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LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

1ª PARTE

1. Seguridade social: origem e evolução legislativa no Brasil;


conceito; organização e princípios constitucionais.
Uma idéia inicial:
Pela Lei, a Obrigação Familiar só existirá, sendo comprovado a não condição de subsistência, e
a ajuda recebida obedecerá a normas, não se escolhe aquele que irá pagar os alimentos.

O dever só existe quando o indivíduo por si só não supre suas necessidades.

Porém se o grupo familiar não possui condições de sustentar, surge o dever de um 3º ente
chamado ESTADO, as medidas estatais que atenderão o indivíduo, são chamadas de:

MEDIDAS ESTATAIS
BEM ESTAR
PROTEÇÃO SOCIAL

A IDEIA DE SEGURIDADE SOCIAL- É A IDEIA DE QUE O ESTADO DEVE AMPARAR O INDIVIDUO


QUANDO O GRUPO FAMILIAR NÃO CONSEGUIR ARCAR.

NORMAS DE SEGURIDADE SOCIAL -são normas programáticas – estão em plena evolução.

Origem e evolução:
HISTÓRICO – SEGURIDADE (PROTEÇÃO SOCIAL)

MUNDO

ANTIGUIDADE :

 Roma -> Assistencial  Necessitados  Contrapartida


 Grécia – Previdência Privada -> Bens – Categorias sociais -> Fundo

Lei dos Pobres – 1601 Inglaterra, Estado, Renda mínima, sem exigir contrapartida Direito
Subjetivo, criou a ASSISTENCIA SOCIAL.

SECULO XIX – Revolução Industrial, as vítimas do Acidente de Trabalho passam a reivindicar


melhores condições de Trabalho.

*1883,1884,1889 – Foi editado um conjunto de leis contra, acidentes, invalidez e doenças.


(BISMARCK ALEMANHA).

Todos os Trabalhadores deveriam recolher uma contribuição para o fundo. Este fundo viria em
socorro, fundo cunho de caráter obrigatório com.

A previdência surgiu na Alemanha, mas a Assistência surgiu na Inglaterra.


1ª GUERRA MUNDIAL 1914- 1919– Os Estados europeus voltaram com o uso da assistência
social, para atender aqueles que foram pra Guerra.

2ª Guerra Mundial 1939 a 1944 - Na Inglaterra durante a 2ª Guerra Mundial, BELVERIDGE


(economista), foi buscar ideias de KEYNES (1929- 1930), era preciso atender as necessidades
daqueles que foram, pra Guerra, juntamente era necessário o desenvolvimento do País
também.

SISTEMA PREVIDENCIÁRIO.

Beverigde com a idéia de gastar o dinheiro da previdência para superar a crise financeira, e
depois pagaremos, ao povo, a idéia foi aplicada, e ganhou o Título de LORD BEVERIDGE.

Na década de 70 houve a primeira crise no sistema Previdenciário Europeu.

CAPITALIZAÇÃO – eu pago e será depositado na minha conta, e saco na


aposentadoria. Eu pago pra mim.
REPARTIÇÃO- eu pago e ela não vai ser depositada na minha conta, o dinheiro vai para
os antigos, mais novos pagam os benefícios dos mais velhos, não há uma poupança.
Modelo também chamado de PACTO DE GERAÇÕES. * caráter público. Eu recebo um
valor que a lei estipula e não o que contribui.

*Adotado no Brasil.

Previdência privada – é o sistema de capitalização no Brasil.

Déficit previdenciário, quando a conta não fecha o País tem que fechar, porém aplica novas
regras não tão benéficas.

SANTA CASA – nome dado a Primeira Instituição de Seguridade Social no Brasil, primeira foi a
em SANTOS GERAVA SISTEMA DE PREVIDENCIA PRIVADA PARA OS SEUS EMPREGADOS, E
ASSISTÊNCIA 1543.

IMPERIO- com a CF de 1824 Num artigo expressou que o Estado deveria atender o individuo
em qualquer estado.

1891 a CF Estabeleceu a APOSENTADORIA NO PAÍS, para os servidores mediante anos


trabalhados (aposentadoria por tempo de serviço). O Servidor não contribuía, bastava ele
trabalhar, era um presente. Esse direito continuou existindo e só veio acabar com a EC 20 /98.

CF 1917 Mexicana – primeira constituição a falar de previdência.

CF 1919 – ALEMÃ –

ORIGEM DA PREVIDÊNCIA NO PAÍS 1923- LEI ELOY CHAVES - Toda empresa


ferroviária deve criar uma caixa de aposentadoria e pensão que será vinculada a
empresa, terá contribuição do trabalhador e da empresa.
DÉCADA DE 30- Primeira quebra da previdência no Brasil, o Governo interviu pela
primeira vez, da seguinte maneira, criou os Institutos, que seriam divididos por
categorias porém os institutos deveriam ter caráter nacional.

IAPB – instituto de aposentadoria dos bancários.

IAPT – instituto de aposentadoria dos trabalhadores.

A década de 30 foi marcada pela Universalização da Previdência, EXCLUINDO


TRABALHADORES RURAIS.

Década de 50 INSTITUTOS

DECÁDA DE 64 – O governo regulamentou os sindicatos, limitando seus poderes, passando a


administrar os sindicatos. Com a CONSOLIDAÇÃO NACIONAL o governo criou o INPS
INSTITUTO NACIONAL PREVIDENCIA SOCIAL ACABOU EM 90 era uma intervenção no
patrimônio de todos os institutos e ia aplicar no governo.

(66) LOPS – Lei Orgânica Previdência Social.

INSS -INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.

CF DE 88 – Constituição Cidadã ampliou direito a todos, gerou direitos, mas não tinha
arrecadação, sendo feito então ajustes previdenciários.

EECC 20/98 –

ECC 41/98- Quem entrou de 03 pra frente não aposenta mais com o salário integral, fim da
integralidade e acabou com a paridade, Ex eu aposentei como fiscal, passa o tempo e os fiscais
não aposentados ganham um direito ele não vai se aplicar a mim, pois houve um fim na
paridade, eu só terei um reajuste pelo INSS se a lei mandar, não existe mais paridade
automática.

Conceito
O Direito da Seguridade Social é um conjunto de princípios, de regras e de
instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos
contra contingências (ou seja, algo que pode ou não ocorrer) que os impeçam de
prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

No Direito da Seguridade Social não existe apenas um conjunto de princípios e


normas, mas também de instituições, de entidades, que criam e aplicam o referido
ramo do Direito. Nas mãos do Estado está centralizado todo o sistema de seguridade
social, que organiza o custeio do sistema e concede os benefícios e os serviços. O
órgão incumbido dessas determinações é o INSS, autarquia subordinada ao Ministério
da Previdência e Assistência Social. No próprio Ministério da Previdência e
Assistência Social há outras instituições, como o Conselho Nacional de Seguridade
Social, o Conselho de Recursos da Previdência Social etc. Há, ainda, o Ministério da
Saúde, que implementa a política de saúde no país. Assim, temos instituições,
entidades, algo que perdura no tempo.

Não é apenas o Poder Público que vai participar do sistema da seguridade


social, mas toda a sociedade, por intermédio de um conjunto integrado de ações de
ambas as partes envolvidas. Eventuais insuficiências financeiras ficarão a cargo da
União, porém isso não desnatura a participação de todos os cidadãos.

O Estado, portanto, vai atender às necessidades que o ser humano vier a ter nas
adversidades, dando-lhe tranqüilidade quanto ao presente e, principalmente, quanto
ao futuro, mormente quando o trabalhador tenha perdido a sua remuneração, de modo
a possibilitar um nível de vida aceitável.

Ressalte-se que em relação à Previdência Social é preciso contribuição por parte


do próprio segurado (art. 201), mas em relação à Assistência Social é desnecessária a
mesma.

Veja-se também que, em princípio, o interessado tem de suportar suas próprias


necessidades. Apenas quando não possa suportá-las, é que subsidiariamente irá
aparecer a Seguridade Social para ajudá-Io.

A Seguridade Social engloba um conceito amplo, abrangente, universal, desti-


nado a todos que dela necessitem, desde que haja previsão na lei sobre determinada
contingência a ser coberta. É, na verdade, o gênero do qual são espécies a
Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde.

A Previdência Social vai abranger, em suma, a cobertura de contingências


decorrentes de doença, invalidez, velhice, desemprego, morte e proteção à mater-
nidade, mediante contribuição, concedendo aposentadorias, pensões etc. A
Assistência Social irá tratar de atender os hipossuficientes, destinando pequenos
benefícios a pessoas que nunca contribuíram para o sistema (ex.: benefício
assistencial). A Saúde pretende oferecer uma política social e econômica destinada a
reduzir riscos de doenças e outros agravos, proporcionando ações e serviços para a
proteção e recuperação do indivíduo.

Segundo a Convenção n. 102 da OIT de 1952 a Seguridade Social “consiste na


proteção que a sociedade proporciona a seus membros mediante uma série de
medidas públicas contra as privações econômicas e sociais que de outra forma
derivariam no desaparecimento ou em forte redução de sua subsistência como
conseqüência da enfermidade, maternidade, acidentes do trabalho ou enfermidade
profissional, desemprego, invalidez, velhice e morte e também a proteção em forma de
assistência médica e de ajuda às famílias como filhos”.

De acordo com o artigo 194 da CF a Seguridade Social “compreende um


conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os direito relativos à saúde, à previdência social e à
assistência social”.

 A seguridade social funciona como instrumento de intervenção, através dos tributos


que todos pagam, o dinheiro vai para o caixa do governo e ele seleciona as
necessidades prioritárias.

Ex: Compro uma caneta, uma parte do dinheiro é mandado para a seguridade social.

A SEGURIDADE SOCIAL FUNCIONA COMO ROBIN HOOD, DISTRIBUINDO RIQUEZAS.

*****AS MEDIDAS DE SEGURIDADE SOCIAL PERMITE A DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZAS***

Não há reciprocidade, posso recolher sobre 1 mil reais, mais na hora de receber a
aposentadoria posso receber menos, porque o que vigora é a distribuição de recursos e não a
reciprocidade.

Instrumento de intervenção tira o dinheiro de todo mundo para distribuir, para os mais
necessitados.

RISCOS SOCIAIS: Hall mínimo de atender obrigatoriamente com a seguridade social.

Doença ---- benefício concedido --------->AUXÍLIO DOENÇA

Acidente --- beneficio concedido --------> AUXÍLIO ACIDENTE

Invalidez-- benefício concedido --------->APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

Velhice--- benefício concedido------>APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Morte--- benefício concedido ------------>PENSÃO POR MORTE

Desemprego --- benefício concedido ---------> SEGURO DESEMPREGO

*MATERNIDADE – SALÁRIO MATERNIDADE

*RECLUSÃO – AUXÍLIO RECLUSÃO


Art. 194 CF. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Casos que envolvem educação está fora da seguridade social

Ex; seguridade social deve financiar medidas na área de educação

LEI 8080/90, 8742/93, 8213/91

No caso de Doença:

Medidas preventivas para evitar disseminação de doenças, campanhas de camisinhas.


Medidas reparadoras tendo vinculo com a seguridade social receberá AUXÍLIO
DOENÇA, não tendo vinculo com a seguridade social ele receberá ASSISTENCIA
SOCIAL.
Atendimento

No caso de Acidente – AUXÍLIO ACIDENTE.

Medidas preventivas para evitar Acidentes (motoqueiro use capacete, se beber não
dirija)
Medidas reparadoras tendo vinculo com a seguridade social receberá AUXÍLIO
ACIDENTE
Requalificação / Reabilitação

****Não esta inválido mais possui uma seqüela do acidente.

É uma compensação da renda.

No caso de Invalidez--APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.

O trabalhador está inválido para trabalhar, não possui condições.

No caso de Velhice - APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.

O trabalhador cumpriu o período de contribuição já podendo se aposentar

No caso de Morte - PENSÃO POR MORTE – para aqueles dependentes no caso de óbito do
segurado, é devido aos dependentes e não ao segurado.

No caso de Desemprego- atende somente ao desemprego involuntário, é a garantia de renda


por alguns meses (4 , 5 meses).

Outros Auxílios:

***MATERNIDADE – Incapacidade temporária, não é uma invalidez, ou restrição física.


SALÁRIO MATERNIDADE – garantir a renda para que se afaste do local de trabalho para cuidar
da criança, 4 MESES PODENDO SER PRORROGADO POR MAIS 2.
***RECLUSÃO - Restrição da liberdade do segurado da previdência está preso, no período em
que está preso a SEGURANÇA PÚBLICA cuida dele, a seguridade vem em apoio dos
dependentes do segurado preso, sendo pago o AUXÍLIO RECLUSÃO.

*DOIS BENEFICIOSS EM QUE OS DEPENDENTES SERÃO PROTEGIDOS E NÃO O SEGURADO*

- PENSÃO POR MORTE


- AUXÍLIO RECLUSÃO.

Seguridade Social

(CF, art. 194)

Previdência Social Assistência Social Saúde

Caráter Contributivo; Para quem dela necessitar; Direito de todos e dever do


Estado; independe de
Filiação compulsória. Independe de contribuição. contribuição.

Organização

A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa


dos poderes públicos e da sociedade nas áreas da saúde, previdência e assistência
social, conforme previsto no Capítulo 11 do Título VIII da Constituição Federal, sendo
organizada em Sistema Nacional, que é composto por conselhos setoriais, com
representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da
sociedade civil.

O SISTEMA NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL

Dentro da estrutura da Presidência da República temos o Ministério da Saúde e o


Ministério da Previdência e Assistência Social, responsáveis pela gestão pública dos
recursos da Seguridade Social. Como forma de gestão paritária, temos os conselhos
setoriais - de Previdência Social, de Saúde e de Assistência Social. Como entidade
responsável pela arrecadação de contribuições e concessão de benefícios e serviços,
o INSS. Existe, ainda, na Administração Indireta Federal, a CEME e a DATAPREV,
entidades com atribuições específicas.

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL - MPAS


O MPAS é um órgão da administração direta e tem como área de competência
os seguintes assuntos: previdência social, previdência complementar e assistência
social.

A partir da edição da Medida Provisória n. 1.799-5, de 13.5.99, e em suas


reedições (sendo a última a 2.216-37, de 31.8.2001, esta última ainda vigente até
deliberação do Congresso Nacional sobre a matéria), foi alterada a organização da
Presidência da República e dos Ministérios, com a previsão da extinção do Conselho
Nacional de Seguridade Social- CNSS, colocando como estrutura básica do MPAS os
seguintes órgãos: a Secretaria de Estado de Assistência Social, o Conselho Nacional
de Previdência Social, o Conselho Nacional de Assistência Social, o Conselho de
Recursos da Previdência Social, o Conselho de Gestão da Previdência Complementar
e duas Secretarias.

Os órgãos colegiados que integram a estrutura do MPAS atualmente são: o


Conselho Nacional de Previdência Social; o Conselho Nacional de Assistência Social;
o Conselho de Recursos da Previdência Social; e o Conselho de Gestão da
Previdência Complementar.

São entidades da Administração vinculadas ao MPAS: como autarquia, o


Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, que surgiu a partir da extinção do INPS
e do IAPAS; e como empresa pública federal, a Empresa de Processamento de
Dados da Previdência Social - DATAPREV, que tem por atribuições, em linhas
gerais, a análise de sistemas, programação e execução de serviços de tratamento
da informação e processamento de dados por computação eletrônica relativamente
aos segurados da Previdência Social e contribuintes da Seguridade Social.

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS

O Instituto Nacional do Seguro Social-INSS, autarquia federal, com sede e foro


no Distrito Federal, está vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência Social e
foi instituído com base na Lei n. 8.029, de 12.4.90, tendo por atribuições:

- promover a arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições sociais


incidentes sobre a folha de salários e demais receitas a elas vinculadas, bem como
outras receitas destinadas à Previdência Social, na forma da legislação em vigor;

- gerir os recursos do Fundo de Previdência e Assistência Social;

- conceder e manter os benefícios e serviços previdenciários.


GESTÃO DESCENTRALIZADA

A gestão da Seguridade Social está baseada em órgãos colegiados, em estrito


cumprimento ao disposto no art. 194, parágrafo único, inciso VII, da Constituição
Federal, que estabelece o "caráter democrático e descentralizado da administração,
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados".

As Leis ns. 8.212/91 e 8.213/91 foram as responsáveis pela instituição dos


Conselhos de Seguridade Social e Previdência Social, respectivamente, órgãos de
deliberação colegiada, com a participação da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e de representantes da sociedade civil, e a Lei n. 8.742/93, pelo
Conselho Nacional de Assistência Social. Entretanto, parte dessa estrutura deixou de
existir com a Medida Provisória n. 1.799-5, de 13.5.99, e suas reedições (atualmente,
Medida Provisória n. 2.216-37, de 31.8.2001, que manter-se-á vigente até deliberação
do Congresso Nacional sobre a matéria, conforme disposto no art. 22 da Emenda
Constitucional n. 32, de 2001), extinguindo-se o Conselho Nacional de Seguridade
Social e os Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais de Previdência Social.

Aos órgãos em questão foram ou são atribuídas funções importantes, delimitadas


nas leis instituidoras e nos seus regimentos, como veremos a seguir.

CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - CNPS

O CNPS é órgão superior de deliberação colegiada, composto de representantes


do Governo Federal e da sociedade civil, num total de quinze membros, conforme
previsto no art. 3º da Lei n. 8.213/91 dos quais seis representantes do Governo
Federal e nove representantes da sociedade civil, sendo destes: três representantes
dos aposentados e pensionistas, três representantes dos trabalhadores em atividade e
três representantes dos empregadores.

Cabe ao Presidente da República nomear os membros do Conselho Nacional de


Previdência Social e seus respectivos suplentes, tendo os representantes titulares da
sociedade civil mandato de dois anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma
única vez. Como ocorria no CNSS, os representantes do Governo não possuem
mandato.

A indicação dos representantes dos trabalhadores em atividade, dos


aposentados, dos empregadores e seus respectivos suplentes é feita pelas centrais
sindicais e confederações nacionais. A Lei de Benefícios é o primeiro diploma legal a
reconhecer as centrais sindicais como entidades legítimas para a representação da
classe trabalhadora, paralelamente ao chamado sistema confederativo, criado com a
Consolidação das Leis do Trabalho e mantido pelo texto constitucional vigente.

Compete ao CNPS:

- estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à


Previdência Social;

- participar, acompanhar e avaliar, sistematicamente, a gestão previdenciária;

- apreciar e aprovar os planos e programas da Previdência Social;

- apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da previdência social, antes de


sua consolidação na proposta orçamentária da Seguridade Social;

- acompanhar e apreciar, mediante relatórios gerenciais por ele definidos, a


execução dos planos, programas e orçamentos no âmbito da previdência social;

- acompanhar a aplicação da legislação pertinente à previdência social;

- apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal de Contas da


União, podendo, se for necessário, contratar auditoria externa;

- estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será exigida a


anuência prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do Instituto Nacional do Seguro
Social para formalização de desistência ou transigência judiciais, conforme o disposto
no art. 353 do Decreto n. 3.048/99;

- elaborar e aprovar seu regimento interno;

- aprovar os critérios de arrecadação e de pagamento dos benefícios por


intermédio da rede bancária ou por outras formas; e

- acompanhar e avaliar os trabalhos de implantação e manutenção do Cadastro


Nacional de Informações Sociais.

As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores em atividade,


decorrentes das atividades do CNPS, serão abonadas, computando-se como jornada
efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais.

É assegurada a estabilidade no emprego aos representantes dos trabalhadores


em atividade, que vai da nomeação até um ano após o término do mandato de
representação, somente podendo ter o contrato de trabalho extinto pelo empregador
por motivo de falta grave, regularmente comprovada mediante processo judicial para
apuração de falta grave. Caso seja dispensado, sem justo motivo, o trabalhador terá
direito à reintegração no emprego, com todas as vantagens do período de
afastamento.

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