compete privativamente à União legislar sobre (...) requisições civis e
militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;

Lembrando que o Art. 1.228, § 3º, do Código Civil prevê que o proprietário pode ser privado
da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse
social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.

Extinção da Requisição: teoricamente, somente se dará quando cessada a situação


de iminente perigo público. Assim, a requisição é transitória.
DICA 102
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
Trata-se de uma modalidade de intervenção por prazo determinado, na qual o Poder
Público usa temporariamente imóveis privados como meio de apoio à execução de
obras e serviços públicos, afetando a exclusividade do direito de propriedade.
Diferentemente do que ocorre na requisição, aqui NÃO há uma situação de perigo público
iminente. Vale mencionar que somente a ocupação temporária vinculada à
desapropriação exige indenização. Caso contrário, a indenização fica condicionada à
existência de dano.

Ex.: Obras em estradas para alocação de máquinas de asfalto e outros; uso de escolas,
clubes e outros estabelecimentos privados por ocasião das eleições ou por alguma
necessidade pública (art. 136, II, da CRFB/88).

NECESSIDADE DE ATO INSTITUIDOR: Não há consenso doutrinário a respeito do


tema, ao contrário, existem divergências sobre a necessidade ou não de ato formal para a
instituição desta modalidade de intervenção. Pode-se citar que para a professora Lucia Valle
Figueiredo, o ato é autoexecutório; já para Diógenes Gasparini, há a necessidade de ato
instituidor.
OBS.: sobre isso deve-se ter especial cuidado no momento da prova, qualquer
afirmativa absoluta para qualquer das posições tornará, provavelmente, a questão passível
de recurso.

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DICA BÔNUS
QUADRO RESUMO – SERVIDÃO ADMINISTRATIVA, REQUISIÇÃO, OCUPAÇÃO
TEMPORÁRIA, LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA

Servidão Ocupação Limitação


Requisição
administrativa temporária administrativa

Atos legislativos
Natureza Direito ou
Direito real Direito pessoal
Jurídica pessoal administrativos
de caráter geral

Bens móveis,
Bens imóveis Interesses
Objeto imóveis e Bens imóveis
alheios públicos abstratos
serviços

Prazo Indeterminado Transitório Transitório Indeterminado

Ato formal
Atos (necessidade
Acordo ou autoexecutórios de realização Leis de caráter
Instituição
decisão judicial (iminente perigo de obras e geral
público) serviços
públicos)

Prévia e Só se houver
Só se houver
Indenização condicionada (no prejuízo. É NÃO há
prejuízo
caso de prejuízo) posterior

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DIREITO AMBIENTAL

DICA 103
DA RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA EM DELITOS AMBIENTAIS
O art. 225, § 3º da Constituição Federal prevê que “as condutas e atividades consideradas
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
A seu turno, o art. 3º da Lei 9605/98 prescreve que “as pessoas jurídicas serão
responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei,
nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
OBS.: Grande polêmica existente sobre este tema é acerca da possibilidade de
responsabilizar penalmente a pessoa jurídica sem imputar concurso com pessoas
físicas (representante legal, administrador ou executor).
O STJ já exigiu a necessidade da condenação a ambos (dupla imputação).
Atualmente, a jurisprudência dominante do STF e do STJ entendem pela possibilidade da
responsabilização penal somente da pessoa jurídica ainda que não identificada ou não
condenada a pessoa física (RE 548.181 e RMS 39.173/BA, respectivamente).
DICA 104
DAS PENAS APLICÁVEIS À PESSOA JURÍDICA

Em caso da prática de infração ambiental por pessoa jurídica, são aplicáveis as


seguintes sanções:
Multa.
Penas Restritivas de Direitos: consistentes em suspensão de atividades quando não
estiverem obedecendo às normativas relativas à proteção do meio ambiente; Interdição
Temporária de Estabelecimento, Obra ou Atividade sem licença ou operando com violação
à licença ou à Lei; e Proibição de Contratar com o Poder Público e dele obter subsídios,
subvenções ou doações por até 10 anos.
Prestação de Serviços à Comunidade (a lei traz como espécie autônoma de pena, quando
na verdade deveria ser uma espécie de pena restritiva de direitos): custeio de programas e
de projetos ambientais; obras de recuperação de áreas degradadas; manutenção de
espaços públicos; e contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
DICA 105
DO CRIME DE MAUS-TRATOS/ABUSO A ANIMAIS

Conforme previsão do art. 32 da Lei 9.605/98, configura crime: praticar ato de abuso,
maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou
exóticos.
A pena desse crime é de detenção de 3 meses a 1 ano, e multa.
Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo,
ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

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ATENÇÃO!

à novidade legislativa trazida pela Lei nº 14.064/2020. Quando se tratar de cão ou


gato, a pena será de reclusão, de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda.

OBS.: Em caso de morte do animal a pena ainda é aumentada de um 1/6 a 1/3.


DICA 106
DO CRIME DE POLUIÇÃO
Prevê o art. 54 da Lei 9605/98 a conduta criminosa de causar poluição de qualquer
natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou
que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora.
A pena de tal crime é de reclusão, de 1 a 4 anos e multa.
Em caso de o crime ser praticado na modalidade culposa, a pena será de detenção de 6
meses a 1 ano e multa.

A pena ainda será de reclusão de 1 a 5 anos se o crime:

tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos
habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;

causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de


água de uma comunidade;

dificultar ou impedir o uso público das praias;

ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou


substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou
regulamentos;

for cometido por quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente,
medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

DICA 107
DOS FUNDAMENTOS E DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS
HÍDRICOS
CUIDADO! É necessária muita atenção para não confundir os fundamentos e os
objetivos, as provas sempre buscam misturá-los a fim de trazer confusão aos candidatos.

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Vejamos as tabelas abaixo:

A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos


(6):

a água é um bem de domínio público;

a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;

em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano


e a dessedentação de animais;

a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;

a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de


Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos;

a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do
Poder Público, dos usuários e das comunidades.

Por outro lado, são 4 os objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:

assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões


de qualidade adequados aos respectivos usos;

a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário,


com vistas ao desenvolvimento sustentável;

a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou


decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.

incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais.

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DIREITO CIVIL

DICA 108
MOMENTO DA SUCESSÃO
A morte é o marco do fim da personalidade. Há uma universalidade de direitos atrelada
à personalidade de alguém que permanece na órbita jurídica: créditos, propriedade, posse,
entre outros. Contudo, a pessoa que dela era titular perdeu a aptidão de sê-lo. Dessa forma,
no exato momento do fim da personalidade, isto é, com o óbito, abre-se a sucessão
(art. 1.784, CC).
OBS: A sucessão em sentido estrito deve ser entendida como a transferência para
herdeiros, em um único momento, de toda a universalidade de direitos de que o falecido
era titular, ainda que os herdeiros desconheçam essa universalidade ou a sua condição
(princípio da saisine).
DICA 109
SUCESSÃO POR PARENTESCO
Herdam por parentesco os sucessores de sucessão legítima, ou seja, os herdeiros
necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge). A eles deve ser separado, pelo
menos, metade do patrimônio do falecido. O art. 1.788, CC determina que haverá́ sucessão
legítima se: a pessoa morreu sem deixar testamento; se há bens não incluídos no
testamento; se há disposição testamentária inválida ou ineficaz.
TOME NOTA: São herdeiros facultativos os colaterais até o quarto grau. Pode ser
que estes não recebam nada, caso o falecido disponha de toda a sua herança via
testamento.
DICA 110
PARENTESCO
Parentesco é a relação que une determinado grupo de pessoas a ancestrais comuns (art.
1.593, CC). Pode ser por sangue (relação biológica), por lei (adoção, inseminação) e por
relação socioafetiva (reconhecida pela doutrina e jurisprudência).

Tipos de parentesco:
Parentesco Natural (consanguíneo): pessoas que possuem vínculo biológico, por
terem origem no mesmo tronco comum.
Parentesco por Afinidade: existente entre um cônjuge ou companheiro e os
parentes do outro cônjuge ou companheiro.

Parentesco Civil: decorrente de outra origem, que não seja a consanguinidade ou a


afinidade, conforme disposto no art. 1.593 do CC.

ATENÇÃO!

Marido e mulher não são parentes. A relação entre eles é de vínculo conjugal que
nasce com o casamento e dissolve-se pela morte de um dos cônjuges, pelo divórcio ou
pela anulação do matrimônio.

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DICA 111
FORMAS DE PARENTESCO

O parentesco pode ser em linha reta ou linha colateral:

Parentesco em Linha Reta: são as pessoas que estão umas para com as outras na
relação de ascendentes e descendente (art. 1.591, CC).

Ex.: Pais e Filhos.

Parentesco em Linha Colateral: são as pessoas, até o quarto (4º) grau, provenientes
de um só́ tronco, sem descenderem uma da outra (art. 1.592, CC).

Ex.: Irmãos.
OBS: Na linha reta não há limite de parentesco, mas na linha colateral o limite é até
o 4º grau.
DICA 112
VOCAÇÃO HEREDITÁRIA
Vocação hereditária é a convocação de pessoa com direito à herança, para que receba
o patrimônio deixado pelo falecido. A abertura da sucessão confere direito sucessório a
quem tenha vocação hereditária. Se o indivíduo quiser ter o direito, ele aceita. Se ele não
quiser, ele renúncia.
TOME NOTA: Para que ocorra a vocação hereditária, o legitimado a suceder tem que
sobreviver ao autor da herança. É o chamado princípio da coexistência segundo o qual
o legitimado a suceder tem que existir no momento em que a sucessão é aberta.
DICA 113
SUCESSÃO LEGÍTIMA
Na sucessão legítima, há uma ordem de convocação dos herdeiros prevista no art. 1.829,
CC. Os primeiros são os descendentes. Caso haja descendentes de graus distintos, os de
grau mais próximo preferem aos de grau mais remoto, resguardado o direito de quem
sucede por representação (art. 1.833, CC).
O concebido no momento da abertura da sucessão tem vocação hereditária (art. 1798,
CC). Ele é considerado um herdeiro, desde que ocorra o nascimento (expectativa de
direito).
DICA 114
ACEITAÇÃO DA HERANÇA
Embora o princípio da saisine determine a transferência da propriedade desde a morte
do titular, é preciso que haja uma manifestação de vontade no sentido de confirmar
aquela posição de herdeiro ou de legatário. Desde a abertura da sucessão até o ato de
aceitação, há um período denominado delação ou devolução da herança.

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A aceitação pode ser expressa ou tácita:

Expressa - ocorre quando por escrito o herdeiro declara sua vontade em receber a
herança, mediante declaração pública ou particular.

Tácita - se dá por meio do comportamento processual do sucessor que é incompatível


com o ato de não aceitar a herança. É um ato positivo em favor do herdeiro.
DICA 115
RENÚNCIA DA HERANÇA
A renúncia é o ato pelo qual o sucessor não aceita a sua parte na herança. Sua renúncia
tem que ser total, pura e simples e não admite retratação.

A renúncia pode ser:

Abdicativa ou propriamente dita: é aquela onde o sucessor repudia o benefício.


Esse ato retroage à data da abertura da sucessão, de forma que o referido sucessor será
excluído da sucessão. O quinhão hereditário é devolvido ao monte.

Translativa ou ad favorem: é quando o sucessor renuncia em benefício de outro


sucessor.
ATENTE-SE! Não confunda!
A renúncia, diferentemente da aceitação, só́ pode ser feita de forma expressa. A lei exige
instrumento público ou termo judicial (art. 1.806, CC). Não observada a forma, a
renúncia é considerada nula.
DICA 116
INDIGNIDADE
A indignidade é a exclusão de direito hereditário imposta por lei em razão da prática de
um dos atos previstos no art. 1.814, CC.

SÃO EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO OS HERDEIROS OU LEGATÁRIOS:

que houverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa


deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente
ou descendente;

que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em


crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;

que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de


dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.

DICA 117
PERDÃO DO OFENDIDO
Pode o ofendido (autor da herança) conceder perdão ao indigno, desde que o faça de forma
expressa e em testamento ou documento autêntico (escritura pública ou escrito
particular com pelo menos 2 testemunhas) (art. 1.818, CC)
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ATENÇÃO!

Ainda que não haja reabilitação expressa, se o ofendido contemplou o indigno em seu
testamento, após conhecer a causa de indignidade, o indigno poderá sucedê-lo no
limite da disposição testamentária. Ele pode, porém, ser excluído da sucessão
legítima, pois essa disposição do testamento não é considerada como reabilitação tácita.

DICA 118
DESERDAÇÃO
A deserdação tal qual a indignidade, é uma causa de exclusão do herdeiro. A diferença é
que, em razão do art. 1.961, CC, a deserdação somente se aplica em desfavor dos
herdeiros necessários que pratiquem atos de deserdação (arts. 1.692 e 1.693, CC).
Os efeitos da exclusão por indignidade também são os efeitos da deserdação.
IMPORTANTE: A deserdação apenas pode ser feita pelo autor da herança por meio
do testamento.
DICA 119
CONTAGEM DOS GRAUS DE PARENTESCO

Em Linha Reta: O parentesco na linha reta é contado na medida em que se sobe


(linha reta ascendente) ou se desce (linha reta descendente) na linha reta (art. 1.594,
CC). Cada geração é igual a 1 grau. Assim, neto e avô são parentes em 2º grau na linha
reta e pai e filho são parentes de 1º grau.

Em linha Colateral: Na contagem de graus de linha colateral observa-se o


ascendente em comum. Sobe-se ao ascendente comum e desce ao parente colateral.
Deve-se subir ao máximo, até o parente comum, para depois descer e encontrar o parente
procurado. O mínimo de parentesco colateral é de 2º grau. Ex.: irmãos.
DICA 120
ESPÉCIES DE SUCESSÃO HEREDITÁRIA

Por Direito Próprio: sucede-se por direito próprio quando se é herdeiro da classe
chamada. Desse modo, o filho herda do pai por direito próprio.

Por Direito de Representação: sucede-se por direito de representação quando se


toma o lugar de herdeiro pré-morto (1.851, CC) ou indigno da classe chamada (1.816, CC).

Ex.: Pedro morre em 2015, sem cônjuge, tendo tido uma filha chamada Ana e um filho
chamado Antônio. Ocorre que Antônio morreu em 2013 (antes de seu pai Pedro). Nesse
caso ocorrerá o instituto da pré-morte e do direito de representação. Assim, os filhos vivos
que Antônio tiver deixado (os netos de Pedro) irão entrar na partilha, devendo receber a
cota-parte correspondente que Antônio teria direito (50%, dividido igualmente entre eles),
enquanto Ana, tia deles, receberá os outros 50%.

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DICA 121
FORMAS DE PARTILHA

A PARTILHA PODE SER POR 3 (TRÊS) FORMAS:

Por cabeça: dá-se em partes iguais entre herdeiros da mesma classe.

Ex.: João morre e seus três filhos vão herdar por direito próprio e por cabeça 33% do
patrimônio de João, por serem seus parentes mais próximos.

Por estirpe: herdam por estirpe os que sucedem em graus diversos por direito de
representação.

Ex.: João morre e tem um filho pré-morto que deixou (1.835, CC). Aqueles que
descendem por estirpe estão representando alguém.

Por linhas: a partilha por linhas só ocorre quando são chamados os ascendentes.

Ex.: João morre sem descendentes e cônjuge, seus pais igualmente já morreram, mas
a avó paterna está viva, e o avô e a avó materna também. Então caberá́ metade à avó
paterna e metade aos outros dois avôs maternos (§§ 1º e 2º do 1.836, CC).

DICA 122
HERANÇA LEGÍTIMA
O cálculo da legítima deve observar o abatimento das dívidas e do funeral do falecido (art.
1847, CC).
IMPORTANTE! Colação de bens são os bens doados a herdeiro necessário durante a
vida do falecido. Se não forem declarados como bens da parte disponível, por
testamento, devem ser colados ao patrimônio do espólio para serem partilhados (art.
2.006, CC).
DICA 123
DOAÇÃO
A doação pura é um ato de liberalidade. Já a doação remuneratória refere-se a um
contrato oneroso, de forma que não significa adiantamento da legítima (art. 2.011,
CC).

ATENÇÃO!

A doação feita a pessoa que não era herdeira necessária, ainda que se torne
posteriormente, não é considerada adiantamento de herança (art. 2.005, § único, CC).

Ex.: doação de avô para neto.

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DICA 124
SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
Testamento é um negócio jurídico unilateral, solene, cujos efeitos só́ serão produzidos na
data da morte.

Existem duas modalidades de testamento:

Testamentos Ordinários: realizados em situação que não são consideradas


excepcionais. Se dividem em particulares, cerrados e públicos.

Testamentos Especiais: contemplados pela lei por estarem em situações especificas.


São os testamentos marítimo, aeronáutico ou militar.
DICA 125
TESTAMENTOS ORDINÁRIOS

Existem três modalidades de testamentos ordinários:

Público: realizado por tabelião em livro notarial. Possui fé pública e publicidade. Tem que
ser escrito em português, pois é um documento oficial. São necessárias 2 (duas)
testemunhas. O deficiente visual ou analfabeto só poderá testar por meio do testamento
público.

Cerrado: redigido pelo próprio testador, sujeito à confirmação por tabelião.


O testamento fica lacrado (cerrado) e sua abertura somente ocorrerá após a morte do
testador. Se violado o lacre, o testamento será considerado REVOGADO (art. 1.972, CC).
Necessária a presença de 2 (duas) testemunhas. Poderá́ ser escrito em língua
estrangeira.

Particular: Redigido pelo próprio indivíduo, sem intervenção de tabelião, na presença de


3 (três) testemunhas. Quando falecer, o testamento será́ apresentado em juízo e os
herdeiros legítimos poderão contestá-lo.
Pode ser redigido em língua estrangeira, desde que as testemunhas compreendam.

DICA 126
CLÁUSULAS TESTAMENTÁRIAS
ATENTE-SE!! Não é permitido ao testador estabelecer cláusula de inalienabilidade,
impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima, salvo se houver
justa causa, declarada no testamento (art. 1.848, CC).

Inalienabilidade - suprime do titular o poder de dispor do bem.

Impenhorabilidade - se dá quando é retirada da coisa a aptidão de responder por


dívidas. Dessa forma, não poderá́ ser objeto de constrição judicial.

Incomunicabilidade - afasta o direito à meação na comunhão universal dos bens. O


bem gravado de incomunicabilidade será́ somente da pessoa contemplada no testamento,
se tornando incomunicável.

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DICA 127
REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO
Salvo a perfilhação, qualquer manifestação de vontade em testamento é revogável, total
ou parcialmente, por novo testamento feito na mesma forma do anterior. Não havendo
cláusula revogatória expressa, só́ se considera revogado aquilo que for incompatível com o
testamento anterior (art. 1.970, § único, CC).
OBS: A revogação produzirá seus efeitos, ainda quando o testamento, que a encerra,
vier a caducar por exclusão, incapacidade ou renúncia do herdeiro nele nomeado. Ou seja,
a cláusula revogada não volta a produzir efeitos (art. 1.971, CC).
DICA 128
PARTILHA DOS BENS

Partilha Extrajudicial: É feita sempre que os herdeiros forem capazes e estiverem de


acordo com a divisão. A escritura pública valerá como título translativo daquela
propriedade, podendo ser averbada no RGI, utilizada para sacar depósito de dinheiro em
nome do falecido. Não havendo alguns desses requisitos, a partilha terá́ que ser judicial.

Partilha Judicial: Feita quando não houver consenso entre herdeiros ou na existência
de herdeiro incapaz. Se os bens forem indivisíveis ou de difícil divisão, é possível realizar
uma alienação judicial, partilhando-se posteriormente os valores apurados (art. 2.019, CC).
DICA 129
HERANÇA JACENTE E VACANTE

Herança Jacente: é aquela cujos sucessores não são conhecidos ou que não foi aceita
pelas pessoas com direito à sucessão. A jacência constitui fase provisória e temporária, de
expectativa de aparecimento de herdeiros. Consiste num acervo de bens administrado por
um curador, sob fiscalização do juiz, até que se habilitem os herdeiros ou se declare a
vacância.

Herança Vacante: é aquela que, após a realização de todas as diligências e passado um


ano da publicação de editais, não há o comparecimento de interessados, deferindo-se os
bens ao ente público designado em lei (Município ou Distrito Federal). Até que se complete
o período de cinco anos, o ente público tem a propriedade resolúvel dos bens.
DICA 130
PETIÇÃO DE HERANÇA
Segundo a súmula 149 do STF é imprescritível a ação de investigação de paternidade,
mas não o é a de petição de herança.
O prazo para interposição da Ação de Petição de Herança é de 10 (dez) anos, contados da
abertura da sucessão, momento no qual se transmitem os bens aos herdeiros, legítimos ou
ainda não legitimados, e que nasce o ato lesivo a eles, reconhecidos ou não, quando da
morte do de cujus (STJ. 4ª Turma. AREsp 479. 648).

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DICA 131
FALECIMENTO DO AUTOR DA INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE
IMPORTANTE!
Ocorrido o falecimento do autor da ação de investigação de paternidade cumulada com
nulidade da partilha antes da prolação da sentença, sem deixar herdeiros necessários,
detém o herdeiro testamentário, que o sucedeu a título universal, legitimidade e interesse
para prosseguir com o feito, notadamente, pela repercussão patrimonial advinda do
potencial reconhecimento do vínculo biológico do testador (STJ. 3ª Turma. REsp 1.392.314-
SC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/10/2016).
DICA 132
REGIMES SUCESSÓRIOS ENTRE CÔNJUGE E COMPANHEIRO
O art. 1.790, do CC foi declarado inconstitucional pelo STF, pois prejudicava o regime
sucessório do companheiro. Assim, tanto o cônjuge quanto o companheiro possuem os
mesmos direitos sucessórios.
No sistema constitucional vigente, é inconstitucional a diferenciação de regimes
sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o
regime estabelecido no artigo 1.829 do Código Civil. (STF. Plenário. RE 646721/RS, Rel.
Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso e RE 878694/MG, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgados em 10/5/2017 (repercussão geral) (Info 864).

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DICA 133
REMISSÃO E EXTINÇÃO
É um procedimento diferenciado para apuração dos atos infracionais.
Pode incluir, eventualmente, a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto
a colocação em regime de semiliberdade e a internação.
A remissão pode ser pré-processual/ministerial, ofertada pelo Ministério Público e
homologada pelo magistrado, o adolescente e seu representante deverão consentir. Poderá
ser também processual ou judicial, ocorre quando o procedimento já tiver iniciado e a
remissão implicará na extinção ou suspensão do processo.

A medida socioeducativa será declarada extinta:

pela morte do adolescente;

pela morte do adolescente;

pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cumprida em regime fechado ou


semiaberto, em execução provisória ou definitiva;

pela condição de doença grave, que torne o adolescente incapaz de submeter-se ao


cumprimento da medida; e

nas demais hipóteses previstas em lei.

DICA 134
APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL – FASE POLICIAL
A apuração ocorre em três fases, a Policial, a de atuação do Ministério Público e a Judicial.
A fase policial se inicia com a apreensão do autor da infração, que será encaminhado para
a sede policial especializado. Se o mesmo for apreendido por decisão judicial, será desde
logo, encaminhado à autoridade judiciária.

Se o flagrante de ato infracional for cometido mediante violência ou grave ameaça a


pessoa, a autoridade policial, deverá:

lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente; apreender o produto


e os instrumentos da infração e requisitar os exames ou perícias necessárias à
comprovação da materialidade e autoria da infração.

O artigo 174 do ECA prevê que se comparecer qualquer dos pais ou responsável, o
adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de
compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério
Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando,

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pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer
sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.

Na hipótese de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adolescente


ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia de auto de apreensão ou
boletim de ocorrência, não sendo possível a apresentação imediata, deverá ser realizada
no prazo de vinte e quatro horas.

DICA 135
FASE DE ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
A defesa e o Ministério Público intervirão, sob pena de nulidade do procedimento
judicial de execução de medida socioeducativa.

Após as diligências policiais, o adolescente será apresentado ao Ministério Público que


poderá:
promover o arquivamento dos autos;
conceder a remissão;
representar à autoridade judiciária para aplicação de medida socioeducativa.
No caso de arquivamento ou concessão da remissão, os autos serão conclusos à
autoridade judicial para homologação. Em caso de discordância da autoridade judicial, os
autos serão remitidos ao Procurador-geral de Justiça, que oferecerá representação,
designará outro membro ou ratificará o arquivamento ou a remissão e a autoridade
judiciária estará obrigada a homologar.
Se for oferecida representação para aplicação de medida socioeducativa, esta será
encaminhada, por petição, com classificação do ato infracional a autoridade judiciária com
a proposta de instauração do procedimento para a aplicação da respectiva medida.

Prazo: máximo e improrrogável de 45 dias.


DICA 136
FASE JUDICIAL
Após a fase de atuação do Ministério Público, a autoridade judicial designara audiência de
apresentação do adolescente e decidira pela decretação ou não da internação.

O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da


representação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de
advogado.

Se não forem localizados pais ou responsáveis, será nomeado curador especial para o
adolescente.

Não localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e


apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação;

Caso o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da


notificação dos pais ou responsável.

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Regras para aplicação ou manutenção da medida de internação:

Não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional;

Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o


adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima;

Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em


repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações
apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de
responsabilidade.

DICA 137
CRIMES PRATICADOS CONTRA CRIANÇA E ADOLESCENTE

O Estatuto da Criança e do Adolescente destinou um capítulo para tratar dos crimes


praticados com ação ou omissão, praticados contra criança ou adolescente, sem exclusão
do que já prevê a legislação penal.
Os crimes são de ação pública incondicionada, independem da expressão da vontade da
vítima e são de competência do Ministério Público.

São considerados crimes:

omissão do registro de atividades ou do fornecimento da declaração de nascimento;

omissão de identificação do neonato e da parturiente ou de realização de exames


necessários;

privar a criança ou o adolescente de sua liberdade;

deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de


fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido
ou à pessoa por ele indicada;

deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de


criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão, entre
outros, previstos nos arts. 228 e seguintes do ECA.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

DICA 138
PRÁTICAS ABUSIVAS

As práticas abusivas vedadas estão expressas no art. 39 do CDC, cujo rol é considerado
meramente exemplificativo. Vejamos as hipóteses de vedação:

Proibição de venda casada: O fornecedor não poderá condicionar o fornecimento de


produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
causa, a limites quantitativos.
STJ - Compelir o consumidor a comprar dentro do próprio cinema todo e
qualquer produto alimentício, é situação que configura VENDA CASADA, limitando a
liberdade de escolha do consumidor, o que revela PRÁTICA ABUSIVA. (STJ. 3ª T., REsp
1331948/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 14/06/16).

Recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas


disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;

Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou


fornecer qualquer serviço. Em relação a essa prática comercial, temos Súmula do STJ
que prevê conduta abusiva na remessa de cartão de credito sem previa e expressa
solicitação do consumidor:
Súmula 532-STJ: Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito
sem prévia e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito
indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa.

DICA 139
PRÁTICAS ABUSIVAS

São práticas abusivas vedadas:

Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,


conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;

Exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva. Quanto a essa prática


abusiva, o artigo 51 do CDC informa o que seria considerada vantagem manifestamente
onerosa.

Executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do


consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;

Repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício


de seus direitos

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DICA 140
PRÁTICAS ABUSIVAS

São vedadas práticas abusivas de:

colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as


normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não
existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada
pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);

recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha


a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação
regulados em leis especiais. Nessa situação, há entendimento jurisprudencial de que a
SEGURADORA não pode recusar a contratação de seguro a quem se disponha a pronto
pagamento se a justificativa se basear unicamente na restrição financeira do consumidor
junto a órgãos de proteção ao crédito (STJ. 3ª Turma. REsp 1.594.024-SP, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 27/11/2018 (Info 640).

elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. A respeito desse tema, após
a Lei 13.455/17 foi permitida expressamente a diferenciação de preços e serviços em
função de prazo (pagamentos a vista podem ser mais baratos) ou do instrumento
de pagamento utilizado (cheque, cartão ou dinheiro).

DICA 141
DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO

A tutela do consumidor em juízo está prevista a partir do art. 81 do CDC e seguintes,


sendo que o referido capítulo é aplicável não apenas na esfera do direito do consumidor,
mas também para defesa de outros direitos difusos, coletivos, transindividuais.
Trata-se o microssistema de tutela de direitos coletivos em que se insere o direito do
consumidor, mas também as ações civis públicas, a ação popular, ações ambientais, ações
constitucionais.
DICA 142
DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO – INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS E
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
De acordo com o art. 81, do CDC, a defesa dos interesses e direitos dos consumidores e
das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. A defesa
coletiva, por sua vez, será exercida quando se tratar de:

Interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os


transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e
ligadas por circunstâncias de fato.
Flávio Tartuce, citando Rizzato Nunes explica que em relação aos direitos difusos, inexiste
uma relação jurídica base, mas são as CIRCUNSTÂNCIAS DE FATO que estabelecem a
ligação. Exemplo clássico: propaganda enganosa. Nessa situação, o simples fato do
consumidor ser exposto a uma publicidade enganosa já configura um direito difuso.
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Interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;

Um exemplo trazido por Tartuce é de um grupo de alunos de uma escola quando discutem
a reformulação da grade curricular.

Interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes


de origem comum.
De acordo com Tartuce, um tradicional exemplo dado pela doutrina a respeito de direitos
individuais homogêneos no campo consumerista diz respeito à aquisição, por diversos
consumidores, de veículo de uma determinada marca, ano e série com defeitos de
fabricação. Nesse exemplo é facilmente identificada a prevalência da dimensão coletiva
sobre a individual, considerando-se que a tese de defeito de fabricação aproveita a todos
os adquirentes, e para eles será fácil e simples provar o nexo de causalidade, bastando
provar o título de proprietários dos veículos.

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PROCESSO CIVIL

DICA 143
DOS FATOS IMPEDITIVOS/EXTINTIVOS DO DIREITO DE RECORRER
Trata-se de requisito negativo, ou seja, inexistir fato impeditivo ou extintivo do direito:

DESISTÊNCIA: A desistência impede o conhecimento do recurso. Conforme art.


998 do CPC, o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.
A qualquer tempo, desde que respeitada a boa-fé.
Não há necessidade de anuência da parte contrária ou dos litisconsortes.
ATENÇÃO, não confundir desistência do recurso com desistência da ação:

DESISTÊNCIA DO RECURSO DESISTÊNCIA DA AÇÃO

A qualquer tempo (art. 998),


salvo identificado interesse coletivo no
Até a sentença (art. 485, VIII e §5º).
prosseguimento do recurso ou má-fé
processual.

Independe da anuência dos recorridos ou Se já houve a contestação o réu precisa


litisconsortes. consentir. (art.VIII e §4º)

Renúncia: ocorre antes da interposição do recurso, motivo pelo qual é um fato extintivo
do direito de recorrer. Conforme art. 999 do CPC, A renúncia ao direito de recorrer
independe da aceitação da outra parte.

INFORMATIVO 671 DO STJ:

Inexistindo homologação judicial do pedido de renúncia, não se pode permitir a abertura


do prazo decadencial de dois anos para propor ação rescisória antes que ocorra a
indispensável intimação da parte interessada.

Aceitação da Decisão: pode ocorrer de forma expressa ou tácita. Sendo a aceitação


expressa, o vencido manifesta estar de acordo com a decisão. Por sua vez, a aceitação
tácita ocorre com a prática de ato incompatível com o direito de recorrer. Conforme o art.
1.000 do CPC, a parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.

Ex.: o cumprimento da decisão = preclusão lógica.


DICA 144
DOS RECURSOS EM ESPÉCIE PREVISTOS NO CPC/15

O CPC, em sua sistemática recursal, prevê os seguintes recursos:

Apelação;

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Agravo de Instrumento;

Agravo interno;

Embargos de Declaração;

Recurso Ordinário;

Recurso Extraordinário e Recurso Especial;

Agravo em Recurso Extraordinário e em Recurso Especial;

Embargos de Divergência em RE e REsp.

DICA 145
TÉCNICA DE AMPLIAÇÃO DO COLEGIADO
No CPC/15 não há mais previsão dos embargos infringente, porém passou a ser previsto o
chamado Julgamento Estendido.
Ocorre quando o acórdão de um julgamento não é unânime, é necessário convocar novos
julgadores e ampliar do colegiado e, somente após esse julgamento estendido, chegaremos
ao resultado final.
Conforme o art. 942 do CPC, “quando o resultado da apelação for não unânime, o
julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros
julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno,
em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,
assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões
perante os novos julgadores.”.
Sendo possível, o prosseguimento do julgamento acontecerá na mesma sessão,
colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do
prosseguimento do julgamento.

A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao


julgamento não unânime proferido em:

ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso,
seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento
interno;

agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o


mérito.

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Não se aplica a técnica de ampliação do colegiado ao julgamento:

do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas


repetitivas;

da remessa necessária;

não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial

DICA 146
DO CABIMENTO E REQUISITOS DA APELAÇÃO

A apelação será cabível contra sentença.


Essa determinação se aplica mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 (agravo
de instrumento) integrarem capítulo da sentença.
As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar
agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em
preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões. Caso as questões forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será
intimado para, em 15 dias, manifestar-se a respeito delas.
O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável
na apelação.
O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art.
1.015 integrarem capítulo da sentença.

A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:

os nomes e a qualificação das partes;

a exposição do fato e do direito;

as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;

o pedido de nova decisão.

O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias. Caso o


apelado interponha apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar
contrarrazões.
DICA 147
DAS DECISÕES DO RELATOR
Após cumpridas as formalidades, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz,
independentemente de juízo de admissibilidade.

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Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator:

decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V, quais
sejam:

não conhecer do recurso: inadmissível, prejudicado ou se não respeitou a


dialeticidade;

negar provimento ao recurso:


se a decisão contrariar súmula do STF/STJ e do próprio Tribunal.
se a decisão contrariar acórdão de recurso repetitivo/IRDR/IAC.

Dar provimento ao recuso:


se a sentença contrariar súmula do STF/STJ e do próprio Tribunal, recurso
repetitivo/IRDR/IAC.

se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do
recurso pelo órgão colegiado.

DICA 148
DO EFEITO SUSPENSIVO DA APELAÇÃO

A apelação terá efeito suspensivo.


Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente
após a sua publicação a sentença (ou seja, não tem efeito suspensivo) que:
homologa divisão ou demarcação de terras;
condena a pagar alimentos;
extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;

Súmula 317 do STJ:

É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra


sentença que julgue improcedentes os embargos.
julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
confirma, concede ou revoga tutela provisória;
decreta a interdição.

A vantagem de não ter o efeito suspensivo é o cumprimento provisório de sentença. Em


todas as outras hipóteses fora as acima citadas, a apelação possui efeito
suspensivo.

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O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser formulado por


requerimento dirigido ao:

tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição,


ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;

relator, se já distribuída a apelação.

A eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante


demonstrar:

a probabilidade de provimento do recurso; ou

sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

DICA 149
DO EFEITO DEVOLUTIVO DA APELAÇÃO

A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.


Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões
suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que
relativas ao capítulo impugnado.
Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um
deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
DICA 150
APELAÇÃO E A TEORIA DA CAUSA MADURA

Conforme o §3º do art. 1.013, se o processo estiver em condições de imediato


julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
reformar sentença fundada no art. 485 (julgamento sem resolução de mérito);
decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido
ou da causa de pedir;
constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;

decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

Informativo 590 do STJ:

Admite-se a aplicação da teoria da causa madura em julgamento de agravo de


instrumento. O Tribunal de origem reconheceu a apresentação de argumentos genéricos,
mas aplicou a teoria da causa madura, supriu o vício de fundamentação e manteve a
decisão recorrida.

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Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal,
se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o
retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
O objetivo é que o Tribunal resolva a situação em vez de devolver o processo para
primeira instância.
DICA 151
DA ALEGAÇÃO DE NOVAS QUESTÕES NA APELAÇÃO
O art. 1.014 do CPC prevê que “as questões de fato não propostas no juízo inferior poderão
ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força
maior.”.

O artigo acima permite que novas questões de fato sejam suscitadas em apelação,
ainda que não suscitadas no primeiro grau, desde que:
Fato superveniente;
Se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
DICA 152
DAS HIPÓTESES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem


sobre:

tutelas provisórias;

mérito do processo;

rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua


revogação;

exibição ou posse de documento ou coisa;

exclusão de litisconsorte;

rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à


execução;

redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;

outros casos expressamente referidos em lei.

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Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na


fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de
execução e no processo de inventário.

DICA 153
DA TAXATIVIDADE DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Existem situações que apesar de não previstas, necessitam de recurso de forma
imediata. Assim sendo, passou a entender o STJ que a taxatividade do rol do art. 1.015
do CPC deve ser mitigada.

Informativo 639 do STJ:

O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de
agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do
julgamento da questão no recurso de apelação.

DICA 154
DOS REQUISITOS DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por


meio de petição com os seguintes requisitos:
os nomes das partes;
a exposição do fato e do direito;
as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.
DICA 155
DA INSTRUÇÃO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

O art. 1.017 do CPC preconiza que a petição de agravo de instrumento será instruída:

obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que


ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva
intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;

com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos acima, feita


pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;

facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.


Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte
de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais.

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No prazo do recurso, o agravo será interposto por:

protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;

protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;

postagem, sob registro, com aviso de recebimento;

transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;

Nesse caso, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo da petição original.

outra forma prevista em lei.

Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a
admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932,
parágrafo único (prazo de 5 dias para sanar).
Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças tidas como obrigatórias,
facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a
compreensão da controvérsia.

Informativo 605 do STJ:

A disposição constante do art. 1.017, § 5º, do CPC/2015, que dispensa a juntada das
peças obrigatórias à formação do agravo de instrumento em se tratando de processo
eletrônico, exige, para sua aplicação, que os autos tramitem por meio digital tanto no
primeiro quanto no segundo grau de jurisdição.

DICA 156
PODERES DO RELATOR NO AGRAVO DE INSTRUMENTO

O art. 1.019 do CPC prevê que: Recebido o agravo de instrumento no tribunal e


distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV (não
conhecer de recurso inadmissível ou negar provimento), o relator, no prazo de 5 (cinco)
dias:
poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela,
total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de recebimento,
quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso
de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 dias,
facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso;
determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrônico,
quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 dias.

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DICA 157
DO AGRAVO INTERNO
Aduz o art. 1.021 do CPC que contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno
para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do
regimento interno do tribunal.
Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os
fundamentos da decisão agravada.
O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o
recurso no prazo de 15 dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a
julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada
para julgar improcedente o agravo interno.
Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente
em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o
agravante a pagar ao agravado multa fixada entre 1% e 5% do valor atualizado da causa.
LEMBRE-SE: A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito
prévio do valor desta multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade
da justiça, que farão o pagamento ao final.
A doutrina pacificou o entendimento que a aplicação dessa multa exige: manifesta
inadmissibilidade ou manifesta improcedência, reconhecida por votação unânime.

En. 358, FPPC: A aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, exige manifesta
inadmissibilidade ou manifesta improcedência.

Informativo 666 do STJ:

A multa do art. 1.021, § 4º, do CPC/2015 tem como destinatário a parte contrária e não
o Fundo de Aparelhamento do Poder Judiciário.

O agravo interno era previsto apenas nos Regimentos Internos, e o prazo de


interposição era, em regra, de 5 dias.
De acordo com o art. 1.070 do CPC, esse prazo agora foi unificado e é de 15 dias.
DICA 158
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E O SEU CABIMENTO
Os embargos de declaração diferenciam-se dos demais recursos pois podem ser opostos
em face de qualquer decisão, seja ela interlocutória, sentença, acórdão e mesmo
despachos, salvo decisão de Presidente de Tribunal acerca da admissibilidade de recursos
especiais.

Informativo 886 do STF:

Não cabem embargos de declaração contra decisão de presidente do tribunal que não
admite recurso extraordinário.

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Consoante jurisprudência desta Declaração oferecidos contra admissibilidade do Recurso
desta Corte Superior, os Embargos de decisão de juízo prévio admissibilidade do
Recurso Especial são manifestamente incabíveis.
Entretanto, excepcionalmente, naqueles casos em que a decisão de inadmissibilidade do
Recurso Especial é genérica, a ponto de inviabilizar a interposição de Agravo, é que é cabível
a oposição dos Embargos de Declaração. (STJ, AgInt no AREsp 1.529.119/2020)

Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:

esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício
ou a requerimento;

corrigir erro material.

Considera-se omissa a decisão que:

deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em


incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;

incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º (decisões não


fundamentadas).

Os embargos serão opostos, no prazo de 5 dias, em petição dirigida ao juiz, com


indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a
preparo.
En. 360, FPPC: A não oposição de embargos de declaração em caso de erro material na
decisão não impede sua correção a qualquer tempo.

DICA 159
PROCEDIMENTO DO EMBARGOS DECLARATÓRIOS

Caso os Embargos de Declaração sejam opostos contra:


decisão de 1º grau: o mesmo juiz é quem irá julgar o recurso.
decisão de Tribunal.
Decisão monocrática: embargos declaratórios serão decididos monocraticamente;
Contra decisão colegiada: apresentação dos embargos declaratórios “em mesa” na sessão
subsequente e, em caso de não ocorrer o julgamento nesta sessão, será incluído em pauta
automaticamente.
O §1º do art. 1.024 traz a expressão “em mesa” significa que os embargos não precisarão
ser colocados em pauta de julgamento, autorizando um julgamento mais célere.

Enunciado 650, FPPC: Os embargos de declaração, se não submetidos a julgamento na


primeira sessão subsequente à sua oposição, deverão ser incluídos em pauta.

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DICA 160
INTERPOSIÇÃO DOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS SIMULTANEAMENTE A
RECURSOS ESPECIAIS
Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão
embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária
tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da
modificação, no prazo de 15 dias, contado da intimação da decisão dos embargos de
declaração.
Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do
julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do
julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente
de ratificação.

SÚMULA 579, STJ:

Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento


dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior.

Interpretando a súmula a contrário senso, havendo alteração do resultado anterior, é


necessário pelo menos a ratificação do recurso.
Por outro lado, não havendo alteração ou se forem rejeitados os embargos de declaração,
não se faz necessária a ratificação.
DICA 161
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIOS
Esse recurso muitas vezes é utilizado de forma protelatória por se tratar de recurso de
efeito interruptivo e sem preparo.

A fim de evitar essa situação, a lei previu que a proposição de embargos declaratórios
manifestamente protelatórios enseja:
multa de até 2% do valor da causa atualizado;
reiteração (Embargos protelatórios + Embargos protelatórios):
ampliação da multa até 10% e depósito da multa como condição para outros recursos,
(exceto Fazenda Pública e justiça gratuita que pagarão ao final), além de vedação de novos
embargos declaratórios.

En. 361, FPPC: Na hipótese do art. 1.026, § 4º, não cabem embargos de declaração e,
caso opostos, não produzirão qualquer efeito.

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PARA FIXAR E NÃO CONFUNDIR ALGUMAS MULTAS

Manifestamente
inadmissível ou
Agravo Interno De 1 a 5% do valor da causa
improcedente, por votação
unânime

Embargos Manifestamente
Até 2% do valor da causa
Declaratórios protelatórios

Majoração da multa para até


10%
Reiteração de Depósito da multa como
Manifestamente
Embargos condição para interposição de
protelatórios
Declaratórios outros recursos;
Vedado a interposição de
novos embargos declaratórios.

DICA 162
DO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA
É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa
necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito,
com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a
requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso,
a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado
que o regimento indicar.
O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência
originária se reconhecer interesse público na assunção de competência.
ATENTE-SE! O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os
juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.
Aplica-se o IAC quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja
conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do
tribunal.

Informativo 659 do STJ:

É inadmissível incidente de assunção de competência no âmbito do STJ fora das


situações previstas no art. 947 do CPC/2015.

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DICA 163
CABIMENTO DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
O incidente de resolução de demandas repetitivas – IRDR, é cabível quando houver
simultaneamente:
efetiva repetição de processos versando sobre uma mesma questão unicamente de
direito;
risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica;
OBS.: É indispensável ainda a presença de um requisito negativo: que os tribunais
superiores não tenham afetado RE/REsp para julgamento através do rito dos repetitivos.
A instauração do IRDR ocorre nos tribunais de justiça e tribunais regionais federais, não
pode ser instaurado no âmbito dos Tribunais Superiores.

Informativo 658 do STJ:

Não cabe a instauração de IRDR se, quando a parte requereu o incidente, o Tribunal já
havia julgado o mérito do recurso e estava pendente agora apenas os embargos de
declaração contra a decisão.

O requerimento de instauração do IRDR é dirigido ao Presidente do Tribunal:


Pelo juiz ou relator por ofício;

Pelas partes por petição;


Pela Defensoria Pública por petição;
Pelo Ministério Público por petição;
O MP intervirá obrigatoriamente caso não seja o requerente, devendo assumir a
titularidade da ação em caso de abandono ou desistência daquele que a propôs.
OBS.: A desistência não obsta a análise do mérito do IRDR, haja vista o interesse
público.
Não serão exigidas custas processuais no IRDR.

En. 91 FPPC. Cabe ao órgão colegiado realizar o juízo de admissibilidade do incidente


de resolução de demandas repetitivas, sendo vedada a decisão monocrática.

Admitido o incidente, o relator:

suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no


Estado ou na região, conforme o caso;

poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se


discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 dias;

intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 15 dias.

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Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao juízo onde
tramita o processo suspenso.

Enunciado 140, CJF: A suspensão de processos pendentes, individuais ou coletivos,


que tramitam no Estado ou na região prevista no art. 982, I, do CPC não é decorrência
automática e necessária da admissão do IRDR, competindo ao relator ou ao
colegiado decidir acerca da sua conveniência.

OBS.: É possível que seja requerido ao STF, como garantia da segurança jurídica, para
que haja suspensão em nível nacional.
O incidente será julgado no prazo de 1 ano e terá preferência sobre os demais feitos,
ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

Informativo 662 do STJ:

O procedimento de distinção (distinguishing) previsto no art. 1.037, §§ 9º a 13, do


CPC/2015, aplica-se também ao incidente de resolução de demandas repetitivas – IRDR.

DICA 164
DAS MEDIDAS EXECUTIVAS NA AÇÃO DE ALIMENTOS
No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de
decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará
intimar o executado pessoalmente para, em 3 dias, pagar o débito, provar que o fez ou
justificar a impossibilidade de efetuá-lo.

A Execução de alimentos pode se dar por meio de várias medidas executivas:

Protesto (art. 528, caput c/c § 1º);

Prisão (art. 528, caput c/c § 3º);

Expropriação (art. 528, § 8º c/c 530): Atos de penhora, avalição, expropriação de


bens;

Desconto em folha de pagamento (art. 529) e

Constituição de capital (art. 533).

Informativo 579 do STJ:

Em execução de alimentos devidos a filho menor de idade, é possível o protesto e a


inscrição do nome do devedor em cadastros de proteção ao crédito.

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DICA 165
DAS HIPÓTESES DE FRAUDE À EXECUÇÃO
Fraude à execução é espécie do gênero fraudes do devedor:

Fraude contra credores (art. 158 do CC): decorre da prática de atos anteriores à
existência de citação contra o devedor. É proposta a chamada Ação Pauliana, a qual
visa anular os atos lesivos e, após a anulação, os bens passam a ser sujeitos à execução.
O interesse violado é de natureza privada.

Fraude à execução: nesse caso, o interesse maculado é da própria jurisdição e o


Estado-juiz, uma vez que há ação e o devedor integra a relação processual, ou seja, foi
devidamente citado.

Conforme preceitua o art. 792 do CPC: A alienação ou a oneração de bem é considerada


fraude à execução:
quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo
registro público, se houver;
quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução,
na forma do art. 828;

Art. 828 do CPC: O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo
juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro
de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos apenhora, arresto ou indisponibilidade.

quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de
constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz
de reduzi-lo à insolvência;
nos demais casos expressos em lei.
DICA 166
DO INVENTÁRIO E PARTILHA
Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial.
Caso todos sejam capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por
escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem
como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras.
OBS.: O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes
interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, cuja
qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
O processo de inventário e de partilha de 2 meses, a contar da abertura da sucessão,
ultimando-se nos 12 meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício
ou a requerimento de parte.

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O juiz decidirá todas as questões de direito desde que os fatos relevantes estejam provados
por documento, só remetendo para as vias ordinárias as questões que dependerem de
outras provas.
Até que o inventariante preste o compromisso, continuará o espólio na posse do
administrador provisório.
O administrador provisório representa ativa e passivamente o espólio, é obrigado a
trazer ao acervo os frutos que desde a abertura da sucessão percebeu, tem direito ao
reembolso das despesas necessárias e úteis que fez e responde pelo dano a que, por dolo
ou culpa, der causa.
DICA 167
DA OPOSIÇÃO

Prevê o art. 682 do CPC que: Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito
sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer
oposição contra ambos.
O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos exigidos para propositura da
ação.
Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, na pessoa de seus
respectivos advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 dias.
Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o
opoente.
Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará
simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença.
Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso
do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade da instrução
atende melhor ao princípio da duração razoável do processo.
Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta (oposição)
conhecerá em primeiro lugar.

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DIREITO EMPRESARIAL

DICA 168
RECUPERAÇÃO JUDICIAL - CONCEITO
A recuperação judicial é o instrumento jurídico apto à preservação da empresa e sua
função social que substituiu o processo de concordata. Até a promulgação da Lei
11.101/2005 havia o processo de concordata que ocorria de forma preventiva ou
suspensiva, respectivamente antes da propositura da falência ou no decorrer do processo
de falência. A concordata visava apenas a prorrogação de prazo para pagamento de
credores ou abatimento da dívida do empresário, ou de forma mista, requerendo abatimento
e prorrogação de prazo. A concordata visava afastar os atos drásticos da decretação de
falência, visando a manutenção da empresa, medidas essas que, entretanto, nem sempre
surtiam efeito, pois, por vezes não bastavam para garantir a manutenção da empresa e
acabavam por se transformarem em processos de falência com o encerramento da atividade
empresarial.
Recuperação da empresa, nos termos de Fabio Ulhoa Coelho, é uma faculdade aberta
pela lei exclusivamente aos devedores que se enquadram no conceito de empresário ou
sociedade empresária, que possibilita a reorganização das empresas exploradas pelo
devedor, com maior ou menor sacrifício dos credores, de acordo com plano aprovado ou
homologado judicialmente.
Por meio do plano de recuperação da empresa, o devedor pode postergar o vencimento
de obrigações, reduzir seu valor ou beneficiar-se de outros meios aptos a impedir a
instauração da execução concursal.
O devedor civil não tem nenhuma medida com esta extensão. Na melhor das hipóteses, a
lei prevê a possibilidade de suspensão da execução concursal se o devedor obtiver a
anuência de todos os credores. (CPC/1973, art. 783; CPC, art. 1.052)
DICA 169
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE NO DIREITO EMPRESARIAL
A função social da propriedade interpretada no direito empresarial pode ser vislumbrada no
princípio mais importante do direito falimentar, que é o princípio da preservação da
empresa. A empresa que ainda tem possibilidade de se recuperar e manter os empregos,
gerando renda àquela região, desde que atendidos requisitos legais, pode lhe ser concedido
o favor legal que é a recuperação judicial, concedendo-lhe prazo e condições para prosseguir
suas atividades, tudo com a aprovação dos próprios credores que são consultados.

Vale destacar o art. 47, da L.F.: A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a
superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir:

a manutenção da fonte produtora;

a manutenção do emprego dos trabalhadores;

a manutenção dos interesses dos credores;


Em suma, a recuperação judicial visa proteger não apenas a própria empresa, mas
também os trabalhadores e os próprios credores com a finalidade de promover a
preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.

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DICA 170
LEGITIMIDADE PARA A AÇÃO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Apenas os empresários e sociedades empresárias poderão requerer a recuperação judicial,
que pode ser feita também de forma incidental, como em uma contestação ao pedido de
falência.

O art. 2.º, da lei falimentar exclui alguns empresários do âmbito de incidência


de suas regras. Assim, não podem pedir a recuperação judicial:

empresa pública, sociedade de economia mista;

instituição financeira pública ou privada;

cooperativa de crédito;

consórcio;

entidade de previdência complementar;

sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade


de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas.

As instituições financeiras se submetem a um procedimento especial, denominado


liquidação extrajudicial, nos termos da Lei 6.024/74.

DICA 171
REQUISITOS PARA REQUERER A RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Os requisitos para propor recuperação judicial estão previstos no art. 48 da LRE, e não
devem ser confundidos com os requisitos para a concessão do próprio pedido de
recuperação judicial, sendo apenas os requisitos iniciais para o processamento da própria
recuperação judicial.

São eles:

no momento do pedido, o empresário deverá comprovar que exerce regularmente


suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos,
cumulativamente:

não ser falido e, se foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em
julgado, as responsabilidades daí decorrentes;

não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial;

não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial com base
no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;

não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador,
pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
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As sociedades irregulares não podem requerer a recuperação judicial, mas podem ter a
falência decretada.
A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros
do devedor, inventariante ou sócio remanescente.
ATENTE-SE! Em 2020 houve a publicação da Lei 14.112 de 2020, que trouxe inúmeras
modificações na Lei de Falência. Dentre as mesmas, destaca-se o Art. 48-A, que tornou
OBRIGATÓRIA a formação e o funcionamento do conselho fiscal na recuperação judicial
de companhias abertas, enquanto durar a fase da recuperação judicial, incluído o período
de cumprimento das obrigações assumidas pelo plano de recuperação.
DICA 172
OUTRAS QUESTÕES SOBRE A RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Foro competente: O pedido de recuperação deve ser feito no foro do principal


estabelecimento do devedor, que nem sempre será a sede administrativa da empresa,
mas necessariamente onde estão os maiores negócios da mesma. O foro do estabelecimento
do devedor deverá também ser o competente para a distribuição de ação de falência e da
recuperação extrajudicial.

Meios de recuperação judicial: a lei traz um rol não exaustivo de meios de


recuperação judicial, que serão propostos pelos devedores, mas também poderão ser
modificados pelos credores, assim como homologado pelo Juiz. Obviamente que para
cada empresa deverá ser apresentado um plano específico que a auxilie a sair da crise
econômico-financeira que se encontre.

São exemplos de meios de recuperação judicial:

concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou


vincendas;

cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária


integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da
legislação vigente;

alteração do controle societário;

substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus


órgãos administrativos;

concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder


de veto em relação às matérias que o plano especificar;

aumento de capital social;

trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos


próprios empregados;

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redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou


convenção coletiva;

dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de


garantia própria ou de terceiro;

constituição de sociedade de credores;

venda parcial dos bens;

equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como


termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se
inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica;

usufruto da empresa;

administração compartilhada;

emissão de valores mobiliários;

constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos


créditos, os ativos do devedor.

ATENÇÃO!

A Lei 14.112 de 2020 trouxe mais duas hipóteses de recuperação judicial, sendo
elas: conversão de dívida em capital social e venda integral da devedora, desde
que garantidas aos credores não submetidos ou não aderentes condições, no mínimo,
equivalentes àquelas que teriam na falência, hipótese em que será, para todos os fins,
considerada unidade produtiva isolada.

DICA 173
FALÊNCIA
Falência é um processo judicial cabível quando o patrimônio do devedor empresário é
insuficiente para satisfação de seu passivo, situação em que estará caracterizada a
insolvência. Nessa situação, as regras de execução individual se tornariam injustas, razão
pelo qual pode-se afirmar que a falência é um tipo de execução coletiva, também conhecida
como execução concursal.
Princípio fundamental na compreensão da falência é o par conditio creditorum, em que
deve ser dado tratamento parificado aos credores.
A falência é um processo aplicável apenas aos empresários ou sociedades empresárias,
sendo que, para outros tipos de devedores, como as sociedades civis não empresariais,
caberá o processo de concurso de credores, nos termos do art.1052 e seguintes do CPC.

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ATENÇÃO!

NOVIDADE LEGISLATIVA.
A Lei 14.112/2020 modifica o art. 75 sobre os objetivos da falência informando que os
mesmos são:
I - preservar e a otimizar a utilização produtiva dos bens, dos ativos e dos recursos
produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa;
II - permitir a liquidação célere das empresas inviáveis, com vistas à realocação eficiente
de recursos na economia; e
III - fomentar o empreendedorismo, inclusive por meio da viabilização do retorno célere
do empreendedor falido à atividade econômica.
§ 1º O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia
processual, sem prejuízo do contraditório, da ampla defesa e dos demais princípios
previstos na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 2º A falência é mecanismo de preservação de benefícios econômicos e sociais
decorrentes da atividade empresarial, por meio da liquidação imediata do devedor e da
rápida realocação útil de ativos na economia.

DICA 174
PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA
André Santa Cruz esclarece que o objetivo principal da falência é afastar o devedor de suas
atividades para preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos
produtivos. Nesse aspecto, há dois princípios importantes: princípio da preservação da
empresa e princípio da maximização dos ativos, que significa que deverá haver o
máximo aproveitamento do ativo da empresa.

São três os pressupostos da falência:


Pressuposto material subjetivo: diz respeito à qualidade de empresário do devedor,
apenas o empresário estará sujeito à falência, ainda que irregular.
Pressuposto material objetivo: apenas o insolvente está sujeito à declaração de
falência.
Pressuposto formal: apenas a sentença é que decreta a falência, não existe falido
antes da sentença que o declarar.
DICA 175
SISTEMAS QUE DETERMINAM A INSOLVÊNCIA DO EMPRESÁRIO NO ÂMBITO DA
FALÊNCIA

Impontualidade injustificada: art. 94, I – Empresa que, sem relevante razão de


direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos
executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 salários-mínimos na data
do pedido de falência. Deve ser feito o protesto do título.

Prática de atos de falência:


Execução Frustrada: quando o executado por qualquer quantia líquida, não paga, não
deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
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Outros atos de falência do art. 94, III, LRE: Aqui deve ser descrito os fatos que
caracterizam a falência, juntando-se provas e especificando as provas que serão produzidas.

Ex.: procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou
fraudulento para realizar pagamentos.

Ex.: realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade
de seu ativo a terceiro, credor ou não;

Ex.: transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos


os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

Além da impontualidade injustificada e dos atos de falência, para caracterizar a falência


requer-se também a presença dos seguintes requisitos:
A cessação de pagamento pelo empresário leva a uma presunção de insolvabilidade;
O Estado patrimonial deficitário significa a insuficiência do patrimônio ativo para saldar o
passivo.
DICA 176
CRÉDITOS NA FALÊNCIA
De vez em quando é cobrada em direito falimentar quanto à classificação dos créditos
em processo de falência, ou seja, em que ordem deverá ser pago um determinado
credor. Houve inúmeras mudanças recentes pela Lei 14.112/2020, razão pela qual válida
a transcrição de todos os incisos do artigo 83.

DE ACORDO COM A LEI, A ORDEM SERÁ A SEGUINTE:

créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 salários-mínimos por credor,


e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho;

os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor do bem gravado;

os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de constituição,


exceto os créditos extraconcursais e as multas tributárias;

OS CRÉDITOS QUIROGRAFÁRIOS, A SABER:

a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;


b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao
seu pagamento; e
c) os saldos dos créditos derivados da legislação trabalhista que excederem o limite
estabelecido no inciso I do caput deste artigo.

as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou


administrativas, incluídas as multas tributárias;

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OS CRÉDITOS SUBORDINADOS, A SABER:

a) os previstos em lei ou em contrato; e


b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício cuja contratação
não tenha observado as condições estritamente comutativas e as práticas de
mercado;
c) os juros vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no art. 124 desta
Lei.

DICA 177
CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS

Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os


mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles relativos:

I. às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei;

II. ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador,


em conformidade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta Lei;

III. aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no art. 86 desta Lei;

IV. às remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus auxiliares, aos


reembolsos devidos a membros do Comitê de Credores, e aos créditos derivados da
legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços
prestados após a decretação da falência;

V. às obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação


judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência;

VI. às quantias fornecidas à massa falida pelos credores;

VII - às despesas com arrecadação, administração, realização do ativo, distribuição do


seu produto e custas do processo de falência;

VIII - às custas judiciais relativas às ações e às execuções em que a massa falida tenha
sido vencida;

IX - aos tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência,


respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.

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DIREITO PENAL

DICA 178
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PECULATO
O crime de peculato é a subtração, apropriação ou desvio de bem ou valor da
Administração Pública fazendo uso da condição de funcionário público.
É preciso que o crime seja facilitado pelo fato do agente ser funcionário público, pois se esta
condição não for utilizada para o crime, o autor responderá por um crime contra o
patrimônio “comum”, como furto, roubo, apropriação indébita e etc.
OBS.: É importante a memorização de cada uma das espécies de peculato, pois a FGV,
em sua prova da OAB, pode trazer casos concretos para que o candidato aponte qual a
hipótese correta.

TIPOS DE PECULATO:

APROPRIAÇÃO/PRÓPRIO Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor


ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de
que tem a posse em razão do cargo.

DESVIO/PRÓPRIO Desviar, em proveito próprio ou alheio, o funcionário


público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em
razão do cargo.

FURTO/IMPRÓPRIO O funcionário público, embora não tendo a posse do


dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que
seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-
se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário.

CULPOSO Funcionário concorre culposamente para o crime de


outrem

MEDIANTE ERRO DE Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no


OUTREM exercício do cargo, recebeu por erro de outrem.

ATENÇÃO!

A reparação do dano no peculato culposo pode ter consequências distintas, a depender


do momento em que é feito:
ANTES da Sentença Irrecorrível (Tj) → EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
DEPOIS do Trânsito em Julgado → DIMINUIÇÃO DE PENA EM METADE

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DICA 179
PECULATO ELETRÔNICO

Peculato Eletrônico - Inserção Peculato Eletrônico - Modificação

Inserir ou facilitar a inserção, alterar, Modificar ou alterar sistema de informações


excluir dados de sistemas informatizados ou programa de informática.
bancos de dados.

Funcionário Autorizado Funcionário Não Autorizado

Obter vantagem OU causar dano Sem fim especial

Causa de aumento de pena: dano para a


Administração Pública ou Administrado

DICA 180
CONCUSSÃO

EXIGIR + EM RAZÃO FUNÇÃO (fora ou antes) + VANTAGEM INDEVIDA


→ Não precisa haver ameaça específica, basta o temor genérico da função;
→ Pode ocorrer durante licença, férias ou antes da posse;
→ Se aplicar violência ou grave ameaça, praticará o crime de extorsão;
→ Se apenas solicitar será corrupção passiva.
DICA 181
EXCESSO DE EXAÇÃO

Espécie de concussão;

Na primeira modalidade o crime consiste em exigir o recolhimento de tributo/contribuição


social que sabe (dolo direto) ou que deveria saber (dolo eventual) indevido;

Também haverá crime quando, embora devido o tributo, seja cobrado de


forma vexatória ou gravosa;

Modalidade qualificada: quando a agente desvia para si o que arrecado;

Se aplicar violência ou grave ameaça, praticará o crime de extorsão.


DICA 182
CORRUPÇÃO PASSIVA

SOLICITAR, RECEBER ou ACEITAR PROMESSA + em RAZÃO DA FUNÇÃO (antes ou


fora) + VANTAGEM INDEVIDA

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O crime se consuma simplesmente com o ato de solicitar, receber ou aceitar a promessa,
mas se em razão disso o funcionário público não praticar o ato legal ou demorar
para praticá-lo, haverá causa de aumento;
Na corrupção passiva o agente não pode exigir, mas simplesmente solicitar, receber ou
aceitar;

CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA:

Pratica, Deixa de Praticar ou Retarda + Pedido ou Influência de Outrem.

Difere da concussão pois aqui não há exigência, há pedido, solicitação de vantagem


indevida.

Solicitar, receber ou aceitar promessa.

O vereador que solicita dinheiro para ser aprovada emenda parlamentar pratica o
crime.

É crime unilateral, pois a existência de corrupção passiva não exige a de corrupção


ativa.

Se o funcionário realmente deixar de praticar o ato ou o retardar incidirá causa de


aumento de pena.

DICA 183
PREVARICAÇÃO

RETARDAR, DEIXAR DE PRATICAR ou PRATICAR CONTRA A LEI + SATISFAZER


INTERESSE ou SENTIMENTO PESSOAL.
Na prevaricação, o agente deixa de praticar o ato ou o retarda não porque quer uma
vantagem, mas porque tem um interesse ou sentimento pessoal, como amizade, por
exemplo.
Há também modalidade de prevaricação especial, que ocorre quando o diretor de
penitenciária ou o agente público permite que entre no estabelecimento prisional aparelho
telefônico, rádio ou similar.
DICA 184
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA

Consiste em:

Deixar de responsabilizar o subordinado ou de comunicar ao chefe responsável,


quando não o for;

Prática de infração por outro funcionário, seja administrativa ou penal, mas que tenha
sido cometida em razão da função;

Movido por sentimento de indulgência: clemência, tolerância, vontade de perdoar;


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CUIDADO para não confundir a prevaricação com a corrupção passiva privilegiada e a
condescendência criminosa:

Corrupção Passiva Privilegiada Pedido ou Influência

Prevaricação Interesse ou Sentimento Pessoal

Condescendência Criminosa Indulgência

DICA 185
FUNCIONÁRIO PÚBLICO

Funcionário público para fins penais é todo aquele que exerce:

Cargo, emprego ou função;

Caráter permanente ou transitório;

Com ou sem remuneração;

Cargo, emprego ou função de entidade paraestatal;

Empresa prestadora de serviço público.

Além disso, é importante saber que todos os crimes contra a administração pública
praticados por funcionário público terão a pena aumentada em 1/3 se:

Ocupantes de cargo em comissão;

Função de direção ou assessoramento;

Administração direta ou indireta.


DICA 186
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA
A conduta típica é patrocinar o agente, direta ou indiretamente, ainda que não no
exercício do cargo, emprego ou função, mas valendo-se da sua qualidade de funcionário,
interesse privado perante a Administração Pública;
Advogar é defender, pleitear, advogar junto a companheiros ou superiores hierárquicos o
interesse particular de terceiro;
Para que ocorra o crime não basta que o agente seja funcionário público, pois é necessário
e indispensável que pratique a ação aproveitando-se das facilidades que a qualidade de
funcionário proporciona.
CUIDADO: não existe a infração quando o funcionário pleiteia interesse próprio.
Embora o crime se chame advocacia administrativa, o agente não precisa ser advogado
ou estar inscrito na OAB;
IMPORTANTE: haverá o crime se o interesse for legítimo ou ilegítimo, ou seja, ainda
que o interesse do terceiro defendido pelo funcionário público seja devido, pode o crime
ocorrer;
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A diferença é que se o interesse for ilegítimo, a pena será maior;

Nos dois casos, a pena será de detenção, mas no primeiro, de 1 a 3 meses, e no


segundo, de 3 meses a um ano.
DICA 187
RESISTÊNCIA

O crime de resistência exige:

Violência ou grave ameaça ao Funcionário Público;

Se a violência for contra coisa, como chutar uma viatura, poderá haver o crime de dano;

A oposição deve ser à ato legal:

Se houver violência, poderá haver concurso material entre resistência e lesão corporal,
por exemplo;

O crime é chamado de desobediência belicosa;

DICA 188
DESOBEDIÊNCIA
O crime de desobediência se diferencia do crime de resistência, pois aqui há uma forma
passiva, pois não há violência ou grave ameaça;

Só admite a forma DOLOSA!

RESISTÊNCIA DESOBEDIÊNCIA

opor-se à execução de ato legal desobedecer à ordem

violência ou ameaça pacificamente

figura qualificada: se o ato não e realizar

DICA 189
DESACATO
O crime de desacato permanece vigente no ordenamento jurídico pátrio;
As ofensas devem ser proferidas na presença do funcionário público. Na sua ausência
poderá configurar o crime de injúria;
As ofensas devem se relacionar com o exercício da função.

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DICA 190
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA

Solicitar, exigir, cobrar ou obter;


Crime praticado pelo particular;
Vantagem ou promessa de vantagem;
A pretexto de influir em ato praticado por funcionário público;
CUIDADO! Se disser que é para influir em funcionário da justiça (juiz, promotor) o crime
será de exploração de prestígio.
DICA 191
CORRUPÇÃO ATIVA
É o “outro lado” da corrupção passiva, praticada pelo particular;

Oferecer ou prometer;

Vantagem indevida a funcionário público;

Para praticar, omitir ou retardar ato;

Se o ato não ocorrer a pena será aumentada em 1/3.

DICA 192
PUNIDOS COM DETENÇÃO

São punidos com DETENÇÃO os seguintes crimes contra a Administração Pública (todos
são infração de menor potencial ofensivo):

CRIME CUMPRIMENTO DA PENA

Condescendência criminosa 15 dias a 1 mês

Abandono de função simples 15 dias a 1 mês

Exercício funcional ilegalmente antecipado 15 dias a 1 mês

Desobediência 15 dias a 6 meses

Emprego irregular de verbas ou rendas


1 a 3 meses
públicas

Advocacia administrativa 1 a 3 meses

Inutilização de edital ou de sinal 1 mês a 1 ano

Resistência 2 meses a 2 anos


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Desacato 2 meses a 6 anos

Peculato culposo 3 meses a 1 ano

Corrupção passiva privilegiada 3 meses a 1 ano

Prevaricação 3 meses a 1 ano

Advocacia administrativa majorada 3 meses a 1 ano

Abandono de função com prejuízo 3 meses a 1 ano

Violação do sigilo de proposta de


3 meses a 1 ano
concorrência

Usurpação de função pública sem vantagem 3 meses a 2 anos

Modificação ou alteração não autorizada de


3 meses a 2 anos
sistema de informações

Violência arbitrária 6 meses a 3 anos

Violação de sigilo funcional 6 meses a 2 anos

Abandono de função faixa de fronteira 1 a 3 anos

DICA 193
PUNIDOS COM RECLUSÃO

São punidos com RECLUSÃO os seguintes crimes contra a Administração Pública:

CRIME CUMPRIMENTO DA PENA

Resistência qualificada 1 a 3 anos

Peculato mediante erro de outrem 1 a 4 anos

Extravio, sonegação ou inutilização de livro


1 a 4 anos
ou documento

Usurpação de função pública com vantagem 2 a 5 anos

Subtração ou inutilização de livro ou


2 a 5 anos
documento

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CRIME CUMPRIMENTO DA PENA

Tráfico de influência 2 a 5 anos

Violação de sigilo funcional com dano 2 a 6 anos

Peculato 2 a 12 anos

Inserção de dados falsos em sistema de


2 a 12 anos
informações

Concussão 2 a 12 anos

Corrupção passiva 2 a 12 anos

Corrupção ativa 2 a 12 anos

Excesso de exação 3 a 8 anos

DICA 194
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA X COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE
CONTRAVENÇÃO

Na denunciação caluniosa, exige-se que a imputação faça referência à pessoa


determinada.

Na comunicação falsa, o agente limita-se a narrar à autoridade infração inexistente,


sem contudo, identificar se autor.
MACETE:

Denunciação Caluniosa

Comunicação Falsa de crime ou contravenção: crime inexistente.

COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU


DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA
CONTRAVENÇÃO

Dar causa à investigação, processo, PAD


Comunicar à autoridade fato inexistente.
e ação de improbidade.

Prática de crime. Crime ou contravenção.

Indicação do autor. Sem indicação de autoria.

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DICA 195
FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA

ATENÇÃO!

A vítima NÃO pode cometer crime de falso testemunho!

FALSO TESTEMUNHO OU FALSA


CORRUPÇÃO ATIVA DE TESTEMUNHA
PERÍCIA

Fazer afirmação falsa, negar ou calar a Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou


verdade vantagem

Testemunha, perito, contador, tradutor ou Testemunha, perito, contador, tradutor ou


intérprete intérprete

Processo judicial, processo administrativo, Depoimento, perícia, cálculos, tradução ou


inquérito policial e juízo arbitral interpretação

Aumento de pena: 1/6 a 1/3 Aumento de pena: 1/6 a 1/3

Suborno, prova em processo penal, Prova em processo penal, processo civil


processo civil com parte da Administração com parte da Administração Pública (direta
Pública (direta ou indireta) ou indireta)

Extinção da Punibilidade: retratação antes


da sentença no processo em que ocorreu
o falso

DICA 196
COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO

Usar de violência ou grave ameaça;

Com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio;

Contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir;

Em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral.


DICA 197
EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES

É o “fazer justiça com as próprias mãos”;


Haverá crime ainda que a pretensão seja legítima.

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Ex.: meu inquilino está me devendo, entro na casa que alugo para ele e pego um dinheiro
que estava na mesa no valor do aluguel;

A violência não é elemento obrigatório do tipo;

Se não houver violência, a ação só se iniciar mediante queixa (ação penal privada);

A pena é a mesma se a pretensão é legítima ou ilegítima;

A pena é de detenção ou multa;


DICA BÔNUS
FRAUDE PROCESSUAL

Inovar artificiosamente (de forma mentirosa);

Na pendência de processo civil, administrativo ou penal;

Estado de coisa, lugar ou pessoa;

Com o fim de induzir a erro juiz ou perito;

Se for em processo penal (mesmo não iniciado) a pena será aplicada em dobro;

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PROCESSO PENAL

DICA 198
RECURSOS: RECURSOS DE OFÍCIO
Em regra, os recursos são voluntários.

Contudo, existem exceções em que o JUIZ deverá interpor de OFÍCIO (sem provocação)
o recurso:

Sentença concessiva de habeas corpus;

Absolvição sumária do réu (exclusão do crime ou isenção de pena);

CUIDADO: não caberá recurso de ofício da sentença que absolver definitivamente o


réu por falta de provas, por exemplo.

DICA 199

CONCURSO DE AGENTES
Imagine que João e José foram condenados por homicídio, apenas João recorre e o recurso
é julgado PROCEDENTE e ele é considerado agora inocente. Esse resultado aproveita à José?

DEPENDE!

Se, por exemplo, a alegação de João envolver José (dizer que foi Pedro que matou a vítima),
o resultado do recurso o atingirá, ainda que não tenha apelado.

Porém, se o motivo for pessoal de João, o resultado do recurso não o aproveitará.

Art. 580: No caso de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos
réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal,
aproveitará aos outros.

DICA 200

DECISÕES IRRECORRÍVEIS
DECORE as hipóteses de decisões irrecorríveis para eliminar alternativas:

Recebe a denúncia;

Julga a entrada de assistente;

Julga incidente de insanidade mental;

Julga exceção de suspeição.

DICA 201

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO


Em regra, o RESE é interposto de decisões que não encerram o processo.

O prazo de interposição é de 5 dias e de razões é de 2 dias.


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São as hipóteses mais relevantes:

Não recebe a denúncia;

Incompetência do Juízo;

Procedentes as exceções (exceto suspeição que é irrecorrível);

Referentes à fiança;

Prescrição ou extinção da punibilidade;

Referentes a Habeas Corpus, Suspensão Condicional da Pena ou Livramento Condicional;

Anular o processo;

Referentes à Medida de Segurança;

Incidente de falsidade.

CUIDADO! O incidente de insanidade mental é combatido por apelação.

ATENÇÃO!

HIPÓTESE NOVA:
Recusar HOMOLOGAÇÃO ao acordo de NÃO PERSECUÇÃO PENAL.

DICA 202

EFEITO SUSPENSIVO
É o efeito que suspende a decisão combatida até que seja julgado o recurso.

Terão efeito suspensivo:

Perda de fiança;

Concessão de livramento condicional;

Denegar a apelação ou julgar deserta;

Decidir sobre unificação de penas;

Converter a multa em detenção ou prisão simples;

DICA: Todas essas decisões têm resultados muito gravosos se executadas de imediato,
por isso é preciso esperar o julgamento do recurso.

DICA 203

PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE
Os recursos interpostos pelo ministério público são regidos pelo princípio da
indisponibilidade;

Assim, uma vez interposto o recurso, o Ministério Público dele não poderá desistir;
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Já os recursos interpostos pelas partes são regidos pela disponibilidade e interesse, pois
só poderá recorrer aquele que tiver interesse da reforma ou modificação da decisão;

O Defensor Público, por sua vez, pode desistir;

DICA 204

INTERPOSIÇÃO

O recurso pode ser interposto por petição ou por termo nos autos;

Será assinado pelo recorrente OU pelo seu representante;

Se não souber assinar, será assinado por alguém a seu rogo (a seu pedido), na presença
de duas testemunhas;

O escrivão, depois de interposto o recurso, deve fazê-lo concluso ao juiz, até o dia
seguinte ao último do prazo, sob pena de SUSPENSÃO de 10 a 30 dias.

DICA 205

APELAÇÃO
A apelação será interposta em 5 dias e as razões apresentadas em 8 dias;

Caberá APELAÇÃO das decisões:

Definitivas de condenação ou absolvição;

Outras decisões definitivas ou com força de definitiva;

De nulidade posteriores à pronúncia;

Sentença do juiz-presidente (Júri) contrária à lei ou aos jurados;

Sentença do Júri com erro ou injustiça no tocante à pena;

Dos jurados contrária aos autos;

Ainda que se queira recorrer apenas de PARTE da decisão, não caberá RESE.

DICA 206

PROCEDIMENTO DA APELAÇÃO

Pode ser realizado na apelação:

Revisitar toda a matéria probatória;

Proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras


diligências;

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Não poderá:

Agravar a pena quando somente o réu recorrer.

DICA 207
RAZÕES DA APELAÇÃO

Serão apresentadas no prazo de 8 dias;

Podem ser apresentadas ao Juiz ou diretamente no Tribunal se assim requerer;

Se tiver assistente de acusação, o prazo deste será de 3 dias depois do Ministério


Público;

Se houver mais de um apelado, os prazos serão comuns.

DICA 208
RECURSOS: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Os embargos de declaração, no CPP, serão interpostos no prazo de 2 dias quando


houver CAOO:

C contradição

A ambiguidade

O obscuridade

O omissão

Contudo, o JECRIM ficou OCO desde 2015, pois tiraram a dúvida, sendo as hipóteses
agora:

O obscuridade

C contradição

O omissão

DICA 209

REVISÃO CRIMINAL

São hipóteses de revisão criminal:

Sentença condenatória contrária à lei;

Sentença condenatória contrária à evidência dos autos;

Sentença condenatória fundada em provas falsas;

Quando surgirem novas provas benéficas depois da sentença;

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DICA 210

MOMENTO DA REVISÃO CRIMINAL

A revisão poderá ser solicitada em qualquer tempo depois do trânsito em julgado;

Antes ou depois da extinção da pena;

O pedido só não poderá ser feito novamente, se fundamentado em provas já apreciadas


anteriormente no processo;

Se houver novas provas, pode pedir mais uma revisão;

FIQUE ATENTO! Em caso de ser procedente a revisão criminal, o réu poderá ser
indenizado;

Se o réu tiver sido condenado pela justiça do Distrito Federal ou de Território, será paga
pela união, se tiver sido pela justiça estadual, pelo estado.

Não será devida indenização:

Se o erro ou injustiça tiver se dado por falha do réu, como confissão ou prova que
escondeu;

Quando a ação tiver sido privada.

Falecimento do réu no julgamento da revisão criminal

Se no decorrer do julgamento da revisão criminal, o réu falecer, o processo não será


extinto;

O presidente do Tribunal nomeará um CURADOR para a defesa;

Em regra, o curador faz parte do CADI (cônjuge, ascendente, descendente, irmão);

DICA 211

RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL


O Recurso Extraordinário não tem efeito suspensivo;

Por isso, após o recorrente interpor o recurso, os autos descerão para execução da
sentença;

O recurso extraordinário será julgado pelo Supremo Tribunal Federal;

O recurso especial será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.

DICA 212

CARTA TESTEMUNHÁVEL
É recurso relacionado a não recebimento de recurso;

É cabível da decisão que denega o recurso e daquela que admite, mas impede o seu
seguimento;

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O prazo é de 48 horas da decisão que impediu o recurso;

O escrivão ou secretário, em 5 dias (no caso de RESE) ou 60 dias (em caso de REx) fará
entrega da carta;

O escrivão que não der o recibo ou não entregar a carta será suspenso por 30 dias;

A carta testemunhável não terá efeito suspensivo.

DICA 213

HABEAS CORPUS
O habeas corpus é ação constitucional destinada a defender o direito à locomoção;

Pode ser interposto em caso de ameaça ou de restrição da liberdade;

Paciente preso (HC Repressivo) → expedido alvará de soltura

Paciente solto (HC Preventivo) → expedido salvo-condulto.

Caberá HC:

Quando não houver justa causa;

Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;

Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;

Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;

Quando o processo for manifestamente nulo;

Quando extinta a punibilidade.

Fique atento! Não caberá HC de punições disciplinares.

Empate na votação do HC

Se o HC for julgado por TRIBUNAL a decisão será tomada pela maioria dos votos;

Havendo empate: Presidente desempata.

Empatou com voto do presidente: resultado favorável ao paciente (preso).

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DICA 214
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS: COMPETÊNCIA
Os Juizados Especiais Criminais têm competência para a conciliação, julgamento e
execução;
Das infrações de menor potencial ofensivo: contravenções penais de qualquer pena e
crimes cuja pena máxima não ultrapasse dois anos;
Será competente o Juizado do local da infração (teoria da atividade);
Os Juizados são regidos pelas regras da:
Simplicidade;
Oralidade;
Informalidade;
Celeridade;
Economia processual.
DICA 215
ATOS PROCESSUAIS
Os atos processuais nos Juizados Criminais:

Serão públicos;

Podem ocorrer em qualquer dia da semana;

Podem ocorrer à noite;

Só serão anulados somente se houver prejuízo;

Serão escritos apenas os essenciais;

Não admitem citação por edital, sendo a citação pessoal no Juizado ou por mandado;

Devem ser acompanhados por advogado ou defensor público (cuidado para não
confundir com o juizado cível, no qual a presença do advogado é, em regra, facultativa);

DICA 216

INSTITUTOS DESPENALIZADORES

Institutos despenalizadores do Jecrim:

Composição dos danos civis (reparação dos danos);

Transação Penal (não aplicação de pena privativa de liberdade);

Suspensão do processo;

Procedimento apuratório é o termo circunstanciado de ocorrência (TCO);

Em regra, não haverá prisão em flagrante e nem se exigirá fiança nas infrações de menor
potencial ofensivo, salvo no caso de recusa do indiciado em assinar o TCO;

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Não se aplica os institutos despenalizadores do Jecrim:

Crimes militares;

Crimes que envolve violência doméstica e familiar contra a mulher;

Concurso de crimes em que a pena ultrapassa 2 anos;

DICA 217

COMPOSIÇÃO DOS DANOS CIVIS

Instituto destinado à reparação dos danos;

Será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz;

A sentença será irrecorrível;

A sentença servirá como título executivo a ser executado no juízo civil;

O acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação;

Se a ação penal for pública, a composição não acarreta a extinção da punibilidade;

Não havendo a composição dos danos, poderá ser oferecida a representação para
seguimento do procedimento.

DICA 218

TRANSAÇÃO PENAL
Havendo representação nas ações condicionadas ou nas ações públicas;

Acordo proposto pelo Ministério Público;

Para aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa;

Aceita a proposta, será submetida ao juiz;

A homologação do acordo não gera reincidência;

A homologação do acordo impede novo acordo em 05 anos.

TOME NOTA!

Não caberá transação penal:

Autor condenado por sentença definitiva por CRIME a pena privativa de liberdade;

Autor ter sido beneficiado com acordo nos últimos 5 anos;

Não for a medida indicada em razão dos antecedentes, conduta social,


personalidade do agente, motivos e circunstâncias da infração;

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DICA 219

SUSPENSÃO DO PROCESSO

Caberá o chamado Sursis Processual:

Crimes com pena mínima igual ou inferior a 1 ano;

Suspensão do processo por 2 a 4 anos;

Proposto pelo Ministério Público;

Se o autor não estiver sendo processado;

Se o autor não tiver sido condenado por outro crime.

FIQUE ATENTO! Condições da suspensão condicional do processo;

Aceitando a proposta, o autor deverá:

Reparar o dano, exceto se não puder;

Se abster de frequentar lugares indicados pelo juiz;

Não se ausentar da comarca em que reside sem autorização do juiz

Comparecer em juízo mensalmente para informar e justificar suas atividades;

Cumprir outras condições adequadas determinadas pelo juiz.

DICA BÔNUS

REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA E FACULTATIVA


Na suspensão condicional do processo, durante o período de prova (2 a 4 anos), o autor
tem que cumprir as medidas determinadas na decisão;

Caso ele não cumpra alguma das condições, a suspensão poderá ou deverá ser revogada;

São hipóteses de revogação São hipóteses de revogação


OBRIGATÓRIA (será): FACULTATIVA (poderá):

Ser processado por outro CRIME durante o Ser processado por CONTRAVENÇÃO
período de suspensão; durante o período de suspensão;

Não reparar o dano SEM motivo justificável; Descumprir qualquer outra condição.

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DIREITO DO TRABALHO

DICA 220
SITUAÇÕES QUE IMPEDEM A EQUIPARAÇÃO SALARIAL
O direito não é uma matéria exata, portanto, é bastante comum que haja situações de
exceções em várias áreas. No que diz respeito à equiparação salarial, há situações aonde
não é possível termos a equiparação salarial. Que tal vermos que situações são estas?

Quando existe um quadro de carreira ou de plano de cargos e salários: O


empregador não tem a obrigação de instituir um quadro de carreira ou um plano de cargo
e salários. Mas caso faça, por causa da normatização do art. 461, § 2º, da CLT, não se pode
falar em equiparação salarial. Vejamos o que diz este artigo:

Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo
empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem
distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.
§ 2o Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal
organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou
de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de
homologação ou registro em órgão público.

CUIDADO: No caso de empregados de sociedades de economia mista, o TST entende o


seguinte:

SÚMULA 455 DO TST

“À sociedade de economia mista não se aplica a vedação à equiparação prevista no art.


37, XIII, da CF/1988, pois, ao admitir empregados sob o regime da CLT, equipara-se a
empregador privado, conforme disposto no art. 173, § 1º, II, da CF/1988”.

Readaptação de função: O nosso proíbe que o empregado readaptado, que está no


exercício de nova atividade, sirva de paradigma para fins de equiparação salarial. Em outras
palavras: O salário da pessoa em readaptação funcional, quer seja por motivo de deficiência
física ou de deficiência mental que seja devidamente atestada pela Previdência Social, NÃO
pode ser invocado para fins de equiparação. Veja o dispositivo a seguir:

Art. 461 da CLT: Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao
mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual
salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou
mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de
paradigma para fins de equiparação salarial.

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DICA 221
PONTOS IMPORTANTES SOBRE A OIT
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a instituição mundial responsável pela
elaboração e supervisão da aplicação das normas internacionais do trabalho. Faz parte da
ONU, como um órgão, embora tenha personalidade jurídica própria.

Os quatro objetivos estratégicos da Agenda de Trabalho Decente da OIT são:

Definir e promover normas e princípios e direitos fundamentais no trabalho;

Criar maiores oportunidades de emprego e renda decentes para mulheres e homens;

Melhorar a cobertura e a eficácia da proteção social para todos;

Fortalecer o tripartimos e o diálogo social.


IMPORTANTE: A OIT adotou a Declaração da Filadélfia como anexo da sua Constituição.
DICA 222
SINDICATO E O REGISTRO NO MTE
Sindicato precisa estar registrado no MTE?
Sim, existe a obrigação do sindicato de estar devidamente registrado no MTE, pois somente
assim ele ganhará a sua personalidade jurídica. Vejamos o que a lei afirma sobre este
assunto:

Art. 8º da CF/88: I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical;

Inclusive, uma decisão do TST decidiu que sindicato sem registro no MTE não tem direito a
repasses. Você pode conferir a decisão com detalhes maiores no site do TST, mais
precisamente falando, no processo RR - 172-88.2010.5.04.0701.
DICA 223
RESPONSABILIDADE PRÉ-CONTRATUAL

Imagine a seguinte situação: Um empregador que contata, via LinkedIn, um profissional,


fazendo as devidas tratativas pré-contratuais. Este profissional se muda de sua cidade para
a cidade aonde está o empregador, mas ao chegar lá o empregador lhe avisa que contratou
outro profissional. Este empregador possui alguma responsabilidade neste momento pré-
contratual? A resposta é sim.
O ressarcimento pelo dano ocasionado pelo rompimento poderá ser exigido a partir do
momento em que a parte prejudicada comprovar que confiou nas tratativas e realizou
gastos (como no nosso exemplo acima, aonde o profissional se mudou de cidade) ou até
mesmo deixou de aceitar proposta mais vantajosa. Tal responsabilização se dará nos termos
de art. 465 do Código Civil.

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DICA 224
FALTAS GRAVES FORA DO ARTIGO 482 DA CLT

Que tal vermos as possibilidades de faltas graves (que ensejam dispensa por justa causa)
fora das listadas no art.482 da CLT:

Greves abusivas;

Declaração fraudulenta de itinerário;

A recusa injustificada do uso do EPI (equipamento de proteção individual);

Motorista profissional que não se submeter a teste e programa de controle de drogas e


de bebida alcoólica.

E como este assunto pode cair na minha prova?

QUESTÃO SIMULADA.
José é um motorista profissional da empresa Ônibus Feliz e Contente LTDA, fazendo
trajetos interestaduais, nos estados da Região Sul do Brasil. Recentemente, a empresa
em questão solicitou que todos os seus motoristas profissionais fizessem um teste de
controle de drogas, mas José se recusou, pois faz uso de substâncias ilícitas, fato este
desconhecido pelo seu empregador. Diante da sua recusa a empresa o demitiu por
justa causa. Sabendo disto e do que dispõe nosso ordenamento jurídico, a atitude da
empresa em dispensar José foi:
a) Correta
b) Incorreta, já que está fora das possibilidades listadas no art.482 da CLT
c) Incorreta, pois a OIT veda este tipo de dispensa
d) Incorreta, pois motoristas profissionais podem se recusar a se submeter a teste e
programa de controle de drogas e de bebida alcoólica.
Gabarito: Letra a.
Comentário: Art. 235 – B, VII, e parágrafo único da CLT.

DICA 225
NOVIDADE LEGISLATIVA- LEI 14.289/2022

Uma novidade bastante recente: A normatização da Lei 14.289/2022. Esta lei traz a
disposição sobre a obrigatoriedade de preservação do sigilo sobre a condição de pessoa que
vive com infecção pelos vírus da imunodeficiência humana (HIV) e das hepatites crônicas
(HBV e HCV) e de pessoa com hanseníase e com tuberculose, nos casos que estabelece. Em
outras palavras: vedada a divulgação, pelos agentes públicos ou privados, de informações
que permitam a identificação da condição de pessoa que vive com infecção pelos vírus da
imunodeficiência humana (HIV) e das hepatites crônicas (HBV e HCV) e de pessoa com
hanseníase e com tuberculose, nos seguintes âmbitos:

serviços de saúde;

estabelecimentos de ensino;
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locais de trabalho; (Lembrando que já falamos em uma dica anterior sobre dispensa
discriminatória, sendo esta lei de suma importância nestes casos).

administração pública;

segurança pública;

processos judiciais;

mídia escrita e audiovisual.


Percebeu que a proibição se dá também local de trabalho e processos judiciais? Isto quer
dizer, por exemplo, que quando você for advogado e tiver como cliente for uma pessoa
soropositiva, você poderá pedir sigilo no processo.
DICA 226
CONSÓRCIO DE EMPREGADORES
Ocorre quando há duas ou mais pessoas físicas reunidas, celebrando um acordo para que
todos possam usufruir da mão de obra da mesma pessoa empregado. Nestes casos, é
sempre importante frisar que todos os empregadores responderão de forma solidária pelos
créditos trabalhistas dos empregados. Uma dúvida que geralmente surge é se o consórcio
de empregadores é aplicado também para empregadores urbanos, visto que sua previsão é
para empregadores rurais. A resposta é sim, não há proibições para que o Consórcio de
Empregadores seja aplicado também em relação aos empregadores urbanos.

Lei 8.212 art. 25-A: “Equipara-se ao empregador rural pessoa física o consórcio
simplificado de produtores rurais, formado pela união de produtores rurais pessoas
físicas, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores
para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento
registrado em cartório de títulos e documentos”.

DICA 227
INJEÇÕES NA FARMÁCIA: INSALUBRIDADE
Aplicar injeções em farmácia é atividade insalubre?
Sim, em uma decisão muito recente, o TST decidiu que a aplicação de injeções em
farmácia é considerada atividade insalubre, visto que a exposição rotineira a agentes
biológicos dá direito ao adicional de insalubridade. Inclusive, que o grau desta insalubridade
é médio. Também é importante que você saiba mesmo o profissional aqui tratado esteja
utilizando o EPI, ainda assim é devido o adicional de insalubridade.
DICA 228
DEMISSÃO POR WHATSAPP GERA DANO MORAL
Esta questão levanta certos debates, mas nosso objetivo é trazer aqui uma decisão
importante do TST sobre este assunto. Neste caso aqui tratado, o empregador, em período
anterior à pandemia de coronavírus, mandou para a empregada doméstica a seguinte
mensagem via aplicativo de mensagens: “Bom dia. Você está demitida. Devolva as chaves
e o cartão da minha casa. Receberá contato em breve para assinar documentos”.

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O TST julgou o teor das mensagens e a forma como se deu como ofensiva, mostrando falta
de respeito à dignidade humana, não se justificando nem mesmo em nome dos avanços
tecnológicos e de meios de comunicação virtuais.
DICA 229
CATEGORIA DIFERENCIADA
O que é uma categoria diferenciada?
De uma forma bastante resumida, a categoria diferenciada é a formada pela união de
empregados, que tenham uma profissão devidamente regulamentada por legislação
específica ou que estejam no quadro do art. 511, § 3º, da CLT.

E o que afirma este artigo? Vamos ver:

Art. 511. ... § 3º Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados
que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional
especial ou em consequência de condições de vida singulares.

Sabendo disto, que tal vermos alguns exemplos de categorias diferenciadas:

desenhistas técnicos;

artísticos;

industriais;

publicitários;

secretárias;

técnicos de segurança do trabalho;

trabalhadores em movimentação de mercadoria em geral entre outros.


DICA 230
SÚMULAS IMPORTANTES SOBRE JORNADA DE TRABALHO

SÚMULA 60

ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO


DIURNO (incorporada a Orientação Jurisprudencial n. 6 da SBDI-I) – Res. 129/2005, DJ
20, 22 e 25-4-2005. I – O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário
do empregado para todos os efeitos. (ex-Súmula n. 60 – RA 105/1974, DJ 24-10-1974)
II – Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é
também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. (ex-
OJ n. 6 da SBDI-I – inserida em 25-11-1996)

SÚMULA 366

CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E


SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO (nova redação) – Res. 197/2015, DEJT divulgado
em 14, 15 e 18-5-2015. Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco

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minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite,
será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois
configurado tempo à disposição do empregador, não importando as atividades
desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche,
higiene pessoal etc.).

SÚMULA Nº 338 DO TST

JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações


Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da
jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT.
A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de
veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-
Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-
1 - inserida em 20.06.2001)
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são
inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras,
que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se
desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003)

DICA 231
O PEDIDO DE DEMISSÃO ANTES DA DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS NÃO AFASTA
DIREITO À PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS
Isso mesmo. Em uma decisão bastante recente, o TST decidiu que o pedido de demissão
feito em período anterior da distribuição dos lucros não afasta direito do empregado
demitido à participação nos lucros e resultados (PLR), pois o pagamento desta parcela não
é condicionado à vigência do contrato de trabalho.

Inclusive, o próprio TST já pacificou este assunto. Veja:

SÚMULA Nº 451 DO TST

PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. RESCISÃO CONTRATUAL ANTERIOR À


DATA DA DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS. PAGAMENTO PROPORCIONAL AOS MESES
TRABALHADOS. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº
390 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014.

DICA 232
MEDIAÇÃO PRÉ-PROCESSUAL
Foram normatizadas no ano 2016 no TST por intermédio do Ato TST.GP 168/2016, a
mediação e a conciliação pré-processual em dissídios coletivos visam evitar o ajuizamento
de dissídios. Isto quer dizer basicamente que para ter acesso ao apoio do juiz, não é preciso
ajuizar uma ação trabalhista.
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O funcionamento da mediação é bastante simples e relativamente parecido com uma
audiência de conciliação. O magistrado vai fazer a mediação, tentando fazer com que as
partes entre em um acordo que seja bom para todas as partes ali presentes. Lembrando
que por causa da pandemia, as mediações estão sendo por videoconferência.
DICA 233
LEI DA TERCEIRIZAÇÃO
A Lei da Terceirização é a Lei 13.429/2017, e é preciso que você saiba que a prestação de
serviços a terceiros é a transferência, pela contratante, da execução de qualquer atividade,
até mesmo a atividade principal, a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços
com capacidade econômica compatível com a sua execução.

Sabendo disto, é importante também que você saiba que não existe obrigatoriedade de
equiparação salarial em caso de terceirização. E quais são os requisitos para o
funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros? São os seguintes:

prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);

registro na Junta Comercial;

capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes


parâmetros:
a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00
(vinte e cinco mil reais);
c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$
45.000,00 (quarenta e cinco mil reais);
d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$
100.000,00 (cem mil reais); e
e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00
(duzentos e cinquenta mil reais).”

OBS.: Uma empresa terceirizada poderá fazer a subcontratação outras empresas para
prestar serviços? Pode sim, o art. 4º-A, § 1º da Lei n. 6.019/74 permite a subcontratação
de outras empresas para prestar de serviços. E mais: A responsabilidade entre estas
empresas será subsidiária.
DICA 234
AUXÍLIO-INCLUSÃO

Este é um novo tipo de auxilio de teor previdenciário. A previsão legal dele está no
Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015). Vamos ver a
seguir:

Art. 94: “Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pessoa com deficiência
moderada ou grave que:

receba o benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de


7 de dezembro de 1993, e que passe a exercer atividade remunerada que a enquadre
como segurado obrigatório do RGPS;

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tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de prestação continuada


previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que exerça atividade
remunerada que a enquadre como segurado obrigatório do RGPS”.

DICA 235
FALTA DE PRIVACIDADE PODE GERAR DIREITO À INDENIZAÇÃO PARA O
EMPREGADO?
A privacidade é um direito muito básico no Estado Democrático de Direito em que vivemos,
pois ela gera a individualidade que todos precisam, todavia o que acontece quando o
empregador viola este direito do seu empregado? Recentemente o TST decidiu que um
frigorífico deverá indenizar um de seus empregados, pois este era obrigado a transitar em
roupas íntimas na troca das vestimentas na chamada barreira sanitária. Vale a pena
salientar aqui na visão do TST, este caso não é um mero aborrecimento, como a instância
que julgou anteriormente.
Violação de privacidade no ambiente laboral não é mero aborrecimento para o TST.
Também é muito importante destacar que a violação da privacidade atenta vários princípios
da nossa CF/88, dentre eles o da dignidade da pessoa humana.
DICA 236
TIPOS DE EPI’S

Os EPIs se dividem em 9 categorias:

proteção da cabeça: capacete, capuz ou balaclava;

proteção dos olhos e face: óculos, protetor facial, máscara de solda;

proteção auditiva: protetor auditivo circum-auricular, de inserção, ou semi-auricular;

proteção respiratória: respirador purificador de ar não motorizado ou motorizado; de


adução de ar, ou de fuga;

proteção do tronco: vestimentas para proteção, colete à prova de balas;

proteção dos membros superiores: luvas, creme protetor, manga, braçadeira,


dedeira;

proteção dos membros inferiores: calçados para proteção, meia, perneira, calça;

proteção do corpo inteiro: macacão; vestimentas de corpo inteiro;

proteção contra quedas com diferença de nível: cinturão de segurança com


dispositivo trava-queda, cinturão de segurança com talabarte.

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DICA 237
EMPREGADO QUE É EXPOSTO AO CALOR EXTREMO POSSUI DIREITO A INTERVALO
DE CONFORTO TÉRMICO
Neste caso, ficou decidido recentemente pelo TST que Embrapa deveria pagar ao seu
empregado horas extras pela não concessão de intervalos para que este pudessem ter um
descanso térmico, visto que exposto ao calor extremo, acima do considerado ideal em
norma regulamentadora, e tal decisão pode ser vista no RR-240-63.2019.5.06.0411.
Importante destacar que o empregado em questão trabalhava em céu aberto, e que no
entendimento do TST, o ambiente em questão era insalubre pela ação do agente calor acima
dos limites de tolerância, devendo o empregado realizar um regime de 15 minutos de
trabalho e 45 de descanso, intervalo este que lhe foi suprimido.
DICA 238
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
O Ministério Público possui um papel de suma importância na justiça trabalhista, sendo
inclusive responsabilidade do Ministério Público do Trabalho suprir a incapacidade
processual dos menores desassistidos.

ATENÇÃO!

Apesar deste caráter judicial, saiba que o MPT tem sim atuação na esfera extrajudicial
também.

Lembrando que são órgãos do Ministério Público do Trabalho:

o Procurador-Geral do Trabalho;

o Colégio de Procuradores do Trabalho;

o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;

a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;

a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho;

os Subprocuradores-Gerais do Trabalho;

os Procuradores Regionais do Trabalho;

os Procuradores do Trabalho.
IMPORTANTE: Nas ações civis públicas que não forem propostas pelo Ministério
Público, é obrigatória a intervenção dele como fiscal da lei, conforme normatizado no § 1º,
do artigo 5º, da Lei 7.347/85.

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E olha, a banca já cobrou recentemente este assunto:

QUESTÃO FGV, 2021.


Após ser alvo de um inquérito civil junto ao Ministério Público do Trabalho – MPT, tendo
sido investigada pela prática de suposta irregularidade, a sociedade empresária Vida
Global assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o MPT para sanar o problema
e evitar a judicialização daquela situação, o que poderia abalar sua credibilidade perante
os investidores nacionais e estrangeiros.
Ocorre que a sociedade empresária não cumpriu o que foi estipulado no TAC, seja no
tocante à obrigação de fazer, seja no pagamento de multa pelo dano moral coletivo.
Diante dessa situação, e de acordo com os termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
a) O parquet deverá propor execução de título judicial.
b) O MPT deverá ajuizar execução de título extrajudicial.
c) A ação própria para a cobrança será o inquérito judicial.
d) O MPT deverá propor reclamação trabalhista pelo rito ordinário.
Gabarito: Letra B
Comentário: Os Termos de Ajuste de Conduta (TACs) celebrados diante do Ministério
Público do Trabalho são títulos executivos extrajudiciais, podendo ser executados
diretamente na presença da Justiça do Trabalho, sendo desnecessário o ajuizamento de
ação trabalhista para tanto (art. 876, caput, da CLT).
Na forma do art. 877-A CLT, é competente para a execução de título executivo
extrajudicial o juiz que teria competência para o processo de conhecimento relativo à
matéria.
Ponto chave para resolver: A questão fala em evitar a judicialização, logo, já impõe
a ideia de uma solução extrajudicial.

DICA 239
ABOLIÇÃO DO TRABALHO FORÇADO

Na 40ª reunião da Conferência Internacional do Trabalho, foi aprovada a Convenção n.


105, no ano de 1957. Convenção veda o trabalho forçado ou obrigatório:

como intermédio de coerção ou de educação políticas;

como castigo pela expressão de opiniões políticas ou pela manifestação de oposição


ideológica contrária à ordem política, social ou econômica vigentes;

como método de mobilização e de utilização de mão de obra para fins de fomento


econômico;

como medida de disciplina no trabalho;

como castigo por participação em greves;

como medida de discriminação racial, social, nacional ou religiosa.

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PROCESSO DO TRABALHO

DICA 240
PROVAS DIGITAIS NA JUSTIÇA DO TRABALHO
Podemos utilizar provas digitais na justiça trabalhista?
Sim, inclusive ela (a Justiça do Trabalho) é pioneira no uso deste tipo de provas, haja
vista que existe um programa da Justiça do Trabalho chamado Programa Provas Digitais.
Importante, ainda, salientar que a iniciativa do uso de provas digitais no meio jurídico
encontra seu respaldo nos artigos 369 e 370 do Código de Processo Civil, bem como também
artigo 765 da CLT.

Gostaria de um exemplo de prova digital: Um exemplo bastante clássico é a biometria,


que armazena uma série de informações como por exemplo a entrada e saída dos
empregados na empresa onde trabalha. Outro exemplo são as postagens em redes sociais,
aonde já houve um caso de uma empregada que laborava como enfermeira, e apresentou
um atestado falso para faltar ao trabalho, só que ela tinha postado fotos em seu perfil em
rede social participando de uma maratona e, com a prova digital, foi devidamente
confirmada sua demissão por justa causa.
DICA 241
EFEITO SUBSTITUTIVO DOS RECURSOS
Este efeito é aquele em que a decisão proferida pelo órgão ad quem substitui aquela que
foi recorrida. Mas só haverá este efeito se o recurso for conhecido.

INFORMAÇÃO EXTRA: EFEITO TRANSLATIVO.


Este efeito permite ao Tribunal que matérias que não tenham sido citadas (levantadas)
sejam julgadas. São o caso das matérias de ordem pública, aquelas matérias que não
precluem.

Ex.: Litispendência, coisa julgada entre outros. Este efeito não caracteriza violação do
princípio reformatio in pejus.
DICA 242
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DA LEI DE EXECUÇÕES FISCAIS
Um ponto de suma importância para que você saiba é que, caso haja alguma omissão na
CLT, primeiramente deve-se ver se há normatização sobre o assunto no qual a CLT é omissa
na Lei de Execuções Fiscais, e se não houver tal normatização, aí sim aplicar o CPC.

Art. 899 da CLT: “Aos trâmites e incidentes do processo de execução são aplicáveis,
naquilo que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos
executivos fiscais para cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal”.

DICA 243
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL
A substituição processual também é chamada de legitimidade extraordinária ou
anômala, criando a devida possibilidade de um indivíduo vir a juízo, fazer a postulação em
nome próprio direito alheio, em autêntica transferência da titularidade do direito de ação.

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dá à parte legitimidade extraordinária e assim o substituto poderá fazer a prática de todos
os atos processuais, como a apresentação da petição inicial.
IMPORTANTE: O TST vem entendendo a favor do posicionamento da substituição
processual passiva quando o sindicato figurar enquanto réu na ação rescisória proposta em
face de decisão proferida em processo no qual tenha atuado.
DICA 244
PROTESTO JUDICIAL
É importante que você saiba que a decisão judicial transitada em julgado pode ser levada a
protesto. Para efetivar o protesto, cabe ao exequente fazer a apresentação da certidão de
teor da decisão, conforme normatizado no art. 517, § 1º, do CPC.
O protesto pode ser cancelado?
Sim, a requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do
juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data
de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação,
conforme normatizado no art. 517, § 4° do CPC.
INFORMAÇÃO IMPORTANTE: O protesto judicial interrompe a prescrição. Veja:

OJ-SDI1-392. PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AJUIZAMENTO DE PROTESTO JUDICIAL.


MARCO INICIAL. O protesto judicial é medida aplicável no processo do trabalho, por
força do art. 769 da CLT, sendo que o seu ajuizamento, por si só, interrompe o prazo
prescricional, em razão da inaplicabilidade do § 2º do art. 219 do CPC, que impõe ao
autor da ação o ônus de promover a citação do réu, por ser ele incompatível com o
disposto no art. 841 da CLT.

DICA 245
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE OU CONVERSIBILIDADE
O princípio da fungibilidade permite que o magistrado aceite um recurso quando o
correto seria aceitar outro, entretanto desde que haja dúvida na doutrina ou
jurisprudência sobre qual seria o correto a ser utilizado. É necessário que o recurso
interposto não seja um erro grosseiro, bem como obedecer ao prazo do recurso cabível.
Inclusive, em uma decisão muito importante, o TST decidiu não aplica princípio da
fungibilidade quando há erro grosseiro na escolha do recurso.
É importante que no caso de um recurso ter sido erroneamente interposto, é preciso
que não tenha havido má fé da parte que o interpôs.

SÚMULA 272 DO STF

Não se admite como ordinário recurso extraordinário de decisão denegatória de


mandado de segurança.

DICA 246
PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, que
deverá ser nomeado pelo Presidente da República. Para que este seja destituído, por
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iniciativa do Presidente da República, que antes mesmo deverá ter autorização da maioria
absoluta do Senado Federal, em uma votação secreta. O procurador-geral tem suas funções
do Ministério Público junto aos outros tribunais superiores do país: O STF e o STJ. Também
atua em conjunto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Cuidado para não confundir a figura do Procurador - Geral da República com
procurador-geral do Trabalho, sendo este último nomeado pelo Procurado- Geral da
República.
DICA 247
DIREITO DE SINDICALIZAÇÃO E DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA

Na 32ª reunião da Conferência Internacional do Trabalho, foi aprovada a Convenção n.


98, tendo esta convenção como finalidade:

proteger os direitos sindicais dos trabalhadores em relação aos respectivos empregadores


e suas organizações;

assegurar a independência das associações de trabalhadores em face das de


empregadores, e vice-versa;

fomentar a negociação coletiva como solução ideal para os conflitos coletivos de trabalho.
DICA 248
EFEITO SUSPENSIVO DOS RECURSOS

Não é regra no processo trabalhista, sendo a regra que seja de efeito devolutivo.
Havendo efeito suspensivo, aquela decisão não pode ser executada. Em outras palavras,
este efeito suspensivo impede que a decisão seja cumprida de imediato, adiando a eficácia
da decisão no juízo a quo. Veja o que a Súmula 414, I do TST:

SÚMULA 414, I DO TST

A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do


mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar
é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso.
A aplicação do CPC aqui é subsidiária.

DICA 249
TÍTULOS EXECUTIVOS TRABALHISTAS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS

O art. 876 da CLT traz a disposição destes títulos:

JUDICIAIS: EXTRAJUDICIAIS:

Sentenças transitadas em julgado; Termos de compromisso de ajustamento


de conduta firmados perante;
Sentenças sujeitas a recurso desprovido de
efeito suspensivo; Ministério Público do Trabalho;
Acordos judiciais não cumpridos; Termos de conciliação firmados perante a
comissão de conciliação prévia.

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DICA 250
LEILÃO

Na fase de execução, é possível que, para satisfazer o direito do credor, os bens do


executado sejam alienados em leilão. Vejamos o que CPC diz:

Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações poderá apresentar,


por escrito:
I - até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor não inferior ao
da avaliação;
II - até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor que não seja
considerado vil.
§ 1° A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de pagamento de pelo menos vinte
e cinco por cento do valor do lance à vista e o restante parcelado em até 30 (trinta)
meses, garantido por caução idônea, quando se tratar de móveis, e por hipoteca do
próprio bem, quando se tratar de imóveis.
§ 2° As propostas para aquisição em prestações indicarão o prazo, a modalidade, o
indexador de correção monetária e as condições de pagamento do saldo.
§ 3. º (VETADO).
§ 4° No caso de atraso no pagamento de qualquer das prestações, incidirá multa de dez
por cento sobre a soma da parcela inadimplida com as parcelas vincendas.
§ 5° O inadimplemento autoriza o exequente a pedir a resolução da arrematação ou
promover, em face do arrematante, a execução do valor devido, devendo ambos os
pedidos ser formulados nos autos da execução em que se deu a arrematação.
§ 6° A apresentação da proposta prevista neste artigo não suspende o Leilão.
§ 7° A proposta de pagamento do lance à vista sempre prevalecerá sobre as propostas
de pagamento parcelado.
§ 8° Havendo mais de uma proposta de pagamento parcelado:
I - em diferentes condições, o juiz decidirá pela mais vantajosa, assim compreendida,
sempre, a de maior valor;
II- em iguais condições, o juiz decidirá pela formulada em primeiro lugar.
§ 9° No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo arrematante
pertencerão ao exequente até o limite de seu crédito, e os subsequentes, ao executado".

OBS.: Leilão obedece ao princípio da publicidade? Sim, já que art. 888 da CLT
normatiza que a arrematação dos bens deve ser anunciada por intermédio de um edital a
ser afixado na sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, caso haja, com um
tempo de antecedência de 20 dias.

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DICA 251
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO- EXCEÇÕES
Como tudo no direito, há exceções em muitos casos jurídicos. Tenha atenção com um
ponto de suma importância: Não se sujeita ao duplo grau de jurisdição a decisão fundada
em:
súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho
em julgamento de recursos repetitivos;
entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo
do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
Tudo isto está disposto na Súmula 303 do TST.
DICA 252
SÚMULAS VINCULANTES DO STF

SÚMULA VINCULANTE 4
Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser
substituído por decisão judicial.

SÚMULA VINCULANTE 22
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por
danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por
empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de
mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional n. 45/04.

SÚMULA VINCULANTE 25
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.

SÚMULA VINCULANTE 40
A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é
exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

SÚMULA VINCULANTE 53

A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal


alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da
condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.

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SÚMULA VINCULANTE 53
A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal
alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da
condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.

DICA 253
A LGPD PODE SER CITADA EM PROCESSOS TRABALHISTAS
Antes de tudo, a Lei Geral de Proteção de Dados já está vigente em nosso ordenamento
jurídico, e nada impede que uma questão da prova aborde a LGPD.
Será que ela pode estar presente no processo do trabalho? A resposta é sim. Em um
caso recente a LGPD foi usada para pedir acesso a folhas de ponto. A defesa argumentou
que o documento pertence à trabalhadora e, com base na norma, ela deve ter a posse e
ciência do seu conteúdo.
Ademais, em uma notícia recente, foi afirmado que a Lei Geral de Proteção de Dados foi
citada em 139 ações trabalhistas. Ou seja, este uso da lei tende a cada vez mais crescer.
Um caso muito importante foi de uma professora que, com base na LGPD, alegou que, por
conta das aulas online, estava tento violados os seus direitos trabalhistas e de
personalidade, pois o empregador pretende armazenar as videoaulas, mas sem observar o
dever de transparência e, por consequência, vários outros direitos previstos na LGPD.
DICA 254
EFEITO DEVOLUTIVO DOS RECURSOS
Como o próprio nome já deixa nítido, transfere do juízo a quo para o juízo ad quem a
matérias que foram impugnadas para que o juízo a quem modifique ou tenha uma nova
decisão sobre aquela matéria impugnada. Em outras palavras, transfere da vara para o TRT
ou do TRT para o TST as matérias que as partes não se conformam com a decisão ali
proferida.

Art. 899 da CLT: Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito
meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução
provisória até a penhora.

Quanto à sua extensão, o órgão ad quem só poderá julgar o que foi pedido, que foi objeto
do recurso.
Ex.: Uma pessoa recorre, em um Recurso Ordinário, pedindo adicional de insalubridade
e adicional noturno, e o órgão ad quem só poderá julgar o adicional de insalubridade e o
adicional noturno.
DICA 255
NÃO CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA
O art. 5° da Lei 12.016/2009 estabelece que:

Art. 5°: Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:


de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente
de caução;
de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
de decisão judicial transitada em julgado".

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E mais:

SÚMULA 267 DO STF

Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.

DICA 256
LIQUIDAÇÃO PÓS REFORMA TRABALHISTA
A liquidação é necessária para que os valores sejam especificados, como, por exemplo,
horas extras e FGTS, e esta especificação inclui também as contribuições previdenciárias.
Lembrando sempre que se uma das partes não concordar com os valores apresentados pela
outra, terá um prazo de 8 dias para questionar, o que se chama de impugnação de cálculos.
Se a diferença entre os valores apresentados pelo reclamante ou pelo reclamado for grande,
o juiz poderá entender a necessidade da nomeação de um perito.
DICA 257
PAGAMENTO NO PROCESSO TRABALHISTA
Se o processo for encerrado por intermédio de um acordo, o pagamento acontecerá nos
termos a serem homologados pelo magistrado.
Se não for por acordo, só acontecerá depois da sentença de execução, aonde o juiz fixará
o valor da dívida trabalhista. O pagamento se dará por meio de depósito em uma conta
judicial. Caso o devedor não possua dinheiro, a justiça tem uma série de convênios buscar
bens que possam garantir o pagamento, como por exemplo o Bacenjud.
DICA 258
TUTELA PROVISÓRIA NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA

A Lei 7 .347 /1985, em seus arts. 4.º e 12, deu a possibilidade da parte propor uma ação
cautelar anteriormente à ação civil pública. Vejamos a seguir o que estes artigos dizem:

Art. 4°: Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei, objetivando, inclusive,
evitar o dano ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística ou aos bens e
direitos de valor artísticos, estético, histórico, turístico e paisagístico.

Art. 12: Poderá o Juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em
decisão sujeita a agravo".

DICA 259
PROGRAMA NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO
Nascido de uma iniciativa do TST e Conselho Superior da Justiça do Trabalho, em parceria
com diversas instituições públicas e privadas criaram o programa, com o intuito de prevenir
acidentes de trabalho.
Lembrando sempre que art. 19 da Lei nº 8.213/91, "acidente de trabalho é o que ocorre
pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados
referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho".
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