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Introdução

No presente trabalho, iremos abordar acerca de Sistemas de normas existentes nas sociedades, o
mesmo é realizado no âmbito da cadeira: Direito desportivo. Tem como objetivo geral
analisar as ordens normativas reais na sociedade, O trabalho reveste-se de alguma relevância,
pós confere uma visão geral sobre o as normas na sociedade, bem como a sua impotência e
funções. A metodologia usada foi a pesquisa bibliográfica em base nos autores.

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Sistemas de normas existentes nas sociedades

Cada conjunto de normas da mesma espécie forma um sistema ou uma ordem normativa. De
acordo com as espécies de normas, são os seguintes os tais sistemas ou as tais ordens
normativas existentes tanto em Moçambique como no resto do mundo:

a) Ordem Normativa Natural - esta ordem normativa compreende as regras ligadas à


natureza humana e que defendem a igualdade, a justiça, o respeito e a honestidade. Trata-se
de um sistema de normas de natureza intra- individual ou intra-subjectiva, na medida em que
actuam ao nível do seu íntimo, ao nível da sua consciência.

O Direito Natural compreende os ideais de justiça e os princípios éticos, que são universais.
Diferentemente do Direito objectivo ou estadual, – que é criação humana e é interindividual ,
o Direito Natural é, como o próprio nome o diz, natural e intrínseco.

Diverge a doutrina sobre se o Direito Natural é universal, imutável e intemporal. Partindo da


ideia de que o Direito Natural assenta na natureza humana e esta é invariável no tempo e no
espaço, defendemos a posição de que o Direito Natural é universal, imutável e intemporal,
pelo que não existe Direito Natural moçambicano nem Direito Natural de hoje diferente do de
ontem.

b) Ordem Normativa Costumeira - é historicamente a mais antiga depois do Direito


Natural e compreende as normas sociais nascidas da prática social, transmitidas de geração
em geração, pela via consuetudinária ou costumeira.

A Ordem Normativa Costumeira dirige-se ao Homem enquanto indivíduo, fixando a sua


conduta no meio social. Ela actua ao nível da consciência e numa perspectiva de dignidade e
solidariedade, visando tornar o homem correcto. Variando de comunidade para comunidade,
a sua violação acarrecta sanções de ordem psicológica.

Existem várias espécies de ordens normativas costumeiras em Moçambique, que são, por
exemplo, a ronga, a changane, a chope, a bitonga, a ndau, a sena, a chuabo, a macua, a
maconde e a ajaua, entre muitas outras.

Enquanto que o Direito têm natureza imperativa, é exteriormente imposto por um poder, os
usos e costumes assentam na obrigatoriedade por convicção.

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c) Ordem Normativa Moral - o conceito de “moral” tem uma dimensão individual e outra
colectiva ou social. Ao falarmos da Ordem Normativa Moral, reportamo-nos ao conjunto de
padrões de valores e de condutas que são dominantes numa determinada sociedade, numa
certa época histórica, que se orientam no sentido “interioridade-exterioridade”, porque aceites
e defendidos pela consciência social.

Trata-se de uma ordem de condutas humanas, porque fixa padrões de comportamento e de


valores culturais individuais, projetando-os para a vida social, daí que se diz que ela tem
natureza intra-subjetiva ou intra-individual, por se reportar à relação da pessoa para consigo
mesma, fazendo um auto-juízo, uma introspecção.

A Ordem Normativa Moral dirige a pessoa para o bem, daí que abrange todos os aspectos
sociais da vida e da convivência humana. É, portanto, uma ordem de consciência com
repercussão social.

d) Ordem Normativa Religiosa - assenta na religião. Apesar da diversidade ou pluralidade


de religiões, cada uma delas com as suas próprias características, todas elas têm de comum o
facto de nelas existirem dois tipos de normas, designadamente as criadas pela Divindade e as
criadas pela hierarquia de cada uma delas. As normas criadas pela Divindade são uma
emanação do poder celeste e regem as relações entre o Homem e o Sagrado, pelo que a sua
violação é sancionada depois da morte, segundo a tese religiosa.

As normas criadas pela hierarquia religiosa são para reger as relações entre os crentes, sendo
a sua violação sancionada na terra.

A Ordem Normativa Religiosa dirige-se ao Homem enquanto crente, visando torná-lo santo,
daí que só fixa deveres para com o Ser Supremo e para com o próximo e daí que, como
ordem de fé, é transcendental.

Como ordem de transcendência, assenta na fé e não é dotada de coercibilidade material, pois,


as suas sanções são extraterrenas.

Porque abrange as normas reguladoras das relações entre os crentes e o Ser Supremo e
intressa também as normas reguladoras das relações entre os crentes, a ordem religiosa é
essencialmente intra-subjectiva ou interna, mas comporta aspectos de intersubjectividade,
influindo assim na ordenação social embora não tenha isso como função, daí que se diz que
ela é intra-individual mas com repercussão social.

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e) Ordem Normativa de Trato Social - esta ordem normativa compreende as normas de
polidez ou de boas maneiras que são aceites e aplicadas por cada extracto social, portanto,
integra as regras de civismo no contexto de cada extracto social.

As normas de trato social variam de extracto para extracto, de círculo para círculo e não são
essenciais à sobrevivência da comunidade embora contribuam para padronizar
comportamentos, atenuar as tensões, assegurar um bom relacionamento entre os membros e
facilitar ou tornar mais fluentes as relações sociais.

Do mesmo modo, a Ordem Normativa de Trato Social não é essencial para a sobrevivência
da sociedade, mas ao padronizar as condutas individuais e assegurar um bom relacionamento
entre os que nela acreditam, atenua as tensões sociais e facilita as relações humanas.

Enquanto que o Direito vincula todos os membros da sociedade e é dotado de coercibilidade


material e orgânica, as normas de trato social só vinculam os membros do extracto que as
aceita, daí que a sua coercibilidade é psíquica e inorgânica, consistindo no evitamento social,
má reputação do infectar ou remorso deste.

f) Ordem Normativa Jurídica - vamos agora proceder à caracterização da ordem jurídica,


depois de ter feito a caracterização das outras ordens normativas.

O que é caracterizar a ordem jurídica? É, como sucedeu com cada uma das outras ordens,
traçar o seu perfil, ou seja, identificar e apresentar os aspectos que a singularizam e a
distinguem das outras ordens normativas.

Ora, para caracterizar a ordem jurídica precisamos de retomar o conceito de ordem


normativa.

A ordem normativa é um fenómeno universal, no sentido de que ela existe onde há Homens,
onde há sociedade, uma vez que os Homens vivem sempre em sociedade: ubi homo ibi
societas.

Mas esta ordem normativa, embora universal, não é um fenómeno unitário, não se manifesta
de forma constante em todo o mundo. Não há, portanto, à excepção do Direito Natural, uma
ordem normativa universalmente válida, única para toda a gente, para todo o mundo, há sim,
uma pluralidade de ordens normativas que existem no tempo e no espaço, como sejam: i) o
Direito Natural; ii) a ordem costumeira ou ordem normativa costumeira; iii) a ordem moral

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ou ordem normativa moral; iv) a ordem religiosa ou ordem normativa religiosa; v) a ordem
de trato social ou ordem normativa de trato social; vi) a ordem jurídica ou ordem normativa

Conclusão

Feito o trabalho concluímos que as relações sociais quaisquer contactos entre os Homens no
seu dia-a-dia. A ordem social é a sociedade e compreende o ser e o dever ser. O ser são as
atividades, o que somos e fazemos. O dever ser são as regras, o que queremos ser. Estas
expressões latinas significam que onde está o Homem há sociedade, onde há sociedade há
Direito, portanto, onde está o Homem há Direito.

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