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A DECLARAÇÃO NEGOCIAL
1. Introdução ...................................................................................................................................... 3
5. Conclusão ..................................................................................................................................... 12
1. Introdução
Nos fatos jurídicos em sentido estrito, revela-se ausente o ato humano voluntário. Os
atos jurídicos, propriamente ditos, revelam a manifestação da vontade humana
visando um fim específico. E nesse ponto, Wambier e Talamini (2016, p. 482)
revelam uma subdivisão, qual seja, no ato jurídico em sentido estrito, há
manifestação de vontade que busca a produção de uma consequência jurídica,
previamente delineada no ordenamento jurídico, como por exemplo, na hipótese do
contribuinte declarar imposto de renda e escolher o modelo de declaração
simplificado ou modelo completo, sendo uma escolha, há portanto, um ato de
vontade. Apesar dessa possibilidade de escolha, não é possível formatar o modelo
de declaração.
Essa pesquisa tem como tema: Declaração Negocial, visa conhecer a Declaração
negocial.
As relações jurídicas podem ocorrer quando apenas uma das partes manifesta
vontade ou quando há manifestação de vontade de ambas as partes. Como exemplo
de relação jurídica cuja manifestação de vontade é de apenas uma das partes,
pode-se mencionar a relação jurídica tributária.
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2. Negócio jurídico
As relações jurídicas podem ocorrer quando apenas uma das partes manifesta
vontade ou quando há manifestação de vontade de ambas as partes. Como exemplo
de relação jurídica cuja manifestação de vontade é de apenas uma das partes,
pode-se mencionar a relação jurídica tributária. A imposição e cobrança do tributo
não dependem da anuência do contribuinte, mas apenas da atuação do Fisco.
Tendo isso em vista, não é difícil perceber que o negócio jurídico é a espécie de
relação jurídica que depende de declaração de vontade de todas as partes
envolvidas.
O negócio jurídico para tomar sua forma exige o cumprimento de requisitos mínimos,
sendo uma exigência o cumprimento de todos eles, por óbvio, caso contrária padece
o ato de força e de legalidade. Portanto, deve ser bem observado todos os requisitos
legais, para tanto. Não há como definir o tema sem citar Antônio Junqueira de
Azevedo, o qual esgota o tema em questão, com sabedoria, o qual assim
estabelece:
Aqui vale citar um exemplo hipotético para elucidar a importância das etapas
essenciais que o negócio jurídico deve cumprir. Duas pessoas podem de livre e
espontânea vontade13 firmar um contrato de compra e venda de entorpecentes, de
fato, a contratação existe, entretanto, já no campo da validade esta negociação não
terá qualquer reflexo legal, em caso de discussões sobre regras, prazos, qualidade,
pontualidade, ou qualquer outra negociação feita. O negócio jurídico, então, se limita
até a etapa de existência, não sendo um negócio jurídico perfeito, posto que na
esfera de validade ele não preencha os requisitos legais.
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Agora, passando para a etapa de eficácia do negócio jurídico, o qual define sobre
como os efeitos dos resultados queridos pelas partes e como o que foi negociado
surtirá no campo da prática, podendo ocorrer aqui casos de fixação nos negócios
condição suspensiva (sujeito a um evento futuro e certo), encargo (quando há um
ônus a ser cumprido pelo beneficiário), termo (sujeito a um evento certo e futuro).
Com o nome deste requisito propriamente reflete, refere-se aos efeitos e a sua
efetiva externalização no mundo real e no mundo jurídico.
Tais situações que impedem que o negócio jurídico surta seus efeitos, de imediato,
são a exceção, a situação especial a ser estipulada na negociação. A regra, é clara,
se o negócio tem os requisitos de existência e validade, interpreta-se como negócio
jurídico eficaz e perfeito. Aqui, no plano de existência, também temos que ponderar:
Não iremos adentrar neste trabalho nas hipóteses refletivas por Antônio Junqueira
de Azevedo, não enfrentando como desnecessária, mas sim porque não é o foco
deste trabalho.
negociação, por diversos motivos que fazem os efeitos dependerem de algo. Assim,
são, pois, as convenções que impõem limites à vontade das partes, havendo, claro,
limites legais para o seu uso e fixação nas negociações.
Os negócios jurídicos sobre o processo também estarão sob a égide do art. 190 do
CPC62 , assim como os negócios jurídicos processuais. Pela leitura do referido
artigo, podemos entender que o regime é aplicável nos dois casos. Sobre isso,
Câmara (2017), lecciona
Os atos das partes são percebidos como situações que criam, alteram ou dão fim a
uma situação jurídica processual, ou seja, trabalham sua concepção desde a base
até a sua conclusão. Esses atos das partes podem ser subdivididos em atos de
postulação e atos constitutivos. Os atos de postulação são atos que possuem como
finalidade a obtenção de determinado provimento judicial através da análise do caso
por um juiz. Os atos constitutivos são residuais, ou seja, são todos os atos não
englobados na categoria anterior. Essa é uma classificação genérica, mas muito
prática sob o ponto de vista da praticidade.
Apesar de sua característica residual, esses atos possuem objetivo em comum com
os atos de postulação, quais sejam, o de buscar como fim o provimento judicial. São
exemplos a desistência de recurso, desistência do processo.
Superada a parte que trata dos atos das partes, Goldschmidt esmiúça o que
entende pelos atos dos juízes. Cabe aqui nesse momento somente tentar resumir
seu pensamento. Nesse sentido, o autor diz que os principais atos processuais dos
juízes são as decisões (ou resoluções), que por sua vez são manifestações de
vontade visando determinar o que seja justo, de acordo com a lei.
4. Manifestação de vontade
Os contratos podem ser definidos como um acordo de vontade que tem por objetivo
a criação, modificação ou extinção de direitos. Tratam-se, pois, de um modelo de
negócio jurídico bilateral.
Assim, pode-se dizer que não é a vontade propriamente dita que consiste em um
requisito de existência dos negócios jurídicos, mas a sua manifestação.
Por fim, é de se notar que é preciso que a falta de consciência da declaração seja
relevante, isto é, perceptível no próprio ambiente negocial em que se coloque. Em
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outras palavras, a falta de consciência da declaração deve poder ser percebida pelo
declaratário normal e, além disso, deve ter como pressuposto um declarante
discernindo, capaz de entender o sentido da declaração, mas que, simplesmente
não tem consciência de que a está emitindo. Nesse sentido, veja-se o entendimento
da jurisprudência: “I – A falta de consciência da declaração negocial, que previne o
artigo 246º do Código Civil, é aquela que supõe um declarante discernido, capaz de
entender o sentido dela mas que, todavia, se não apercebe (não tem a consciência)
de que a está a emitir.
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5. Conclusão
As relações jurídicas podem ocorrer quando apenas uma das partes manifesta
vontade ou quando há manifestação de vontade de ambas as partes. Como exemplo
de relação jurídica cuja manifestação de vontade é de apenas uma das partes,
pode-se mencionar a relação jurídica tributária. A imposição e cobrança do tributo
não dependem da anuência do contribuinte, mas apenas da atuação do Fisco.
Tendo isso em vista, não é difícil perceber que o negócio jurídico é a espécie de
relação jurídica que depende de declaração de vontade de todas as partes
envolvidas.
6. Referências bibliográficas
AMARAL, Guilherme Rizzo. Comentários às alterações do novo CPC. 2° Edição. São Paulo:
Editora RT, 2016
AZEVEDO, Antonio Junqueira. Negócio jurídico: existência, validade e eficácia. São Paulo:
Saraiva. 2002.
CÂMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2017,
p. 127.
DIDIER JÚNIOR, F. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil,
parte geral e processo de conhecimento, v. 1, 17. ed. Salvador: Podivm, 2015.
JUNIOR, Humberto Theodoro. Dos efeitos do negócio jurídico no novo Código Civil. Revista
da Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais, 2001.