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DIREITO BRASILEIRO
E TEORIA DO ESTADO
Nuno Miguel
Instituições de Direito
Público: da teoria do Estado
e do Estado brasileiro
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Você já deve ter ouvido falar no conceito de sociedade como soma de
indivíduos, de forma que se torna necessária a força de um Estado reco-
nhecido e legitimado para gerenciar essa sociedade. Portanto, identificar o
conceito de Estado é premissa para o estudo do Direito Público, da mesma
forma como identificar o conceito de Direito Público é fundamental para
que possamos entender a concepção do Estado.
Neste capítulo, você vai ler sobre as instituições de Direito Público e
as suas implicações na organização de um Estado.
Por coexistirem em uma mesma sociedade, o contato entre o Direito Público e o Privado
é comum — porém, os princípios jurídicos e sociais que os norteiam são distintos.
a escolha da profissão;
a compra de um eletrodoméstico;
o casamento;
o modo de se expressar socialmente.
Teoria do Estado
Exatamente por ser a sociedade composta pela soma de indivíduos, a sua maior
participação política legitima as ações daqueles escolhidos para exercerem
o poder em nome de todos. A expressão Estado é utilizada para se referir a
Estado-nação. A sociedade humana, com a estrutura de poderes composta
para o povo e pelo povo, partindo do pressuposto que o poder emana deste, é
um conceito contemporâneo, remetido à Revolução Francesa e às conquistas
democráticas ocorridas ao longo da segunda metade do século XX. Assim,
o conceito de Estado-nação é relativamente novo na organização humana.
Tal perspectiva pretende a proteção do indivíduo inserido em sociedade, mas
concede poderes a alguém que o governa com tal chancela popular. Nessa linha,
limitar o poder do detentor do poder (governante) e proteger o ausente de poder
(governado) é prioridade na esquematização desse sistema. Por consequência,
retirar o poder absoluto e dar abertura para se chegar ao poder faz parte do pro-
cesso. Decorre daí a disposição do Estado em três poderes e o sufrágio universal.
A divisão dos poderes visa inibir as chances de abuso do poder por parte do seu
detentor. Já o sufrágio universal visa que qualquer indivíduo possa ocupar o poder,
seja por meio do voto, seja por meio de concurso público.
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povo;
território;
soberania.
uma, por existir apenas um único país com aquele determinado povo
naquele determinado território;
indivisível, pois a soberania pertence a determinado povo em determi-
nado território, não podendo ser compartilhada, sob pena de perder-se
a própria soberania;
indelegável, pois a soberania pertence a determinado povo em deter-
minado território, não podendo ser franqueada, sob pena de perder-se
a própria soberania;
imprescritível, pois, enquanto existir aquele povo naquele território,
a soberania existirá de forma eterna, acompanhando a existência do
próprio Estado.
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A única exigência para o ingresso na Organização das Nações Unidas (ONU) é exata-
mente a existência de Estado-nação soberano. Portanto, sem povo, território e sobe-
rania, não haverá acesso de determinada população à ONU (por exemplo, aborígenes,
índios brasileiros, entre outros).
república;
federação;
presidencialismo;
democracia;
dividido em Estados-membros da União;
três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
A União, representada pelo Governo Federal, é formada pela soma dos estados-
-membros que aderem ao poder central, detentor das grandes diretrizes, capaz
de exercer sobre eles poder de manutenção da própria unidade.
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Legislativo;
Executivo;
Judiciário.
Para mais informações sobre o assunto tratado neste capítulo, consulte os links a seguir:
Constituição civil:
https://goo.gl/HwJ1Q
https://goo.gl/iX8xWG
https://goo.gl/mrDXnr
https://goo.gl/CquRab
Referência
Leituras recomendadas
BRANCATO, R. T. Instituições de Direito Público e Privado. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
CASTILHO, R. Direitos humanos, processo histórico: evolução no mundo, direitos. In:
CARVALHO, K. G. Direito constitucional, teoria geral do Estado e da Constituição. 21. ed.
Belo Horizonte: Del Rey, 2014.
COMPARATO, F. K. A afirmação histórica dos direitos humanos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
MARTINS, S. P. Instituições de Direito Público e Privado. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
REBELO, N. M. B. de S. V. Civilizado homem selvagem, um passeio pela história e pelo
Direito. 2. ed. Belo Horizonte: Casa do Direito, 2016.