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OBSERVAÇÕES INICIAIS
A prova objetiva do TJSP foi aplicada dia 02/04/2023, após um excelente aulão
de véspera realizado em São Paulo (onde fomos bem efetivos em antecipações!). Assim
que tivemos acesso ao gabarito preliminar iniciamos a tradicional prova comentada do
Mege, nós também ficamos ansiosos como vocês e corremos para entregar tudo dentro
do prazo recursal. Missão cumprida!
A nossa intenção neste material é auxiliar nossos alunos e seguidores na análise
da elaboração de seus recursos, além de possibilitar, em formato conclusivo, a revisão
de temas cobrados no certame e verificação de maiores chances de avanço para 2ª fase.
Na verdade, esse estudo já virou uma tradição obrigatória.
O material aqui apresentado trata de versão preliminar elaborada com as
finalidades informadas e concluída por nosso time específico de 1ª fase de magistratura,
sem maiores pretensões de aprofundamento ou trabalho editorial neste momento, que
é de puro apoio (e não fica na detectação de questões antecipadas em nossas várias
formas de atuação – pois o tempo é curto para tal fim).
No entanto, a nossa felicidade foi imensa ao constatarmos o quanto nosso
apoio, novamente, foi efetivo em reta final e o quanto nossos alunos do clube da
Magistratura estão bem direcionados independentemente do nível da prova a ser
aplicada. Os feedbacks de vocês enchem nosso coração de alegria! São alunos que
relatam o aumento de pontuação em 15, 20 e até 25 pontos em poucos meses ao nosso
lado.
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O corte, neste momento, segue estimado em 80 acertos para ampla
concorrência. Os(as) candidatos(as) que concorram às vagas destinadas às pessoas com
deficiência, bem como os(as) candidatos(as) que se inscreveram às vagas reservadas
aos(às) candidatos(as) negros(as), precisam acertar 60 questões para avançarem de
fase (conforme item 9.7.3.1 do edital de abertura).
Até parece uma imagem colada de outra turma do tanto que tem sido assim,
nossos alunos, novamente, deram um show em relação aos demais cursos
cadastrados!
O gráfico abaixo representa o desempenho geral da resposta comparativa de
nossos alunos (conforme gabarito e possível nota de corte). Algo apurado em
plataforma que não temos qualquer tipo de vínculo ou parceira - informação genuína e
que nos enche de orgulho.
Pelas matrículas nas turmas de 2ª fase temos uma boa percepção que vocês
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estão realmente engajados em fazer bonito novamente!
Em nossa análise, sobre caminhos pós-prova no TJSP, entendemos que esse
direcionamento esquematizado pode orientar da melhor forma.
Sobre a nota de corte de ampla concorrência (estimada em 80 pontos), diante
das polêmicas apontadas como possíveis anulações, estimamos que até 77 pontos seria
possível imaginar uma chance de 2ª fase (com bom aproveitamento de anuladas).
Em cotas, 55 seria esse limite indicado, diante das possibilidades de anulações
que apontamos (e o aluno tiver errado em grande as questões indicadas). É uma chance
remota, mas é possível e deve ser visto caso a caso.
Aos colegas que não estão dentro dessas faixas, indicamos, conforme o caso,
entrar imediatamente no Clube da Magistratura (turma 2023.1), Nossa turma mais
completa para quem se prepara para carreira (inclusive assinante premium ganha
acesso a todas as retas finais de magistratura que atuamos).
Se você presta concursos de magistratura em outros estados, o Clube da
Magistratura conta com tudo que você precisa para preparação em todas as fases do
concurso. Desde o estudo da lei comentada até correções de provas de 2ª fase de forma 6
personalizada; e até mesmo a opção de acompanhamento personalizado.
Vale a pena conferir!
Por fim, vale ressaltar que já estamos com inscrições abertas para turma de 2ª
fase TJSP (onde contaremos com 2 opções: com e sem correções de provas
personalizadas) focada em uma preparação completa para este desafio.
O estudo de sentenças e discursivas (aqui inclusa ainda uma abordagem ampla
para Humanística específica para o TJSP), a experiência de redigir e ter correções de
provas manuscritas, tudo devidamente alinhado ao seu desafio no melhor nível. Uma
equipe que conta com ex-examinadores em correções e um time focado em turmas de
2ª fase de magistratura desde 2015.
As inscrições já estão abertas em nosso site e você ainda poderá utilizar o os
cupons indicados (caso seja ex-aluno) para garantir sua vaga com 10% de desconto no
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Os links para inscrição nas turmas de 2ª fase seguem conforme abaixo
(em promoção de lançamento):
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Insta: @prof.arnaldobruno (fiquem à vontade para envio de mensagens sobre o Mege).
SUMÁRIO
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DIREITO CIVIL
01. O Banco do Brasil S/A emprestou R$ 494.000,00 para Caio comprar um imóvel no
litoral de São Paulo, com garantia hipotecária. Além dessa dívida com o Banco do Brasil,
Caio deve R$ 206.000,00 para Tício, R$ 320.000,00 para a empresa fornecedora de
gêneros alimentícios e R$ 55.000,00 para Mirtes. Caio, em razão da pandemia do Covid-
19, não conseguiu pagar as dívidas. O Banco do Brasil já ingressou com ação de execução
hipotecária. Os outros credores já avisaram que ingressarão com ações para cobrar os
seus créditos. Diante dessa situação, Caio resolveu doar ao seu único filho Benites o
terreno que adquiriu em São Paulo quando sua situação financeira era equilibrada, ou
seja, bem antes das dívidas e logo após a morte da sua esposa Brenda. A escritura
pública de doação foi lavrada em 10 de janeiro de 2023. O terreno doado foi avaliado
em R$ 1.300.000,00. Um dos credores quer discutir a doação em juízo, pois Caio não
tem outros bens para a satisfação dos créditos. Considerando as informações, assinale
a alternativa CORRETA.
(A) Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o
devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore,
poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
Nesses casos, não se exige a intenção de fraudar (o consilium fraudis). A causa do
reconhecimento da fraude contra credores deixa de ser subjetiva (manifestação de
vontade com o intuito de fraudar), para ser objetiva (redução do devedor à insolvência).
(B) Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o
devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore,
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poderão ser anulados pelos credores, como lesivos dos seus direitos. O Código Civil
autoriza a utilização da ação pauliana por credor quirografário e por credor cujo crédito
esteja munido de garantia real, ainda que esta seja suficiente para o cumprimento da
obrigação.
(C) Parcela significativa da doutrina tem sustentado que o negócio jurídico em fraude
contra credores é apenas ineficaz para o credor. No entanto, mesmo adotado esse
entendimento doutrinário, o reconhecimento da fraude promoverá o retorno do bem
ao acervo do devedor, permitindo que outros credores possam também obter a
satisfação dos seus créditos.
(D) A ação para anular negócio jurídico praticado em fraude contra credores, segundo o
regime jurídico estabelecido no Código Civil de 2002, é desconstitutiva (constitutiva
negativa), sujeitando-se a prazo decadencial de 4 (quatro) anos para o seu ajuizamento.
O prazo decadencial deve ser contado do dia em que o credor lesado tomou
conhecimento do negócio jurídico, independentemente de eventual presunção
decorrente do registro de imóveis.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. A fraude contra credores ou fraude pauliana consiste na hipótese em que
o devedor insolvente ou próximo a essa situação realiza negócios gratuitos ou onerosos,
causando prejuízo aos seus credores. A doutrina aponta como requisitos para a fraude
contra credores:
(a) critério objetivo, consistente no evento danoso [eventus damni], isto é, na hipótese
de efetivo prejuízo aos credores; e
(b) critério subjetivo, consistente no conluio entre as partes do negócio jurídico
[consilium fraudis]. A necessidade de prova dos requisitos dependerá da hipótese de
fraude.
No caso da transmissão gratuita de bens e remissão de dívidas (art. 158, caput, do CC),
bastará a presença do requisito objetivo, não importando a análise do requisito
subjetivo, vale dizer, pouco importa se o beneficiado pelo ato tinha ciência ou não da
situação de insolvência ou da vontade de prejudicar terceiros.
Art. 178, II: “É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a
anulação do negócio jurídico, contado: II – no de erro, dolo, fraude contra
credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio
jurídico”. 10
(B) INCORRETA.
CC: Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de
dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à
insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores
quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1 o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2 o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a
anulação deles.
(C) INCORRETA.
CC: Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante
reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de
credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos
preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade
importará somente na anulação da preferência ajustada.
Nos termos do art. 178, II, do CC, a ação pauliana está sujeita ao prazo decadencial de 4
anos contados do dia em que se realizou o negócio jurídico.
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02. Assinale a alternativa CORRETA sobre os contratos bilaterais.
(A) Nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o
implemento da do outro. Não se admite, porém, que o devedor exerça a exceção de
contrato não cumprido por antecipação, ou seja, antes do termo da prestação. Vale
dizer, não existe, em hipótese alguma, exceção por antecipação.
(B) A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por
perdas e danos. Apesar da literalidade do Código Civil de 2002, em harmonia com a
função social do contrato e em atendimento ao princípio da boa-fé objetiva, a teoria do
substancial adimplemento do contrato, quando aplicável, visa a impedir o uso
potestativo do direito de resolução por parte do credor.
(C) Se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, na hipótese de
execução continuada ou diferida, com extrema vantagem para a outra, em razão de
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do
contrato. A onerosidade excessiva, no Código Civil, enseja apenas a resolução, não se
autorizando que se peça a revisão do contrato.
(D) As perdas e danos não dependem da imputabilidade da causa da resolução por
inadimplemento.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Exceptio non adimpleti contractus (art. 476 do CC): Nos contratos
bilaterais (sinalagmáticos), nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua
obrigação, pode exigir o implemento do outro. Havendo o descumprimento bilateral, ou
seja, de ambas as partes, o contrato reputar-se-á extinto.
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes
contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar
duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à
prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê
garantia bastante de satisfazê-la.
(B) CORRETA.
CC: Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do
contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer
dos casos, indenização por perdas e danos.
(C) INCORRETA.
Enunciado 365: A extrema vantagem do art. 478 deve ser interpretada como
elemento acidental da alteração das circunstâncias, que comporta a
incidência da resolução ou revisão do negócio por onerosidade excessiva,
independentemente de sua demonstração plena.
(D) INCORRETA.
(A) INCORRETA.
CC: Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em
hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens
confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica
a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros
serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar
em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender
a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam
encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) CORRETA.
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04. João alugou ao amigo Marcelo o imóvel residencial situado no Município de Santos,
no Estado de São Paulo. O contrato escrito foi firmado em 8 de janeiro de 2019, com
prazo de duração de 24 (vinte e quatro) meses. Ao término do prazo, o contrato foi
prorrogado por tempo indeterminado, mantidas as mesmas condições e cláusulas do
contrato findo. Após 4 (quatro) anos da celebração da locação, não havendo mais
interesse na manutenção do contrato, sem qualquer motivo específico, João telefonou
para o locatário Marcelo. O locatário, informalmente, deixou claro que não iria
desocupar o imóvel, pois não estava com tempo para fazer sua mudança. Diante da
recusa verbal do locatário, o que deverá fazer João para compelir Marcelo a desocupar
o imóvel?
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(A) Denunciar a locação, encaminhando notificação para desocupação imediata do
imóvel. Não havendo desocupação, deverá ingressar com ação de despejo (denúncia
vazia).
(B) Considerar denunciada a locação em razão do contato telefônico e, imediatamente,
ingressar com ação de despejo.
(C) Denunciar a locação somente depois de 5 (cinco) anos da celebração do contrato.
Após, caso o imóvel não seja desocupado, deverá ingressar com ação de despejo
(denúncia vazia).
(D) Denunciar a locação, encaminhando notificação com concessão de prazo de 30
(trinta) dias para a desocupação do imóvel. Após, caso o imóvel não seja desocupado,
deverá ingressar com ação de despejo (denúncia vazia).
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a
trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se
automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado
o imóvel:
I - Nos casos do art. 9º;
II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do
imóvel pelo locatário relacionada com o seu emprego;
III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para
uso residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim como
seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio;
IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização
de obras aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área construída,
em, no mínimo, vinte por cento ou, se o imóvel for destinado a exploração de
hotel ou pensão, em cinqüenta por cento;
V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos.
§ 1º Na hipótese do inciso III, a necessidade deverá ser judicialmente
demonstrada, se:
a) O retomante, alegando necessidade de usar o imóvel, estiver ocupando,
com a mesma finalidade, outro de sua propriedade situado nas mesma
localidade ou, residindo ou utilizando imóvel alheio, já tiver retomado o
imóvel anteriormente;
b) o ascendente ou descendente, beneficiário da retomada, residir em imóvel 15
próprio.
§ 2º Nas hipóteses dos incisos III e IV, o retomante deverá comprovar ser
proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter
irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à
matrícula do mesmo.
Segundo o STJ, o termo inicial de contagem do prazo para a denúncia vazia, nas
hipóteses de que trata o inciso V do artigo 47 da Lei de Locações (Lei 8.245/1991),
coincide com a formação do vínculo contratual. REsp 1511978.
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05. Sobre o contrato de seguro, segundo a jurisprudência dominante e atual do Superior
Tribunal de Justiça, é CORRETO afirmar:
(A) a cobertura, no seguro de vida, deve abranger os casos de sinistros ou acidentes
decorrentes de atos praticados pelo segurado em estado de insanidade mental, de
alcoolismo ou sob efeito de substâncias tóxicas, salvo em se tratando de suicídio
ocorrido dentro dos 2 (dois) primeiros anos do contrato.
(B) a embriaguez do segurado exime a seguradora do pagamento da indenização
prevista em contrato de seguro, inclusive em se tratando de seguro de vida.
(C) a correção monetária sobre a indenização securitária, nos contratos regidos pelo
Código Civil, incide a partir do sinistro até o efetivo pagamento.
(D) a seguradora, não havendo prova da premeditação da morte, está obrigada a
indenizar o suicídio mesmo antes dos 2 (dois) anos do contrato.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(D) INCORRETA.
CC: Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem
limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os
efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor.
Art. 12, §2º da Lei 8.245/1991, o fiador fica responsável pelos 120 dias
seguintes à notificação no caso de sub-rogação da locação por morte,
separação de fato, separação judicial, divórcio ou dissolução da união estável
do locatário, bem como nos casos de prorrogação da locação por prazo
indeterminado, segundo o art. 40, inc. X da mesma lei.
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07. Assinale a alternativa CORRETA sobre a hipoteca.
(A) A hipoteca judiciária está prevista no Código Civil e no Código de Processo Civil. Pode-
se dizer que se trata de um efeito anexo da sentença que condena o réu ao pagamento
de prestações em dinheiro e a que determina a conversão da prestação de fazer, de não
fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária. A sentença valerá como título
constitutivo da hipoteca judiciária, independentemente do requerimento da parte no
processo judicial, ainda que exista recurso recebido com efeito suspensivo.
(B) A hipoteca convencional, que decorre do ajuste das partes, terá duração máxima de
30 (trinta) anos. Decorrido esse prazo, a hipoteca é extinta, independentemente do
vencimento da dívida que ela assegura. A constituição de nova hipoteca depende de
novo título e de novo registro. Essa sistemática prevista na lei civil também se aplica
para a hipoteca legal.
(C) A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura ou condicionada,
desde que determinado o valor máximo do crédito a ser garantido. Nesse caso, a
execução da hipoteca não dependerá de prévia e expressa concordância do devedor
quanto à verificação da condição ou ao montante da dívida.
(D) A arrematação ou adjudicação do imóvel hipotecado é causa extintiva da hipoteca,
devidamente registrada, desde que o credor hipotecário tenha sido previamente
intimado nos autos da execução.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A hipoteca judiciária é meio hábil para assegurar futura execução de
sentença condenatória. É o que uma parcela da doutrina costuma chamar de “efeito
anexo da sentença”, pois decorre automaticamente da própria lei processual. Por meio
da hipoteca judiciária, é gravado bem imóvel (ou outro dos arrolados no art. 810 do
Código Civil) de propriedade da parte condenada ao pagamento de dinheiro ou entrega
de coisa, estabelecendo-se, em prol do juízo e do vencedor, um instrumento que ajuda
a tornar eficaz a sentença.
Nos termos do art. 466 do CPC: “A sentença que condenar o réu no pagamento de uma
prestação consistente em dinheiro ou em coisa valerá como título constitutivo de
hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada na forma prescrita na Lei de Registros
Públicos.”
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
CC: “Art. 1.487. A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futura
ou condicionada, desde que determinado o valor máximo do crédito a ser
garantido.
§ 1º Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca dependerá de prévia e
expressa concordância do devedor quanto à verificação da condição, ou ao
montante da dívida”.
(D) CORRETA.
(A) INCORRETA. Renúncia é a declaração de vontade por meio da qual o herdeiro recusa
a herança que lhe fora encaminhada, de forma irrevogável, tornando insubsistente a
transmissão ficta. Dessa forma, no momento da renúncia, a transmissão tem-se por não
verificada (art. 1.804, parágrafo único, do CC).
Espécies de Renúncia:
A renúncia feita sem observância da forma prescrita no Código Civil é nula, não anulável
(arts. 166, IV e 169 do CC).
(B) CORRETA. Consiste o droit de saisine no reconhecimento, ainda que por ficção
jurídica, da transmissão imediata e automática do domínio e da posse da herança aos
herdeiros legítimos e testamentários, no instante da abertura da sucessão, que ocorre
com a morte.
Todavia, o art. 1.844 prevê que não sobrevivendo cônjuge, companheiro, ou parente
sucessível, a herança é transmitida à Fazenda Pública, desde a abertura da sucessão, não
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o fazendo depender de cumprimento de qualquer requisito ou de eficácia retroativa da
decisão judicial. Assim, se não há parente sucessível ou, se este não a tiver renunciado,
a aquisição da herança pela Fazenda Pública dá-se do mesmo modo que a prevista para
os demais sucessores, ou seja, por força de lei e de modo automático na data da
abertura da sucessão, com uma nota adicional: a Fazenda Pública não pode renunciar
à herança. Também para a Fazenda Pública vale o princípio de que os bens não restam
sem titular”. (IX Congresso Brasileiro de Direito de Família. Famílias: Pluralidade e
Felicidade DIREITO CONSTITUCIONAL À HERANÇA, SAISINE E LIBERDADE DE
TESTAR. https://ibdfam.org.br/assets/upload/anais/290.pdf).
Ressalte-se, por fim, que o STJ possui julgados no sentido de que "é entendimento
consolidado neste Superior Tribunal de Justiça que os bens jacentes são transferidos ao
ente público no momento da declaração da vacância, não se aplicando, desta forma, o
princípio da saisine" (AgRg no Ag 851.228/RJ, Rel. Min. SIDNEI BENETI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 23/09/2008, DJe 13/10/2008).
Diante disso, apesar de considerada como correta a alternativa B, em tese seria cabível
recurso, uma vez que não há consenso doutrinário sobre o assunto, em que pese
decisões do STJ pela não aplicação.
(C) INCORRETA.
CC: art. 1.831: “Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens,
será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o
direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da
família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar”.
(D) INCORRETA.
CC: Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos
herdeiros legítimos e testamentários.
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09. Sobre os alimentos, nos termos da jurisprudência dominante e atual do Superior
Tribunal de Justiça, é CORRETO afirmar:
(A) a obrigação alimentar do pai em relação aos filhos cessa automaticamente com o
advento da maioridade.
(B) é irrenunciável o direito aos alimentos presentes e futuros, mas pode o credor
renunciar aos alimentos pretéritos devidos e não prestados. A irrenunciabilidade atinge
o direito e o seu exercício.
(C) o Código Civil prevê o dever de solidariedade alimentar decorrente do parentesco,
facultando-se ao alimentando a possibilidade de formular novo pedido de alimentos
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direcionado a seus familiares, caso necessário.
(D) os alimentos gravídicos visam a auxiliar a mulher gestante nas despesas decorrentes
da gravidez, da concepção ao parto. A gestante é a beneficiária direta dos alimentos
gravídicos, resguardando-se, assim, ainda que indiretamente, os direitos do próprio
nascituro. Contudo, com o nascimento com vida da criança, esses alimentos são extintos
ou perdem seu objeto, isto é, não podem ser convertidos automaticamente em pensão
alimentícia.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Súmula 358 do STJ: “O cancelamento de pensão alimentícia de filho que
atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que
nos próprios autos.
(B) INCORRETA. É irrenunciável o direito aos alimentos presentes e futuros (art. 1.707
do Código Civil), mas pode o credor renunciar aos alimentos pretéritos devidos e não
prestados, isso porque a irrenunciabilidade atinge o direito, e não o seu exercício. Resp
nº 1.529.532 – DF.
(C) CORRETA. O ordenamento pátrio prevê o dever de solidariedade alimentar
decorrente do parentesco (arts. 1.694 e 1.695 do Código Civil), facultando-se à
alimentanda a possibilidade de formular novo pedido de alimentos direcionado a seus
familiares caso necessário. Resp nº 1.688.619 – MG.
Note que apesar de falar em solidariedade, não está se referindo a obrigação solidária,
mas do dever de solidariedade.
(D) INCORRETA. Lei 11.804/08 (Lei de Alimentos gravídicos):
Art. 6º Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará
alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando
as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré. Parágrafo
único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam
convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das
partes solicite a sua revisão.
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10. Sobre a responsabilidade civil, segundo o entendimento dominante e atual do
Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa CORRETA.
(A) A indenização é medida pela extensão do dano, mas havendo excessiva
desproporção entre a gravidade da culpa e o prejuízo causado, pode haver a redução
equitativa do montante indenizatório. Em outras palavras, a redução equitativa da
indenização prevista no Código Civil tem caráter excepcional e somente será realizada
quando a amplitude do dano extrapolar os efeitos razoavelmente imputáveis à conduta
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do agente.
(B) A vítima, ainda que se trate de família de baixa renda, deve provar a dependência
econômica para ter direito à pensão por ato ilícito. Não há que se falar nesse caso em
presunção relativa de necessidade.
(C) A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal é objetiva, não se admitindo
a excludente do fato exclusivo de terceiro.
(D) A prisão civil decretada por descumprimento de obrigação alimentar decorrente de
ato ilícito é legal, pois a exceção prevista na Constituição Federal sobre o tema não exige
obrigação de pagar alimentos decorrente do Direito de Família.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
(C) INCORRETA.
CC: Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este
causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
(D) INCORRETA. Os alimentos, de acordo com a origem, podem ser classificados em três
espécies: legítimos (devidos por força de vínculo familiar, estabelecido em lei),
voluntários/negociais (derivados de negócio jurídico) ou indenizatórios (em razão de ato
ilícito).
Os alimentos decorrentes de ato ilícito são considerados de forma expressa pelo Código
Civil como indenização. Eles são arbitrados em quantia fixa, pois são medidos pela
extensão do dano, de forma a propiciar, na medida do possível, o retorno da vítima à
situação anterior ao ato ilícito. Ao contrário, os alimentos do direito de família devem
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necessariamente levar em consideração o binômio necessidade-possibilidade para a sua
fixação, estando sujeitos à reavaliação para mais ou para menos, a depender das
instabilidades ocorridas na vida dos sujeitos da relação jurídica.
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11. Mário ingressou com ação de conhecimento com pedido condenatório em face de
Josefina. Aduziu, em síntese, que emprestou R$ 60.000,00 para pagamento em 20
parcelas de R$ 3.000,00 e teria recebido apenas a primeira parcela. Pediu a condenação
da ré ao pagamento das três parcelas vencidas, com correção monetária e juros. Estando
em ordem a inicial, o juiz de direito designou a audiência de tentativa de conciliação. A
ré foi citada. Na audiência não houve acordo. No prazo legal, por intermédio de
advogado regularmente constituído, Josefina contestou a ação. Afirmou que está
passando por dificuldades financeiras por estar desempregada e que não tem condições
de pagar o empréstimo. Pugnou pela improcedência do pedido. Juntada a contestação
sem documentos, os autos foram encaminhados à conclusão. Considerando isso, qual
deverá ser a decisão do juiz?
(A) o juiz determinará a intimação do autor para, em 15 dias, manifestar-se sobre a
contestação.
(B) o juiz julgará antecipadamente o mérito, proferindo sentença com condenação da ré
ao pagamento apenas das parcelas vencidas, pois não houve pedido para inclusão das
parcelas vincendas. Condenará a ré ainda ao pagamento da verba de sucumbência.
(C) o juiz, em decisão saneadora, delimitará as questões de fato sobre as quais recairá a
atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; definirá a distribuição
do ônus da prova; delimitará as questões de direito relevantes para a decisão de mérito;
designará audiência de instrução e julgamento.
(D) o juiz julgará antecipadamente o mérito, proferindo sentença com condenação da
ré ao pagamento (i) das parcelas vencidas e (ii) das parcelas vincendas (cumprimento de
obrigação em prestações sucessivas), mesmo sem pedido, enquanto durar a obrigação.
Condenará a ré ainda ao pagamento da verba de sucumbência.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Não há, ademais, fatos aparentemente controvertidos, uma vez que Josefina confessa o
inadimplemento, embora alegue passar por dificuldades financeiras. Aparentemente, as
partes não possuem interesse na produção de prova e o magistrado, em casos como o
apresentado, pode proceder ao julgamento antecipado de mérito, nos termos do art.
355, I, do CPC, sempre que não houver necessidade de produção de outras provas.
Ademais, de acordo com o art. 323 do CPC, na ação que tiver por objeto cumprimento
de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido,
independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação,
enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou
de consigná-las.
Assim, deve Josefina ser condenada ao pagamento das parcelas vencidas e vincendas,
independente de pedido expresso do autor, além de ser responsabilizada pelo
pagamento das verbas de sucumbência.
_______________________________________________________________________
12. Carlos ingressou com ação de conhecimento com pedido condenatório em face de
Raimundo. O réu foi citado pessoalmente para a audiência de tentativa de conciliação e
constituiu advogado. Frustrada a tentativa de conciliação, o réu contestou a ação. O
pedido foi acolhido em primeiro grau, após os articulados das partes e a produção de
provas. A sentença transitou em julgado. Após um ano do trânsito em julgado, Carlos
requereu a intimação do réu para cumprir a sentença. Considerando isso, responda
como deverá ser a intimação nesse caso.
(A) Por Oficial de Justiça.
(B) Por carta com aviso de recebimento.
(C) Por edital, considerando que o réu mudou de endereço sem prévia comunicação ao
juízo.
(D) Pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
13. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo
as disposições previstas em lei. A petição inicial, assim, é considerada a peça inaugural
do processo. Por meio dela o autor busca a prestação da tutela jurisdicional em face do
réu. Acerca do tema, indique a alternativa CORRETA.
(A) Na petição inicial o autor deve detalhar o pedido com as suas especificações. Com
isso, o pedido deverá ser sempre certo. Não há, dessa forma, qualquer possibilidade de
apreciação de pedidos implícitos.
(B) Na petição inicial o autor indicará o valor da causa. Na ação que tiver por objeto a
existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a
resolução de ato jurídico, o valor da causa será sempre o valor do ato.
(C) A petição inicial deverá ser indeferida quando for inepta, ou seja, quando (i) faltar
pedido ou causa de pedir; (ii) o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses
autorizadas na lei; (iii) contiver pedidos incompatíveis entre si; (iv) da narração dos fatos
não decorrer logicamente a conclusão; (v) o autor carecer de interesse processual.
(D) O autor na petição inicial indicará o fato e os fundamentos do pedido. A lei, em
outras palavras, exige o detalhamento da causa de pedir. Adotou o nosso Código de
Processo Civil a teoria da substanciação da ação.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. O art. 322, §1º, do CPC prevê a possibilidade de se ter pedidos
implícitos: 27
“§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as
verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.”
(B) INCORRETA.
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e
será:
(...)
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do
ato ou o de sua parte controvertida;
(C) INCORRETA. A petição inicial pode ser indeferida quando faltar ao autor interesse
processual (art. 330, II, do CPC), mas não se cuida de situação propriamente de inépcia.
Os casos de inépcia estão previstos no art. 330, §1º, do CPC:
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se
permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
(D) CORRETA. De acordo com a jurisprudência do STJ, “para a adequada delimitação da
causa de pedir, de acordo com a teoria da substanciação, acolhida pelo sistema
processual, impõe-se ao demandante o dever de, além de expor os fatos que, por sua
relevância jurídica, repercutem em seu direito, também apresentar, em justificação, os
fundamentos jurídicos deste, aduzindo a que título o ordenamento jurídico acolhe sua
pretensão, sendo irrelevante, a esse propósito, a indicação de dispositivos legais
(fundamento legal)” (REsp 1745411 / RS, TERCEIRA TURMA, DJe 20/08/2021).
_______________________________________________________________________
14. Maria ingressou com ação de conhecimento em face da concessionária de energia
elétrica visando ao reconhecimento da inexigibilidade da “conta de luz” do mês de abril
de 2022 no valor de R$ 1.500,00. O juiz julgou improcedente o pedido, reconhecendo a
exigibilidade do valor cobrado pela concessionária. A sentença transitou em julgado. A
concessionária pretende executar a sentença, afirmando ter título executivo judicial.
Sobre os títulos executivos judiciais, indique a afirmativa CORRETA.
(A) A decisão homologatória de autocomposição judicial constitui também título judicial.
Adverte-se, contudo, que a autocomposição judicial não pode envolver sujeito estranho
ao processo e não pode versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em
juízo.
(B) Também é título judicial a decisão interlocutória estrangeira, independentemente
da concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça.
(C) As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação 28
de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa também são títulos
executivos judiciais. Em outras palavras, a lei acabou com o dogma de que só as
sentenças condenatórias constituíam títulos executivos. Admite-se hoje a execução de
uma sentença declaratória ou constitutiva.
(D) Também são títulos judiciais: o crédito de auxiliar da justiça, a sentença penal
condenatória, independentemente do trânsito em julgado e a sentença estrangeira
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 515, § 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao
processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em
juízo.
(B) INCORRETA.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de
acordo com os artigos previstos neste Título:
(...)
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à
carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
(C) CORRETA. "A sentença, qualquer que seja sua natureza, de procedência ou
improcedência do pedido, constitui título executivo judicial, desde que estabeleça
obrigação de pagar quantia, de fazer, não fazer ou entregar coisa, admitida sua prévia
liquidação e execução nos próprios autos. STJ. Corte Especial. REsp 1.324.152-SP, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/5/2016 (Info 585)."
(D) INCORRETA.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de
acordo com os artigos previstos neste Título:
(...)
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou
honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
_______________________________________________________________________
15. O Código de Processo Civil regula as ações possessórias. A natureza possessória da
ação pressupõe a posse como fundamento (causa de pedir) e como pedido (pretensão).
Assim, indique a alternativa correta sobre as ações possessórias.
(A) O procedimento especial previsto no Código de Processo Civil se aplica em se
tratando de ação de força nova e de ação de força velha. Assim, não importa, em
qualquer caso o juiz deferirá, estando a petição devidamente instruída, sem ouvir o réu,
29
a expedição de mandado liminar de manutenção ou reintegração, caso contrário,
determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando o réu para
comparecer à audiência que for designada.
(B) Obsta, por expressa disposição na lei processual civil, à manutenção e à reintegração
de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa. O Código de
Processo Civil não proíbe a alegação de domínio.
(C) O procedimento especial previsto no Código de Processo Civil só tem lugar quando
se tratar de ação de força nova, ou seja, quando o esbulho ou a turbação tiver ocorrido
dentro de ano e dia. Se for há mais de ano e dia, a ação de força velha deverá ser ajuizada
pelo procedimento comum. Nesse caso, segundo entendimento prevalente sobre o
tema, o juiz não poderá conceder a tutela provisória com base na regra geral do Código
de Processo Civil.
(D) A propositura de uma ação possessória em vez de outra não impede que o juiz
conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos
pressupostos estejam provados. A lei, assim, regula expressamente a fungibilidade das
ações possessórias.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. O procedimento especial se aplica apenas a ações possessórias de força
nova, isto é, com menos de ano e dia.
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse
as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de
ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o
procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
(B) INCORRETA.
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto
ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão
for deduzida em face de terceira pessoa.
Leitura do art. 337 do CPC. Prescrição e decadência não são, tecnicamente, questões
preliminares, discutidas antes do mérito, e sim prejudiciais de mérito, isto é, são
questões que, se acolhidas, ensejam a extinção do processo com resolução de mérito
(art. 487, II, do CPC).
_______________________________________________________________________
17. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova
escrita, sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz o
pagamento de quantia em dinheiro, a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem
móvel ou imóvel e o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. O Brasil
adotou o procedimento monitório documental. Sobre a ação monitória, segundo a
jurisprudência dominante e atual do Superior Tribunal de Justiça e a legislação
processual civil em vigor, é CORRETO afirmar:
(A) sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de
pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou não fazer,
com prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento. Cumprindo o réu o mandado, ficará
isento de custas e honorários advocatícios.
(B) o réu, no prazo para embargos, desde que reconheça o crédito do autor e comprove
o depósito de 30% (trinta por cento) do valor devido, poderá requerer que lhe seja
permitido pagar o restante em até 06 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção
monetária e de juros de 1% ao mês. Em outras palavras, o parcelamento autorizado na
execução de título extrajudicial também se aplica ao procedimento monitório, no que
couber.
(C) não se admite em face da Fazenda Pública.
(D) não se admite quando fundada em cheque prescrito.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
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COMENTÁRIOS
(B) CORRETA. Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916 do CPC (moratória
judicial), nos termos do art. 701, §5º, do CPC.
(C) INCORRETA. É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública (art. 700, §6º,
do CPC).
Súmula 339/STJ: É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública.
(D) INCORRETA. Súmula nº 299: É admissível a ação monitória fundada em cheque
prescrito.
_______________________________________________________________________
18. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta que a parte proponha
de novo a ação, ressalvando- -se apenas ser necessário comprovar o pagamento ou o
depósito das custas e dos honorários de advogado. Sobre a sentença terminativa,
indique a alternativa correta que englobe apenas casos que a propositura da nova ação
dependa da correção do vício que levou à sentença de extinção sem resolução do
mérito.
(A) Contumácia das partes, ausência de legitimidade e interesse processual.
(B) Extinção por abandono pelo autor, ausência de pressupostos de constituição e de
desenvolvimento regular do processo.
(C) Indeferimento da petição inicial, ausência de pressupostos de constituição e de
desenvolvimento regular do processo e ausência de legitimidade ou de interesse
processual.
(D) Extinção por abandono da causa pelo autor, contumácia das partes e indeferimento
da petição inicial.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
De fato, nos casos de indeferimento da petição inicial (art. 485, I, do CPC), de ausência 32
de pressupostos de constituição e de desenvolvimento regular do processo (art. 485, IV,
do CPC) e ausência de legitimidade ou de interesse processual (art. 485, VI, do CPC), se
o vício que levou à extinção do processo for sanado, é possível nova propositura da
demanda, justamente porque se trata de mera sentença terminativa (extinção sem
resolução do mérito), e não definitiva (extinção com resolução do mérito).
Entretanto, nas hipóteses de abandono da causa pelo autor (art. 485, III, do CPC), a
priori, não é possível afastar a regra de que, se o vício de falta de regular andamento do
processo for sanado, o autor pode, novamente, ajuizar processo com a mesma
pretensão, justamente porque a sentença que extinguiu o processo por abandono não
faz coisa julgada.
Desse modo, a priori, a letra B também está correta, o que impõe a anulação da questão
ou, ao menos, a aceitação de duas respostas.
_______________________________________________________________________
19. Sobre a denunciação da lide, considerando a jurisprudência dominante e atual do
Superior Tribunal de Justiça, é CORRETO afirmar:
(A) o estado avançado do processo não recomenda o deferimento do pedido de
denunciação da lide, sob pena de afronta aos mesmos princípios que o instituto busca
preservar.
(B) o Código de Processo Civil em vigor prevê a obrigatoriedade da denunciação da lide
nos casos de evicção.
(C) a denunciação deve ser admitida se o denunciante busca eximir-se da
responsabilidade pelo evento danoso, atribuindo-o com exclusividade a terceiro.
(D) a denunciação pode ser promovida de ofício pelo juiz.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
20. Sobre a prova no processo civil, assinale a alternativa CORRETA.
(A) O juiz deve determinar, a requerimento da parte, as provas necessárias ao
julgamento do mérito. O indeferimento das diligências inúteis e meramente
protelatórias deve ocorrer em decisão fundamentada, sendo que o juiz não pode
determinar de ofício a produção de provas, pois o ônus de provar é sempre da parte.
(B) As partes podem convencionar, somente antes do processo, a distribuição diversa
do ônus da prova, salvo quando recair em direito indisponível da parte ou tornar
excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
(C) A produção antecipada de prova previne a competência do juízo para a ação que
venha a ser proposta.
(D) Incumbe o ônus da prova à parte que produziu o documento e não quem arguiu a
falsidade, quando se tratar de impugnação da autenticidade.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(D) CORRETA.
Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:
I - se tratar de falsidade de documento ou de preenchimento abusivo, à parte
que a arguir;
II - se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que produziu o
documento.
_______________________________________________________________________
DIREITO DO CONSUMIDOR
_______________________________________________________________________
22. Assinale a alternativa CORRETA.
(A) Em contratos bancários, a abusividade de cláusulas não pode ser conhecida de ofício
pelo juiz.
(B) É válida a cláusula contratual de plano de saúde que limita o tempo de internação
hospitalar do segurado.
(C) Nas relações de consumo, os contratantes podem convencionar sobre a inversão do
ônus da prova.
(D) Instituição de ensino superior pode recusar a matrícula de aluno aprovado em
vestibular se ele for inadimplente em curso distinto da mesma instituição.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Súmula 381 do STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador
conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.
(B) INCORRETA. Súmula 302 do STJ: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde
que limita no tempo a internação hospitalar do segurado.
Súmula 92 do TJSP: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita o tempo
de internação do segurado ou usuário (Súmula 302 do Superior Tribunal de Justiça).
(C) INCORRETA.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
36
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor.
- É nula de pleno direito a cláusula de decaimento, ou seja, aquela que prevê a perda
total das parcelas pagas até então pelo consumidor;
- A restituição do montante devido ao consumidor deve ser feita de forma imediata, e
não a prazo ou parcelada.
_______________________________________________________________________
24. Considerando que a vulnerabilidade do consumidor objetiva o estabelecimento da
igualdade formal-material nas relações de consumo, é CORRETO afirmar que
(A) a vulnerabilidade informacional está relacionada com a falta de conhecimentos
específicos do consumidor sobre o produto ou serviço que está adquirindo,
possibilitando que seja mais facilmente enganado quanto às características do bem ou
quanto à sua utilidade.
(B) a vulnerabilidade jurídica ou científica deriva da propaganda ou publicidade sobre o
produto ou serviço, envolvendo a apresentação de dados insuficientes capazes de
influenciar no processo decisório de compra do consumidor.
(C) a vulnerabilidade fática ou socioeconômica é aquela em que o fornecedor, por sua
posição de monopólio, fático ou jurídico, por seu poder econômico ou em face da
essencialidade do serviço, impõe sua superioridade a todos que com ele contratam.
(D) a vulnerabilidade técnica decorre da falta de conhecimento jurídico específico, ou
da falta de conhecimento sobre contabilidade ou economia, e resguarda o consumidor
não profissional e o consumidor pessoa natural. 38
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
25. É CORRETO afirmar que
(A) é lícito o uso de escore de crédito (credit scoring) para concessão de crédito ao
consumidor.
(B) o fornecedor não está obrigado a informar o valor aproximado correspondente à
totalidade dos tributos incidentes sobre a venda ao consumidor de mercadorias ou
serviços.
(C) o provedor de conteúdo de internet responde objetivamente pelo conteúdo inserido
pelo usuário.
(D) a teoria do adimplemento substancial pode ser aplicada nos contratos de alienação
fiduciária, regidos pelo Decreto-lei no 911, de 1969.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
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Assunto abordado em rodada de Reta Final do TJSP.
(A) CORRETA. Súmula 550 do STJ. A utilização de escore de crédito, método estatístico
de avaliação de risco que não constitui banco de dados, dispensa o consentimento do
consumidor, que terá direito de solicitar esclarecimentos sobre as informações pessoais
valoradas e as fontes de dados considerados no respectivo cálculo.
(B) INCORRETA.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,
com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem;
(C) INCORRETA.
Art. 18 da Lei n. 12.965/2014 (Marco Civil da Internet). O provedor de
conexão à internet não será responsabilizado civilmente por danos
decorrentes de conteúdo gerado por terceiros.
Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a
censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser
responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por
terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para,
no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo
assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente,
ressalvadas as disposições legais em contrário.
1.1 Além de o Decreto-Lei n. 911/1969 não tecer qualquer restrição à utilização da ação
de busca e apreensão em razão da extensão da mora ou da proporção do
inadimplemento, é expresso em exigir a quitação integral do débito como condição
imprescindível para que o bem alienado fiduciariamente seja remancipado. Em seus
termos, para que o bem possa ser restituído ao devedor, livre de ônus, não basta que
ele quite quase toda a dívida; é insuficiente que pague substancialmente o débito; é
necessário, para esse efeito, que quite integralmente a dívida pendente.
4. A teoria do adimplemento substancial tem por objetivo precípuo impedir que o credor
resolva a relação contratual em razão de inadimplemento de ínfima parcela da
obrigação. A via judicial para esse fim é a ação de resolução contratual. Diversamente,
o credor fiduciário, quando promove ação de busca e apreensão, de modo algum
pretende extinguir a relação contratual. Vale-se da ação de busca e apreensão com o
propósito imediato de dar cumprimento aos termos do contrato, na medida em que se
utiliza da garantia fiduciária ajustada para compelir o devedor fiduciante a dar
cumprimento às obrigações faltantes, assumidas contratualmente (e agora, por ele,
reputadas ínfimas). A consolidação da propriedade fiduciária nas mãos do credor
apresenta-se como consequência da renitência do devedor fiduciante de honrar seu
dever contratual, e não como objetivo imediato da ação. E, note-se que, mesmo nesse 41
caso, a extinção do contrato dá-se pelo cumprimento da obrigação, ainda que de modo
compulsório, por meio da garantia fiduciária ajustada. 4.1 É questionável, se não
inadequado, supor que a boa-fé contratual estaria ao lado de devedor fiduciante que
deixa de pagar uma ou até algumas parcelas por ele reputadas ínfimas mas certamente
de expressão considerável, na ótica do credor, que já cumpriu integralmente a sua
obrigação , e, instado extra e judicialmente para honrar o seu dever contratual, deixa de
fazê-lo, a despeito de ter a mais absoluta ciência dos gravosos consectários legais
advindos da propriedade fiduciária. A aplicação da teoria do adimplemento substancial,
para obstar a utilização da ação de busca e apreensão, nesse contexto, é um incentivo
ao inadimplemento das últimas parcelas contratuais, com o nítido propósito de
desestimular o credor - numa avaliação de custo-benefício - de satisfazer seu crédito por
outras vias judiciais, menos eficazes, o que, a toda evidência, aparta-se da boa-fé
contratual propugnada. 4.2. A propriedade fiduciária, concebida pelo legislador
justamente para conferir segurança jurídica às concessões de crédito, essencial ao
desenvolvimento da economia nacional, resta comprometida pela aplicação deturpada
da teoria do adimplemento substancial.
(REsp n. 1.622.555/MG, relator Ministro Marco Buzzi, relator para acórdão Ministro
Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, julgado em 22/2/2017, DJe de 16/3/2017.)
_______________________________________________________________________
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
(A) INCORRETA.
CP - Art. 83, III, b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze)
meses. 45
(B) CORRETA.
CP - Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a
pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos.
_______________________________________________________________________
32. Quais são os efeitos da reabilitação e condições para seu requerimento?
(A) Sigilo dos registros do processo e condenação, sem interferência no prazo de 02
(dois) anos do dia que julgada extinta, por sentença, a pena imposta.
(B) Sigilo dos registros do processo e condenação, devendo ser requerida no prazo de 2
(dois) anos da extinção da pena, acarretando a reintegração do condenado ao cargo,
função pública ou mandato eletivo.
(C) Sigilo dos registros do processo e condenação, e decurso do prazo de 02 (dois) anos
do dia em que extinta ou cumprida a pena.
(D) Sigilo dos registros do processo e da condenação, devendo ser requerida no prazo
de 02 (dois) anos da data da extinção ou cumprimento da pena, sob pena de preclusão.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença
definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu
processo e condenação. Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida,
decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena
ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão
e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o
condenado.
(B) INCORRETA.
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença
definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu
processo e condenação.
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da
condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na
situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo.
(C) CORRETA.
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença 46
definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu
processo e condenação.
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia
em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução,
computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento
condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado.
(D) INCORRETA.
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia
em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução,
computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento
condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado. Parágrafo
único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde
que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos
requisitos necessários.
_______________________________________________________________________
33. A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou
circunstância agravante de outro não se estende a esse. Como exceção, é CORRETO
citar:
(A) os crimes conexos.
(B) os crimes em continuidade delitiva.
(C) os crimes plurais.
(D) os crimes complexos.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento
constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos
crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto
aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.
O crime conexo é uma construção normativa que conjuga elementares típicas de dois
ou mais crimes autônomos, a exemplo do crime de roubo, formado pelo crime de furto
+ lesões corporais, ameaça ou constrangimento ilegal.
Não há, portanto, unidades delitivas a serem consideradas de forma isolada para se
aferir a extinção da punibilidade no âmbito do crime complexo, porquanto o crime
complexo, por si, é único, e não uma conjugação aritmética de elementares típicas de
outros crimes. 47
Logo, a título de exemplo, não se analisa, no crime de roubo, a eventual extinção da
punibilidade do furto ou da ameaça, elementos constitutivos do crime, mas a unidade
complexa do crime previsto no art. 157 do CP. (Professor Fernando Abreu)
(B) INCORRETA.
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento
constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos
crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto
aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.
(C) INCORRETA.
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento
constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos
crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto
aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.
(D) INCORRETA.
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento
constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos
crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto
aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.
___________________________________________________________________
34. A embriaguez deve ser considerada circunstância agravante do crime quando
(A) poderia ser evitada.
(B) decorre involuntariamente.
(C) é preordenada.
(D) decorre de estado de violenta emoção.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.
(B) INCORRETA.
Art. 28 - § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa,
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
48
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(C) CORRETA.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:
I - em estado de embriaguez preordenada.
(D) INCORRETA.
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
I - a emoção ou a paixão;
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.
_______________________________________________________________________
35. É circunstância que sempre atenua a pena:
(A) a ausência de dolo antecedente.
(B) o desconhecimento da lei.
(C) o estado de embriaguez involuntária.
(D) a conduta da vítima.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(C) INCORRETA.
Art. 28 - § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa,
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(D) INCORRETA.
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
III - ter o agente:
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de
ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, 49
provocada por ato injusto da vítima;
_______________________________________________________________________
36. É causa impeditiva para a contagem do prazo para a prescrição enquanto não passar
em julgado a sentença final:
(A) a não localização do agente.
(B) o início do cumprimento da pena.
(C) o recebimento da denúncia.
(D) o agente cumprir pena no exterior.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(C) INCORRETA.
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa.
(D) CORRETA.
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior.
_______________________________________________________________________
37. O feminicídio é forma qualificada de homicídio. A pena deve ser objeto de acréscimo
de 2/3 quando a vítima é menor de 14 (catorze) anos
(A) por não aceitar o rompimento de relação amorosa.
(B) se cometido por empregador.
(C) se cometido mediante tortura.
(D) em menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se
qualquer dos crimes é cometido:
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da
calúnia, da difamação ou da injúria.
(B) INCORRETA.
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se
qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os
Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo
Tribunal Federal.
(C) INCORRETA.
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu
procurador.
(D) INCORRETA.
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
51
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação
ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
_______________________________________________________________________
39. O crime de furto é considerado consumado quando
(A) a transferência da posse do bem furtado se dá por tempo suficiente a não
caracterizar o flagrante.
(B) o agente pode dispor do bem furtado sem risco de flagrância.
(C) existe a transferência da posse do bem furtado, da vítima para o agente.
(D) existe a transferência da posse do bem furtado, e essa posse é mansa e pacífica por
tempo suficiente a permitir que seja significativo.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 157, § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a
coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar
a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
(B) CORRETA.
Art. 157, § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a
coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar
a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
(C) INCORRETA.
Art. 157, Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
reduzido à impossibilidade de resistência;
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
(D) INCORRETA.
Art. 157, Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
reduzido à impossibilidade de resistência;
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
_______________________________________________________________________
41. A competência no processo penal é fixada, como regra, pelo lugar em que se
consuma a infração. Por outro lado, se a execução do crime tiver início no território
nacional, mas o crime se consumar no território exterior, a competência é do lugar em
que foi praticado o último ato executório. Esse conceito caracteriza a teoria
(A) do resultado.
(B) da irretroatividade.
(C) da atividade.
(D) da ubiquidade.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D 53
COMENTÁRIOS
O CPP adota como regra, portanto, o local da consumação ou, no caso da tentativa, o
lugar do último ato de execução. Entretanto, não obstante a regra, a jurisprudência e a
própria lei nos trazem diversas exceções à aplicação da regra. Vide
(B) INCORRETA. A teoria da irretroatividade não guarda qualquer relação com o objeto
da questão, vez que é aplicável na seara da aplicação da norma processual quanto ao
tempo, regida pelo princípio do tempus regit actum.
(C) INCORRETA. A teoria da atividade, adotada no âmbito dos Juizados Especiais
Criminais, sufraga o entendimento de que o local da conduta é o mais apropriado para
processamento do caso, vez que nele se encontra a maioria das provas. Conforme
salientado acima, o CPP adota a teoria do resultado, mas a jurisprudência tem
flexibilizado a regra para afirmar que em determinados fatos a competência deverá ser
a do local da conduta (teoria da atividade), a exemplo dos crimes contra a vida,
justamente pela melhor produção probatória, condizente com a busca da verdade real.
(D) CORRETA. Teoria da Ubiquidade: Também conhecida por mista, a teoria considera o
lugar do crime tanto o local da conduta, ação ou omissão, como de ocorrência do
resultado, ou onde esse deveria ter sido produzido.
Segundo o art. 6º do Código Penal,
"Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado”.
Verifica-se, portanto, que a lei penal adotou a chamada teoria da ubiquidade ou mista.
De acordo com as lições de Fernando Abreu2, a questão relacionada ao local do crime
para fins penais só interessa em relação aos crimes a distância (crimes de espaço
máximo), ou seja, àqueles nos quais a conduta é praticada em um país e o resultado
vem a ser produzido em outro (aplicação da lei brasileira).
De fato, não se discute acerca do lugar do crime, para efeitos penais, nos chamados
delitos plurilocais, porquanto a regra a ser aplicada é a prevista no art. 70, caput, do
Código de Processo Penal3.
Assim, temos que se um agente prepara um artefato com explosivos no Brasil e o remete
para os Estados Unidos para que lá produza seu resultado, estaremos diante de um
exemplo de crime a distância ou de espaço máximo, ao qual se aplica a regra da teoria
da ubiquidade, isto é, serão competentes tanto a justiça brasileira como a americana
para julgamento da infração penal.
54
Nesse sentido, o §1o do art. 70 do CPP prevê que:
“Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora
dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado,
no Brasil, o último ato de execução”.
2
Manual de Processo Penal, 2023, Ed. Juspodivm.
3 Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no
caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
Assim, como a questão diz que “se a execução do crime tiver início no território
nacional, mas o crime se consumar no território exterior”, omitindo-se quanto à
informação quanto à continuidade da prática de atos de execução no exterior, não há
como se presumir sua prática, razão pela qual entendemos também por correta a
resposta referente à teoria da atividade, nos termos do §1º do art. 70 do CPP.
_______________________________________________________________________
42. Considerando a hipótese em que o agente foi beneficiado com a suspensão
condicional do processo pelo prazo de dois anos, com condições. Uma vez decorrido o
prazo, a defesa postula a extinção da punibilidade. Entretanto, o Ministério Público pede
a vinda da folha de antecedentes, que noticia a prática de crime durante o período de
suspensão. Nesse caso, o juiz
(A) deve declarar a extinção da punibilidade.
(B) deve impor novas condições ao acusado.
(C) pode revogar a suspensão do processo.
(D) deve prorrogar o prazo da suspensão.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
55
Parte minoritária da doutrina sustenta que a revogação obrigatória decorrente de novo
processo pela prática de crime implica violação do princípio da presunção de inocência,
propondo, nesses casos, a prorrogação automática do período de prova da suspensão
condicional do processo, aplicando, por analogia, o teor do art. 81, §2º do CP. Ocorre
que a prorrogação automática do período de prova importaria, também, na prorrogação
automática da suspensão do curso do prazo prescricional, em flagrante prejuízo ao
acusado. Por se tratar de regra mista, que abrange questões processuais e materiais,
deve ser aplicada de maneira uniforme, não sendo admissível tão somente a
prorrogação do prazo da suspensão condicional do processo e não da prescrição.
A suspensão condicional do processo é um negócio jurídico processual celebrado entre
as partes e se sujeita ao cumprimento de determinadas condições, dentre as quais está
a de não ser o agente processado no curso da suspensão. Exigir a ocorrência de
condenação ou de trânsito em julgado da condenação para se analisar a revogação do
benefício, sob o pretexto da presunção de inocência, ultrapassa os limites de um acordo
que visa, em um primeiro momento, suspender a marcha processual, em prol do próprio
agente. Conforme estudado, o sursis processual não é um direito público subjetivo do
acusado, de forma que, cumprindo as condições impostas, a suspensão condicional do
processo não será revogada.
Logo, e se extrai a conclusão de outras condições (art. 89, §1º, II e IV), o acordo passa
pelo afastamento do agente do seio da criminalidade, de forma que a existência de novo
processo pela prática de crime, ao menos como se pressupõe, revela a existência de
prova da materialidade e indícios suficientes de autoria, standard probatório apto, não
somente a promover a revogação da suspensão condicional do processo, mas como
impedi-la na origem, porquanto estando o agente submetido a processo criminal, não
poderia ser beneficiado com a suspensão condicional do processo em outro
procedimento.
Vistas as hipóteses de revogação obrigatória, calha lembrar que, sendo o agente
processado pela prática de contravenção penal no curso da suspensão condicional do
processo, não necessariamente a suspensão será revogada, porquanto o §4º não impõe
a revogação, mas tão somente assinala que o magistrado poderá revogá-la.
De igual modo, havendo o descumprimento de outras condições, que não as previstas
no §3º (não ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a
reparação do dano), a revogação será facultativa.
Por outro lado, nos termos do §5º do art. 89 da Lei 9.099/95, expirado o prazo sem
revogação, o juiz declarará extinta a punibilidade. Por longo tempo debateu-se na
doutrina se o acusado deveria, para ter declarada extinta a punibilidade, cumprir todas
as condições fixadas ou se bastaria o decurso do prazo sem revogação, conforme sugere
a leitura literal do §5º.
A solução da questão passa pela natureza da decisão revogatória da suspensão
condicional do processo. Conforme o entendimento do STJ, a decisão que revoga a
suspensão é meramente declaratória, porquanto a revogação, automática, pode ser
declarada mesmo após o decurso do prazo do período de prova, desde que a causa de
descumprimento seja anterior ou não tenha havido decisão anterior declarando extinta
56
a punibilidade do agente4.
PRIMEIRA TESE: Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da
suspensão condicional do processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já
ultrapassado o prazo legal, desde que referente a fato ocorrido durante sua vigência.
Da exegese do § 4º do art. 89 da Lei n. 9.099/1995 ("a suspensão poderá ser revogada
se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir
qualquer outra condição imposta), constata-se ser viável a revogação da suspensão
condicional do processo ante o descumprimento, durante o período de prova, de
condição imposta, mesmo após o fim do prazo legal. Tema 920, RR, REsp 1498034/RS,
DJe 02.12.15.
Por essas razões, correta a assertiva C.
_______________________________________________________________________
43. A chamada absolvição imprópria acontece quando
(A) o juiz absolve o acusado, mas impõe a ele medida de segurança.
(B) o juiz impronuncia o acusado.
(C) o juiz declara extinta a punibilidade pela prescrição.
4
Tendo sido declarada extinta a punibilidade do agente, haverá coisa julgada material, a impedir a
restauração do processo.
(D) o juiz absolve o acusado, acolhendo os argumentos da defesa preliminar.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
Consoante destaca o Prof. Fernando Abreu, in Manual de Processo Penal, 2023, Ed.
Juspodivm, nos termos do §2º do art. 240 do CPP, poderá ser realizada a busca pessoal
quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou
objetos mencionados nas letras b a f e letra h do §1º do art. 240, CPP. Nos casos de
busca pessoal, no mandado deverá constar o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os
sinais que a identifiquem
Há, contudo, duas espécies de busca pessoal:
a) aquela realizada por questões de segurança, realizada por agentes privados em festas,
estádios de futebol, aeroportos, rodoviárias e etc. Funda-se, portanto, em contrato e
pode ser estabelecida como condição de ingresso, devendo, naturalmente, respeitar o
mínimo de protocolos para evitar constrangimento;
b) aquela realizada com fundamento normativo, relacionada ao processo penal,
orquestrada por agentes públicos e autorizada nos casos em haja fundada suspeita de
que alguém oculte consigo coisas achadas ou obtidas por meios criminosos,
instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos,
armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim
delituoso, objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu, tenha consigo
cartas abertas destinadas ao acusado ou em seu poder, ou quando haja suspeita de que
o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato, assim como 60
qualquer outro elemento de convicção (art. 240, §1º “b” a “f”, “h” e c/c §2º).
A fundada suspeita mencionada pela norma depende de um fato prévio e concreto que
a fundamente, não podendo ser justificada tão somente pelo aspecto subjetivo do
agente, como na hipótese do agente usar agasalho com capuz, porque apto a ocultar
armas e dificultar identificação. Nos termos do art. 249 do CPP, sendo a busca em
mulher, essa será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da
diligência.
No julgamento do RHC 158580, o STJ entendeu que se exige “em termos de standard
probatório para busca pessoal ou veicular sem mandado judicial, a existência de
fundada suspeita (justa causa) – baseada em um juízo de probabilidade, descrita com a
maior precisão possível, aferida de modo objetivo e devidamente justificada pelos
indícios e circunstâncias do caso concreto – de que o indivíduo esteja na posse de
drogas, armas ou de outros objetos ou papéis que constituam corpo de delito,
evidenciando-se a urgência de se executar a diligência”.
Em destaque:
É preciso, também, que esteja relacionada à “posse de arma
proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de
delito”. Vale dizer, há uma necessária referibilidade da medida,
vinculada à sua finalidade legal probatória, a fim de que não se
converta em salvo-conduto para abordagens e revistas
exploratórias (fishing expeditions), baseadas em suspeição
genérica existente sobre indivíduos, atitudes ou situações, sem
relação específica com a posse de arma proibida ou objeto
(droga, por exemplo) que constitua corpo de delito de uma
infração penal.
A decisão do STJ ainda assinala que, para a realização da busca pessoal, existam
elementos “sólidos, objetivos e concretos”, que fundam em três razões principais, além
da intuição policial:
a) evitar o uso excessivo desse expediente e, por consequência, a restrição
desnecessária e abusiva dos direitos fundamentais à intimidade, à privacidade e à
liberdade (art. 5º, caput, e X, da Constituição Federal), porquanto, além de se tratar de
conduta invasiva e constrangedora – mesmo se realizada com urbanidade, o que
infelizmente nem sempre ocorre –, também implica a detenção do indivíduo, ainda que
por breves instantes;
b) garantir a sindicabilidade da abordagem, isto é, permitir que tanto possa ser
contrastada e questionada pelas partes, quanto ter sua validade controlada a posteriori
por um terceiro imparcial (Poder Judiciário), o que se inviabiliza quando a medida tem
por base apenas aspectos subjetivos, intangíveis e não demonstráveis;
c) evitar a repetição – ainda que nem sempre consciente – de práticas que reproduzem
preconceitos estruturais arraigados na sociedade, como é o caso do perfilamento racial,
reflexo direto do racismo estrutural.
Ainda segundo a decisão: 61
O art. 244 do CPP não autoriza buscas pessoais praticadas como
“rotina” ou “praxe” do policiamento ostensivo, com finalidade
preventiva e motivação exploratória, mas apenas buscas
pessoais com finalidade probatória e motivação correlata. 3. Não
satisfazem a exigência legal, por si sós, meras informações de
fonte não identificada (e.g. denúncias anônimas) ou intuições e
impressões subjetivas, intangíveis e não demonstráveis de
maneira clara e concreta, apoiadas, por exemplo,
exclusivamente, no tirocínio policial. Ante a ausência de
descrição concreta e precisa, pautada em elementos objetivos,
a classificação subjetiva de determinada atitude ou aparência
como suspeita, ou de certa reação ou expressão corporal como
nervosa, não preenche o standard probatório de “fundada
suspeita” exigido pelo art. 244 do CPP.
Assim, não se exige a busca de testemunhas civis (assertiva a), a expedição de mandado
de busca e apreensão (assertiva b) ou a comunicação à autoridade policial para
investigação policial (assertiva c), sob pena de frustração da diligência, potencial
reveladora de flagrante delito.
_______________________________________________________________________
47. O recurso cabível na Lei de Execução Penal contra decisões do juiz das execuções é
o agravo, mas não foi estabelecido seu procedimento ou prazo para interposição.
Portanto, atualmente, vigora o entendimento de que seu processamento deve obedecer
o rito
(A) do recurso de apelação.
(B) do agravo regimental.
(C) do agravo de instrumento no processo civil, por analogia.
(D) do recurso em sentido estrito.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. O inciso III do §2º da Lei 9.296/96 dispõe que não se admite a
interceptação telefônica quando o fato investigado constituir infração penal punida, no
máximo, com pena de detenção. Em outras palavras, o legislador assinala que a medida
cautelar só será admitida nos crimes punidos com reclusão.
(B) INCORRETA. O art. 3° da Lei 9.296/96 dispõe que a interceptação das comunicações
telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da autoridade
policial, na investigação criminal e do representante do Ministério Público, na
investigação criminal e na instrução processual penal.
(C) INCORRETA. Art. 4º § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja
formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. A
utilização do termo interessado na assertiva não pode ser concebido de forma ampla,
como pretende a banca examinadora. O Ministério Público e a autoridade policial,
legitimados para formulação do requerimento, são também interessados na medida.
Caso a assertiva tivesse se valido da expressão “por qualquer interessado”, de fato
seria incorreta. Entretanto, da forma como proposta, não se pode dizer,
categoricamente, que o pedido postulado verbalmente pelo interessado não permita
a admissão da interceptação telefônica, pois se realizada, por exemplo, pelo MP, o 64
pedido atenderá à forma legal.
(D) INCORRETA.
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal.
(A) INCORRETA. A carta testemunhável é um recurso subsidiário, que deve ser utilizado
de maneira residual, isto é, somente será admissível quando a hipótese não comportar
outra espécie de recurso contra a decisão que denega ou nega seguimento ao recurso.
Logo, não se aplica a qualquer espécie de recurso, como na hipótese do não
conhecimento de apelação interposta, atacável por RSE (art. 581, XV), não acolhimento
de embargos declaratórios e embargos infringentes nos tribunais (em regra combatidos
por agravo regimental), denegação de recurso especial ou extraordinário, confrontado
por agravo de instrumento (art. art. 1042, I, CPC).
(B) INCORRETA. O recurso próprio e adequado é o RESE.
(C) CORRETA. Art. 581, XV.
(D) INCORRETA. A correição parcial é expediente destinado a impugnar ato judicial que,
por error in procedendo, provoque inversão tumultuária do processo, cuja norma não
preveja outro recurso específico para impugnação. Em regra, a inversão tumultuária é
uma desordem processual, provocando o desenvolvimento do processo com
inobservância do rito.
_______________________________________________________________________
DIREITO CONSTITUCIONAL
65
51. Leia o texto com que Carlos Ayres Britto inicia sua obra “Teoria da Constituição”, ao
tratar do Poder Constituinte: “O meu filho Marcel tinha cinco anos de idade, quando
travou comigo o seguinte diálogo: – Meu pai, é verdade que Deus tudo pode? – É
verdade, sim, meu filho. Deus tudo pode. – E se Deus quiser morrer? – Bem, aí você me
obriga a recompor a ideia. Deus tudo pode, é certo, menos deixar de tudo poder. Logo,
Deus tem que permanecer vivo, porque somente assim Ele vai prosseguir sendo Aquele
que tudo pode.” Após essa reflexão, defende o autor que
(A) há imprecisão e falta de técnica jurídica da distinção entre Poder Constituinte
Originário e Poder reformador, porque ambos inovam o Ordenamento jurídico de forma
similar.
(B) não há distinção relevante entre o Poder Constituinte originário e o Poder
reformador da Constituição, pois ambos se apresentam como expressões de idêntica
soberania e instrumentos para dar concretude ao Estado, na forma prescrita pelo
Ordenamento Jurídico.
(C) o Poder Constituinte originário inova o Ordenamento Jurídico a partir do regramento
existente e o Poder reformador da Constituição, de igual modo, confere atualidade e
eficácia, no tempo, às regras inicialmente postas.
(D) o Poder Constituinte originário, manifestação primária de soberania que inaugura o
Ordenamento Jurídico e cria o Estado ao fazer a Constituição, não se confunde com o
Poder reformador, que é o poder de constituir normas constitucionais na forma
regimental.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
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53. Ao disciplinar o processo legislativo, a Constituição Federal, no seu artigo 65,
estabelece que “O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um
só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora
o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar”. Nos termos da disposição constitucional do
parágrafo único desse artigo e do entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a
matéria, se o projeto for emendado na Casa revisora
(A) voltará para apreciação conjunta de ambas as Casas, que poderão rever todo o texto
inicialmente proposto, sem limitação ao teor das emendas apresentadas na Casa
revisora.
(B) voltará à Casa iniciadora, representem ou não mudança substancial de conteúdo da
proposição as emendas aprovadas pela Casa revisora.
(C) voltará à Casa iniciadora, mas somente se as emendas aprovadas pela Casa revisora 67
representarem mudança substancial do conteúdo da proposição.
(D) voltará para apreciação conjunta de ambas as Casas, limitada a reapreciação ao teor
das emendas apresentadas na Casa revisora.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Trecho extraído da ementa do julgado (ADPF 357): “A autonomia dos entes federados e
a isonomia que deve prevalecer entre eles, respeitadas as competências estabelecidas
pela Constituição, é fundamento da Federação. O federalismo de cooperação e de
equilíbrio posto na Constituição da República de 1988 não legitima distinções entre os
entes federados por norma infraconstitucional”.
_______________________________________________________________________
55. A Constituição Federal, dentre os direitos fundamentais, disciplina a nacionalidade,
com relação à qual é CORRETO afirmar que
(A) são brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país, e os nascidos no
estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil.
(B) são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,
independentemente de que sejam registrados em repartição brasileira competente,
desde que venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade ou,
alcançada esta, optem, no prazo de três anos, pela nacionalidade brasileira.
(C) a lei poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, observados
requisitos mínimos que deverão constar, obrigatoriamente, da lei regulamentadora.
(D) aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os
casos previstos nessa Constituição.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
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57. É vedado aos juízes, conforme dispõe o parágrafo único do artigo 95 da Constituição
Federal,
(A) exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos cinco
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
(B) exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, sem exceção.
(C) ser acionista de sociedade anônima de capital aberto que mantenha
estabelecimento ou exerça atividade econômica no território de sua jurisdição. 70
(D) dedicar-se à atividade político-partidária.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
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59. Dentre as Funções Essenciais à Justiça, estabelece a Constituição Federal, no artigo
127, que “o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis”. Com relação à essa instituição, consta do
texto constitucional que
(A) o Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República,
nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira que contem com
mais de 20 anos de serviço, após a aprovação de seu nome por 2/3 dos membros do
Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.
(B) durante a execução orçamentária do exercício, poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, desde que justificadas por ato fundamentado do Procurador-
Geral da República e mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(C) os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão
lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de
seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato
de dois anos, permitida uma recondução.
(D) ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,
observado o disposto no art. 169, criar e extinguir diretamente seus cargos e serviços
auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, assim
como estabelecer a política remuneratória e os planos de carreira.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para
mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro,
em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se
houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a
posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao
mais, o disposto no art. 77 desta Constituição.
(B) INCORRETA.
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao
triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o
número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Federais acima de doze.
(C) CORRETA.
Art. 25, § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
(D) INCORRETA. 73
Art. 27, § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de
iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco
por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais,
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I.
_______________________________________________________________________
DIREITO ELEITORAL
O tema foi devidamente antecipado no aulão de véspera pelo professor Arnaldo Bruno
Oliveira. A essência para ir bem na questão passava pela redação do art. 36-A da Lei de
Eleições, que lemos juntos e fizemos os devidos alertas que auxiliaram nossos alunos a
gabaritarem a questão 61.
_______________________________________________________________________
62. Assinale a alternativa CORRETA.
(A) É admitida a propaganda eleitoral e a propaganda intrapartidária mediante
outdoors, desde que eletrônicos, assim como a propaganda via telemarketing em
horário comercial.
(B) O candidato que esteja com seu pedido de registro sub judice poderá efetuar todos
os atos relativos à sua campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito
no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob
essa condição.
(C) É vedada a propaganda eleitoral na internet por meio de mensagem eletrônica para
endereços cadastrados, ainda que gratuitamente, pelo candidato, partido político,
federação ou coligação.
(D) Permite-se a veiculação de propaganda eleitoral na internet em sítios de pessoas
jurídicas, com ou sem fins lucrativos.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
Nós auxiliamos nossos alunos com um amplo tratamento sobre o tema “propaganda
eleitoral” no aulão de véspera, onde alertamos sobre a proibição do uso de outdoors e
a proibição de propaganda em sítio de pessoas jurídicas.
Em nosso aulão, tratamos do tema e auxiliamos neste questionamento, que foi um dos
mais simples de eleitoral em nossa prova, onde basicamente apenas a “letra” A não
apresentou o prazo de 8 anos - que alertamos no aulão sobre inelegibilidade, inclusive 76
apresentamos um julgado do TSE de Agosto de 2022 sobre o prazo de 8 anos ser medida
proporcional, isonômica e necessária para prevenção de abusos no processo eleitoral.
(D) CORRETA.
Art. 1º, I
m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão
sancionatória do órgão profissional competente, em decorrência de infração
ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato houver sido
anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário;
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64. Assinale a alternativa CORRETA.
(A) O cidadão que já exerceu dois mandatos consecutivos de Chefe do Poder Executivo
municipal (reeleito uma única vez) pode se candidatar para o mesmo cargo em
município diverso.
(B) A condenação por abuso de poder econômico ou político em ação de investigação
eleitoral transitada em julgado não constitui causa de inelegibilidade a ser aplicada por
ocasião do processo de registro de candidatura.
(C) O Ministério Público Eleitoral tem legitimidade para recorrer de decisão que julga o
pedido de registro de candidatura, mesmo que não o tenha impugnado anteriormente.
(D) À eleição suplementar, motivada pelo afastamento de prefeito pela Justiça Eleitoral,
não são aplicáveis as hipóteses de inelegibilidades do § 7o do artigo 14 da Constituição
Federal, bem como o prazo de 6 (seis) meses para desincompatibilização. 77
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
A questão foi devidamente tratada no aulão de véspera em São Paulo, onde o professor
Arnaldo Bruno Oliveira alertou sobre a impossibilidade da figura do prefeito
itinerante/profissional (letra a). A letra b também foi tratada em slide próprio no aulão
quando tratamos de AIJE. O artigo 14, § 7º da CF/88 foi devidamente explicado em aula.
O que tornava fácil a vida do aluno para assinalar a letra como a correta.
(A) INCORRETA. A questão trata da figura do “Prefeito Itinerante”, vedada há muito pela
jurisprudência dos Tribunais Superiores – A MESMA QUESTÃO FOI OBJETO DE
QUESTIONAMENTO NO 189º TJSP:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. REELEIÇÃO. PREFEITO.
INTERPRETAÇÃO DO ART. 14, § 5º, DA CONSTITUIÇÃO. MUDANÇA DA JURISPRUDÊNCIA
EM MATÉRIA ELEITORAL. SEGURANÇA JURÍDICA. I. REELEIÇÃO. MUNICÍPIOS.
INTERPRETAÇÃO DO ART. 14, § 5º, DA CONSTITUIÇÃO. PREFEITO. PROIBIÇÃO DE
TERCEIRA ELEIÇÃO EM CARGO DA MESMA NATUREZA, AINDA QUE EM MUNICÍPIO
DIVERSO. O instituto da reeleição tem fundamento não somente no postulado da
continuidade administrativa, mas também no princípio republicano, que impede a
perpetuação de uma mesma pessoa ou grupo no poder. O princípio republicano
condiciona a interpretação e a aplicação do próprio comando da norma constitucional,
de modo que a reeleição é permitida por apenas uma única vez. Esse princípio impede
a terceira eleição não apenas no mesmo município, mas em relação a qualquer outro
município da federação. Entendimento contrário tornaria possível a figura do
denominado “prefeito itinerante” ou do “prefeito profissional”, o que claramente é
incompatível com esse princípio, que também traduz um postulado de
temporariedade/alternância do exercício do poder. Portanto, ambos os princípios –
continuidade administrativa e republicanismo – condicionam a interpretação e a
aplicação teleológicas do art. 14, § 5º, da Constituição. O cidadão que exerce dois
mandatos consecutivos como prefeito de determinado município fica inelegível para o
cargo da mesma natureza em qualquer outro município da federação. (...). III.
REPERCUSSÃO GERAL. Reconhecida a repercussão geral das questões constitucionais
atinentes à (1) elegibilidade para o cargo de Prefeito de cidadão que já exerceu dois
mandatos consecutivos em cargo da mesma natureza em Município diverso
(interpretação do art. 14, § 5º, da Constituição) e (2) retroatividade ou aplicabilidade
imediata no curso do período eleitoral da decisão do Tribunal Superior Eleitoral que
implica mudança de sua jurisprudência, de modo a permitir aos Tribunais a adoção dos
procedimentos relacionados ao exercício de retratação ou declaração de
inadmissibilidade dos recursos repetitivos, sempre que as decisões recorridas
contrariarem ou se pautarem pela orientação ora firmada. (...)” (RE 637485, Relator(a):
GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-095 DIVULG 20-05-2013 PUBLIC 21-05-2013 RTJ
VOL-00227-01 PP-00675)
78
(B) INCORRETA. STF – Tema 860 de Repercussão Geral
A condenação por abuso de poder econômico ou político em ação de investigação
judicial eleitoral transitada em julgado, ex vi do art. 22, XIV, da Lei Complementar n.
64/90, em sua redação primitiva, é apta a atrair a incidência da inelegibilidade do art.
1º, inciso I, alínea d, na redação dada pela Lei Complementar n. 135/2010, aplicando-se
a todos os processos de registro de candidatura em trâmite.
Leading case: RE 929670
(C) CORRETA. RECURSO EXTRORDINÁRIO. MATÉRIA ELEITORAL. LEGITIMIDADE DO
MINISTÉRIO PÚBLICO PARA RECORRER DE DECISÃO QUE DEFERE REGISTRO DE
CANDIDATURA, AINDA QUE NÃO HAJA APRESENTADO IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO
INICIAL. SEGURANÇA JURÍDICA. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. REPERCUSSÃO
GERAL. FIXAÇÃO DA TESE A PARTIR DAS ELEIÇÕES DE 2014, INCLUSIVE. I - O Ministério
Público Eleitoral possui legitimidade para recorrer de decisão que julga o pedido de
registro de candidatura, mesmo que não haja apresentado impugnação anterior. II –
Entendimento que deflui diretamente do disposto no art. 127 da Constituição Federal.
III – Recurso extraordinário a que se nega provimento por razões de segurança jurídica.
IV – Fixação da tese com repercussão geral a fim de assentar que a partir das eleições
de 2014, inclusive, o Ministério Público Eleitoral tem legitimidade para recorrer da
decisão que julga o pedido de registro de candidatura, ainda que não tenha apresentado
impugnação.
(ARE 728188, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em
18/12/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-154 DIVULG
08-08-2014 PUBLIC 12-08-2014)
(D) INCORRETA. STF – Tema 781 de Repercussão Geral
As hipóteses de inelegibilidade previstas no art. 14, § 7º, da Constituição Federal,
inclusive quanto ao prazo de seis meses, são aplicáveis às eleições suplementares.
Leading Case: RE 843455
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65. A Constituição Federal estabelece no § 6o , do artigo 17: “Os Deputados Federais, os
Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores que se desligarem do
partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de anuência
do partido ou de outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada,
em qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo
partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televisão.”
Assinale a alternativa que NÃO constitui justa causa para a desfiliação partidária.
(A) A grave discriminação política pessoal.
(B) O desempenho eleitoral do partido político, embora atendida a cláusula de barreira.
(C) A mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o
prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao 79
término do mandato vigente.
(D) A mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
Questão cravadíssima em nosso aulão de véspera pelo professor Arnaldo Bruno Oliveira,
onde lemos juntos o art. 22-A da Lei dos Partidos Políticos (essencial para letras A, C e
D) e o art. 17 §5º, da CF/88. A letra B foi alertada pelo professor como sendo possível
justa para desfiliação apenas se o partido não tiver atingido a cláusula de barreira (a
letra leva ao caminho inverso, por isso não constituía justa causa).
Lei 9.096/95
Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar,
sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária
somente as seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que
antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição,
majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.
CF/88, art. 17, § 3º e § 5º:
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DIREITO EMPRESARIAL
66. Maria, que sempre sonhou em “ser dona do próprio negócio”, decide se informar
juridicamente e descobre que, segundo as regras atuais,
(A) caso se torne absolutamente ou relativamente incapaz, não poderá continuar na
atividade empresarial por serem com esta incompatíveis os institutos da representação
e da assistência.
(B) poderá contratar qualquer tipo de sociedade com seu cônjuge independentemente 80
do regime de bens adotado no casamento.
(C) a lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado a empresários
rurais e pequenos empresários quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
(D) inexiste previsão de obrigatoriedade de inscrição do empresário no Registro Público
de Empresas Mercantis da respectiva sede antes do início da atividade.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
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67. Os contratos empresariais são presumidos paritários e simétricos até que se revelem
presentes elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção
(ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais), estando garantido que
(A) a revisão contratual ocorrerá da forma mais ampla possível, independentemente de
critérios de excepcionalidade ou limitação de qualquer ordem.
(B) a alocação de riscos definida pelas partes será objeto de análise prévia pelo órgão
regulador da área em que o contrato se insere.
(C) as partes negociantes podem afastar a incidência da função social do contrato por
meio de cláusula sujeita a anuência específica da parte adversamente afetada.
(D) as partes negociantes podem estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação
das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
83
Questão essencialmente focada na legislação e também sem possibilidade de recurso.
A alternativa correta é o item “A”, com fulcro no art. 141 da Lei da S/A (Lei 6.404/1976).
Todas as outras alternativas estão incorretas.
Vejamos o artigo que fundamenta a alternativa correta:
“Art. 141. Na eleição dos conselheiros, é facultado aos acionistas que
representem, no mínimo, 10% (dez por cento) do capital social com direito
a voto, esteja ou não previsto no estatuto, requerer a adoção do processo
de voto múltiplo, por meio do qual o número de votos de cada ação será
multiplicado pelo número de cargos a serem preenchidos, reconhecido ao
acionista o direito de cumular os votos em um só candidato ou distribuí-los
entre vários.”
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71. Confiança S.A., dona de um resort no valor de R$ 800.000.000,00 (oitocentos
milhões de reais), celebrou com a seguradora Forte S.A um contrato de seguro contra
incêndio com cobertura ampla, sem exclusões, sem limite por evento e pela metade do
valor real do empreendimento. Seis meses depois, houve um incêndio no imóvel. A
perícia constatou que o sinistro foi causado pela atitude descuidada de hóspedes e o
prejuízo só não foi maior porque Confiança S.A. usou adequadamente os equipamentos
contra incêndio. Os prejuízos totalizam R$ 7.550.000,00 (sete milhões, quinhentos e
cinquenta mil reais). Diante de tais fatos,
(A) uma vez paga a indenização securitária, Confiança S.A. poderá sub-rogar-se nos
direitos e ações contra os hóspedes.
(B) Confiança S.A. receberá o valor total dos prejuízos calculados, pois o valor dos danos
não ultrapassa o valor da garantia prometida.
(C) Confiança S.A. receberá o valor proporcional dos prejuízos apurados, pois se trata de
sinistro parcial.
(D) Confiança S.A. não possui direito à indenização securitária porque o valor da garantia
não corresponde ao valor do interesse legítimo segurado.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Outra questão sem possibilidade de recurso e fundamentada na Lei, dessa vez foi no
Código Civil, especialmente no Capítulo que versa sobre os contratos de seguro.
O item A está incorreto pois fala que a Confiança S.A. vai se sub-rogar aos direitos e
ações contra os hóspedes. Porém, conforme o art. 786 do Código Civil, quem se sub-
roga é o segurador Forte S.A. Não sendo, portanto, esta a alternativa correta.
A alternativa correta é o item C, que trata da diferença entre sinistro parcial e sinistro
total. 84
No sinistro total, o segurado recebe o valor total da apólice. No sinistro parcial, por sua
vez, a seguradora paga apenas os prejuízos efetivamente suportados.
A redação da alternativa é ruim e a palavra “proporcional” confunde, pois passa a
impressão de que não vai haver o pagamento de todos os prejuízos suportados. Mais
correta estaria se falasse “Confiança S.A. receberá o valor proporcional AOS prejuízos
suportados...”
Infelizmente, não imagino que essa questão seja anulada por conta disso.
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72. Assinale a alternativa CORRETA sobre o processo de recuperação judicial.
(A) A conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qualquer grau de jurisdição
e não implicarão na suspensão dos prazos previstos na Lei no 11.101/2005, sendo que
os prazos só poderão ser suspensos em caso de determinação judicial nesse sentido.
(B) As Fazendas Públicas e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) poderão deferir,
nos termos da legislação específica, o parcelamento de seus créditos em sede de
recuperação judicial, de acordo com os parâmetros estabelecidos no Código Tributário
Nacional, sendo que as microempresas e as empresas de pequeno porte farão jus a
prazos 10% (dez por cento) superiores àqueles regularmente concedidos às demais
empresas.
(C) A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2% (dois por
cento) exclusivamente nos casos de microempresas e de empresas de pequeno porte.
(D) Rejeitado o plano de recuperação proposto pelo devedor ou pelos credores e não
preenchidos os requisitos estabelecidos no § 1o , do artigo 58, da Lei no 11.101/2005, o
juiz convolará a recuperação judicial em falência e em face de tal sentença será cabível
agravo de instrumento.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Questão difícil, com muitas pegadinhas, porém sem possibilidade de recurso. Vamos ver
alternativa por alternativa.
(A) INCORRETA. Alternativa incorreta, com fundamento no art. 20-A da LFRE, uma vez
que os prazos podem ser suspensos por determinação judicial ou consenso das partes.
“Art. 20-A. A conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qualquer
grau de jurisdição, inclusive no âmbito de recursos em segundo grau de
jurisdição e nos Tribunais Superiores, e não implicarão a suspensão dos
prazos previstos nesta Lei, salvo se houver consenso entre as partes em
sentido contrário ou determinação judicial.”
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73. Em relação à alienação de bens no processo de falência, é CORRETO afirmar que
(A) poderá se dar por pregão, desde que antecedido por publicação de anúncio em jornal
de ampla circulação, com 15 (quinze) dias de antecedência, em se tratando de bens
móveis, e com 30 (trinta) dias na alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a
divulgação por outros meios que contribuam para o amplo conhecimento da venda.
(B) poderão ser apresentadas impugnações por quaisquer credores, pelo devedor ou
pelo Ministério Público, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da arrematação, sendo
que, no caso de impugnação baseada no valor de venda, deverá vir acompanhada de
depósito caucionário equivalente a 10% (dez por cento) do valor oferecido.
(C) a alienação por leilão eletrônico de bens poderá ocorrer em segunda chamada,
dentro de 15 (quinze) dias, contados da primeira chamada, por qualquer preço.
(D) em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público, as Fazendas Públicas e
o Administrador Judicial serão intimados por meio eletrônico, nos termos da legislação
vigente e respeitadas as respectivas prerrogativas funcionais, sob pena de nulidade.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
DIREITO TRIBUTÁRIO
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75. Um tributo instituído por lei publicada no dia 2 de janeiro de um determinado
exercício financeiro pode ser cobrado
(A) a partir do exercício seguinte ao da publicação da lei.
(B) depois de decorridos noventa dias da data de publicação da lei.
(C) a partir da data de publicação da lei.
(D) depois de decorridos noventa dias do início do exercício seguinte ao da publicação
da lei.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
A questão possui mais de uma alternativa correta, sendo, portanto, anulável. Questão
cobrava conhecimento do Princípio da Anterioridade comum, sendo a resposta correta
a alternativa A.
Porém, a questão fala em “tributo”, sem especificar qual tributo está falando e, como
sabemos, existem três tipos de anterioridade (comum, mitigada e nonagesimal),
tornando outras alternativas como corretas também.
Por exemplo, se o tributo da questão fosse um Imposto sobre Produtos Industrializados,
a alternativa correta seria a B.
Assim, a questão merece ser anulada por ter mais de uma alternativa correta.
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76. Depois de muitos anos de disputa o Supremo Tribunal Federal, em 2021, colocou fim
ao conflito de competências entre Estados, que buscavam a definição pelo ICMS, e
Municípios, que defendiam a tributação pelo ISS, das operações de licenciamento ou
cessão do direito de uso de programas de computador (software). Com isso ficou
definido que
(A) todas essas operações, tanto de software padronizado como elaborado por
encomenda, devem sofrer a incidência do ICMS, e não do ISS.
(B) as operações de software padronizado devem sofrer a incidência do ISS, e as do
elaborado por encomenda devem ser tributadas pelo ICMS.
(C) todas essas operações, tanto de software padronizado como elaborado por
encomenda, devem sofrer a incidência do ISS, e não do ICMS.
(D) as operações de software padronizado devem sofrer a incidência do ICMS, e as do
elaborado por encomenda devem ser tributadas pelo ISS. 88
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Questão doutrinária, que poderia ser de simples resolução, porém vira complexa com
as respostas confusas da Banca Examinadora.
A questão versa sobre o conceito de imunidade. A resposta mais correta é a alternativa
“A”, trazendo o conceito correto de imunidade, embora a palavra “modificando” só
esteja correta se for na acepção de modificar para instituir o tributo. Ressaltando que
modificar o tributo sem ser para instituir sua cobrança, é permitido e não afeta a
imunidade. 89
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78. Está presente na doutrina o estudo da regra matriz de incidência tributária, que
aborda critérios para verificação da ocorrência de fato concreto que, em sendo
correspondente à hipótese definida em lei, tenha por consequência o surgimento de
obrigação tributária. Com relação à regra matriz, é correto afirmar que
(A) a hipótese tributária é composta por dois critérios: o material e o pessoal.
(B) na consequência tributária se apresentam os critérios pessoal e quantitativo.
(C) a consequência tributária é composta dos critérios material, espacial e temporal.
(D) a hipótese tributária contempla o critério quantitativo, formado pela base de cálculo
e pela alíquota.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
A questão versa sobre a diferença entre a evasão e a elisão tributária e do art. 116 do
CTN. A evasão tributária é a fraude para reduzir o pagamento do tributo, por isso, é
sempre vedada. A elisão tributária, por sua vez, é permitida, pois trata-se de mero
planejamento tributário.
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81. Em processo de inventário, foi apurado o valor do ITCMD devido em razão da
transmissão causa mortis, e o herdeiro, após manifestação do representante da Fazenda
do Estado nos autos judiciais, que concordou com o valor indicado, ressalvando o direito
de exigir créditos decorrentes do imposto em razão de erros, omissões ou direito de
terceiros em prejuízo do Estado, efetuou o recolhimento do tributo na sua integralidade
e no prazo correto. O imóvel foi, no mesmo exercício financeiro, alienado a terceiros
ainda no curso do inventário e mediante avaliação e decisão judicial, por valor superior
ao da aquisição, valor esse que foi informado pelo herdeiro na declaração de imposto
de renda respectiva. O fisco, então, autuou o contribuinte, afirmando que havia
diferença decorrente de recebimento por ato gratuito informado à Receita Federal e
exigiu o pagamento de ITCMD incidente sobre doação. O contribuinte ingressou em
Juízo questionando essa exigência. No caso,
(A) não se verifica a hipótese de incidência de ITCMD descrita no AIIM qual seja, doação,
transmissão por ato gratuito inter vivos, a ensejar a infração, porque, o aspecto material
da regra matriz referente à doação diz respeito à transmissão gratuita inter vivos de
bens ou direitos, o que não ocorreu no caso concreto, posto que não há como se admitir
como doador, a partir da Declaração de Imposto de Renda, o referido espólio.
(B) está correta a exigência fiscal, pois a informação de alteração patrimonial feita ao
Fisco Federal, na declaração de ajuste do Imposto de Renda, utiliza campo único para
transferências por doação ou por herança, e a Fazenda do Estado, ressalvou, no
inventário, o direito de exigir créditos decorrentes do imposto em razão de erros,
omissões ou direito de terceiros em prejuízo do Estado, o que foi feito mediante a
imputação de tributo incidente sobre a doação.
92
(C) não se sustenta a exigência expressa no AIIM, porque embora a Fazenda tenha
ressalvado, nos autos do inventário, o direito de exigir créditos decorrentes do imposto
em razão de erros, omissões ou direito de terceiros em prejuízo do Estado, operou-se,
no caso, a coisa julgada administrativa que impede a exigência posterior de diferença
fundada em informações prestadas pelo contribuinte na declaração feita à Receita
Federal.
(D) está correta a exigência fiscal, pois a informação de alteração patrimonial feita ao
Fisco Federal, na declaração de ajuste do Imposto de Renda, utiliza campo único para
transferências por doação ou por herança, e verificando-se, pela análise do processo de
inventário, que a diferença apurada decorre de ter sido adotado valor menor para o
recolhimento do imposto do que o valor efetivamente obtido com a venda do mesmo
imóvel, o que revela que se trata de recebimento de doação.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
DIREITO AMBIENTAL
Ressalta-se que o piso de 0,5%, previsto no art. 36, §1º, foi considerado
inconstitucional pelo STF no julgamento da ADIN nº 3.378-6, de 2008.
Art. 31 do Decreto 4340/2002 - Para os fins de fixação da compensação
ambiental de que trata o art. 36 da Lei no 9.985, de 2000, o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA estabelecerá
o grau de impacto a partir de estudo prévio de impacto ambiental e
respectivo relatório - EIA/RIMA, ocasião em que considerará,
exclusivamente, os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente.
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86. O município “X” se interessou pelo exercício do direito de preempção em relação à
96
área de propriedade de “B”, que estava sendo alienada a “C”, objetivando a criação de
unidade de conservação. O município deve
(A) comprometer-se a efetuar o pagamento ao proprietário do valor de mercado do
imóvel, ainda que superior ao valor considerado para a base de cálculo do IPTU e ao
valor indicado na proposta do interessado na aquisição.
(B) comprovar a existência de lei específica, baseada no plano diretor, que delimite as
áreas de incidência do direito de preempção e que fixe o prazo de vigência não superior
a 5 (cinco) anos, a fim de que possa exercer sua preferência para aquisição do imóvel
urbano objeto da alienação onerosa entre particulares.
(C) manifestar por escrito seu interesse na preempção dentro do prazo de 5 (cinco) dias,
contado do recebimento da notificação do proprietário quanto à intenção de alienar
onerosamente o imóvel.
(D) oferecer ao proprietário a possibilidade de transformação do valor do imóvel em
crédito, a ser liquidado conforme regras próprias do sistema de precatório.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
DIREITO ADMINISTRATIVO
5
Há intensa divergência na doutrina, contudo, entendendo Weida ZANCANER, seguida por Celso Antônio
Bandeira de MELLO e Maria Sylvia Zanella DI PIETRO, que, presentes os requisitos legais, a convalidação
é obrigatória para a Administração.
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90. O artigo 17, § 3o da Lei no 8.666/93 (com a redação da Lei no 9.648/98), trata da “I
– alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante
de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca
inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% do valor constante da
alínea a do inciso II do artigo 23 desta lei; II – a alienação, aos legítimos possuidores
diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos
em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis
na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao
final da concessão”. Isto se refere ao instituto de direito público da
(A) Investidura, em que a licitação não é necessária porque inexiste competição.
(B) Afetação, pela qual o bem passa da categoria de bem do domínio privado do Estado
para a categoria de bem do domínio público.
(C) Legitimação de posse ou legitimação fundiária, forma originária de aquisição do
direito real de propriedade conferido por ato do poder público.
(D) Desafetação, em que o bem deixa o domínio público para ser incorporado ao
domínio privado do Estado ou do particular.
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GABARITO: A
101
COMENTÁRIOS
97. A agenda 2030 constitui um plano global que reúne 17 objetivos. Assim, partindo-se
de quatro dimensões, ou seja, social, ambiental, econômica e institucional, os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável indicam a necessidade de se encarar o mundo com
medidas transformadoras. Na orientação da própria ONU, “a visão é ambiciosa e
transformadora, porque prevê um mundo livre dos problemas atuais, como pobreza,
miséria, fome, doença, violência, desigualdades, desemprego, degradação ambiental,
esgotamento dos recursos naturais, entre outros” (www.odsbrasil.gov.br). Considerado
isso, indique a alternativa que não faz parte dos objetivos da agenda 2030.
(A) Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e
promover a agricultura sustentável.
(B) Estabelecer um valor de salário-mínimo global que assegure bem-estar para todos e
reduza as desigualdades dentro dos países e entre eles.
(C) Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos. 111
(D) Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
Desse modo, a única alternativa que não constitui objetivo da Agenda 2020 é a B, sendo
a resposta da questão.
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98. Richard H. Thaler recebeu o prêmio Nobel de Economia de 2017 por ter
demonstrado, a partir de pesquisa que uniu a economia à psicologia, que:
(A) as pessoas são seres racionais que tendem a decidir com pragmatismo e sem
influência de emoções.
(B) as pessoas tomam decisões com base nas informações disponíveis e não avaliam ou
são influenciadas por questões sociais.
(C) os seres humanos, nas suas decisões financeiras, não levam em consideração
estímulos subjetivos, como descrito pela economia clássica.
(D) os seres humanos nem sempre são racionais e suas escolhas são feitas com base em
considerações pessoais e culturais.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
A teoria clássica da economia pressupõe que as pessoas são racionais. Tomam decisões
com base nas informações disponíveis e escolhem a opção que vai melhor servir a elas.
113
(...)
(https://epocanegocios.globo.com/Economia/noticia/2017/10/entenda-teoria-que-
deu-richard-thaler-o-nobel-de-economia.html)
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99. A partir da “Declaração do Milênio” e da “Agenda 2030”, da Organização das Nações
Unidas, foram divulgados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, dentre
os quais consta a meta que objetiva “alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas
as mulheres e meninas” (ODS 5), mediante a garantia de “participação plena e efetiva
das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de
tomada de decisão na vida política, econômica e pública” (ODS 5.5). No âmbito interno,
a Constituição Federal e a legislação infraconstitucional foram modificadas para
assegurar e incentivar as candidaturas femininas. Nesse contexto, assinale a alternativa
INCORRETA.
(A) O tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão deverá ser distribuído entre
as candidaturas de cada sexo, conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de
direção e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse partidário.
(B) Os homens e mulheres transexuais e travestis podem ser contabilizados nas
respectivas cotas de candidaturas masculina ou feminina.
(C) O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do
Fundo Partidário destinada às campanhas eleitorais deverão ser no mínimo de 30%
(trinta por cento), proporcional ao número de candidatas.
(D) Os registros de candidaturas para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as
Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais devem corresponder ao mínimo de
30% (trinta por cento) e ao máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de
cada sexo.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(C) CORRETA.
Art. 10. Cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos
Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras
Municipais no total de até 100% (cem por cento) do número de lugares a
preencher mais 1 (um).
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§ 3o Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada
partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o
máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.
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100. José, na última acirrada discussão com sua vizinha Eunice, afirmou que a
demandará judicialmente. Larissa, amiga de ambos, recomendou que busquem resolver
suas diferenças com a contribuição da mediadora Lídia. Assinale a alternativa CORRETA.
(A) Caso aceitem a recomendação mas, apesar da tentativa, não celebrem acordo, Lídia
poderá testemunhar em futuras demandas judiciais sobre fatos ou elementos oriundos
da mediação.
(B) Lídia não poderá aplicar técnicas negociais com o objetivo de proporcionar ambiente
favorável à autocomposição.
(C) Lídia auxiliará os interessados a compreender as questões e os interesses em
conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar,
por si mesmos, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
(D) A recomendação de Larissa só terá sentido até a propositura de eventual demanda
judicial, já que a adoção de meios consensuais de solução de controvérsias não deve ser
estimulada no curso de processos judiciais.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
Art. 166, § 2º, CPC: Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o
conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não
poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da
conciliação ou da mediação.
(B) INCORRETA.
Art. 165, §3º, CPC: O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em
que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a
compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles
possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios,
soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
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(D) INCORRETA.
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