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NEGÓCIO JURÍDICO

Outubro de 2023

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DISCIPLINA: TEORIA GERAL DO
DIREITO CIVIL

PROFESSOR: ROBERTO MOITA

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SUMÁRIO

1. CONCEITO………………………………………………………………………. 4

2. REQUISITOS: CAPACIDADE DO AGENTE, OBJETO LÍCITO, PREVISÃO


NORMATIVA, CAUSA…………………………………………………………. 5

3. PLANOS DE EXISTÊNCIA, VALIDADE E DE EFICÁCIA…………………. 6

4. EFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO…………………………………………... 9

5. CLASSIFICAÇÃO DO NEGOCIO JURIDICO: UNILATERAL, BILATERAL,


PLURILATERAL…………………………………………………………………10

REFERÊNCIAS........................................................................................... 11

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 CONCEITO DE NEGÓCIO JURÍDICO.

Quando falamos de negócio jurídico, nos referimos a um ato que tem por
finalidade a aquisição, modificação ou extinção do direito. Ele forma uma
conduta de auto regramento de conduta das partes, com a intenção de
satisfazer seus interesses.
É a declaração de vontade emitida em obediência aos seus pressupostos de
existência, validade e eficácia, cujo propósito deve ser o de
produzir efeitos lícitos.
De maneira geral, trata-se de fatos jurídicos dependentes da vontade
humana, tanto para sua formação quanto para produção de efeitos, como, por
exemplo, os contratos de maneira geral ou os testamentos.

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 REQUISITOS: CAPACIDADE DO AGENTE, OBJETO LÍCITO,
PREVISÃO NORMATIVA, CAUSA.
Como para quase todas as coisas, o negócio jurídico também
exige alguns requisitos, tais como:
(art. 104, CC/2002)
1. Capacidade do agente: O ideal é que haja um agente
capaz, porém, quando houver um agente
absolutamente incapaz, ele deverá ser representado
por seu representante legal. Já quando o agente for
relativamente incapaz, ele deverá ser assistido ao
celebrar o negócio.
2. Objeto lícito: Deve-se estar em conformidade com
a norma jurídica e também respeitar a moral e os
bons costumes
3. Previsão Normativa (ou não proibida por lei): É
simplesmente a liberdade das formas limitadas pela
lei. Que é o acordo de vontades a respeito do
negócio que se celebra, como citado no início do
artigo.
4. Causa: Se trata do motivo pelo qual as partes
celebraram o negócio, devendo sempre ter
a finalidade lícita.

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PLANOS DE EXISTÊNCIA, VALIDADE E DE EFICÁCIA

"Negócio jurídico é todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a


que o ordenamento jurídico atribui os efeitos jurídicos designados como
queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia
impostos pela norma jurídica que sobre ele incide."(AZEVEDO, Antônio
Junqueira de. Negócio Jurídico: Existência, Validade e Eficácia. 4 edição. São
Paulo: Saraiva, 2013, p.15)
Com base nesta premissa, podemos compreender que os negócios jurídicos
não são apenas expressões de vontade, mas são expressões de vontade
qualificadas pelo sistema socioeconómico que os rodeia.
Este tema encontra-se lastreado no artigo 112 do Código Civil:
"Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem."
Com efeito, para apreender sistematicamente o tema — e não simplesmente
reproduzir regras positivadas — faz-se mister analisá-lo sob os três planos em
que pode ser visualizado:
a) Plano da existência;
b) Plano da validade;
c) Plano da eficácia.
Sobre os três planos, ensina Pontes de Miranda que “existir, valer e ser eficaz
são conceitos tão inconfundíveis que o fato jurídico pode ser, valer e não ser
eficaz, ou ser, não valer e ser eficaz. As próprias normas jurídicas podem ser,
valer e não ter eficácia (H. Kelsen, Hauptprobleme, 14). O que se não pode dar
é valer e ser eficaz, ou valer, ou ser eficaz, sem ser; porque não há validade,
ou eficácia do que não é”.
a) Plano da existência
No plano da existência estão os pressupostos para um negócio jurídico, ou
seja, os seus elementos mínimos, enquadrados por alguns autores dentro dos
elementos essenciais do negócio jurídico. Constituem, portanto, o suporte
fático do negócio jurídico (pressupostos de existência). um negócio jurídico não
surge do nada, exigindo-se, para que seja considerado como tal, o atendimento
a certos requisitos mínimos. Nesse plano surgem apenas substantivos, sem
qualquer qualificação, ou seja, substantivos.

sem adjetivos. Esses substantivos são:


- Partes (ou agentes);
- Vontade;
- Objeto;
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- Forma. A ausência desses elementos gera um negócio jurídico inexistente.
b) Plano da validade
Aqui os pressupostos de existência ganham verdadeiros adjetivos (elementos
essenciais).
Os elementos que compõem esse plano são os mesmos que completam a lista
do plano da existência, acrescidos àqueles substantivos alguns adjetivos, isto
é, não basta apenas a manifestação de vontade, ela precisa ser livre, sem
vícios, as partes ou agentes deverão ser capazes, bem como o objeto deve ser
lícito, possível, determinado ou determinável e a forma deverá ser prescrita ou
não defesa em lei.

O negócio jurídico que não se enquadra nesses elementos de validade é, por


regra, nulo de pleno direito, ou seja, haverá nulidade absoluta ou nulidade.
Eventualmente, o negócio pode ser também anulável (nulidade relativa ou
anulabilidade), como no caso daquele celebrado por relativamente incapaz ou
acometido por vício do consentimento. As hipóteses gerais de nulidade do
negócio jurídico estão previstas nos arts. 166 e 167 do CC/2002. As hipóteses
gerais de anulabilidade constam do art. 171 da atual codificação material. O
esquema a seguir demonstra tais espécies de invalidade:
Isto mostra que a invalidade pode ser total – quando atinge todo o negócio
jurídico ou parcial – quando atinge parte do negócio jurídico. Ambas podem ser
absolutas ou relativas.

Interessante se faz analisar brevemente cada um desses elementos em


separado:
1º ELEMENTO: A declaração da vontade não pode estar impregnada de
malícia, deve ser livre e de boa-fé.

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O consentimento pode ser expresso ou tácito. Nesse sentido rege o art. 111 do
Código Civil que o silêncio importa em anuência, quando as circunstâncias ou
os usos autorizarem e a declaração de vontade expressa não seja necessária.
2º ELEMENTO: O agente emissor da vontade deve ser capaz e legitimado
para o negócio. Na ausência de capacidade plena para conferir validade ao
negócio celebrado, deverá o agente ser devidamente representado ou
assistido.
Não obstante goze de plena capacidade, é necessário que a parte não esteja
circunstancialmente impedida de celebrar o ato, é preciso ter também
legitimidade.
Nesse sentido já afirmara Beviláqua que além da capacidade geral, exige-se a
capacidade especial para o negócio de que se trata.
3º ELEMENTO: Referir-se à licitude do objeto significa dizer que seu conteúdo
é lícito, não contrário aos bons costumes, à ordem pública, à boa-fé e à função
social ou econômica de um instituto.
4º ELEMENTO: A forma é o meio pelo qual a declaração de vontade se
exterioriza. Nessa linha de raciocínio não há que se confundir forma como
elemento existencial do negócio, com a forma legalmente prescrita –
pressuposto de validade do ato negocial. A inobservância deste atinge o plano
de validade e não o de existência.
O art. 107 CC consagra o Princípio da liberdade das formas e como regra a
validade da declaração não depende de forma, salvo quando a lei
expressamente a exigir.
c) Plano da eficácia
Ainda que um negócio jurídico existente seja considerado válido, ou seja,
perfeito para o sistema que o concebeu, isto não importa em produção imediata
de efeitos, pois estes podem estar limitados por elementos acidentais da
declaração.
A premissa é que, existente e válido um negócio jurídico, deve ele produzir
efeitos imediatamente. Todavia, a sua eficácia poderá ser delimitada pelos
seguintes elementos acidentais:

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EFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

1. A geração de direitos e obrigações;


I – Direitos: As partes também adquirem direitos decorrentes do negócio
jurídico. Isso pode incluir o direito de receber pagamentos, propriedade de
bens, ou outros benefícios.
II – Obrigações: As partes envolvidas em um negócio jurídico assumem
obrigações legais. Isso significa que elas concordam em realizar ou não
realizar certas ações de acordo com os termos do contrato.
2. A obrigatoriedade daquele de que descumpre a obrigação
decorrente de pagar uma indenização por perdas e danos;
I – O inadimplemento da obrigação ou o atraso no seu cumprimento (mora)
caracterizam a responsabilidade contratual e, para que venham a gerar o dever
de indenizar, é imprescindível que se demonstre os requisitos também
aplicados à responsabilidade aquiliana, quais sejam: o dano e a relação de
causalidade entre este e o não pagamento.
3. O direito de ação judicial para a defesa dos direitos
correspondentes;
I – O direito de ação judicial é um princípio fundamental que permite às
pessoas buscar a defesa de seus direitos perante o sistema judiciário. Esse
direito é essencial para proteger e fazer valer os direitos correspondentes,
como aqueles garantidos pela legislação e pela Constituição. No entanto, as
condições e procedimentos para exercer esse direito podem variar de acordo
com o sistema legal de cada país.
4. A transferência, aos herdeiros, dos direitos decorrentes do negócio
jurídico (ressalvados os direitos de natureza personalíssima).
I – Trata da transmissão de bens, direitos e obrigações, em razão da morte de
uma pessoa, aos seus herdeiros, que, de um modo geral, são seus familiares.
O elemento familiar é definido pelo parentesco e o elemento individual
caracterizado pela liberdade de testar. São estes os dois fulcros em que se
baseiam as normas da sucessão.

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CLASSIFICAÇÃO DO NEGOCIO JURIDICO: UNILATERAL, BILATERAL,
PLURILATERAL

Negócio unilateral: acontece quando há declaração de vontade de apenas


uma das partes (ex: testamento). Ele pode ser receptício, que ocorre quando
quem recebe o efeito sabe a intenção/vontade da outra parte (exemplo: oferta
de recompensa), ou não receptício, quando não se sabe da vontade da outra
parte;
Negócio bilateral: ocorre com a declaração de vontade de ambas as partes,
tendo efeitos no momento por elas determinadas enquanto vivas. E por fim,
Negócio Plurilateral: se forma mediante associação de interesses em regime
de comunhão de direitos
Quanto à titularidade, pode ser inter vivos, se for celebrado e tiver efeitos
durante a vida de ambas as partes, ou mortis causa, formado pela declaração
de uma das partes e com efeitos apenas após a sua morte, desde que ocorra
aceitação pela outra parte.
Quanto à onerosidade, o negócio pode ser oneroso (há contraprestação),
gratuito (apenas uma das partes tem vantagem patrimonial), neutro (sem
alguma vantagem ou desvantagem para as partes) ou bifronte (quando o
negócio se inicia oneroso e por fim acaba sendo gratuito, ou vice versa)
dependendo se há disposição patrimonial de ambas as partes ou não.
Quanto à forma, o negócio pode ser formal, se tiver que adotar a forma prevista
em lei para ter validade, e informal, cabendo apenas às parte estabelecerem
livremente a forma a ser adotada.

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REFERÊNCIAS:

https://jus.com.br/artigos/32132/o-plano-da-existencia-validade-e-eficacia-do-
negocio-juridico-os-defeitos-do-negocio-juridico-prescricao-e-decadencia

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/os-planos-do-negocio-juridico/560275288

Plabo Stolze - Manual de Direito Civil - Volume Único


Manual de Direito Civil Volume Único, 11ª edição – Flávio Tartuce

TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. Vol. Único. São Paulo: Editora
Método;

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GRUPO:

Iasmin de Sousa Rocha/01616658

Wellington Gustavo Andrade de Carvalho/01631474

Daniel Arras da Silva/01615070

Robson Shoenstatt de Sousa Gomes/01624346

Isaac Bezerra da Silva Candeia/01624121

Davi Nunes Rodrigues/01650443

Maria Liandra Arrais da Conceição/01615067

Ana Vitória Gonçalves da Silva/01630119

Walberto Marques de Sousa Júnior/01598152

Rubens Daves Carvalho de Sousa/19003771

Marcos Henrique Paulino Rocha/01643249

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