Você está na página 1de 15

PITÁGORAS - SISTEMA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR SOCIEDADE LTDA

FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS DE ALTAMIRA


CURSO DE BACHAREL EM DIREITO

Direito - N
1° sem / 2021
Unidade: Altamira/pa

TRABALHO:
TEORIAS DAS NULIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO.

Altamira
2021
CARLOS MAGNO RODRIGUES BERTELONI
DOUGLAS BESSA
GERALDO HENRIQUE SOUZA DOS PASSOS
SAMANTHA PAULO RODRIGUES
SIMONE SILVA DE SOUZA

TRABALHO:
TEORIAS DAS NULIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO.

Trabalho entregue como requisito


parcial para obtenção de nota da
disciplina de Direito Civil Parte Geral.

Profº Diego Barbosa

Altamira
2021
1. INTRODUÇÃO (APRESENTAÇÃO DO TEMA E EQUIPE) – ALUNO:
CARLOS BERTELONI

O seguinte tema tem como proposta principal discorrer sobre os


defeitos do negócio jurídico no que rege o Código Civil Brasileiro em seu
CAPÍTULO V, (da Invalidade do Negócio Jurídico), abordando os detalhes
implícitos, tais como, suas ocorrências no âmbito contratual e as possíveis
medidas judiciais, quando este apresentar vícios que indique a sua
invalidade.
Abordaremos o seu conceito, os planos de análise (o dá existência, o
da validade e o da eficácia) , detalharemos sobre as invalidades (nulidade ou
anulabilidade), apresentaremos também duas jurisprudência, uma com
sentença favorável ao pedido e outra com sentença desfavorável, por fim
apresentaremos uma conclusão daquilo que a equipe conseguiu extrair do
assunto.
2. CONCEITO – ALUNO: DOUGLAS BESSA

No Código Civil de 1916, o legislador utilizava a expressão nulidade absoluta


para se referir ao negócio jurídico nulo e nulidade relativa para se referir ao negócio
jurídico anulável. No Código Civil de 2002 as expressões foram eliminadas, mas
continuam sendo utilizadas pela doutrina e jurisprudência (CURIA; RODRIGUES,
2015).

A escolha do legislador por uma ou outra sanção (consequência a ser


aplicada) decorre da análise do interesse envolvido. Quando há ofensa a princípios
básicos do ordenamento jurídico e, consequentemente, lesão a interesse da
coletividade (hipóteses mais graves), o legislador impõe a nulidade. Quando o
interesse é particular (hipóteses menos graves), a sanção escolhida é a
anulabilidade.
3. PLANOS DE ANÁLISE DOS ATOS OU NEGÓCIOS JURÍDICOS - ALUNA:
SAMANTHA

Negócio jurídico é uma relação jurídica que decorre da manifestação


negocial das partes. Para ser considerado existente, válido e eficaz, o
negócio jurídico deve ser analisado sob a perspectiva da escada ponteana,
esquema de análise criado pelo jurista Pontes de Miranda.
Segundo o doutrinador, a análise dos elementos dos atos e negócios
jurídicos se dá em 3 degraus.

Fonte: https://blog.sajadv.com.br/negocio-juridico-escada-ponteana/

a. O DA EXISTÊNCIA – ALUNO: GERALDO HENRIQUE

O plano da existência compreende os pressupostos do ato jurídico,


seus elementos fáticos constitutivos, os quais atraem a incidência da norma
que prevê.
Nesse sentido, os pressupostos de qualquer negócio jurídico são:

- Agente: todo negócio jurídico deve ter ao menos um sujeito para


existir;
- Objeto: todo negócio jurídico deve ter uma prestação de interesse das
partes;
- Forma: todo negócio jurídico deve ter uma forma, seja ela escrita ou
verbal.

Se os elementos de existência forem respeitados, o negócio jurídico existe e


podemos subir para o segundo degrau da escada ponteana, onde discutiremos a
sua validade ou invalidade.

b. DA VALIDADE – ALUNO: GERALDO HENRIQUE

A validade é a qualidade da qual o ato deve se revestir ao ingressar no


mundo jurídico, estando em conformidade com regras do ordenamento.
O plano de validade é integrado pelos requisitos do ato, os quais qualificam
seus elementos de existência. Para que um negócio jurídico seja válido, o agente
emissor de vontade deve ser capaz e legitimado para celebrá-lo, a manifestação de
vontade deve ser livre e de boa-fé, o objeto há de ser lícito, possível e determinado
ou determinável, e a forma deve ser a prescrita ou não vedada por lei.

c. DA EFICÁCIA - ALUNA: SAMANTHA

No plano da eficácia estudamos os efeitos produzidos pelo negócio jurídico.


Se estamos analisando a eficácia, temos que lembrar que o negócio jurídico existe e
é válido (escada ponteana). Para saber a partir de quando o negócio jurídico produz
efeitos, ou quando ele para de produzi-los, devemos analisar os seus fatores de
eficácia.

Os fatores de eficácia devem ser analisados quando da produção dos efeitos


do negócio jurídico.

Os fatores de eficácia são:

a) Condição: trata-se de cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a


um evento futuro e incerto.
i. Condição suspensiva: é aquela que
subordina a eficácia do negócio jurídico à
ocorrência de um evento (condição).
Exemplo: eu te darei um fogão quando
casares. Subordinando-se a eficácia do
negócio jurídico à condição suspensiva,
enquanto esta não se verificar, não se terá
adquirido o direito, a quele ele visa.

ii. Condição resolutiva: é a que


subordina a ineficácia do negócio jurídico à
ocorrência de um evento. Exemplo: eu te
empresto minha casa até casares. Trata-se
de um comodato com condição resolutiva,
pois o evento retira os efeitos do negócio.

b) Termo: trata-se de cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a um


evento futuro e certo. Citamos como exemplo as datas, que podem ser
definidas como termo inicial e termo final do negócio jurídico.

c) Modo ou encargo: trata-se de ônus que deve ser suportado pela parte para
que o negócio jurídico produza feito. Exemplo: município que doa uma área para
a construção de um campo de futebol. Se o campo de futebol não for construído,
a doação será ineficaz.
4. INVALIDADE:
a) NULIDADE (NEGÓCIO NULO) - ALUNA: GABRIELE OLIVEIRA

De acordo com Gonçalves (2015, p. 478)

“Nulidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos


realizados sem a observância dos requisitos essenciais, impedindo-se de produzir
os efeitos que lhes são próprios.”

Assim, a nulidade restará configurada quando um ou alguns elementos do


negócio jurídico não preencha os requisitos de existência, validade e eficácia. Nesse
caso, a nulidade será considerada absoluta.

Causas de Nulidade (ART. 166, CÓDIGO CIVIL)


I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua
validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar
sanção.

Considerações:
· A nulidade pode ser pronunciada de ofício, bem como podem ser alegadas por
interessados e pelo Ministério Público, na forma do art. 168 do Código Civil.
· Não há possibilidade de confirmação (art. 169 do Código Civil)
b) ANULABILIDADE (NEGÓCIO ANULÁVEL) - ALUNA: SIMONE SILVA
O termo anulável usado na linguagem jurídica, possível da anulação, em
consequência de vício ou defeito, que possa ser arguido por quem tenha interesse
na sua invalidação.
É anulável todo ato em cuja execução não foram atendidas as prescrições
legais que lhe dão forma, ou que se realizou fundado em erro, dolo, simulação ou
fraude.
A qualidade de anulável traz o sentido de que o ato, podendo em hora ser
tornado ineficaz pelo interessado, venha a ser formalizado ou tornado perfeito por
ato posterior, que se mostre uma ratificação dele, de que resulta a sua eficácia
jurídica.
A ratificação do ato anulável tem, assim, a propriedade de dar ao ato arguido
de anulável, a eficácia jurídica, que lhe poderia ser negada ou tirada, ressalvados,
entretanto, os direitos de terceiros a que se cometa autoridade ou poder para não
admitir a ratificação dele.
5. JURISPRUDÊNCIA:

a. SENTENÇA FAVORÁVEL AO PEDIDO - ALUNA: VALERIA SANTOS


Sem participação da colega, justificado à turma por motivos de saúde.
b. SENTENÇA DESFAVORÁVEL AO PEDIDO - ALUNO: CARLOS
BERTELONI

APELAÇÃO CÍVEL (198) - 0006266-34.2017.8.14.0004

APELANTE: MARCIA CRISTINA FONSECA SARRAFF

APELADO: BANCO DO BRASIL SA

RELATOR(A): Desembargador RICARDO FERREIRA NUNES

APELAÇÃO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE DE


JUSTIÇA. PESSOA NATURAL, PRESUNÇÃO DE NECESSIDADE. NULIDADE DE
NEGÓCIO JURÍDICO. ERRO. DECADÊNCIA. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ EM
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. APELAÇÃO
CONHECIDA E DESPROVIDA, À UNANIMIDADE

….

Em sentença (ID 2431439), o juízo de 1º grau, rejeitou os embargos à


execução, em razão da ocorrência da decadência do direito da embargante, posto
que a alegação de nulidade do negócio data do ano de 2017, enquanto o ato
jurídico se deu em 2005, superando o prazo do artigo 178, II, do Código Civil.

Em Apelação (ID 2431438) a embargante, alega que em razão de se


tratar de erro essencial sobre o negócio, o prazo decadencial deve ser contado a
partir da data em que tomou conhecimento da ação executiva, ou seja, agosto
de 2016. Portanto, requer que seja afastada a decadência do seu direito.

….

Pois bem, a alegação da apelante não encontra lastro na legislação


sobre o tema.
Como bem asseverado pelo juízo sentenciante, o artigo 178, II, do
CCB, possui a seguinte disposição:

Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a


anulação do negócio jurídico, contado:

I – (...);

II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão,


do dia em que se realizou o negócio jurídico;

No caso, a apelante pleiteia a anulação do aval concedido à cédula


rural sob a alegação de que houve erro essencial, uma vez que foi induzida pelo
gerente local do Banco do Brasil a assiná-la como se fosse testemunha.

Então, ao afirmar a existência de erro, a apelante confirma que o prazo


decadencial aplicado à espécie é de 4 (quatro) anos, contados do dia em que se
realizou o negócio jurídico.

Nenhum fundamento há no argumento de que o prazo deve ser


contado da ciência do processo. Nem na lei, nem na jurisprudência.

À propósito, transcrevo julgado do Superior Tribunal de Justiça que


confirma o início do prazo decadencial na celebração do ato:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


DIREITO SUCESSÓRIO.

CESSÃO DE QUINHÃO HEREDITÁRIO. ERRO. ANULAÇÃO DE


NEGÓCIO JURÍDICO.

DECADÊNCIA. TRANSCURSO DO PRAZO. IMUTABILIDADE DAS


ESCRITURAS PÚBLICAS. ESTABILIZAÇÃO DO DIREITO. AGRAVO
INTERNO DESPROVIDO.

1. De acordo com a orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de


Justiça, à anulação de negócio jurídico aplica-se o prazo
decadencial de 4 (quatro) anos, contado a partir da celebração do ato.
2. A extinção do direito material pela implementação do prazo
decadencial impede a análise de possível erro material, ante a
extinção do feito.

3. Agravo interno desprovido.

(AgInt no AREsp 1634177/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO


BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/08/2020, DJe
01/09/2020)

Registro, para que não paire dúvidas, que estamos a tratar de negócio
jurídico anulável, portanto, suscetível à decadência do direito do interessado em
requerer sua anulação.

Portanto, nem se olvide em considerar a possibilidade do ato não ser


atingido pela decadência, o que ocorreria ao se tratar de negócio jurídico nulo.

Por fim, deixo de conhecer o pedido de litigância de má-fé formulado


em contrarrazões pelo apelado, posto que lançado em ato processual cujo
desiderato é tão somente refutar as teses recursais do recorrente, não se prestando
para desenvolver pretensões ao tribunal.

Ante o exposto, conheço e NEGO PROVIMENTO ao recurso,


mantendo a sentença em todos os seus termos.

….

É como voto.

Belém, 01 de junho de 2021.

RICARDO FERREIRA NUNES

Desembargador Relator
6. CONCLUSÃO: – ALUNA: VALÉRIA SANTOS

Sem participação da colega, justificado à turma por motivos de saúde.


REFERÊNCIAS

CURIA, Luiz Roberto. RODRIGUES, Thaís de Camargo. Direito civil: parte


geral / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz
Roberto Curia e Thaís de Camargo Rodrigues. – São Paulo: Saraiva, 2015.

APELAÇÃO CÍVEL (198) - 0006266-34.2017.8.14.0004 http://gsa-


index.tjpa.jus.br/consultas/search?q=cache:5uNo-
lfANQYJ:177.125.100.71/pje/5278700+nulidade+do+neg%C3%B3cio+jur
%C3%ADdico&client=consultas&proxystylesheet=consultas&ie=UTF-
8&site=jurisprudencia&lr=lang_pt&access=p&oe=UTF-8 - Acessado em 07/11/2021

ROSENVALD, Nelson. A Prescrição no CPC/15. Nelson Rosenvald, [s.l.], 7


abr. 2016.

TARTUCE, Flávio. Direito civil: Lei de Introdução e Parte Geral. 13. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2017.

VENOSA, Silvio. 2010. Direito Civil INTERPRETADO EDITORA ATLAS. São


Paulo, 2010.

SILVA, De Plácido. VOCABULÁRIO JURÍDICO, 27ª edição. EDITORA


FORENSE, Rio de Janeiro, 2007.

VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil INTERPRETADO. Editora Atlas. São


Paulo, 2010.

Você também pode gostar