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Documento: 1975225 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 04/09/2020 Página 2 de 4
Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 574.131 - RS (2020/0089692-5)
RELATOR : MINISTRO NEFI CORDEIRO
IMPETRANTE : DAVID LEAL DA SILVA E OUTROS
ADVOGADOS : DAVID LEAL DA SILVA - RS085835
RAÍZA FELTRIN HOFFMEISTER - RS088246
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
PACIENTE : CRISTHOFER NELTON SANTOS GUIMARAES (PRESO)
PACIENTE : FILIPE ALEXANDRE SILVA ARAUJO DE SA (PRESO)
INTERES. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
RELATÓRIO
Consta dos autos que os pacientes foram presos e denunciados pela prática do crime
tipificado no art. 157, § 3º, inciso II, do Código Penal.
O Tribunal estadual, em 18/12/2018, denegou o habeas corpus, deixando de
conhecer a questão relativa à nulidade da prova por entender que não revelada de plano e
ainda por demandar exame aprofundado dos elementos probatórios, o que seria inviável em
sede de habeas corpus.
Foi interposto Recurso no Habeas Corpus n. 108.399 junto a este Tribunal Superior,
que determinou que o Tribunal estadual examinasse a alegada nulidade das provas obtidas sem
autorização prévia e quebra da cadeia de custódia. Então, em nova análise, a Corte estadual
denegou a ordem.
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Superior Tribunal de Justiça
No presente writ, o impetrante, em uma longa petição com 112 páginas, argumentou
diversas nulidades.
Sustentou uma irregularidade no documento apresentado pelo Ministério Público,
porque foi assinado por estagiário. Apontou o cerceamento de defesa pela negativa de acesso
aos autos do inquérito policial, além da exposição da imagem dos pacientes à "grande mídia"
na fase inquisitória, a fim de localizar um dos pacientes.
Defendeu que houve violação do domicílio dos pacientes, pois foram efetuadas
prisões e buscas antes da ordem judicial ser expedida, além da devassa nos aparelhos de
celular apreendidos antes dessa autorização judicial.
Afirmou que a quebra do sigilo telefônico e a localização das antenas ERBs deu-se
por decisão judicial sem fundamentação idônea que não demonstrou justa causa, e que alguns
dados dos aparelhos foram apagados pela autoridade policial, o que gerou a "quebra da
cadeia de custódia da prova digital", além de não haver individualização das interceptações nos
equipamentos telefônicos e na decisão judicial que autorizou a devassa, e também a ilegalidade
ante o acesso a aparelhos de celular de terceiras pessoas alheias à investigação.
Sustentou que "a prisão de JOHANN ocorreu antes de serem expedidos os
mandados de prisão temporária e de busca e apreensão (despachos fls. 40/41, mandados
fls. 42/44, do processo cautelar de nº 008/2.18.0017487-2) pela 1ª Vara Criminal de
Canoas/RS [...] A prisão de JOHANN ocorreu entre às 07:30 e 10:45, do dia 10/10/2018,
pois o réu teve encerrado e transcrito seu interrogatório na DHPP às 12:00 do dia
10/10/2018, conforme consta em suas declarações de fl. 71 dos autos. O mandado de
busca e apreensão e de prisão temporária foram assinados pela juíza da 1ª Vara
Criminal de Canoas/RS às 14:41, do dia 10/10/2018. Portanto, trata-se de violação de
domicílio e produção de prova ilícita por conta da inexistência de mandados prévios aos
atos policiais". Além de o endereço constante na ordem judicial judicial não ser específico.
Questionou "a lisura das formas de obtenção dos elementos informativos
colhidos no inquérito policial, em especial o modus operandi adotado na realização do
interrogatório de JOHANN e de sua companheira CAROLINE, na DHPP de Canoas/RS".
Afirmou que "houve acesso pelos policiais civis às informações do aparelho de
celular de JOHANN desde o momento da sua prisão, que provavelmente ocorreu entre
7:30 e 10:45 da manhã, do dia 10/10/2018, no Bairro Sarandi, na rua Jackson
Figueiredo, nº 268, em Porto Alegre/RS. Basta ver que a partir das 12:00, na DHPP de
Canoas/RS, JOHANN já tinha sido interrogado, enquanto que os demais policiais que
não participaram do interrogatório realizavam o acesso e a extração de informações do
aparelho; e que "a autorização judicial para acesso às conversas em aparelhos
eletrônicos apreendidos somente foi assinada às 14:47, do dia 10/10/2018. Tais
informações demonstram que o celular foi acessado pelos policiais civis sem autorização
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judicial prévia, específica e fundamentada, o que torna ilícita toda prova decorrente de
tal ato, de acordo com o que preceitua o art. 5º, incisos X e XII, da CF" (fls. 58-59).
O impetrante listou os seguintes fatos para sustentar o cercearam da defesa (fl. 93):
[...]
1. No indeferimento dos pedidos relacionados ao laudo encaminhado pelo IGP
acerca das imagens das câmeras que registraram, no momento do crime, o veículo
Fiat Punto e a pessoa de JOHANN atravessando a rua.
2. No indeferimento do pedido da defesa para realização de laudo por perito
contratado pela defesa nos celulares dos réus a fim de se proceder ao controle da
cadeia de custódia da prova digital.
3. No indeferimento dos pedidos da defesa para que fossem encaminhados os
quesitos ao perito oficial do IGEP que realizou a extração de dados do celular de
JOHANN.
4. No indeferimento do pedido da defesa para que fosse oficiada a Secretaria de
Segurança Pública do Rio Grande do Sul sobre o encaminhamento dos registros de
acesso ao sistema Consultas Integradas nos nomes dos réus pelo período de 03 (três)
meses.
5. No indeferimento para que a DHPP de Canoas/RS fosse oficiada acerca do
resultado da quebra de sigilo telefônico e localização dos aparelhos celulares de
CRISTHOFER e JOHANN pelas antenas ERB’s, e demais medidas solicitadas, que
não foram encaminhadas aos autos.
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VOTO
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restado prejudicada pela análise realizada pelos policiais, posto que - a
princípio - preservada a integridade dos elementos de prova apreendidos e
contidos nos aparelhos examinados.[...]”
Assim, não verifico, por ora, qualquer irregularidade quanto ao fato de o conteúdo ter
sido extraído e previamente analisado por policiais e, tampouco, pela indigitada
quebra da cadeia de custódia, que sequer veio comprovada nos autos.
De qualquer sorte, eventual ilegalidade na coleta da prova, o que repito não verifico,
não ensejaria a soltura dos pacientes nesta fase, já que estão presos porque
presentes os requisitos da prisão preventiva.
Por fim, quanto às inovações trazidas na petição de complementação do habeas
corpus, protocolada em 18/06/2019, inviável o seu conhecimento, seja porque não
deduzidas na petição inicial do writ, seja porque se trata de prosseguimento do
julgamento de matéria restrita, seja porque não se tem conhecimento de que foram
objeto de análise pelo Juízo de origem, o que poderia acarretar supressão de
instância.
Sobre a apreensão dos aparelhos telefônicos e a autorização judicial para esse ato, o
Tribunal estadual entendeu que a análise preliminar do conteúdo dos telefones apreendidos foi
juntada aos autos em 1/11/2018, e, contrariamente ao que foi alegado pela defesa técnica,
nessa data já havia sido proferida decisão judicial, em 11/10/2018, autorizando o acesso aos
aparelhos telefônicos utilizados pelo paciente, a fim de que fossem verificadas conversas de
Whatsapp.
Verifica-se dos autos que não houve busca e apreensão dos telefones e devassas
nesses aparelhos sem a devida autorização judicial, pois foram transcritas no acórdão as
decisões de autorização da apreensão dos aparelhos telefônicos, assim como a autorização
para a devassa do conteúdo desses, e encontram-se devida e suficientemente fundamentadas
essas decisões.
Conforme consta no acórdão do Tribunal estadual, "os policiais que extraíram e
analisaram os dados telemáticos limitaram-se a uma análise preliminar do seu conteúdo,
o qual, segundo as informações processuais atualizadas, teria sido recentemente
analisado por perito oficial, tendo o laudo já aportado aos autos e sendo observado o
direito ao contraditório e à ampla defesa por meio de vista às partes".
Não se verifica, portanto, a alegada "quebra da cadeia de custódia", pois "nenhum
elemento veio aos autos a demonstrar que houve adulteração da prova, alteração na
ordem cronológica dos diálogos ou mesmo interferência de quem quer que seja, a ponto
de invalidar a prova".
Consta no acórdão transcrição da decisão do Juiz de primeiro grau, em que se
ressaltou que "houve até a data da impetração do writ foi a mera verificação preliminar
dos conteúdos telemáticos pelos policiais envolvidos na investigação. Conforme
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explanado pelo parquet, não se pode confundir a simples verificação do conteúdo dos
celulares pela equipe de investigação com a realização de prova pericial, muito embora
no caso concreto não consista em verdadeira perícia, pois fornecerá tão somente a
extração de dados existentes no aparelho, por meio de software de computação.
Ademais, a defesa não demonstrou que tenha ocorrido efetivamente a “quebra de
custódia”, visto que, conforme bem apontado pelo Ministério Público, esta serve tão
somente para assegurar que a prova obtida seja a mesma encaminhada para perícia.
Outrossim, quando da vinda de eventuais extratos, perícias, mídias etc, as partes terão
amplo acesso, posto que estarão devidamente documentadas nos autos. Por fim, é de se
frisar, a defesa não apontou de modo expresso qual parcela da prova entenda tenha
restado prejudicada pela análise realizada pelos policiais, posto que - a princípio -
preservada a integridade dos elementos de prova apreendidos e contidos nos aparelhos
examinados".
Verifica-se que a perícia foi devidamente juntada aos autos, e as partes tiveram
acesso ao seu conteúdo e manifestaram-se sobre ele.
No curso deste habeas corpus, foi proferida sentença no dia 29/5/2020, em que não
se utilizou nenhuma prova proveniente das devassas nos aparelhos de celular apreendidos,
ressaltando-se que já haviam elementos probatórios de materialidade e autoria suficiente.
Consta que:
[...]
No dia 10 de outubro de 2018 foi decretada a prisão temporária do réu
Johann pela Magistrada da 1ª Vara Criminal, assim como determinada a
expedição de MBA para a sua residência e autorização para acesso a
celulares que porventura fossem apreendidos (fls. 40-41 do expediente
nº008/2.18.0017487-2), a qual foi cumprida na mesma data (fl. 70)
No dia 11 de outubro de 2018 foram decretadas, também pela Magistrada da
1ª Vara Criminal, as prisões temporárias de Filipe, Jardel Henrique e
Cristofer, assim como autorizado o manuseio dos aparelhos de telefone
celular que porventura fossem apreendidos em poder destes indivíduos (fls.
21-23 do expediente anexo nº 008/2.18.0017588-7).
[...]
E durante as buscas efetuadas na casa de Johann, além de os policiais civis
terem apreendido as roupas utilizadas por ele no momento do crime,
apreenderam também cerca de 27 pinos de cocaína, sendo este preso em
flagrante delito, motivo pelo qual foi conduzido à Delegacia na condição de
flagrado, assim como a sua companheira, que estava em casa no momento,
na condição de testemunha.
[...]
Em que pese a persistência defensiva em debater pontos formais e legais
atinentes à obtenção do conteúdo de ditos aparelhos, constata-se, a partir da
detalhada análise cronológica da investigação, que os elementos que
levaram à autoria imputada a cada um dos investigados não decorrem, em
nenhum aspecto, de algo retirado dos celulares apreendidos.
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A este respeito, cumpre mencionar que do celular de Johann a autoridade
policial até mesmo tinha esperança de obter algo que auxiliasse nas
investigações, mas o resultado foi completamente negativo neste sentido e
aportou, diga-se, quando já havia sido coletada substancialmente a prova.
Dos celulares de Cristhofer e Filipe foram extraídos alguns diálogos travados em
data bem posterior à prática delitiva.
Pois bem. Constata-se que toda a construção da acusação, desde o
nascedouro, passa ao largo de alguma informação retirada do celular dos
acusados, mas sim decorre da análise muito bem realizada, como se verá,
das câmeras de vigilância, da identificação do veículo utilizado no assalto, da
tatuagem visualizada na mão de um dos assaltantes, na apreensão de
instrumentos do crime, na oitiva inicial de Johann e da testemunha Caroline,
e na admissão, pelos investigados, de que todos estavam na cena do crime.
Prova disso é que a autoridade policial, ao concluir as investigações (fls.164/167), em
nenhum momento utiliza o conteúdo extraído dos celulares de Cristhofer e Filipe para
fundamentar suas conclusões (embora a análise preliminar já houvesse descortinado
os diálogos e mensagens que instruem os autos – fls. 153/162), referindo que as
declarações prestadas pelos investigados não encontram amparo nos elementos
indiciários de prova, mormente pelas contradições apresentadas quanto ao ânimo
criminoso e versões conflitantes (…) as imagens captadas pelas câmeras de
videomonitoramento analisadas em conjunto com as provas carreadas são
corroboradas pelas declarações do investigado Johann, primeiro interrogado, que
afirmou tratar de um assalto.
A denúncia, de igual modo, nada menciona acerca dos diálogos obtidos pela
quebra de sigilo dos aparelhos de Filipe e Cristhofer, que já estavam nos
autos.
[...]
Em relação a Cristhofer e Filipe, basta dizer que quando apreendidos os celulares
cuja propriedade lhes é atribuída, já havia inclusive mandado de prisão e de busca e
quebra de sigilo dos aparelhos e veículo porventura em sua posse, de modo que não
se sustenta, por si, a insistente afirmação defensiva de que a indicação destes como
autores do crime partiu de algum aparelho, devendo ser ressaltado que quando da
oitiva de Johann e Caroline, após buscas em redes sociais e Consultas Integradas, os
quatro denunciados restaram reconhecidos fotograficamente, o que adiante será
minuciosamente enfrentado.
Sobre isso, ao contrário do que afirma a defesa, não há evidência nos autos
que os policiais chegaram à localização de Cristhofer por meio das ERBS, e
muito menos através de contato obtido pelo celular de Johann, mas sim por
informação lhes dada pelo pai de Cristhofer quando telefonaram para a sua
casa logo após Johann ter referido que o Punto (carro utilizado no crime)
pertencia “ao pai do Cris”. Consta que policiais civis entraram em contato
com o proprietário do carro, tendo este informado que o veículo estava na
posse do seu filho “Cris” e que este teria ido para Florianópolis
(representação fls. 94-96).
[...]
No tocante à argumentação de que a posterior localização dos suspeitos tenha se
dado a partir de ERBs, esta cai por terra, completamente, quando se constata que a
prisão dos réus Cristhofer e Filipe retornando de Florianópolis deu-se antes do
deferimento da quebra de sigilo telefônico e de dados telemáticos do celular do
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primeiro (O pedido foi protocolizado no dia 19 de outubro de 2018 e deferido pela
juíza no dia 25 de outubro de 2018, às 14h02min -fls. 03-4 e 19-29 do expediente
cautelar nº 008/2.18.0018247-6). Os réus foram presos dia 20/10/18, quando
certamente nem seria possível que já houvesse sido implementada a diligência
requerida na véspera e ainda nem deferida.
Ademais, a localização dos investigados, de qualquer sorte, tratar-se-ia de evento
dissociado dos elementos da autoria, já que neste momento já haviam sido
reconhecidos, já havia sido identificado o veículo, bem como Johann e Caroline já
haviam sido ouvidos, havendo inclusive prisão decretada em seu desfavor. A
localização posterior de investigados, é bom dizer, guarda relação apenas com o ato
da efetivação da prisão, não tendo qualquer impacto em conclusões acerca da
autoria ou do mérito na presente demanda.
As versões dos réus em juízo, especialmente as de Cristhofer e Filipe,
igualmente rechaçam qualquer tese de que a identidade dos envolvidos
tenha partido de algum celular, de onde se afigura absolutamente
desnecessária a discussão mais que reiterada, por inciativa da defesa destes,
a respeito de suposta quebra de custódia dos celulares, de manipulação pela
autoridade policial acerca de conteúdo dos aparelhos, cogitando-se até de
exclusão de provas que inocentariam os réus.
Ademais, destaca-se, como já destacado por este juízo, que o celular de Johann não
constitui prova de algo nestes autos, nada tendo sido encontrado que interessasse ao
deslinde do feito.
A defesa, ciente desta circunstância, passa a ponderar de modo genérico que algo
relevante pode ter sido excluído ou manipulado, sem apontar o que seria, quais os
interlocutores, qual o conteúdo do diálogo, qual a data da conversa, qual o arquivo
específico deletado, algo que denotasse a efetiva probabilidade de alcance de prova
relevante.
A questão, diga-se, está totalmente superada diante da análise agora aprofundada,
exauriente, de todo o escorço probatório, devendo ser destacado que nada se apurou
que pudesse lançar mínima dúvida a respeito da conduta policial na coleta e extração
da prova.
A este respeito, destaca-se que a quebra do sigilo dos aparelhos
apreendidos foi providência requerida pela própria autoridade policial, de
onde se afiguraria totalmente incongruente o pedido de perícia e
recuperação de dados excluídos, caso ela mesma, a polícia, houvesse
manipulado os aparelhos maliciosamente, excluindo provas relevantes.
Como se vê, o contexto em que estão inseridas as quebras de sigilo afastam por
completo uma atuação maliciosa pela autoridade policial, o que é repetidamente
cogitado pela defesa de Cristhofer e Filipe.
Portanto, não há falar em ilicitude da prova, em contaminação, em derivação, pois a
autoria emerge nestes autos cristalina, quanto aos quatro réus, sem a necessidade de
sequer mencionar qualquer dado telefônico entre os envolvidos.
Os únicos diálogos obtidos pela quebra de sigilo são aqueles retirados dos celulares
de Crishofer e Filipe, os quais não são negados por estes em seus interrogatórios.
[...]
Em razão disso, em atenção às inúmeras irresignações defensivas
impugnando as informações obtidas a partir da apreensão dos celulares, este
juízo deixa de utilizá-las nesta sentença, visando a evitar a discussão sobre o
tema, a qual se afigura irrelevante.
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[...]
Registro que apenas com a análise aprofundada de todo o conjunto
probatório foi possível concluir pela dispensabilidade total dos dados
extraídos dos celulares apreendidos (de Cristhofer e Filipe, pois de Johann
nada foi localizado), afigurando-se de todo recomendável a não-utilização da
prova controvertida como elemento de convencimento deste juízo acerca da
autoria e dolo, pois efetivamente não o é.
[...]
O acusado Johann Phillippsen Collar em apertada síntese, afirmou que
concordou em participar de um assalto junto com Jardel, mas que não aderiu à ideia
de atirar na vítima. Na mesma linha de Jardel, Johann excluiu totalmente a
participação de Cristhofer e Filipe na prática delitiva.
[...]
Acerca da dinâmica do crime, câmeras de segurança flagraram dois indivíduos
desembarcando de um veículo Punto, de cor prata, deslocando-se pela Avenida
Santos Ferreira, onde abordaram um IX-35 – ação que não foi flagrada por nenhuma
câmera de segurança - , logo ocorrendo os disparos de arma de fogo.
Os dois indivíduos aparecem ingressando no veículo IX 35, tentando dar arranque no
automóvel (eis que as luzes de freio são acionadas, o que é possível de visualizar
pelas imagens), no entanto, após não terem obtido sucesso, os dois indivíduos saem
correndo e embarcaram novamente no veículo Punto, de cor prata, e retiram-se do
local do crime.
O delito ocorreu no dia 27 de setembro de 2018, às 22h35min.
As imagens do crime foram amplamente divulgadas na mídia, nas quais é possível a
visualização parcial dos dois indivíduos que efetuaram a abordagem ao veículo IX-35,
em especial uma tatuagem de felino que um deles ostentava na mão direita.
E, no dia 09/10/2018, por volta das 16h, chegou ao conhecimento da equipe de
investigação, por meio de denúncia anônima, que um dos indivíduos que aparecia na
filmagem tratava-se de Johann Philippsen Collar, o qual residiria na Rua Jackson
Figueiredo, nº 268, Bairro Sarandi, em Porto Alegre.
A denúncia ainda informava que o referido indivíduo estava prestes a empreender
fuga na companhia da namorada.
E a Autoridade Policial, analisando as imagens obtidas por meio das câmeras
de monitoramento, em comparação com as imagens de Johann constantes no
sistema Consultas Integradas, constatou, de fato, inúmeras semelhanças. O
sistema havia sido atualizado no ano de 2016 e, até esta data, não havia
registros de felino nas mãos de Johann, sendo constatadas, no entanto,
outras semelhanças físicas entre o suspeito e o indivíduo que aparecia na
filmagem.
Diante disso, no dia 09 de outubro de 2018, a Autoridade Policial
representou pela prisão temporária de Johann Philippsen Collar, bem como
pela expedição de MBA para a sua residência (Rua Jackson Figueiredo, nº
268, Bairro Sarandi, em Porto Alegre), assim como pela autorização para
acesso ao conteúdo de telefones celulares que porventura fossem
apreendidos na diligência, o que foi deferido pela Juíza da 1ª Vara Criminal
no dia 10 de outubro de 2018, sendo o documento assinado pela magistrada
às 14:41:20.
Em vista das informações recebidas, no dia 11 de outubro de 2018, já pela
manhã, policiais civis foram até o local indicado como sendo a residência de
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Johann (o prédio) e lá permaneceram acampanando. Em dado momento
Johann chegou ao local, sendo abordado pelos policiais na via pública.
Johann, desde o início, confirmou aos policiais a sua participação no delito que
culminou na morte do policial Bruno.
Os agentes públicos indagaram ao suspeito sobre a existência de arma de
fogo em sua residência, tendo este respondido que não guardava nenhum
artefato. Questionado pelos policiais se poderiam ingressar no apartamento
e revistar o local, Johann permitiu que a revista fosse efetuada (veja-se que
Johann, em juízo, confirmou que franqueou a entrada dos policiais na sua
residência), ocasião na qual os policiais civis lograram êxito em encontrar 27
pinos de cocaína e uma porção de maconha, efetuando a sua prisão em
flagrante.
Durante revista ao imóvel, os policiais apreenderam, ainda, um par de tênis,
Nike de cor azul, e um moletom, também azul, ambos utilizados no dia do
crime. Ainda, o celular de Johann foi apreendido, conforme auto de
apreensão da fl. 92 (marca LG, número (51) 98472.5173, IMEI
352340-06-908170-5).
O flagrante referente ao crime de tráfico de drogas tramitou na Comarca de Porto
Alegre, sendo Johann condenado por esta prática delitiva no dia 24/07/2019
(processo nº 008/2.18.0089953-8).
Johann, ouvido na fase policial, cientificado de seus direitos constitucionais, dispensou
a presença de advogado. Na oportunidade, como se vê à fl. 71, Johann admitiu ter
participado de um assalto com mais três indivíduos, optando inicialmente, contudo,
por não revelar a identidade dos demais. Vejamos:
[...]
Ante as novas informações aportadas, a Autoridade Policial, ainda no dia 10
de outubro de 2018, representou pela prisão temporária dos Cristhofer,
Jardel e Filipe, bem como solicitou autorização para acesso aos celulares
que porventura estivessem na posse dos investigados. Na mesma ocasião o
Delegado de Polícia requereu, ainda, a busca e apreensão do veículo
utilizado no crime (Fiat Punto Atractive, placas EZK6057), eis que, por meio
do relato de Caroline, foi possível chegar-se ao proprietário do veículo, que
era o pai do investigado Cristhofer. Ainda, antes da representação, policiais
civis entraram em contato com o proprietário do carro, tendo este informado
que o veículo estava na posse do seu filho “Cris” e que este teria ido para
Florianópolis (representação fls. 94-96).
A representação foi protocolizada no dia 11 de outubro de 2018, às 12:05, e
foi deferida pelo juízo da 1ª Vara Criminal, na mesma data, às 17:27 (fls.
98-99).
No dia 18 de outubro de 2018 a Autoridade Policial requereu a quebra do
sigilo telefônico e dos dados telemáticos do celular de Johann (marca LG,
número (51) 98472.5173, IMEI 352340-06-908170-5, bem como requereu a
quebra do sigilo telefônico e dos dados telemáticos do celular de Cristhofer,
já que no decorrer das investigações o seu número restou identificado, qual
seja, (51) 99193.4018. O pedido foi protocolizado no dia 19 de outubro de
2018 e deferido pela juíza no dia 25 de outubro de 2018, às 14h02min (fls.
03-4 e 19-29 do expediente cautelar nº 008/2.18.0018247-6).
Ainda na mesma data a Autoridade Policial requereu autorização para enviar o
aparelho celular de Johann (marca LG, número (51) 98472.5173, IMEI
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352340-06-908170-5, para o IGP, a fim de fosse procedida a recuperação integral
dos dados contidos no aparelho (fl. 93), o que foi deferido pela Juíza da 1ª Vara
Criminal, sendo expedido alvará de autorização para a retirada dos aparelhos no dia
29/10/2018, às 17:18 (fl. 134). (TJRS. 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas.
Processo n. 0042067-67.2018.8.21.0008. Fonte:
<https://www.tjrs.jus.br/buscas/proc.html?tb=proc> Acesso em 15 jul 2020)
Pelo que consta na sentença, a Autoridade Policial, analisando as imagens obtidas por
meio das câmeras de monitoramento, em comparação com as imagens do paciente Johann
constantes no sistema Consultas Integradas, constatou, de fato, inúmeras semelhanças.
Destacou-se ainda na sentença que no dia 9/10/2018, a Autoridade Policial
representou pela prisão temporária de Johann, bem como pela expedição de mandado de
busca e apreensão para a sua residência (Rua Jackson Figueiredo, nº 268, Bairro Sarandi, em
Porto Alegre), assim como pela autorização para acesso ao conteúdo de telefones celulares
que porventura fossem apreendidos na diligência, o que foi deferido pela Juíza da 1ª Vara
Criminal no dia 10/10/2018, nos seguintes termos (fls. 362-364):
Cuida-se de investigação de crime de homicídio, praticado contra a vítima Bruno
Rodrigues de Souza, soldado da Brigada Militar, ocorrido em 27/09/2018, nesta
Cidade.
A autoridade policial representou pela decretação da prisão temporária de JOHANN
PHILIPPSEN COLLAR, uma vez que suspeito, em tese, da prática delitiva.
Representou, ainda, pela expedição de mandado de busca e apreensão para o
endereço do investigado, com a finalidade de buscar e apreender as armas de fogo
utilizadas no crime, as vestes que o suspeito usava, bem como aparelhos eletrônicos
utilizados e outros objetos relacionados ao delito.
O Ministério Público manifestou-se favoravelmente aos pedidos.
É o breve relato. Decido.
A materialidade do delito restou demonstrada pela ocorrência policial de nº
22481/2018, relatório da autoridade policial com análise das imagens de
videomonitoramento na data e local do fato em suas proximidades, além dos
depoimentos colhidos.
Conforme relatado pela autoridade policial, na data do fato a vítima se encontrava no
interior de seu automóvel, estacionado no recuo da calçada em frente a uma loja de
tintas, quando foi surpreendida por dois indivíduos portando armas de fogo, sendo por
eles atingida. Após ser alvejada, a vítima correu até um posto de gasolina próximo ao
local dos fatos, onde foi socorrida e levada ao HPSC.
A autoridade policial analisou as câmeras de videomonitoramento existentes
nos comércios ao redor do local dos fatos, visualizando que um veículo
Fiat/Punto dava apoio à ação criminosa, levando os autores ao local do crime.
Dois indivíduos desembarcaram do veículo em direção ao automóvel da
vítima, estacionado com uma das portas aberta vislumbrando-se que após a
vítima ser atingida um dos suspeitos ingressou no carro dela, fechou a porta
e tentou sair com o mesmo, sem êxito, empreendendo fuga com o comparsa.
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Ainda, foi apurado que os dois indivíduos que efetuaram os disparos contra a vítima
foram transportados ao loca em um veículo Fiat/Punto, cor prata, que ficou
aguardando em uma rua próxima o desenrolar da ação criminosa, prestando apoio
para a fuga.
Através de denúncia anônima, em 09/10/2018, a autoridade policial recebeu a
informação de que um dos autores o delito é o ora representado JOHAN
PHILIPPSEN COLLAR.
Em análise às câmeras de videomonitoramento, a autoridade policial observou que
um dos autores do delito possui uma tatuagem com a aparência de um felino na mão
direita, trajando um casaco azul, de pele branca e estatura por volta de 1,75m. Junto
ao sistema Consultas Integradas, o representado JOHAN PHILIPPSEN COLLAR
veste um casaco azul, semelhante ao utilizado por um dos autores do delito, possui
corte de cabelo e fisionomia semelhantes. Em 23/8/2016, quando recolhido ao
sistema prisional, o representado não possuía tatuagens na mão, entretanto uma delas
são "pegadas de gato" no tronco/frente.
Outrossim, a autoridade policial informou que, na data de ontem, o denunciante
noticiou que o representado pretende fugir do local onde se encontra, na companhia
de sua namorada, em razão da repercussão do caso em tela, uma vez que foram
mostradas no meio televisivo imagens do crime e da tatuagem do suspeito, com a
finalidade de identificação dos autores do delito.
No relatório da autoridade policial consta a oitiva da esposa da vítima, GILIELI DA
ROSA DE OLIVEIRA, que referiu desconhecer a rotina de trabalho do ofendido,
pois ele pouco falava. Não soube esclarecer o que a vítima fazia no local do fato e
referiu que em outubro de 2017 Bruno recebeu ameaça de dois indivíduos.
[...]
Necessário frisar, entretanto, presentes nos autos os requisitos previstos
pela Lei 9.296/96, que regulamenta a interceptação do fluxo de
comunicações em sistemas de informática e telemática (art. 14, parágrafo
único). Assim, consoante o exame acima, tendo em vista pela autoridade
policial, se verifica no caso dos autos os dados colhidos que a prova em
questão não pode ser feita por outros meios disponíveis, posto que os
elementos possíveis de serem colhidos já o foram, sendo que o presente
expediente pressupõe a ocorrência do crime de homicídio punido com pena
de reclusão (art. 2, inciso III).
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manhã, policiais civis foram até o local indicado como sendo a residência de Johann e lá
permaneceram acampanando. Em dado momento Johann chegou ao local, sendo abordado
pelos policiais na via pública.
Consta na sentença que o paciente "Johann permitiu que a revista fosse efetuada
(veja-se que Johann, em juízo, confirmou que franqueou a entrada dos policiais na sua
residência), ocasião na qual os policiais civis lograram êxito em encontrar 27 pinos de
cocaína e uma porção de maconha, efetuando a sua prisão em flagrante". Destacou-se
ainda que "durante revista ao imóvel, os policiais apreenderam, ainda, um par de tênis,
Nike de cor azul, e um moletom, também azul, ambos utilizados no dia do crime. Ainda,
o celular de Johann foi apreendido, conforme auto de apreensão da fl. 92 (marca LG,
número (51) 98472.5173, IMEI 352340-06-908170-5)".
Após as buscas realizadas, consta na sentença que a autoridade policial também
representou pela prisão temporária dos Cristhofer, Jardel e Filipe, bem como solicitou
autorização para acesso aos celulares que porventura estivessem na posse dos investigados.
Na mesma ocasião o Delegado de Polícia requereu, ainda, a busca e apreensão do veículo
utilizado no crime (Fiat Punto Atractive, placas EZK6057), eis que, por meio do relato de
Caroline, foi possível chegar-se ao proprietário do veículo, que era o pai do investigado
Cristhofer.
A representação foi protocolizada no dia 11/10/2018, e foi deferida pelo Juízo da 1ª
Vara Criminal, na mesma data.
No dia 18/10/2018 a autoridade policial requereu a quebra do sigilo telefônico e dos
dados telemáticos do celular de Johann (marca LG, número (51) 98472.5173, IMEI
352340-06-908170-5, bem como requereu a quebra do sigilo telefônico e dos dados
telemáticos do celular de Cristhofer, já que no decorrer das investigações o seu número restou
identificado, qual seja, (51) 99193.4018. O pedido foi protocolizado no dia 19/10/2018 e
deferido pela Juíza no dia 25/10/2018.
Então, não há nenhuma ilegalidade na prova produzida, havendo ordem judicial
prévia, com a devida fundamentação, não sendo comprovada a quebra de custódia da
devassa realizada nos aparelhos telefônicos.
Ademais, o Juiz de primeiro grau, ao sentenciar o processo, ressaltou que "a partir
da detalhada análise cronológica da investigação, que os elementos que levaram à
autoria imputada a cada um dos investigados não decorrem, em nenhum aspecto, de
algo retirado dos celulares apreendidos".
Destacou ainda que "do celular de Johann a autoridade policial até mesmo tinha
esperança de obter algo que auxiliasse nas investigações, mas o resultado foi
completamente negativo neste sentido e aportou, diga-se, quando já havia sido coletada
substancialmente a prova". Já em relação aos celulares de Cristhofer e Filipe afirmou que
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"foram extraídos alguns diálogos travados em data bem posterior à prática delitiva".
Verifica-se que a condenação dos pacientes não teve por base nenhuma informação
retirada dos aparelhos celulares dos acusados, mas sim decorreu da análise fundamentada das
câmeras de vigilância, da identificação do veículo utilizado no assalto, da tatuagem visualizada
na mão de um dos assaltantes, na apreensão de instrumentos do crime, na oitiva inicial de
Johann e da testemunha Caroline, e na admissão, pelos investigados, de que todos estavam na
cena do crime.
Além da inexistência de interceptação telemática ou telefônica ilegal, não foi
demonstrado nenhum prejuízo à defesa em relação à colheita de provas impugnada, pois,
como destacado em sentença, "as versões dos réus em juízo, especialmente as de
Cristhofer e Filipe, igualmente rechaçam qualquer tese de que a identidade dos
envolvidos tenha partido de algum celular, de onde se afigura absolutamente
desnecessária a discussão mais que reiterada, por inciativa da defesa destes, a respeito
de suposta quebra de custódia dos celulares, de manipulação pela autoridade policial
acerca de conteúdo dos aparelhos, cogitando-se até de exclusão de provas que
inocentariam os réus".
Esta Corte Superior entende que, nos termos do art. 563 do CPP, a tese de
nulidade de ato processual requer demonstração do efetivo prejuízo, segundo o princípio
pas de nullité sans grief, não demonstrado na espécie.
Ademais, sobre a devassa dos dados armazenados no aplicativo Whatsapp, e o
descarte dos dados irrelevantes para o processo, ressalta-se a julgado da Quinta Turma deste
Tribunal Superior, no Recurso em Habeas Corpus 75.800/PR, em que se diferenciou a
interceptação de "comunicação de dados" e o acesso aos "dados" já armazenados em algum
dispositivo eletrônico, ressaltando que "o acesso ao conteúdo armazenado em telefone
celular ou smartphone, quando determinada judicialmente a busca e apreensão destes
aparelhos, não ofende o art. 5º, inciso XII, da Constituição da República, porquanto o
sigilo a que se refere o aludido preceito constitucional é em relação à interceptação
telefônica ou telemática propriamente dita, ou seja, é da comunicação de dados, e não
dos dados em si mesmos".
Consta ainda nessa decisão que "na pressuposição da ordem de apreensão de
aparelho celular ou smartphone está o acesso aos dados que neles estejam armazenados,
sob pena de a busca e apreensão resultar em medida írrita, dado que o aparelho
desprovido de conteúdo simplesmente não ostenta virtualidade de ser utilizado como
prova criminal" (RHC 75.800/PR, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA,
julgado em 15/09/2016, DJe 26/09/2016).
Ante o exposto, voto por denegar o habeas corpus.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEXTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro NEFI CORDEIRO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN
Secretário
Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : DAVID LEAL DA SILVA E OUTROS
ADVOGADOS : DAVID LEAL DA SILVA - RS085835
RAÍZA FELTRIN HOFFMEISTER - RS088246
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PACIENTE : CRISTHOFER NELTON SANTOS GUIMARAES (PRESO)
PACIENTE : FILIPE ALEXANDRE SILVA ARAUJO DE SA (PRESO)
INTERES. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Sexta Turma, por unanimidade, denegou o habeas corpus, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Antonio Saldanha Palheiro, Laurita Vaz, Sebastião Reis Júnior e
Rogerio Schietti Cruz votaram com o Sr. Ministro Relator.
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