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01/09/2009
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Abstratc: The work aims that it explains the origin and the concept of State. The agglutination of
ideas and common sense they gave rise to natural society and this society, wanting the efficiency
of the commom good, through rules political organization formulated the idea of State. In this article
we try to explain the concept of State and his origin, as well as his forming elements (people,
territory – sovereignity).
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1. INTRODUÇÃO
O Estado é uma figura abstrata criada pela sociedade. Também podemos entender que o Estado
é uma sociedade política criada pela vontade de unificação e desenvolvimento do homem, com
intuito de regulamentar, preservar o interesse público.
O Estado originou-se da vontade de preservação desse interesse ou bem comum, posto que a
sociedade natural não detinha os mecanismos (regulamentação) necessários para promover a
paz e o bem estar de seus membros. Assim, a única forma de preservação do bem comum foi a
delegação de poder a um único centro, o Estado.
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O Estado não é reconhecido somente através do seu poder, mas sim de elementos constitutivos,
tais como povo, território e a soberania.
O homem em sua caminhada sobre a terra começou a desejar um bem, um interesse, algo que
não lhe pertencia e sim um bem que ultrapassa-se as fronteiras particulares[1], isto é: o bem
comum ou público. Com intuito de mantém e preservar esse bem comum o homem começou a
procurar meios de garanti-lo e promovê-lo, ou seja a vida em sociedade traz evidentes benefícios
ao homem.
“Numa visão genérica do desenrolar da vida do homem sobre a Terra, desde os tempos mais
remotos até nossos dias, verificamos que, à medida em que se desenvolveram os meios de
controle e aproveitamento da natureza, com a descoberta, a invenção e o aperfeiçoamento de
instrumentos de trabalho e de defesa, a sociedade simples foi-se tornando cada vez mais
complexa. Grupos foram-se constistuindo dentro da sociedade, para executar tarefas específicas,
chegando-se a um pluralismo social extremamente complexo”[2].
Esses meios eram a coordenação de esforços comuns. Essa coordenação somente poderia existir
se houve cooperação entre as pessoas, daí a idéia de união com a mesma finalidade, ou seja, o
bem comum.
“[a] sociedade é um grupo de indivíduos que formam um sistema semi-aberto, no qual a maior
parte das interações é feita com outros indivíduos pertencentes ao mesmo grupo. Uma sociedade
é uma rede de relacionamentos entre pessoas. Uma sociedade é uma comunidade
interdependente. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de pessoas
vivendo juntas numa comunidade organizada. A origem da palavra sociedade vem do latim
societas, uma “associação amistosa com outros”. Societas é derivado de socius, que significa
“companheiro”, e assim o significado de sociedade é intimamente relacionado àquilo que é social.
Está implícito no significado de sociedade que seus membros compartilham interesse ou
preocupação mútuas sobre um objetivo comum. Como tal, sociedade é muitas vezes usado como
sinônimo para o coletivo de cidadãos de um país governados por instituições nacionais que lidam
com o bem-estar cívico”.[3]
Assim, a sociedade decorre, naturalmente, do homem, pois há uma união moral de pessoas livres
e com certa organização (desprovida de normatização jurídica) para realização de um fim comum.
3. CONCEITO DE ESTADO
São Tomás de Aquino e a doutrina de Santo Agostinho pregavam que o Estado, assim
como tudo foi criado por DEUS, ou seja, o Estado não originava-se do homem, da sociedade e da
ordem social, e sim de uma figura maior que organizou o homem, transformando-o de homem-
natural à homem-social.
Contrapondo esse entendimento da origem e formação do Estado, Hobbes entendia que homem
viveria sem poder e sem organização, num estágio que ele o denominou de estado de natureza,
o qual representava uma condição de guerra. Com intuito de evitar a guerra, Hobbes propôs que
haveria à necessidade de se criar o Estado para controlar e reprimir o homem o qual vivia em
estado de natureza. O Estado seria, na visão de Hobbes, o único capaz de entregar a paz, e para
tanto o homem deveria ser supervisionado pelo Ente Estatal legitimado por um contrato social[4].
Este ponto, o contrato social tem como objetivo, nas palavras de Rosseau:
“[…] encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada
associação de qualquer força comum, e pela qual, cada um, unindo-se a todos, não obedeça,
portanto, senão a si mesmo, ficando assim tão livre como dantes”.[5]
“O ato pela qual um povo se constitui num Estado é o contrato original. A se expressar
rigorosamente, o contrato original é somente a idéia desse ato, com referência ao qual
exclusivamente podemos pensar na legitimidade de um Estado. De acordo com o contrato original,
todos (omnes et singuli) no seio de um povo renunciam à sua liberdade externa para reassumi-la
imediatamente como membros de uma coisa pública, ou seja, de um povo considerado como um
Estado (universi). E não se pode dizer: o ser humano num Estado sacrificou uma parte de sua
liberdade externa inata a favor de um fim, mas, ao contrário, que ele renunciou inteiramente à sua
liberdade selvagem e sem lei para se ver com sua liberdade toda não reduzida numa dependência
às leis, ou seja, numa condição jurídica, uma vez que esta dependência surge de sua própria
vontade legisladora”.[6]
Passando pelas teorias apontas, entendemos que o Estado é a vontade de unificação de membros
do grupo social, visando o bem comum ou bem público.
“[…] o Estado seria uma organização social, dotada de poder e com autoridade para determinar o
comportamento de todo o grupo”.[7]
Para realização do bem comum o homem realiza pactos e contratos sociais visando transferir
direitos naturais (renúncia) em favor do interesse público.
“O fim do Estado é um facto que a cada momento se realisa na sociedade e que a cada momento
está para ser realisado. Sempre se realisou e nunca acaba de se realisar. É um acto
interminavelmente repetindo-se, incessantemente renovando-se. Todas as vezes que a lei penal
pune aquelle que se poz em conflicto contra a ordem publica, offendendo direitos de terceiro, está
se realisando o fim do Estado. Todas as vezes que o cidadão que trabalha gosa pacificamente
dos proventos do seu trabalho, e o cidadão que estuda gosa dos fructos de suas vigílias, de suas
indagações, á sombra da lei, o fim do Estado está se realisando. A honra protegida contra os
ataques da injuria, da calumnia, e do ímpeto carnal: a vida do cidadão inviolavel, sua propriedade
garantida contra o roubo, o furto, o esbulho, etc: o exercicio, em summa, de todos os direitos
afiançados pelos poderes publicos: tal é o fim do Estado”.[10]
John Locke pregava que os homens que se uniram com intuito de forma uma sociedade
abdicavam de uma parcela de sua liberdade natural, sem autorizar que as regras seriam impostas
unilateralmente por um soberano, mas sim, através de um pacto social, ou seja, acabando com a
indivisibilidade do Estado proposta por Hobbes[11]
“Os homens são por sua natureza livres, iguais e independentes, e por isso ninguém Poe ser
expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar seu consentimento.
O único modo legítimo pelo qual alguém abre mão de sua liberdade natural e assume os laços da
sociedade civil consiste no acordo com outras pessoas para se juntar e unir-se em comunidade,
para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras, com a garantia de gozar de
suas posses, e de maior proteção contra quem não faça parte dela”.[12]
Na mesma visão:
“O ato pela qual um povo se constitui num Estado é o contrato original. A se expressar
rigorosamente, o contrato original é somente a idéia desse ato, com referência ao qual
exclusivamente podemos pensar na legitimidade de um Estado. De acordo com o contrato original,
todos (omnes et singuli) no seio de um povo renunciam à sua liberdade externa para reassumi-la
imediatamente como membros de uma coisa pública, ou seja, de um povo considerado como um
Estado (universi). E não se pode dizer: o ser humano num Estado sacrificou uma parte de sua
liberdade externa inata a favor de um fim, mas, ao contrário, que ele renunciou inteiramente à sua
liberdade selvagem e sem lei para se ver com sua liberdade toda não reduzida numa dependência
às leis, ou seja, numa condição jurídica, uma vez que esta dependência surge de sua própria
vontade legisladora”[13].
O conceito, na visão de diversas doutrinas pode ter modificações, mas o axioma que é o bem
comum sempre será mantido, ou seja, a criação do Estado visa a realização do bem público e por
isso detém autoridade (direito de mandar) e poder (força para obrigar).
O Estado possui três elementos constitutivos, sendo que a falta de qualquer elemento
descaracteriza a formação do Estado[15]. Para o reconhecimento do Estado perfeito se faz
necessário a presença do povo, território e soberania.
“[…] o conceito de Estado é assumido como uma forma histórica (a última para os modernos,
porventura a penúltima para os pós-modernos) de um ordenamento jurídico geral cujas
características ou elementos constitutivos eram os seguintes: (1)- territorialidade, isto é, a
existência de um território concebido como “espaço da soberania estadual; (2)-população, ou seja,
a existência de um “povo” ou comunidade historicamente definida”.[16]
O povo é caracterizado pelo conjunto de pessoas que se unem com intuito organizacional e
fiscalizador.
“Povo é a população do Estado, considerada sob o aspecto puramente jurídico, é o grupo humano
encarado na sua integração numa ordem estatal determinada, é o conjunto de indivíduos sujeitos
às mesmas leis, são os súditos, os cidadãos de um mesmo Estado.[17]
O povo é o elemento humano na formação do Estado, posto que não há Estado sem população,
sem pessoas.
“Um segundo “elemento” do Estado, segundo a teoria tradicional é o povo, isto é, os seres
humanos que residem dentro do território do Estado. Eles são considerados uma unidade. Assim
como o Estado tem apenas um território, ele tem apenas um povo, e, como a unidade do território
é jurídica e não natural, assim o é a unidade do povo. Ele é constituído pela unidade da ordem
jurídica válida para os indivíduos cuja conduta é regulamentada pela ordem jurídica nacional, ou
seja, é a esfera pessoal de validade dessa ordem. Exatamente como a esfera territorial de validade
da ordem jurídica nacional é limitada, assim também o é a esfera pessoal. Um indivíduo pertence
ao povo de um dado Estado se estiver incluído na esfera pessoal de validade de sua ordem
jurídica. Assim como todo Estado contemporâneo abrange apenas uma parte do espaço, ele
também compreende apenas uma parte da humanidade”.[18]
“Nação é um grupo de indivíduos que se sentem unidos pela origem comum, pelos interesses
comuns e, principalmente, por ideais e aspirações comuns. Povo é uma entidade jurídica; nação
é uma entidade moral no sentido rigoroso da palavra. Nação é muita coisa mais do que povo, é
uma comunidade de consciências, unidas por um sentimento complexo, indefinível e
poderosíssimo: o patriotismo”.[19]
E, ainda, podemos destacar que o território não compreende unicamente o solo, mas também o
subsolo e o espaço aéreo, mar, ilhas, ou seja, a união de todas as especificidades
do signo território demarca o domínio (regulamentar) do Estado.
“A afirmação de que a soberania é uma qualidade essencial do Estado significa que o Estado é
uma autoridade suprema. A “autoridade” costuma ser definida como o direito ou poder de emitir
comandos obrigatórios. O poder efetivo de forçar os outros a certa conduta não basta para
constituir uma autoridade”.[22]
“Soberania é tanto a força ou o sistema de força que decide do destino dos povos, que dá
nascimento ao Estado Moderno e preside ao seu desenvolvimento, quanto a expressão jurídica
dessa força no Estado constituído segundo os imperativos éticos, econômicos, religiosos etc., da
comunidade nacional, mas não é nenhum desses elementos separadamente: a soberania é
sempre sócio-jurídico-política, ou não é soberania”.[23]
5. CONCLUSÃO
A sociedade natural não possui meios coercitivos de mantém e preservar a paz entre os indivíduos
aglutinados, e para tanto houve a necessidade da criação de uma figura abstrata que possui-se o
poder de regulamentar e unificar os idéias envolta de um público. Essa figura denominou-se
Estado.
O Estado é uma sociedade política que para o seu reconhecimento e identificação há necessidade
de verificação de alguns elementos. Um dos elementos formadores do Estado é o povo, já que o
poder emana sempre do povo. E esse, em última análise, que confere ao Estado o seu poder de
normatizar (regulamentar). O segundo elemento constitutivo é o território que é identificado pelo
espaço territorial aonde a sociedade política irá exercitar o seu poder (soberania).
Bibliografia
AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. 36 ed. São Paulo: Globo, 1997
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10 ed. rev. atual. São Paulo: Malheiros, 2000
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do estado. 26. ed. São Paulo: Saraiva,
2007
HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. São
Paulo: Martin Claret, 2003.
LOCKE, John. Segundo Tradado sobre o Governo Civil e Outros Escritos. 3 ed. Petrópolis:
Vozes, 2001.
KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado. Tradução: Luis Carlos Borges. 3 ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2000
Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. São Paulo:
Martin Claret, 2003.
TOBIAS, Barreto. Prelecções de direito constitucional – Estudos de Direito. vol. II, Sergipe:
E.C.E., 1926
REALE, Miguel. Teoria do direito e do estado. 5 ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2000
SILVA, Enio Moraes da. O estado democrático de direito. a.42 n. 167. Brasília: Revista de
Informação Legislativa, jul/set 2005
Outras Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade
Notas:
[1] “Tendo Deus feito do homem uma criatura tal que, segundo seu julgamento, não era bom para
ele ficar sozinho, submeteu-o a fortes obrigações de necessidade, comodidade e inclinação para
levá-lo a viver em sociedade, assim como o dotou de entendimento e linguagem para mantê-la e
desfrutá-la”. LOCKE, John. Segundo Tradado sobre o Governo Civil e Outros Escritos. 3 ed.
Petrópolis: Vozes, 2001, p. 129
[2] DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do estado. 26. ed. São Paulo: Saraiva,
2007, p. 20
[5] ROSSEAU, Jean-Jacques. O Contrato Social. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1762, p.35.
[7][7] SILVA, Enio Moraes da. O estado democrático de direito. a.42 n. 167. Brasília: Revista de
Informação Legislativa, jul/set 2005, p. 216.
[8] AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. 36 ed. São Paulo: Globo, 1997, p. 3
[9] KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado. Tradução: Luis Carlos Borges. 3 ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 273
[10] TOBIAS, Barreto. Prelecções de direito constitucional – Estudos de Direito. vol. II,
Sergipe: E.C.E., 1926, p. 49.
[12] LOCKE, John. Segundo Tradado sobre o Governo Civil e Outros Escritos. 3 ed.
Petrópolis: Vozes, 2001, p. 76.
[14] BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10 ed. rev. atual. São Paulo: Malheiros, 2000, p. 35
[15] MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 1998, p. 23.
[16] CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional. 6 ed. rev. Coimbra: Livraria
Almedina, 1993, p. 14
[17] AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. 36 ed. São Paulo: Globo, 1997, p. 19. Grifo do
original
[18] KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado. Tradução: Luis Carlos Borges. 3 ed.
São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 334.
[19] AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. 36 ed. São Paulo: Globo, 1997, p. 19
[20] AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. 36 ed. São Paulo: Globo, 1997, p. 36. Grifo do
original.
[21] KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado. Tradução: Luis Carlos Borges. 3 ed.
São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 301
[22] KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado. Tradução: Luis Carlos Borges. 3 ed.
São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 544.
[23] REALE, Miguel. Teoria do direito e do estado. 5 ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 139.