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DIREITO CIVIL

MÓDULO II – Matutino – 11.03.09


Prof. André Barros
Aula: 3

TEMA DE AULA

1. TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURÍDICO

1. Plano de existência
2. Plano de validade
3. Plano de eficácia

Quanto à forma:
- Existem os solenes e os não solenes.
- Em regra a forma é livre.
- Quando for exigida solenidade pela lei e esta não for respeitada, o negócio será nulo.

Plano de existência e validade:


- Partes – Objeto – Forma – Vontade.
- Elementos essenciais de existência e validade do negócio jurídico.

Plano de eficácia:
- Em regra o negócio jurídico que existe e é válido, tem eficácia imediata.
- Excepcionalmente pode ser inserida alguma cláusula que irá alterar essa eficácia natural.
- São elementos acidentais as cláusulas:
 Condição: é a cláusula que subordina a eficácia do negócio a um evento futuro e incerto.
- O negocio existe, é válido, mas sua eficácia depende de um evento futuro.
o Condição suspensiva: é aquela que, se verificada, dá início aos efeitos do negócio.

o Condição resolutiva: é aquela que, se verificada, põe fim aos efeitos do negócio.
Ex.: venda a contento, é uma condição suspensiva, condiciona à satisfação do comprador.
- Art. 127, CC.

 Termo: é a cláusula que subordina a eficácia do negócio a um evento futuro e certo.


- Ex.: data futura.

o Termo suspensivo: termo inicial. Pode aparecer como dies a quo. È aquele que, se verificado, dá
início aos efeitos do negócio.

o Termo resolutivo: termo final. Poder aparecer como dies ad quem. É aquele que, se verificado,
põe fim aos efeitos do negócio.

ATENÇÃO: a condição suspensiva suspende o exercício e a aquisição do direito, portanto, gera apenas
expectativa de direito e não direito adquirido.
- Já o termo suspensivo, suspende o exercício, mas não suspende a aquisição do direito, portanto, gera
direito adquirido.

- O termo pode ser classificado como:


o Termo certo: é aquele que é certus an certus quando, ou seja, aquele que é certo que ocorrerá e
sabe-se quando ocorrerá.
Ex.: data futura.

o Termo incerto: é certus an incertus quando, ou seja, é aquele que é certo que ocorrerá, mas não se
sabe quando ocorrerá.
Ex.: a morte.

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 Encargo: ou modo. Consiste na prática de uma liberalidade subordinada a um ônus.
Ex.: a doação de um terreno para que seja construída uma creche.
- A parte que praticou a liberalidade não pode exigir o cumprimento do encargo (ônus), mas se este
não foi espontaneamente cumprido, a parte prejudicada (doador) poderá pedir a revogação da
liberalidade.
- Em regra o modo ou encargo não tem eficácia suspensiva, nem resolutiva.

2. NEGÓCIO NULO/ANULÁVEL

NULO (nulidade absoluta) ANULÁVEL (nulidade relativa)


- Celebrado por relativamente incapaz sem ser - Celebrado por absolutamente incapaz
representado; sem ser assistido;
- Objeto ilícito, impossível, indeterminado ou - Vícios: erro, dolo, coação, estado de
indeterminável; perigo, lesão e fraude contra credores*.
- Havendo desrespeito à solenidade; (art. 178, CC)
- Em fraude à lei; - Por disposição de lei.
- Desrespeito à norma de ordem pública.

 Efeitos  Efeitos
- Ação declaratória de nulidade (ação imprescritível, - Ação anulatória (prazo decadencial)
não tem prazo); - Pode ser suprido/sanado. (pode ser
- Não pode ser suprido/sanado.(não pode ser objeto convalidado).
de convalidação, mas pode ser objeto de conversão)

 Efeitos erga omnes  Efeitos inter partes


 Efeitos ex tunc  Efeitos ex nunc

* Para o CC a fraude contra credores torna o negócio jurídico anulável e, para a doutrina e STJ
(discordando do CC) a hipótese é de negócio jurídico ineficaz.

Notas:
- Convalidar: dar validade, ratificar.
- Conversão:
Ex.: a conversão de uma compra e venda nula por desrespeito de forma, em um compromisso de
compra e venda. Art. 170, CC + art. 462, CC.

3. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES


- Obrigação é a relação jurídica que confere ao credor o direito de exigir do devedor o cumprimento de
determinada prestação.

- Obrigação:
o Débito: primeiro momento da obrigação. É o dever jurídico de cumprir espontaneamente uma
prestação (dar, fazer ou não fazer).

o Responsabilidade civil: segundo momento. É a conseqüência jurídica e patrimonial do


descumprimento do débito. (enseja execução forçada / reparação das perdas e danos).

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QUESTÕES DE AULA

1. (OAB/CESPE – 2007.3) No que concerne aos defeitos do negócio jurídico, assinale a opção
correta.
a) Para caracterizar a simulação, defeito sujeito à anulabilidade do negócio jurídico, exige-se que, na
conduta do agente, além da intenção de violar dispositivo de lei, haja o desejo de prejudicar terceiros.
b) Podem demandar a anulabilidade do negócio simulado o terceiro juridicamente interessado e o
Ministério Público, sendo vedada aos simuladores a faculdade de alegar a simulação ou requerer em
juízo a sua anulação, em litígio comum ou contra terceiros.
c) A lesão é vício de consentimento que surge concomitantemente com o negócio e acarreta a sua
anulabilidade, permitindo-se a revisão contratual para evitar a anulação, aproveitando-se, assim, o
negócio.
d) Se, na celebração do negócio, uma das partes induzir a erro a outra, levando-a a concluir a avença e
assumir uma obrigação desproporcional à vantagem obtida pelo outro, esse negócio será nulo porque a
manifestação de vontade emana de erro essencial e escusável.

2. (OAB/CESPE – 2007.3.PR) A respeito dos fatos, atos e negócios jurídicos, assinale a opção
correta.
a) Só se admite a anulação do negócio jurídico celebrado mediante coação exercida por terceiro quando
o beneficiário tiver sabido ou devesse saber da coação. Nesse caso, o beneficiário responde
solidariamente com o terceiro pelas perdas e danos causados à vítima.
b) Configura-se estado de perigo quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da contraprestação da outra parte.
c) O dolo acidental é um vício social e, por afetar a manifestação da vontade do agente, provoca a
anulação do negócio jurídico, ainda que a parte a quem aproveite não tenha nem deva ter conhecimento
dele.
d) No negócio jurídico, considera-se condição a cláusula que, derivada exclusivamente da vontade de
uma das partes, subordina a existência ou o efeito do negócio a evento futuro, certo e predeterminado.

3. (OAB/CESPE – 2007.1) No que se refere ao termo ou condição e aos defeitos do negócio


jurídico, julgue os itens abaixo.
I - A condição é a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico, oneroso ou gratuito, a
evento futuro e incerto, e tem aceitação voluntária.
II - Em face da condição resolutiva, tem-se mera expectativa de direito ou direito eventual
pendente.
III - O vício resultante da coação causa a anulabilidade do negócio jurídico, mas é passível de
ratificação pelas partes, ressalvado direito de terceiro.
IV - Na fraude contra credores, o ato de alienação de bens praticado pelo devedor é nulo de pleno
direito e dispensa a propositura de ação própria para anulação do negócio jurídico.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.

GABARITO
1. C, 2. A, 3. B.

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