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APONTAMENTOS DE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

A IDEIA GERAL DO DIREITO

Natureza Social do Homem.

A análise do comportamento dos seres humanos conduz – nos a reconhecer que estes são
dotados de uma natureza eminentemente social. Mostra – nos a observação que o homem, ao
contrário da grande maioria das espécies, não vive isoladamente, mas em sociedade. Nele, a
tendência para se agrupar com o seu semelhante tem carácter instintivo; e se é certo que
também este instinto social existe mais ou menos desenvolvido, em alguns outros seres vivos,
não é menos verdade que as sociedades humanas apresentam caracteres, consequentes da
inteligência dos seus componentes, que nitidamente as diferencia das outras sociedades
animais. Segundo Aristóteles, o homem é animal político porque nasceu para viver em
comunidade (polis). Só no Estado, na convivência com os seus semelhantes, o homem atinge
o seu desenvolvimento completo. Só os deuses ou os brutos podem viver fora da sociedade.

Com efeito, sendo dotado de sentimentos e de razão, precisa de comunicar, de trocar


experiencias, de produzir bens para si e para os outros, de utilizar o produto do trabalho
alheio, porque é absolutamente impossível criar sozinho tudo o que necessita para viver. A
expressão latina unus homo, nullus homo (homem só, homem nulo) caracteriza bem a
natureza social porque o homem que vive absolutamente isolado, sem uma comunidade
social mais ou menos extensa (a família, a tribo, a cidade, o Estado), não homem: é um nada.
Vivendo em sociedade, o homem não pode viver sem regras, pois cada um tem as suas
necessidades. O homem, a sociedade e o Direito (norma) tem uma relação dialéctica de
existência no tempo e no espaço. Onde há homem, há sociedade e onde há sociedade, há
Direito. “Ubi homo, ibi societas, ubi societas, ibi jus. Mas será que esta tendência social do
homem existiu desde sempre?

Duas teorias respondem. A teoria do estado pré – social do homem e a teoria do estado da
sociedade. A primeira foi defendida por vários autores com destaque para:

Thomas Hobbes – profundamente marcado pelas desordens do tempo em que viveu (1588 –
1679), sustenta que o Estado é um leviatã, um monstro destinado a combater os outros
monstros ainda mais perigosos do que o Estado, concebido este como poder supremo e
absoluto. Para HOBBES, o ser humano é, por natureza, egoísta e sedente de poder individual.
Entregues a si próprios – na ausência de um poder comum, sem Estado (estado de natureza)
– os homens estarão naquela condição a que chamamos guerra; e essa é uma guerra de
todos contra todos (bellum ommium contra omner). Só a existência de um Estado, criado
legitimamente em virtude de um contrato social (de todos os homens com todos os homens),
dotado de um poder político forte e ilimitado, permite a passagem do “estado de natureza
para o estado de sociedade”, no qual estarão garantidas a segurança e a paz;
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John Locke (1632 – 1704) – considerado o fundador do liberalismo político, LOCKE


concebe, como HOBBES, a existência de um Estado de natureza, mas dele se distancia ao
aceitar que a natureza humana é boa ou má dependendo da vontade dos homens, que nascem
livres e iguais. O estado de natureza, identificado pelo império da lei natural e pela sua
aplicação segundo o princípio da justiça privada, constitui uma ameaça à liberdade e a
propriedade. Impõem – se, por isso, a passagem ao estado da sociedade, caracterizado pela
existência de um Estado, uma expressão da vontade contratual de todos os indivíduos. Este
pacto social consiste numa delegação de poderes que habilita alguns com poder de governar a
comunidade, mas que ao mesmo tempo, limita a intervenção da sociedade política à garantia
da liberdade individual e da propriedade privada e lhe impõem o respeito estrito da vida
privada, económica ou familiar;

Jean – Jacques Rousseau (1712 – 1778) – na esteira dos dois pensadores já referido, e como
iluminista que foi, acreditava na existência de um estado de natureza que idealizava sob a
imagem de paraíso perdido, no qual os homens, naturalmente bons e puros, vivem em estado
de liberdade e de felicidade. O desenvolvimento da actividade económica gera, contudo,
sentimentos de conflitualidade e comportamentos agressivos como resposta aos problemas de
uma sociedade marcada pela desigualdade no que respeita à posse da terra e a propriedade de
outros bens materiais. Também em ROUSSEAU, o Estado nasce de um contrato social,
celebrado entre todos os homens. Através do contrato social, cada homem aliena (“vende,
entrega”) a sua liberdade ao Estado para, justamente, permanecer livre. No novo estado de
sociedade, cada homem participa na formação do poder soberano exercido pelo Estado e,
deste modo, obedece a si próprio quando obedece às regras ditadas pelo corpo social. Ou seja,
cada um, unindo – se a todos, não obedece, contudo, senão a si mesmo e permanece tão livre
como antes.

A teoria do estado social do homem, foi defendida por Aristóteles nos termos acima
indicados.

Mas quem diz «sociedade humana» diz «vida de convivência», pois não podem as pessoas
viver em comum sem que exista ao menos, um elenco mínimo de princípios por que se
pautem os seus recíprocos modos de agir. Viver em sociedade, é contribuir pelos seus
conhecimentos, suas experiências e seus produtos em benefícios dos outros membros da
sociedade e beneficiar – se modo lícito dos conhecimentos, experiências e produtos dos
outros membros da sociedade.

O dado fundamental da vida social é, na verdade, que esta não pode fazer – se sem uma
disciplina. Superando os elementos que a compõem, a sociedade é, em si mesma, uma
entidade para cuja subsistência – essencial, por outro lado, à subsistência dos seus próprios
componentes – é condição sine qua non a presença de regras que atribuem a cada individuo
uma função específica, determinando – lhe as formas de colaboração que deve realizar com
todos os outros, quer por meio de actos quer por meio de omissões, em ordem à consecução
dos fins sociais.

A existência de normas capazes de definir os comportamentos de cada homem nas suas


relações com os demais é, assim, um dado inerente à própria vida das sociedades, pois a
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colaboração interindividual que delas é pressuposto não pode desenvolver sem que surjam
regras comumente obedecidas pelos respectivos membros.

Por outro lado, as regras de conduta constituem o instituto responsável para se obter a
segurança de que cada membro do grupo necessita na sua vida de relação com os demais.
Quando várias pessoas se encontram numa sociedade cria – se entre elas um mecanismo
psicológico de acção – reacção que só pode desenvolver – se utilmente no fenómeno possa
prever as atitudes que os demais tomarão em conexão com as suas próprias. E assim como o
homem não poderia conservar a vida no seio de uma natureza cujos fenómenos se
processassem caoticamente, sem obediência às leis cujo conhecimento os torna previsíveis
(v.g., a sequencia regular das estações, ou dos dias e noites) tão – pouco poderia subsistir por
muito tempo integrado em um conjunto de seres humanos cujas condutas se desenvolvessem
fortuitamente, em condições tais que lhe não permitissem de modo algum prever a qual a
atitude que cada um dos seus semelhantes iria tomar em relação a si. Na verdade, só a
existência de regras de conduta social permite tornar previsíveis as condutas alheias e a elas
adequar, portanto, as condutas próprias. É esta previsibilidade que proporciona aos
indivíduos a necessária segurança e faz possível por via dela, a colaboração interindividual
necessária ao conseguimento dos fins sociais.

SOCIEDADE E OS INTERESSES

Notar – se – á, por outro lado, que tão – pouco no campo factual o comportamento social do
homem se desenvolve de forma puramente arbitrária. Há nas suas atitudes certas constantes
cujo conhecimento se torna necessário possuir. De entre estas, a mais nítida é certamente a
que se traduz na apertada vinculação das condutas aos interesses: as normas da vida social
regulam as condutas humanas principalmente em função de interesses – materiais ou morais,
reais ou imaginários – a que se torna necessário dar satisfação.

Ora, se assim é, facilmente se vê como os interesses humanos vêm a constituir o principal


substrato de toda a vida social, e em particular de toda a vida jurídica, assim como se
depreende com igual facilidade quanto é necessário proceder à sua identificação, definindo –
os em função dos elementos de que se integram e fixando os tipos de relações que entre eles
podem surgir.

A ideia de interesses assenta sobre duas noções elementares: a de necessidade e a de bem.


Necessidade, traduz – se em uma situação de carência ou desequilíbrio, biológico ou
psíquico. Para Martinez (1998), necessidade é um estado psicológico de insatisfação,
consciente quanto à existência e quanto à acessibilidade, de um meio adequado a fazer cessar
aquele estado e orientado para obter esse meio. O homem que a experimenta (dizemos
homem porque só as necessidade humanas aqui nos importam) tende a agir de maneira que
desapareça a carência ou se restabeleça o equilíbrio perdido.

Os meios de que para este efeito se serve são os bens, o que vale dizer que a noção de bem
não é definível em si mesma mas tão – somente na sua relação com aquela outra de
necessidade. Do bem diremos que é todo e qualquer meio de satisfação de necessidades
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humanas; e, por seu turno, à aptidão que têm os bens para realizar tal finalidade daremos a
designação de utilidade.

O termo bem comporta, pois, um primeiro significado segundo o qual abrange todos e quais
meios de satisfação das necessidades humanas. Este é, contudo, um sentido demasiado
amplo, pois alguns dos bens, assim latamente entendidos, dirigem – se a necessidades que
não interferem com a vida social. É o caso do ar, ou da luz solar, cuja fruição se não
desenvolve no plano das relações interindividuais.

Ora, ao Direito apenas importam os bens respeitantes a necessidade cuja satisfação origina
relações sociais, ou, mais restrita e precisamente ainda, relações jurídicas. E daí a
conveniência de substituir ao apontado conceito, amplo e geral, do bem, um outro mais
restrito – o de bem jurídico.

Para, enfim, chegar à correcta formulação do conceito de interesses, convém notar as noções
expostas se contrapõem duas a duas: de um lado está o homem, com as suas necessidades, de
outro os bens, com a sua utilidade. Neste antítese introduz – se um elemento de síntese
constituído pela relação existente entre os dois pares de realidades contrapostas. Esse
elemento vem a ser o interesse, que podemos, portanto, definir como a relação existente
entre alguém que experimenta uma necessidade – o sujeito do interesse – e o bem que é apto
a satisfazê – la – o objecto do interesse.

Classificação de Interesses

Os interesses não devem, apenas, serem analisados singularmente, cada um de per si. Os
interesses são classificados de acordo com os seguintes critérios

 Número de titulares;
 Forma da sua coexistência.

De acordo com o primeiro critério, os interesses podem ser:

 Individuais – são todos aqueles que apresentam um só titular (ex,. João);


 Interesses grupais, são todos aqueles cujo titular é um grupo menor de indivíduos (ex.,
Associação dos amigos e naturais da Manhiça);
 Interesses gerais, são todos aqueles cuja titularidade é de uma pluralidade de pessoas
ou de um grupo mais vasto de indivíduos (povo moçambicano)

De acordo com o segundo critério, os interesses podem ser:

 Interesses paralelos – são todos aqueles que podem ser satisfeitos no mesmo espaço e
em simultâneo, sem qualquer interferência entre eles;
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 Interesses convergentes ou interdependentes – são todos aqueles que a satisfação de


um implica necessariamente a satisfação do outro, ou seja não podem ser satisfeitos
em separados; estes interesses, mantém a espécie humana cada vez coesa.
 Interesses divergentes, são todos aqueles que a satisfação de um implica
necessariamente o sacrifício do outro, ou seja são interesses incompatíveis, não
podem ser satisfeito ao mesmo tempo e no mesmo espaço. Estes interesses criam
rupturas nas sociedades, desagregam a sociedade humana. Os homens sempre unem
esforços para combate – los.

CONFLITO DE INTERESSES

A interdependência dos homens e seus interesses é o cimento de que se constrói o edifício


social; é a força centrípeta que mantém a coesão das sociedades. Contudo, nem todos os
interesses humanos se encontram ligados pelos fortes laços da solidariedade; alguns há que,
pelo contrário são incompatíveis, conflituantes entre si e actuando, qual força centrífuga, no
sentido de desagregação social. Se as sociedades humanas subsistem é precisamente porque a
força de coesão dos interesses solidários supera, de longe, a força dissolutiva dos conflitos de
interesses.

São duas as causas dos conflitos que entre os interesses se levantam. A primeira de ordem
quantitativa resulta da insuficiência de determinados bens para a satisfação de todas as
necessidades que os solicitam (raridade); a segunda de ordem qualitativa, filia – se na
impossibilidade em que se encontram certos bens de dar satisfação a necessidades de sentido
contrário. É o caso do individuo que deve pagar a outrem certa quantia: este pagamento
representa para o devedor um sacrifício, ao mesmo tempo que, para o credor, constitui uma
vantagem. O caso mais simples de conflito é aquele em que se encontram em causa os
interesses de pessoas individualmente consideradas – conflito de interesses individuais. Sirva
de exemplo a relação existente entre o credor e o devedor.

Por vezes, porém, o conflito é mais grave e complexo, pois diz respeito a interesses
colectivos, que globalmente se contrapõem uns aos outros. E como os interesses colectivos
tendem para sua institucionalização – isto é, para a formação de organizações que sirvam de
meio para os realizar – não é raro que se configurem como conflitos de instituições. O mais
grave dos conflitos entre instituições é, consabidamente, a guerra entre os Estados. Mas tal
recurso tem, felizmente, carácter excepcional, já que, de um modo geral, os conflitos de
interesses entre Estados ou entre instituições que vivem dentro do mesmo Estado, não são
resolvidos pela violência, mas pacificamente, em conformidade com as regras de Direito.
Pode, enfim, configurar – se um conflito em que se encontrem, de um lado, o interesses
colectivo de alguma instituição, e de outro o interesse de qualquer individuo que dela faça
parte.

Efectivamente, embora de um modo geral o interesse individual seja solidário (por conexão)
com o interesse colectivo – a satisfação deste implica reflexamente e grosso modo a
satisfação daquele – a verdade é que também em numerosos casos existem conflitos entre
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eles, não podendo um realizar – se sem sacrifício do outro. Sirva – nos de exemplo desta
espécie a expropriação por utilidade pública, em que o interesse do proprietário vem a ser
sacrificado ao interesse da colectividade.

Sociedade, Estado e Direito.

O termo sociedade, deriva do latim societãs, que significa associação. Sob ponto de vista
sociológico, uma sociedade é um grupo de indivíduos se relacionando, a fim de conseguir e
preservar seus objectivos comuns. Os objectivos comuns compartilhados pelos membros da
sociedade, são os próprios objectivos da sociedade, ou seja o bem comum. Não é um grupo
qualquer, mas é um grupo soberano de indivíduos, não dependendo de forças externas, ou
existe uma rede (sistema de relações interindividuais) total e abrangente de relacionamentos,
na qual todos os seus indivíduos e comunidades membros estão interligados. Uma sociedade
é composta por membros que compartilham um princípio fundamental, geral, vinculando
todos dentro do grupo, a uma mesma finalidade (o bem comum). A sociedade pode ser
institucionalizada ou não. O Estado é uma instituição (ou conjunto de instituições públicas),
dedicada à organização e administração da sociedade (sociedade com Estado). Ao contrário,
pode – se falar das sociedades apátridas (sociedade sem Estado), as quais existiram durante a
maior parte da história.

A sociedade enquanto uma espécie de organismo formado por vários sujeitos em


relacionamento, possui mecanismos de auto-regulação, dentre os quais o próprio Direito.
Falar de qualquer um desses três conceitos de forma isolada é correr o risco de ignorar a
realidade. Do intercâmbio entre os sujeitos, surgem normas que regulam a sociedade. O
Direito pressupõe uma estrutura social organizada. O Direito é instrumento fundamental de
ordenação social. O Direito não se confunde com o Estado: cabe – lhe limitá – lo e legitimá –
lo. Ao Direito cumpre realizar a justiça; mas também o Estado, a quem incumbe instituir e
garantir a ordem jurídica, lhe deve obediência. Numa palavra, o Estado só pode ser de
Direito.

Direito e Poder Político

Toda a sociedade pressupõe a existência de um jogo de interesses. Com efeito, em qualquer


sociedade os homens são portadores de necessidades e os bens aptos a satisfazê – los são
raros ou limitados. À relação entre bem e necessidade se chama interesse. A insuficiência de
bens para realizar todos os interesses sociais gera conflitos de interesses. Esses conflitos
podem ser potenciais se deles se não aperceberam ainda os seus titulares; são latentes se estes
já têm consciência da sua existência, mas não passaram ainda a uma fase de choque de
choque assumido; há conflitos actuais sempre que o portador de cada interesse decidiu
promover a sua realização ainda que à de interesses alheios.

Mas como actua a sociedade? Como se apercebe de um conflito potencial? Como trata um
conflito latente? Como resolve um conflito actual? Mediante o exercício do poder.
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Poder que deve ser entendido como a faculdade de intervenção do ser humano sobre o ser
humano, de molde a determinar ou influenciar a conduta alheia. É este poder do ser humano
sobre o ser humano que aqui nos interessa. É ele que em termos sociológicos se revela
decisivo.

O poder do ser humano sobre o ser humano foi, ao longo da história, objecto de inúmeras
reflexões e anseios, análises e justificações. Foi também, e inevitavelmente, dissecado e
classificado, originando as mais diversas tipologias. Cedo Aristóteles nos falou no poder
paterno, no poder despótico e no poder político; alguns séculos mais tarde, John Locke refere
o poder paterno, o poder despótico e o poder civil; recentemente, Norberto Bobbio distingue
poder económico, poder ideológico e poder político.

Neste âmbito, há fornecer aqui, duas noções fundamentais: a de poder de influencia


entendido como um poder de condicionar condutas, sem as vincular, recorrendo à
recompensas e não a punição. E a de poder de injunção entendido como um poder de
determinar condutas alheias, servindo – se privilegiadamente da punição ou ameaça de
punição.

A persuasão pela informação ou pela promessa de recompensa, a manipulação ou intervenção


encoberta, a supremacia baseada no carisma pessoal, na competência e na legitimidade são
modalidade do poder de influência. A injunção de facto, o poder ético e o poder político são
modalidades do poder de injunção.

A expressão fundamental da faculdade de intervenção do ser humano sobre o ser humano é,


certamente, o poder político. É um poder de natureza vinculativa marcado pela
susceptibilidade, quer de uso da força física, quer de supressão, não resistível de recursos
vitais. Em caso de não acatamento da ordem imposta, o poder político detém sempre a
possibilidade de aplicar punições.

As relações entre o Direito e o poder político são, pela sua própria natureza, complexas. Por
um lado, o poder político é um poder juridicamente enquadrado. A sua titularidade é
juridicamente definido, o seu objecto é juridicamente delimitado, o seu exercício é
juridicamente regulado. Por outro lado, o poder político é o criador das regras de conduta
social dotadas de coercibilidade material. É o criador das regras do Direito ou regras
jurídicas. Isto é, o poder político é, a um tempo, fonte e objecto de Direito. O poder político
é, portanto, enquadrado por um direito que produz. É um poder autolimitado. Decisivo, pois,
esta vertente criadora do poder político. Tudo depende dela.

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