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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
LEANDRO LEÃO
Atualização e Prática
1) Desconsideração Inversa:
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Informativo 440/STJ: 3ª Turma, Resp. 948.117/MS, rel. Min. Nancy
Andrighi, j. 22.06.2010.
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o “amicus curiae” opina em favor de uma das pares, o que o trona um singular
assistente, porque de seu parecer exsurge o êxito de uma das partes”.
“Não se exige que o terceiro possua uma efetiva relação jurídica com o assistido,
sendo suficiente a possibilidade de que alguns direitos seus sejam atingidos pela
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decisão judicial a ser proferida no curso do processo em que a assistência é
pleiteada”. (STJ, RESp 1.128.789/RJ, 3ª T., j. 02.02.2010, rel. Min. Nancy
Andrighi)
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O denunciado atua, no processo, de modo eculiar: frente ao adversário do
denunciante, figurará como litisconsorte deste. Assim, o denunciado que aceita
a denunciação e contesta o pedido transforma-se em litisconsorte passivo.
Incide, a regra da contagem do prazo em dobro (229 CPC) para litisconsortes
passivos (denunciante e denunciado) representados por procuradores
diferentes.
(STJ, AgRg no RESp 1.167.272/BA, 3ª T., j. 18.11.2010, rel. Min. Sidnei Beneti)
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Tendo em vista, no entanto, que o desfecho da denunciação depende do
resultado do julgamento do pedido veiculado entre as partes originárias, o
denunciado fará as vezes de assistente do denunciante, com intuito de ver este
se sagrando vencedor na demanda, é o denunciado, além disso, réu em relação
ao denunciante.
“Com a denunciação da lide inaugura-se uma nova relação processual, em que o
réu do processo originário passa a figurar como autor da lide secundária,
estabelecida em face do terceiro denunciado, com quem mantém vínculo
jurídico, no intuito de que este responda em regresso, na hipótese de
sucumbência do denunciante (STJ, RESp 900.762/MG, 3ª T., j. 12.02.2008, rel.
Min. Sidnei Beneti).
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“A sentença, no processo em que ocorre a denunciação, dispõe sobre a relação
jurídica entre a parte e o denunciante, e entre este e o denunciado. E, como já
dito, essa sentença será formalmente una e materialmente dupla. Assim, p. Ex.,
a pessoa jurídica demandada por um ato lesivo praticado pelo seu preposto,
responde perante o suposto lesado, mas pode denunciar a lide o seu
empregado, para ver, na mesma sentença em que for condenada, o seu regresso
garantido”. (STJ, RESp 613.190/SP, 1ª T., , rel. Min. Luiz Fux).
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NÃO CABE DENUNCIAÇÃO DA LIDE (art. 125, II CPC):
a) Fundada em direito de regresso se inexistente previsão legal ou contratual de
responsabilidade do denunciado em favor do denunciante (STJ, REsp
967.644/MA, 4ª T., j. 15.04.08, rel. Min. João Otávio de Noronha);
b) Denunciante objetiva eximir-se da responsabilidade pelo evento danoso,
atribuindo-o com exclusividade a terceiro. (STJ, REsp 1.141.006-SP, 4ª T., j.
06.10.2009, rel. Min. Luis Felipe Salomão)
c) Vedada denunciação da lide no CDC pelo responsabilidade de comerciante
por fato do produto ou acidente de consumo (art. 88 CDC e STJ, REsp
1.165.279/SP, 3ª T., j. 22.05.2012, rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino).
Figuras simulares:
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a) INTERVENÇÃO ANÔMALA DA FP – LEI 9.469/97 dispõe sobre a intervenção da
União nas causas em que figurarem, como autores ou réus, entes da
administração indireta
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Art. 5º A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras ou
rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas
públicas federais.
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja
decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir,
independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer
questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais
reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que,
para fins de deslocamento de competência, serão consideradas partes.
b) FALIDO, AO ATUAR NO PROCESSO FALIMENTAR,
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ATUA COMO ASSISTENTE: tem-se decidido que a intervenção do falido em
processo falimentar configura hipótese sui generis da assistência, que mais se
assemelha à modalidade litisconsorcial.
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Decidiu-se que: “no processo falimentar o Falido exerce, a um só tempo, seu
dever de auxilio – a bem dos interesses da coletividade e da organização do
processo – e um direito de fiscalizar a administração da massa – a bem de seus
próprios interesses - , podendo, neste último caso, intervir como assistente nos
feitos em que a massa seja parte ou interessada (art. 36 do Dec.-lei 7.661/45).
Portanto, é a própria Lei de Falência revogada (no que foi reproduzida, em
essência, pela Lei 11.101/05, arts. 103 e 104) que delineia a atuação do Falido
no processo falimentar, franqueando-lhe a possibilidade de, como assistente,
pleitear providências necessárias à conservação dos seus direitos. No caso em
julgamento, defendendo o Falido interesse próprio em face de controvérsia
instalada em habilitação de crédito incidental à falência, sua posição mais
assemelha à de assistente litisconsorcial.
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É uma espécie de assistência litisconsorcial sui generis porque, muito embora a
Massa Falida Subjetiva seja a comunhão de interesses da coletividade testilham
com os interesses individuais do Falido, hipóteses em que não se pode falar,
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verdadeiramente, que este mantém relação de auxílio com a Massa.
Assim, cumpre aplicar a regra do art. 52 [do CPC/73, correspondente ao art. 121
do CPC/15], segundo a qual o assistente ‘sujeitar-se-á aos mesmos õnus
processuais do assistido’, não lhe podendo ser negados, em contrapartida, os
consectários benéficos de sua atuação. Ademais, por razões bem singelas,
sendo o assistente qualificado (ou litisconsorcial) considerado verdadeiro
litisconsorte – nos termos do art. 54 do CPC [de 73, correspondente ao art. 124
do CPC/15) - , as regras de sucumbência aplicáveis devem ser as mesmas
destinadas às partes principais, mormente a que enuncia que concorrendo
diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem pelas despesas e
honorários em proporção’ (art. 23 do CPC [de 73 correspondente ao art. 87
CPC/15]”. (STJ, REsp 1.003.359/RS, rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4ª T., j.
06.09.2012).