Você está na página 1de 14

03 - Prova

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017 20:13

ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA


Conceitos Gerais - O enriquecimento sem causa pressupõe a ausência de uma causa legal ou
contratual.

- É fonte de obrigação (novidade do CC de 2002).

- O enriquecimento sem causa não é fundado no direito. Não há previsão legal ou


contratual.

- Basta não ter fundamento legal para caracterizar o enriquecimento sem causa.

Enriquecimento Sem - Todo enriquecimento ilícito é enriquecimento sem causa, mas nem todo
Causa X enriquecimento sem causa é enriquecimento ilícito.
Enriquecimento Ilícito
- O enriquecimento ilícito é fundado da prática de uma ato ilícito. Por sua vez, este
é também um enriquecimento sem causa. (Muito comum no Direito
Administrativo)

Contrato - O contrato é causado. Isto é, por si só é a causa da obrigação. Não há a


necessidade de provar que exista obrigação além do contrato.

- O negócio jurídico e o contrato tem de ser visto pelo seu tríplice aspecto/ três
planos:

1 - Existência: Identificação do contrato. Formal ou Verbal. Deve-se haver:


Comunhão de interesse, objeto e preço

2 - Validade: Verificação dos requisitos formais do surgimento do negócio jurídico.


Tem a ver com o ato da formação do contrato (se o agente era capaz; se o objeto
do contato era lícito/ determinado ou determinável; se houve coação). Sobre
vícios de formação do negócio jurídico.

3 - Eficácia: Cumprimento do Contrato. Aspectos do adimplemento contratual ou


execução do contrato.

- No enriquecimento sem causa, pode-se ter um contrato que exista, mas é


inválido (com vícios). Por isso, gera consequências contrárias ao direito.

O sinalagma funcional (equilíbrio) deve-se manter preservado do início ao fim do


contrato. Pois existe uma cláusula "rebus sic stantibus" /manter as coisas assim
como elas estão. Esse desequilíbrio gera um enriquecimento sem causa, mas não
um enriquecimento ilícito. Isso porque ainda se está nas relações contratuais. Não
há um ilícito em jogo, mas sim um enriquecimento sem causa.

Pagamento Indevido - Todo pagamento indevido é uma espécie do gênero enriquecimento sem causa.
(espécie)

Página 1 de D. Civil II - VELTEN


(espécie)
- A diferença entre o pagamento indevido e o enriquecimento sem causa é que no
primeiro há um pagamento. Isso gera o direito a receber de volta aquilo que não
deveria ter sido pago. Por isso todo pagamento indevido é enriquecimento sem
causa, mas o contrário não é necessariamente verdadeiro.

Eticidade, Equilíbrio - Eticidade: é aquilo que o direito moderno busca preservar nas relações.
Patrimonial e
Pacificação Social - Equilíbrio Patrimonial: O direito civil atual não tolera alterações patrimoniais
injustificadas/ Não tolera esperteza.

- Pacificação Social: uma sociedade é pacificada quando as relações patrimoniais


são desenvolvidas de forma equilibrada. O enriquecimento sem causa gera um
sentimento de indignação e constrangimento geral.

Vedação ao - É o objetivo da lei.


Locupletamento - A obrigação de restituir nasce também do locupletamento (do ato ilícito)

Dever de restituição - Actio in rem verso: ação própria para se buscar aquilo que foi pago
com atualização indevidamente. Ação de restituição do indevido.
monetária Web: Ação que compete àquele que tenha sido prejudicado por ato de terceiro injustamente favorecido, sendo
também chamada de ação de enriquecimento ilícito, ou injusto ou sem causa.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- Accipiens: Credor

- Solvens: Devedor
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Pressupostos para a Actio in rem verso/ Restituição:

1 - Que haja enriquecimento do credor (Accipiens):


2 - Empobrecimento do solven (aquele que pagou indevidamente/sem causa) -
Esse pressuposto não é necessário segundo a I Jornada de Direito Civil.
3 - A relação de causalidade entre os dois/ Nexo causal
4 - A ausência de causa jurídica que os justifique.

* 5 - A inexistência de qualquer outra ação que possa socorrer a vítima. Há dúvidas


quanto a esse pressuposto
A construção doutrinária desse quinto pressuposto é da época do CC passado, em
que o enriquecimento sem causa era espécie e não gênero (fonte).

- Substituição pelo - A restituição pecuniária não é só do objeto principal, mas também dos lucros e
Equivalente dividendos que a pessoa obteve com a posse irregular da coisa.
Pecuniário
- Restituição acontece Inclusive com as despesas de advogados e custas
processuais.

- Ex: O professor deu exemplo de um tablet que o pessoal do concerto vendeu e


não devolveu. Nesse caso, na ação (action in rem verso), a restituição não será do
tablet (já que ele já tinha sido vendido), mas sim do equivalente pecuniário (R$).

Obrigações Naturais - Quando a obrigação é cumprida espontaneamente.

Página 2 de D. Civil II - VELTEN


Obrigações Naturais - Quando a obrigação é cumprida espontaneamente.

- É aquela que tem todos os elementos das relações, menos o elemento garantia
( o Estado). Nesse caso, não há como se servir das garantias do crédito concedidas
pelo Estado.

- Ex: Tanto na dívida de jogo quando na dívida prescrita, o pagamento não é


indevido, mas também não é garantido pelo Estado.

- Quando a obrigação natural é paga espontaneamente, ao devedor não gera


direito à restituição, ainda que a dívida não tivesse garantida Estatal.

ATO NEGOCIAL (Tese doutorado do Professor)

Conceitos Gerais - Tese doutorada Paulo Velten: Abordagem crítica da tutela dos contratos.

- Há uma crise na área de contratos. Isso devido um problema na prestação


jurisdicional

- O trabalho dele propõe uma nova abordagem com base nos modelos de direito
de Miguel Reale.

- Teoria de M. Reale: Todo direito nasce de uma fonte, que obedece matrizes
(condições de validade). Daí, cabe ao interprete atualizar as fontes de acordo com
a realidade, cultura e evolução vigente na sociedade.

- Objetivo: Criação do contrato como fonte negocial de direito

- Fontes: Retrospectivas (buscam o passado/ saber onde o direito nasceu)

- Modelos: Prospectivos (buscam o futuro)

Direito dos Contratos - O direito dos contratos surge da sofisticação da aplicação do contrato como fonte
negocial.

- Com a evolução da sociedade (contratos de massa, economia compartilhada,


capitalismo minimalista, aplicação dos recursos na medida do necessário) os
princípios dos direitos dos contratos também sofrem uma evolução. A partir dessa
ideia, ele (Velten) cria a teoria geral dos contratos, que é a base do direito dos
contratos:

- O Direito dos Contratos surge da evolução das fontes do direito com a projeção
de modelos jurídicos contratuais atuais.

- Um dos princípio que é fortemente influenciado (mitigado) pela teoria geral dos
contratos é a autonomia da vontade, que no passado (no liberalismo) era
praticamente absoluta.

Evolução do Direito - É a parte crítica do trabalho dele


dos Contratos
- Quando a teoria não é desenvolvida a partir dos modelos jurídicos, é construída a
partir de modelos de ruptura.

Página 3 de D. Civil II - VELTEN


partir de modelos de ruptura.

- É o abandono das fontes

- Ruptura com os modelos (jurídicos, legislativos, doutrinários)

- Criação de insegurança jurídica

- O direito dos contratos dos nossos tempos se assenta na tutela da confiança.

- Hoje o que vale é a boa-fé

Liberdade Contratual - A função social dos contratos vinha sendo confundida com solidarismo. Mas nada
e Função Social dos tem a ver com o dever de solidariedade
Contratos
Artigo Gerson Branco - " Na função social do contrato não se busca a redução da pobreza e das
diferenças regionais. A liberdade de iniciativa (Art. 170 CF) distingue-se de
liberdade contratual. Esta ( a liberdade contratual ) pode ser definida como uma
competência para criar preceitos de eficácia normativa (fonte do direito). Já aquela
é a liberdade de agir e interagir na vida econômica social."

PROVA:

STJ:

"A função social não se apresenta como objetivo do contrato, mas sim como
limite da liberdade dos contratantes em promover a circulação de riquezas."

Isso quer dizer que o fim do contrato continua sendo econômico, mas a pretexto
de se atingir esse fim (econômico) não pode se formular contratos de qualquer
jeito, ou seja, que atinjam direitos de terceiros, desequilibrando a relação de
prestação, desrespeitando os deveres anexos ou laterais de conduta.
Por isso, a função social é sempre instrumental e representa o limite de liberdade
de atuação.

Função Social x
Assistência Social

Página 4 de D. Civil II - VELTEN


Liberdade de
Iniciativa x Liberdade
Contratual (Art. 170
CF)

( Ou seja, para se exercer a liberdade de iniciativa é necessário poder contratar)

Limites dos Incisos do Art. 170:

“valorização do trabalho humano”, da “justiça social”, da “função social da


propriedade”, além da defesa do consumidor, meio ambiente, desigualdades
regionais e sociais, busca do pleno emprego e proteção da pequena empresa.

Página 5 de D. Civil II - VELTEN


Solidariedade x
Socialidade

Liberdade Contratual,
Função Social dos
Contratos e Equilíbrio
Econômico

Página 6 de D. Civil II - VELTEN


Econômico

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Judicialização e - Não é papel do judiciário intervir numa relação contratual para aferir aquilo que
Ativismo Judicial nos ele acha justo. Deve sempre se basear em modelos .
Contratos.

Revitalização dos Como seria o modelo jurídico ideal para a tutela dos contratos?
Contratos
Prova:

- "O juiz deve estimular os sujeitos da relação obrigacional a cumprirem com os


deveres de cooperação e de renegociação (dever de renegociação), mas existindo
a cláusula arbitral e havendo sua arguição pelo réu, o juiz verificando a licitude da
convenção deve desde logo prestigiar a autonomia privada e remeter as partes
para o juízo arbitral (as partes elegem um árbitro - está na autonomia privada
delas - magistrado não intervém nesse caso), extinguindo o processo sem exame
de mérito. Não havendo refeita a cláusula, o magistrado prosseguirá com a fase de
renegociação, promovendo uma abordagem relacional.... Se nada disso for
possível o juiz intervém..."

Abordagem - É você fazer o sujeito acreditar que há mais vantagem na conservação do


Relacional contrato que na sua rescisão.

MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES


Conceitos Gerais - A partir do Art. 233 CC
- Também poderiam ser chamadas de espécies de obrigações
- Sistematizar as obrigações do ordenamento para saber como elas serão
executadas e distinguir uma das outras.

1 - Obrigações de Dar
- Obrigação pecuniária: muitos autores da doutrina clássica a colocam no rol da
obrigação de dar, o que não está errado, mas também não é recomendado. Isso
porque ela deve ter uma classificação própria. Ex: obrigação de fazer o
pagamento de tributos. É dividida em:

- Obrigação Líquida: Quantum Debeatur. Pode-se transformar a obrigação em

Página 7 de D. Civil II - VELTEN


- Obrigação Líquida: Quantum Debeatur. Pode-se transformar a obrigação em
dinheiro

- Obrigação Ilíquida: An Debeatur. Não se sabe como transformar a obrigação em


dinheiro.

- Relação de Propriedade e Posse

-Entrega de Coisa Certa: está determinada pelo seu objeto. O devedor sabe
exatamente aquilo que deve entregar para o credor. Por isso, a doutrina exclui
desse rol o dinheiro (pois não existe dinheiro na conta de coisa certa).

- Há uma diferença entre

a) Objeto da Obrigação: sentido mais amplo/ É o dever de prestação - Pergunta-


se qual o dever!

b) Objeto da Prestação: sentido mais estreito/ É a própria coisa

Ex: Alugar um carro.


- Dever de prestação: a entrega do carro (A entrega é o objeto da obrigação/
não há transferência de posse)
- Coisa: o carro ( o carro é o objeto da prestação)

Três Categorias das Obrigações de Dar:


-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1 - Transmissão de Domínio/ Propriedade: Na transmissão coisa móvel se dá pela
tradição - Art. 1267; na transmissão do imóvel é necessário da transcrição - Art.
1245 - Para transmissão de domínio sempre há a transmissão da propriedade - o
proprietário é o devedor
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
2 - Entrega: basta a transferência da posse (aluguel, arrendamento) - o
proprietário é o devedor
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
3 - Restituição: aquele que antes era devedor se torna credor, pois espera receber
a coisa de volta (aluga uma carro {dever de entrega}, fim do contrato, espera
receber o carro de volta { direito de ser restituído } - o proprietário é o credor
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Sucessos da Coisa - Quando acontece algo com uma coisa certa no período entre a constituição da
Certa obrigação e a execução do negócio. O sucessos podem ser:
(sucesso como
sucedâneo) 1 - Negativos: perda, deterioração. Aqui sofre o devedor - o dono do imóvel - (res
perit domino). Quando a perda acontece a obrigação se resolve. As partes voltam ao
status quo ante. Se já há algum pagamento, deve haver restituição ao credor.

- A coisa perece para o dono, com exceção da culpa de terceiros


- Na deterioração, ou há um abatimento do preço, ou devolução do já paga e
retomada do status quo ante

2 - Positivos: melhoramento. Nesse caso, a vantagem também é do proprietário.


Ex: venda de um imóvel por cem mil, mas depois de valorizado, vendido por um
milhão. No entanto, não há como obrigar o devedor a pagar a quantia valorizada.
Página 8 de D. Civil II - VELTEN
milhão. No entanto, não há como obrigar o devedor a pagar a quantia valorizada.

Questão de Prova:
- Aquele que atua de má-fé não tem o direito a retenção da coisa, nem
indenização das benfeitorias úteis e voluptuárias, mas tem direito ao
ressarcimento às benfeitorias necessárias.

- Agora, se estiver de boa-fé, ele tem direito não só a restituição das benfeitorias
como a retenção do imóvel até o pagamento dessas benfeitorias, salvo se o
contrato dispuser em sentido contrário.

Ex: um cidadão alugou uma casa e fez um concerto numa viga que era
fundamental para a sustentação do imóvel. Ainda que este estivesse de má-fé
(não devolvesse o imóvel no prazo estipulado), sua benfeitoria deve ser
ressarcida, por tratar-se de benfeitoria necessária.

Coisa Incerta - Ao menos pelo gênero e quantidade, o negócio tem que se determinado. É
comum no agronegócio (tantas sacas de arroz tipo x).

- Objeto de Concentração: é a individualização da coisa. De regra a concentração é


feita pelo devedor.

Concentração: é a individualização da coisa. A coisa vai incerta até o momento de


cumprimento da obrigação. Na véspera do cumprimento da obrigação, ela deixa de
ser coisa incerta e passa a ser coisa certa. Em regra a concentração é feita pelo
devedor (aquele que vai cumprir a obrigação e dizer qual o tipo e determinar a
coisa - transformar em certa aquela coisa que era incerta).

- A coisa incerta nunca perece. Não é possível o sucesso da coisa incerta (genus
nunquam perit). Qualquer sucesso positivo ou negativo não tem nenhum reflexo
quando se trata de coisa incerta.

Observação Sobre - Fazer e não fazer se distinguem das obrigações de dar porque elas (fazer e não
Obrigações de fazer) são obrigações de comportamento.
Fazer e Não Fazer
-Nas obrigações de fazer e não fazer cabe, em hipótese excepcional, a
autotutela: o poder de utilizar o desforço pessoal, desde que a reação seja
proporcional e imediata.
Ex: um pai pode retirar um carpete de um apartamento alugado, no caso de alergia
do filho, caso o dono não o faça.

- Sempre podem ser definidas como obrigações de meio e obrigações de


resultado.

Ex: O advogado e o médico têm um tipo de obrigação meio (já que ele não podem
garantir o resultado);

Ex2: O arquiteto ou o cirurgião plástico têm, por sua vez, uma obrigação de
resultado.

2 - Obrigações de - Não encerra a entrega, a restituição nem a transferência de domínio de uma

Página 9 de D. Civil II - VELTEN


2 - Obrigações de - Não encerra a entrega, a restituição nem a transferência de domínio de uma
Fazer coisa certa, mas encerra com comportamento de um devedor.

- Geralmente, atividades de prestação de serviço, que não são coisas, mas sim
atividade. Ex: contratação de um cantor (atividade comportamental)

- Arte ou atividade não é coisa certa (coisa certa é sempre móvel ou imóvel)
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- Obrigação de Fazer Fungível: pode ser substituído. Outra pessoa, além do
contratado, pode cumprir a obrigação.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- Obrigação de Fazer Infungível: insubstituível. Apenas determinada pessoa pode
cumprir essa obrigação; São obrigações intuito personas.

Questão de Prova:
Caso o sujeito não queira cumprir uma obrigação infungível, o direito não pode
obrigá-lo coercitivamente a cumpri-la.

A solução que o direito dá para esses casos é converter a obrigação em perdas e


danos. No entanto, essa conversão é condicionada à culpa do devedor.

Quando o devedor não incide em culpa, a situação deve ser revertida ao status
quo ante, sem perdas e danos. (No caso abaixo, o ingresso é devolvido, sem
multa ou danos morais em prejuízo comediante)

Ex: Um comediante não teria como cumprir suas obrigações infungíveis por
ocasião da morte do seu filho.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
3 - Obrigações de Não - Cumprir obrigação significa não atuar, se fizer é descumprida a obrigação.
Fazer
- Ex: venda de uma loja com cláusula de não reestabelecimento, para que a
clientela não fuja para o novo estabelecimento daquele que vendeu. Isso evita a
concorrência autofágica.

Obrigações - Não estudei porque acho que não cai na prova


Alternativas

Divisibilidade e - Não estudei porque acho que não cai na prova


Obrigações Solidárias

TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES


- Está no âmbito das obrigações negociais
- Pode ser feita de forma gratuita ou onerosa (maior parte dos casos)

Espécies de 1 - Cessão de Crédito


Transmissão 2 - Assunção da Dívida
3 - Cessão de Posição Contratual

Página 10 de D. Civil II - VELTEN


1 - Cessão de Crédito - O credor que tem um crédito à prazo não é obrigado esperar para recebê-lo.
(A partir do art. 286 CC)
- É o que faz hoje as empresas de factoring (fatorizam ou processam a obrigação).

- Procura-se alguém que quer receber o crédito

- É uma operação onerosa porque gera rendimento pra alguém (pro cedente)

- Independe da anuência (aceitação) do devedor, mas depende de notificação ao


mesmo, que pode ser extrajudicial. Entretanto, essa notificação pode ser
dispensada, caso o devedor revela saber da transferência de crédito.

- A cessão de crédito não altera a extensão da obrigação. Isto é, a prestação


debitória é a mesma independentemente de quem será o credor.

- Nem toda obrigação se submete à cessão de crédito: depende sempre da


natureza da obrigação. Ou seja, se conflitar com a natureza da obrigação não é
possível a cessão de crédito. Ex: obrigações personalíssimas, como a pensão
alimentícia, bolsa família, benefício previdenciário. Ela não pode se cedida para
outra pessoa.

a) Cedente: aquele que atua no sentido de fazer a cessão do crédito


b) Cessionário: aquele que adquire a cessão do crédito
c) Cedido: devedor

- O cedente não responde pela insolvência do devedor, a não ser que ele tenha
assumido isso expressamente na obrigação ou se o crédito não era existente no
tempo da cessão. No caso dos títulos de crédito (direito empresarial) o cedente -
aquele que endossa - é responsável pela solvência.

Sujeito Ativo da Obrigação Relacional: Credor - Accipiens


Sujeito Passivo da Obrigação Relacional: Devedor - Solvens

- Na cessão de crédito, altera-se o polo ativo da relação

Oponibilidade das - No Direito Civil é possível opor a exceção de pagamento. No Direito Cambiário
Exceções (Direito não é possível opor.
Cambiário x Direito
Civil) Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no
momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.

- Não estudei porque acho que não cai

2 - Assunção da Dívida - Para se constituir, depende da anuência expressa do credor (assuntivo). O


silêncio do credor não traz efeitos. A exceção a essa regra é ao crédito hipotecário,
como o contrato de gaveta. Nesse caso, se o banco (credor) não se opor
expressamente à assunção de dívida, o silêncio consente a transmissão da
obrigação.

- Também pode ser assumida de forma gratuita ou onerosa.

Página 11 de D. Civil II - VELTEN


- Também pode ser assumida de forma gratuita ou onerosa.

- Transmissão de obrigação em que o adquirente da dívida substitui o

- Altera-se o polo passivo da obrigação

3 - Cessão de Posição - Não está prevista em lei.


Contratual - É resultado dos modelos jurisdicionais
- O contrato é o mesmo, mas muda-se a posição do sujeito ativo e sujeito passivo

ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES


Conceitos Gerais - A obrigação negocial nasce e se projeta buscando o adimplemento, que é o seu
fim natural.
(Adimplemento
Direto) - Adimplemento e extinção são palavras que se contrapõe, ou seja, todo
adimplemento conduz à extinção das obrigações.

- O adimplemento é o cumprimento do contrato. Se a obrigação é cumprida, ela


deixa de existir.

- Nem toda extinção de obrigações é através do adimplemento, que é só uma das


formas de extinção das obrigações.

- Adimplemento em juízo(involuntário) importa adimplemento, apesar de não ser


voluntário. (Tutelado pelo Direito Processual, já o D. Civil tutela o adimplemento
voluntário)

- Teoria da Máxima Coincidência Possível: Deve haver a máxima coincidência


possível entre o adimplemento voluntário e involuntário.

a) Elementos - Aqueles que dizem respeito aos sujeitos do adimplemento


Subjetivos do
Adimplemento 1 - Devedor

2 - Terceiro Interessado: patrimonialmente interessado. Pode cumprir a obrigação


independentemente da anuência do credor ou devedor. Ex: fiador
( Sub-rogação: o terceiro interessado passa a ser titular do crédito, das ações e de
todo o conjunto de créditos daquela obrigação que não foi cumprida)

e Terceiro não-interessado: sentimentalmente interessado (não corre risco


patrimonial)

(Reembolso: se o terceiro não-interessado paga em nome do devedor não há


direito ao reembolso, mas tem se fazer em nome próprio. Se não houver a
concordância do devedor não se pode fazer o pagamento). O terceiro não-
interessado não se sub-roga)

3 - Credor: o pagamento deve ser feito sempre ao credor (accipiens), para que o
para que pagamento tenha eficácia liberatória ( libertação do vínculo ).

- É possível a obtenção da eficácia liberatória quando se paga ao:

Página 12 de D. Civil II - VELTEN


- É possível a obtenção da eficácia liberatória quando se paga ao:
a) representante de direito do credor (procurador)
b) credor aparente ou putativo

- Em regra, é ineficaz a eficácia liberatória quando é feita a absolutamente incapaz.

b)Elementos - Dizem respeito ao objeto, tempo, lugar e prova


Objetivos do
Adimplemento Objeto do pagamento: é a própria prestação obrigacional

1 - Obrigação Pecuniária (dinheiro - em regra, em real)

2 - Bens (transmissão de domínio)


- Se o sujeito não é o proprietário do bem não há como fazer a transferência de
domínio, mas pode-se fazer a entrega. Ou seja, aquele que não é dono, não pode
vender o imóvel de um terceiro, mas pode alugá-lo.

- Princípio da Inalterabilidade do objeto da prestação: o objeto da prestação não


pode ser alterado, salvo na revisão judicial ou a renegociação (autonomia privada)

- Prova do Pagamento: o ônus da prova do pagamento incube ao devedor.

- Lugar de Pagamento: normalmente no domicílio do devedor. Elas são quesíveis/


querables (casa do devedor) ou portables (domicílio do credor). Entretanto, no
caso de motivo grave, há como não entregar o objeto no lugar combinado (Ex do
correio)

- Tempo de Pagamento: em regra, em favor do devedor. Exigir o pagamento antes


da data do vencimento - sem nenhum evento extraordinário - constitui ilícito e
gera enriquecimento sem causa. Quando não há data para o pagamento, a
obrigação se vence à vista.

3 - Comportamento (obrigação de fazer e não fazer)

Imputação do - O devedor tem duas dívidas com um só credor e pode dizer quais delas está
Pagamento pagando.
(pagamento direto)
Pagamento Indireto - São formas de extinção sem o adimplemento direito
- Pagamento em Consignação (Art.334 CC): quando o credor se recusa
injustificadamente a receber a obrigação.

- Pagamento com sub-rogação (Art. 346): pagamento de uma dívida que não minha,
com interesse de proteger o patrimônio (Fiador).

- Dação em Pagamento (Art. 346): substituição do objeto da prestação por acordo


entre as partes (autonomia privada). Ex: alguém deve 50 mil reais e entrega um
carro como forma de pagamento.

Extinção Direito da - O professor disse que todo o resto cabe aqui na extinção
Obrigação* - A extinção da obrigação em o pagamento: prescrição ou decadência.
(Não cai na prova) - Novação (Art. 360 e seguintes)

Página 13 de D. Civil II - VELTEN


(Não cai na prova) - Novação (Art. 360 e seguintes)
- Compensação Art. 368
- Confusão
- Remissão das dívidas: perdão das dívidas

INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES E SUAS CONSEQUÊNCIAS


Conceitos Gerais - Inadimplemento é a parte patológica do direito das obrigações. Significa o sujeito
não pagar a dívida. Não há adimplemento.
- O inadimplemento é sempre a exceção

Inadimplemento - É espécie do gênero Inadimplemento


Absoluto - Não há cumprimento da obrigação no tempo, forma e lugar combinados. Nesse
caso, o cumprimento da obrigação nunca mais poderá será cumprido.
PROVA Ex: Um sujeito não cumpri uma obrigação numa festa de casamento. Essa
obrigação nunca mais poderá ser cumprida.

Inadimplemento - Não há cumprimento da obrigação no tempo, forma e lugar combinados, mas


Relativo ou Mora ainda pode ser cumprido.

PROVA Tríplice Aspecto da Mora:

Não cumprir a obrigação no

1 - Tempo
2 - Forma
3 - Lugar

Consequências - Juros
- Honorários advocatícios

Exceção do Contrato - Se uma parte não cumpri sua parte no contrato, a outra parte também não está
Não Cumprido obrigada a cumprir. Isso só é possível com obrigações que são contemporâneas -
executadas simultaneamente.

Duty to Mitigate The - O dever do sujeito de reduzir os próprios prejuízos/danos


Loss

Página 14 de D. Civil II - VELTEN

Você também pode gostar