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1 - SEGURIDADE SOCIAL Art. 194 CF – PRINC.

ORIGEM SEGURIDADE SOCIAL

1ª Fase: Assistência social Art. 201 CF –PREVIDENCIA


• Lei dos Pobres – Privado – ambito familiar Lei 8213/91 – ART. 2º
• Igreja – Público – P/ idosos, inválidos, desempregados e crianças. PRINC. PREVIDENCIA

2ª Fase: Seguro Social


• Otto Von BISMARCK
• instituiu o primeiro sistema de seguro social (origem da Previdência Social);
• Contribução Empregado – Empregador
• Compreendia: seguro-doença, seguro de acidentes do trabalho, seguro de invalidez e proteção à
velhice;

3ª Fase: Seguridade Social


• Em 1941, o economista inglês William Henry BEVERIDGE instituiu um plano de proteção social de
caráter universal (“do berço ao túmulo”);
• Tríplice fonte de custeio (Estado, trabalhador e empregador).

EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL


 1543: é criada a primeira Santa Casa (Assistência Social);

 1824: Socorros públicos

 1835: MONGERAL (previdência privada, sistema mutualista)

 1891: Aposentaoria por invalidez de acidente de trabalhador – aposentadoria graciosa, ñ é


previdência, s/ contribuição
 1919: 1ª Lei de Acidentes do Trabalho (seguros privados); - seguro privado, pg pela empresa

 1923: Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo 4.682): Surgimento da previdência social
Compatível com a 2º fase da proteção social, que é o seguro social
Mais limitado as pessoas que alcança
- Criação das CAPS – Caixas de Aposentadoria e pensões
P/ trabalhadores de ferrovias , privado , empresa e trabalhador contribuíam.
 1926 – estende as caps aos portuários e marítimos
 1928- estende-se aos telégrafos e radiotelegrafos
 1933 – governo getulio vargas
Inicio da estatização do sistema previdenciário
Maior amplitude social
Cria-se as iaps , agora não mais por empresa, mas por categoria
 1934: Constituição prevê a tríplice forma de custeio – Governo, empresa e trabalhador
contribuíam para a manutenção da proteção social;
 1960: Lei 3.807 (Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS) unifica a legislação dos IAPs; –
Cada categoria profissional possuía um regramento diferenciado de proteção social. A Lei
Orgânica unifica as legislações.
 1966: IAPs são unificados formando o Instituto Nacional de Previdência Social – INPS; – Abrange
todos os trabalhadores.
 1977: Lei n. 6.439 cria o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social – SINPAS;
 1988: Constituição Federal institui a Seguridade Social; – A Constituição passa a considerar a
dignidade da pessoa humana como o valor mais relevante a ser tutelado e, por isso, é necessário
garantir uma proteção de caráter mais amplo. – Representa a terceira fase evolutiva do sistema
de proteção social.
 1990: Decreto 99.350 criou o INSS, mediante a fusão do Instituto de Administração Financeira da
Previdência e Assistência Social (IAPAS), com o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).

CONCEITO de seguridade social

Conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a


assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
1 CONJUNTO INTEGRADO
2 PODER PUBLICO E SOCIEDADE
3 DIREITOS; SAUDE, ASSISTENCIA E PREVIDENCIA SOCIAL SAP
Saúde – sistema ñ contributivo, seja rico ou pobre
Assistência – Ñ contributivo, p/quem for necessitado. Ex. bolsa família, bpc loas
Previdencia – Contributivo

PRINCÍPIOS da seguridade social – Art. 194 CF


*DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
- objetivo da CF que é uma sociedade solidária
- proteção coletiva
- Regime de repartição simples # capitalização
- Sistema compulsório

I - UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO


Universalidade: ampla proteção social
Cobertura (aspecto objetivo); Beneficio
Atendimento (aspecto subjetivo); Beneficiário
A universalidade não é isonômica entre todos os subsistemas da seguridade social, veja
Na saúde – universalidade ampla
Na assistência social – universalidade limitada
Na previdência – universalidade limitada
II – Princípio da UNIFORMIDADE e EQUIVALÊNCIA dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais
Uniformidade não significa dar o mesmo tratamento
Equivalência: isonomia financeira das prestações. Igualdade de valores pagos seja urbano, seja
rural

III – Princípio da SELETIVIDADE e DISTRIBUTIVIDADE na prestação dos benefícios e serviços


Princípio da Seletividade: visa a harmonizar o conflito entre as ilimitadas demandas sociais e a
escassez dos recursos públicos, priorizando as prestações de maior essencialidade. – Exemplo:
Salário-família e auxílio-reclusão apenas para os dependentes dos segurados de baixa renda (EC
20/98);
Princípio da Distributividade: grau de cobertura das contingências, visando à redução das
desigualdades sociais.

IV – Princípio da IRREDUTIBILIDADE do valor dos benefícios


Irredutibilidade valor nominal – do princípio, seguridade social.
Irredutibilidade valor real – previdenciário

V – Princípio da EQUIDADE na forma de participação no custeio


Garante a isonomia material no custeio (capacidade contributiva);
Quem possui mais, paga mais; quem possui menos, paga menos.
Progressão das alíquotas

VI – Princípio da DIVERSIDADE da base de financiamento


Pluralidade das fontes de custeio da seguridade social
“Identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas
vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da
previdência social” 
VII – Princípio do CARÁTER DEMOCRÁTICO e descentralizado da administração

GESTÃO QUADRIPARTITE: participação do Governo, trabalhadores, empregadores e


aposentados.
 “Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos
colegiado.” 
2 – LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Lei 8.213/91
FINALIDADE
Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade
avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam
economicamente.
Ñ é garantir o mesmo padrão de renda Seg. desemprego tem natureza prev.

2.1 – LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA - PRINCIPIOS BÁSICOS DA


PREVIDENCIA SOCIAL – Lei 8.213/91

Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e objetivos:

I – universalidade* de participação nos planos previdenciários; (...)


(*) Não confundir com a universalidade da seguridade social do Art. 194, parágrafo único,
I, da CF/88 fala em universalidade de cobertura e atendimento
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e
rurais*;
(*) O inciso II é idêntico ao que está previsto no inciso II, parágrafo único do artigo 194 da
CF/88.
III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios *;
(*) Art. 194, parágrafo único, III, CF/88 fala em benefícios e SERVIÇOS.
A Constituição, ao tratar de seguridade, fala em benefícios e serviços.
A Previdência fala APENAS da prestação de benefícios.
IV – cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição corrigidos
monetariamente*;
(*) Art. 201, § 3º, CF/88: “Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo
de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei”.
Princípio que positiva uma determinação constitucional.
A reforma da previdência passou a considerar os salários de todo o período contributivo
para a definição do salário de benefício. O art. 29 da Lei n. 8.213, que falava que descartava
as vinte menores contribuições, foi revogado tacitamente pelo art. 26 da Emenda 103/2019.
V – irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder
aquisitivo*;
No art. 194, temos a garantia da irredutibilidade do valor nominal.
(*) Art. 201, § 4, CF/88: “É assegurado o reajustamento dos benefícios para
preservarlhes, em caráter permanente, O VALOR REAL, conforme critérios definidos em lei”.
Correção pelo INPC dos benefícios previdenciários.

VI – valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou


do rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo*;
(*) Art. 201, § 2º, CF/88: “Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o
rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo”
O auxílio acidente e salário família tem caráter indenizatório – pode ser menos que o
salário
VII – previdência complementar facultativa*, custeada por contribuição adicional;
É facultativo, para se quiser um complemento de renda.
A Reforma da Previdência tornou obrigatória a instituição de previdência complementar,
por parte do ente, para os servidores públicos. Porém, a adesão do servidor a essa
previdência complementar continua sendo facultativa.
VIII – caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a
participação do governo e da comunidade, em especial de trabalhadores em atividade,
empregadores e aposentados*. Parágrafo único. A participação referida no inciso VIII
deste artigo será efetivada a nível federal, estadual e municipal.
Garante a gestão quadripartite.
(*) Art. 194, parágrafo único, VII, CF/88 fala em caráter democrático e gestão
quadripartite.

2.2 – LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA - Conteúdo, Fontes, Autonomia -


Aplicação das Normas Previdenciárias - Vigência, Hierarquia, Interpretação e
Integração

Conteúdo – conjunto de normas (princípios, regras, atos regulamentares e normativos


etc.), as quais representam um gênero que possui duas espécies: os princípios (normas com
um grau maior de abstração) e as normas jurídicas (por exemplo, as leis, que têm um grau de
concretude).

Fontes – Material: variáveis sociais, econômicas e políticas que informam a produção


das normas jurídicas. De onde ela surge.
- Formal: Leis. (CF/1988, Leis Complementares e Ordinárias, Medidas
Provisórias, Decretos etc.*) Como ela se concretiza (*) Jurisprudência
(Súmulas Vinculantes, decisões em ADINs e ADCs etc.).
Autonomia - o Direito Previdenciário é ramo autônomo pois possui objeto, princípios/
regras e institutos jurídicos próprios, que o difere dos demais ramos do Direito. Porém, não é
autônomo em relação aos outros ramos do direito.
Os ramos são autônomos, mas eles se comunicam. Assim, o Direito Previdenciário não é
totalmente independente. AUTONOMIA # INDEPENDENCIA
A classificação do direito previdenciário ele é um ramo do direito público.

Aplicação das normas previdenciárias – tempus regi actum – a lei é a da época que
ocorreu o fato, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
Princip. da territorialidade – regra prev. No Brasil. Trabalhador enviado p/ trabalhar fora
exceção, será filiado aqui.

Vigência – Se ñ falar nada 45 dias após sua publicação. / + pode ocorrer de falar no dia
da sua publicação ou etc..

Hierarquia - A hierarquia das normas é a ordem de graduação na qual a norma superior


é fundamento de validade da norma inferior

Interpretação – visa determinar o sentido e o alcance das normas jurídicas


Princípios auxiliam na elaboração, execução e interpretação de uma regra
Deve-se aplicar o tudo ou nada em conflitos de leis é uma regra ou outra, já em conflito de
princípios fundamentais deve-se usar a ponderação qual usar com maior intensidade sem
anular o outro.
Métodos: gramatical (criticado pela doutrina, por ser apenas o início do método),
teleológico, sistemático, histórico, autêntico etc
Lei n. 8.212/1991, art. 85-A. Os tratados, convenções e outros acordos internacionais de
que Estado estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil sejam partes, e que versem
sobre matéria previdenciária, serão interpretados como lei especial.
Integração: visa o preenchimento de lacunas normativas.
Métodos integrativos*: analogia (aplicação de uma norma prevista para um caso
semelhante), equidade, costumes e princípios gerais do Direito. (*) LINDB (Decreto-Lei n.
4.657/1942)
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.

3 - RGPS
3.1- Segurados Obrigatórios, Facultativos e Trabalhadores Excluídos do RGPS

BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL


 Segurados e dependentes
Art. 10. Os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social classificam-se como segurados e dependentes,
nos termos das Seções I e II deste capítulo.

 Segurados; Obrigatórios e facultativos

 SEGURADO OBRIGATÓRIO
Art. 201 CF. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória (...)

Obs. Servidor publico de regime próprio pode tbm ser de regime geral se trabalhar em
serviço de natureza de contribuição obrigatória. Vinculado ao regime próprio e regime geral.
Ex. procurador federal e tbm professor de faculdade, terá 2 aposentadorias.
Atividades concomitantes:
LBPS Art. 11. § 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao
Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas.

Empegrado + empregado / empregado + contribuinte individual ex. medico


Aposentou pelo RGPS – voltou a trabalhar por ele , volta a contribuir sobre seu salário
LBPS Art. 11. § 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social – RGPS que estiver exercendo ou que
voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade,
ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da
Seguridade Social;
Concessão de aposentadoria ñ quebra vinculo empregatício, salvo para EMPREGO público (cargo ñ
efetivo)
O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime Geral
de Previdência Social – RGPS de antes da investidura (§ 4º).

 SEGURADO FACULTATIVO
Ñ exerce atividade remunerada
Contribui porque quer
Art. 13. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) anos* que se filiar ao Regime Geral de Previdência
Social, mediante contribuição, desde que não incluído nas disposições do art. 11 (Segurado obrigatório).
• (*) EC n. 20/1998 deu nova redação ao art. 7º, XXXIII, da CF/88, proibindo qualquer trabalho a menores de 16
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.

Participante de regime próprio ñ pode ser facultativo.


É vedada* a filiação ao Regime Geral de Previdência Social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa
participante de regime próprio de previdência

Exceção; hipótese de afastamento, sem vencimento


O segurado poderá contribuir facultativamente durante os períodos de afastamento ou de inatividade, desde
que não receba remuneração nesses períodos e não exerça outra atividade que o vincule ao RGPS ou a regime
próprio de previdência social.

Podem filiar-se facultativamente, entre outros rol exemplificativo

Art. 11, § 1º I – aquele que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência;
(Redação dada pelo Decreto n. 10.410, de 2020)
II – o síndico de condomínio, quando não remunerado;
III – o estudante;
• O estudante a partir dos 16 anos que não exerce atividade remunerada.
IV – o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;
V – aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social;
VI – o membro do conselheiro tutelar (...) quando não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
VII – o estagiário que preste serviços à empresa nos termos do disposto na Lei 11.788/2008;
VIII – o bolsista que se dedique em tempo integral à pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado
ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
IX – o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência
social;
X – o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual o
Brasil mantenha acordo internacional; (Redação dada pelo Decreto n. 10.410, de 2020)
XI – o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semiaberto, que preste serviço a uma ou mais
empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade
artesanal por conta própria;
XII – o atleta beneficiário da Bolsa-Atleta não filiado a regime próprio de previdência social ou não enquadrado
em uma das hipóteses previstas no art. 9º. (Incluído pelo Decreto n. 10.410, de 2020)

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