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Tema: Direito No Contexto Das Diferentes Ordens Normativas.

Introdução

Este significado do Estado em relação às normas jurídicas permite hoje traçar claramente as
diferenças entre elas e os outros tipos de normas que ordenam a conduta humana. Quanto às
normas jurídicas, é o Estado que as cria, modifica, derroga e impõe. Todas as outras
categorias de normas aparecem à margem dele e as pressões para as fazer cumprir ou as
consequências do seu não incumprimento não emana do poder público, mas regem outros
caminhos. Todavia, este facto não deve ocultar-nos que as normas jurídicas não são mais do
que um sector de conglomerado de normas que regem a conduta humana e que entre todas
elas existem numerosos pontos de relação, como facilmente se vê ao examinar os usos sociais
e as normas morais e religiosas, para limitarmos às categorias mais importantes.

Ordem moral

A ordem moral é uma ordem de conduta humana dirigida para o bem. As regras morais são
impostas ao homem pela sua própria consciência, de tal modo que o seu incumprimento é
sancionado pela reprovação emanada da sua própria consciência.

Por exemplo: o remorso, o arrependimento.

As regras de ordem moral distinguem – se das regras de direito, através do critério da


coercibilidade, as normas jurídicas são suspeitáveis de aplicação coerciva, enquanto as
normas morais não.

Relação

Na moral como já foi referido a sanção centra-se na consciência consequentemente o


remorso, e nas regras do direito existem também normas que coincidem com a moral tais
como “não matar, não furtar”.

Também existem, entre a moral e a ordem jurídicas, situação de indiferença (despenalização


do aborto em determinadas situações).

Ordem religiosa

Historicamente, a importância da religião (e da magia) foi muito grande nos direitos antigos e
continua a sê-lo nos de raiz não ocidental, como o muçulmano, mas o processo histórico
caminhou irreversivelmente até à clara separação da religião e o direito.
A ordem religiosa tem função de regular as condutas humanas em relação a Deus. As suas
normas têm proveniência divina.

O não cumprimento das normas de ordem religiosa leva a punições extra terrenas, por
exemplo: punições ou castigos depois da morte.

O direito apenas se limita a garantir o livre exercícios da actividade religiosa, sem assumir, o
conteúdo das normas religiosas.

Ora, vejamos a religião não assistida de coercibilidade material e as suas normas apenas
vinculam os crentes – estes, se violarem a ordem, poderão não ganhar o paraíso, ou perder
felicidade perene. O Direito, sabemo-lo repetidamente caracteriza-se pela coercibilidade e
dotado de uma estrutura organizada que impõe e assegura o comprimento das suas normas e
reprime a sua violação.

Ordem de trato social

O homem é um animal social. Para ele, viver é necessariamente conviver.

Por isso, em cada época e em cada meio, existe sempre um conjunto, mais ou menos amplo,
de regras de convivência da própria comunidade, como, por exemplo, as regras jurídicas,
visam assegurar um bom relacionamento entre os seus membros, tornando as relações sociais
mais fluentes.

Podem identifica-se como regras de trato social os usos. Os usos que não são costumem,
naturalmente. E eles podem corresponder a uma moral positivada ou social. Basta que a
fluidez do convívio social passe pela recomendação de práticas reiteradas a que não é alheia
uma conotação ética.

Exemplos‫׃‬

Cumprimentar o vizinho nas escadas do prédio, oferecer lugar a uma senhora mais velha, ou
respeitar a fila de espera na padaria. No entanto, versa-se sob situações do nosso quotidiano.

Por vezes as normas de trato social apenas vigoram em determinados grupos fechados, de
natureza ética, religiosa e cultural, entre outros. Como por exemplo, descalçar-se ao entrar na
casa de um muçulmano.

A Violação de regras do trato social importa a rejeição social ou o afastamento de quem e


social mente indesejado.
Ordem Jurídica

Estas normas provem de uma autoridade com competência legislativa. A ordem jurídica visa
atingir os valores da justiça e segurança.

Portanto, estamos agora em condições de dizer, que apesar do Homem pautar a sua conduta
em conformidade com as várias ordens normativas, apenas ordem jurídica faz parte do
Direito.

E suma todas estas ordens normativas exprimem regras que regulam o comportamento do
Homem em sociedade.

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