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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

META 07

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ANALISTA TRT
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – META 07

SUMÁRIO
SUMÁRIO .......................................................................................................................................................... 3
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - META 07 ................................................................................................. 5
1. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS ......................................................................................................................5
1.1. Conceito ............................................................................................................................................................5
1.2. Efeitos no processo .......................................................................................................................................6
1.3. Modalidades de intervenção de terceiros – comparativo do CPC/73 X CPC/15: ......................7
1.4. Notas sobre a oposição e a nomeação à autoria: ................................................................................8
1.5 Modalidades De Intervenção De Terceiro ...............................................................................................9
2. TEMAS REPETITIVOS - STJ ............................................................................................................................ 23
QUESTÕES PROPOSTAS ............................................................................................................................ 23

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - META 07

TEMAS DO DIA

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Intervenção de terceiros.

1. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

1.1. Conceito

• É o ato jurídico processual pelo qual um terceiro, estranho à relação processual entre o autor

e o réu, autorizado por lei, transformando-se em parte. Ou seja, é a permissão legal para que

um sujeito alheio à relação jurídica processual originária ingresse em processo já em

andamento. É natural que, uma vez admitido no processo, o sujeito deixa de ser terceiro e

passa a ser considerado parte; em alguns casos “parte na demanda” e noutros “parte no

processo”.

• O Código de Processo Civil de 2015 dispõe em seu art. 119, caput, que:

Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro

juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas

poderá intervir no processo para assisti-la.

• O objetivo da intervenção de terceiros é promover celeridade processual e a harmonização de

julgados, buscando a garantia e efetividade dos princípios constitucionais como o da duração

razoável do processo, contraditório e economia processual.

• A intervenção é um incidente do processo caracterizada como um novo procedimento que

surge em demanda já existente e a esta se funde.

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1.2. Efeitos no processo

• Ampliação subjetiva do mérito, ao trazer parte nova para o processo;

• Ampliação objetiva do processo: Trazer novos pedidos, a exemplo da denunciação da lide.

➢ É necessária a existência de interesse jurídico, não apenas o interesse econômico ou moral.

ATENÇÃO

Se INTERVENÇÃO ANÔMALA, prevista no art. 5º, da Lei nº 9.469/97, pode haver interesse

meramente econômico.

INTERVENÇÃO ANÔMALA (= ANÓDINA)

Art. 5º, da Lei nº 9.469/97:

Art. 5º. A União poderá intervir nas causas em que figurarem,

como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas,

sociedades de economia mista e empresas públicas federais.

Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público

poderão, nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda

que indiretos, de natureza econômica, intervir,

independentemente da demonstração de interesse jurídico,

para esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar

documentos e memoriais reputados úteis ao exame da

matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins

de deslocamento de competência, serão consideradas partes.

É forma de intervenção de terceiros que independe da presença de interesse jurídico,

satisfazendo-se com a simples potencialidade de a decisão gerar, eventualmente,

efeitos reflexos, mesmo que indiretos, de natureza econômica.

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Não é preciso que haja interesse jurídico nem que a esfera da Fazenda Pública seja

atingida.

A INTERVENÇÃO FUNDA-SE, EM VERDADE, EM INTERESSE ECONÔMICO, NÃO

JURÍDICO.

1.3. Modalidades de intervenção de terceiros – comparativo do CPC/73 X CPC/15:

CPC/1973 CPC

• Assistência; • Assistência (simples e

• Oposição; litisconsorcial) (arts. 119 a 124);

• Nomeação à autoria; • Denunciação da lide (arts. 125 a

• Denunciação da lide; 129);

• Chamamento ao processo; e • Chamamento ao processo (arts.

• Recurso de terceiro. 130 a 132);

• Incidente de desconsideração da

personalidade jurídica (arts. 133 a

137);

• Amicus Curiae (art. 138).

• O rol constante no CPC é meramente exemplificativo, existem as intervenções além dessas

modalidades chamadas de intervenções de terceiros atípicas, não existindo unanimidade na

doutrina quanto aos seus tipos.

ATENÇÃO

A oposição e a nomeação à autoria NÃO constam mais no rol de intervenções de terceiros do

NCPC. A oposição passou a ser tratada como procedimento especial (arts. 682 a 686). E a nomeação

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à autoria passou a ser objeto de alegação de carência de ação por ilegitimidade de parte (art. 337,

XI).

1.4. Notas sobre a oposição e a nomeação à autoria:

• Oposição é uma ação prevista como procedimento especial no NCPC, por meio da qual um

terceiro ingressa com um ação pleiteando o direito ou coisa sobre que controvertem autor e

réu.

• De acordo com Daniel Neves, o propósito da nomeação da autoria não desapareceu no NCPC,

diante do disposto nos arts. 338 a 339, que admitem a modificação do polo passivo, no caso

de alegação de ilegitimidade do réu.

OBSERVAÇÃO:

O STJ decidiu que não cabe oposição em ação usucapião (REsp 1726292).

• Já a nomeação à autoria não é mais prevista no NCPC como intervenção de terceiros, mas

remanesce o seu propósito nos arts. 338 e 339 do NCPC. O mero detentor da coisa ou

cumpridor de ordem, quando demandado, indica pessoa que deveria figurar no polo passivo

da relação processual.

Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o

responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze)

dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.

Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas

e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre

três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos

do art. 85, § 8o.

Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito

passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob


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pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos

prejuízos decorrentes da falta de indicação.

§ 1o O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias,

à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda,

o parágrafo único do art. 338.

§ 2o No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição

inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.

ATENÇÃO:

No NCPC, NÃO se trata de modalidade de intervenção de terceiros deslocada, mas de

manutenção da ideia da nomeação à autoria na resposta do réu, como forma de corrigir o polo

passivo da demanda.

• No NCPC, houve uma ampliação dos casos de correção em relação à nomeação à autoria, já

que passou a ser admitida para qualquer hipótese de ilegitimidade passiva.

Enunciado nº 42 do FPPC: "(art. 339) O dispositivo aplica-se mesmo a

procedimentos especiais que não admitem intervenção de terceiros, bem

como aos juizados especiais cíveis, pois se trata de mecanismo saneador, que

excepciona a estabilização do processo".

Enunciado nº 44 do FPPC: "(art. 339) A responsabilidade a que se refere o

art. 339 é subjetiva".

1.5 Modalidades De Intervenção De Terceiro

1.5.1. Assistência

• O terceiro intervém no processo para prestar colaboração a uma das partes. Ingressa, então,

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de modo voluntário em processo alheio para auxiliar uma das partes na busca da vitória

judicial.

• Esta intervenção poderá ser reconhecida em qualquer procedimento e em todos os graus de

jurisdição.

Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente

interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no

processo para assisti-la.

Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos

os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se

encontre.

Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do

assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.

Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico

para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.

1.5.1.1. Pressupostos de admissibilidade

• Existência de uma relação jurídica entre uma das partes do processo e o terceiro assistente

(interesse jurídico), não se admitindo que um interesse econômico, moral ou de qualquer outra

natureza legitime a intervenção por assistência;

• Possibilidade de a sentença influir na relação jurídica.

1.5.1.2. Tipos de assistência

• A assistência pode ser simples (adesiva) ou litisconsorcial:

Assistência Simples (adesiva):

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A assistência simples é a mais comum em que há relação jurídica de direito material entre o

assistente e o assistido, que poderá ser indiretamente atingida pela futura sentença. O assistente

simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos

mesmos ônus processuais que o assistido. O assistente será considerado seu substituto processual,

se o assistido for revel ou omisso.

Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal,

exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais

que o assistido.

Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido,

o assistente será considerado seu substituto processual.

Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça

a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se

funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos.

Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o

assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da

decisão, salvo se alegar e provar que:

I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos

do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na

sentença;

II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido,

por dolo ou culpa, não se valeu.

Assistência Litisconsorcial:

Há interesse jurídico direto entre o assistente e o adversário do assistido (art. 124 do NCPC),

que poderá ser afetada pela futura sentença. O terceiro é titular da relação jurídica de direito material

discutida no processo, sendo, portanto, diretamente atingido em sua esfera jurídica pela decisão a

ser proferida. Dessa forma, o assistente litisconsorcial tem relação jurídica tanto com o assistido

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quanto com a parte contrária, afinal todos eles participam da mesma relação de direito material,

diferente do que ocorre na assistência simples, na qual não há relação jurídica do assistente com o

adversário do assistido. Somente é possível nos casos de litisconsórcio facultativo, porque somente

nesse caso o titular do direito poderá ser excluído da demanda por vontade das partes.

Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre

que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.

• Dessa maneira, a assistência simples consiste na participação de um terceiro que atua em

nome próprio em prol da defesa de direito de outras pessoas. Já na assistência litisconsorcial,

o interventor defende direito próprio, tornando-se parte na relação processual.

• Vale destacar que na assistência litisconsorcial somente é possível nos casos de litisconsórcio

facultativo.

1.5.1.3. Cabimento

• Em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o

processo no estado em que se encontrar (art. 119, NCPC). Se não houver impugnação em 15

(quinze) dias, o pedido do assistente será deferido, SALVO se for hipótese de rejeição liminar

(na hipótese de manifesta inadmissibilidade ou improcedência da pretensão).

No concurso do TRT 22ª REGIÃO (2022), o tema foi cobrado da seguinte forma:

De acordo com o Código de Processo Civil, a assistência

(A) é dita litisconsorcial sempre que o assistente puder ser atingido economicamente pelos
efeitos sentença.
(B) será admitida em qualquer procedimento, desde que requerida no prazo da
contestação.
(C) é admissível nos procedimentos de jurisdição contenciosa, até o saneamento do
processo.
(D) será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição,
recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
(E) obsta, sem o consentimento do assistente, ainda que simples, a que a parte principal
reconheça a procedência do pedido,
desista da ação, renuncie ao direito sobre o qual se funda a ação ou transija sobre direitos
controvertidos.
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A alternativa considerada correta foi a letra D.

1.5.2. Denunciação da lide

• É uma ação regressiva incidente, a ser proposta tanto pelo autor como pelo réu, para garantir

a indenização do denunciante caso perca a demanda.

• O direito regressivo da parte contra terceiros (ou excepcionalmente contra a própria parte

contrária), portanto, é o fator principal que legitima a denunciação da lide. A denunciação da

lide é uma espécie de intervenção coercitiva, estando vinculado o denunciado à demanda em

razão de sua citação, pedida tempestivamente por autor ou réu. A denunciação da lide cria

um litisconsórcio.

• O NCPC prevê expressamente que somente se passará ao julgamento da denunciação da

lide, caso denunciante reste vencido (art. 129, "caput"). Caso contrário, a ação de denunciação

não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento

das verbas de sucumbência em favor do denunciado.

• A doutrina classifica este tipo de intervenção de terceiros como uma demanda incidente,

regressiva, eventual e antecipada:

• Incidente: pois instaurada em processo já existente;

• Regressiva: fundada no direito de regresso da parte em face do terceiro;

• Eventual: porque relaciona-se com a demanda originária e no caso de se constatar que não

houve dano ao denunciante, a denunciação da lide perderá seu objeto; e

• Antecipada: considerando a economia processual, é apresentada antes de reconhecer o

dano a ser ressarcido.

1.5.2.1. Hipóteses de admissibilidade

➢ É cabível a denunciação em duas hipóteses, previstas no artigo 125 do CPC:

• Garantia ao direito à evicção:

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Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das

partes:

I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi

transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da

evicção lhe resultam;

➢ Ocorre quando há um bem em litígio entre dois particulares e um deles aliena o bem a um

terceiro. Nesse caso, quando o adquirente é condenado à restituição da coisa, ocorre a

evicção e passa a ter direito de regresso contra o alienante, para reaver o dinheiro que

pagou pela coisa da qual ficou privado.

➢ Desse modo, caso o adquirente do bem seja demandado pelo real proprietário ou possuidor

da coisa, poderá denunciar o alienante à lide.

• Garantia de regresso:

Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das

partes:

II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação

regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.

➢ Essa hipótese tem abrangência mais ampla, pois permite a denunciação em qualquer

hipótese de direito regressivo previsto em lei ou contrato.

➢ A denunciação torna o denunciante e o denunciado litisconsortes na ação originária e na

secundária. O denunciante é adversário do secundário, mas vale dizer que o denunciado não

é titular do direito na demanda principal.

➢ O novo CPC, prevalece a tese que pugna pela faculdade da denunciação:

Art. 125 […] § 1o O direito regressivo será exercido por ação autônoma

quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não

for permitida.

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➢ Dessa forma, tanto no caso do adquirente deixar de fazer a denunciação ou desta ser

indeferida, será possível a propositura de uma nova demanda para promover a sua pretensão

contra o alienante.

1.5.2.2 Obrigatoriedade da denunciação

➢ Sob a égide do CPC/73, havia discussão se a denunciação da lide era obrigatória ou

facultativa.

➢ O NCPC prevê, expressamente, a facultatividade da denunciação da lide (art. 125, § 1º), ou

seja, se a parte deixar de denunciar à lide, o terceiro não perde seu direito material de regresso.

Enunciado nº 120 do FPPC: "(art. 125, §1º, art. 1.072, II) A ausência de

denunciação da lide gera apenas a preclusão do direito de a parte

promovê-la, sendo possível ação autônoma de regresso".

1.5.2.3. Denunciações sucessivas

➢ O NCPC não admite mais a denunciação "per saltum", ao estabelecer o "alienante imediato"

como denunciado (art. 125, I).

➢ O NCPC admite, de outro lado, uma única denunciação sucessiva (art. 125, §2º).

Art. 125 […] § 2o Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida

pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem

seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo

promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso

será exercido por ação autônoma.

1.5.2.4. Procedimento da denunciação à lide

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Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o

denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo

ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131.

Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a

posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à

petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu.

Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:

I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo

prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e

denunciado;

II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com

sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo

sua atuação à ação regressiva;

III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal,

o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal

reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso.

Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for

o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado,

nos limites da condenação deste na ação regressiva.

Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao

julgamento da denunciação da lide.

Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não

terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante

ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado.

No concurso do TRT 4ª REGIÃO (2022), o tema foi cobrado da seguinte forma:

Júnior se envolveu em um acidente de trânsito, vindo a colidir seu veículo contra o


automóvel de Gabriel, por não ter atentado para a sinalização de via preferencial na via
pública. Gabriel, então, ajuizou, em face de Júnior, ação de indenização por danos materiais,
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com a intenção de receber os valores devidos para o conserto de seu automóvel. Júnior, ao
ser citado, entendeu que a responsabilidade de pagamento era de sua seguradora, diante
do contrato que com ela estabeleceu antes do acidente. Nessa situação,

(A) Júnior pode promover denunciação da lide à seguradora.


(B) Júnior pode promover o chamamento ao processo da seguradora.
(C) Gabriel pode promover denunciação à lide em face de Júnior.
(D) Gabriel pode promover o chamamento ao processo em face da seguradora.
(E) não cabe nenhuma hipótese de intervenção de terceiros, em razão de estar evidente a
culpa de Júnior pelo acidente.

A alternativa considerada correta foi a letra A.

1.5.3. Chamamento ao processo

➢ Objetiva a inclusão do devedor ou dos coobrigados pela dívida para integrarem o polo passivo

na relação processual já existente, a fim de que o juiz declare, na mesma sentença, a

responsabilidade de cada um.

➢ Assim, trata-se de hipótese coercitiva de intervenção de terceiro, pela qual o terceiro será

integrado à relação jurídica processual, em virtude de pedido do réu e independentemente da

sua concordância.

1.5.3.1 Hipóteses de admissibilidade

Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:

I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;

II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;

III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de

alguns o pagamento da dívida comum.

OBSERVAÇÃO

O chamamento ao processo deve ser realizado dentro do prazo legal sob pena de preclusão

temporal. Assim, deve incluir o chamamento ao processo como tópico da contestação.


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1.5.4. Incidente de desconsideração da personalidade jurídica

➢ Embora já existisse entendimento jurisprudencial e doutrinário sobre o tema, o NCPC

positivou a matéria expressamente, nos arts. 133 a 137. A desconsideração tem natureza

constitutiva, considerando-se que por meio dela tem-se a criação de uma nova situação

jurídica.

1.5.4.1. Instauração

➢ Deve ser instaurado a pedido da parte ou Ministério Público, requerido fundamentadamente,

sendo afastada a possibilidade de o juiz instaurar o incidente ora analisado de ofício. E, ainda,

a legitimidade do Ministério Público é limitada a hipótese em que este participa do processo

como autor e não como estiver atuando como fiscal da lei.

➢ O direito material deve dispor dos casos de desconsideração não tratados pelo NCPC.

Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será

instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber

intervir no processo.

§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os

pressupostos previstos em lei.

§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração

inversa da personalidade jurídica.

1.5.4.2. Cabimento

➢ É cabível em todas as fases do processo de conhecimento, cumprimento de sentença e na

execução fundada em título executivo extrajudicial e, uma vez instaurado, suspenderá o

processo, SALVO se requerida na petição inicial. Segundo entendimento do STJ, não há que

se falar em decadência de um direito potestativo.

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Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do

processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução

fundada em título executivo extrajudicial.

§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao

distribuidor para as anotações devidas.

§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da

personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será

citado o sócio ou a pessoa jurídica.

§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do

§ 2o .

§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos

legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.

OBSERVAÇÃO

O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de competência dos

juizados especiais, nos termos do art. 1.062 do CPC:

Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-

se ao processo de competência dos juizados especiais.

1.5.4.3 Contraditório

➢ Como o reconhecimento implica sanção, deve haver o contraditório. O sócio ou pessoa jurídica

será citado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se:

Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para

manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por

decisão interlocutória.

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Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.

Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração

de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao

requerente.

OBSERVAÇÃO

O STJ entende que o meio de defesa cabível para os sócios diante da desconsideração da

personalidade jurídica são os embargos à execução, tendo em vista sua integração à relação jurídica

processual executiva.

➢ De acordo com recente entendimento do STJ, não há condenação em honorários advocatícios

em incidente de desconsideração da personalidade jurídica. (STJ. REsp 1845536, Rel. Min.

Nancy Andrighi, Julgamento em 26/05/2020)

1.5.5. Amicus curiae

➢ Amicus curiae é o “amigo da Corte”, de origem norte-americana, sua função não é auxiliar a

parte, mas o juízo. Trata-se de auxiliar do juízo, ele não intervém nem como parte, nem como

auxiliar da parte, é um terceiro desinsteressado em processo em trâmite com o objetivo de

contribuir com o juízo na formação de seu convencimento. Por outro lado, demonstra-se a

existência de um interesse institucional por parte do amicus curiae, voltado à melhor solução

possível do processo por meio do maior conhecimento da matéria e dos reflexos no plano

prático da decisão.

➢ A participação do amicus curiae consistirá na emissão de uma manifestação/opinão sobre a

matéria que é objeto do processo em que ele foi admitido.

1.5.5.1. Requisitos para ingresso de terceiro como animus curiae no processo:

• Relevância da matéria;

• Especificidade do tema objeto da demanda; ou

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• Repercussão social da controvérsia.

1.5.5.2. Quem pode figurar como amicus curiae:

• Pessoa natural ou jurídica;

• Órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada.

➢ A intervenção poderá ser espontânea ou provocada, por decisão irrecorrível.

➢ Não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a

oposição de embargos de declaração e o recurso contra decisão que julgar o incidente de

resolução de demandas repetitivas.

➢ Os poderes do amicus curiae serão definidos na decisão que solicitar ou admitir a intervenção.

➢ STF (Info 863): Havendo três amici curiae para fazer sustentação oral, o prazo deverá ser

considerado em dobro, ou seja, 30 minutos, devendo ser dividido pelo número de

sustentações orais. Logo, divididos os 30 minutos pelos três amici curie, devem ser

disponibilizados 10 minutos para a manifestação de cada um deles na tribuna.

Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a

especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da

controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das

partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação

de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com

representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.

§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência

nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos

de declaração e a hipótese do § 3o.

§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a

intervenção, definir os poderes do amicus curiae.

§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de

resolução de demandas repetitivas.

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ATENÇÃO!

O STJ decidiu que cabe agravo de instrumento contra decisão sobre intervenção de terceiros

que altera competência (REsp 1797991). A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

entendeu que cabe agravo de instrumento contra decisão que trata da admissão de terceiro em ação

judicial, com o consequente deslocamento da competência para Justiça distinta.

Para o colegiado, nessa hipótese, a intervenção de terceiro – recorrível de imediato por agravo

de instrumento (artigo 1.015, inciso IX, do Código de Processo Civil) –, além de influenciar o modo

de se decidir a competência, exerce relação de dominância sobre ela, sendo cabível o uso do agravo.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias

que versarem sobre: (...)

IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

➢ Já o STF, na vigência do CPC/73, tinha a tese de que a decisão que indefiria o pedido de

ingresso de amicus curiae era recorrida por meio do agravo regimental.

➢ Contudo, na vigência do CPC, o STF fixou entendimento de que é irrecorrível a decisão do

Relator que indefere o pedido de ingresso na condição de amicus curiae. (STF. ADI 4711 AgR,

Rel. Min. Roberto Barroso, Julgamento em 05/11/2019)

Contudo, o Supremo entendeu que a decisão que nega ingresso de amicus curiae em ADI

é recorrível (STF. ADI 3396, Rel. Min. Celso de Mello, Julgamento em 06/08/2020). Salienta-se que

a segunda decisão foi específica para os processos objetivos de controle de constitucionalidade.

Referências Bibliográficas:

Daniel Amorim Assumpção Neves. Manual de Direito Processual Civil.

Mozart Borba. Diálogos sobre o Novo CPC.

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ANALISTA TRT
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – META 07

2. TEMAS REPETITIVOS - STJ

• TEMA 686:

O chamamento ao processo da União com base no art. 77, III, do CPC, nas demandas propostas

contra os demais entes federativos responsáveis para o fornecimento de medicamentos ou

prestação de serviços de saúde, não é impositivo, mostrando-se inadequado opor obstáculo inútil

à garantia fundamental do cidadão à saúde.

(REsp 1203244 SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/04/2014,

DJe 17/06/2014)

QUESTÕES PROPOSTAS

01. FCC - 2022 - Prefeitura de Teresina - PI - Procurador do Município


Quanto ao incidente de desconsideração da personalidade jurídica:

A) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica só se dará na forma direta, uma vez que
a desconsideração inversa é criação doutrinária mas não tem previsão normativa.
B) Com a instauração do incidente o sócio ou a pessoa jurídica serão intimados para manifestar-se e
requerer as provas cabíveis em quinze dias.
C) Instauração do incidente de desconsideração deve ser postulada até o saneador, necessariamente,
no processo de conhecimento, ou a qualquer tempo na execução fundada em título executivo
extrajudicial.
D) Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de
execução, será ineficaz em relação ao requerente.
E) A instauração do incidente não suspenderá o processo, a não ser que requerida na petição inicial.

COMENTÁRIOS
A- Art. 133, § 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da
personalidade jurídica.

B- Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.

C- Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de


conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo
extrajudicial.

D- Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida


em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

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ANALISTA TRT
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – META 07

E- Art. 134, § 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade


jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.

§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.

Letra D

02. FCC - 2022 - MPE-PE - Promotor de Justiça e Promotor de Justiça Substituto


A respeito da desconsideração da personalidade jurídica:

A) Instaurado o incidente, será dispensada a citação do sócio ou da pessoa jurídica.


B) O requerimento pode ser formulado na petição inicial ou na forma de incidente.
C) Se tratando de incidente, será instaurado pelo juiz, de ofício, ou se houver pedido do credor.
D) O Ministério Público atuará no incidente na condição de fiscal da ordem jurídica, seja qual for a
natureza do processo principal.
E) O incidente somente é admitido no cumprimento da sentença e na execução fundada em título
extrajudicial.

COMENTÁRIOS
A - CPC Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para
manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.

B- CPC ART. 134 § 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da


personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a
pessoa jurídica.

C - CPC Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a


pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.

D - VIII Fórum Permanente de Processualistas Civis – FPPC - Enunciado n. 123: É desnecessária


a intervenção do Ministério Público, como fiscal da ordem jurídica, no incidente de
desconsideração da personalidade jurídica, salvo nos casos em que deva intervir
obrigatoriamente, previstos no art. 178

E- CPC Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de


conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo
extrajudicial.

Letra B

03. FCC - 2021 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto


De acordo com o Código de Processo Civil, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica
NÃO

A) se aplica ao processo de competência dos juizados especiais.

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ANALISTA TRT
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – META 07

B) precisa ser instaurado se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição


inicial.
C) pode ser instaurado, no processo de conhecimento, depois de proferida a decisão saneadora.
D) admite dilação probatória.
E) implicará, em nenhum caso, a suspensão do processo.

COMENTÁRIOS
A - Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo
de competência dos juizados especiais.

B- Art. 134. § 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade


jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.

C - Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de


conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo
extrajudicial.

D - Admite, e é necessário dilação probatória mínima pra alegar o respectivo incidente, como por
exemplo, a desconsideração pela teoria maior, adotada pelo código civil, que exige que a parte
demonstre abuso de personalidade através do desvio de finalidade ou confusão patrimonial.

E- Art. 134 § 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.

Letra B

04. FCC - 2021 - DPE-RR - Defensor Público


Acerca do papel atribuído ao amicus curiae em ações coletivas:

A) Os amici curiae podem atuar apenas em ações de controle concentrado de constitucionalidade,


devendo apresentar-se antes da inclusão do processo em pauta de julgamento.
B) Pessoas físicas podem apresentar suas contribuições ao juízo competente, desde que comprovada
sua representatividade e reconhecimento na área de discussão.
C) É cabível o manejo dos recursos processuais cabíveis às partes pelos amici curiae devidamente
habilitados, exceto em sede de incidente de resolução de demandas repetitivas.
D) Os amici curiae possuem legitimidade universal, sendo dispensada a comprovação de pertinência
temática em sua atuação.
E) A petição inicial do parecer de amicus curiae deve ser subscrita exclusivamente pelo representante
legal da entidade autorizado por Assembleia Geral.

COMENTÁRIOS
A - Trata-se de modalidade interventiva admissível em todas as formas processuais e tipos de
procedimento.

B e D- Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema


objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de
ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a
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ANALISTA TRT
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – META 07

participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com


representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. No entanto,
segundo o entendimento que prevalece no STF, o art. 138 do CPC não se aplica para ações de
controle concentrado de constitucionalidade. Assim, nas ações coletivas, não há óbices.

C - Art. 138. § 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem
autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a
hipótese do § 3º.
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas
repetitivas.

D - Admite, e é necessário dilação probatória mínima pra alegar o respectivo incidente, como por
exemplo, a desconsideração pela teoria maior, adotada pelo código civil, que exige que a parte
demonstre abuso de personalidade através do desvio de finalidade ou confusão patrimonial.

E- A petição inicial do parecer de amicus curiae pode ser subscrita pelo representante legal da
entidade autorizado por órgãos competentes da entidade, e não exclusivamente por meio de
Assembleia Geral.

Letra B

05. FCC - 2021 - TJ-GO - Juiz Substituto


No que tange às relações de consumo, a desconsideração da personalidade jurídica

A) só se admite a desconsideração direta, não a desconsideração inversa da pessoa jurídica.


B) poderá ocorrer sempre que a personalidade da pessoa jurídica for, de alguma forma, obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores, no que é doutrinariamente denominada a
teoria menor do instituto.
C) aplica-se também a sociedades consorciadas somente por culpa e subsidiariamente.
D) regula-se apenas pelas normas do Código Civil, somente não se exigindo a caracterização de
confusão patrimonial.
E) só será aplicada se houver a falência da empresa em face da qual se operou a desconsideração.

COMENTÁRIOS
A - Art. 133, §2º, CPC. Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa
da personalidade jurídica.

B- Art. 28, §2º, CDC. Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.

C - Art. 28, §3º, CDC. As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas
obrigações decorrentes deste código.

26
ANALISTA TRT
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – META 07

D - Art. 28, CDC. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em
detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato
ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada
quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.

E- De acordo com a teoria menor, aplicável ao direito do consumidor, é possível afastar a


autonomia patrimonial do credor mesmo sem a ocorrência de falência, desvio ou confusão,
bastando apenas que haja prejuízo ou insolvência por parte do credor.

Letra B

06. FCC - 2021 - TJ-GO - Juiz Substituto


XPTO Ltda. foi demandada por Y, que, pretendendo atingir bens dos sócios, por vislumbrar a
ocorrência de confusão patrimonial, deverá instaurar incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, o qual

A) é decidido por sentença.


B) deve ser instaurado ainda que o pleito conste da petição inicial e suspende o processo até que
seja decidido, por decisão interlocutória.
C) implica, se acolhido, anulação das alienações havidas em fraude à execução.
D) é cabível apenas no cumprimento de sentença e se infrutíferas as tentativas de penhora de bens
da sociedade empresária.
E) suspende o processo, salvo se a desconsideração houver sido pleiteada na petição inicial.

COMENTÁRIOS
A - Art. 136 CPC - Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão
interlocutória.

B e E - ART. 134, § 3º, CPC - A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese
do § 2º.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for
requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.

C - Art. 137 CPC - Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens,


havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

D - Art. 134 CPC - O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de


conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo
extrajudicial.

Letra E

07. FCC - 2021 - DPE-GO - Defensor Público


Gabriela é sublocatária de uma edícula em um imóvel alugado por Paula. Todavia, a sublocadora está
sofrendo uma ação de despejo por falta de pagamento das obrigações acessórias. Diante desta

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ANALISTA TRT
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – META 07

situação, Gabriela procurou a Defensoria Pública do Estado de Goiás para a defesa de seus
interesses, pois deseja permanecer no imóvel. Neste caso,

A) Paula deverá realizar o chamamento ao processo para que Gabriela possa intervir no processo,
em razão de sua condição de codevedora.
B) Gabriela é litisconsorte necessária da locatária nesta ação de despejo e, uma vez não incluída no
polo passivo, o processo é nulo.
C) não se mostra cabível nenhuma hipótese de intervenção de terceiros, pois Gabriela não tem
interesse jurídico na demanda, mas somente interesse moral ou econômico.
D) Gabriela poderá intervir como assistente litisconsorcial, uma vez que a sentença pode influir na
relação entre ela e o adversário do assistido.
E) Gabriela poderá intervir como assistente simples, como auxiliar da requerida, exercendo os
mesmos poderes e se sujeitando aos mesmos ônus da parte assistida.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E- Na assistência simples, o assistente NÃO tem relação jurídica direta com o
adversário do assistido. Neste caso, o assistente visa a vitória do assistido com o objetivo de
resguardar algum direito seu.

Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes
e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.

Letra E

08- FGV - 2021 - IMBEL - Advogado - Reaplicação


Sobre as diferentes formas de intervenção de terceiros previstas pelo Código de Processo Civil,
assinale a afirmativa correta.

A) Caso seja revel o assistido, ou de alguma forma omisso, o assistente litisconsorcial será
considerado seu substituto processual.
B) O assistente litisconsorcial não sofre coisa julgada, mas a chamada eficácia da assistência.
C) O assistente é considerado gestor de negócios da parte principal sempre que a sentença influir na
relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
D) Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do
denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial.
E) Procedente o pedido da ação principal, pode o autor requerer o cumprimento da sentença
integralmente contra o denunciado à lide.

COMENTÁRIOS
A- Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos
poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido (simples), o assistente
será considerado seu substituto processual.

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ANALISTA TRT
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – META 07

B- O assistente litisconsorcial, por deter os mesmos poderes e deveres das partes envolvidas no
processo, está sujeito à eficácia da sentença e à coisa julgada. Portanto, não é permitido reabrir a
discussão sobre o mérito da decisão tomada.

C- CPC, Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença
influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.

D- CPC, Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de
litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em
seguida à citação do réu.

E- CPC, Art. 128, § único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso,
requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação
deste na ação regressiva.

Letra D

09- INSTITUTO AOCP - 2021 - Câmara de Teresina - PI – Procurador


Segundo o Código de Processo Civil, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-
se.
B) A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na
contestação e deve ser promovida no prazo de trinta dias, sob pena de ficar sem efeito o
chamamento.
C) O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que
causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de dois a cinco anos,
independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao
respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.
D) É inadmissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
E) A ação rescisória pode ter por objeto apenas um capítulo da decisão.

COMENTÁRIOS
A- Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5
(cinco) dias, retratar-se.

B- Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo
réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito
o chamamento.

C-Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos
prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois)
a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz
comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.

D- Art. 700. § 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.

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ANALISTA TRT
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – META 07

E- Art. 966, § 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.

Letra D

10- FGV - 2019 - MPE-RJ - Analista do Ministério Público – Processual


Sobre a substituição processual, é correto afirmar que:

A) havendo substituição processual, o substituído não poderá intervir como assistente litisconsorcial;
B) em caso de desistência infundada ou abandono da ação civil pública por associação legitimada, o
Ministério Público ou outro legitimado não poderá assumir a titularidade ativa, devendo ser ajuizada
nova demanda;
C) em caso de assistência simples, o assistente não poderia ser substituto processual do assistido,
na hipótese de revelia ou omissão;
D) compete ao Ministério Público acompanhar as ações de alimentos em favor de crianças e
adolescentes, não possuindo, porém, legitimidade para promovê-las;
E) em caso de reconvenção, se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser
titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor,
também na qualidade de substituto processual.

COMENTÁRIOS
A- CPC Art. 18, Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir
como assistente litisconsorcial.

B- lei 7.347/85 Art. 5º, § 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação
Llegitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa.

C- CPC Art. 121, Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o
assistente será considerado seu substituto processual.

D- CPC Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como
fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na e nos processos que envolvam: II -
interesse de incapaz; Além disso, há o art. 201, III do ECA: Compete ao MP promover e
acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e destituição do pátrio
poder poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar
em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude;

E- CPC Art. 343, §5º: Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular
de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também
na qualidade de substituto processual.

Letra E

11. 2022. INSTITUTO AOCP – TRT 19ª REGIÃO (A) – Analista Judiciário – Oficial de Justiça
Avaliador
No tocante à denunciação da lide, assinale a alternativa correta.

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ANALISTA TRT
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – META 07

A) Caso a denunciação seja feita pelo autor, poderá o denunciado assumir a posição de litisconsorte
do denunciante, bem como acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo em seguida
à citação do réu.
B) A citação do denunciado será requerida até a audiência de instrução, independentemente se o
denunciante for autor ou réu.
C) O direito regressivo não poderá ser exercido por ação autônoma caso a denunciação da lide for
indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
D) Independentemente se o denunciante for vencedor ou vencido, o juiz passará ao julgamento da
denunciação da lide.
E) Na denunciação feita pelo réu, se o denunciado for revel, o denunciante não poderá deixar de
prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, não estando restrita
sua atuação à ação regressiva.

COMENTÁRIOS
A- Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de
litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em
seguida à citação do réu.

B- Art. 125 § 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da
lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.

C- CPC Art. 121, Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o
assistente será considerado seu substituto processual.

D- Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da
denunciação da lide. Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não
terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das
verbas de sucumbência em favor do denunciado.

E- Art. 128. Feita a denunciação pelo réu II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar
de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua
atuação à ação regressiva;

Letra A

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