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1 – A SEGURIDADE SOCIAL

A partir da Constituição Federal de 1988, a seguridade social passa


a estar descrita no Título VIII, da Ordem Social.

A ordem social brasileira engloba:


 a seguridade social
 a educação
 a cultura
 desporto, entre outros

A ordem social funda-se na valorização do trabalho. O trabalho


sempre será perseguido e valorizado e somente quando não houver
possibilidade de ser exercido é que será acionada a seguridade social. Assim,
o estado intervém na procura da redução das desigualdades sociais.

A Seguridade Social é definida na Constituição Federal, no artigo


194, caput, como um “... um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos
à saúde, à previdência e à assistência social.”.

É, portanto, um sistema de proteção social que abrange os três


serviços públicos de maior relevância: a previdência social, a assistência social
e a saúde. Segundo a Carta Magna, erá financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta (art. 195).

Consequentemente, a SEGURIDADE SOCIAL TEM POR OBJETIVO


GARANTIR TRANQUILIDADE AOS CIDADÃOS PARA QUE, CASO SEJAM
ATINGIDOS POR ALGUMA DAS SITUAÇÕES, NATURAIS OU NÃO,
PREVISTAS NA LEI MAIOR (QUE IMPEDEM OU REDUZEM A CAPACIDADE
DE SUSTENTO PELO TRABALHO), A SUA QUALIDADE DE VIDA NÃO SEJA
SIGNIFICATIVAMENTE DIMINUÍDA.

SEGURIDADE SOCIAL

PREVIDÊNCIA SOCIAL ASSISTÊNCIA SOCIAL

SAÚDE
A previdência social, a saúde e a assistência social estão elencados entre
os direitos sociais, conforme dispõe o artigo 6º da Constituição Federal de
1988:

Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o


trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.

Direitos sociais são prestações oferecidas pelo Estado, direta ou


indiretamente, com a finalidade de proporcionar melhores condições de vida
aos integrantes da sociedade, principalmente aos mais necessitados.

1.1 – SAÚDE

Nos termos do art. 196 da CF, a saúde é direito de todos e dever do


Estado, com acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.

Desta forma, não possui restrição de beneficiários e o seu acesso


também não exige contribuição direta dos mesmos.

A partir da Emenda Constitucional nº 20/1998, as entidades


responsáveis por gerir benefícios e serviços da Previdência Social, não
poderão tartar de saúde, ou seja, não tem qualquer relação e responsabilidade
em relação aos serviços de saúde.

Nos termos do art. 4º da Lei 8080/90, o SUS (Sistema Único de


Saúde) reperesenta o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público.

Vale destacar, por importante, que o SUS não é uma pessoa, e


ainda, que a iniciativa privada pode participar do sistema de forma
complementar.

Compete ao Sistema Único de Saúde, entre outros serviços e ações,


a execução de ações: a vigilância sanitaria, de vigilância epidemiológica, de
saúde do trabalhador, assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica, a
participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento
básico, a formulação da política de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação
na sua produção, a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas
para consumo humano, a participação no controle e na fiscalização da
produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos, a formulação e execução da política de
sangue e seus derivados, etc.
Como se vê, as ações e serviços da saúde não se restringem à área
médica, devendo haver medidas preventivas relativas ao bem-estar da
população nas áreas sanitárias, nutricionais, educacionais e ambientais como
forma de evitar situações e infortúnios no futuro, que invariavelmente
causaram, além de maior gasto financeiro para solucionar o problema,
desgastes emocionais e psicológicos.

A política nacional de saúde é regulada pelas leis 8.080/90 e


8.142/90.

1.2 – ASSISTÊNCIA SOCIAL

A Constituição Federal, no artigo 203, caput, estabelece que :

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela


necessitar, independentemente de contribuição à seguridade
social, e tem por objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência


e à velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de


deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa


portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família, conforme dispuser a lei.

A assistência social é o segmento autônomo da seguridade social


que trata dos hipossuficientes, ou seja, daqueles que não possuem condições
de prover sua própria manutenção, e sem exigir deles (seus beneficiários)
qualquer contribuição à seguridade social.

Desta forma, mesmo sem contribuição, os indivíduos que se


encontrem em alguma das situações previstas na norma jurídica terão direito a
uma renda que garanta o mínimo para sobrevivência. A norma que regula a
assistência social é Lei Orgânica da Assistência Social — LOAS, nº 8.742, de 7
de dezembro de 1993.
1.3 – PREVIDÊNCIA SOCIAL

A previdência social, prevista nos arts. 40 e 201 da Constituição


Federal, tem caráter contributivo, solidário e de filiação obrigatória.

De uma maneira Geral, visa a cobertura dos eventos de:

a) incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade


avançada;
b) proteção à maternidade, especialmente à gestante;
c) proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
d) salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados
de baixa renda;
e) pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes.

Preocupa-se exclusivamente com os trabalhadores e com os


seus dependentes econômicos (segurados da previdência social e seus
dependentes).

Destina-se, assim, a suprir necessidades sociais decorrentes de


contingências sociais que reduzem ou eliminam a capacidade de auto-sustento
dos trabalhadores e/ou de seus dependentes.

Basicamente existem dois Sistemas de Previdência no Brasil: o


público e o privado.

A Previdência Privada, que não representa o nosso foco neste


estudo, é um sistema complementar e facultativo de seguro, de natureza
contratual, cuja finalidade é suprir a necessidade de renda adicional, por
ocasião da inatividade, e é administrada pelas entidades abertas com fins
lucrativos (Bancos e Seguradoras) ou por entidades fechadas, sem fins
lucrativos (Fundos de Pensão tais como a PREVI, a PETROS, entre outros).

Suas regras básicas estão previstas no artigo 202 da


Constituição Federal e nas Leis Complementares nºs 108 e 109/2001.

Quanto ao Sistema de Previdência Pública, este é gerido por


pessoa jurídica de direito público, tem natureza institucional e filiação
obrigatória. É destinado a todos os trabalhadores que exercem atividades
remuneradas, com distinção de regras entre os servidores públicos titulares de
cargo efetivo e os demais trabalhadores.

Regime de previdência é o conjunto de normas que


estabelecem os direitos e deveres relacionados à previdência social no Brasil.
TRATA-SE DA FORMA COMO O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO SE
ORGANIZA, INDICANDO BENEFICIÁRIOS, OS BENEFÍCIOS E MODO DE
CONTRIBUIR.
1.3.1 – Regime Próprio de Previdência Social (RPPS)

Introduzido, no formato atual, pela Emenda Constitucional nº


20/1998, o RPPS, previsto exclusivamente para os servidores públicos titulares
de cargo efetivo da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, tem suas
normas básicas ancoradas no artigo 40 da Constituição Federal e na Lei
9.717/98.

Estão excluídos deste Regime os empregados públicos da


administração direta e indireta, os agentes políticos, servidores temporários e
detentores de cargos em comissão, todos filiados obrigatórios do Regime Geral
de Previdência Social (RGPS).

Considera-se instituído um RPPS a partir do momento que o


sistema de previdência, estabelecido no âmbito do ente federativo, passe a
assegurar, por lei, a servidor titular de cargo efetivo, pelo menos os benefícios
de aposentadoria e pensão por morte previstos no artigo 40 da Constituição
Federal.

1.3.2 - Regime Geral de Previdência Social (RGPS)

Trata-se do regime de previdência dos trabalhadores da


iniciativa privada e dos demais servidores públicos não filiados a Regime
Próprio de Previdência Social, gerido pela autarquia federal denominada de
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Suas regras básicas estão
previstas no artigo 201 da Constituição Federal e nas Leis 8212/91 –
Organização da Seguridade Social e Plano de Custeio e 8213/91 – Planos de
Benefícios da Previdência Social. Estas Leis estão regulamentadas pelo
Regulamento da Previdência Social – Aprovado pelo Decreto 3048/99.

À exceção, portanto, dos detentores de RPPS, abarcados nos


artigos 40 e 42 da Carta Constitucional, todos que exerçam atividade
remunerada integram o regime caracterizado por geral, que, por sua vez, é
considerado modelo público e básico de previdência, servindo, inclusive, seu
regramento legal e constitucional como norma suplementar ao regime especial
dos servidores públicos (art. 40, § 12, da CF/88).

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