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Aula atual

Teoria das invalidades


(D. Civil - Parte Geral)
Aula 11 – Casamento –
Invalidade
(Arts. 1.548/1.564, CC)
Prescrição e decadência
Prescrição/Decadência - Segurança jurídica
- Tranquilidade social
I) Espécie de direito:
(1) Direito a uma prestação: a satisfação depende de outra parte. É o direito a um bem da vida.
(2) Direito potestativo: a invasão da esfera jurídica alheia. É a imposição de uma condição de
sujeição.

Prescrição Decadência
Direito à prestação/Violação (art. 189,CC) Dir. potestativo
I___________________I_________ I___________________I_________
Pretensão Prescrição Lei Decadência/Caducidade
Ação condenatória Ação constitutiva
Meio de proteção dos d. a uma prestação Meio de exercício dos d. potestativos
C/ prazo: ações anulatórias
S/ prazo: ação de divórcio, declaratória UE

II) Conclusões:
1 – Estão sujeitas à prescrição: ações condenatórias
2 – Estão sujeitas à decadência: ações constitutivas c/ prazo
3 – São perpétuas: - ações constitutivas s/ prazo
- ações declaratórias (art. 19, CPC)
Meio de se obter certeza jurídica
Prescrição e decadência

1.O critério mais divulgado para se fazer a distinção entre os dois

institutos é aquele segundo o qual a prescrição extingue a ação, e


a decadência extingue o direito. Entretanto, tal critério, além de
carecer de base científica, é absolutamente falho e inadequado, uma vez que pretende
fazer a distinção pelos efeitos ou conseqüências. O critério apontado apresenta-se,
assim, com uma manifesta petição de princípio, pois o que se deseja saber,

precisamente é quando o prazo atinge a ação ou o direito. O que se procura é a

causa e não o efeito.


Prescrição e decadência

2.Segundo Antonio Luis da CAMARA LEAL é de

decadência o prazo estabelecido pela lei, ou pela

vontade unilateral ou bilateral, quando prefixado ao exercício do


direito pelo seu titular. E é de prescrição, quando fixado, não para o
exercício do direito, mas para o exercício da ação que o
protege.
Prescrição e decadência
os direitos subjetivos se dividem em duas grandes
categorias: A primeira compreende aqueles direitos que têm
por finalidade um bem da vida a conseguir-se mediante uma
prestação, positiva ou negativa, de outrem, isto é, do sujeito
passivo. Recebem eles, de CHIOVENDA, a denominação de
"direitos a uma prestação", e como exemplos poderíamos citar
todos aqueles que compõem as duas numerosas classes dos direitos
reais e pessoais. Nessas duas classes há sempre um sujeito passivo
obrigado a uma prestação, seja positiva (dar ou fazer), como nos direitos
de crédito, seja negativa (abster-se), como nos direitos de propriedade.
A segunda grande categoria é a dos denominados "direitos
poderes que a lei confere a
potestativos", e compreende aqueles
determinadas pessoas de influírem, com uma declaração de
vontade, sobre situações jurídicas de outras, sem o
concurso da vontade dessas. (CHIOVENDA, 1942, pp. 1/35)
a) 1ª categoria:direitos potestativos que se exercitam e atuam, em princípio, mediante
simples declaração de vontade do seu titular, independentemente de apelo às
vias judiciais, e em qualquer hipótese sem o concurso da vontade daquele que sofre a
sujeição. Exs.: os direitos de revogação do mandato, de aceitação da herança, de dar
vida a um contrato mediante aceitação da oferta, de escolha nas obrigações alternativas.
b) 2ª categoria: direitos potestativos que também podem ser exercitados mediante simples
declaração da vontade do seu titular, sem apelo à via judicial, mas somente se
aquele que sofre a sujeição concordar com tal forma de exercício. Se não houver
concordância, o titular do direito potestativo pode recorrer à via judicial para exercitá-lo.
Tal via funciona, ai, apenas subsidiariamente. Exs.: o direito que tem o condômino de
dividir a coisa comum; o direito que tem o doador de revogar a doação, etc.;
c) 3ª categoria: direitos potestativos que só podem ser exercidos por meio de ação. A
ação, aqui, já não tem caráter simplesmente subsidiário, ou facultativo - mas
obrigatório [...]. O que tem em vista a lei, ao eleger a via judicial como forma especial e
exclusiva de exercício dos direitos potestativos dessa terceira categoria , é conceder maior
segurança para determinadas situações jurídicas cuja alteração tem reflexos
acentuados na ordem pública. Exs.: o direito de invalidar casamento e negócios
jurídicos; contestar paternidade
Prescrição e decadência

3.De acordo com a “Classificação segundo a

carga de eficácia", de (PONTES DE MIRANDA, Tratado de Direito Privado, 5/483).


essa orientação, CHIOVENDA classificou as ações em três grupos principais:

condenatórias, constitutivas e declaratórias (Instituições, 1/67).


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4.Os resultados da aplicação da regra: “SÃO PERPÉTUAS

(ou imprescritíveis) TODAS AS AÇÕES DECLARATÓRIAS, E TAMBÉM AQUELAS AÇÕES


CONSTITUTIVAS PARA AS QUAIS A LEI NÃO FIXA PRAZO ESPECIAL DE EXERCÍCIO” coincidem com
a opinião generalizada a respeito da imprescritibilidade das ações declaratórias, da ação de

divisão, de várias ações de estado, inclusive a investigatória de paternidade; da ação de


demarcação, e de quase todas as ações de nulidade. Assim:
1ª) - Estão sujeitas a prescrição (indiretamente, isto é, em virtude da prescrição da
pretensão a que correspondem): - todas as ações condenatórias, e somente elas;
2ª) - Estão sujeitas a decadência (indiretamente, isto é, em virtude da decadência do
direito potestativo a que correspondem): - as ações constitutivas que têm prazo
especial de exercício fixado em lei;
3ª) - São perpétuas (imprescritíveis):
a) as ações constitutivas que não têm prazo especial de exercício fixado em lei; e
b) todas ações declaratórias.
Aula atual
Teoria das invalidades
(Parte Especial:
Casamento)
Aula 11 – Casamento – Defeitos
(Arts. 1.543/1.547, CC)
Aula 10 – Casamento – Invalidade
(arts. 226, §§ 1º/3º, CR/88; 72/75, LRP/73; 1.514/1.516, 1.533/1.542, CC/02)

I) Nulo (art. 1.548, CC) I) Enfermo mental (125, 85, §1º, EPD)
II) Impedimento (Art. 1.521, CC) AD , ALR, AC, IC3º, AI, CA, CC
- Forma/Legitimidade: Ação declaratória /Qqr, MP
- Prazo: Perpétuo
- Efeitos: Retroativo (ex tunc = retroage), salvo boa-fé (art. 1.561, CC)
II) Casamento anulável (arts. 1.550/1.560, CC) - Idade (1.550, I e II, CC)
- Vontade * Erro - I, H, BF
- Forma/Legitimidade: (1.550, III e V) * Coação - Crime
Ação anulatória/Cônjuges, * Mand. - Def. F, Mol. G
Rep., sucessores (1.555, § 1º) - 180d (In/Id/Ma) - Incapacidade (1.550, IV, CC) (1.557, I/III)
- Prazo (1.560, CC) - 2A (Incomp) - Incompetência (1.550, V, CC) - 3A
(Erro) - § 2º
- 4A (Coação)
- Efeitos: Retroativo (ex tunc = retroage), salvo boa-fé (art. 1.561, CC)
REFERÊNCIAS
AMORIM FILHO, Agnelo. Critério científico para distinguir a prescrição da decadência e para identificar as ações imprescritíveis. Revista
de Direito Processual Civil. São Paulo, v. 3º, p. 95-132, jan./jun. 1961.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível no site www.senado.gov.br, acessado em
09/05/2015.

______. Código Civil. Brasília: Senado Federal. Disponível no site www.senado.gov.br.

BEVLAQUA, Clovis. Código Civil comentado, 11ª. ed. Rio de Janeiro, 1956, v. 1. p. 273

CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de Direito Processual Civil. 3 vols. ed. Rio de Janeiro: Saraiva. 1942.

DINAMARCO, Cândido R. Instituições de direito processual civil: volume 1: fundamentos e institutos fundamentais do direito processual
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NUNES, Dierle José Coelho. Comparticipação e policentrismo horizontes para a democratização processual civil. 2008 217 f. Tese
(Doutorado) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Direito. Disponível em:
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PONTES DE MIRANDA,. Francisco Cavalcanti. Tratado de Direito Privado. 61 vols. São Paulo: Bookseller; 1954.

QUEIROZ, Mônica Cristina. Direito Civil: Parte Geral do Direito Civil e Teoria Geral dos Contratos, 1.ed. São Paulo: Atlas, 2010. v.1. 328p

________. Direito Civil: Direito das Obrigações e Responsabilidade Civil. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010. v. 1. 288p .

________. Direito Civil - Introdução e Parte Geral. 1. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007. v. 1. 203p .

ROBERTO, Giordano Bruno Soares.. Lições de Direito de Família. 1. ed. Belo Horizonte: Lafayette, 2021. v. 1. 268p .

TEIXEIRA, Ana Carolina Brochado. TEPEDINO, Gustavo. Fundamentos do Direito Civil: Direito de Família. 3ª. ed. Rio de Janeiro:
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