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Da Prescrição e

Decadência
M AT E R I A L P R O D U Z I D O P E L A P R O F ª R O B E RTA S I Q U E I R A
- P U C G O I A S - T E O R I A G E R A L D O D I R E I TO C I V I L

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Noções Gerais
Título IV da Parte Geral, arts. 189 a 211, CC

O decurso do tempo é um fato jurídico que tem repercussão


no direito, influenciando na 1)AQUISIÇÃO ou 2)EXTINÇÃO
desses direitos.
◦ Na extinção, tem-se a prescrição e a decadência como institutos que,
em razão do decurso do prazo, acabam com o “direito”.
◦ Na aquisição, tem-se o usucapião que em razão do decurso do prazo,
criam direito – ( 1238CC)

A aplicação da prescrição e da decadência rege-se pelo


“Princípio da especialidade”:
◦ CC traça as normas gerais sobre a prescrição e a decadência.
◦ Os outros ramos do Direito traçam suas especificidades.
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Prescrição
Arts. 189 a 206 CC.

É a perda da PRETENSÃO de reparação do direito violado.


A prescrição atinge a PRETENSÃO e não a ação, tendo em
vista que esta é um direito público, subjetivo e abstrato que
não pode ser impedido por nenhum instituto de direito
material.
Violado o direito nasce a pretensão, que se extingue
no prazo prescricional estabelecido na lei.

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O não pagamento no vencimento por parte do devedor VIOLA O
DIREITO DO CREDOR, faz nascer para este, uma pretensão.

A pretensão nada mais é do que um direito de ação. Direito de


ação para que? Para exigir (cobrar) seu crédito.

No momento em que o DEVEDOR viola o direito do CREDOR é


que surge a pretensão e, consequentemente inicia-se a
contagem do prazo prescricional dentro do qual o credor pode
exigir seu crédito.

Ocorre nas ações de natureza condenatória. Ex.: cobrança e


reparação de danos.

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O credor possui todo o tempo do mundo para
cobrar seu crédito?
NÃO!

A lei estabelece, dispõe sobre os prazos de prescrição,


elenca estes prazos, dentro dos quais o credor dispõe para
exigir, cobrar seu crédito.

Se o credor não exercer sua pretensão (direito de ação)


dentro do prazo, ocorrerá a prescrição.

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CONCEITO: perda da pretensão pela inércia
do titular do direito por não o ter exercido
dentro do prazo previsto em lei.

No direito civil, a prescrição sempre se refere a uma relação


de crédito e débito.

FINALIDADE: resguardar o direito, que é estável, abolindo a


imprecisão que resulta da modificação não imposta pelo
titular.

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Art. 189, CC: “Violado o direito, nasce para o
titular a pretensão, a qual se extingue, pela
prescrição, nos prazos a quem aludem os arts.
205 e 206”.
ATENÇÃO:

A prescrição favorece quem?


◦ O devedor – meio de defesa para não efetuar o
pagamento.

A prescrição prejudica quem?


◦ O credor, que não exerceu a cobrança judicial de seu
crédito no prazo legal e não pode mais fazê-lo.

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REQUISITOS: para a ocorrência da
prescrição, é preciso associar os
seguintes componentes:
a) Violação do direito - uma ação que se possa exercer;
b) Inércia do titular - a inércia do detentor da ação por
não exercitá-la por um certo tempo;
c) Decurso do tempo fixado em lei - falta de algum ato, a
que a lei considere eficientemente impeditiva,
suspensiva ou interruptiva do prazo prescricional.
(GONÇALVES, 2019, p. 538)

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Impactos do tempo nas relações
jurídicas:

◦ Aquisitiva- (usucapião) – tratada pelo CC do


direito das coisas, na parte referente aos modos
de aquisição do domínio.

◦ Extintiva – tratada pelo CC, na parte geral, arts.


189 a 206.

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Pretensões Imprescritíveis:

◦ as que protegem os direitos da personalidade; (


◦ Vida , honra, liberdade, imagem
◦ as que se prendem ao estado das pessoas;
◦ Cidadania, condição conjugal, paternidade
◦ as de exercício facultativo;
◦ Extinção de condomínio
◦ as concernentes a bens públicos;
◦ Praças, parques
◦ as que protegem o direito de propriedade, que é perpétuo;
◦ Reivindicatória
◦ as de reaver bens confiados à guarda de outrem.
◦ Mandato e depositário
◦ anular inscrição de nome empresarial
◦ mandatário ou depositário

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PRESCRIÇÃO E INSTITUTOS AFINS:
◦ PRECLUSÃO: é de ordem processual. Consiste na perda de uma
faculdade processual, por não ter sido exercida em tempo próprio.

◦ PEREMPÇÃO: também de natureza processual. Consiste na perda


do direito de ação pelo autor contumaz, que deu causa a três
arquivamentos sucessivos (CPC, art. 486, § 3º). Não extingue o
direito material nem a pretensão, que passam a ser oponíveis
somente como defesa.

◦ DECADÊNCIA: atinge diretamente o direito e, por via oblíqua,


extingue a ação (é o próprio direito que perece). A prescrição
extingue a pretensão.

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RENÚNCIA À PRESCRIÇÃO:

Se a prescrição favorece ao devedor, este pode


renunciá-la e pagar seu débito prescrito?

◦ SIM, pode haver renúncia à prescrição: o devedor pode


renunciar a prescrição e pagar o débito.

◦ A renúncia da prescrição pode ser expressa (por escrito


ou verbalmente) ou tácita (atos inequívocos que induzem
à renúncia, por ex. parcelamento).

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ALTERAÇÃO DE PRAZO : Os prazos de
prescrição não podem ser alterados pela vontade das
partes. Também não se admite ampliação ou redução.

O ato de defesa (exceção*) prescreve no mesmo


prazo que a pretensão.

Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a


pretensão.

Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados


por acordo das partes.

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MOMENTO: Pode ser alegada a qualquer
tempo e grau de jurisdição, sendo que nos
recursos extraordinários e especiais deve-se
observar o requisito do prequestionamento.

Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer


grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.
A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a
correr contra seu sucessor, sendo que os herdeiros
disporão somente do prazo restante, não se
reiniciando novo prazo.

Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa


continua a correr contra o seu sucessor.

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Impedimento, suspensão e
interrupção da prescrição

As mesmas hipóteses ora impedem, ora suspendem a


prescrição; depende do momento em que elas ocorrem.

Se ANTES do curso da contagem há impedimento; se


DEPOIS de iniciada a contagem há suspensão da prescrição.

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A. IMPEDIMENTO: a contagem do prazo de
prescrição pode ser impedida de ter início.

◦ Ex.: Empréstimo no namoro e vencimento da dívida após o


casamento. O casamento impede o início da contagem do prazo
prescricional.

B. SUSPENSÃO: a contagem do prazo de prescrição é


iniciada, para de correr e depois continua de onde
parou. Conta-se o prazo anterior e o posterior.

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◦ Ex.: Houve o débito durante o namoro; o débito venceu
sem pagamento; o prazo prescricional tem início; as
partes se casam e o prazo fica suspenso durante a
constância da sociedade conjugal. Depois da separação o
prazo continuará a correr.

Débito Vencimento Casamento


(não pagamento) (suspenção)

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São causas de impedimento ou
suspensão da prescrição (arts. 197, 198,
199 e 200):
◦ Entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
◦ Entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
◦ Entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante
a tutela ou curatela;
◦ Contra os absolutamente incapazes;
◦ Contra os ausentes do país em serviço público da União, dos Estado
ou dos Municípios;
◦ Contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo
de guerra;
◦ Pendendo condição suspensiva;
◦ Não estando vencido o prazo;
◦ Pendendo ação de evicção.
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Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou
curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos
Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal,
não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
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A prescrição só beneficia ou aproveita quem for
mencionado, ainda que haja solidariedade, SALVO no
caso de obrigação indivisível, caso em que se aproveita
a todos.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos


credores solidários, só aproveitam os outros se a
obrigação for indivisível.

As causas que interrompem a prescrição são


realizadas por um ato do credor, cuja consequência
é zerar o prazo já transcorrido, que começa
novamente após o ato de interrupção. Só pode ser
INTERROMPIDA uma única vez.

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C) INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO:
na interrupção do prazo prescricional, o
prazo é zerado e volta a correr do início.

Reinício da contagem do prazo

Prazo anterior Causa que interrompe a prescrição


Zera o Prazo

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As causas de interrupção da prescrição são
as previstas no art. 202 do CC (existem
outras previstas em leis especiais):

1. Despacho do juiz que ordenar a citação;


2. Protesto judicial ou cambial;
3. Apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou
em concurso de credores;
4. Qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor(*);
5. Por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que
importe no reconhecimento do direito pelo devedor.

(*) abertura de inventario pelo credor/ pedido de falência

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Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma
vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação,
se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou
em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe
reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da
data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a
interromper.

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SUSPENSÃO INTERRUPÇÃO
Contempla pessoas: cônjuges, Não contempla pessoas, mas atos e
ascendentes, descendentes, fatos.
tutelados, curatelados, incapazes
absolutamente, ausentes do país
em serviço público da União, dos
Estados ou dos Municípios; pessoas
que se acharem servindo as forças
armadas, em tempo de guerra.

Contempla os seguintes fatos: Todas as hipóteses contemplam


condição suspensiva; não vencido o atos/ fatos: despacho do juiz,
prazo; pendendo ação de evicção. protesto, ano inequívoco, etc.

Pode ocorrer tantas vezes quantas Somente poderá ocorrer uma vez.
ocorreram as hipóteses. Cessada a Zera o prazo, que recomeça a
causa, o prazo corre pelo tempo contagem do início.
restante. Somam-se os prazos
anterior e posterior à suspensão.

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Qualquer interessado pode interromper a
prescrição.

◦ Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer


interessado.

A interrupção só se estende aos demais (credores


ou devedores) se houver solidariedade (art. 204,
CC).

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Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos
outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor,
ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos
outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor
solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor
solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão
quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o
fiador.

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Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação
contra os seus assistentes ou representantes legais que
derem causa à prescrição ou não a alegarem
oportunamente – art. 195, CC.

◦ Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação


contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa
à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.

Se ocorrer contra o devedor principal, atinge o fiador.

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PRAZOS
PRESCRICIONAIS:

◦ O prazo geral de prescrição é de 10 anos (art.


205).
◦ Os prazos especiais vão de 1 a 5 anos, previstos
no art. 206.

◦ OBS.: os prazos de prescrição estão nos arts. 205


e 206 (parte geral do CC). Todos os demais prazos
do CC são de decadência (prazos em anos).

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Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe
haja fixado prazo menor.

Art. 206. Prescreve:


§ 1o Em um ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres
destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o
pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste
contra aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade
civil, da data em que é citado para responder à ação de
indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da
data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador
da pretensão;
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III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários
judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas
e honorários;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que
entraram para a formação do capital de sociedade anônima,
contado da publicação da ata da assembleia que aprovar o laudo;
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou
acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de
encerramento da liquidação da sociedade.

§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações


alimentares, a partir da data em que se vencerem.

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§ 3o Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas
temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer
prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um
ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos
de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a
distribuição;

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VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por
violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da
sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios,
do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido
praticada, ou da reunião ou assembleia geral que dela deva tomar
conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à
violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a
contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro
prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil
obrigatório.
§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da
aprovação das contas.

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§ 5o Em cinco anos:

I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes


de instrumento público ou particular;
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral,
procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus
honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da
cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que
despendeu em juízo.

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Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o
mesmo prazo de prescrição da pretensão.
(Redação dada pela Medida Provisória nº 1.040, de 2021) (Vide Lei nº 14.195, de 2021)

A prescrição intercorrente é a perda da pretensão


de um direito diante da inercia ocorrida por um
determinado tempo no curso (durante) de um
procedimento.

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DECADÊNCIA

É a perda do próprio direito potestativo, em razão


do decurso do prazo, pela inércia do seu titular, no
período determinado (CC, arts. 207 a 211).

DIREITOS POTESTATIVOS são direitos que não


decorrem de uma pretensão (direito de exigir, cobrar
um crédito). O objetivo é constituir, desconstituir ou
modificar relações jurídicas. São poderes deveres,
direitos que se exercitam com uma simples
declaração de vontade.
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A outra parte apenas se sujeita à relação jurídica
pela incidência legal nessa declaração de vontade.
◦ Exemplo: mandato, direito à separação etc.

Está relacionada com uma simples declaração de


vontade, produzindo eficácia (efeitos jurídicos)
desejada.

Ocorre nas Ações de Natureza Constitutiva


(positiva ou negativa).

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A decadência pode ser legal ou
convencional.

DECADÊNCIA LEGAL: quando a lei fixa o prazo para se


exercer um direito. O prazo de decadência legal não pode
ser renunciado. Caso haja renúncia, esta será nula.

Art. 45. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a


constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito
do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição
no registro.

Art. 48. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular


as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou
estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

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DECADÊNCIA CONVENCIONAL: as partes (contrato, por
exemplo) podem estabelecer um prazo para que ambas ou
uma delas possa exercer um direito. Este pode ser
renunciado.

Os prazos decadenciais NÃO estão sujeitos às causas que


impedem, suspendem ou interrompem a prescrição, sendo
fatais e peremptórios (art. 207).

◦ Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à


decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a
prescrição.

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Não se admite renúncia à decadência legal, sendo possível a
renúncia dos prazos de decadência convencional, fixado em
contrato (art. 209).

Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

A decadência legal deve ser reconhecida de OFÍCIO pelo juiz.

Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando


estabelecida por lei.

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Quando a decadência for convencional, só a parte
pode alegá-la. O juiz não pode de ofício.

Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a


quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de
jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195,
198, I.

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Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação
contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à
prescrição, ou não a alegarem oportunamente.

Art. 198. Também não corre a prescrição:


I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados
ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo
de guerra.

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Distinção entre prescrição e
decadência:
Prescrição Decadência
• Decorre de um direito • Decorre de direitos
de crédito potestativos
• Direitos patrimoniais • Direitos não
• É a perda da patrimoniais
pretensão que leva à • Perda do direito em si.
perda do direito da • Somente pode haver
ação. renúncia do prazo de
• Pode haver renúncia, decadência
expressa ou tácita – convencional – art.
art. 191. 209.

43
Prescrição Decadência
• Não corre contra • Em regra o prazo
algumas pessoas: arts. corre contra todos.
197, 198,199. Aplica- Exceção: art. 207. Em
se a suspensão, regra não se aplica a
interrupção e suspensão,
impedimento do interrupção e
prazo. impedimento do
• Só há prescrição legal. prazo.
• Não há prescrição • A decadência pode
convencional. ser legal ou
convencional.
• As partes podem criar,
estabelecer prazo
decadencial.

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Prescrição Decadência
• Pode ser decretada de • Deve ser decretada de
ofício pelo juiz (art. ofício pelo juiz –art.
219, § 5º CPC que 210, com exceção da
revogou o art. 194 do decadência
CC). convencional – art.
211.
• Somente cabível nas • Cabível nas ações
ações condenatórias. constitutivas e
desconstitutivas.

• O prazo começa a fluir • O prazo começa a fluir


com a violação do com o nascimento do
direito. direito.

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