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Decadência
M AT E R I A L P R O D U Z I D O P E L A P R O F ª R O B E RTA S I Q U E I R A
- P U C G O I A S - T E O R I A G E R A L D O D I R E I TO C I V I L
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Noções Gerais
Título IV da Parte Geral, arts. 189 a 211, CC
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O não pagamento no vencimento por parte do devedor VIOLA O
DIREITO DO CREDOR, faz nascer para este, uma pretensão.
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O credor possui todo o tempo do mundo para
cobrar seu crédito?
NÃO!
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CONCEITO: perda da pretensão pela inércia
do titular do direito por não o ter exercido
dentro do prazo previsto em lei.
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Art. 189, CC: “Violado o direito, nasce para o
titular a pretensão, a qual se extingue, pela
prescrição, nos prazos a quem aludem os arts.
205 e 206”.
ATENÇÃO:
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REQUISITOS: para a ocorrência da
prescrição, é preciso associar os
seguintes componentes:
a) Violação do direito - uma ação que se possa exercer;
b) Inércia do titular - a inércia do detentor da ação por
não exercitá-la por um certo tempo;
c) Decurso do tempo fixado em lei - falta de algum ato, a
que a lei considere eficientemente impeditiva,
suspensiva ou interruptiva do prazo prescricional.
(GONÇALVES, 2019, p. 538)
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Impactos do tempo nas relações
jurídicas:
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Pretensões Imprescritíveis:
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PRESCRIÇÃO E INSTITUTOS AFINS:
◦ PRECLUSÃO: é de ordem processual. Consiste na perda de uma
faculdade processual, por não ter sido exercida em tempo próprio.
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RENÚNCIA À PRESCRIÇÃO:
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ALTERAÇÃO DE PRAZO : Os prazos de
prescrição não podem ser alterados pela vontade das
partes. Também não se admite ampliação ou redução.
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MOMENTO: Pode ser alegada a qualquer
tempo e grau de jurisdição, sendo que nos
recursos extraordinários e especiais deve-se
observar o requisito do prequestionamento.
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Impedimento, suspensão e
interrupção da prescrição
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A. IMPEDIMENTO: a contagem do prazo de
prescrição pode ser impedida de ter início.
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◦ Ex.: Houve o débito durante o namoro; o débito venceu
sem pagamento; o prazo prescricional tem início; as
partes se casam e o prazo fica suspenso durante a
constância da sociedade conjugal. Depois da separação o
prazo continuará a correr.
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São causas de impedimento ou
suspensão da prescrição (arts. 197, 198,
199 e 200):
◦ Entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
◦ Entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
◦ Entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante
a tutela ou curatela;
◦ Contra os absolutamente incapazes;
◦ Contra os ausentes do país em serviço público da União, dos Estado
ou dos Municípios;
◦ Contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo
de guerra;
◦ Pendendo condição suspensiva;
◦ Não estando vencido o prazo;
◦ Pendendo ação de evicção.
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Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou
curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos
Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal,
não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
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A prescrição só beneficia ou aproveita quem for
mencionado, ainda que haja solidariedade, SALVO no
caso de obrigação indivisível, caso em que se aproveita
a todos.
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C) INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO:
na interrupção do prazo prescricional, o
prazo é zerado e volta a correr do início.
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As causas de interrupção da prescrição são
as previstas no art. 202 do CC (existem
outras previstas em leis especiais):
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Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma
vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação,
se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou
em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe
reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da
data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a
interromper.
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SUSPENSÃO INTERRUPÇÃO
Contempla pessoas: cônjuges, Não contempla pessoas, mas atos e
ascendentes, descendentes, fatos.
tutelados, curatelados, incapazes
absolutamente, ausentes do país
em serviço público da União, dos
Estados ou dos Municípios; pessoas
que se acharem servindo as forças
armadas, em tempo de guerra.
Pode ocorrer tantas vezes quantas Somente poderá ocorrer uma vez.
ocorreram as hipóteses. Cessada a Zera o prazo, que recomeça a
causa, o prazo corre pelo tempo contagem do início.
restante. Somam-se os prazos
anterior e posterior à suspensão.
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Qualquer interessado pode interromper a
prescrição.
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Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos
outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor,
ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos
outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor
solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor
solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão
quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o
fiador.
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Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação
contra os seus assistentes ou representantes legais que
derem causa à prescrição ou não a alegarem
oportunamente – art. 195, CC.
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PRAZOS
PRESCRICIONAIS:
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Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe
haja fixado prazo menor.
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§ 3o Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas
temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer
prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um
ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos
de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a
distribuição;
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VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por
violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da
sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios,
do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido
praticada, ou da reunião ou assembleia geral que dela deva tomar
conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à
violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a
contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro
prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil
obrigatório.
§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da
aprovação das contas.
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§ 5o Em cinco anos:
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Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o
mesmo prazo de prescrição da pretensão.
(Redação dada pela Medida Provisória nº 1.040, de 2021) (Vide Lei nº 14.195, de 2021)
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DECADÊNCIA
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A decadência pode ser legal ou
convencional.
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DECADÊNCIA CONVENCIONAL: as partes (contrato, por
exemplo) podem estabelecer um prazo para que ambas ou
uma delas possa exercer um direito. Este pode ser
renunciado.
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Não se admite renúncia à decadência legal, sendo possível a
renúncia dos prazos de decadência convencional, fixado em
contrato (art. 209).
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Quando a decadência for convencional, só a parte
pode alegá-la. O juiz não pode de ofício.
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Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação
contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à
prescrição, ou não a alegarem oportunamente.
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Distinção entre prescrição e
decadência:
Prescrição Decadência
• Decorre de um direito • Decorre de direitos
de crédito potestativos
• Direitos patrimoniais • Direitos não
• É a perda da patrimoniais
pretensão que leva à • Perda do direito em si.
perda do direito da • Somente pode haver
ação. renúncia do prazo de
• Pode haver renúncia, decadência
expressa ou tácita – convencional – art.
art. 191. 209.
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Prescrição Decadência
• Não corre contra • Em regra o prazo
algumas pessoas: arts. corre contra todos.
197, 198,199. Aplica- Exceção: art. 207. Em
se a suspensão, regra não se aplica a
interrupção e suspensão,
impedimento do interrupção e
prazo. impedimento do
• Só há prescrição legal. prazo.
• Não há prescrição • A decadência pode
convencional. ser legal ou
convencional.
• As partes podem criar,
estabelecer prazo
decadencial.
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Prescrição Decadência
• Pode ser decretada de • Deve ser decretada de
ofício pelo juiz (art. ofício pelo juiz –art.
219, § 5º CPC que 210, com exceção da
revogou o art. 194 do decadência
CC). convencional – art.
211.
• Somente cabível nas • Cabível nas ações
ações condenatórias. constitutivas e
desconstitutivas.
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