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PROCESSO CIVIL IV

1. Qual a diferença entre procedimentos de jurisdição contenciosa e voluntária?

Contenciosa: a lide, partes e processo

Voluntária: não há lide, apenas interessados e procedimento

2. Quais as hipóteses de cabimento da ação consignatória? (consignação e pagamento)

Art. 539 CPC. Comum nos casos em que o devedor não encontra o credor para pagamento, o credor
se nega a dar o recibo e não é possível identificar quem é o credor.

3. Estabeleça a distinção entre consignação judicial e extrajudicial

A judicial é realizada diante da propositura da ação de consignação. A extrajudicial ocorre nos


termos do parágrafo primeiro do artigo 539 do CPC

4. Qual a mudança envolvendo a ação de exigir de contas no novo CPC?

A ação de exigir contas, prevista no Código de Processo Civil de 2015, substituiu a antiga ação de
prestação de contas prevista no Código de Processo Civil de 1973.

A ação de exigir contas é uma ação autônoma e tem como objetivo a fiscalização da gestão de
negócios ou bens de terceiros, nos casos em que haja obrigação de prestar contas. Ela pode ser
proposta tanto pelo titular do direito à prestação de contas quanto pelo terceiro que tenha interesse
em fiscalizar a gestão dos bens ou negócio.

5. Quais as espécies de usucapião no direito brasileiro?

Extraordinário, ordinário, especial urbano, especial rural e coletivo.

6. Comente acerca da usucapião extrajudicial.

É uma possibilidade prevista no CPC com o intuito de contribuir com a desjudicialização, na medida
em que permite que a parte faça uso da via administrativa. Arts. 1071 CPC e 216-A da lei 6.015/73.

7. Quais são as ações possessórias previstas no direito brasileiro?

Interdito proibitório: é a ação que tem como objetivo impedir que alguém perturbe a posse do
titular do bem. É utilizado quando há uma ameaça de esbulho (ato de tirar a posse) ou turbação (ato
de dificultar o exercício da posse).
Manutenção de posse: é a ação que tem como objetivo restabelecer a posse do titular do bem em
caso de esbulho. É utilizado quando a posse é perdida em razão de violência, clandestinidade ou
precariedade.

Reintegração de posse: é a ação que tem como objetivo restabelecer a posse do titular do bem em
caso de turbação ou esbulho. É utilizado quando há uma invasão ou impedimento no exercício da
posse por terceiros.

8. O que é princípio da fungibilidade nas possessórias?

Consiste na admissão de uma ação por outra que seria cabível, na hipótese de existir erro ou dúvida
objetiva sobre a modalidade adequada. De acordo com o Código de Processo Civil, no art. 554:

9. E o caráter dúplice nas ações possessória?

É o pedido contraposto que traz a possibilidade de o réu na contestação pedir a proteção


possessória. Art.556 CPC.

10. É possível promover a ação de usucapião no decorrer de uma ação possessória?

Não, tem que promover ação própria Art 557 CPC.

11. O que são embargos de terceiro? Quais as hipóteses de cabimento?

É a ação cabível a ser promovida pelo terceiro quando há bem penhorado indevidamente. Art. 674
do CPC.

12. Qual o procedimento usado para promoção da ação de usucapião?

Procedimento comum.

13. Comente sobre a ação monitória.

Cabível nas hipóteses da presença de um título sem eficácia executiva. Ex: cheque prescrito. Art. 700
do CPC. (título prescrito não pode ser executado).

14. A mediação nas ações de família é obrigatória?

Sim. Artigo 695 CPC.

15. A separação judicial foi extinta diante da emenda constitucional 66?


Não, ainda há possibilidade do ajuizamento da ação de separação que tem efeitos jurídicos diversos
do divórcio.

16. O que é tutela coletiva?

É a que visa proteger os direitos transindividuais, assim considerados coletivos, difusos e individuais
homogêneos.

17. Estabeleça a distinção entre direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.

Art. 81, incisos 1 2 e 3 do CDC (código de defesa do consumidor).

Difuso: INTERESSE INDIVISÍVEL QUE ABRANGE NÚMERO INDETERMINADO DE PESSOAS UNIDAS


PELO MESMO FATO. SUJEITOS INDETERMINADOS E INDETERMINÁVEIS.

EX: paz pública, segurança pública, meio ambiente.

TITULARIDADE É DE TODOS.

Coletivo: INTERESSES INDIVISÍVEIS QUE PERTENCEM A GRUPOS OU CATEGORIAS DE PESSOAS


DETERMINÁVEIS. PESSOAS UNIDAS PEO MESMO INTERESSE JURÍDICO. SUJEITOS INDETERMINADOS,
MAS DETERMINÁVEIS.

EX: sindicato dos bancários, atinge todos os bancários, mas não as outras categorias.

TITULARIDADE É DE UM GRUPO DE PESSOAS LIGADAS POR UMA RELAÇÃO JURÍDICA.

Individual: SÃO DE NATUREZA DIVISÍVEL E OS TITULARES SÃO PESSOAS DETERMINADAS.

MESMO QUANDO UMA ÚNICA LESÃO ATINGE VÁRIAS PESSOAS, CADA UMA DELAS,
INDIVIDUALMENTE, PODE PLEITEAR JURISDICIONALMENTE A REPARAÇÃO DE SUA LESÃO PARA
PRESERVAR SEU BEM JURÍDICO.

EXEMPLO: CONSUMIDORES QUE ADQUIRIRAM VEÍCULOS CUJAS PEÇAS SAÍRAM DEFEITUOSAS DA


FÁBRICA.

TITULARIDADE SUJEITOS DETERMINADOS OU DETERMINÁVEIS E LIGADOS ENTRE SI POR UMA


SITUAÇÃO DE FATO.

18. Qual a principal crítica atual acerca da tutela coletiva?

A falta de uma legislação própria para tratar do tema.

19. Qual o principal instrumento de defesa em sede de tutela coletiva?

Lei de ação civil pública, lei 7.347/85.

20. Quais os legitimados para a propositura da ação civil pública?


Art. 5° da lei 7.347/85. Os principais são Mp e defensoria.

21. Comente o artigo 16 da Lei de ACP.

Trata da sentença com eficácias erga omnes, ou seja, atinge a todos, comum na tutela coletiva.

22. Quais os princípios dos Juizados Especiais Cíveis?

Oralidade, celeridade, informalidade, simplicidade e economia processual. Art. 2° da lei 9.099/95.

23. Qual é o procedimento aplicado no âmbito dos Juizados?

Procedimento Sumaríssimo (inicial - citação - audiência de conciliação - AIJ - sentença.)

24. Comente acerca das respostas do réu nos juizados.

Através de contestação que pode ser ofertada oralmente.

25. Cabe prova pericial nos Juizados Especiais?

Depende da complexidade. Art. 35 da lei 9.099.

26. Como funciona o pedido contraposto?

Formulado pelo réu na própria contestação com a consequente inversão dos polos e o objetivo de
trazer celeridade ao processo.

27. Comente acerca da competência dos Juizados Estaduais, Federais e Fazendários.

A competência em ambos os casos é absoluta. Art. 3° da lei 10.259/01 e art. 2° da lei 12.153/09
(federal e fazendário).

Nos juizados estaduais a competência é relativa. Art. 2° da lei 9.099/95.

28. Quais são os recursos cabíveis nos juizados? Justifique.

Recurso inominado. Art. 41 da lei 9.099/95

Embargos de declaração. Art. 1022 do cpc

Recurso extraordinário. Art. 103 da CF.

29. Comente acerca das Turmas Recursais.


É o órgão revisor das sentenças proferidas pelos juízes dos juizados. Composta por 3 juízes dos
juizados.

30. Papel dos Juizados Especiais e o acesso à justiça.

Foram criados para atender o princípio do avesso à justiça, art. 5° XXXV da CF, efetividade e
celeridade na forma do art. 98 inciso 1 da CF.

31- Conceitue ação, jurisdição e processo

Ação: É o direito subjetivo da parte provocar o Estado Juiz, para este exercer sua atividade
jurisdicional.

Jurisdição: É o poder do Estado de dizer e aplicar o direito ao caso concreto.

Processo: Conjunto de atos processuais que se desenvolvem regularmente para compor a lide.

32- Processo é o mesmo que procedimento?

Não, processo é o conjunto de atos que se desenvolvem regularmente para compor a lide e
procedimento é a forma como esses atos processuais deverão ser desenvolvidos.

33- Quais os tipos de procedimentos previstos no CPC?

Procedimento comum e procedimento especial.

34- Defina tutela jurisdicional

Trata-se da proteção do Estado-Juiz, buscada pela parte quando exerce o seu direito de ação.

Se divide em: Tutela material e pode ser declaratória, constitutiva, condenatória

Tutela processual e pode ser de improcedência liminar, julgamento antecipado de mérito,


julgamento antecipado parcial do mérito.

Tutela provisória que pode ser de urgência e evidência.

35- Qual é o desenho de solução de conflitos?

É a conciliação, mediação.

36- Qual a natureza jurídica da arbitragem?

É de um meio alternativo de solução de conflitos, que tem como base a autonomia da vontade das
partes, ou seja, a possibilidade de as partes definirem como querem solucionar suas disputas.
38- Defina natureza jurídica

Natureza jurídica refere-se à essência ou categoria jurídica de um determinado fenômeno ou


instituto jurídico. É a maneira como a lei e a doutrina classificam e entendem um objeto ou fato
jurídico.

39- O processo cautelar persiste no cpc de 2015?

Sim, o processo cautelar persiste no Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015), que mantém a
disciplina da tutela cautelar em seus arts. 294 a 311.

O processo cautelar é uma espécie de processo judicial que tem como finalidade assegurar o
resultado útil do processo principal, evitando que o direito alegado pela parte seja prejudicado pela
demora na solução do litígio. Ele se destina à obtenção de medidas liminares, como a busca e
apreensão de bens, a determinação de depósito, a suspensão de atividade, a vedação de protesto de
títulos, entre outras.

40- O que é a tutela de urgência?

A tutela de urgência é uma medida judicial prevista no art. 300 do CPC/15, que apresenta a situação
em que ela é cabível e os dois requisitos necessários: Quando há perigo de dano, risco ao resultado
útil do processo, probabilidade do Direito invocado.

41- O que é a tutela de evidência?

A tutela de evidência é um dos dois tipos de tutela provisória apresentados no novo Código de
Processo Civil (Novo CPC), que possibilita a antecipação total ou parcial do mérito de um processo
judicial antes que a decisão final sobre o mesmo seja proferida.

A tutela de evidência baseia a antecipação do mérito nas evidências que comprovam que o
requerente tem direitos evidentes ou bastante prováveis dentro da demanda.

42- Comente acerca da improcedência liminar do pedido do art. 332 cpc

Prevê a possibilidade de o juiz julgar liminarmente improcedente o pedido formulado na petição


inicial, quando este não for sustentável por falta de elementos que possibilitem a sua viabilidade
jurídica.

Essa medida tem como objetivo evitar que processos sem fundamentação jurídica adequada e
plausível sejam admitidos pelo Poder Judiciário, o que poderia gerar prejuízos para a efetividade do
sistema jurídico como um todo.

43- É obrigatório a realização das audiências de conciliação e mediação em todos os


procedimentos do cpc ?
O artigo 334 do CPC determina que a audiência de conciliação ou mediação é obrigatória nos casos
em que o autor apresentar pedido que possa ser resolvido por meio desses métodos, como, por
exemplo, nas ações de divórcio, alimentos, guarda de filhos e indenização por danos morais.

Além disso, o artigo 165, § 2º, do CPC prevê que, a qualquer momento, o juiz poderá designar
audiência de conciliação ou mediação, mesmo que não tenha havido pedido expresso das partes.

Entretanto, há situações em que a realização da audiência de conciliação ou mediação não é


obrigatória, como nos casos em que não houver possibilidade de acordo entre as partes ou quando a
conciliação ou mediação não for adequada para solucionar o conflito em questão.

44- Quais os procedimentos especiais previstos no cpc?

São os de jurisdição contenciosa e os de jurisdição voluntária.

Ação de Consignação em Pagamento;

Ação de Exigir Contas;

Ações Possessórias;

Ação de Divisão e da Demarcação de Terras Particulares;

Inventário e Partilha;

45- Como identificar na prática o procedimento correto a ser aplicado?

Vendo no cpc.

46- Quais as hipóteses em que se permite o depósito em estabelecimento bancário?

Nos casos de obrigação de pagar permite-se o depósito em estabelecimento bancário, art.539.

47- Quando deve ser proposta e por quem a ação de consignação e pagamento?

• se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação
na devida forma;
• se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
• se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar
incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
• se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
• se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

Pelo devedor!

48- Quem são as partes na ação de exigir contas?


O autor é quem tem o direito de ter as contas prestadas e o demandado (réu) é quem tem o dever
de prestar essas contas.

49- Quais os deveres do inventariante?

Incumbe ao inventariante:

I - representar o espólio ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, observando-se, quanto ao


dativo, o disposto no art. 75, § 1º ;

II - administrar o espólio, velando-lhe os bens com a mesma diligência que teria se seus fossem;

III - prestar as primeiras e as últimas declarações pessoalmente ou por procurador com poderes
especiais;

IV - exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame das partes, os documentos relativos ao
espólio;

V - juntar aos autos certidão do testamento, se houver;

VI - trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente, renunciante ou excluído;

VII - prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz lhe determinar;

VIII - requerer a declaração de insolvência.

50- O inventário pode ser extrajudicial?

Sim, desde que haja concordância entre as partes, presença de advogados e desde que não haja
herdeiros incapazes e menores.

5-1 O inventariante pode ser removido da função? Em que hipóteses?

Sim.

Art. 622. O inventariante será removido de ofício ou a requerimento:

I - se não prestar, no prazo legal, as primeiras ou as últimas declarações;

II - se não der ao inventário andamento regular, se suscitar dúvidas infundadas ou se praticar atos
meramente protelatórios;

III - se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano;

IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, se deixar de cobrar dívidas ativas ou se
não promover as medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos;

V - se não prestar contas ou se as que prestar não forem julgadas boas;

VI - se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio.


52- A presença de menor no inventário obriga a intervenção do MP?

Sim, quando há menor, incapaz ou a existência de testamento tem que haver a fiscalização do MP.

53- O que ocorre quando o herdeiro é citado após as primeiras declarações e percebe que alguns
bens foram sonegados?

Caberá ao herdeiro citado apresentar impugnação apontando a possível sonegação (CPC, ART.627, I)

54- Qual a natureza jurídica do inventário?

Procedimento de jurisdição contenciosa.

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