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A escada Ponteana (teórica criada pelo jurista Pontes de Miranda no livro “Tratado
de Direito Privado”) foi criada para atribuir consequências práticas em cada um dos
planos da existência, validade e da eficácia dos fatos jurídicos. Existir, valer e ser
eficaz não são modos de ser exclusivos dos negócios jurídicos, por óbvio. Porém, a
figura da escada aponta que, para chegar no outro degrau, você precisa,
obrigatoriamente, subir o outro. Para que um negócio seja válido ele precisa ser
existente e, para ser eficaz, ele precisa ser existente e válido.
Um negócio perfeito passaria pelos três degraus: existência, validade e eficácia
1. EXISTÊNCIA
2. VALIDADE:
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada
pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes,
salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem
instrumento público, este é da substância do ato
Ou seja, o negócio jurídico pode ter vontade, agente, objeto e uma determinada
forma. Mas se a vontade não for livre, se o agente não for capaz, se o objeto for ilícito
ou se a forma do negócio não obedecer a lei, este negócio será inválido, passível de
anulação ou nulidade.
Por exemplo: o casamento (objeto determinado e lícito) realizado por juiz de paz
- pessoa habilitada (capaz), porém com o sogro coagindo o genro a casar, dizendo
que se este não casar com sua filha, será morto (a vontade do “genro” está viciada –
não é genuína). O casamento é invalido, pois há coação (art. 151), o que pode
invalidar o negócio jurídico, eis que a coação é uma invalidade que torna o negócio
anulável. Ou imagine que um adolescente de 13 anos (incapaz) seja proprietário de
um imóvel e realize a venda deste imóvel a alguém que tenha 30 anos (agente capaz).
O negócio existe, pois possui vontade, agente, objeto e forma. Porém é nulo, eis que
o agente é absolutamente incapaz (aqui está o vício) para realizar este ato.
Imagine o seguinte exemplo: alguém redige uma sentença judicial, em um papel
timbrado do Judiciário e com todos os requisitos essenciais processuais de uma
sentença. Muito embora ela “pareça” válida, faltou um pressuposto de existência: o
sujeito não é capaz (pois não é juiz). O único capaz nesse caso seria aquele investido
de jurisdição.
Este é o plano mais complexo. Existe uma centena de artigos para tratar das
invalidades ao longo de todo Código Civil. Mas, de forma geral, tem-se algumas
regras:
REQUISITOS GERAIS
AGENTE CAPAZ
comuns a todo os
negócios jurídicos
OBJETO LÍCITO,
REQUISITOS DO POSSÍVEL,
NEGÓCIO JURÍDICO DETERMINADO OU
VÁLIDO DETERMINÁVEL
(existente e válido)
REQUISITOS FORMA
PARTICULARES pode ser livre ou
determinada pela lei, a
diz respeito a cada depender do tipo de
negócio em particular negócio jurídico
Além disso, o negócio jurídico não pode ter nenhuma invalidade daquelas
previstas nos artigos 166 e 171 do CC (negócios nulos e anuláveis):
3. EFICÁCIA:
Assim, resumindo:
ENCARGO
SUJEITO CAPAZ E LEGÍTIMO