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O que separa os contratualistas é a conceção que têm sobre a natureza humana e sobre o
homem.
Hobbes
o homem vive dominado por emoções (grandes paixões e medo de morte
violenta)
No estado de natureza as pessoas morriam pelas mãos dos outros
O estado de natureza era uma guerra de todos contra todos
Rosseau
Defendia o "bom selvagem", no estado de natureza os homens viviam felizes
Os homens nasciam bons, mas eram corrompidos pela sociedade, pois esta
desponta propriedade e, por sua vez, egoísmo (ao surgir a propriedade privada
agrícola, surge a ideia do egoísmo)
Este estado apenas se transformou quando foi descoberta a agricultura e a
metalurgia (fabrico de instrumentos para a agricultura e de armas)
Os homens são obrigados a deixar o estado de natureza e a celebrar o contrato
social
O estado de natureza acaba por ser um paraíso
Locke
Tem de haver um terceiro imparcial que seja capaz de julgar de acordo com a lei
natural (no estado de natureza cada um é juiz em causa própria e o homem não é
bom para julgar os seus interesses)
No estado de natureza o homem faz justiça por si próprio (governava a lei do mais
forte)
Pela necessidade de haver uma autoridade imparcial, o homem é obrigado a
passar do estado de natureza para o estado de sociedade
Rawls
Justiça social (igualdade, repartição, redistribuição da riqueza) - em que medida é
que as desigualdades sociais são admissíveis?
Qual deve ser o modelo de organização social no que diz respeito à redistribuição
de riqueza? Propõe uma situação hipotética, em que as pessoas são colocadas sob
um véu de ignorância, desconhecendo as suas condições de vida, precisamente
para ajudar as pessoas a decidir sobre qual é o melhor critério para os princípios
de organização justa da sociedade. Cada pessoa desconhece-se a si própria e
ignora a posição que a lotaria social lhe reserva, permitindo que seja tomada uma
decisão mais racional, O véu de ignorância garante, assim, que as pessoas decidem
o que é bom para a sociedade sem terem em conta as circunstâncias individuais,
mas também sem assumirem grandes riscos, pois se uma pessoa se desconhece,
escolherá uma solução que o beneficie em qualquer situação. Nesta condição,
Rawls aponta três princípios que as pessoas poderiam escolher.
1º princípio: igualdade – cada pessoa deve ter um máximo acervo de direitos,
desde que sejam compatíveis com os direitos de todos
2º princípio: igualdade de oportunidades - Para aceitar a desigualdade económica
tem-se de garantir a igualdade de oportunidades ao mesmos cargos. Assim,
ninguém pode ter uma posição desigual ou privilegiada relativamente às restantes
pessoas e o lugar que ocupa não for um lugar de acesso aberto
o Lotaria social: o processo de adquirir um cargo ou uma vantagem,
pode depender da lotaria social. A família é um elemento essencial da
lotaria social, também.
3º princípio: diferença - as desigualdades económicas e sociais que se criam,
traduzem-se em maiores vantagens para os membros da sociedade menos
favorecidos. Não existe à partida um limite máximo para a acumulação de riqueza,
no entanto, os ricos só podem enriquecer se isso representar para os mais pobres
uma benefício ou uma subida do seu nível de vida. O «gap» é admissível.
A teoria de Rawls não procura propriamente explicar a origem das sociedades
politicamente organizadas, mas sim uma forma de decidir os princípios duma
sociedade justa
A comunidade internacional
É importante considerar a comunidade internacional enquanto instância de poder
político, sobretudo, como um poder político que está acima de Estados, ou, pelo menos,
procura estar.
Durante a Idade Média, a comunidade internacional identificava-se sobretudo com a
Cristandade e, por isso, o Papa funcionava como uma autoridade política, sendo muitas vezes
chamado a resolver conflitos. Para além do Papa, sucederam-se no centro europeu vários
imperadores de sucessão cristã do Sacro Império Romano-Germânico. No entanto, os seus
domínios territoriais eram muito restritos e heterogéneos.
A partir do Renascimento, a comunidade internacional passou a ser um conjunto de
Estados cujos monarcas não obedeciam a ninguém, não reconhecendo a existência dum poder
acima de si. Além disso, são Estados que estão permanentemente em conflito entre si. Assim,
com o objetivo de criar alguma paz, surgiu o Direito Internacional. A obra fundadora deste
direito «De Jure Belli ac Pacis», de Hugo Grócio, publicado em 1625, refere-se às normas que
regem a conduta dos Estados em tempo de guerra e em tempo de paz. Desde a sua origem, o
Direito Internacional tem, portanto, duas divisões: direito de guerra e direito de paz. O jus belli
(direito de recorrer à guerra), era entendido como algo comum a todos os soberanos, a que
podiam recorrer como forma de resolver um conflito ou de expandir o seu território.
Em 1795, Immanuel Kant escreve «Sobre a Paz Perpétua», defendendo que a
comunidade internacional como um todo se deve organizar em ordem à paz e à manutenção
recorrente dessa paz. Assim, propõe a criação de uma organização internacional com funções
de preservação da paz, o que apenas aconteceu no século XX (Sociedade e das Nações, após a I
Guerra Mundial; Organização das Nações Unidas, após a II Guerra Mundial).
Após a II Guerra Mundial, foi instituída, com a Carta das Nações Unidas, a ONU, uma
organização com autoridade internacional, com competência para assegurar a manutenção da
paz à escala mundial. Na Carta das Nações Unidas está expressamente proibida a guerra: um
estado apenas pode recorrer à guerra em legítima defesa ou se estiver em iminência de ser
atacado. Assim, o monopólio de guerra pertence apenas à ONU. O Conselho de Segurança é o
órgão encarregado de decidir sobre a guerra, havendo, assim, um poder político que se
sobrepõe aos Estados.
As sociedades virtuais
Hoje em dia as sociedades virtuais multiplicam-se, sendo constituídas por amplos
conjuntos de pessoas ligadas por várias afinidades, mas que não habitam um espaço
delimitado. O maior exemplo destas sociedades são as redes sociais.
Estas redes sociais não são Estados, não têm território e os utilizadores não estão
vinculados a estatutos jurídicos, apenas a contratos com estas empresas. As redes sociais são,
verdadeiramente, superpotências, tendo imenso poder, tanto económico, como de influência
na política dos países em que operam e nos seus clientes, os anunciantes.
Até há pouco tempo, as redes sociais pareciam incluir-se num estado de natureza uma
vez que nelas não havia qualquer tipo de autoridade. Atualmente, existem «termos e
condições», por exemplo, que regulam aquilo que é admissível na empresa, definindo o que
pode ser partilhado, em que condições uma pessoa é expulsa duma rede social, etc.
Um dos desafios que se enfrenta hoje é o da regulação das redes sociais e, mais
amplamente, de todo o ciberespaço. Calcula-se que em poucos anos o espaço digital irá
evoluir para experiências 3D, de imersão total.
Fins do Estado
Fins do Estado de Grécia Antiga
O homem é um animal político e social
Movimento de manutenção
Fins do Estado de Roma Antiga
Movimento de transformação
Expansão territorial e assimilação de outros povos
Fins da Idade Média
Privatização do poder público
Monarquia feudal
Divisão do território em feudos, com pequenas administrações de poder (dum
feudo para outro o poder pode mudar)
Relações feudo-vassálicas
O fim desta sociedade era a garantia e segurança
Fins da Sociedade Renascentista
Descobertas científicas, desenvolvimento das rotas marítimas, educação
O fim da sociedade era o progresso
Fins do Estado Liberal
Tem uma intervenção mínima, despreocupada com a transformação da sociedade
Fins do Estado Social
Garantir uma vida digna aos cidadãos
O problema do estado social é o seu financiamento
Fins do Estado Regulador
Em vez do Estado prestar serviços , torna-se mediador desta prestação
Qual é o fim do Estado Português?
Garantir o Estado de Direito Democrático (Art.º 2º)
Rege-se pelas leis, pelo que recusa:
o Regimes anárquicos ou arbitrários (p.e: monarquia absoluta)
Platão
O fim da sociedade é a justiça, uma justiça utilitarista -> como deve ser
Idealmente há uma sociedade e o homem deve fazer de tudo para se aproximar da
mesma
Sociedade fechada -> falta de liberdade e de direitos fundamentais
Aristóteles
O homem vive por base nas virtudes e nas relações sociais
O Estado tem um fim virtuoso e bom – aquilo que as pessoas merecem
Hobbes
O fim do Estado é assegurar a segurança individual e sobrevivência
Locke
O fim do Estado é garantir a aplicação de justiça e garantir a liberdade (através
dum juiz imparcial, por exemplo, pois o problema do homem é não ser bom para
julgar-se a si próprio)
Péricles e Xenofonte
Péricles: a defesa da democracia
"História da Guerra do Peloponeso" -> discurso feito por Péricles sobre as virtudes da
sua cidade (Atenas).
A regra de decisão é a vontade da maioria, não do líder
Todos os cidadãos são iguais; apenas são permitidas distinções para o acesso a cargos
públicos, com base no critério do mérito
A sociedade ateniense era "aberta" ao exterior, tinha um governo livre (aceitava
estrangeiros, p.e)
As leis tinham de ser respeitadas
Na sociedade ateniense cultivavam-se as artes, a filosofia e o saber e a cidade estimula
a participação cívica dos seus cidadãos (reservada a pessoas com o estatuto de
cidadania) -> a democracia ateniense era restrita a um conjunto de pessoas, os
cidadãos, que excluía os estrangeiros e os escravos
Em Atenas, as decisões são tomadas após debate público -> reunião na Ágora
A utopia de Platão
Platão era um cidadão ateniense e, deste modo, participava na vida política na cidade
de Atenas.
A visão de Platão é uma utopia (método utópico – idealizar a cidade perfeita desde o
zero), no sentido em que mesmo que fosse possível deveríamos nós, cidadãos, esforçarmo-nos
para transformar a sociedade?
Platão baseia a sua tese da sociedade no valor da Justiça. Se pensarmos no conjunto da
sociedade cada um tem a sua função e só assim é que esta pode ser unida e harmoniosa.
Platão ignora a realidade, criando um cenário utópico.
Defendia a sofiocracia (poder da sabedoria – governo do rei filósofo)
O que procura é a justiça e um modelo de organização social que seja
justo (conceção holística)
o Cada um faz aquilo que lhe compete e que lhe está predestinado
[sociedade fechada] -> forma de garantir a harmonia do conjunto
Desenha um modelo de educação destinado a identificar as qualidades de cada
uma das pessoas
o A cidade é como a alma humana e todos os homens são compostos
por: um elemento racional (a razão trabalha as ideias), elemento
irascível (virtude da coragem) e o elemento sensível (necessidades
básicas das pessoas)
o A sociedade tem três classes de pessoas: magistrados (elemento
racional mais forte -> governa a cidade), guardas (elemento irascível
mais forte -> protege a cidade) e artífices e camponeses (elemento
sensível mais forte -> garantem a sustentabilidade de todos)
Qual é o domínio predominante em cada pessoa? [teoria dos metais]-> cada pessoa
tem um pelo menos um metal predominante na sua alma. Há quem tenha alma de ouro, de
prata ou de ferro/bronze. A solução para esta teoria passa por criar um sistema de educação
que permita distinguir as crianças consoante o seu elemento predominante.
- 1º lugar: retirar todas as crianças aos pais para que possam ser educadas por todos
nas escolas públicas. Nestas escolas as crianças são selecionadas para descobrir o seu
elemento. Quando essa determinação for feita, sabe-se quem ocupa que posição (ensino
totalmente meritocrático).
- Platão defendia um ensino meritocrático e um programa educativo com música,
artes, educação física, etc, partilhado por homens e mulheres. Além disso, tal como hoje,
divide-se em ensino básico, secundário e superior. Assim:
- a 1ª fase é frequentada por todos
- a 2ª fase é apenas para as almas de prata e ouro, que mostram ter mais
capacidades além dos artífices e camponeses
- a 3ª fase é apenas frequentada pelas almas de ouro, os futuros magistrados
A este sistema político chama-se sofiocracia, porque são os magistrados, sábios e educados
que vão exercer o poder. Aliás, apenas aos 50 anos podem exercer a função de magistratura.
Platão defende:
- abolição da propriedade privada entre a classe dos guardas e dos magistrados -> a
propriedade privada desponta o egoísmo (p.e: em caso de ataque externo e havendo
propriedade privada, os guardas defenderiam primeiro o que lhes pertencesse) ->
desaparecimento da corrupção
- abolição da família -> defendia a igualdade entre homens e mulheres no acesso à
educação e a cargos públicos, mas acredita que os vínculos familiares afastam as pessoas do
interesse público e levam-nas a importar-se mais com as relações afetivas, pois quem faz parte
duma família tende sempre a beneficiá-la
- abolição do casamento e da filiação -> as crianças deviam ser retiradas dos pais à
nascença e institucionalizadas à guarda da cidade. Além disso, os encontros sexuais deviam ser
esporádicos e sem relações estáveis
- exposição dos recém-nascidos com deficiência à morte, por serem considerados
cidadãos inválidos
Platão começa por esta conceção tripartida dos regimes político:
- monarquias (governo de um só):
- sofiocracia (poder do rei filósofo)
- tirania (um só governa pela força duma sociedade injusta)
- oligarquias (governo de um grupo/classe)
- timocracia (governo de militares)
- plutocracia (governo de uma elite abastada, que governa em seu favor)
- democracia (governo de todos)
A cidade-estado é uma associação feita através de várias famílias, que formam uma
aldeia e, por sua vez, o conjunto de aldeias forma a cidade. A cidade forma-se com o intuito de
dar uma vida boa e feliz aos cidadãos. Aristóteles defende o pluralismo social e político, pelo
que uma sociedade deve ser diversa. Assim, defende a liberdade individual desde que cada um
aja em conformidade com as virtudes, mas, também, com liberdade para reger a sua vida de
acordo com as suas preferências.
Família
- é crucial para a felicidade individual e é a base institucional da sociedade -> não é
possível retirar um filho a uma mãe, pois isso seria uma crueldade para ambos. Surgem dois
problemas:
- prático: mesmo que sejam separados, os pais, mais tarde, podem reconhecer
os filhos, uma vez que têm semelhanças físicas e, depois, vão procurar favorecê-los
- moral: generalização do incesto
Propriedade privada
- nada se degrada mais do que a propriedade pública, num sentido em que ninguém a
estima e não é zelada da mesma forma que a propriedade privada. Além disso, a propriedade
pública gera conflitos. A propriedade privada é uma oportunidade para se ser generoso com
aqueles que têm mais necessidade. A possibilidade de ter propriedade é igualmente
gratificante, pois dá a ideia de concretização dum objetivo, se o fizermos pelo nosso trabalho.
Classes sociais
- três classes sociais, com base num critério económico
- classe alta – ricos, insubordinados e tendem a excluir-se das obrigações
sociais, achando-se melhores que os outros
- classe média – entre os pobres e ricos, deve ser a classe mais alargada e
ampla, pois é o que garante a estabilidade social
- classe baixa – são pouco críticos do poder e tendem a aceitar mais facilmente
as decisões desse poder, pois a sua única preocupação é a subsistência
Tal como Platão, Aristóteles tem uma classificação das formas políticas:
- regimes sãos - governam sempre em benefício da sociedade como um todo
- monarquias (governo de um só em benefício dos outros)
- aristocracias (governo de uma parte em benefício dos outros)
- república( governo de todos em benefício de todos)
- regimes degenerados - o benefício é de quem governa
- Tirania - governo de um só em benefício de si próprio,
- Oligarquia - governo dos oligarcas em benefício deles próprios,
- Democracia - governo do povo apenas em benefício do povo, ou seja,
descriminaria as classes mais elevadas
Aristóteles defende uma república mista, ou seja, é uma mistura das três formas de
governo são. No entanto, reconhece que um regime ideal para uma sociedade pode não o ser
para outra, sendo que este depende da natureza dos seus habitantes, das características
climáticas e demográficas.
Cícero – Lei natural e Lei positiva (lei superior não escrita v. lei humana escrita)
Direito Privado e Direito Público
- Ulpiano
«os princípios basilares do direito são: viver honestamente; não lesar outrem; e dar a
cada um aquilo que é seu» (Jusnaturalista)
«o direito é a arte do bom e do justo» (Jusnaturalista)
«a lei é dura, mas é a lei» (Positivo)
«o que agrada ao príncipe, vigora por lei» (Positivo)
«o príncipe está livre da lei» (Positivo)
Lei + jurisprudência + doutrina -> fontes do direito romano
o Lei: decreto emanado por quem tinha autoridade formal para tanto
o Jurisprudência: as decisões dos tribunais que colocam fim ao litígios entre
particulares ou sancionam aqueles que cometem crimes
o Doutrina: aquilo que os jurisconsultores escrevem
corpus iuris civilis - digesto
Direito Público - respeita ao estado do sistema romano e à organização de Roma
enquanto sociedade politicamente organizada
o Consiste no ordenamento de sacerdotes e magistrados
Direito Privado – trata o interesse dos indivíduos que vivem na cidade
o É tripartido, porque é composto pelo direito natural, pelo direito das gentes e
pelo direito civil
Direito natural – partilhado por todos os seres, é inerente à natureza.
o Um direito natural aplicado a todos os seres, não deixa de distingui-los
(só os homens tinham a capacidade de discernir sobre o justo e o
injusto)
Critérios de distinção entre Direito Público e Direito Privado
fonte (normas jurídicas) - quem emana as regras? - é uma autoridade pública (Direito
Público) ou sujeitos privados (Direito Privado)
Interesse (protegido sobre esses mesmas normas) - qual é o interesse em causa? -
satisfazer uma necessidade coletiva ou garantir a efetividade do poder político (direito
público) ou garantir que na relação entre privados se aplicam padrões de justiça
(direito privado)
Disponibilidade (ou indisponibilidade das normas em causa) - as ordens de direito
público são indisponíveis (imperativas em qualquer situação), mesmo que se incluam
em ramos de direito privado, enquanto as ordens de direito privado são supletivas,
podendo ser alteradas ou afastadas
As relações regidas pelo Direito Público são verticais, pois uma das partes está dotada
de poder de autoridade (ius imperii). Por outro lado, as relações regidas pelo Direito Privado
são, do ponto de vista jurídico, horizontais, pois ninguém tem uma posição genérica de
supremacia (-> a horizontalidade destas relações não significa que não hajam desigualdades).
Nos contratos celebrados pelo Estado com sujeitos privados, tanto se podem
encontrar regimes de Direito Público como de Direito Privado. O Estado pode contratar com os
privados de duas maneiras diferentes:
- contrata precisamente como se fosse um privado pelo que, se houver litígio, ele é
resolvido pelo Direito Civil
- celebra contratos em regimes especiais, que lhe conferem certas prerrogativas (p.e:
alterar o conteúdo dos contratos durante a sua execução -> o exercício do poder de
modificação unilateral obriga o Estado a proceder ao reequilíbrio financeiro do contrato,
compensado o seu contraente privado)
Já o núcleo do Direito Privado é o Direito Civil, que inclui obrigações, família, reais e
sucessões. No entanto, há outros ramos do direito privado como trabalho, bancário, autor,
comercial, etc. Há uma pequena exceção no Direito Internacional Privado, pois baseia-se na
aplicação da lei numa relação privada plurinacional ou plurilocalizada, pelo que faz respeito
tanto ao Direito Privado como ao Direito Público.
Tanto o Direito Público como o Direito Privado podem ter fontes internacionais.
Para resolver os conflitos entre os critérios de classificação, usam-se vários critérios:
Critério temporal: uma norma posterior prevalece sobre uma norma anterior
Critério da especialidade: uma lei especial prevalece sobre uma lei geral
Critério da hierarquia: numa dada ordem jurídica, havendo conflito normativo,
esse conflito pode ser resolvido através duma hierarquia
[gera] lDireito constitucional > Direito Internacional > Direito ordinário interno
Corpus Iuris Civilis
Jus civile
Jus gentium
Direitos locais (dos povos do império) -> os
romanos toleravam que os povos do império se
regessem pelas suas próprias regras
Ius Civile
- direito privado que regula as relações privadas entre
cidadãos romanos
- conjunto de normas jurídicas aplicáveis a uma elite,
constituída por aqueles que têm o status de cidadania
romana
- aplicável aos cidadãos quer eles estejam em Roma ou noutra cidade do Império Romano
- os cidadãos romanos tinham a garantida aplicação do Ius Civile onde quer que estivessem
Ius Gentium
- aplicado nas relações entre os cidadãos romanos e os outros habitantes do império
- antecedente do Direito Internacional Privado
Direitos locais
- às relações entre os indivíduos não romanos aplicavam-se os direitos locais
- os romanos reconheciam a extensão do Império e por isso permitiam a aplicação de outros
direitos e normas jurídicas que não o direito romano
Exemplo: três julgamentos de Jesus Cristo
1º - no Sinédrio (perante sacerdote Caifás)
2º - na Judeia (perante Pilatos)
3º - na Galileia (perante Herodes)
1. Jesus Cristo foi preso segundo a denúncia de soldados romanos e é entregue, primeiramente, a Caifás e é
julgado no Sinédrio (órgão político-religioso de Israel, que funcionava com a lei mosaica). É acusado de heresia, de
se afirmar Messias e capaz de fazer milagres (blasfémia). Foi condenado à pena de morte, mas os romanos
reservavam ara si o poder de aplicar a pena de morte.
2. Jesus cristo é levado para a Judeia, para ser julgado por Pilatos, consoante o direito romano, logo os
crimes teriam de mudar e ter relevância política. É acusado de afirmar que era rei dos judeus, perturbação da
ordem pública. Permissão da condenação à pena de morte -> cruxificação.
Neste caso foi aplicado, primeiramente, o direito judaico e depois o direito romano
Conflitos de jurisdição:
Conflitos positivos: quando duas autoridades (administrativas ou jurisdicionais) se
consideram competentes para decidir determinado caso
Conflitos negativos: duas autoridades (administrativa ou jurisdicionais) não se
consideram competentes para decidir determinado caso
O império romano
Dividido em Oriente e Ocidente (cai em 476), degenera em vários reinos que se vão
alterando, expandindo e formando ao longo dos anos.
A Idade Média
Tentativa de reconstrução do Império Romano do Ocidente
O melhor foi conseguido foi o do Imperador Carlos Magno (800)
Sacro Império Romano-Germânico - cujo território está dividido em reinos (onde
vigoravam os príncipes eleitores)
Subordinação dos reis/senhores ao Imperador
Estabelecimento duma nova relação entre os súbitos, reis e imperadores - relação
sucessiva de fidelidade
Dentro dos reinos, havia os feudos
Relação feudal - princípio da fidelidade
Conceção patrimonial do poder
A principal característica da Idade Média é a pulverização do poder. Com a queda do
Império, o território dividiu-se em vários reinos. Houve várias tentativas de reconstruir o
Império, a maior tentativa foi feita por Carlos Magno. Além disso, do ponto de vista espiritual,
foi construído o Sacro Império Romano-Germânico.
Estes reinos eram constituídos por feudos. Além disso, existiam as comunas
(especialmente em Itália), que eram cidades independentes.
Relação feudal - princípio da fidelidade (espécie da pacto social)
Entre os súbditos e o senhor – quem está na terra do senhor deve-lhe obediência
Entre os senhores e os reis – a fidelidade dos senhores feudais ao rei não era
garantida, pois o rei podia depender destes para alargar o seu exército ou custear
uma guerra proveniente duma ameaça externa
Os senhores feudais tinham tantos poderes quanto os dos reis, à exceção de matar
A sociedade era altamente estruturada e mesmo dentro das classes, havia diferenças abissais
de estatuto:
- clero
- nobreza
- povo
Princípio da conservação
deixar à geração seguinte aquilo que se recebe da geração anterior (p.e: o filho de
camponês seria camponês)
os filhos sucediam aos pais no cultivo das mesmas terras, nos vínculos de obediência
aos senhores, assim como nos ofícios e estatuto social
O que unia o país era a religião, tanto o rei, como o clero e o povo partilhavam o
cristianismo: todos estavam sujeitos ao juízo final e faziam todos parte do mesmo domínio
espiritual e material que era a Igreja Católica. A ação da Igreja não se limitava ao domínio
religioso, até porque muitos bispos e arcebispos eram senhores feudais, detentores de riqueza
e de território. A cabeça desta comunidade era o Papa, também a única autoridade
internacional, e que os reis reconheciam estar acima de si.
No período da Idade Média os reis vão estar limitados duplamente, acima e abaixo: por um
lado, pelos senhores feudais, por outro, pelo Papa e por imperadores. No plano interno, diz-se
que o rei é primus inter pares, um senhor entre senhores.
3 visões diferentes sobre o direito
Germânica
Igreja Católica
Renascimento do Direito Romano
Visão germânica
O direito era, essencialmente, costume (conjunto de normas consuetudinárias) ->
normas de direito privado
Ex. norma consuetudinária -> a capital de Portugal é Lisboa
As comunidades eram regidas por práticas sociais reiteradas
o Costume: corpus (prática reiterada) animus (convicção de que a prática é
obrigatória)
Limitação do poder
o a função do rei e dos senhores não é a de legisladores, mas de juízes, ou
seja, não criam o Direito, aplicam-no
o Os senhores não eram juízes supremos
Todos devem obediência ao Direito
o A vantagem da lei relativamente ao costume, é que apenas é necessário
interpretá-la uma vez que é direito positivo, está escrito
o As normas consuetudinárias, muitas vezes, implicam tentar provar a sua
existência e mostrar que a prática existe
*Hoje em dia o costume é usado apenas e maioritariamente no Direito Internacional Público, uma vez que
não há um legislador internacional. Os tratados internacionais e os costumes regem as relações dos Estados entre
si.
Amoralismo político
Maquiavel autonomiza a política, separando-a da moral e da religião, criando "leis
próprias" da mesma:
Os fins justificam os meios - o príncipe pode usar discricionariamente todos os meios
para obter o que quer
As formas políticas não são boas nem más - o que se pode distinguir é a eficácia do
príncipe
O móbil da ação política é a "razão de Estado" (não o bem comum)
O poder justifica-se pela sua eficácia - o que importa é saber se o príncipe é eficaz na
sua ação e se o Estado que governa é sólido e se afirma nas relações internacionais e
nas relações com os súbditos
Maquiavel dá conselhos aos príncipes:
Fazer o bem sempre que possível e o mau sempre que necessário
Fazer o mal de uma só vez e o bem aos poucos: fazendo o mal, as pessoas hão de
esquecer mais tarde ou mais cedo, enquanto a manutenção do bem permite a
resposta positiva do povo
O recurso à guerra é uma boa forma de reforçar o poder: uma das pregorrativas do
Estado era o recurso à guerra. Há 3 prerrogativas das relações internacionais: Ius
legaciones - direito a enviar e receber embaixadores; Ius tractum - direito a assinar
tratados internacionais, Ius belli - direito a fazer a guerra
o Para Maquiavel o recurso à guerra é outra forma de fazer política
Antes ser temido do que amado: dá mais garantias ao príncipe de que se vai manter
É preferível o apoio do povo do que o apoio dos grandes
Jean Bodin
Estado: «o governo reto de várias famílias e daquilo que lhes é comum, com poder
soberano»
o Governo reto - o poder está subordinado à justiça, à moral e ao direito natural
o De várias famílias - a base da sociedade é a família, assemelhando-se ao poder
doméstico (poder político vs. Pater familias))
o Do que lhes é comum - o poder do Estado limita-se aquilo que é comum a
todos, não transgredindo as vidas familiares e a propriedade privada
o Com poder soberano
Soberania: «o poder absoluto e perpétuo de uma República»
o Poder - capacidade de impor comandos a que todos os súbditos devem
obediência
o Perpétuo - contínuo sem fim, a perpetuidade tem que ver com a colocação da
soberania no rei (a soberania continua na sucessão dos diferentes reis)
o Absoluto - simultaneamente absoluto e sujeito a limites. Quando diz que o
poder é absoluto, significa que o poder é isolado, sem relação. Não admite
poder acima de si nem abaixo. Fundamento para que os reis se libertem dos
poderes superiores (Papa, imperadores) e inferiores (senhores feudais). Não
admite concorrência
Atributos da soberania:
o Una e indivisível - está nas mãos de uma só pessoa, não está dividida pela
sociedade -> está concentrada nas mãos dos reis
o Própria e não delegável - os reis são soberanos por direito próprio e não
porque lhes tenha sido delegada a soberania
o Irrevogável - é para sempre. Está excluída a hipótese de deposição do rei, não
podendo ser tirado do poder.
o Suprema (ordem interna) - não há nenhum poder dentro do Estado que possa
rivalizar com o poder soberano do monarca
o Independente (ordem externa) - cada Estado participa por si na comunidade
internacional
A lista de atributos dada à soberania serviam, conjuntamente, para libertar o rei dos
poderes que o podiam constranger.
Atributos do rei:
o Legislar - o rei detinha o poder legislativo, o poder de fazer livremente regras e
de revogá-las (a lei prevalecia sobre o costume como fonte de direito)
o Fazer guerra e paz
o Julgar em última instância
o Perdoar os condenados
o Cunhar moeda
o Lançar impostos
Limites ao poder do rei (para evitar um governo injusto e arbitrário):
o Moral e leis divinas e naturais - governo reto que respeite a moral e as leis
divinas
o Propriedade e família - o rei só se deve ocupar de encargos públicos,
afastando-se da propriedade privada dos súbditos e do governo das famílias
o Leis humanas comuns a todos os povos - o rei tem de respeitas as leis
humanas comuns
o Leis fundamentais do reino - o rei tem de respeitar as regras fundamentais do
reino (sobretudo as de sucessão ao trono e as de assembleias representativas
(p.e: estados gerais)
o Pluralismo social - o rei deve respeitar a autonomia das corporações e das
instituições sociais, etc
o Estas regras não implicam a existência dum mecanismo efetivo de controlo do
rei (que não havia), não havendo sanções ao rei caso ele não as cumpra,
quanto muito existiria o juízo final perante Deus
Bodin também se pronuncia sobre a origem do poder e apresenta uma complexa
classificação das formas de Estado (titularidade de soberania), das formas de governo
(exercício de soberania) e dos regimes políticos (respeito dos direitos dos súbditos).
Além disso, Bodin escolhe a monarquia como regime político ideal, rejeitando a tirania.
Escolhe a «monarquia real», pois é a forma de governo que assegura a unidade da soberania,
na pessoa do rei.
Estado Estamental
Forma política de transição que assenta na dualidade rei/reino (próprio da Idade
Média) e rei/classes sociais (estamentos)
As assembleias estamentais eram muito importantes nesta altura, pois eram uma
forma de o rei dialogar com, ou apenas ouvir a sociedade, que continuava
evidentemente estratificada em classes e subclasses (p.e: França – Estados Gerais;
Portugal – Cortes)
Quando começamos a entrar no Estado Absoluto, verificamos que o rei vai deixando
gradualmente de reunir estes órgãos representativos da comunidade ou reúne-os
apenas em circunstâncias muito particulares. Em alguns casos, o Rei recusava-se
mesmo a reunir estes órgãos e começava a tomar as decisões políticas sozinho,
ouvindo apenas os seus conselheiros de confiança
Estado Absoluto
nesta época o rei dita o Direito, governando por direito próprio e à margem da
sociedade
isto não significa que deixassem de haver regras jurídicas aplicáveis ao exercício de
poder e que a vontade arbitrária do rei se confunda com o Direito. No mínimo,
existiam leis constitucionais régias sobre a sucessão após a morte do rei, que eram
bastante importantes do ponto de vista da estabilidade política e, por isso, nos
diferentes reinos sempre estiveram nas leis fundamentais
não existe poder político sem um mínimo de institucionalização, o que apenas as
regras jurídicas podem garantir, sendo que o Estado Absoluto não implica ausência
destas regras, mesmo sendo estas bastante elementares
máxima concentração de poder nas mãos do rei: tinha o poder judicial e legislativo,
passa a ter também o executivo
durante a época absolutista, os reis começaram a governar e a exercer políticas
públicas:
o desenvolvimento económico
o obras públicas
o fomento do comércio e das indústrias
o educação (que antes era uma tarefa da Igreja)
Despotismo esclarecido
a justificação arranjada para o poder régio vai ser destruída no Iluminismo. Os
primeiros autores iluministas justificam o poder absoluto como portador de razão,
afastando a sua ligação com Deus.
A razão diz que o Estado deve estar ao serviço do interesse público, pelo que o rei
deve ter a máxima liberdade de meios para realizar o interesse público
O rei deve governar para a comunidade mas sem a participação da comunidade,
porque não precisa dela
Esclarecido e dotado de razão o rei usa esse esclarecimento para transformar as
estruturas sociais em diversos domínios
O que norteia a ação régia é a razão do Estado, não a religião, moral e filosofia
(recuperação da ideia de razão de Estado, proposta por Maquiavel)
Para alcançar os objetivos reformistas, os monarcas criaram, pela primeira vez, um
órgão de administração interna -> através dos oficiais régios (nomeados), cobre a
totalidade do território, anulando possíveis resistências que pudessem existir
O papel do déspota esclarecido era justificado pela ideia de progresso
Em Portugal – o despotismo esclarecido corresponde ao reinado de D. José I, com a
particularidade de ter sido o Marquês de Pombal o verdadeiro governante que
introduziu profundas reformas nas estruturas sociais, no comércio, nas obras públicas,
na educação, etc.
Influência iluminista
O Iluminismo acabou por levar os pensadores a colocar em causa o absolutismo e a
concentração de poder. Aliás, três das medidas que os iluministas propõem são a
limitação do poder régio, a participação da comunidade no exercício do poder e o fim
de alguns privilégios sociais.
Os desenvolvimentos económicos nos reinos levaram à ascensão da burguesia, que
começa a competir com a aristocracia, quer em riqueza, como em instrução e prestígio
social -> vai surgir uma subclasse social forte, que recusa o predomínio da aristocracia
tradicional e que vai reivindicar reconhecimento social e político
Em larga medida as revoluções liberais são revoluções burguesas, promovidas pela
burguesia contra a aristocracia. Claro, também contra o poder absoluto do monarca,
mas também contra os privilégios das classes superiores
A natureza burguesa das revoluções liberais revela-se, mais tarde, na sobrevalorização
dos direitos que vão ser reconhecidos nas primeiras declarações de diretos: direito à
propriedade, a liberdade contratual, voto censitário, etc.
A ideia de igualdade na altura não era a mesma que temos hoje. Não havia a noção de
igualdade em critérios materiais, por exemplo. No entanto, interpretou-se a igualdade como
algo comum a todos, a «igualdade perante a lei», que não aboliu as classes sociais, mas definiu
que a lei se aplica a todos.
Assim, os direitos fundamentais resultaram da convicção de que os homens nascem
dotados dum conjunto de direitos dos quais o homem não pode ser privado na transição do
estado natureza para o estado sociedade – estes direitos são considerados inalienáveis. No
entanto, isto não significa que estes direitos sejam absolutos, insuscetíveis de restrições,
simplesmente o homem não pode perder estes direitos na sua relação com o Estado. Aliás,
estes direitos devem constituir um limite ao exercício do poder político.
Para Montesquieu a separação de poderes era também uma forma e repartir o poder
entre o rei, o povo e a aristocracia.
Hobbes e Locke foram os grandes teóricos dos direitos fundamentais, que são
inalienáveis e, na passagem para o estado sociedade, estes não devem ser perdidos em prol do
poder. No entanto, têm algumas diferenças:
Hobbes
o A principal ameaça para o homem era os outros homens e, portanto, ao
estabelecerem relações sociais, deviam ser protegidos do outro
o A função do contrato social é garantir a segurança e estabilidade
Locke
o O problema residia na instituição do poder político, pelo contrato social, que
podia repercutir-se na a dos homens
o O Estado devia limitar-se a cumprir funções soberanas: administrar a justiça,
assegurar a defesa externa (recorrendo à guerra se fosse necessário), garantir
a segurança interna e cobrar impostos para poder cumprir essas tarefas
públicas -> Estado forte
o O estado devia, no entanto, devia ser tão pequeno e fraco quanto possível, na
medida em que menor seria a probabilidade de restringir os direitos dos
cidadãos
o Os atos de autoridade do Estado devem ser pontuais, limitados e incisivos
Por outro lado, Rosseau foi um teórico paradoxal, na medida em que teorizou o
conceito de soberania popular, mas afirmou, também que esta tem alguns limites, uma vez
que um povo sem limites colocaria em causa a separação de poderes. Se o povo puder tudo,
não podem haver direitos fundamentais, pois esses devem estará cima da maioria. Os direitos
fundamentais têm uma função de resistência aquilo que é a vontade da maioria, pois as
maiorias são voláteis, mas os direitos fundamentais devem permanecer.
Estas três ideias iluministas foram recolhidas em Declarações de Direito e em
Constituições.
Europa – primeiramente, as Constituições vão ser vistas como um documento
de natureza política ou uma mera declaração de princípios
Nos EUA, a Constituição vai ser vista como um documento jurídico e como
uma lei hierarquicamente acima das outras
Thomas Hobbes
Igualdade entre os homens: a natureza fez os homens todos iguais e é importante que
cada homem reconheça os outros como iguais. Esta igualdade básica na estrutura do
homem deve dar a esperança de todos atingirem os mesmos fins
Preservação/alienação de direitos na transição para o estado sociedade: há direitos
que é impossível admitir que algum homem possa abandonar ou transferir
Soberano como legislador: o rei decide o melhor para todos, a propriedade (de
direitos)
Direito de resistência: há coisas que os súbditos se podem recusar a fazer, tendo a
liberdade de desobedecer ao soberano se este ordena que não se exerça legítima
defesa. Além disso, os súbditos não têm de confessar crimes, mesmo cometendo-os.
Defende, também, a objeção de consciência.
Espaço de legalidade: há três esferas – 1) coberta por lei, em que os homens devem
total obediência pelo estabelecido no contrato social; 2) diametralmente oposta, em
que os homens gozam de plena liberdade, 3) espaço de legalidade, em que a lei existe,
mas tanto os súbditos como o soberano estão subordinados à lei (p.e: um súbdito que
tenha uma controvérsia com o rei tem o direito a defender-se em tribunal, mesmo
contra o soberano). Trata-se duma zona de legalidade na qual os tribunais são
chamados a aplicar a lei
Poder soberano, mas não absoluto: à semelhança de Bodin, defende um Estado
dotado de soberania, que não admita concorrência, sendo forte
Reciprocidade na relação entre soberano e súbditos: os súbditos devem ser fieis na
sua obediência, mas essa fidelidade só se mantém quando o rei cumpre as suas
obrigações. Ninguém pode ser obrigado a cumprir uma lei se essa lei não for acessível
aos seus destinatários e se não for dela dado conhecimento público. Além disso, a falta
de meios para conhecer a lei desculpa a infração e explica que não há crime sem lei
prévia (nullum crimen sine lege), ou seja, nenhuma lei feita depois de praticado um
ato, pode transformar esse ato num crime.
Função de segurança do Estado: a função do soberano é proteger os súbditos,
proteger a vida e a integridade física
Direitos fundamentais nas relações entre sujeitos privados: regula as relações das
pessoas entre si trata dos direitos das fundamentais dos súbditos perante o Estado. A
proteção dos direitos fundamentais nas duas vertentes é importante para impedir
abuso de poder
John Locke – “pai” dos direitos fundamentais (quando os homens nascem são dotados de
vários direitos que não podem perder na passagem do estado natureza para o estado
sociedade) – vertente contratualista
Igualdade entre os homens: os homens são iguais por natureza e esta igualdade não
impede que se reconheça a existência de determinadas diferenças relevantes como a
idade e as virtudes (quanto mais velhas/virtuosas as pessoas forem, maior
consideração se deve ter por elas -> têm reconhecimento especial pela sociedade, têm
«justa precedência»)
Onde não há lei não há liberdade: a liberdade não é sinónimo de anarquia, é ordeira
sobre a lei. A lei e o respeito pela lei é condição do exercício de liberdade pelos
membros da sociedade
Propriedade como conjunto de direitos fundamentais: a liberdade é o conjunto dos
direitos de cada pessoa, tornando-se propriedade das mesmas. A propriedade é o que
faz os homens aceitarem sair do estado natureza e passar para o estado sociedade.
Preservação da propriedade como fim da sujeição dos homens a um governo: o
objetivo da passagem do estado natureza para o estado sociedade é proteger a
propriedade privada (tanto física como os direitos)
Proibição de justiça privada: a passagem do estado de natureza para o estado de
sociedade não permite que os homens continuem a fazer justiça pelas próprias mãos
Poder limitado: quanto mais limitado for o poder público, menores são os riscos para
a propriedade privada e maior o espaço para as pessoas exercerem as suas liberdades
Consentimento (da maioria) dos governados, através da lei: o governo deve ser
representativo e consentido pela maioria dos membros da sociedade
Separação de poderes: chega a defender a separação de poderes, mas a sua ideia não
foi levada a cabo, por ser insuficiente, tendo sido mais tarde aprofundada por
Monstesquieu. A separação de Locke divide o poder legislativo, e o poder executivo –
aplicar as leis – e o poder federativo – conduzir as leis nacionais. No entanto, faltou-lhe
o poder judicial independente para que as sua conceção de separação de poderes
prevalecesse.
Hobbes Locke
Objetivo Garantir a segurança dos Preservação das propriedade
cidadãos
Como deve ser o Estado forte Estado fraco
Estado?
Poder do estado Garantia da paz social, Ideia de consentimento
legitimado aos proveniente do respeito
olhos da recíproco dos direitos
comunidade individuais
Era jurista, tendo refletido sobre o poder. Há duas maneiras de aplicar a lei:
Forma típica do poder executivo
Forma típica do poder jurisdicional -> aqui o juiz é indiferente e imparcial aos
interesses colocados em causa, além disso é independente em relação ao poder
legislativo e ao executivo
Nos EUA, a ideia de separação ideológica do poder vai ser afastada, pois não havia classes
e o princípio legítimo só podia ser o democrático. No entanto, a separação horizontal dos três
poderes vai ser complementada pela ideia de divisão do poder em três níveis diferentes:
1. Poder federal (a Federação ou União)
2. Os poderes federados (os Estados Federados, que ao início eram 13)
3. Poderes dos condados
Ou seja, a ideia de separação sociológica é substituída pela estrutura federal do Estado
(separação vertical do poder político).
Reino Unido
Modelo inspirador do Montesquieu
A separação de poderes aqui nunca foi tão importante quando Montesquieu
defendeu, pois entre o poder legislativo e o poder executivo há uma grande
comunicação: no sistema de governo britânica, o governo sai da câmara (na altura saía
de ambas as câmaras, hoje sai da câmara dos comuns) e o rei escolhia os seus
ministros através das duas. A separação foi-se atenuando com o tempo, flexibilizando
de forma progressiva
Uma vez que o rei não respondia perante as câmaras, a responsabilidade era assumida
pelos ministros, havendo uma grande dependência do poder executivo face ao poder
legislativo. Os ministros eram escolhidos pelo rei, de acordo com a sua confiança:
tanto podiam ser da Câmara dos Lordes como da Câmara dos Comuns
A câmara dos comuns é dominada pelo programa político do governo
A verdadeira independência é do poder judicial, pela não interferência do rei na
nomeação de juízes e pela independência dos Law Lords, como supremo tribunal de
recurso do reino
É comum dizer que a diferença no Reino Unido é entre governo/oposição
Ao longo da história, assiste-se à transferência do poder real/efetivo entre órgãos
o Rei -> Câmara dos lordes -> Câmara dos comuns -> governo -> núcleo
(Gabinete - senior ministers)
Um salto na autonomia do governo relativamente ao rei manifesta-se com o
aparecimento do primeiro-ministro, que vai cortar o contacto regular entre o rei e o
governo
o Isto levou a que o rei se torna-se progressivamente uma figura simbólica: a
governação passou a ser assumida pelo primeiro-ministro e pelos ministros,
extraídos dos membros do Parlamento e responsáveis perante este
Os órgãos que existiam nos séculos XVII e XVIII, mantém-se (monarquia e Câmara dos
Lordes)
o Antes havia os Lordes hereditários (o cargo passava de pais para filhos)
Existem dois sistemas de governo:
o Aparente: rei, câmara dos lordes, chanceleres
o Real: o poder pertence ao povo, representado na Câmara dos Comuns, e o
povo elege o governo
O Reino Unido tem duas Constituições
o Simbólica: figuram o rei, a Câmara do Lordes e as instituições tradicionais
o Real e efetiva: atuam politicamente os comuns, o primeiro-ministro e os
ministros
Formalmente, o rei tem poder de veto e de nomeação do primeiro-ministro, no
entanto, mas recentemente nenhuma lei foi vetada e o primeiro-ministro é o líder do
partido eleito pela Câmara dos Comuns. Formalmente, também é o rei que dissolve a
Câmara dos Comuns, no entanto, é o primeiro-ministro que decide se há dissolução e
eleições antecipadas
Estados Unidos da América
A Constituição americana é feita à imagem do que Monstequieu defendeu
o Originariamente tem sete artigos (1º poder legislativo, 2º poder executivo e 3º
poder jurisdicional)
o No entanto, não foi uma cópia literal, devido Às circunstâncias em que a
mesma foi criada
O presidente norte-americano concentra em sim todo o poder executivo (inicialmente,
os americanos queriam uma monarquia)
Não havia aristocracia, pelo que não era possível criar a Câmara dos Lordes, sendo
necessário arranjar pessoas para ocupar a câmara superior, uma vez que a Consituição
proíbe os títulos nobilárquicos (as câmaras são ambas eleitas)
o Senado (câmara alta) - representantes dos Estado -> cada Estado elege 2
senadores, independentemente da extenção ou população do Estado (hoje em
dia o Senado tem 100 senadores) [combinação de representação popular]. O
Senado não deve ser considerado um órgão democrático, pois há uma
desigualdade entre o número de senadores eleitos e a população de cada
Estado (a população dos Estados mais pequenos está sobrerepresentada e a
população dos Estados maiores está subrepresentada e, por isso, o voto dos
americanos ao elegerem os senadores não tem o mesmo peso: o sufrágio é
universal, mas não é igual -> os voto de uns valem mais que os votos de
outros)
o Câmara dos representantes (câmara baixa)
o Em conjunto o Congresso (bicamaral), que exerce o poder legislativo (as leis
têm de ser aprovadas pelas duas câmaras e apenas depois são transmitidas ao
presidente para a promulgar ou vetar)
A obra base chama-se "The Federalist" (Hamilton, Madison, Jay)
o Conjunto de artigos do jornal que foi publicado para convencerem os eleitores
em Nova Iorque para ratificarem a Constituição
o A Constituição é vista, também, como um acordo internacional, uma vez que
reuniu os 13 Estados
Checks and balances - faculdade de estatuir (legislar - poder legislativo) e a faculdade
de impedir (executar - poder executivo)
o Impeachement - o poder legislativo pode destituir o presidente se este for
acusado de crimes graves
o Veto - o poder executivo pode vetar as leis vindas do poder legislativo
Nova separação de poderes
o Separação horizontal - legislativo, executivo e jurisdicional
o [adição da] Separação vertical - os 13 estados aceitam unir-se para
conseguirem derrotar Inglaterra. Aceitam que há funções que podem ser
melhor desempenhadas em conjunto (defesa, negócios estrangeiros),
mantendo no mesmo a independência naquilo que podem fazer sozinhos. Por
isso, os Estados têm competências que a Constituição Federal não atribui
individualmente (há estados com pena de morte e estados sem pena de morte
-> competência dos estados federados: os estados federais podem decidir
sobre alguns temas independentemente). Princípio geral: as matérias que não
tenham sido atribuídas expressamente pela Constituição são por defeito
competência dos Estados federais
O presidente norte americano é eleito através de 50 leis eleitorais diferentes
O que são matérias de federação não são competências dos estados federais e vice-
versa
Tocheville "Da democracia na América" - obra sobre a essência da democracia
americana
o Fiscalização da constitucionalidade das leis: no constitucionalismo norte
americano, desde cedo se reconhece que os tribunais têm a capacidade de
fiscalizar a constitucionalidade das leis. Admitindo-se a fiscalização da
constitucionalidade das leis, significa que os tribunais, que em princípio
aplicam essas leis, podem recusar-se a aplicar essas leis, fundamentando com
inconstitucionalidade. Surge, então, uma nova separação de poderes:
Poderes constituinte: está acima dos outros poderes
Poderes constituídos: legislativo, executivo e jurisdicional
França
Alguns autores imprimiram à separação de poderes em França, um conjunto de
elementos particulares:
o [Rosseau] Sobrevalorização do poder legislativo - a lei é a primeira
manifestação da vontade soberana do povo e, por isso, não devia ser posta em
causa de maneira alguma
o Contrário à separação de poderes, pois entendia que não havia ninguém
melhor que o legislador para saber como interpretar e aplicar a lei aos casos
concretos
Esta ideia dificultou a ideia de separação de poderes proposta por
Montesquieu
o A ideia de sobrevalorização da lei impediu a fiscalização jurisidicional da
constitucionalidade das leis
Benjamim Constant
o Em bom rigor, não devem haver três poderes, mas quatro, pois há
determinadas funções que o rei desempenha e que não são qualificadas como
aplicação da lei, ou seja, como poder executivo em sentido próprio: poder
legislativo, poder executivo, poder jurisdicional, poder moderador (o rei era
especialmente encarregado de zelar para que os três poderes restantes
funcionassem em harmonia)
o Apenas no século XX com a atua Constituição da V República é que se ensaiou
um modelo original de fiscalização preventiva da constitucionalidade das leis, a
cargo dum órgão que se assemelha a um tribunal: o Conselho Constitucional.
Até esse momento, o controlo de constitucionalidade apenas podia ser feito
no plano político, pelo próprio Parlamento
o O poder moderador foi importante no constitucionalismo português: na
primeira Constituição, o rei não tinha grandes poderes além da governação.
Assim, na Carta Constitucional este poder foi instituído: o rei passa a ter poder
de veto, por exemplo.
o Na Constituição portuguesa atual, a função do presidente da república não é
explicável à luz da separação de poderes proposta por Monstesquieu, tem
uma quarta função, herdeira da identificada por Constant
Abadade Sieyès
o Já tinha defendido a superioridade do poder constituinte, que é o poder do
povo fazer uma Constituição para si próprio
Função legislativa
Função política
Função administrativa
Função jurisdicional
Função legislativa:
Repartida (não em partes iguais) entre a Assembleia da República, o Governo e as
assembleias legislativas regionais dos Açores e da Madeira / a Assembleia da República
continua a ter o primado da competência legislativa, que se reflete nas reservas
absoluta e relativa (Artigos 164º e 165º CRP)
A competência do Governo está definida no Art.198º CRP
Competência concorrencial
Atos em que se traduz o exercício legislativo (AR - lei; governo - decretos-leis; ALR -
decretos-regionais)
Tipos de lei:
o Leis de revisão constitucional (apenas podem ser feitas pela AR e têm um
regime especial)
o Leis ordinárias (lei, decreto-lei, decreto--regional) - previstos no ART. 112º
As leis ordinárias têm todas o mesmo valor hierárquico, pelo que existe entre elas
mútua revogabilidade
Funções - órgãos - atos
Função política
Função do Presidente da República (única função dele)
Assembleia da República, Governo: têm funções além desta, sendo que a função
política não é a mais importante - têm algumas competências que não têm
especificidade, pelo que se integram na função político (COMPETÊNCIA POLÍTICA -
ART.197º CRP)
Dimensão externa: todos os Estados têm uma política externa, que passa por relações
diplomáticas e pela vinculação do Estado a convenções internacionais. Mantêm
relações internacionais, o que implica a prática de um conjunto de atos e, em
particular, a celebração de tratados e acordos internacionais. A vinculação do Estado
Português faz-se através da negociação das convenções internacionais: se forem
tratados, são vistos pela AR, se forem acordos internacionais são vistos pelo governo; a
ratificação final é feita pelo Presidente da República (ratificação - o presidente da
República certifica a vinculação de Portugal à convenção internacional)
Dimensão interna: atos políticos (há mais)
o Dissolução da AR: (Ato do PR) ato político de grande impacto, que conduz a
eleições a seguir. Juridicamente, o presidente pode dissolver sempre, exceto
nos 6 primeiros meses do mandato de deputados e nos últimos 6 meses do
seu mandato. Além disso, também não pode dissolver a AR se o país estiver
em estado de sítio ou de emergência
o Veto: (ato do PR) veto das leis da AR (veto suspensivo - a assembleia pode
voltar a aprovar, precisando duma maioria superior), vetos dos decretos-leis
do governo (veto definitivo)
o Nomeação do primeiro-ministro: se os resultados eleitorais forem claros, a
decisão costuma ser fácil. Se os resultados não forem claros, o presidente tem
uma margem de decisão
o Moção de censura: (ato da AR) a AR vota uma moção de censura para o
governo, se for aprovada o governo cai e são precisas novas eleições
o Voto de confiança: (Ato do AR, solicitado pelo governo) - se houver
contestação popular, o governo pode pedir um voto de confiança para saber
se tem o apoio da Assembleia. Se o voto não for aprovado, o governo cai
o Presidente
Marcar as eleições
Convocar extraordinariamente a AR
Dirigir mensagens à AR
Nomear e exonerar os restantes membros do governo
Convocar referendos
Atos políticos internacionais: nomeação de embaixadores, ratificação
dos tratados, declaração da guerra e da paz
o Assembleia da República
funções legislativas (Art. 161º CRP a, b, c, d, e, f, g, h) e política
Autorização
o Governo - ART. 197º CRP (Governo - competência política)
Apresentação do programa na AR
Aprovar acordos internacionais
Propor ao PR um referendo
Declarar estado de sítio e estado de emergência
Amnistia - determinados crimes deixam de o ser num determinado período/leis da AR
que suspendem uma lei penal em vigor por um determinado tempo
Poder do PR de cumular penas - perdão de penas por motivos humanitários
Função administrativa (ou executiva) - O Estado Português, sendo descentralizado, implica que
a função administrativa esteja repartida
O poder administrativo traduz-se na aplicação da lei
Lei habilitante -> princípio da legalidade (a administração não pode agir se não com
base numa lei e na Constituição) - vale para todas as administrações
Governo, Regiões Autónomas, Autarquias Locais (câmaras municipais, assembleias
municipais, juntas de freguesia e assembleias de freguesia)
As autarquias locais distinguem-se do governo
ART. 199º CRP (Governo - competência administrativa)
Atividade não jurídica:
o Atuações / prestações materiais de satisfação -> a administração está
constantemente na rua a exercer funções básicas de manutenção da vida
Atividade jurídica - atos administrativos
o Normativa (atos normativos) - as leis precisam de ser regulamentadas
Regulamentos
Decretos regulamentares Portarias
Despachos normativos
o Não normativa (atos não normativos) -
Atos administrativos (à partida, são individuais e concretos). Podem
ser escritos, mas podem ser orais e são unilaterais.
Externos -
Internos - praticados dentro da própria administração
Contratos administrativos: os contratos de direito administrativo não
são rigorosamente iguais aos contratos de direito privado, apesar de a
administração poder fazer contratos privados. Quando o interesse
público está em causa, há um regime especial de condução do
contrato e, por vezes, de modificação unilateral dos termos desse
contrato
Planos: ordenamento do território, desenvolvimento económico,
preservação ambiental - atos administrativos complexos que procuram
planificar o território com interesse público
Atos de direito privado (contratos)
Um dos direitos fundamentais dos administrados (pessoas singulares ou coletivos) é a
possibilidade de impugnarem atos administrativos se estes forem ilegais
Rosseau
Contratualista
Republicano e democrata: Rosseau recusa a monarquia na medida em que acredita
que a soberania, na verdade, pertence ao povo.
Lei (geral e abstrata) como expressão da vontade geral - Se a soberania estiver numa
pequena parcela nas mão de cada um dos membros da comunidade, surge a ideia de
sufrágio universal, ou seja, todos têm poder de voto. -> Rosseau é o fundador da
democracia moderna. Assim, o objetivo era que, todos votando, todos contribuíssem
para a feitura das leis («a lei é a expressão da vontade geral»). A generalidade e
abstração da lei levam à igualdade, pois a lei passa a ser aplicável a todos os membros
da sociedade
Regra da maioria: se todos têm uma parcela da soberania, todos participam na criação
da lei. No entanto, isto não significa que toda a gente vá estar de acordo, sendo que
vão existir pessoas a votar a favor duma lei e o resto a votar contra a mesma. Por isso,
Rosseau propôs a regra da maioria. Rosseau acreditava que a regra da maioria era uma
regra de verdade. Todos aqueles que usassem a razão e que se afastassem de
interesses pessoais, votariam no mesmo sentido, formando uma maioria. A minoria
era composta por aqueles que estavam mentalmente desviados e somente
interessados em si próprios, daí a maioria ter sempre razão. Consequentemente, «a
minoria quando obrigada a conformar-se com a vontade da maioria está apenas a ser
obrigada a ser livre».
Esta regra conduz à ideia de ditadura da maioria: se acharmos que a
maioria tem sempre razão e representa a liberdade, impõe-se essa ideia na
minoria, deixando de haver respeito pela vontade da minoria
Democracia direta: a soberania exerce-se e, como tal, todos os que detêm uma tutela
soberana tem de a exercer diretamente. Não se pode confiar o exercício de soberania
a outrem
Por que é que Rosseau pode ser considerado um inimigo da liberdade e um defensor do
totalitarismo?
Não há separação de poderes, pois o poder está todo concentrado na maioria
Não aceita a limitação do poder da maioria e, sendo assim, não pode aceitar
verdadeiramente a existência de direitos fundamentais, pois o que caracteriza os
direitos fundamentais é eles estarem acima da maioria
Se a maioria tem sempre razão, então a regra da maioria torna-se a regra de
verdade
A maioria decide com verdade e isso permite às pessoas viver em liberdade. A minoria está
sempre em erro, estando a ser afastada por interesses pessoais.
Crítica de Isaiah Berlin:
Se a vontade da maioria prevalece e se apenas há uma conclusão verdadeira, basta
que alguém iluminado interprete a vontade de todos (há sempre alguém que se acha
capaz de interpretar a vontade do povo) -> princípio de todas as tiranias
O princípio de que toda a gente pode ser obrigada a ser livre -> princípio de todas as
tiranias
A tese de que a minoria não tem direitos porque está em erro e vive em escravidão é o
mesmo que dizer a todas as pessoas da minoria que estão enganadas e, portanto,
outros decidirão melhor por elas
Separação de poderes
Hoje não se fala apenas de separação, fala-se também de interdependência: a
separação não é radical e há instrumentos de comunicação entre todos os poderes
É incontornável a existência de um 4º poder: todos os países democráticos têm um
órgão de soberania cuja função não se reconduz inteiramente à divisão tripartida feita
pro Montesquieu
Os três poderes originais vêm o seu peso relativo ser alterado. No esquema de
Montesquieu o poder legislativo devia ser o mais importante, de seguida, o executivo
e depois o jurisdicional, que era considerado nulo. A Constituição americana baseia-se
nisto. Valorizou-se também nas emendas constitucionais os direitos fundamentais: não
podem ser feitas leis que ponham em causa estas emendas.
Nós votamos para o Parlamento a pensar quem vai ser o primeiro-ministro, mas na
verdade estamos a eleger os deputados. A relação de forças alterou-se em vez de
termos um governo independente do parlamento, o parlamento é dominado pelo
governo e pela maioria que o elege. Quem controla a máquina administrativa do
Estado é o governo: faz o OE e controla-o, por exemplo.
o Atualmente, o poder executivo tem mais poder que o legislativo
O poder jurisdicional tem vindo a ganhar mais importância do que aquela que foi
atribuída por Montesquieu -> a jurisprudência é bastante importante e, por outro
lado, não há nenhuma lei que não tenha de ser interpretada
A separação agora é:
o Horizontal: 4 poderes (legislativo, executivo, jurisdicional, político)
o Vertical: descentralização do poder
o Temporal: quanto mais tempo alguém está no poder, mais são as ferramentas
que tem para consolidar esse poder. Por isso, os mandatos no poder são
limitados (CRP - o presidente da república só pode fazer dois mandatos, cada
um com 5 anos)
o Pessoal: três figuras -> incompatibilidades (uma pessoa não pode ter dois
cargos públicos simultaneamente - Art. 269 CRP, nº 4 e 5), impedimentos (os
titulares de cargos públicos não podem tomar decisões relativamente a
pessoas com as quais estejam proximamente conectadas), exclusividade (há
pessoas que ocupam cargos de exclusividade, não podendo ter qualquer outro
trabalho)
Princípio democrático
Principal evolução: universalização do sufrágio
O modelo democrático que vigora é o da democracia representativa: os cidadãos
elegem representantes para o parlamento
As razões que justificaram a representação política são pragmáticas, mas também
razões não dispensam a população como fator importante
A representação política é tão mais perfeita, quanto mais o parlamento espelhar o
povo -> representação espelhamento
A ideia de Rosseau não ficou totalmente esquecida, foi importante na Revolução
francesa e, atualmente, é usada nos referendos (quando o povo é chamado a tomar
decisões substituindo-se ao parlamento)
A questão da democracia direta tem sido retomada nos últimos tempos, pois a
revolução tecnológica permitiria novas formas de exercício do voto. O debate é
complexo, porque mesmo nos países em que são feitos referendos, não é fácil fazer
perguntas ao eleitorado (é complicado fazer perguntas sobre minorias, impostos).
Constituição em sentido histórico ou institucional
Descrição da organização do poder (p.e: nas cidades gregas)
[Idade Média/Estado Absoluto] Leis fundamentais dos reinos (muitas vezes
consuetudinárias, diziam respeito à sucessão ao trono e à reunião de cortes)
Todos os Estados que existem e existiram têm uma Constituição
Constituição em sentido moderno
Material (conteúdo): em substância, o conteúdo da constituição -> direitos
fundamentais, separação de poderes, princípio democrático
Formal (hierarquia): as normas constitucionais são superiores às leis ordinárias, sendo
que as segundas devem obediências às primeiras sob pena de invalidade (Tocheville ->
fiscalização de constitucionalidade)
Instrumental (texto): há países em que os direitos fundamentais se encontram fora do
texto constitucional (p.e: França)
Todas positivadas, à exceção da britânica
No século XX, deu-se uma generalização do conceito Constituição
o Constituições nominais: apenas têm o nome de Constituição, tentativa de
limitação do poder político sem resultado
o Constituições normativas: limitam o poder político
o Constituições semânticas: escondem um poder absoluto ou totalitário
Portugal
Rígida (revisão/alteração):
o Tempo: cinco anos sobre a última revisão
o Maioria de dois terços dos deputados em efetividade de funções
o Limites materiais: há matérias insuscetíveis de revisão
Liberalismo e desigualdade
Após as revoluções liberais, o liberalismo viu-se sobretudo no domínio económico:
Fisiocratas franceses
“mão invisível” -> Adam Smith
No domínio político:
Estruturado para proteger as liberdades individuais
Estado Liberal como Estado mínimo -> o ideário individualista vai reduzir o Estado ao essencial
das suas funções soberanas
Administração de justiça
Garantia de segurança interna e da paz pública
Condução das relações internacionais
Defesa em face dos inimigos externos
Cobrança de impostos -> o Estado cobra impostos aos cidadãos para assegurar os
recursos financeiros necessários para garantir o conjunto relativamente limitado de
funções que assumia
Quanto menos Estado maior o espaço de liberdade individual que é deixado para os
cidadãos
As intervenções administrativas são invariavelmente agressivas
Liberalismo político
Sobrevalorização das chamadas liberdades económicas ou dos direitos com conteúdo
económico (direito à propriedade, liberdade de iniciativa económica privada, liberdade
contratual,…)
Os direitos políticos (1ª geração) são moldados na perspetiva de valorização
económica das pessoas e, por isso, o sufrágio era censitário (atribuído a quem declara
uma certa quantia anual e paga o correspondente censo, ou a quem tinha um certo
nível de instrução) -> o universo real de eleitores correspondia a uma pequena parte
da população
Votava sobretudo a burguesia e as classes sociais superiores
François Guizot – o sufrágio universal deveria acontecer como consequência de um
processo de enriquecimento e de elevação do grau de instrução de toda a população
Do ponto de vista jurídico, os direitos fundamentais da 1ª geração são direitos
negativos:
o Direitos dos indivíduos a serem deixados em paz pelo Estado
o Direito à não invasão pelo Estado da sua esfera de autonomia individual
Questão social
O liberalismo económico e o liberalismo económico culminaram num estado de
miséria generalizado. Nas periferias das cidades assistiu-se ao aparecimento de uma subclasse
social, o proletariado, que vivia em condições indignas e moralmente contrastantes com o
estilo de vida da burguesia, que a indústria e o comércio enriqueceram.
Estado Social
O Estado Social nasce das progressivas reformas ao Estado Liberal.
Estado Providência
O crescimento progressivo do Estado Social vai eclodir no Estado Providência.
O Estado Providência fez com que o Estado se torna-se omnipresente na vida das
pessoas, estando presente desde o nascimento até à morte:
O Estado garante aos pais uma licença de maternidade e paternidade
As licenças são acompanhadas por subsídios e, possivelmente, prestações financeiras
adicionais
As crianças crescem e têm acesso ao ensino gratuito, que se pode estender até ao
ensino superior
Sempre que adoecem, os cidadãos podem recorrer a serviços públicos de saúde
Quando é necessário começar a trabalhar, o Estado apoia com os seus serviços
Se uma pessoa entra no desemprego, o Estado paga um subsídio e, possivelmente,
paga um curso que permita a reintegração social do desempregado
As pessoas com mais necessidades podem candidatar-se à habitação social ou apoio
financeiro para pagar a renda
Se por doença ou invalidez as pessoas ficarem sem poder trabalhar e não se
conseguirem subsistir, o Estado paga pensões de doença ou invalidez
Quando as pessoas atingem a idade de reforma, os sistemas de segurança social
garantem uma reforma até à morte
Quando uma pessoa morre, a família recebe um subsídio de funeral, para ajudar nas
despesas
O Estado Providência acompanha as pessoas a sua vida inteira, enquanto o Estado Social
apenas amparava as pessoas em situações graves.
O Estado Providência tem três dimensões estruturais:
Ideia de pleno emprego -> vinda do Keynesianismo e aplicada com o New Deal:
criação de um plano público de estímulos à economia e de grande obras públicas,
destinadas a dar emprego às pessoas e, assim, garantir-lhes um rendimento e
melhores condições de vida
Universalidade dos direitos sociais -> Lord William Beveridge elaborou em 1942 um
plano de reformas: o Estado deve assegurar a todos os cidadãos um conjunto de
direitos sociais como a educação, a saúde, a segurança social e aa habitação. Esta ideia
esteve na origem dos sistemas de educação, de saúde e de segurança sociais
universais
o O objetivo deste universalização é tornar os direitos sociais verdadeiros
direitos de cidadania, evitando o efeito estigmatizante que os critérios de
acesso aos apoios sociais sempre tiveram sobre os respetivos beneficiários
(p.e: «leis dos pobres»)
O Plano Beveridge defende também que os direitos sociais devem ser
complementados por um sistema de assistência aos mais desfavorecidos, ou seja, às
pessoas que carecem de um apoio especial do Estado para ter acesso a um nível
mínimo de condições de vida (p.e: habitação)
Crise de legitimidade:
Alteração do contexto económico
Inversão da pirâmide demográfica
Crise de financiamento
Crise de eficácia
Neoliberalismo
Surgiu como uma reação ideológica ao Estado Providência. Pretende retomar as ideias que
inspiraram os economista liberais clássicos, como Adam Smith:
Friedrich Hayek
Milton Friedman
Neoliberalismo:
Abandono das políticas keynesianas de promoção do pleno emprego
Controlo apertado da inflação
Restrição dos serviços sociais universais -> porque a universalidade impõe ao Estado o
dever de contribuir com os seus recursos para a totalidades dos cidadãos, quer eles
precisem ou não
Princípio da seletividade -> o Estado deve garantir a todas as pessoas um patamar
mínimo de oportunidades
Os direitos universais criam dependência
Friedrich Hayek:
Há um nível mínimo de bem-estar abaixo no qual a sociedade não pode deixar as
pessoas cair, mas daí para cima cada um é responsável por si e por garantir a sua
própria qualidade de vida
No entanto, o Estado Social não foi abolido e o Estado Liberal não regressou, uma vez que
os principais beneficiários dos serviços universais são as pessoas da classe média. São as
classes médias que fazem ganhar ou perder eleições. Assim, ainda que tenham sido reprimidas
algumas políticas sociais, o princípio da universalidade nunca foi inteiramente substituído pelo
princípio da seletividade.
Por outro lado, foram feitos cortes significativos no financiamento de programas de
assistência social destinados aos mais desfavorecidos. Estes cortes são relativamente
populares entre as classes médias, que se sentem sufocadas com impostos e contribuições e
tendem a culpar os mais pobres pela situação.
Apesar de o neoliberalismo não ter sido aplicado integralmente, algumas medidas foram
aplicadas ao longo do tempo para reequilibrar as finanças públicas (p.e: Cavaco Silva, quando
foi primeiro-ministro).
Objetivos das políticas neoliberais:
Redução do peso do Estado na economia
o Redução drástica do setor empresarial do Estado, devolvendo ao mercado
muitas empresas que tinham sido nacionalizadas nos anos 60 e 70, em setores
como a energia, a indústria pesada, a indústria automóvel, a banca,…
Contenção da despesa orçamental, garantido a sustentabilidade dos serviços públicos
o O Estado deixa de produzir bens e serviços, assumindo a função de regulação
de mercados com uma forte dinâmica capitalista e onde atuam empresas mais
fortes
Aprofundamento
Tratado da União Europeia 1992 (Maastricht)-> passa-se da cooperação económica
para a cooperação política, cria-se a União Europeia
o Política de justiça, defesa e cidadania comum (cidadania secundária -> os
cidadãos europeus têm antes a cidadania do seu Estado-Membro)
Extinção das três comunidades anteriores -> União Europeia
Tratado de Maastricht, Ato Europeu, Tratado de Amesterdão, Tratado de Lisboa ->
aproximam o funcionamento dos órgãos da EU e dos estados
Os tratados anteriores foram, com o Tratado de Lisboa (2007) substituidos por dois novos
textos básicos: Tratado da União Europeia e Tratado sobre o Funcionamento da União
Europeia
Chegou a haver um Tratado Constitucional, mas em 2004 foi esquecido
Atualmente: serão o Tratado da União Europeia e o Tratado do funcionamento da
União Europeia uma Constituição?
o Se olharmos para a essência da Constituição e para o que está escrito nos
tratados, encontram-se os dois pilares das constituições: direitos
fundamentais e separação de poderes
Depois do Tratado de Lisboa, a União Europeia começou a ter a sua própria carta de
direitos fundamentais (Carta dos Direitos Humanos da União Europeia)
o Os Tratados incorporaram esta Carta
o Os direitos vinculam os órgãos da União e os Estados-Membros sempre que
apliquem direito da União Europeia (se os estados-membros não utilizarem
direito da União, vinculam-se aos seus direitos internos)
Alargamento
1958 – os “Seis” – França, Alemanha, Itália, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo
1973 – Dinamarca, Irlanda, Reino Unido
1981 – Grécia
1986 – Portugal e Espanha
1995 – Áustria, Finlândia e Suécia
2004 – República Checa, Hungria, Polónia, Eslováquia, Eslovénia, Chipre, Malta,
Estónia, Letónia e Lituânia
2007 – Bulgária, Roménia
2013 – Croácia
- Conselho Europeu
Representação de todos os Estados-Membros
1ª formulação: Chefes de Estado/executivos
2ª formulação: Ministros setoriais
- Parlamento Europeu
Tem vindo a ganhar importância legislativa
Deliberação legislativa conjunta com o Conselho
Aprovação da maioria dos tratados
Eleito por sufrágio direto de todos os cidadãos europeus
- Comissão
Presidente e comissários (dos diferentes estados, mas que devem atuar de forma
independente, ou seja, não representando)
A garantia dos direitos fundamentais constitui um pilar básico da Europa -> Convenção
Europeia dos Direitos Humanos. Dentro da União Europeia, vigora a Carta dos Direitos
Fundamentais da União Europeia, que foi adquirindo valor jurídico, vinculando os Estados-
Membros ao direito da União e a um conjunto de ideais chave (dignidade, liberdade,
igualdade, cidadania, justiça, solidariedade).
Sentido formal
As normas dos Tratados têm um valor hierárquico superior aos demais atos praticados
pelas instituições.
Direito originário vs. Direito derivado -> a validade do direito originário depende da
sua conformidade com o direito derivado
Assim:
Constituição em sentido material (separação de poderes, direitos fundamentais e
princípio democrático)
Constituição em sentido formal (o direito da União Europeia prima sobre o direito
interno dos estados-membros -> se o direitos dos estados-membros foram
desconformes ao da União Europeia, os tribunais nacionais têm o dever de aplicar o da
União Europeia - valor hierárquico superior)
Federalismo europeu
EUA vs. União Europeia
EUA:
o No federalismo norte-americano os estados federados são soberanos na
ordem interna (fazem as constituições e têm ordem jurídica própria), mas não
o são na ordem externa (não têm política de defesa ou segurança externa)
o O direito federal prevalece sobre o direito federado
União Europeia:
o Na União Europeia a política externa é partilhada entre a União e os Estados-
membros -> os Estados que pertencem à União são soberanos interna e
externamente
o A União Europeia, no domínio jurídico, é parecido ao federalismo (federalismo
jurídico) -> o direito derivado prima sobre o direito interno dos estados
o O Direito da União Europeia produz efeitos na esfera jurídica dos particulares,
ou seja, as normas jurídicas deste Direito não só vinculam as próprias
instituições europeias e os Estados-Membros, mas estabelecem igualmente
obrigações e direitos no âmbito das relações jurídicas internas dos Estados-
Membros
Características federais da União Europeia:
Princípio do primado
Efeito direto do Direito da União Europeia
Existência de critérios de delimitação da competência de matéria da União Europeia e
das matérias pertencentes aos Estados-Membros
O princípio da atribuição está consagrado no artigo 5º do TUE, mas é secundado por
outros dois:
o Princípio da subsidiariedade: transposto para as relações entre os níveis
nacionais e europeu de governação
o Princípio da proporcionalidade: transposto para as relações entre entidades
públicas
Artigo 103º da Carta da ONU – “No caso de conflito entre as obrigações dos membros das Nações Unidas em
virtude da presente Carta e as obrigações resultantes de qualquer outro acordo internacional, prevalecerão as
obrigações assumidas em virtude da presente Carta.”
Nos finais do século XX, parecia evidente que o mundo estava a evoluir positivamente.
Tinham ocorrido diferentes vagas de democratização: uma após a II Guerra, depois nos anos
60 e 70, Portugal e Espanha e, após a queda do muro de Berlim, os países de Leste
democratizaram-se também.
No cenário de democratização, apareceu um filósofo, Francis Fukuyama. Defendia que
a democracia se iria generalizar. As vagas de democratização foram culminaram em
retrocessos em alguns países.
O fim da guerra fria e a queda do Muro de Berlim foram vistos como algo positivos, criando
esperança.
Antes da queda do Muro de Berlim e o risco de um conflito nuclear à escala mundial. O
objetivo das armas nucleares não era serem utilizadas, mas tinham o poder de dissuasão.
O risco atenuou-se de guerra nuclear atenuou-se e foi substituído por outros:
Ulrich Beck
o Ambiente - significativos desastres ecológicos
o Tecnologia - novas tecnologias cuja consequências a longo prazo são
indetermináveis
o Terrorismo - antes do 11 de setembro o terrorismo era motivado por questões
políticas internas. Fora isso, o terrorismo internacional era essencialmente
sobre a independência da Palestina. Atualmente, o terrorismo é
internacionalmente organizado, tendo como foco principal o ódio ao ocidente
-> choque de civilizações
o Mercados - «fragilidade dos Estados face aos mercados financeiros mundiais
o Choque de civilizações - ocidente vs. Oriente
Problemas ambientais
Surgiram na década de 70 do século XX
Revolução Ética "O princípio da responsabilidade" - Hans Jonas
o Antecipação
o Inclusão da natureza
o Da reciprocidade à responsabilidade
o Do presente para o futuro
o "age de tal modo que a máxima da tua ação seja compatível com a
permanência de uma vida na terra"
Hans Jonas põe em causa a ideia de que o mundo foi criado por Deus para servir o
homem
o Defende uma ética que incorpora a natureza - é necessário fazer recuar a ética
uma vez que não está garantida a permanência de uma vida humana digna na
terra
o Não é lícito eticamente que arrisquemos a vida dos outros e, por isso, em
situação de incerteza temos de dar preferência aos prognósticos maus
o Justiça intergeracional
o Os sistemas políticos passam a ter de tomar uma decisão relativamente ao
problema
Conflitos positivos
Prevenção: Haia 1930
Resolução: Estrasburgo 1963
Protocolo nº2 - 1933
Conflitos negativos
Direito à cidadania: 15º DUDH, 24º PIDCP, 3º D.D Criança
Convenção das Nações Unidos sobre redução da apatridia
Convenção CE 1997 sobre nacionalidade
Quais são os critérios de definição de cidadania?
Originária (atribuída no momento do nascimento ou em momento posterior por
referência ao momento do nascimento)
o Ius sanguinis - nascer e ser filho de cidadãos portugueses
o Ius soli - nascer em solo português
o Automática - resultar da aplicação da lei - ope legis
o Manifestação da vontade - há situações em que estão preenchidos alguns
requisitos mas é necessária esta manifestação (p.e: filhos de estrangeiros que
residem em Portugal)
Derivada (adquirida)
o Casamento / união de facto
o Filiação
o Adoção
o Residência: naturalização (art.6º da lei da nacionalidade)
A cidadania não é apenas um estatuto, é também um direito.
Art.26º - estabelece o direito à cidadania, sendo-lhe aplicável o artigo 18º
Dimensão positiva: quem é estrangeiro pode ter direito a ser português (o legislador
não é livre de decidir quem é cidadão português)
o Nascimento (sangue e solo)
o Posteriormente (casamento/filiação/adoção/ligação + efetiva)
Dimensão negativa: aplica-se a quem já tem a cidadania portuguesa (quem a tem, tem
o direito de não a perder ou ser privado - nº4 - dela arbitrariamente - artigo 8º Lei da
Nacionalidade)
*Lei da Nacionalidade (Lei Nº37/81)
Art. 15º CRP - estrangeiros -> princípio da equiparação (complemente o princípio da igualdade
estabelecido no art. 13º)
1. Os estrangeiros e apátridas que se encontrem ou residam em Portugal gozam de
direitos e estão sujeitos aos deveres do cidadão português
2. Excetuam-se do disposto no número anterior os direitos políticos, o exercício das
funções públicas que não tenham caráter predominantemente técnico e os direitos e
deveres reservados pela Constituição e pela lei exclusivamente aos cidadãos
portugueses
O legislador não tem livre vontade para definir quais são os direitos e deveres que
pertencem apenas aos cidadãos
Direitos políticos: voto, a ser candidato, a constituir partidos políticos
Exercício de funções públicas que não tenham caráter predominantemente técnico
o Há funções públicas que estão associadas a funções de soberania, estando
estas reservadas aos cidadãos - o resto das profissões não são exclusivas
o Direitos exclusivos dos cidadãos portugueses - art. 33º, direito à defesa da
pátria (art. 70 e tal, que pode geral serviço militar obrigatório)
o Direitos exclusivos as estrangeiros - p.e: direito ao asilo
3. Aos cidadãos dos estados de línguas portuguesa com residência permanente em
Portugal são reconhecidos nos termos da lei e em condições de reciprocidade, direitos
não conferidos a estrangeiros, salvo
a. O acesso aos cargos de Presidente da República, Presidente da Assembleia da
República, Primeiro-Ministro, Presidentes dos tribunais supremos
b. Serviço nas Forças Armadas e na carreira diplomática
4. A lei pode atribuir a estrangeiros residentes no território nacional, em condições de
reciprocidade, capacidade eleitoral ativa e passava para a eleição dos titulares de
órgãos de autarquias locais
5. A lei pode ainda atribuir em condições de reciprocidade, aos cidadãos dos Estados
membros da União Europeia residentes em Portugal o direito de elegerem e serem
eleitos Deputados ao Parlamento Europeu
Lei Nº27/2012 - regime de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros
Art. 14º - portugueses no estrangeiro
Os cidadãos portugueses que se encontrem ou residam no estrangeiro gozam da
proteção do Estado (o Estado mantém a obrigação de ajudar os cidadãos que se
encontrem fora) para o exercício dos direitos e estão sujeitos aos deveres que não
sejam incompatíveis com a ausência do país
O princípio da equiparação também se aplica aos estrangeiros em situação irregular?
Irregularidade: as pessoas entram em território nacional com o visto de turista e
depois ficam (entram legalmente e permanecem mais tempo do que está definido no
visto)
Sim. A todos os direitos? Alguns direitos têm de ser reconhecidos às pessoas apesarem
de estarem em situação irregular
Não. Então não tem direitos?
Qual é a mais valia de ser cidadão?
Direitos reservados pelo nº2 do artigo 15º da CRP
Razões simbólicas: o facto de se ser estrangeiro pode ser um motivo de discriminação
Relação de liberdade com o território
Cidadania europeia
Portugal
Delimitação de fronteiras concisa (apenas duas questões: Olivença e Ilhas Selvagens)
Expansão da ZEE para aumentar a exploração de recursos – se Portugal expandir a sua
ZEE ficará com território marítimo muito superior ao terrestre
Regimes políticos
Abertos
o Democracias liberais
o Democracias populistas (tendem a degenerar em regimes autoritário –
instrumentalizam o voto popular, as eleições nem sempre acontecem de
acordo com a liberdade, não se costuma verificar pluralismo -> as eleições
acabam por ser no intuito de legitimar o líder)
Fechados
o Regimes autoritários (supressão de direitos políticos)
o Regimes totalitários (supressão da maior parte dos direitos civis, como –
direito à vida, direito à escolha da profissão, direito à constituição de família e
contração do casamento)
o Teocracia
Pressupostos
o Igualdade
o Soberania popular
Instituições
o Eleições
o Regra da maioria
o Representação política
o Partidos políticos
o Liberdade de expressão
o Estado de Direito
Sistemas de governo (quantos órgãos de soberania existem, como se relacionam, como são
criados – nomeação ou eleição – etc)
Estruturas presidencialistas
Duas eleições paralelas (Presidente e Congresso)
O chefe de estado – presidente – tem simultaneamente o poder executivo
Não existe um governo enquanto órgão autónomo -> existe um conjunto de
secretários de Estado nos quais o presidente delega as suas competências
o Não respondem perante o Congresso
o O presidente tem competência independente
Os secretários de Estado são nomeados pelo Presidente e respondem ao mesmo
Checks and balances
o O presidente veta as leis do congresso
o O congresso supero o veto através da maioria
qualificada
É comum a meio dos mandatos os presidentes perderem
apoio no Congresso
Juntamente com a eleição do presidente é eleita a
Câmara dos Representantes e é renovado 1/3 do Senado
Nas midterms é renovado o 2/3 do senado (de dois em
dois anos)
Estruturas semipresidencialistas
Tem alguns antecedentes históricos, mas foi criado na transição da quarta para a
quinta república francesa -> evolução do sistema parlamentar republicano, em que a
eleição do presidente pelo parlamento é substituída pela eleição direta pelo povo
O presidente não é um símbolo, tendo alguns poderes substanciais e pode tomar
algumas decisões importantes sobre o funcionamento do sistema político
Dupla eleição: Parlamento e Presidente
O governo é formado em função dos resultados
eleitorais e quando se forma passa a responder
politicamente perante o Parlamento
o O Parlamento pode e deve fazer perguntas ao
Governo
o O Parlamento pode determinar a queda do
Governo
Três institutos para a queda do governo:
moção de censura, voto de confiança,
voto do programa político do governo
Veto e superação do veto
Confiança e responsabilidade
O que é que diferencia este sistema de governo?
o [dupla responsabilidade] O governo não é apenas responsável perante o
Parlamento, também o sendo perante o Presidente -> isto inicia-se com a
nomeação do Governo
o O presidente pode ter alguma margem de manobra na escolha do Primeiro-
Ministro, bastando que os resultados não sejam certos, daí a nomeação do
mesmo eclodir na sua responsabilidade para com quem o nomeia
o O presidente pode demitir o primeiro-ministro
O que é que diferencia este sistema de governo? Dissolução do parlamento
o Nos restantes sistemas, não se dissolve o parlamento, sendo que o parlamento
e o presidente funcionam conjuntamente
o (o presidente não pode dissolver o parlamento e este não pode destituir o
presidente) *excetua-se o impeachment – o presidente cometer um delito
grave e, assim, pode ser destituído
o **No sistema parlamentar republicano a dissolução não é decidida pelo chefe
de Estado, pois a decisão sobre a dissolução cabe ao primeiro-ministro (vs.
Sistema semipresidencialista)
Estruturas convencionais
Inspirado na Assembleia francesa
Eleição de um comité executivo -> não tem competências
autónomas
A Assembleia pode substituir a convenção
A convenção não é dependente, estando na alçada do poder de
autoridade
Adotado por autarquias locais de menor dimensão (p.e:
freguesias)
Componente presidencialista
Eleição do PR por sufrágio direto e universal
o Se não houver um candidato, na primeira volta, com mais de 50% dos votos,
vão à segunda volta os dois candidatos com mais votos na primeira
Veto presidencial e superação parlamentar do veto
o Promulgação dos diplomas, para depois entrarem em vigor
o Veto político -> o PR fundamenta livremente
o Se o PR entender que o diploma é inconstitucional, envia-o para o TC para ser
feita uma fiscalização preventiva, que lhe deve responder em 25 dias
Se for inconstitucional, o PR é obrigado a vetar o diploma -> veto
inconstitucional
o Os vetos do PR em relação aos diplomas do governo são definitivos. Em
relação às leis, são suspensivos, pelo que a AR pode superar o veto através de
uma nova deliberação. Esta superação tem de ser feita por uma maioria
superior à inicial
o A fiscalização de inconstitucionalidade tem precedência relativamente ao veto
político
Aprovada uma lei pela AR, o Presidente da AR envia-a para o PR para promulgação. O pR
deve adotar uma das três atitudes seguintes:
1. Promulgar -> referenda-> publicação -> entrada em vigor
2. Vetar politicamente, solicitando à AR nova apreciação do diploma em mensagem
fundamentada. A AR, por sua vez, pode:
a. Aceitar o veto do PR
b. Confirmar o diploma vetado (por maioria absoluta ou de 2/3) -> promulgação
obrigatória
c. Reformar o diploma -> o processo inicia-se de novo
3. Enviar para o TC para fiscalização preventiva de constitucionalidade. Duas alternativas:
a. O TC pronuncia-se pela não inconstitucionalidade do diploma. O PR pode:
i. Promulgar
ii. Vetar politicamente
b. O TC pronuncia-se pela inconstitucionalidade do diploma -> O PR é obrigado a
vetar por inconstitucionalidade, devolvendo o diploma à AR. A AR, por sua vez,
pode:
i. Aceitar o veto por inconstitucionalidade do PR
ii. Confirmar o diploma vetado (por maioria de 2/3) -> o PR pode
promulgar, mas não é obrigado a fazê-lo
iii. Expurgar as normas consideradas inconstitucionais. Neste caso o PR
pode:
1. Promulgar
2. Vetar politicamente
iv. Reformular o diploma -> o processo inicia-se novamente
Sistemas de partidos
Sistemas eleitorais
Compostos ou complexos – costumam ser federações, sendo que a União Real apenas
se encontra efetivamente
o Uniões reais (Reino Unido) – estrutura de fusão -> há órgãos comuns (chefe de
Estado, Parlamento e Governo), mas também há órgãos de governo próprios
Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte
o Federações – estrutura de participação e sobreposição
O federalismo começa nos EUA, e depois da Declaração da
Independência as 13 colónias britânicas tornam-se Estados
independentes. Devido à sua necessidade de defesa, as 13 colónias
formaram uma confederação e, depois da Constituição, tornaram-se
uma Federação – Estados independentes unem-se e tornam-se uma
federal. Sobreposição: a Constituição Federal sobrepões às
constituições federais -> os Estados são soberanos na ordem interna.
Igualdade entre todos os Estados: todos têm o mesmo estatuto
jurídico e são representados por dois senadores no Senado,
independentemente da sua dimensão e todos participam no processo
e revisão da Constituição Federal. Repartição de competências entre a
Federação e os Estados federados: tudo o que não estiver reservado
pela constituição federal ao Estado federal, sobre para os Estados
federais (exemplo: interrupção voluntária da gravidez, pena de morte,
casamento homossexual). Os Estados não se dissolvem no conjunto
dos cidadãos -> os cidadãos elegem através do Estado (importa a
totalidade de voto do Estado – republicano/democrata)
De tipo clássico (EUA)
De tipo cooperativo (RFA)
Imperfeitas (França)
De tipo invertido (União Europeia) – contraposição ao federalismo
americano. A União Europeia pode ter um modelo federal, porém os
diversos Estados-Membros permanecem soberanos na ordem externa
Simples ou unitários (exemplos: Portugal, Espanha, França, Itália, Dinamarca)
o Centralizados
Concentrados (serviços de administração direta)
Desconcentrados (serviços periféricos de administração direta)
o Descentralizados
Administrativamente
Territorialmente: divisão do território em diferentes
categorias - autarquias locais [em Portugal: freguesias,
municípios]
Funcional: criação pelo Estado de outras pessoas coletivas
públicas, cujo objetivo é a satisfação das necessidades
coletivas). Diferente do próprio Estado e estão sujeitos a um
poder mais fraco sob propriedade da administração estadual
interna – o Governo tem poder de superintendência (pode dar
orientações às pessoas coletivas). X Associações
profissionais/públicas – têm administração autónoma e estão
sujeitas a um poder de tutela de legalidade, tal como as
autarquias locais -> o governo não pode controlar a atividade
das associações profissionais e autarquias locais, apenas pode
controlar o cumprimento da lei
Política e administrativamente (territorial) – regiões autónomas
Pressupõe um órgão legislativo
As regiões autónomas têm autonomia, mas estão vinculadas
ao poder legislativo, não tendo soberania externa ou interna
(artigo 226º CRP)
Integrais (Espanha/Itália) todo o território está dividido em
regiões autónomas / parciais (Portugal/Dinamarca)
Homogéneos – todas as regiões autónomas têm o mesmo
estatuto (Portugal) / heterogéneos
(Espanha/Itália/Dinamarca)
Princípios fundamentais
o Atividade
Dignidade da pessoa
Igualdade
Democrático
Estado de direito
Constitucionalidade – todos os atos do poder público têm de
ser conformes à Constituição, sob pena de invalidade e não
produzirem efeitos
Proporcionalidade – (18º, nº2/ 19º, nº4/266º, nº2/272, nº2)
Acesso ao Direito e aos Tribunais – (20º / 268º nº 4 e 5)
Responsabilidade – (22º /117º/271º)
Segurança jurídica – proteção da confiança (2º/18º,
nº3/29ª/103º)
Transparência – fundamentação das decisões dos tribunais,
segredos de e«Estado e Justiça são exceções ao principio geral
de liberdade de acesso e informação)
Legalidade / prossecução do interesse público / imparcialidade / boa-
fé – direito administrativo
Independência nacional /autodeterminação dos povos / não
ingerência /solução pacífica dos conflitos – direito internacional
público
Sustentabilidade / prevenção / precaução – direito do ambiente
Legalidade tributária / capacidade contributiva / anualidade e
equilíbrio orçamental – direito financeiro e fiscal
Nullum crimen-poen sin lege / irretroatividade da lei incriminadora / in
dúbio pro reo – direito penal e processo penal
proibição de autodefesa / pedido / igualdade das partes – direito
processual civil
o Organização
Separação (e interdependência de poderes) – procura que os poderes
sejam atribuídos a órgãos diferentes do Estado
Estado unitário regional
Subsidiariedade – repartição das competências entre o Estado e as
outras pessoas coletivas públicas (autarquias locais, regiões
autónomas)
Descentralização e desconcentração administrativa
Hierarquia dos tribunais
Princípios instrumentais
o Tipicidade dos atos legislativos – é a Constituição que define quais são os atos
legislativos -> daqui retiram-se outros formulários (artigo 112, nº1)
o Publicidade dos atos jurídicos – cruza-se com o princípio da transparência
o Fixação constitucional da competência – as competências são fixadas
constitucionalmente (artigo 110º)
o Solidariedade governamental – o governo tem de funcionar unitariamente, os
ministros não podem desrespeitar o programa do governo, hierarquia de
responsabilidade… (artigo 189º)
o Especialização dos tribunais – sem prejuízo da sua hierarquia, os tribunais
estão divididos consoantes as matérias a que são chamados a decidir (artigos
211, nº2 e 212º, nº3)
o Desburocratização – princípio da atividade administrativa
Teoria constitucional [ de um alemão ]
Referências bibliográficas – curso de direito constitucional volume II. Pgs. 9-55 e 76-126