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sábado,Ê23ÊdeÊabrilÊdeÊ2022
1. Definição
Fato jurídico em sentido amplo é todo acontecimento da vida que o ordenamento
jurídico considera relevante no campo do direito. Ou seja, são os fatos que produzem
efeitos jurídicos.
4. Negócio Jurídico
“Negócio jurídico é aquela espécie de ato jurídico que, além de se originar de um ato de
vontade, implica a declaração expressa da vontade, instauradora de uma relação entre
dois ou mais sujeitos tendo em vista um objetivo protegido pelo ordenamento jurídico
[...]" (REALE, Miguel).
O princípio da socialidade, acolhido pelo atual Código Civil, reflete a prevalência dos
valores coletivos sobre os individuais. E o da eticidade prioriza, além de outros critérios
éticos, a equidade e a boa-fé nos contratos.
No negócio jurídico a manifestação da vontade tem finalidade negocial, que abrange a
aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos.
Existência: um negócio jurídico não surge do nada, exigindo-se, para que seja
considerado como tal, o atendimento a certos requisitos mínimos.
Validade: o fato de um negócio jurídico ser considerado existente não quer dizer
que ele seja considerado perfeito, ou seja, com aptidão legal para produzir efeitos.
Eficácia: ainda que um negócio jurídico existente seja considerado válido, ou seja,
perfeito para o sistema que o concebeu, isto não importa em produção imediata de
efeitos, pois estes podem estar limitados por elementos acidentais da declaração
(condição ou termo, por exemplo).
Aquisição de Direitos
Conservação de Direitos
São vícios que impedem que a vontade declarada seja livre e de boa-fé,
prejudicando, assim, a validade dos negócios jurídicos.
Eles atacam o plano de validade dos negócios jurídicos. Contudo, a tendência
moderna da doutrina e jurisprudência é no sentido do princípio da conservação
dos atos e negócios jurídicos que, em sendo possível, busca preservar a
integridade do ato, fazendo os devidos ajustes para a melhor conservação da
segurança jurídica.
O Código Civil, ao tratar da invalidade dos negócios jurídicos, não adotou o plano
de existência como requisito para a sua invalidação. Somente arrolando os
elementos do plano de validade dos negócios jurídicos como causas de nulidade ou
anulabilidade.
Nulidade ou invalidade absoluta: existe um interesse social, além do individual,
para que se prive o ato ou negócio jurídico dos seus efeitos específicos, visto
que há ofensa a preceito de ordem pública e, assim, afeta a todos. Por essa
razão, pode ser alegada por qualquer interessado, devendo ser pronunciada de
ofício pelo juiz (CC, art. 168 e parágrafo único).
- Gera a completa invalidade do negócio;
- Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, ou alegada pelo MP ou pelas
partes;
- Não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo;
- É protegido por meio de ação declaratória, e é imprescritível;
- Produz efeitos ex tunc (efeito retroativo).
- Como consequência, a nulidade do ato causa a nulidade de todos os
demais que são consequência da sua prática. Ex.: Tutor compra imóvel do
tutelado que gera a nulidade de todos os demais atos posteriores.
Os casos de nulidade foram arrolados nos arts. 166 e 167 do Código Civil. Art.
166.
É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua
validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar
sanção.
Anulabilidade ou nulidade relativa: são violações a normas de caráter
supletivas, portanto, permitem que as partes possam manter os efeitos do
negócio jurídico.
Trata-se de negócio anulável, que será considerado válido se o interessado se
conformar com os seus efeitos e não o atacar, nos prazos legais, ou o
confirmar.
- Geram efeitos até a decisão que decreta a sua invalidade;
- Não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, pois somente as partes
podem alegá-las;
- É suscetível de confirmação pelas parte, e se convalesce pelo decurso do
tempo;
- O negócio jurídico anulável é passível de redução, ou seja, se a nulidade
não for total, mas somente parcial, poderá haver a separação se for
separável;
- É protegido por meio de ação anulatória (ou desconstitutiva), e é suscetível
a prazo decadencial;
- Para a maioria produz efeitos ex nunc, mas cresce na doutrina adeptos do
efeito ex tunc;
- Os casos de anulabilidade estão no art. 171 do CC, vejamos:
Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio
jurídico:
i. Por incapacidade relativa do agente;
ii. Por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou
fraude contra credores.
Ato Ilícito
Ato ilícito é o praticado com infração ao dever legal de não lesar a outrem. Tal
dever é imposto a todos no art. 186, que prescreve: “Aquele que, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Também o comete
aquele que pratica abuso de direito, ou seja, “o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes” (art. 187).
Ato ilícito é, portanto, fonte de obrigação: a de indenizar ou ressarcir o prejuízo
causado. É praticado com infração a um dever de conduta, por meio de ações ou
omissões culposas ou dolosas do agente, das quais resulta dano para outrem.
Componentes:
- Ação humana;
- Contrariedade ao direito ou ilicitude;
- Prejuízo (material ou moral).
Ilícito civil – atentado contra interesse privado. Sanção: reparação do dano. Ex.:
batida de carro.
Ilícito penal – prática de ato considerado como crime. Sanção: privação da
liberdade. Ex.: homicídio.
Elementos do ato ilícito:
i. Ação ou omissão voluntária;
ii. Por negligencia, imprudência ou imperícia;
iii. Violação de direito;
iv. Dano.