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Introdução ao Estudo do Direito

1ª Semana
Aula 1 18/08/2023
O Estado só pode impor leis até onde exercer a soberania.

As normas/leis não são adquiridas.

Se estivermos num local isolado e o Estado não conseguir chegar até nós, a lei nacional não se
pode aplicar.

Como se fazem as leis?

 Vivemos numa democracia de tipo ocidental


 Princípio do Voto Universal
 Nas eleições europeias e locais um estrangeiro com autorização de residência pode
inscrever-se nos cadernos eleitorais
NOTA: As normas têm um tempo e um ano de vigência visto que a lei evolui ao longo do
tempo no mesmo local

Quais são os princípios da democracia?

 Igualdade (é fundamental no ordenamento jurídico - as leis devem ser aplicadas de


igual modo para todos)
 Liberdade (autonomia)
 Responsabilidade
 Solidariedade (a obrigação de prestar especial atenção aos mais fragilizados/com mais
necessidades)

 O princípio da igualdade não consegue ser aplicado sem o princípio da liberdade.

Qual é o valor do Direito?

R: o valor é atingir a justiça!

Para atingirem a justiça os indivíduos recorrem ao tribunal, o problema é que há varias


concessões de justiça.

Para que servem as leis?

As leis são um instrumento mediador entre os princípios básicos e um eventual conflito no dia
a dia. O problema é que não há uma só solução.

Só que as leis não valem por si só. Quem decide o litígio é o juíz.

Se não houver uma solução jurídica estamos perante uma lacuna.

O que são normas?

A norma é uma forma que o Direito encontrou para solucionar casos concretos.
Por mais claro que seja a lei nem todos a entendem da mesma forma!

Aula 2 21/09/2023

NOTA: ler Introdução ao Direito e ao Discurso Legitimador


 Como é que o nós aprendemos a regra do comportamento?
 O caráter cultural do Direito.

Exemplo da Ilha: trocamos opiniões (cada um é livre de o fazer, valorizando a opinião de todos)
 Valor: geralmente tomamos uma decisão de acordo com a maioria.
ou
 Utilizamos a lei da força (o mais forte vence).
 É difícil de haver unanimidade (quando isso acontece denomina-se revolta passiva).
 Os chefes podem criar uma punição (tem que haver limites que não podem ser
ultrapassados). Nesse momento há justiça ou falta dela.
 Há o reconhecimento de determinados valores, isto é, de princípios básicos: Igualdade
(a opinião de todos vale o mesmo), liberdade (cada um é livre de expressar a sua
opinião), e solidariedade (repartição dos bens escassos). Estes princípios básicos
devem ser tomados em consideração no estabelecimento de regras.
 As normas preveem os litígios que irão surgir.
 O nosso conceito de Direito assenta no que se chama a jurisprudência dos princípios.
Todas as normas são baseadas nos princípios fundamentais do Direito.

Para que serve o Direito?

 O Direito não é um fim, é um meio a utilizar para atingir um fim.


 O Direito serve para evitar ou resolver o mais pacificamente possível os conflitos que
surgem dentro das comunidades humanas (pessoas ou Estados). O facto de vivermos
em comunidade e o Homem ser um animal sociável, pode ser potenciador de
eventuais conflitos.
 A vida em sociedade seria impossível sem o Direito.
 É necessário organização para vivermos de forma pacífica.

Funções do Direito

 Função ordenadora: o Homem é livre e autónomo, porém, não pode incomodar a


liberdade do outro.
Exemplo: automóveis (prioridade ao direito, é obrigatório ceder a passagem).
A limitação da liberdade através da criação de normas é necessária. A minha liberdade é
limitada tanto quanto for necessário.
 Função estabilizadora: dá-se a criação de segurança e de certeza. Tem que haver
estabilidade. O direito cria uma previsibilidade. A certeza de que os outros irão
cumprir as normas dá-me certeza e segurança. A maior parte das nossas escolhas são
temporárias ou permanentes.
 A dignidade da pessoa humana é garantida na Declaração Universal dos Direitos do
Homem e do Cidadão.
 Os valores mudam de acordo com o tempo e o local.
 A constituição está no topo da hierarquia das leis, mas não é tudo.
 Função conformadora: intervir na sociedade, dar-lhe um caminho que a sociedade
deve seguir. O legislador obriga a sociedade em evoluir em determinado sentido. O
mesmo força a sociedade a ir por um caminho que por si só ela não iria.
Exemplo: um legislador cria normas para sermos mais amigos do ambiente.
Exemplo 2: o valor dos cigarros foi artificialmente aumentado para que as pessoas deixassem
de fumar.

Valores extralegais ou supra positivos

 Valores extralegais ou supra positivos: são valores que estão para além da lei (ex: a
escravatura nega os valores básicos, mas não está patente na lei). Porém, o facto de
não estar escrito não significa que seja permitido.
 Há mais valores na nossa sociedade para além do Direito (valor da amizade, vizinhança
etc…).
 Existem, então, valores jurídicos e valores não jurídicos.
Exemplo: caso várias pessoas morram à fome e seja a escravatura seja permitida pelo
parlamento para que essas pessoas possam sobreviver, essa lei seria injusta (inconstitucional),
uma vez que priva os outros da sua liberdade.
 Um conflito não tem apenas uma forma de ser resolvido, a solução tem haver com a
ideologia do partido político escolhido.
 O legislador é o mediador e essa categoria de conflito.
 Através das escolhas é possível ver as suas ideologias.

LEITURA PRÉVIA

1. Necessidade "original" das instituições (perspectiva antropológica)

 O homem necessita de criar instituições coordenadas que lhes permitam encontrar um


rumo e uma definição de si próprios face ao caos dos seus impulsos.
 Assim, o organismo humano tem os seus meios biológicos necessários para
proporcionar estabilidade à sua conduta.
 O modo de incompletude e abertura estão relacionados um com o outro.
 É na fase do desenvolvimento fetal, a fase extremamente plástica, que o organismo
humano entra em contacto com o ambiente e interrelaciona-se com ele num processo
de aprendizagem com um grande valor a nível ontogenético.
 O processo do nascimento produz-se na interação com o ambiente e num estado de
exposição a esse ambiente.
 O ser humano é um ser de aprendizagem.
 A um dado momento, encontramo-nos numa relativa clausura pela ordem social em
que encontramos a nossa definição.
 O homem está envolvido em dois ambientes:
 Ambiente físico
 Ambiente cultural
 Cultura - totalidade dos objetos criados pelo homem, regras, expectativas, padrões de
conduta e interação, atitudes e crenças que constituem um meio ambiente (a maioria
dele simbólico) construído pelo homem.
 Sendo ontogeneticamente inacabado, o ser humano está exposto ao caos. Daí a
necessidade da criação de instituições.
 Instituições- servem de base a um consenso sobre o certo e o errado, sobre o justo e o
injusto, sobre o que vale e o que não vale, garantindo assim a segurança nas relações
entre os homens, ao mesmo tempo que se encontram e definem-se num contexto ou
universo significativo.
 Os instintos não determinam o homem. Cada cultura define uma multiplicidade dos
modos de conduta humana possíveis e define os seus padrões de conduta.
Estes padrões culturais de conduta ou instituições são uma libertação para o indivíduo,
assim, na tomada de decisões.
 A participação do homem na criação de si mesmo deve ser feita de forma livre e
responsável.

2. As instituições da vida quotidiana

 A existência humana desenvolve-se num contexto de ordem, direção e estabilidade.


Assim, elaboramos o s nossos planos devida.
 O mundo é intersubjetivo, isto é. Nós partilhamo-lo com os outros (interação social).
 Nós representamos "papéis" no teatro da vida: o pai, a mãe, o professor, o colega, o
polícia etc…
 Na vida quotidiana, deparamo-nos com ações que se conformam com certos modelos
ou regras de conduta.
 Cada um no seu papel , age segundo as regras próprias da sua função, de acordo com a
sua posição.
 A ordem ou regularidade social depende disso.
 Nós aprendemos a comportarmo-nos segundo regras que têm a sua fonte na
sociedade e na história.
 Os modos de pensar e as maneiras de agir ou normas incorporadas nas instituições da
sociedade regem os comportamentos dos membros da sociedade.

NOTA: o homem é incapaz de levar uma existência significativa isolado das construções
nómicas (normativas) da sociedade.

 A humanidade está ligada á sociabilidade: desde que haja fenómenos especificamente


humanos estamos inseridos numa ordem social.
 A nossa identidade pessoal é produto da nossa inserção numa ordem institucional
dentro da qual o nosso eu ganha contornos, se define e se referência.

3. O Direito como parte integrante da realidade social

 Entramos diariamente em contacto com o Direito pois observamos diversas normas


jurídicas: ao conduzir uma viatura, ao entrar num autocarro, ao comprar um objeto
etc…
 li
 Observamos também uma grande variedade de normas de conduta (modos de saudar,
hábitos alimentares, relações que estabelecemos com as pessoas), que não são
normas jurídicas.
 Estamos envolvidos por uma ordem social já existente. Os indivíduos adaptam-se a
estruturas de ordem ou padrões de comportamento que os envolvem e em certo
sentido os dirigem em todas as relações sociais.
 O Direito, a ordem jurídica, é uma parte integrante da ordem social global. Esta
participa da ordem social global e é co-constitutiva dela.

ESTRUTURA ESTRATIFICADA DO MUNDO

 Litosfera - domínio da natureza inorgânica.


 Biosfera - setor ou mundo dos seres vivos.
 Esfera do ser psíquico - limitado a certo setor vital do homem e de certas espécies
animais superiores.
 Noosfera - esfera do ser espiritual, como esfera interpessoal vinculante ou como
conexão supra-pessoal dentro do grupo humano que transcende os indivíduos e os
vincula entre si formando uma "comunidade espiritual" e adquirindo "consciência
coletiva".
 O social e o jurídico pertencem à noosfera já que lá se situam as instituições de
convivência humana, isto é, relações com caráter estável que ligam e vinculam as
pessoas.
 Todas as relações sociais só podem classificar-se como sociais na medida em que são
informadas por regras cujo significado transcende o indivíduo.

4. A realidade social como realidade de ordem e como forma de vida

 A realidade social é uma realidade de ordem.


 A realidade social não existem sem normas e representa qualquer coisa muito
diferente de uma simples "unidade" de agregação".
 Uma sociedade é uma unidade de ordem, é caracterizada por normas que lhe dão
coerência e estrutura interna.
 A sociedade também é a forma de vida social-humana.
 Esta forma de vida é necessária ao homem por natureza, sendo essencial á construção
da sua humanidade.
 O homem é chamado a participar criativamente e a arriscar estando sujeito ao
fracasso.

5. Noção de Instituição

 Estabelecer ou ordenar alguma coisa está ligado ao significado da palavra constituição.


 Obra instituída - complexo de elementos pessoais e materiais organizados, com leis,
regulamentos (estatutos) próprios, em ordem a um determinado fim.
 Em linguagem jurídica, instituição, significa complexos normativos que se reúnem à
volta de princípios comuns e regulamentam um determinado tipo de relações sociais
(ou um determinado fenómeno social). Ou então, designa a realidade social que está
na base de tais relações.
Exemplo: o matrimónio, a família e a propriedade são instituições.
 A palavra instituto também serve para designar locais ou centros onde determinadas
atividades se processam por uma forma organizada.
 Também podem designar os procedimentos legais ou consuetudinários (tradicionais)
ligados às organizações políticas e sociais dos povos, marcando o seu estilo de vida.
 A institucionalização dá-se na tradução dos elementos culturais (valores, ideias,
símbolos), que têm um carácter geral, em normas de ação, em "papéis", em grupos
que exercem um controlo direto e imediato sobre a ação e a interação dos membros
de uma coletividade.
Exemplo: a justiça institucionaliza-se no juiz, no aparelho judiciário, no corpo de leis.
 O sistema social não pode existir sem o sistema cultural e vice-versa.
 Este é o aparelho simbólico que inspira toda a ação social.
 A instituição é o resultado da institucionalização.
 Eisenstadt - instituição - princípios regulativos que, numa sociedade, organizam a
maioria das atividades dos indivíduos, segundo formas ou padrões organizacionais
definidos, tendo em vista alguns problemas básicos e permanentes de qualquer
sociedade ou vida social ordenada.
1º os padrões de conduta regulados pelas instituições referem-se a problemas básicos e
permanentes da sociedade.
2º as instituições envolvem a regulamentação da conduta dos indivíduos na sociedade de
acordo com os modelos definidos.
3º Os modelos implicam a regulamentação normativa definida, isto é, uma regulamentação
 Hauriou - instituição - uma ideia de obra ou de empresa que se realiza e dura num
ambiente social.
 Burdeau - empresa ao serviço de uma ideia, organizadda de tal modo que, achando-se
incorporada na empresa, esta dispõe de uma duração e de um poder superiores aos
indivíduos por intermédio dos quais atua.
 Émilie Durkheim - a instituição serve para assegurar a objetividade do acontecer social
face às motivações subjetivas ou individuais. A ordem institucional exerce pressão
sobre os indivíduos. O social é algo que se impõe ao indivíduo.

6. Os papéis institucionalizados

 A ordem institucional é representada, é mediatizada e adquire presença real na


experiência de indivíduos (existe ou é vigente) através dos "papéis" encarnados pelos
atores sociais.
 A criação de tipos de papéis é necessária à institucionalização do comportamento.
 Quando os indivíduos desempenham papéis, participam num mundo social objetivado
e inserem-se num contexto social mais amplo em que o papel desempenhado por cada
um deles está correlacionado com os outros "papéis", desempenhados por outros
indivíduos
Exemplo: o indivíduo que julga em tribunal está a desempenhar o papel de juiz. Ele age
conforme um conjunto de normas, valores e atitudes de um juiz.
Ele está também correlacionado com o papel de réu, entre outras.
 Estes "papéis" de representação simbólica da ordem institucional global situam-se
quase sempre no setor das instituições políticas ou no das instituições religiosas.

7. Principais áreas institucionais

 Nem todos os setores de atividade estão institucionalizados.


 Em certas áreas da vida socia pode verificar-se um desinstitucionalização.
Instituições
Família e do parentesco - os princípios institucionais convergem sobre a regulamentação de
relações de procriação e relações de sangue entre indivíduos, assim como sobe a socialização.
Educação - socialização dos jovens e a sua transformação em cidadãos, transmitindo a
herança cultural de geração em geração.
Económica - regulam a produção, distribuição e consumo de bens e serviços da sociedade.
Política - controlam o uso da força dentro da sociedade
Culturais- promoção de condições que facilitam a criação e conservação de artefatos culturais
distribuindo esses "bens" culturais entre os vários grupos da sociedade.

TIPOS DE INSTITUIÇÕES

1º instituições familiares - casamento, filiação, poder paternal etc…


2º instituições educativas
3º instituições económicas - contratos, propriedade, associações profissionais, sociedades,
câmaras de comércio, associações industriais etc…
4º instituições políticas - Estado, assembleia legislativa, governo, tribunais, prisões, exército
etc…
5º instituições culturais - museus, academias, universidades, centros de investigação

8. Funções das instituições


 As instituições e as organizações sociais ajudam a sociedade a existir e subsistir uma
vez que esta precisa de resolver certos problemas básicos.

Funções da ordem institucional: função da estabilidade normativa e função da integração

 Função de estabilidade normativa: assegura que os valores da sociedade são


conhecidos e que as pessoas os interiorizem até os aceitarem, se conformarem às suas
exigências e serem motivados por eles.
Aqui intervém a família e os estabelecimentos de educação e de ensino.
 Função da integração: assegura a necessária coordenação entre as diferentes partes
ou unidades do sistema social, principalmente o que se refere à sua contribuição para
a organização e para o funcionamento do conjunto.
 As instituições também é a definição e a prossecução dos objetivos do sistema social e
de cada um dos constituintes.
 A função estabilizadora e integradora têm um papel fundamental tanto na vida da
sociedade como na vida do indivíduo.
 As mesmas regulam a sua vida e encaminham-no para o exercício de papéis e rotinas
deixando-o mais livre.
 Podemos fazer planos baseados em expetativas seguras já que as instituições regulam
todos os comportamentos.
 Dão uma identidade socialmente reconhecida e estável podendo possuir uma
personalidade coerente.
 Ao adquirirem historicidade as instituições reforçam a sua objetividade. Contudo, por
mais maciça que pareça, esta objetividade foi construída pelo homem.
 O homem e o mundo social têm uma relação dialética. Este processo é extremamente
importante.
9. A conduta humana como conduta significativa (caráter simbólico das relações sociais).

 Nós inter-relacionamo-nos porque as nossas ações e manifestações obedecem a


regras tornando-se intelegíveis. Sendo assim, os nossos gestos, atitudes, palavras,
frases etc… têm significado no contexto dos papéis que desempenhamos.
 Inter-relacionarmo-nos é participar na representação de uma peça juntamente com os
outros atores que entendem o nosso papel e sabem as "deixas" que lhes cabem no
desempenho dos seus papéis.
 As normas regem ou orientam esses diálogos ou atuações dando-lhes um significado.
 As ideias ou valores do universo simbólico ganham positividade ou vigência histórico-
social.
Vigência - forma de existência da ideia valorativa.
Positivação - diz o que vale e o que não vale, o que é correto e incorreto.
 A institucionalização é o fundamento para a construção social da realidade.

10. O normativo como constituinte social do indivíduo

 Todo o social é normativo e todo o normativo é social.


 A conduta significativa é uma conduta regida por regras sendo estas regras de origem
social.
 Uma conduta pode ser uma simples resposta a estímulos físicos ou fisiológicos ou a
manifestação mecância de um habito ou propensão adquirida para agir de certa forma
em face de certos estímulos. Assim, não é uma conduta específicamente humana ou
uma conduta significativa.
 Os princípios, preceitos ou regras derivam o seu sentido do contexto da atividade
humana em que são observados. Eles nascem da interação humana.
 A regra tradicional tem que ser aprendida num sentido muito diferente daquele por
que um hábito é adquirido. Apropriar-se de uma regra habitual de conduta e adquirir
um hábito são coisas diferentes.
 Ao adquirir o hábito, adquire uma forma de aplicar um critério visto que não aprendeu
meramente a copiar os gestos e atitudes que viu fazer, mas tornou-se capaz de
entender a forma certa de fazer as coisas.
 A conduta significativa é social porque só pode ser significativa se for regida por
normas e as normas pressupõem um contexto social.
 Para serem factos de caráter social necessitam de pertencer a uma forma de vida,
onde o princípio organizativo é de natureza normativa: constituído por normas.

Aula 3 25/09/2023

Função estabilizadora

 O direito considera que somos senhores do nosso destino. A vida é permanentemente


feita de escolhas. Contudo, há limites a essa liberdade uma vez que não podemos
restringir a liberdade dos outros.
 Sendo assim, o preço a pagar é a responsabilidade.
 Para tomar decisões precisamos de expectativa de que as coisas irão correr bem. Tem
que haver expectativa que a lei não muda para poderem fazer contratos duradouros,
dando garantia às pessoas para fazer planos a médio ou a longo prazo.

Relação entre o Direito e a coação

 A coação é o exercício de uma força/uma sanção para alguém que viola uma norma.
 O Direito precisa da coação ou a coação é uma consequência do Direito?
Resposta: Há quem defenda as duas coisas.
 O direito é uma forma específica da ordenação da sociedade. Orienta-se pelo bem
maior, isto é, a justiça.
 Se o exercício da coação não validar o exercício da justiça então é aplicada a lei da
força.
 A coação deve ser: institucionalizada, proporcional e legitimada.
Institucionalizada - o exercício da coação está entregue ao monopólio do Estado. Só o Estado
tem legitimidade para impor sansões a quem quebra as normas.
 A autotutela é proibida. Nós não podemos impor sanções.
Legitimada - tem que estar previamente prevista na lei,
 É importante para a noção de Direito que as normas estejam em vigor - direito positivo
 Para que o direito seja respeitado e seguido por todos tem que haver uma coação para
os infratores.
 O poder político é exercido segundo a vontade do povo.
 Contudo, não é o facto de sermos maioria que todas as nossa decisões são
legitimadas. Isso não é garantido.
 O Tribunal Constitucional tem permissão de aferir se as normas estão de acordo com a
Constituição.
 Quando o governo aprova uma lei presume-se que a lei esteja de acordo com a
constituição. Só que se a lei for inconstitucional não pode ser aplicada.
 É sim possível haver normas injustas.
 A maior fonte do direito é estadual. Há um conjunto de normas jurídicas que não
provêm do Estado - origem não estadual (Artigo 405º CC).
 Um contrato é uma fonte de direitos e de obrigações (transferência do direito de
propriedade). Nós celebramos contratos todos os dias e a sua grande maioria não têm
fonte estadual.
 Há normas jurídicas que têm origem em relações jurídicas entre Estados.
 Muitas normas do Direito internacional Público provêm do costume.

LEITURA PRÉVIA

 As instituições são sociais (fazem parte da sociedade).


 Os nossos padrões de comportamento social são nos incutidos através das instituições.
O seu papel é permitir que as pessoas ganhem competências que têm que ter ao nível
de cada instituição.
 Dentro de cada instituição não temos todos o mesmo papel.
 A missão das instituições é integrar cada um de nós num papel que vamos
desempenhar na instituição.
 Isto permite que a sociedade funcione. Há uma ordem social que exige regras.
 O Direito pertence à cultura do papel das instituições resulta para a nossa vida uma
estabilidade. Podemos fazer largos planos visto que as leis irão mudar devagar e
pouco.
 A partir do momento em que começamos a interiorizar o nosso papel ganhamos
hábitos reflexos.
 O facto de termos interiorizados liberta a mente. Contudo, ao longo da história isso
evolui. Essas normas que nascem de dentro de cada instituição adaptam-se à
modificação da sociedade.
 Não somos seres sociáveis por acaso mas viver em sociedade não é o fim último. O fim
último é a realização pessoal.
 Para vivermos em sociedade tem que haver regras (as instituições não podem abdicar
disso).
 Quando estamos sozinhos não precisamos do Direito para nada.
 A pluralidade implica a existência de regras.
 O Direito atua através de normas. Essas normas sendo uma instituição adaptam-se à
sociedade.
 As normas têm que estar o mais de acordo com o espaço e o tempo - estão socio
geograficamente condicionadas.
 Uma das principais funções das instituições é criar estabilidade.
 O valor do direito: segurança, certeza, estabilidade jurídica.
 Ás vezes isso entra em conflito com a justiça (que é hierarquicamente superior ao da
segurança, certeza e estabilidade).
 Porém, nem sempre é assim.
 Há vezes em que o legislador precisa de sacrificar a justiça em prol da segurança, da
certeza e da estabilidade (exemplo: a lei da maioridade não é possível deter que todos
os jovens aos 18 já possuem capacidade de exercício).
 A prescrição e a caducidade são efeitos da passagem do tempo. Onde certos direitos
subjetivos podem prescrever ou caducar.
 No caso da prescrição, há um enfraquecimento do direito. Significa que o titular do
direito perde a oportunidade de ir ao tribunal para denunciar alguém que não respeita
esse direito. Pode já não contar com a ajuda do tribunal.
 Obrigação civil - o cumprimento é exigido judicialmente.
 Obrigação natural - o cumprimento não é exigido judicialmente.
 O prazo normal da prescrição é de 20 anos (embora haja vários prazos).
 Uma das formas de evitar a prescrição é fazer exigência,
 O que faz a prescrição é a omissão do credor ao não exigir ao devedor o pagamento.
 Se o credor faz nascer no devedor expectativa de esquecimento é legitimo que o
devedor não pague.
 Nem todos os países aceitam a competência do tribunal internacional.
 A caducidade extingue o direito.
 Caso em que tenho um direito protestativo (são exercidos durante um certo tempo. Se
não for exercido pode ser caducado).
Exemplo: demissão por justa causa onde o patrão tem um prazo por 30 dias para despedir.
Exemplo: Se o inquilino não paga a renda durante 6 meses mas depois recupera e paga todas
as rendas o senhorio já não tem o direito de expulsar por já terem passado 2 anos).
Exemplo: obras não autorizadas, o senhorio já não pode despejá-lo passado um ano (pode
obrigar a pagar indemnização).
 São decisões que promovem a certeza, a segurança e a estabilidade mas contrariam a
solução justa.
 Caso-julgado- a sentença pode julgar 2 delas. Um deles pode se julgado em tribunal.
 Sentença transferida em julgado ou definida - é uma sentença que não é suscetível de
recurso ordinário.
 Instituto do caso-julgado - se uma pessoa for julgada duas vezes pelo mesmo facto já
não pode ser julgada mais vezes. É então absolvida.
 Mesmo que hajam provas mais tarde o Ministério Público já não pode fazer nada.
 O Direito tem que se conhecido (cognoscível). Para isso, a lei tem de ser publicada e
dada a conhecer aos indivíduos podem cumprir a lei antes dela ser publicada.
 Princípio da retroatividade - A lei só vale para efeitos futuros. As leis não podem ter
efeitos para o passado.

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