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Na jurisdição civil pode impugnar decisão judicial em 2 formas a primeira é interpondo

recursos e a segunda é mediante ações de impugnação

Recurso é meio voluntário de impugnação da decisão judicial no próprio processo em que Ela
Foi proferida é endo processual (interno ao processo) quando os recursos esgotam transitam
em julgado eventualmente dependendo das circunstâncias concretas pode caber ação de
rescisória, essa ação atacar a coisa julgada de outra ação.

Fez ataque a decisão judicial quando feita de forma externa estamos falando de ação de
impugnação quando feito internamente dentro do processo e de modo voluntário estamos
falando de recursos recursos são meios voluntários de impugnação dos meios judiciais.

Classificação:

Recursos de natureza ordinária ou extraordinária (excepcional)

O que distingue essas 2 modalidades?

os recursos de natureza ordinária discutem seus direitos subjetivos das partes quem apela
quem agrava quem interpõe embargos de declaração quem entra com recurso ordinário
constitucional tá discutindo seus direitos subjetivos tá levando o conhecimento do tribunal em
grau recursal o direito subjetivo que foi alegado em primeiro grau sem sucesso, recursos
ordinários tutelam direitos subjetivos.

Mas quando eu interponho um recurso em sentido estrito ou especial a coisa muda de figura o
discurso muda no recurso extraordinário de sentido estrito eu vou ao guardião da constituição
pra dizer que o acordão do TJ, TRF ou turma recursal violou a constituição.

Pra dizer que um acordão, violou a ordem jurídica federal, ou seja, esses recursos
excepcionais, esses recursos de natureza extraordinária, se destinam a tutela do direito em
sentido objetivo da ordem jurídica, o objetivo é o direito de um país (brasileiro, argentino,
espanhol).

os recursos extraordinários, exercem aquilo que se designa como função: A


função nomofilácica, disposta no art. 926 do CPC, rege a valorização dos
precedentes, zelando pela uniformização da interpretação e aplicação do Direito, para
que a jurisprudência contenha em si uma estabilidade/previsibilidade, função de
garantir e preservar a unidade, a integridade, a uniformidade do direito.

(ex: Tribunais e Estados diferentes decidem diferente um mesmo assunto)

Aí você se pergunta qual é o direito brasileiro afinal de contas? e você vai ao STJ pra que em
recurso especial ele uniformize e diga: “o certo é isso e não aquilo, o certo tem que ser
aplicado em todo lugar”.

Tribunais diferentes já decidiram diferentemente sobre uma determinada norma


constitucional, interpretações contraditórias e o guardião da constituição usando essa função
nomofilácica, em um recursos extraordinário uniformiza o entendimento, define qual é
o entendimento correto.
Então, nesses recursos de natureza extraordinária, não se discute direitos subjetivos,
discute-se questões jurídicas, se a constituição ou o direito federal foi ou não foi
violado, essa é uma das distinções entre recurso ordinário e extraordinário, outra
importante classificação é aquela que distingue entre recursos de fundamentação
livre e recursos de fundamentação vinculada, e aí você tem o seguinte, se um
recurso é de fundamentação vinculada, significa dizer que o próprio legislador já
predeterminou os fundamentos recursais dos quais você não pode se afastar, ou seja
o legislador determina previamente os fundamentos recursais, por exemplo, embargos
de declaração, sabemos perfeitamente que nos embargos de declaração fundamenta-
se em erro material, obscuridade, contradição, omissão, só esses 4 fundamentos
(vícios) eu não posso alegar outra coisa, o legislador já disse o que tem que alegar,
outro exemplo, o extraordinário em sentido estrito, só pode alegar afronta a
constituição federal, nos termos dos art. 102,III e suas alíneas, CF, no REsp, só pode
alegar afronta ao direito federal, art.105,III, a, b, c, da CF. Apenas esses 3 recursos
são de fundamentação vinculada os demais são de fundamentação livre. E o que é
que significa uma condição de fundamentação livre? Liberdade para usar o que possa
ser referido aos autos não fora dos autos.

Qualquer fundamento que você queira, pode utilizar no recurso de fundamentação


livre, até mesmo fundamentos de recursos de fundamentação vinculada, por exemplo
erro material na Apelação, desde que esteja nos autos.
São de fundamentação vinculada o RE, o REsp e os embargos de declaração.

Outra Classificação, Recursos adesivos, são apenas 3, Apelação, RE e REsp,


somemte esses podem ser interpostos de forma adesiva, e somente quando houver
sucumbência bilateral ou recíproca, ou seja, na decisão o juiz decidir “em parte”
procedente ou improcedente, significa dizer que tanto o autor como réu perdeu, logo
ambos podem interpor recurso, se ambos interpor o recurso em prazo normal serão
recursos independentes, porém, se apenas uma das partes interpôs no prazo normal
do recurso, e se for uma Apelação, um RE ou um REsp, a outra parte ao ser intimado
para as contrarrazões, este no prazo para controrrazoar, poderá interpor recurso
adesivo ou subordinado, no entanto este recurso tem natureza acessória, ou seja,
segue o principal, de modo que se por algum motivo o recurso principal não for
reconhecido, por exemplo se não pagar as custas ou desistir, o adesivo também não
será reconhecido, art. 997, CPC.
PRINCÍPIOS RECURSAIS:
Princípio da Voluntariedade: vontade da parte, é claro que o advogado que eu
contratei, tem o dever de recorrer, por dever contratual, mas eu que sou a parte, posso
isentá-lo de não recorrer, é claro que o procurador público, advogado da união,
procurador do estado ou município tem o dever funcional de recorrer, mais o
município, estado e união, podem dizer não recorra, é a parte a quem se refere
quando diz que o recurso é voluntário.
Princípio da taxa atividade: expressivo nos diz que os recursos são criados como lei,
de forma taxativa, de modo que juiz, partes não podem criar recurso, só a lei pode
criar recursos, não apenas o CPC, estudamos 2 recursos que são de leis
extravagantes, a lei dos juizados especiais ( recurso inominado) e da lei de execuções
fiscais (embargos infringentes),portanto a taxatividade, não significa que só o CPC
pode criar recursos, significa que somente por lei criam-se recurso.
Princípio da singularidade ou da uni recorribilidade: que nos diz que não pode atacar
uma decisão simultaneamente com mais de um recurso um recurso, ou seja, um
recurso por vez, por exemplo, primeiro eu entro com os embargos de declaração,
depois que ele for julgado, se não tiver sucesso, aí eu apelo.
Exceções: RE e REsp, podem e frequentemente são interpostos conjuntamente,
dessa forma ataca o mesmo acordão dizendo que ele é inconstitucional e viola a
direito federal e pedindo anulação aos dois...

Princípio da Proibição de Reforma para a Pior: o recorrente não terá sua situação
agravada no julgamento do seu próprio recurso, é possível no julgamento do recurso
da outra parte em caso de sucumbência recíproca.

Princípio da Fungibilidade: interposição de recurso errado, mais ele será recebido


como se fosse correto, só que não confiem, a jurisprudência impõe condições severas,
são duas: Não pode ser erro grosseiro (subjetivo, quase impossível de comprovar
atualmente, por conta da era digital que vivemos), e a dúvida seja objetiva (dúvida
compartilhada, ou seja, vários doutrinadores ou a jurisprudência divergem).
Exemplo de erro grosseiro: A lei diz no art. 331, CPC, que da decisão que indefere a
petição inicial caberá APELAÇÃO, se for interposto um agravo de instrumento é um
erro grosseiro, não se observou o artigo.

Ainda, outro aspecto importante em relação a esses princípios, é que eles não atuam
isoladamente, eles atuam sobre a união do chamado Princípio do Duplo Grau de
Jurisdição é o princípio que assegura o reexame, e portanto, duplo grau de jurisdição
não é sinônimo de recurso, pois há duas formas de duplo grau de jurisdição, são elas:
Duplo Grau (recursal) Voluntário, (que de fato é o duplo grau do recurso), e o Duplo
Grau (obrigatório) Necessário, ( que independe do recurso, são aquelas hipóteses do
art.496,CPC, em que a união, estado ou município em uma ação é condenado,
observa-se o valor da condenação, o juiz mandará subir os autos de ofício, por que
nesses casos haja, ou não haja recurso, a decisão será reexaminada).

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