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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
2. SOCIEDADE
3. ESTADO
4. DEMOCRACIA
5. DIREITO
6. SOBERANIA
7. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
INTRODUÇÃO

O presente objeto tem como pressuposto motivador, discriminar o conceito de


Estado Democrático de Direito, assim como, pontuar a relevância de cada elemento
que o compõe, ou seja, toda a anatomia e, consequentemente, a fisiologia do
mesmo.

Contemporaneamente há uma polarização do termo, onde, mesmo que por


meio de pesquisas só é possível encontrar definições superficiais. Além dos casos
que são direcionados apenas para os operadores do Direito e demais classes
intelectuais. Impossibilitando assim, a compreensão do tema ao público em geral,
até mesmo para os iniciantes do campo do jurídico, por isso, faz-se necessário o
desenvolvimento desta redação, como método de popularização e democratização
da informação.

Segundo Chiavenato (2000, p. 142) “a comunicação é a transmissão de


informação e a compreensão de uma pessoa para outra, se não houver essa
compreensão, não há comunicação.’’ Tendo a citação como ponto de partida para
produção, em consonância com o uso da função linguística referencial, abordar de
forma clara e objetiva, distanciando-se de rodeios.

Em um Estado Democrático, “todo poder emana do povo”, como exposto no


artigo 1º da Constituição Federal Brasileira:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.

Isso também significa dizer que ás leis são criadas pelo povo e para o povo. É
a vontade popular expressada, democraticamente. Onde todos têm o direito a
participar das decisões e discussões.

A vontade popular, por meio de normas, são escritas, positivadas e reunidas


em uma Constituição. No Brasil, nossa ordem suprema é a Constituição da
República Federativa, de 1988. Que rege todo o ordenamento jurídico, situando-se
no ápice do ordenamento jurídico.
SOCIEDADE

A priori, antes de discutir sobre o Estado Democrático de Direito é necessário


compreender os seus pilares de construção, isso significa dizer, toda sua arquitetura.
Sendo o primeiro tópico aquele que sem sua existência também não haveria o outro,
isto é, a Sociedade. Como escreveu o autor (MELO MEDEIROS, ALEXANDRE,
2015) “o Estado é produto da Sociedade, mas não se confunde com ela. A
Sociedade vem primeiro, o Estado vem depois.”
Etimologicamente a palavra sociedade é oriunda do Latim, “societas”, sendo o
mesmo que “associação”. Ela também é uma palavra plurívoca, isto é, pode ter
distintos valores. Em resumo, uma sociedade é um conjunto de indivíduos, que
vivem em um determinado território, onde possuem costumes, culturas e hábitos
equivalentes. Essa é a forma genérica de definir que mais encontramos. Não
obstante, a tese do vai além, tal como afirma:

(DURKHEIM, [19--?]) As sociedades não são meramente a soma de


indivíduos, mas um sistema formado pela associação entre indivíduos.
Dessa forma, há uma organização, com instituições formais e informais,
uma estrutura social que pode ser hierárquica ou não, e papéis sociais
designados aos seus componentes.

A Antropologia é ciência que tem como objetivação estudar as origens e os


diversos aspectos que formou, mas também, transformou o ser humano. E é por
essa via que se baseia o enunciado, assim como, o auxílio da História, ou melhor,
como tão sabiamente definiu BLOCH, MARC (2001, p. 55) “é a ciência dos homens
no tempo”.
O Homo Sapiens , durante o período Pré-histórico, para sobreviver às
divergências que a natureza lhe proporcionava, tal como, os animais. Chegando
também, a necessidade de nutricional, ou seja, a coleta de alimentos. Como efeito
disso, formou grupos com diferentes funções, foram eles, pescadores, caçadores e
coletores. E assim surge o primeiro princípio de uma Sociedade, o Bem Comum.
Afirma (ALCEU AMOROSO LIMA, [20--?]):

A alma do Bem Comum é a Solidariedade. E a solidariedade é o


próprio princípio constitutivo de uma sociedade realmente humana, e não
apenas aristocrática, burguesa ou proletária. É um princípio que deriva
dessa natureza (naturaliter socialis) do ser humano. Há três estados
naturais do homem, que representam a sua condição ao mesmo tempo
individual e social: a existência, a coexistência e a convivência. Isto vale
para cada homem, como para cada povo e cada nacionalidade.

A definição de bem comum, está ligada a ideia comunhão dos interesses


(Utilitatis Communione), ou seja, o homem por necessidade natural de
sobrevivência, sendo ela material ou biológica é coagido a unir-se a outros. A partir
daí, a união evolui e transforma-se em uma finalidade social. Como exemplificação
da tese, é possível trazer a citação do gestor empresarial, onde o mesmo segmenta:

(ANDRADE, MARCIO ROBERTO, 2016) Em uma sociedade de


negócios, cada sócio se compromete fornecendo habilidades,
especialidades e esforços em troca de uma porção, decidida por acordo, de
lucros da empresa. Ao compartilhar o investimento, os sócios estarão
delimitando a participação de cada um na sociedade.

Por meio da afirmação acima, é possível compreender o funcionamento de


uma sociedade, mesmo que em uma perspectiva teoricamente diferente. Ou seja,
cada ser, de acordo com suas possibilidades e necessidades é passivo de vida em
sociedade, havendo um sistema de reciprocidade.
Para falar do segundo elemento, partimos do questionamento feito no livro
Elementos de Teoria Geral do Estado, nele o autor inquire:

(DALLARI, 2011, p. 27) “Havendo tanta diversidade de preferências, de


aptidões e de possibilidades entre os homens, como assegurar que,
mantendo-se a liberdade, haja unidade na variedade, conjugando-se todas
as ações humanas em função de um fim comum?”
É sabido que a junção de modos de vida, ou seja, culturas, costumes e
moral distintos, ainda que possuam um valor social, é um ambiente propício
para a apresentação de divergências.

É de senso comum a ideia que um conjunto de pessoas, com costumes,


culturas e modos de vida distintos têm em potencial o surgimento de conflitos,
portanto, nasce a carência de harmonia entre os indivíduos, o que podemos
chamar de Ordem Social.
Para Durkheim, uma Sociedade em “estado de anomia”, isto é, sem condutas
e coerções óbvias e limitações levam o ser humano ao desespero, visto que o
homem também é um animal, tendo impulsos que podem contrapor outros.
Portanto, uma Sociedade para que seja considerada Sociedade, há uma
indigência de objetivos em comum, que são inerentes à vida humana, ou seja,
naturais, chamamos tecnicamente de Bem Comum. Com o convívio entre elementos
e grupos sociais, manifestam-se divergências, por isso, para que exista simetria em
um coletivo. Isto é, a fim de que, pelo mesmo motivo que a Sociedade nasceu, não
seja também o pivô da sua decadência.
ESTADO

A denominação Estado, do Latim status significa está firme, situando e


significando uma situação permanente de convivência ligada à sociedade política.
Entretanto, a origem do Estado tem uma definição complexa, já que, a ilustração
originária do mesmo tem como formação natural ou espontânea, não havendo entre
elas uma coincidência quanto à causa, mas acompanhando-se todas em comum a
afirmação de que o regime se formou naturalmente, não por um ato puramente
voluntário, e a formação contratual dos Estado, apresentando em comum, apesar de
também divergirem entre si quanto às causas, a crença em que foi a vontade de
alguns homens, ou então de todos os homens, que levou à criação do governo.
Contudo, percebe-se que o Estado é uma sociedade, é a representação de um povo
buscando uma finalidade, ou seja, o bem comum. Desse modo, pode-se afirmar que
o Estado é uma nação politicamente organizada.

É possível identificar alguns pilares para o preparo de um Estado, sendo eles;


à soberania, o território e o povo. Surgi ideia que haja uma igualdade entre eles,
mas, transfere apenas uma interligação para existência e a sobrevivência do Estado.

Soberania é um poder absoluto e perpétuo de uma república, palavra que é usada


tanto em relação particulares quanto aos (particulares) que manipulam todos os
negócios do Estado de uma república.

(ROSSEAU, 1762) afirma que a soberania é inalienável por ter uma vontade
geral e indivisível por ter a vontade geral quando há a participação do todo e
descreve o pacto social ao corpo político em poder absoluto sobre todos os
seus membros, e esse poder é aquele que, dirigido pela vontade geral, leva
nome de soberania.

O território, a Soberania que indica o ápice do poder, e a de território, que


indica onde esse poder seria efetivamente o mais alto. O Estado sendo o âmbito de
ação soberana, é objeto de direitos deste, considerado no seu conjunto, o território é
protegido pelo princípio de impenetrabilidade, na qual é impossível que no mesmo
lugar e no mesmo tempo convivam duas ou mais soberanias.

Para (KELSEN, 1925, p. 181) “o território o âmbito de validade da ordem


jurídica do Estado.” O povo em Roma tem seu significado como um conjunto de
cidadãos, é conjunto de indivíduos que unem para constituir o Estado, é um
elemento que dá condições ao Estado para formar e externar uma vontade, o povo é
objeto da atividade do Estado, em aspecto objetivo, O Estado é sujeito do poder
público, e o povo, como seu elemento componente, participa dessa condição.

Nesse diapasão, vale ressaltar a finalidade do Estado, que por muitas vezes
a falta de consciência da finalidade é que faz com que, não raro, algumas funções
importantes, mas que representam apenas uma parte do que o Estado deve
objetivar, sejam tomadas como finalidade única ou primordial, em prejuízo de tudo o
mais. Entretanto, as teorias contratualistas, são às que preconizam o chamado
Estado de Direito, para o Contratualismo, especialmente como foi expresso por
(HOBBES e ROSSEAU) cada indivíduo é titular de direitos naturais, com base nos
quais nasceram a sociedade e o Estado. Mas ao convencionar a formação do
Estado e, ao mesmo tempo, a criação de um governo, os indivíduos abriram mão de
certos direitos, mantendo, entretanto, a possibilidade de exercer os poderes
soberanos, de tal sorte que todas as leis continuam a ser a emanação da vontade do
povo. Assim, pois, o que se exige é que o Estado seja um aplicador rigoroso do
direito, e nada mais do que isso.

Desse modo, O Estado deve buscar favorecer o desenvolvimento e o


progresso da vida social. Procedendo - se a uma síntese, verifica-se que o Estado,
como sociedade política, tem um fim geral, constituindo-se em meio para que os
indivíduos e as demais sociedades possam atingir seus respectivos fins particulares.
Assim, pois, pode-se concluir que o fim do Estado é o bem comum, entendido este
como o conceituou o (Papa João XXIII, [19--?] “o conjunto de todas as condições de
vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade
humana.”

Qualificar a finalidade do Estado: a busca o bem comum de um povo, em um


determinado território. Assim, pois, o desenvolvimento integral da personalidade dos
integrantes desse povo é que deve ser o seu objetivo, o que determina uma
concepção particular de bem comum para cada Estado, em função das
peculiaridades de cada povo.
DEMOCRACIA

A democracia é facilmente encontrada em nosso cotidiano, podendo ser


observada mais comumente em locais de trabalho e de estudo, como uma
ferramenta para tomar decisões coletivamente. Entretanto, ela é bem mais do que
uma ferramenta, e tem uma importância expressiva para com a sociedade humana.
Por conta disso, é válido discorrer sobre o seu conceito, sua origem, suas
características principais, assim como sua influência sobre o Estado de Direito.
A palavra democracia vem do grego “demokratía” que pode ser dividido
etimologicamente como “demos” (povo) e “kratos” (poder). Compreende-se, então,
que ela é o poder atribuído ao povo para tomar decisões sobre o funcionamento
coletivo. No entanto, como dito anteriormente, esta não é apenas uma ferramenta,
mas sim, uma forma de governo onde a soberania é atrelada ao povo, ou seja, ela é,
teoricamente, uma “soberania popular”.
Segundo ARISTÓTELES E HERÓDOTO as formas de governo são
apresentadas de dois modos: quantitativo e qualitativo. Para Heródoto as formas de
governo se dividem de em três modelos: democracia “governo da maioria”,
monarquia “governo de um” e aristocracia “governo de alguns”. Eles se diferem,
principalmente de modo quantitativo em relação a quem se atribui o poder, e de
modo qualitativo em relação a qual modelo exerce melhor sua função. Pensando
nisso, durante os séculos, vários pensadores discutiram sobre qual forma de
governo seria o melhor (aspecto qualitativo). Diante desse questionamento,
Aristóteles afirma que a melhor forma de governo é encontrada em algum ponto
entre a aristocracia e a democracia. Isso porque Aristóteles acreditava que aqueles
que fossem mais aptos deveriam estar a frente no regimento das decisões de uma
nação.
Atualmente, é perceptível que o modelo de governo que Aristóteles tinha em
mente não está tão distante na sociedade atual já que, como sabemos, em um
Estado moderno a democracia não funciona de forma direta, com os cidadão
discutindo e decidindo sobre políticas públicas, ou outras ações governamentais,
mas sim, de forma indireta, com a população tendo o direito de votar e escolher, pela
decisão da maioria, aqueles que são aptos para os representar.
O filósofo JEAN-JACQUES ROUSSEAU em sua obra “Do contrato Social”
(1762, p. 125), afirma que:
A soberania não pode ser representada, pela mesma razão por que
não pode ser alienada; ela consiste, essencialmente, na vontade geral, e a
vontade não pode ser representada; ela é a mesma ou é outra; não há meio
termo. Os deputados do povo não são, pois, nem podem ser, seus
representantes, já que não passam de comissários; nada podem concluir
definitivamente. Toda lei que o povo não ratificou em pessoa é nula; não é
uma lei. O povo inglês pensa ser livre; ele se engana muito, pois só o é
durante a eleição dos membros do Parlamento; assim que são eleitos, o
povo torna-se escravo, não é nada. No curto momento de sua liberdade, o
uso que dela faz bem merece que a perca.
O inconformismo de ROUSSEAU perante a forma que a democracia é
colocada em prática em sua época pode muito bem ser encontrado nos dias de hoje.
Para Aristóteles, a democracia como uma forma de estado só funcionaria caso
existissem representantes aptos. Entretanto, muitas vezes as decisões feitas por
esses representantes vão totalmente de encontro com as necessidades e interesses
da comunidade, causando insatisfação da população. Essa relação conflituosa entre
representantes e representados deixa para nós uma grande dúvida: Sabendo que a
democracia tem como finalidade atingir os interesses da maioria, algo que várias
vezes não acontece, será que realmente vivemos em uma forma de governo
sustentada pela democracia pura e plena?

Apesar dessas problemáticas, a democracia ainda é a forma de estado que


mais alcança o ideal de representar a vontade do povo. Portanto, em conclusão, ´e
possível apontar que a democracia é uma forma de estado onde busca-se a
vontade da maioria.

É sabido que a democracia teve seu início na Grécia Antiga e era colocada
em prática principalmente em Atenas, mais especificamente em sua Ágora. Aqueles
que eram considerados cidadãos, que eram, em geral, homens adultos, atenienses,
como também seus filhos, se reuniam na Ágora, apresentavam ideias e, a partir de
votação decidiam, não só quais ações políticas eram de interesse e deveriam existir,
mas também decidiam conceitos e “verdades” que todos deveriam seguir até que
fosse comprovado o contrário.

Uma democracia tem como essência o igualitarismo, a civilidade, o sentido de


liberdade e o propósito compartilhado. Ela busca viabilizar os direitos de todos e usa
de instituições competentes para garantir isso. Além disso, esta é pautada em duas
normas gerais que são: tolerância mútua e reserva inconstitucional, o que garante a
aceitação de decisões viabilizadas pela prática da democracia.

Para (ABRAHAM LINCOLN, 1863) a essência da democracia é: “governo do


povo, pelo povo e para o povo”. Conforme (SILVA, 2005) o Estado de Direito “é um
tipo de Estado que o exercício do Poder Estatal é limitado e regulado por normas
jurídicas gerais”.

Nesse sentido, podemos concluir que, em um Estado Democrático de Direito,


as normas não são somente impostas por uma ou mais instituições totalitárias, mas
decididas e constantemente discutidas pelas autoridades competentes que são
regidas democraticamente e escolhidas a partir da vontade da maioria. Portanto, a
democracia tem papel fundamental em um Estado de Direito, visto que tem a
intenção de permitir que a vontade e ás necessidades do povo sejam ouvidas pelo
Estado, e regulamentadas pelo Direito, a partir de normas, ações jurídicas, entre
outras.
DIREITO

Podemos definir direito como aquilo que é verdadeiro, digno e conforme a


lei. Suas origens situam-se desde a formação da sociedade, isto é, desde a pré-
história (Momento em que o homem começa a viver em sociedade).

Logo, podemos atribuir sua origem através da ideia da coletividade,


compostas por interesses diversos de cada um dos seus integrantes, definindo-os
das suas vontades próprias e variadas. Sua intenção tem como fim proporcionar
paz, equilíbrio, justamente nas relações humanas estabelecendo critérios formais e
limitações. Para que o indivíduo compreenda as regras e os seus funcionamentos.,
assim como afirma:

(VENOSA, 2014) O direito, como ciência, enfaixa o estudo e a


compreensão das normas posta pelo estado ou pela natureza do homem.
Não se limita a apresentar ás classificação de regras, mas tem como
objetivo analisar e estabelecer princípios para os fenômenos sociais tais
como os negócios jurídicos; à propriedade; à obrigação; o casamento; à
filiação; o poder familiar, etc.

É impossível compreender o Estado e orientar sua dinâmica sem o Direito.


Pois toda fixação está ligada ao estudo de regra e comportamento. Já que o seu
relacionamento com o estado diz muito ao estudo de problemas da soberania e do
poder. O direito dentro do estado vem para trazer ordenação e assegurar o respeito
a valores fundamentais da pessoa humana.

Todos os indivíduos perante a sociedade exercem de normas que


reconhecem e protegem a dignidade de todos os seres humanos tendo o Estado
obrigações em relações a eles, independentemente do país onde estejam
localizados.

Para (HAROLD LASKI, 2011) o poder do Estado não é exercido


num vácuo, nem se reduz a um simples jogo de normas existentes por si.
Bem longe disso, é usado para atingir certas finalidades e suas regras são
alteradas, em sua substância, para assegurar as finalidades consideradas
boas, em determinadas épocas, pelos que detêm o direito de exercer o
poder estatal.
HANS KELSEN, através da sua concepção normativa do direito e do
estado, diz em sua teoria que, o Estado também era dotado de personalidade
jurídica, mas é igualmente um sujeito artificial, que o Estado é a personificação da
ordem jurídica.

Então, a ordem jurídica entraria nesse pensamento como uma posição


coerente a concepção de um direito puro que afirma ser a nossa única realidade
jurídica. Não pessoa jurídica real.

(MAX SEYDEL, 201, p.128) “não existe vontade do estado, mas vontade
sobre o estado, sendo este apenas objeto de direito daquela vontade superior”.

(DONATI, 2011, p.128) “personalidade real do Estado é, na verdade, a


personalidade dos governantes, que são os portadores da soberania e a substância
da subjetividade estatal”.

Outros pensadores rebate esse pensamento como o DUGUIT que refuta o


próprio DONATI, entendendo o Estado apenas como uma relação de subordinação,
entre os que mandam e os que são mandados, ou, como uma cooperação de
serviços públicos organizados e dirigidos pelos governantes. Essa relação de fato
jamais se poderia transformar em pessoas, sendo, por isso, no seu entender,
inaceitável a teoria da personalidade jurídica do Estado.

O Estado de Direito em seu conceito é uma estrutura baseada num sistema


jurídico-normativo que tem na constituição a sua base maior, central. Não vai apenas
ficar legitimado por esse sistema mas principalmente limitado, funcionando como
uma moldura. Onde o estado pode exercer um poder previsto na norma mais ao
mesmo tempo essa obra limita esse poder. Sendo ele uma melhora dentro da
estrutura do Estado.

O Estado é uma organização destinada a manter, pela aplicação do Direito, as


condições universais de uma ordem social. E o direito é o conjunto das condições
existenciais da sociedade, que ao Estado cumpre assegurar.
SOBERANIA

De acordo com (JEAN BODIN, 1530-1596), soberania refere-se à entidade


que não conhece superior na ordem externa nem igual na ordem interna. Nas
estritas palavras do renascentista francês, (BODIN) "a soberania é o poder absoluto
e perpétuo de um Estado-Nação”. Ele afirma que o poder soberano deve estar
acima das leis, para poder substituí-las ou rejeitá-las, o que está de acordo com o
direito de legislar. Logo em seguida, defende a submissão do soberano diante das
leis como a melhor maneira de exercer o poder, elogiando os reis que assim
procedem.

Ele divide a história em humana, natural e divina, conforme o objetivo da


investigação sejam as ações humanas, as causas operantes na natureza ou as
manifestações divinas e de ter estabelecido a ordem que convém seguir nos relatos
do passado, BODIN especifica como seu objeto de investigação a história humana e
a define como a narração exata das ações do passado.

As ações humanas são então classificadas em quatro grupos, de acordo com


o tipo de necessidade que procuram satisfazer:

a) Aquelas ligadas ao instinto de sobrevivência: visando conservar e proteger a


vida, com a caça, a agricultura, a ginástica, a medicina, etc.
b) Aquelas relacionadas à organização social: que asseguram um bem-estar
material, como o comércio, a indústria, a administração política, etc.
c) Aquelas que têm o objetivo de estabelecer uma civilização mais brilhante;
d) Aquelas dirigidas para a satisfação dos sentidos ou do espírito;

Essas atividades, segundo BODIN, só podem ser realizadas numa


comunidade política. Ao tratar da estrutura dessa comunidade, ele reconhece três
disciplinas responsáveis pela sua ordenação e que garantem a sua existência:

a) A lei moral, que o indivíduo aplica a si mesmo;

b) A lei doméstica, que é exercida no seio da família por um indivíduo (chefe


de família) em relação aos seus dependentes (esposa, filhos e servos);

c) A lei civil, que regula as relações entre as várias famílias.


Além das palavras do autor, a Soberania é o exercício da autoridade que reside num
povo que se exerce por intermédio dos seus órgãos constitucionais representativos
o direito do estado de intervir, de forma pacífica, na solução do conflito.

Nesse modelo de Estado, a soberania popular é que dá a legitimação para os


legisladores criarem o corpo de leis, a Constituição, que norteará as ações de
cidadãos comuns e de agentes estatais.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

DALLARI, Dalmo De Abreu . Elementos de Teoria Geral do Estado. 30. Ed. São
Paulo: Saraiva, 2011.

MELO MEDEIROS, Alexsandro M. Medeiros. Sociedade e Estadoo. Sabedoria


Política, 2015. Disponível em: https://www.sabedoriapolitica.com.br/ciência-
politica/sociedade-e-estado/.Acesso em: 23 mar. 2023.

DOS DEPUTADOS, Câmara . Constituição Federal da República Federativa do


Brasil. 49. Ed. Brasília: Edições Câmara, 2016. ISBN 978-85-402-0534-5.

VENOSA, Sílvio De Salvo. Introdução ao Estudo do Direito: Primeiras Linhas. 4. Ed.


São Paulo: Atlas S.A, 2014. ISBN 978-85-224-8462-1.

Autor. Constituição Federal. Significados. Disponível em:


https://www.significados.com.br/constituicao-federal/. Acesso em: 25 mar. 2023.

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