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Disciplina: Direito Processual Civil

Professor: Eduardo Francisco


Aula: 18| Data: 19/03/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

JUIZ E AUXILIARES DA JUSTIÇA (Continuação)


2. Ministério Público – MP
2.1. Regras do Ministério Público no Processo Civil
2.2. O Ministério Público Fiscal da Ordem Jurídica
2.2.1. Regras do Ministério Público Fiscal da Ordem Jurídica
3. Advocacia Pública (Arts. 182 a 184, CPC)
4. Defensoria Pública (Arts. 185 a 187, CPC)

ATOS PROCESSUAIS (Arts. 188 e seguintes do CPC)


1. Negócio Jurídico Processual (art. 190, CPC)

JUIZ E AUXILIARES DA JUSTIÇA (Continuação)

2. Ministério Público - MP

O Ministério Público, será parte na ação (como Autor ou Réu – como réu seria em uma rescisória, por exemplo).

OU

Será parte no processo (só no processo), caso em que intervém como fiscal da ordem jurídica. Aqui, será parte
imparcial, porque, mesmo quando a intervenção é vinculada em razão de incapacidade de uma das partes da ação,
o Ministério Público é livre para se manifestar e emitir parecer, de acordo com a ordem jurídica.

2.1. Regras do Ministério Público no Processo Civil

Seja como parte na ação, seja como fiscal da ordem jurídica:

i- Tem os mesmos direitos e deveres que as demais partes.

ii- Intimação pessoal (pode ser por carga, remessa ou meio eletrônico), mas tem que ser pessoal.

iii- Prazo em dobro, salvo regra específica.

iv- Responde civil e regressivamente se agir com dolo ou fraude.

Obs.: Os itens ii, iii e iv também se aplicam à Advocacia Pública e à Defensoria Pública.

2.2. O Ministério Público Fiscal da Ordem Jurídica

Intervém nas hipóteses do art. 178, CPC (rol exemplificativo):

 Incapaz;

EXTENSIVO REGULAR
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
 Interesse Público ou Social: Trata-se do interesse público primário, isto é, da coletividade ou polis.

O interesse público secundário ou fazendário é tutelado pela Fazenda Pública.

Por isso, a presença da Fazenda Pública no processo, por si só não é causa de intervenção do Ministério Público.

 Litígios Coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

Art. 178, CPC. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30


(trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses
previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que
envolvam:

I - interesse público ou social;

II - interesse de incapaz;

III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por


si só, hipótese de intervenção do Ministério Público.

2.2.1. Regras do Ministério Público Fiscal da Ordem Jurídica

i- Será intimado de todos os atos do processo.


ii- Se manifesta após as partes (se houver pedido de liminar o Ministério Público deve se manifestar sobre
ela).
iii- Pode produzir provas, requerer medidas e arguir incompetência, inclusive relativa.
iv- Pode recorrer, mesmo que a parte vencida não recorra.
v- O prazo para parecer é de 30 dias, salvo regra específica.

Obs.: Esse prazo é impróprio e, eventual parecer depois do prazo será válido. Mas, se decorrido o prazo, o juiz
requisitar o processo, haverá preclusão.

3. Advocacia Pública (Arts. 182 a 184, CPC)

O papel da Advocacia Pública é defender e promover os interesses das Pessoas Jurídicas de Direito Público (seja em
Juízo ou fora dele).

Aplicam-se as mesmas regras de intimação pessoal, prazo em dobro e responsabilidade por dolo e fraude.

4. Defensoria Pública (Arts. 185 a 187, CPC)

A ideia é de assistência jurídica aos hipossuficientes.

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Hipossuficientes: necessitados do ponto de vista econômico. Mas a hipossuficiência também pode ser
organizacional (Ex.: uma comunidade onde há eventualmente moradores com situação econômica favorável
também há hipossuficiência organizacional).

Em regra, no processo individual, a Defensoria é representante judicial, mas há que se perceber que no processo
individual, a defensoria pode funcionar como custus vulnerabilis. Isto ocorre, por exemplo, no caso das
possessórias (litígios coletivos – art. 565, §2º, CPC).

Não esquecer que no processo coletivo a Defensoria pode ser parte (ela tem legitimidade ativa).

Aplicam-se as três regras para ela também: responde no caso de dolo ou fraude; tem prazo em dobro, salvo regra
específica o prazo em dobro se estende aos escritórios de prática jurídica e às entidades que prestam assistência
judiciária conveniadas com a Defensoria Pública e, intimação pessoal.

ATOS PROCESSUAIS (Arts. 188 e seguintes do CPC)

Falaremos apenas dos mais importantes. Os atos processuais:

 Independem de forma determinada, salvo quando a lei exige (mesmo assim, atingida a finalidade, não há
nulidade);
 São públicos, salvo segredo de justiça (em razão do interesse público ou social; direito de família ou estado
da pessoa; sigilo constitucional; e quando decorre de arbitragem sigilosa).

1. Negócio Jurídico Processual (art. 190, CPC)

Negócio Jurídico Processual é a convenção das partes que cria ou modifica direitos e deveres no processo, inclusive
alterando o procedimento. Isto sempre houve pontualmente. O que houve de novidade foi a generalização ou
amplitude da possibilidade de alteração, especialmente quanto ao procedimento, que não era permitido.

Requisitos Positivos do Negócio Jurídico Processual:

i- Partes plenamente capazes;


ii- Que o processo verse sobre direito que admita autocomposição;
iii- Consenso.

Requisitos Negativos do Negócio Jurídico Processual - não pode ser:

i- Abusivo, em contrato de adesão;


ii- Não pode envolver parte em manifesta vulnerabilidade;
iii- Não pode ter nulidade.

Momento: o Negócio Jurídico Processual poder ser feito antes ou durante o processo.

Não depende de homologação. Porém, o juiz controla sua validade de ofício ou a requerimento e não o aplicará
em caso de nulidade, abuso em contrato de adesão ou se umas das partes estiver em manifesta vulnerabilidade.

Objeto: Esse acordo pode envolver direitos, deveres, ônus, faculdade e, inclusive, o procedimento.

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Ex.: prazo de 20 dias para contestar, admissão de prova apenas pericial, etc.

As partes podem convencionar um Cronograma para a prática dos atos processuais. Isso vincula as partes e o juiz
(que poderá alterar o prazo somente justificadamente).

Não é necessária intimação para os atos previstos no calendário (cronograma feito pelas partes).

Os atos das partes, quando são declarações unilaterais ou bilaterais produzem efeitos imediatos (ex.: renúncia a
recurso), salvo a desistência da ação que só produz efeitos depois de homologada.

Obs.: ato unilateral é o que independe de consentimento da outra parte. As declarações bilaterais são emanadas
de uma das partes e dependem do consentimento da outra. Ex.: a desistência da ação, antes da citação é ato
unilateral, depois da citação e oferecida a contestação, depende de consentimento do réu, mesmo assim, só
produzirá efeitos depois de homologada.

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