Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A palavra direito tem uma definição polissémica mas nesta disciplina vamos abordar o direito como
um conjunto de normas que regulam a sociedade, esta não é a definição completa, é demasiado
abrangente, mas para já é aquilo que temos.
O direito é um fenómeno humano uma vez que as normas (as leis) destinam-se aos seres humanos e
não aos animais.
As normas podem ser ainda caracterizadas pela sua Alteridade: têm a ver com a relação do ser
humano com o outro e visam a regulação da convivência que resulta do ser humano e da vida em
sociedade.
Ordem natural/ordem de necessidade: leis que não são alteráveis, como: “dois átomos de hidrogénio e
um de oxigénio fazem água”, quando as leis da ordem natural não se verificam, ficam obsoletas e são
por isso corrigidas/ substituídas.
Ordem lógica e a ordem técnica apesar de serem criações humanas são precisas (precisão) já as leis
também uma criação humana pertencem ao Âmbito da ordem social, são violáveis pressupõem a
liberdade e a vontade do ser humano, as normas pertencem ao dever ser (forma de como se devem
comportar).
Já dentro das ciências sociais temos dois componentes dentro da ordem social:
Fáctica: Estudo da conduta humana mas não pretender a sua regulação, mas sim apensas a sua
descrição: sociologia, economia, antropologia.
Normas morais
Normas jurídicas
Normas religiosas
As normas são impostas por instituições, dentro das instituições as normas são vistas como padrões
de comportamentos idealizados, cujo não cumprimento leva à sanção do foro social.
No entanto, só se tornam instituições setores da vida social com valor estratégico para a sociedade,
como a família a relgião etc, instituições servem para tirar pressão da pessoa individual de ter de fazer
escolhas, aquilo que é considerado correto dentro da instituição passa então para jurisdição, sendo aí
absorvidas pelo direito.
(batista machado)
14 de dezembro também não temos aula, das duas às quatro numa quarta feira vamos repor estas duas
aulas.
19/9/2023
A que é que atendemos? Por onde começamos? Como moldamos o nosso raciocínio
EMPIRISMO SÉC 19
Defesa de que as normas jurídicas resultam, (todo o direito) resulta de padrões fácticos de conduta
que são identificados pela vivência em sociedade.
Teoria da força normativa dos factos (Batista Machado): todo o direito resulta de condutas
socialmente generalizadas
Estamos todos de acordo que a pressão social, que os destinatários da norma, têm de
aceitar a norma.
Mas é criadora de normas jurídicas por si? Eu julgo que não. (as condutas geralmente aceites,
criam a necessidade de legislar, associada à conduta generalizada, é necessário que a convicção
social seja a conduta correta)
A opinião pública, tem valor, no entanto por si só não garante a mudança judicial.
Por isso é que o direito é mais que uma ciência dos factos sociais, é uma ciência do dever
ser.
NORMAS MORAIS:
Maior dificuldade de distinção entre as normas jurídicas.
Movimentos normativos de difícil delimitação, códigos de conduta por determinados setores.
Fronteira entre o direito e a mora é muito difícil.
Normas morais dirigem se ao aperfeiçoamento da pessoa dirigindo-a para o Bem, o Bem está para a
moral tal como a justiça está para o direito.
Partilham com as normas religiosas a Intra individualidade, dizem respeito ao íntimo do homem,
dirigem-se à consciência de cada individuo, à consciência de cada um, não significa que não tenham
uma enorme componente social na medida em que o aperfeiçoamento de cada individuo se promove
na relação com os outros.
Dimensão social muito forte, uma vez que o aperfeiçoamento se consegue através nas relações em
sociedade.
EXEMPLO:
Não matar: norma moral norma religiosa e norma (de direito).
(The purge)
Contrário à empatia humana, infligir sofrimento ao outro.
(LER THE ECONOMIST) ESG: Environment social Governance. Três padrões de condutas dos ODS
(objetivos de desenvolvimento sustentável)
(jurista de Harvard amiguinhos pesquisar o homemzinho)
Estamos a movimentar-nos da moral para o direito.
As normas jurídicas podem ser moralmente neutras? Os prazos,: prazos para resposta judicial, etc são
despojadas de controlo moral, conduzir pela direita ou pela esquerda, é algo moralmente neutro,
capacetes azuis etc.
Normas jurídicas que em determinados contextos podem resultar em comportamentos contrários à
moral: pena de morte. Serviço militar obrigatório.
Quando a questão do mínimo ético falha é uma relação de círculos concêntricos. Quase todo o direito
é moral mas a área da moral que não tem relevância, e da área do direito neutra ou contrária à moral,
estão fora desse centro.
Há normas jurídicas que não são normas morais, não têm relevância moral, e o contrário também se
verifica.
Heteronomia: O direito é uma criação exterior ao sujeito, enquanto a moral é uma criação do próprio
sujeito.
Há uma moral socialmente dominante, quando fugimos desse padrão temos consciência de que
estamos a fugir dela.
A criação moral é heterónoma, é também ela social daí resultando aquilo que se designa por moral
dominante, o que não significa que em períodos difíceis não seja difícil identificar a moral dominante.
Coercibilidade: As normas jurídicas são dotadas de coercibilidade e as normas morais não.
As normas jurídicas são as únicas que são dotadas de coercibilidade.
No entanto há normas jurídicas que não são dotadas de coercibilidade, não é verdadeiro que todas
gozem de coercibilidade.
Exterioridade: na versão mais pura deste critério as normas morais incidem sobre a interioridade do
ato enquanto o direito atende ao ato externamente manifestado, para a moral aquilo que interessa é o
lado interno da conduta, para o direito só interessaria o lado externo da conduta.
No entanto a exterioridade não se verifica sempre, falha quanto ao direito.
O exemplo da legítima defesa, tem intenção de matar ou não tem intenção de matar é o que diferencia
homicídio de uma ofensa à autoridade física com resultado agravado.
É igual querer matar alguém e eu efetivamente matar alguém? Não, é claro que não amigos e família.
O critério da exterioridade é verdadeiro se for entendido como ponto de partida, para o direito o ponto
de partida é a conduta, sem conduta não há intervenção do direito, o ponto de partida para a moral é a
intensão.
Como se relacionam as normas jurídicas das normas morais? Todos os critérios são de certo modo
verdadeiros. É verdade que o direito parte do exterior.
Crescentemente, com a soft law (quase direito cujo valor normativo é limitado, despojadas de
coercibilidade, adesão voluntária que regulam matérias com dignidade jurídica, mas a cujo
cumprimento não vem associado a característica da coercibilidade estatal, fronteira entre o direito e a
moral, o unidroit por exemplo.), é cada vez mais difícil em determinados momentos distinguir a
moralidade das normas jurídica, os códigos de conduta estão a esbater as fronteiras entre este dois
tipo de lógicas.
O principio fundamental de distinção entre estes dois tipos de normas : não litigância/ não
beligerância
No entanto, o artigo oitavo do código civil nº2, “o dever da obediência à lei não pode ser afastado por
ser injusto ou imoral”
O direito deve evitar sempre que possível o a fractura com a moral, não deve ser axiologicamente
neutro, mas no limite o direito tem de prevalecer, e não podemos deixar de aplicar a lei para abrir
inúmeras exceções.
ORDEM JURIDICA:
Vamos falar de ordem jurídica, não existe uma noção única de ordem jurídica para as orientações
normativistas a ordem jurídica corresponde ao aglomerado, de normas jurídicas existentes numa dada
sociedade num dado momento histórico.
Esta definição peca porque a ordem jurídica é mais do que um aglomerado, não identifica, não revela
que o direito é mais que uma soma de normas jurídicas, a noção usada na aula vai ser a noção de
Cabral de Moncada.
Para Cabral de Moncada “A ordem jurídica corresponde a um conjunto de normas princípios
instituições e institutos jurídicos (direito positivo) trabalhados pela especulação cientifica (ciência
jurídica)”
A palavra direito é utilizada normalmente com três sentidos direitos, como sinónimo de ciência
jurídica, a ciência que estuda a ordem normativa segundo um método próprio, também como surge
como sinónimo de direito objetivo, direito objetivo é sinónimo de ordem jurídica (ali em cima),
direito em sentido subjetivo poder ou faculdade de que se encontra investido um dado sujeito
jurídico.
Características da ordem jurídica: