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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

MANUAL DA UFCD

“Sistema de Segurança Social”

UFCD 8534

Setembro 2023

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

Objetivos
 Caraterizar o sistema de segurança social em Portugal.
 Caraterizar os regimes de relação jurídica de vinculação e contributiva.
 Interpretar a documentação obrigatória do sistema social.

Conteúdos programáticos
 Segurança social em Portugal
o Direito à segurança social
o Princípios básicos
o Regime geral contributivo do Sistema Previdencial
o Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem
 Relação jurídica de vinculação: Regime e documentação obrigatória
 Relação jurídica contributiva: Regime e documentação obrigatória
 Folha de contribuições
 Incidência contributiva
 Isenções
 Taxas contributivas
 Trabalhadores integrados em categorias ou situações específicas

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1. Segurança Social em Portugal


1.1. Direito à segurança social
Conceito
A noção de segurança social abrange todas as medidas que proporcionam prestações,
pecuniárias ou em género, para garantir proteção, nomeadamente contra:
o Ausência de rendimento relacionado com o trabalho (ou rendimento insuficiente)
motivado por doença, invalidez, maternidade, acidente de trabalho, desemprego,
velhice, ou morte de um membro da família;
o Ausência de acesso ou acesso com custos incomportáveis a cuidados de saúde;
o Prestações familiares insuficientes, em especial para crianças e adultos
dependentes;
o Pobreza geral e exclusão social.

Os regimes de segurança social podem ser de natureza contributiva (seguros sociais) ou


não contributiva.

A necessidade universal de segurança social foi reconhecida pela comunidade mundial


como um direito humano. A Organização Internacional do Trabalho, criada em 1919, visa
realizar este objetivo da segurança social que tem estado sempre no centro do seu
mandato.

O direito à segurança social é reconhecido como um direito humano nos instrumentos


fundamentais de direitos humanos, nomeadamente na Declaração Universal dos Direitos
Humanos e no Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais
(PIDESC).

Declaração Universal dos Direitos Humanos


Artigo 22.º:

Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode
legitimamente exigir a satisfação dos direitos económicos, sociais e culturais
indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de
harmonia com a organização e os recursos de cada país.

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Artigo 25.º:
(1) Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à
sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao
vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais
necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na
viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por
circunstâncias independentes da sua vontade.
(2) A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas
as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mesma proteção
social.

Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais


Artigo 9.º:
Os Estados Partes no presente Pacto reconhecem o direito de todas as pessoas à
segurança social, incluindo os seguros sociais.

Portugal dispõe de um Sistema Público de Segurança Social que se desenvolveu muito mais
tarde que o de outros países. Foi o 25 de Abril que permitiu a consagração do princípio de
solidariedade entre gerações e que fosse consagrado na Constituição o direito de todos à
segurança social.

O direito à segurança social é uma conquista civilizacional recente para defender e proteger
a vida humana face aos riscos sociais, mas que pode também defendê-la e protegê-la face
às adversidades de contextos políticos e económicos.

A Constituição da República fixou os princípios e os objetivos fundamentais da Segurança


Social no Capítulo II sobre Direitos e Deveres Sociais (artigo 63.º), nomeadamente:
o Todos têm direito à segurança social;
o Incumbe ao Estado organizar, coordenar e subsidiar um Sistema de Segurança
Social unificado e descentralizado, com a participação das associações sindicais, de
outras organizações representativas dos trabalhadores e de associações
representativas dos demais beneficiários;

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o O Sistema de Segurança Social protege os cidadãos na doença, velhice, invalidez,


viuvez e orfandade, bem como no desemprego e em todas as outras situações de
falta ou diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho.

A Segurança Social Portuguesa está sob a tutela do Ministério da Solidariedade e da


Segurança Social Português. Trata-se de um organismo criado pelo Estado para prover
condições de provisionamento e condições de vida a todos os cidadãos portugueses.

Para tal, é retirada uma comissão percentual em todos os rendimentos ou proveitos de


trabalhadores dependentes, independentes ou pessoa coletiva, de modo a criar um fundo
comunitário. Esse fundo, existe para situações de desemprego, reformas pensionárias,
salário mínimo garantido, abonos familiares, cuidados de saúde e outras regalias sociais.

A Segurança Social em Portugal é composta por dois sistemas: Sistema Previdencial e


Sistema de Proteção Social e Cidadania, composto por três subsistemas: ação Social;
Solidariedade e Proteção Familiar.

1.2. Princípios básicos


Principais objetivos da segurança social
Independentemente de quem assume a responsabilidade principal pelo exercício do direito
humano à segurança social, os objetivos principais consistem em:
o Reduzir a insegurança de rendimentos, nomeadamente a erradicação da pobreza, e
melhorar o acesso de todas as pessoas a serviços de saúde, com vista a assegurar
condições de trabalho e de vida dignas;
o Reduzir a desigualdade e a iniquidade;
o Proporcionar prestações adequadas como um direito legal;
o e simultaneamente
o Garantir a ausência de discriminação baseada na nacionalidade, na etnia ou no sexo
e
o Garantir a viabilidade, a eficiência e a sustentabilidade fiscais.

Princípios gerais

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Princípio da universalidade
O princípio da universalidade consiste no acesso de todas as pessoas à proteção social
assegurada pelo sistema, nos termos definidos por lei.

Princípio da igualdade
O princípio da igualdade consiste na não discriminação dos beneficiários, designadamente
em razão do sexo e da nacionalidade, sem prejuízo, quanto a esta, de condições de
residência e de reciprocidade.

Princípio da solidariedade
O princípio da solidariedade consiste na responsabilidade coletiva das pessoas entre si na
realização das finalidades do sistema e envolve o concurso do Estado no seu
financiamento, nos termos da presente lei.

O princípio da solidariedade concretiza-se:


o No plano nacional, através da transferência de recursos entre os cidadãos, de forma
a permitir a todos uma efetiva igualdade de oportunidades e a garantia de
rendimentos sociais mínimos para os mais desfavorecidos;
o No plano laboral, através do funcionamento de mecanismos redistributivos no
âmbito da proteção de base profissional; e
o No plano intergeracional, através da combinação de métodos de financiamento em
regime de repartição e de capitalização.

Princípio da equidade social


O princípio da equidade social traduz-se no tratamento igual de situações iguais e no
tratamento diferenciado de situações desiguais.

Princípio da diferenciação positiva


O princípio da diferenciação positiva consiste na flexibilização e modulação das prestações
em função dos rendimentos, das eventualidades sociais e de outros fatores,
nomeadamente, de natureza familiar, social, laboral e demográfica.

Princípio da subsidiariedade

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O princípio da subsidiariedade assenta no reconhecimento do papel essencial das pessoas,


das famílias e de outras instituições não públicas na prossecução dos objetivos da
segurança social, designadamente no desenvolvimento da ação social.

Princípio da inserção social


O princípio da inserção social caracteriza-se pela natureza ativa, preventiva e personalizada
das ações desenvolvidas no âmbito do sistema, com vista a eliminar as causas de
marginalização e exclusão social e a promover a dignificação humana.

Princípio da coesão intergeracional


O princípio da coesão intergeracional implica um ajustado equilíbrio e equidade geracionais
na assunção das responsabilidades do sistema.

Princípio do primado da responsabilidade pública


O princípio do primado da responsabilidade pública consiste no dever do Estado de criar as
condições necessárias à efetivação do direito à segurança social e de organizar, coordenar
e subsidiar o sistema de segurança social.

Princípio da complementaridade
O princípio da complementaridade consiste na articulação das várias formas de proteção
social públicas, sociais, cooperativas, mutualistas e privadas com o objetivo de melhorar a
cobertura das situações abrangidas e promover a partilha das responsabilidades nos
diferentes patamares da proteção social.

Princípio da unidade
O princípio da unidade pressupõe uma atuação articulada dos diferentes sistemas,
subsistemas e regimes de segurança social no sentido da sua harmonização e
complementaridade.

Princípio da descentralização
O princípio da descentralização manifesta-se pela autonomia das instituições, tendo em
vista uma maior aproximação às populações, no quadro da organização e planeamento do
sistema e das normas e orientações de âmbito nacional, bem como das funções de
supervisão e fiscalização das autoridades públicas.

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Princípio da participação
O princípio da participação envolve a responsabilização dos interessados na definição, no
planeamento e gestão do sistema e no acompanhamento e avaliação do seu
funcionamento.

Princípio da eficácia
O princípio da eficácia consiste na concessão oportuna das prestações legalmente
previstas, para uma adequada prevenção e reparação das eventualidades e promoção de
condições dignas de vida.

Princípio da tutela dos direitos adquiridos e dos direitos em formação


O princípio da tutela dos direitos adquiridos e dos direitos em formação visa assegurar o
respeito por esses direitos, nos termos da presente lei.

Princípio da garantia judiciária


O princípio da garantia judiciária assegura aos interessados o acesso aos tribunais, em
tempo útil, para fazer valer o seu direito às prestações.

Princípio da informação
O princípio da informação consiste na divulgação a todas as pessoas, quer dos seus direitos
e deveres, quer da sua situação perante o sistema e no seu atendimento personalizado.

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1.3. Regime geral


Trabalhadores em geral
o Trabalhadores que exercem atividade profissional remunerada com contrato de
trabalho
o Pessoas singulares equiparadas à dos trabalhadores por conta de outrem
o Trabalhadores destacados sem prejuízo do disposto em legislação própria e em
instrumentos internacionais a que Portugal se encontre vinculado
o Trabalhadores que exercem a respetiva atividade em estabelecimentos de turismo
rural, turismo de habitação e agroturismo
o Trabalhadores que prestam serviço de limpeza em prédios em regime de
propriedade horizontal
o Trabalhadores que prestam serviço de limpeza em prédios em regime de
propriedade horizontal.
o Pessoas que tenham celebrado contrato de estágio profissional ao abrigo da
Portaria n.º 92/2011, de 28 de Fevereiro, que à data da candidatura tenham:
o Idade inferior ou igual a 30 anos e sejam detentoras de qualificação de nível 4, 5, 6,
7 ou 8 do Quadro Nacional de Qualificações - QNQ;
o Idade superior a 30 anos, estejam desempregadas e em situação de procura de
novo emprego, e tenham obtido há menos de 3 anos uma qualificação de nível 2, 3,
4, 5, 6, 7 ou 8 do QNQ e não tenham registos de remunerações na segurança social
nos últimos 12 meses anteriores à entrada da candidatura. Não estão sujeitas aos
limites de idade referidos as pessoas com deficiência e ou incapacidade.

Situações excluídas:
o Trabalhadores abrangidos pelo regime de proteção social convergente dos
trabalhadores que exercem funções públicas
o Trabalhadores que optaram pelo regime de proteção social pelo qual estão
abrangidos, desde que este seja de inscrição obrigatória.

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1.4. Particularidades do sistema


Regimes especiais
Trabalhadores independentes
Estão abrangidos por este regime:
o Profissional liberal (incluindo a atividade de carácter científico, artístico ou técnico)
e cônjuge
o Empresário em nome individual (incluindo a atividade comercial ou industrial) e
cônjuge
o Produtor agrícola e cônjuge
o Sócios de sociedades de agricultura de grupo
o Sócio ou membro de sociedade de profissionais livres
o Trabalhador intelectual (incluindo a atividade de carácter literário, científico ou
artístico) e cônjuge
o Membros de cooperativas de produção e serviços que, nos seus estatutos, optem
por este regime.

Não estão abrangidos por este regime:


o Advogados e solicitadores
o Titulares de direitos (pessoas a quem foram cedidos direitos) sobre explorações
agrícolas cujos produtos se destinem a consumo próprio
o Trabalhadores que exerçam atividade temporária em Portugal por conta própria e
que se encontrem abrangidos por regime de proteção social obrigatório noutro
país, que integre pelo menos as eventualidades de invalidez, velhice e morte.

Seguro social voluntário


Estão abrangidos por este regime:
o Cidadãos nacionais, e cidadãos estrangeiros ou apátridas residentes em Portugal
há mais de um ano, maiores, considerados aptos para o trabalho, que não estejam
abrangidos por regime obrigatório de proteção social ou que, estando, os mesmos
não relevem no âmbito do sistema de segurança social português.
o Cidadãos nacionais que exerçam atividade profissional em território estrangeiro e
que não estejam abrangidos por instrumentos internacionais de segurança social a
que Portugal se encontra vinculado.

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o Trabalhadores marítimos e vigias portugueses que exerçam atividade em barcos


de empresas estrangeiras.
o Trabalhadores marítimos portugueses que exerçam atividade a bordo de navios de
empresas comuns de pesca.
o Tripulantes que exerçam atividade em navios inscritos no Registo Internacional de
Navios da Madeira.
o Voluntários sociais a exercerem atividade não remunerada em favor de instituições
particulares de solidariedade social e de entidades detentoras de corpos de
bombeiros.
o Agentes da cooperação que reúnam as condições definidas no respetivo estatuto e
que celebrem contrato para prestar serviço no quadro das relações do cooperante
e que não seja enquadrado em regime de proteção social obrigatório de outro
país.
o Bolseiros de investigação que reúnam as condições definidas no Estatuto do
Bolseiro de Investigação e não estejam enquadrados em regime de proteção social
obrigatório.
o Praticantes desportivos de alto rendimento.

2. Relação jurídica de vinculação: regime e


documentação obrigatória

Inscrição das entidades


A inscrição das pessoas coletivas na segurança social é obrigatória e é feita oficiosamente
através dos elementos remetidos pela administração fiscal na data da:
o Participação de início do exercício de atividade
o Constituição nos casos de regime especial de constituição imediata de sociedades
e associações, constituição online de sociedades ou criação imediata de
representações permanentes de entidades estrangeiras.
o Admissão do primeiro trabalhador, no caso das pessoas singulares que beneficiam
da atividade profissional de terceiros, prestada em regime de contrato de trabalho
o Comunicação pelos serviços de registo das entidades empregadoras:
 Inscritas no regime comercial

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 Que constem no ficheiro central de pessoas coletivas, no caso de entidades


não sujeitas a registo comercial obrigatório.
o Com base em ações de inspeção ou de fiscalização (no caso de entidades
irregularmente constituídas que tenham trabalhadores ao seu serviço).
(MOD.RV1011-DGSS).

Entidades competentes para proceder à inscrição


São competentes para a inscrição e o enquadramento das entidades empregadoras:
o O Instituto de Segurança Social, I.P, se o local de trabalho for no território
continental
o O Centro de Segurança Social da Madeira, se o local de trabalho for na Região
Autónoma da Madeira
o O Instituto de Gestão de Regimes de Segurança Social, se o local de trabalho for na
Região Autónoma dos Açores
o Caixas Sindicais de Previdência.

Inscrição dos trabalhadores


As pessoas singulares e coletivas que beneficiem da atividade profissional de terceiros,
prestada em regime de trabalho subordinado, estão obrigadas a promover a inscrição na
segurança social.

A inscrição dos beneficiários é feita, recorrendo a um modelo próprio, na instituição de


Segurança Social da área do estabelecimento onde prestam a sua atividade. O boletim de
inscrição deverá ser autenticado pela entidade patronal, com assinatura e carimbo.

Deveres das entidades empregadoras:


As entidades empregadoras são obrigadas a comunicar aos serviços de segurança social:

A admissão de novos trabalhadores


Por qualquer meio escrito ou on-line em www.seg-social.pt:
o Nas 24 horas anteriores ao início de produção de efeitos do contrato de trabalho.
o Durante as 24 horas seguintes ao início da atividade, quando por razões excecionais
(fundamentadas) a comunicação não possa ser feita naquele prazo apenas para:
 Contratos de muito curta duração ou.

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 Prestação de trabalho por turnos.


o Com indicação do Número de Identificação da Segurança Social (NISS) se o houver
e da modalidade de contrato de trabalho a termo resolutivo ou sem termo.

Contratos de trabalho de muita curta duração


A comunicação de admissão de trabalhador em regime de contrato de trabalho de muito
curta duração é efetuada no sítio da Internet em www.seg-social.pt ou através de
formulário de modelo próprio contendo os seguintes elementos:
o Identificação, domicilio ou sede das partes
o Atividade do trabalhador e correspondente retribuição
o Data de início dos efeitos do contrato de trabalho
o Local de trabalho; duração do contrato de trabalho.

Contrato de trabalho intermitente


A entidade empregadora deve enviar, à instituição de segurança social competente, cópia
do contrato intermitente ou em exercício intermitente da prestação de trabalho com os
requisitos exigidos na lei laboral.

Este documento deve ser entregue no prazo de cinco dias contados a partir da
comunicação da admissão do trabalhador ou da conversão do despectivo contrato.

Trabalhador em situação de pré-reforma


A entidade empregadora deve remeter, à segurança social, o acordo de pré-reforma no
prazo de cinco dias após a sua entrada em vigor.

Incumprimento da não comunicação da admissão


Se a entidade empregadora não comunicar a admissão de novos trabalhadores:
o Presume-se que o trabalhador iniciou a prestação de trabalho no 1.º dia do 6.º mês
anterior ao da verificação do incumprimento
o Fica sujeito à aplicação de uma contraordenação:
 Leve, quando seja cumprida nas 24 horas subsequentes ao termo do prazo,
e
 Grave, nas restantes situações.

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A cessação, suspensão e respetivo motivo e alteração da modalidade de contrato


de trabalho
Até ao dia 10 do mês seguinte ao da sua ocorrência em www.seg-social.pt ou em
formulário próprio, nos casos de pessoas singulares com apenas um trabalhador ao serviço.

Se a entidade empregadora não prestar estas informações:


o Presume-se a existência da relação laboral, pelo que se mantém a obrigação do
pagamento de contribuições
o Fica sujeito à aplicação de uma contraordenação leve.

A alteração de elementos de identificação, o início, a suspensão ou a cessação


de atividade
Sempre que os elementos não possam ser obtidos oficiosamente ou suscitem dúvidas, as
entidades empregadoras são notificadas para os apresentarem no prazo de 10 dias úteis.

O incumprimento desta obrigação determina a aplicação de uma contra ordenação leve.

Trabalhadores por conta de outrem


Os trabalhadores por conta de outrem devem declarar à instituição de segurança social
competente:
o O início de atividade profissional.
o A sua vinculação a uma nova entidade empregadora.
o A duração do contrato de trabalho.

A declaração:
o Deve ser apresentada entre a data da celebração do contrato e o final do 2.º dia da
prestação de trabalho.
o Pode ser apresentada em conjunto com a declaração da entidade empregadora.
(MOD.RV1009-DGSS).

É dispensado da inscrição o trabalhador que já for beneficiário do Centro Regional da área


na qual inicia a nova prestação de trabalho.

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Contudo, cabe-lhe, nesse caso, declarar à instituição de Segurança Social, no prazo de


vinte e quatro horas a partir do início do contrato de trabalho, a sua vinculação a uma nova
entidade patronal.

Trabalhadores independentes
Inscrição pela primeira vez
A administração fiscal comunica à instituição de Segurança Social competente o início
de atividade, fornecendo-lhe todos os elementos de identificação.

Com base nos elementos recebidos da administração fiscal, a instituição de Segurança


Social inscreve o trabalhador (se for necessário) e efetua o seu enquadramento no regime
dos trabalhadores independentes.

O trabalhador fica enquadrado no regime dos trabalhadores independentes mesmo que se


encontre em condições de isenção de pagamento de contribuições.
(MOD.RV1000-DGSS).

O primeiro enquadramento no regime dos trabalhadores independentes só produz efeitos


quando o rendimento anual relevante do trabalhador for superior a 6 vezes o valor do
Indexante dos Apoios Sociais - IAS 2022 (443,20 euros * 6 = 2.659,20 EUR) e após
decorridos pelo menos 12 meses.

Produção de efeitos do enquadramento


1. No caso de iniciar a atividade pela 1.ª vez
- Obrigatoriamente
No 1.º dia do 12.º mês posterior ao do início de atividade. No caso de cessação de
atividade no decurso dos primeiros 12 meses, a contagem do prazo de 12 meses é
suspensa, continuando a partir do 1.º dia do mês do reinício da atividade, caso este ocorra
nos 12 meses seguintes à cessação.

- Facultativamente

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Os trabalhadores independentes podem requerer que o enquadramento produza efeitos


em data anterior à data prevista para a produção de efeitos obrigatória. Neste caso, produz
efeitos no 1.º dia do mês seguinte ao da apresentação do requerimento.

2. No caso de reinício de atividade


O enquadramento produz efeitos no 1.º dia do mês do reinício da atividade.

Cônjuge de trabalhador independente


O enquadramento do cônjuge:
É efetuado mediante requerimento
Produz efeitos no mês seguinte ao da apresentação do requerimento ou no mês em que
produz efeitos o enquadramento do trabalhador independente.
Membros das cooperativas
O enquadramento dos membros trabalhadores produz efeitos a partir do mês seguinte ao
da comunicação da opção por este regime.

A comunicação é efetuada através da apresentação de formulário de modelo próprio e


vigora durante o período mínimo de 5 anos.

Cessação do enquadramento
O enquadramento cessa quando se verifique a cessação de atividade por conta própria.

A cessação do enquadramento é efetuada oficiosamente, com base na troca de informação


com a administração fiscal ou mediante requerimento dos trabalhadores.

Cônjuge de trabalhador independente

O enquadramento do cônjuge cessa quando se verificar:


A cessação da atividade do trabalhador independente
A cessação da atividade
O inicio de uma atividade por conta própria*
O fim do casamento
A separação judicial de pessoas e bens*
A dissolução da união de facto.

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*A comunicação desta situação deve ser efetuada pelo cônjuge do trabalhador


independente, até ao final do mês em que a mesma se verifique .

Manutenção do enquadramento no caso de exercício de atividade em país estrangeiro

No caso de exercício de atividade em país estrangeiro, o trabalhador independente pode


manter o enquadramento neste regime até ao limite de um ano.

Este período pode ser prorrogado por outro ano mediante requerimento do interessado e
autorização do serviço de Segurança Social, salvo o disposto em instrumento internacional
a que Portugal se encontre vinculado.

A autorização pode ser dada por período superior quando os conhecimentos técnicos ou
aptidões especiais do trabalhador o justifiquem.

Como requerer
Através do formulário do enquadramento facultativo / antecipação do enquadramento de
trabalhador independente / inscrição - enquadramento de cônjuge de trabalhador
independente / alteração de elementos, Mod. RV1000-DGSS, acompanhado dos
documentos nele indicados.

O formulário referido está disponível, na coluna do lado direito em “Formulários” ou em


qualquer serviço de atendimento da Segurança Social.

Seguro social voluntário


O enquadramento no regime do seguro social voluntário depende da apresentação de
requerimento, à instituição de segurança social competente, e deve ser efetuada:
o Pelo próprio.
o Pela entidade que beneficia da atividade voluntária, no caso de voluntários sociais.

Os cidadãos nacionais residentes em território estrangeiro podem escolher a instituição de


segurança social pela qual pretendem ficar abrangidos. Esta opção é efetuada no momento
em que requerem a adesão ao seguro social voluntário.
(MOD.RV1007-DGSS).

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O enquadramento produz efeitos partir do dia 1 do mês seguinte ao da apresentação do


requerimento se o mesmo for deferido, isto é, se o interessado reunir as condições exigidas
para ficar enquadrado neste regime.

3. Relação jurídica contributiva: regime e


documentação obrigatória

A obrigação contributiva constitui-se com o início do exercício de atividade profissional


pelos trabalhadores ao serviço das entidades empregadoras.

A obrigação contributiva das entidades contribuintes compreende a declaração em relação


a cada um dos trabalhadores ao seu serviço, dos tempos de trabalho, do valor das
remunerações devidas aos trabalhadores e o pagamento das contribuições e das
quotizações, de acordo com a taxa contributiva aplicável.

A obrigação contributiva vence-se no último dia de cada mês do calendário.

As entidades empregadoras, para efeitos de segurança social, são consideradas entidades


contribuintes.

Sem prejuízo do disposto nos termos do Código do Procedimento Administrativo, a falta ou


a insuficiência das declarações previstas nos itens anteriores podem ser supridas
oficiosamente pela instituição de segurança social competente designadamente por recurso
aos dados de que disponha no seu sistema de informação, no sistema de informação fiscal
ou decorrente de ação de fiscalização.

O suprimento oficioso das declarações previstas nos itens anteriores é notificado à entidade
contribuinte nos termos do disposto no Código do Procedimento Administrativo.

Prazo de pagamento
Na generalidade o pagamento das contribuições e quotizações é efetuado do dia 10 ao dia
20 do mês seguinte àquele a dizem respeito.

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

No caso das entidades empregadoras de trabalhadores do serviço doméstico o pagamento


é efetuado do dia 1 ao dia 20 do mês seguinte àquele a que dizem respeito.

Nota: Se o último dia de pagamento coincidir com um sábado, domingo ou feriado, o


pagamento poderá ser efetuado no dia útil seguinte.

Efeitos do não pagamento das contribuições e quotizações


Cobrança coerciva do montante em dívida, o qual inclui juros de mora.

Fica sujeita à aplicação de contraordenação


o Leve – Se o pagamento das contribuições for efetuado nos 30 dias seguintes ao
termo do prazo
o Grave – Se o pagamento das contribuições for efetuado fora do prazo
anteriormente indicado

Processo crime se:


o A vantagem patrimonial ilegítima for superior a 7.500 EUR.
o A entidade empregadora descontar da remuneração dos trabalhadores o valor das
quotizações por estes devidas e não os entregar à Segurança Social.

Trabalhadores independentes
Obrigações dos trabalhadores
Todos os trabalhadores independentes devem pagar as contribuições a partir da data de
produção de efeitos do enquadramento no regime ou da cessação da isenção da obrigação
de contribuir.

O pagamento deve ser efetuado de 1 a 20 do mês seguinte àquele a que respeitam.

Os trabalhadores independentes que não sejam exclusivamente produtores ou


comerciantes devem, declarar o valor total:
o Das vendas realizadas
o Da prestação de serviços a pessoas singulares que não tenham atividade
empresarial

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o Da prestação de serviços por entidade contratante relativa ao ano civil anterior bem
como os Número de Identificação de Segurança Social e de Identificação Fiscal
dessa entidade.

A declaração deve ser feita através do preenchimento de anexo ao modelo 3 da declaração


do imposto sobre os rendimentos das pessoas singulares, efetuada no prazo legal para a
entrega da declaração fiscal.

Obrigações das entidades


São consideradas entidades contratantes todas as pessoas coletivas e singulares com
atividade empresarial que no mesmo ano civil beneficiem de pelo menos 80% do valor total
da atividade de trabalhador independente.

Consideram-se como prestados à mesma entidade contratante os serviços que sejam


prestados a empresas do mesmo agrupamento empresarial.

As entidades contratantes estão obrigadas a pagar as contribuições relativas aos


trabalhadores independentes que lhe prestam serviços.

Trabalhadores abrangidos pelo regime de seguro social voluntário


Obrigações dos trabalhadores
o Pagar as contribuições à segurança social.

Obrigações das entidades


o Indicar mensalmente às instituições competentes de segurança social os voluntários
sociais que deixaram de exercer a respetiva atividade de voluntariado
o Pagar as contribuições à segurança social, no caso dos beneficiários serem
Bombeiros Voluntários, Agentes da Cooperação ou Praticantes Desportivos de Alto
Rendimento.

Restituição de quantias indevidamente pagas


Restituição é a devolução das quantias relativas a contribuições e a quotizações
indevidamente pagas pelas entidades empregadoras e pelos trabalhadores.

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

Só são consideradas indevidas as contribuições e quotizações pagas mas cujo pagamento


não resulte da lei no âmbito do enquadramento, base de incidência e taxa contributiva.

O montante corresponde à parte proporcional das respetivas obrigações contributivas sobre


as remunerações que constituíram base de incidência, revalorizadas, à data de
apresentação do requerimento, e após a dedução do valor das prestações já atribuídas com
base nas contribuições pagas.

A restituição pode ser efetuada às entidades empregadoras e aos beneficiários, do seguinte


modo:
o Diretamente ao interessado ou por compensação com débitos à Segurança Social;
o Por compensação oficiosa de créditos.

A restituição deve ser requerida através da apresentação de requerimento pelas entidades


empregadoras e pelos trabalhadores nas instituições de Segurança Social, no prazo de um
ano contado a partir da data em que o requerente teve conhecimento de que o pagamento
foi indevido.

O direito à restituição prescreve no prazo de 5 anos a contar da data do pagamento. O


prazo é interrompido quando o requerimento de restituição é apresentado aos serviços de
Segurança Social.

4. Folha de contribuições
A entidade empregadora deve entregar nos serviços da Segurança Social uma declaração
de remunerações.

Este documento refere-se a uma listagem dos trabalhadores ao serviço no mês anterior
àquele a que diz respeito, com formato e conteúdo predefinidos.

Dessa declaração, constam as seguintes informações:


o Identificação da empresa;
o O número de beneficiário do trabalhador;

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

o O nome completo do trabalhador;


o A data de nascimento do trabalhador;
o O mês e o ano a que se referem as remunerações;
o O número de dias de trabalho;
o O valor e o tipo de abono (por exemplo, subsídio de férias).

A entregue da declaração de remuneração nos serviços da instituição de Segurança Social


deve ser feita em suporte digital ou em correio eletrónico.

A declaração de remunerações deve incluir:


o A identificação dos trabalhadores
o O valor da remuneração que constitui a base de incidência contributiva
o A taxa contributiva aplicável.
o Os dias de trabalho quando se trate de:
 Atividade que corresponda a um mínimo de 6 horas de trabalho diário e se
reporte a todos os dias do mês, o tempo declarado corresponde a 30 dias
 Início, interrupção, suspensão ou cessação de contrato de trabalho a tempo
completo, é declarado o número efetivo de dias de trabalho prestado a que
correspondeu remuneração
 Trabalho a tempo parcial, de contrato de muito curta duração e de contrato
intermitente com prestação horária de trabalho, é declarado 1 dia de
trabalho por cada conjunto de 6 horas
 Número de horas de trabalho excedente de conjuntos de 6, igual a 3 ou
inferior, é declarado meio-dia de trabalho e, nos restantes casos, mais 1 dia,
com o limite máximo de 30 dias em cada mês
 Trabalhador com contrato de trabalho no domicílio, o n.º de dias a declarar
em cada mês é:
o De 30 dias, quando a remuneração declarada for igual ou superior ao
valor da remuneração mínima mensal garantida, ou
o O número de dias correspondentes ao valor da remuneração dividido
pelo valor diário da remuneração mínima mensal garantida.

Se a declaração de remunerações não for apresentada ou não se encontrar devidamente


preenchida, o serviço de segurança social pode elaborar a declaração de remunerações

21
UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

com base nos dados de que dispõe ou que constem no sistema de informação fiscal ou
ainda dos recolhidos de ações de fiscalização

Se O trabalhador não for incluído na declaração de remunerações, a entidade empregadora


fica sujeita à aplicação de uma contraordenação muito grave.

A declaração de remunerações pode ser entregue:


o Por transmissão eletrónica de dados, através do sítio da Internet em www.seg-
social.pt
o Em suporte de papel ou através daquele sítio da Internet para entidades
empregadoras, pessoas singulares que tenham ao seu serviço um trabalhador. Se
optar pela entrega da declaração de remunerações através da Internet não poderá
voltar a utilizar a declaração em papel.

Nos casos de:


o Trabalhador da pesca local e costeira cujas remunerações são calculadas com base
no valor do produto bruto do pescado vendido em lota, a declaração deve ser
entregue pelos proprietários das embarcações, nas entidades que asseguram os
serviços de vendagem em lota
o Trabalhador do serviço doméstico a declaração é feita quando se efetua o
pagamento das contribuições e quotizações devidas.

5. Incidência contributiva
A remuneração ilíquida é constituída pelos valores respeitantes a todas as prestações
devidas como contrapartida de trabalho, designadamente:
o Remuneração base, em dinheiro ou em espécie
o Diuturnidades e outros valores fixados em função da antiguidade
o Comissões, bónus e outras prestações de natureza análoga
o Prémios de rendimento, produtividade, assiduidade, cobrança, condução, economia
e outros análogos com caráter regular
o Remuneração pela prestação de trabalho suplementar
o Remuneração por trabalho noturno
o Remuneração correspondente ao período de férias
o Subsídios de Natal, de férias, de Páscoa e outros de natureza análoga

22
UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

o Subsídios por penosidade, perigo ou outras condições especiais de prestação de


trabalho
o Subsídios de compensação por isenção de horário de trabalho ou situações
equiparadas
o Subsídios de refeição atribuídos em dinheiro ou em títulos (1)
o Subsídios de residência, de renda de casa e outros de natureza análoga, com
caráter regular
o Valores devidos a título de despesas de representação pré-determinados e dos
quais não tenham sido prestadas contas até ao fim do exercício
o Gratificações devidas por contrato, ainda que condicionadas aos bons serviços do
trabalhador e as de caráter regular
o Ajudas de custo, abonos de viagem, despesas de transporte e outras equivalentes
(1)
o Abonos para falhas (1)
o Despesas resultantes da utilização pessoal, pelo trabalhador, de viatura automóvel
que gere encargos para a entidade empregadora
o Despesas de transporte, suportadas pela entidade empregadora para custear as
deslocações em benefício dos trabalhadores, desde que estas não resultem da
utilização de transporte disponibilizado pela entidade empregadora ou excedam o
valor do passe social ou a utilização de transportes coletivos
o Retribuições a cujo recebimento os trabalhadores não tenham direito em
consequência de sanção disciplinar (1)
o Compensação por cessação do contrato de trabalho por acordo apenas nas
situações com direito a prestações de desemprego (1)
o Importâncias auferidas pela utilização de automóvel próprio em serviço da entidade
empregadora (1)
o E ainda, todas as prestações em dinheiro ou em espécie atribuídas ao trabalhador,
direta ou indiretamente como contrapartida da prestação do trabalho, com caráter
regular (a sua atribuição constitui direito do trabalhador por se encontrar pré-
estabelecida segundo critérios de objetividade e por forma a que este possa contar
com o seu recebimento, independentemente da frequência da concessão).

(1) Prestações sujeitas a incidência contributiva, nos termos previstos no Código do


Imposto sobre os Rendimentos de Pessoas Singulares (IRS).

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

Não integram a base de incidência contributiva:


o Valores compensatórios pela não concessão de férias ou de dias de folga.
o Importâncias atribuídas a título de complemento de prestações do regime geral de
Segurança Social.
o Subsídios concedidos a trabalhadores para compensação de encargos familiares
(frequência de creches, jardins de infância, estabelecimentos de educação, lares
de idosos e outros serviços ou estabelecimentos de apoio social).
o Subsídios eventuais para pagamento de despesas com assistência médica e
medicamentosa do trabalhador e seus familiares.
o Subsídios de férias, de Natal e outros análogos relativos a bases de incidência
convencionais.
o Valores das refeições tomadas pelos trabalhadores em refeitórios das respetivas
entidades empregadoras.
o Indemnização devida por força de declaração judicial da ilicitude do despedimento.
o Compensação por cessação do contrato de trabalho por despedimento coletivo,
extinção do posto de trabalho, não concessão de aviso prévio, caducidade e
resolução por parte do trabalhador.
o Indemnização por cessação, antes de findo o prazo convencional, do contrato de
trabalho a prazo.
o Descontos concedidos aos trabalhadores na aquisição de ações da própria
entidade empregadora ou de sociedades dos grupos empresariais da entidade
empregadora.

Cessação da obrigação de contribuir


As entidades empregadoras podem requerer a cessação de contribuir quando os
beneficiários tiverem 65 anos de idade e uma carreira contributiva igual ou superior a 40
anos.

Se a instituição de segurança social tiver conhecimento direto das condições que


determinam a cessação e se o beneficiário não constar na Declaração de Remunerações,
considera-se como requerimento de cessação da obrigação de contribuir.

Trabalhadores independentes

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

Base de incidência
O primeiro enquadramento no regime dos trabalhadores independentes, produz efeitos no
primeiro dia do 12.º mês posterior ao do início de atividade, ou em data anterior, mediante
requerimento.

Obrigação Declarativa
-Deixa de haver escalões. O rendimento relevante passa a ser determinado através de
declaração dos rendimentos correspondentes à atividade exercida, obtidos nos 3 meses
imediatamente anteriores.
- Esta declaração deve ser efetuada trimestralmente, até ao último dia dos meses de abril,
julho, outubro e janeiro, relativamente aos rendimentos.
- Nesta declaração deve ser indicados, para além de outros rendimentos a definir em
legislação regulamentar, o valor total dos rendimentos associados à produção e venda de
bens e à prestação de serviços.
- Se o trabalhador suspender ou cessar a atividade, deve efetuar uma declaração trimestral
no momento declarativo imediatamente posterior.
- No mês de janeiro deve confirmar ou declarar os valores dos rendimentos atrás referidos
relativos ao ano civil anterior.
- A obrigação prevista no número anterior não se aplica aos trabalhadores independentes:
• Que se encontrem isentos do pagamento de contribuições por acumulação da atividade
com pensão:
o de invalidez ou de velhice, e a atividade profissional seja legalmente cumulável com as
respetivas pensões;
o por risco profissional, de que resultou uma incapacidade para o trabalho igual ou superior
a 70%.
• Cujo rendimento relevante seja apurado com base no lucro tributável;
• Que não tenham estado obrigados à entrega de, pelo menos, uma declaração trimestral
relativa a rendimentos obtidos no ano civil anterior.
- A declaração trimestral a efetuar em janeiro de 2022 tem por referência os rendimentos
auferidos no trimestre imediatamente anterior (outubro, novembro e dezembro de 2021).
- Os serviços da segurança social procedem, anualmente, à revisão das declarações
relativas ao ano anterior com base na comunicação de rendimentos efetuada oficiosamente
pela administração fiscal e notificam o trabalhador independente das diferenças apuradas.

Determinação do rendimento relevante

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

- O rendimento relevante passa a ser determinado com base nos rendimentos obtidos nos
três meses imediatamente anteriores ao mês da declaração trimestral, correspondendo a
70 % do valor total de prestação de serviços ou a 20 % dos rendimentos associados à
produção e venda de bens.
- No caso de trabalhador independente abrangido pelo regime de contabilidade
organizada, previsto no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, o
rendimento relevante corresponde ao valor do lucro tributável apurado no ano civil
imediatamente anterior.
- Os rendimentos que não forem considerados para efeitos de determinação do
rendimento relevante são os previstos em legislação regulamentar. Mas o trabalhador
independente pode optar pela sua inclusão.
- O apuramento do rendimento é efetuado pela instituição de segurança social
competente com base nos valores declarados pelo trabalhador independente, bem como
nos valores declarados para efeitos fiscais.

Base de incidência contributiva

- A base de incidência contributiva mensal, que é o valor sobre o qual é aplicada a taxa
contributiva, corresponde a 1/3 do rendimento relevante apurado em cada período
declarativo, produzindo efeitos no próprio mês e nos dois meses seguintes.
- Se não existirem rendimentos ou se o valor das contribuições devidas, pela aplicação do
rendimento relevante apurado for inferior a € 20,00, é fixada a base de incidência que
corresponda ao montante de contribuições naquele valor.
- No caso de estar abrangido pelo regime de contabilidade organizada, a base de
incidência mensal corresponde ao duodécimo do lucro tributável, com o limite mínimo de
1,5 vezes o valor do Indexante dos Apoios Socias (IAS), em 2022 o valor de 443,20€ ,
sendo fixada em outubro para produzir efeitos no ano civil seguinte.
- A base de incidência dos trabalhadores independentes, que acumulem atividade com
atividade profissional por conta de outrem e cujo rendimento relevante mensal médio
apurado trimestralmente como trabalhador independente for de montante igual ou
superior a 4 vezes o valor do IAS o valor de 443,20€, corresponde ao valor que ultrapasse
aquele limite.
- A base de incidência contributiva considerada em cada mês tem como limite máximo 12
vezes o valor do IAS o valor de 443,20€.
- Quando efetuar a declaração trimestral, pode optar que lhe seja fixado um rendimento

26
UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

relevante superior ou inferior até ao limite de 25 % e em intervalos de 5%.


- No início da produção de efeitos do enquadramento ou no reinício de atividade e até à
primeira declaração trimestral, é fixada, uma base de incidência contributiva, que
corresponde a um montante de contribuições de 20 euros, exceto se a base de incidência
já estiver fixada para esse período.
- Os trabalhadores independentes que vão exercer a respetiva atividade em país
estrangeiro e que optem por manter o seu enquadramento no regime geral dos
trabalhadores independentes, mantêm a última base de incidência fixada, nos casos em
que os rendimentos de trabalho independente não sejam declarados em Portugal.
- A base de incidência contributiva dos trabalhadores enquadrados exclusivamente por
força da sua qualidade de cônjuges de trabalhadores independentes corresponde a 70%
do rendimento relevante do trabalhador independente, com os limites mínimos referidos
anteriormente nos números 16 a 18.
Contudo, podem requerer que lhes seja fixado um rendimento relevante inferior até 20%
daquele que lhes foi aplicado ou superior até ao limite do rendimento relevante dos
trabalhadores independentes.
Taxa contributiva

- A taxa contributiva a cargo dos trabalhadores independentes foi alterada para 21,4%.
- A taxa contributiva a cargo dos empresários em nome individual e dos titulares de
estabelecimento individual de responsabilidade limitada e respetivos cônjuges foi
alterada para 25,2%.

Pagamento de contribuições

- O pagamento das contribuições passa a ser efetuado entre o dia 10 e o dia 20 do mês
seguinte àquele a que as mesmas respeitam.
- A obrigação contributiva cessa a partir do 1.º dia do mês seguinte àquele em que cesse
a atividade, sem prejuízo do pagamento de contribuições que resulte de revisão anual.
- O pagamento de contribuições resultante da revisão anual é considerado como
efetuado fora do prazo.

Isenção da obrigação contributiva

- A isenção da obrigação de contribuir, por acumulação da atividade independente com


atividade por conta de outrem, é atribuída quando:
• O rendimento relevante mensal médio apurado trimestralmente, resultante da

27
UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

atividade independente, for inferior a 4 vezes o valor do IAS, em 2022 o valor de


443,20€ e, se
• O valor da remuneração mensal média, resultante da atividade por conta de outrem,
for igual ou superior a 1 vez o valor do IAS, em 2022 o valor de 443,20€.
• Acumulem a atividade com pensão de invalidez ou de velhice, e a atividade profissional
seja legalmente cumulável com as respetivas pensões;
• Acumulem a atividade com pensão por risco profissional, de que resultou uma
incapacidade para o trabalho igual ou superior a 70%.
- A isenção de contribuir é também atribuída quando, em janeiro do ano seguinte àquele
a que corresponde, se tenha verificado a obrigação do pagamento de contribuições
durante o ano anterior nos termos indicados no número 15, e enquanto se mantiverem
as condições que determinaram a sua aplicação.
Trabalhadores economicamente dependentes

- Considera-se trabalhador economicamente dependente aquele que obtenha de uma


única entidade contratante mais de 50% do valor total dos seus rendimentos anuais
resultantes da atividade independente que determinem a constituição de obrigação
contributiva.
- A taxa contributiva a cargo das entidades contratantes passa a ser de:
• 10% nas situações em que a dependência económica é superior a 80 %;
• 7% nas restantes situações.
- Estas alterações produzem efeitos a 1 de janeiro de 2018, sendo consideradas no
apuramento das entidades contratantes referentes a 2018, a efetuar em 2019.

6. Isenções
Dispensa do pagamento de contribuições
1º Emprego e desemprego de longa duração
Jovens à procura do 1.º emprego e desempregados de longa duração contratados por
tempo indeterminado, desde que os empregadores tenham um número de trabalhadores
subordinados superior ao que tinham:
o Em Dezembro do ano anterior ou
o No mês imediatamente anterior ao da contratação de novos trabalhadores, no caso
de terem iniciado a sua atividade no mesmo ano.

O período máximo da dispensa é de 36 meses.

28
UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

A dispensa cessa, nomeadamente, em caso de cessação do contrato de trabalho ou


suspensão, exceto nas situações de incapacidade ou indisponibilidade temporária para o
trabalho, por parte do trabalhador.

Emprego a reclusos em regime aberto


Trabalhadores reclusos em regime aberto, contratados por tempo indeterminado.
O período máximo de dispensa é de 36 meses.

Rotação emprego-formação
Trabalhadores substituídos, no âmbito da medida de rotação emprego-formação, desde
que os empregadores tenham um plano de formação e em que as ações de formação
possam:
o Ser realizadas diariamente em horário laboral, que não possibilite o normal
desempenho de funções profissionais;
o Ter duração mínima de 1 mês e máxima 12 meses;
o Revestir interesse direto para a empresa ou proporcionar uma formação qualificante
para o trabalhador;
o Implicar o afastamento do posto de trabalho do trabalhador para a formação.

O período máximo da dispensa é de 12 meses:


o Enquanto durarem as ações de formação relativamente aos trabalhadores
substituídos. Consideram-se, neste período, as ações de formação interpoladas,
cuja interrupção não seja superior a 15 dias úteis;
o Até ao fim da ação de formação, se a entidade empregadora celebrar novo contrato
com o trabalhador substituto.

A dispensa cessa em caso de:


o Interrupção da ação de formação que inviabilize aos formandos a certificação de
frequência;
o Termo da ação de formação ou da respetiva frequência;

29
UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

o Inexistência de substituição, por cessação do contrato de formação ou do contrato


de trabalho do substituto, sem celebração de novo contrato, no prazo máximo de
10 dias úteis.
O trabalhador substituto deve:
o Estar desempregado e inscrito num Centro de Emprego;
o Celebrar com a respetiva entidade empregadora:
 Contrato de trabalho a termo;
 Contrato de formação em posto de trabalho, visado pelo IEFP.
Recuperação de regiões com problemas de interioridade
Trabalhadores contratados sem termo, no âmbito da criação líquida de postos de trabalho
(ver Conceitos), desde que os empregadores estejam abrangidos pelas áreas beneficiárias
do regime fiscal da interioridade e mantenham os novos postos de trabalho por um período
mínimo de 5 anos a contar da data da sua criação.

O período máximo da dispensa é de 3 anos, ou de 5 anos para as empresas criadas por


jovens empresários.

A concessão da dispensa temporária do pagamento de contribuições depende da situação


contributiva regularizada perante a segurança social e cessa se não se verificar o
cumprimento da obrigação contributiva (declaração de remunerações e pagamento de
contribuições).

Isenção – trabalhadores independentes


Pode ficar isento do pagamento de contribuir quando:
o Acumule atividade independente com atividade profissional por conta de outrem,
desde que, cumulativamente:
o O exercício da atividade independente e a outra atividade sejam prestadas a
empresas distintas e que não tenham entre si uma relação de domínio ou de
grupo
o O exercício de atividade por conta de outrem determine o enquadramento
obrigatório noutro regime de proteção social que cubra a totalidade das
eventualidades abrangidas pelo regime dos trabalhadores independentes
o Relativamente ao RR mensal médio apurado trimestralmente de
montante inferior a 4 vezes o valor do IAS (estimativa de IAS para

30
UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

2022 – 4 * 443,20 € = 1.772,80 €), quando acumulem atividade


independente com atividade profissional por conta de outrem, desde que se
verifiquem cumulativamente as seguintes condições:
i) O exercício das duas atividades sejam prestados a entidades
empregadoras distintas e que não tenham entre si uma relação de
domínio ou de grupo;
ii) ii) O exercício da atividade por conta de outrem determine o
enquadramento obrigatório noutro regime de proteção social que
cubra a totalidade das eventualidades abrangidas pelo regime do
TI;
iii) O valor da remuneração mensal média considerada para o outro
regime de proteção social seja igual ou superior a 1 vez o valor do
IAS (443,20 €)
o Seja simultaneamente pensionista de invalidez ou de velhice de regimes de
proteção social, nacionais ou estrangeiros e a atividade profissional seja legalmente
cumulável com a respetiva pensão
o Seja simultaneamente titular de pensão resultante da verificação de risco
profissional e que sofra de incapacidade para o trabalho igual ou superior a 70%

A isenção do pagamento de contribuições dos trabalhadores independentes é atribuída:


o Oficiosamente (por iniciativa dos serviços de Segurança Social) se as condições que
a determinarem ocorrerem dentro do sistema de Segurança Social
o Mediante entrega de requerimento da isenção, acompanhado do comprovativo da
remuneração mensal, no caso de o trabalhador independente estar enquadrado
noutro sistema de proteção social.
Só deve apresentar requerimento se a Segurança Social não tiver conhecimento direto dos
elementos necessários à atribuição da isenção do pagamento de contribuições.

A partir de quando tem direito à isenção


o Quando a isenção é atribuída oficiosamente, tem direito a partir do mês seguinte ao
da ocorrência dos factos que a determinem
o Quando a isenção dependa de requerimento, tem direito a partir do mês seguinte
ao da sua apresentação
o No caso de ser pensionista, tem direito a partir da data da atribuição da pensão.

31
UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

Quando termina a isenção


o Quando deixarem de se verificar as condições que determinaram a isenção do
pagamento de contribuições
o Por opção do trabalhador.
Nestes casos deve:
o Comunicar à Segurança Social a cessação das condições de isenção ou a vontade
de a terminar
o Pagar as contribuições a partir do mês seguinte ao da cessação da isenção.

Não existe obrigação de contribuir quando:


o Tiver direito à isenção do pagamento de contribuições
o Ocorrer a suspensão do exercício de atividade, devidamente justificada.

O trabalhador independente que suspenda temporariamente a sua atividade por conta


própria pode requerer à Segurança Social a suspensão da aplicação deste regime.

Se a atividade puder continuar a ser exercida por trabalhador ao seu serviço ou pelo
cônjuge do trabalhador independente que esteja enquadrado no regime mantém-se a
obrigação de contribuir:
o For comprovada incapacidade ou indisponibilidade para o trabalho por
parentalidade, mesmo que o trabalhador independente não tenha direito à
atribuição ou ao pagamento dos respetivos subsídios
o For comprovada incapacidade temporária para o trabalho por motivo de doença,
mesmo que não tenha direito ao subsídio de doença.

7. Taxas contributivas
O montante das contribuições é calculado:
o Em geral, pela aplicação de uma taxa contributiva à remuneração ilíquida devida em
função do exercício da atividade profissional (base de incidência).
o Pela aplicação de uma taxa contributiva a bases de incidência convencionais
determinadas por referência ao valor do indexante dos apoios sociais (estimativa
do IAS para 2022: 443,20 €).

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

A atualização da base de incidência produz efeitos a partir do 1.º dia do mês seguinte ao
da publicação do diploma que definiu o respetivo valor.

Na generalidade das situações as taxas contributivas a aplicar são as constantes do quadro


seguinte:

Redução da taxa contributiva a cargo da entidade empregadora


É um apoio temporário e são beneficiárias da Medida as Entidades Empregadoras de direito
privado, contribuintes do regime geral dos trabalhadores por conta de outrem,
relativamente a cada trabalhador ao seu serviço, que cumulativamente reúnam as
condições.

Beneficiam ainda da medida, as entidades cuja redução de taxa resulte do facto de serem
Pessoas Coletivas Sem Fins Lucrativos (Instituições Particulares de Solidariedade Social,
Associações, Fundações, Cooperativas, Associações de Empregadores, sindicatos e
respetivas uniões, federações e confederações, ordens profissionais, partidos políticos,
casas do povo, caixas de crédito agrícola mutuo, condomínios de prédios urbanos) ou por
pertencerem a sectores economicamente débeis, (agricultura e pescas).

TRABALHADORES INDEPENDENTES
Taxa contributiva

- A taxa contributiva a cargo dos trabalhadores independentes foi alterada para 21,4%.
- A taxa contributiva a cargo dos empresários em nome individual e dos titulares de
estabelecimento individual de responsabilidade limitada e respetivos cônjuges foi alterada
para 25,2%.

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

Situações que conferem direito à redução da taxa contributiva


Incentivos à permanência no mercado de trabalho
Aplicável aos trabalhadores ativos:
o Com pelo menos, 65 anos de idade e carreira contributiva igual ou superior a 40
anos; ou
o Que estejam em condições de aceder à pensão de velhice sem redução no âmbito
do regime de flexibilização da idade de acesso à pensão de velhice.

Se a instituição de segurança social tiver conhecimento direto das condições que


determinam a redução da taxa contributiva, altera o enquadramento com efeitos a partir
do mês seguinte.

Não sendo essa a situação:


o O trabalhador informa a entidade empregadora de que reúne as condições
anteriormente indicadas e entrega os documentos comprovativos.
o A entidade empregadora deve apresentar requerimento a solicitar a redução da
taxa.

Caso a instituição de segurança social não tenha conhecimento de toda a carreira


contributiva do trabalhador a entidade empregadora deve, ainda, apresentar os respetivos
documentos comprovativos.

Incentivo à contratação de trabalhadores com deficiência


Aplicável nas seguintes situações:
o O trabalhador tenha capacidade de trabalho inferior a 80% da capacidade normal
exigida a um trabalhador não deficiente no mesmo posto de trabalho
o A entidade empregadora celebre contrato de trabalho sem termo.

A entidade empregadora deve apresentar requerimento acompanhado de atestado médico


de incapacidade multiusos emitido pelos serviços de saúde ou pelos serviços do Instituto de
Emprego e Formação Profissional que ateste a situação de deficiência e respetivo grau.

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

Emprego a reclusos em regime aberto


Trabalhadores reclusos, em regime aberto, contratados a termo.

Valor da redução - 50% do valor das contribuições do empregador.

A redução é concedida durante o período do contrato de trabalho.

Se o contrato de trabalho a termo for convertido em contrato por tempo indeterminado,


aplica-se a dispensa temporária do pagamento de contribuições, a partir do mês seguinte.

Programa trabalho seguro


Trabalhadores contratados por tempo indeterminado, no caso de pequenas e médias
empresas, distinguidas com galardões e prémios associados, previstos no Programa
Trabalho Seguro.

A redução da taxa incide na parcela respeitante às entidades empregadoras e varia em


função da classificação das candidaturas e do financiamento dos custos decorrentes da
redução da taxa contributiva, de acordo com os seguintes galardões:
o 50% - Segurança Total.
o 20% - Segurança Sectorial.

O período de redução é de 12 meses, com efeitos a partir do 1.º dia do mês seguinte ao da
atribuição dos galardões e prémios associados.

8. Trabalhadores integrados em categorias ou


situações específicas
Trabalhadores integrados em categorias ou situações específicas
Membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas e entidades equiparadas

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

o Administradores, diretores e gerentes das sociedades e das cooperativas.


o Administradores de pessoas coletivas gestoras ou administradoras de outras
pessoas coletivas, quando contratados a título de mandato para aí exercerem
funções de administração, desde que a responsabilidade pelo pagamento das
respetivas remunerações seja assegurado pela entidade administrada.
o Gestores de empresas públicas ou de outras pessoas coletivas, qualquer que seja o
fim prosseguido, que não estejam obrigatoriamente abrangidos pelo regime de
proteção social convergente dos trabalhadores em funções públicas e que não
tenham optado por diferente regime de proteção social de inscrição obrigatória.
o Membros dos órgãos internos de fiscalização das pessoas coletivas, qualquer que
seja o fim prosseguido, que não se encontrem obrigatoriamente abrangidos pelo
regime de proteção social convergente dos trabalhadores em funções públicas e
que não tenham optado, nos termos legais, por diferente regime de proteção social
de inscrição obrigatória.
o Membros dos demais órgãos estatutários das pessoas coletivas, qualquer que seja o
fim prosseguido, que não se encontrem obrigatoriamente abrangidos pelo regime
de proteção social convergente dos trabalhadores em funções públicas e que não
tenham optado, nos termos legais, por diferente regime de proteção social de
inscrição obrigatória.

Situações excluídas:
o Membros de órgãos estatutários de pessoas coletivas sem fins lucrativos que
não recebam pelo exercício da respetiva atividade qualquer tipo de
remuneração.
o Sócios que, nos termos do pacto social, detenham a qualidade de gerentes
mas não exerçam de facto essa atividade, nem aufiram a correspondente
remuneração.
o Trabalhadores por conta de outrem eleitos, nomeados ou designados para
cargos de gestão nas entidades a cujo quadro pertencem, cujo contrato de
trabalho na data em que iniciaram as funções de gestão, tenha sido
celebrado há pelo menos 1 ano e tenha determinado inscrição obrigatória
em regime de proteção social.
o Sócios gerentes de sociedades constituídas exclusivamente por profissionais
incluídos na mesma rubrica da lista anexa ao Código do Imposto sobre o

36
UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

Rendimento das Pessoas Singulares e cujo fim social seja o exercício


daquela profissão.
o Sócios gerentes referidos anteriormente que sejam nomeadas por
imperativo legal para funções a que corresponda inscrição em lista oficial
especialmente elaborada para esse efeito, identificativa das pessoas
habilitadas para o exercício de tais funções, designadamente as
correspondentes às funções de gestores judiciais ou revisores oficiais de
contas.
o Membros dos órgãos estatutários das sociedades de agricultura de grupo.
o Liquidatários judiciais.
o Membros de órgãos estatutários de pessoas coletivas com fins lucrativos que
não recebam, pelo exercício da respetiva atividade, qualquer tipo de
remuneração e sejam:
 Abrangidos por regime obrigatório de proteção social em função do
exercício de outra atividade em acumulação com aquela, pela qual
aufiram rendimento superior ao valor do IAS.
 Pensionistas de invalidez ou de velhice de regimes obrigatórios de
proteção social, nacionais ou estrangeiros.

Trabalhadores no domicílio
Trabalhadores em regime de trabalho no domicílio, nos termos definidos pela legislação
laboral.

Praticantes desportivos profissionais


Desportistas profissionais que, tendo celebrado um contrato de trabalho desportivo e tendo
obtido a necessária formação técnico-profissional, praticam uma modalidade desportiva
como profissão exclusiva ou principal, auferindo uma remuneração.

Trabalhadores em regime de contrato de trabalho de muito curta duração


Trabalhadores com contrato de trabalho em atividade sazonal agrícola ou para a realização
de evento turístico de duração não superior a uma semana. A duração total dos contratos
por trabalhador no ano civil não pode exceder 60 dias de trabalho.

Trabalhadores em situação de pré-reforma

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

Trabalhadores com 55 anos ou mais anos que nos termos da legislação laboral tenham
celebrado acordo de pré-reforma com as respetivas entidades empregadoras e que até ao
momento em que completem a idade normal de acesso à pensão por velhice acrescida do
número de meses necessários à compensação do fator de sustentabilidade, salvo se até
essa data ocorrer a extinção do acordo.

A entidade empregadora deve remeter à segurança social o acordo de pré-reforma no


prazo de cinco dias após a sua entrada em vigor.

Pensionistas em atividade
Pensionistas de invalidez e velhice de qualquer regime de proteção social que
cumulativamente exerçam atividade profissional.

O enquadramento é efetuado oficiosamente se o pensionista estiver abrangido pelo sistema


previdencial de segurança social.

No caso de desconhecimento por parte da instituição de segurança social da situação de


pensionista, a entidade empregadora do interessado deve entregar àquela instituição cópia
do documento emitido pela entidade que atribuiu a respetiva pensão ou do cartão de
pensionista, do qual conste a natureza da pensão.

Trabalhadores em regime de trabalho intermitente


Trabalhadores com contrato de trabalho intermitente ou em exercício intermitente da
prestação de trabalho prestado em empresa que exerça atividade com descontinuidade ou
intensidade variável em que é acordada a prestação de trabalho intercalado por períodos
de inatividade, de acordo com o artigo 157.º do Código do Trabalho.

A entidade empregadora deve enviar, à instituição de segurança social competente, cópia


do contrato intermitente ou em exercício intermitente da prestação de trabalho com os
requisitos exigidos na lei laboral.

Este documento deve ser entregue no prazo de cinco dias contados a partir da
comunicação da admissão do trabalhador ou da conversão do respetivo contrato.

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

Trabalhadores de atividades agrícolas


o Trabalhadores que exercem atividades agrícolas ou equiparadas, sob a
autoridade de uma entidade empregadora, prestadas em explorações que
tenham por objeto principal a produção agrícola
o Trabalhadores que exercem atividade em explorações de silvicultura,
pecuária, horto fruticultura, floricultura, avicultura e apicultura e em
atividades agrícolas ainda que a terra seja apenas para suporte de
instalações.

Situações excluídas:
o Trabalhadores que exerçam a respetiva atividade em explorações que se
destinam essencialmente à produção de matérias-primas para indústrias
transformadoras que constituam em si mesmas, objetivos dessas empresas.

Trabalhadores da pesca local e costeira


o Trabalhadores inscritos marítimos que exercem atividade profissional na
pesca local e costeira, sob a autoridade de um armador de pesca ou do seu
representante legal.
o Proprietários de embarcações de pesca local, que integrem o rol de
tripulação e exerçam efetiva atividade profissional nestas embarcações
o Apanhadores de espécies marinhas
o Pescadores apeados
o Trabalhadores e proprietários de embarcações inscritos marítimos que
exercem atividade profissional a bordo de embarcações de pesca costeira, as
quais anteriormente a Junho de 1999 se encontravam abrangidas pelo
regime de retenção em lota de percentagem do valor bruto do pescado.

Trabalhadores que exercem funções públicas


o Titulares de relação jurídica de emprego público constituída a partir de 1 de
Janeiro de 2006, independentemente da modalidade de vinculação
o Titulares de relação jurídica de emprego constituída até 31 de Dezembro de
2005, que à data se encontravam enquadrados no regime geral de
segurança social.

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UFCD 8534 – Sistema Segurança Social

Trabalhadores do serviço doméstico


Trabalhador que prestem a outrem de forma remunerada, com carácter regular, sob a sua
direção e autoridade, atividades destinadas à satisfação das necessidades próprias ou
específicas de um agregado familiar ou equiparado.

Situações excluídas:
o Pessoas ligadas à entidade empregadora com os seguintes vínculos familiares:
 Cônjuge, ou pessoa que com ela viva em união de facto há mais de 2 anos
 Descendentes até ao 2.º grau ou equiparados e afins
 Ascendentes ou equiparados e afins
 Irmãos e afins.

Situações equiparadas a trabalho por conta de outrem


o Membros do clero secular e religioso da Igreja Católica
o Membros dos institutos religiosos, das sociedades de vida apostólica e dos
institutos seculares da Igreja Católica
o Membros do governo de outras igrejas, associações e confissões religiosas
legalmente existentes nos termos da lei
o Religiosos e religiosas que tenham votos ou compromissos públicos e vivam em
comunidade ou a ela pertençam
o Noviços e as noviças que vivam em comunidade ou a ela pertençam
o Os ministros das confissões não católicas que desempenhem o seu múnus em
atividades de formação próprias daquelas confissões.

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