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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

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Sumário
1. Seguridade Social .................................................................................................................................................3
2. Regime Geral de Previdência Social: beneficiários, período de graça e carência..............................................6
3. Benefícios em espécie ........................................................................................................................................10
4. Lei Orgânica de Assistência Social e Custeio .....................................................................................................17

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1. Seguridade Social

Legislação prevista:

1. CF/88: artigo 40 e artigos 194 a 204.


2. Emenda Constitucional 103/19.
Regras de Transição – para pessoas que já contribuíam, mas não preencheram os requisitos.
Regras Transitórias – Até que venha essa lei, o tempo de contribuição mínimo é de X (até que a lei
disponha, a regra é esta).
3. Lei n° 8.212/91 (Lei do Custeio): dinheiro que entra.
4. Lei n° 8.213/91: trata dos benefícios/requisitos (provável de cair em prova).

Atenção quanto às Leis 8.212/91 e 8213/91:


Não estão atualizadas nos termos da emenda constitucional 103.
Não foram revogadas, mas não estão atualizadas.

5. Decreto n° 3048/99 (atualizado nos termos da emenda constitucional 103).


6. Lei n° 8.742/93: conhecida como Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS.

Conceito de seguridade social: art. 194, caput, da CF/88.

Art. 194 – CF/88. A seguridade social compreende um conjunto


integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social. (grifo nosso)

Subáreas: Seguridade Social Saúde – sistema não contributivo (arts. 196 a 200 da CF)

Previdência Social – sistema contributivo (art. 40 e arts. 201 e


202 da CF)

Assistência Social – sistema não contributivo (arts. 203 e 204


da CF e Lei n° 8.742/93)

Princípios que regem a Seguridade Social: art. 194, parágrafo único da CF.

a) Universalidade da cobertura e do atendimento (é preciso cobrir todos os riscos sociais e atender


todas as pessoas);

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b) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais (os mesmos
benefícios e serviços à disposição dos urbanos devem estar à disposição dos rurais; não significa
que irão receber o mesmo valor, porém será a mesma fórmula de cálculo);
c) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços (selecionar os riscos mais
relevantes e distribuir para os mais necessitados);
d) Irredutibilidade do valor dos benefícios;

Refere-se ao valor nominal ou real dos benefícios?


Nominal: valor face – seguridade social
Real: poder aquisitivo – previdência social

e) Equidade na forma de participação no custeio;


- Capacidade contributiva (quem ganha mais, paga mais; quem ganha menos, paga menos).
- Quem gera maiores riscos, paga mais.
f) Diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para
cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social,
preservado o caráter contributivo da previdência social; (Redação da EC 103/2019) (Trata-se de
múltiplas fontes)
g) Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos
colegiados; (Redação da EC 20/1998)
Gestão quadripartite: Empregadores, Trabalhadores, Aposentados e Governo.
h) Preexistência de fonte de custeio;
Art. 195, § 5º da CF; novas fontes: art. 195, §4º.

Art. 195 – CF/88. A seguridade social será financiada por toda a


sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de
1998) (...)
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o
disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá
ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte
de custeio total.

Se a Constituição já fez menção sobre aquela contribuição, basta lei ordinária.


Se não falou do assunto, precisa de lei complementar.

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i) Anterioridade Nonagesimal;
Art. 195, § 6º da CF.

Art. 195, § 6º - CF/88. As contribuições sociais de que trata este


artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da
data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado,
não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

j) Solidariedade/Solidarismo.
Financiamento/riscos devem ser suportados por toda a sociedade.
Regime Geral de Previdência Social: adota o sistema de repartição simples.
Previdência Privada: adota o sistema de capitalização.

Regimes Previdenciários Brasileiros

1. Regimes principais: participação compulsória.

2. Regimes Complementares: participação facultativa.


Privados Abertos
Fechados

Art. 40, § 14 – CF/88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder
Executivo, regime de previdência complementar para servidores
públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo
dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o
valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de
previdência social, ressalvado o disposto no § 16.

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2. Regime Geral de Previdência Social: beneficiários, período de graça e carência

Regime Geral de Previdência Social

1. Custeio: dinheiro que entra.

2. Benefícios: podem ser especiais ou comuns.

3. Benefícios comuns: pensão por morte, auxílio-reclusão, aposentadoria por incapacidade etc.

Beneficiários: pessoas que recebem ou que podem receber as prestações previdenciárias.

Os beneficiários são divididos em dois grandes grupos:


a) Segurados: aqueles que contribuem, ou seja, pagam as contribuições. Os segurados se
subdividem em:
I. Facultativos: são aquelas pessoas que não exercem atividade remunerada e contribuem
voluntariamente; logo, fizeram filiação facultativa à Previdência. Idade mínima de
contribuição: O Decreto 3048/99 afirma que pode haver filiação facultativa a partir dos
16 anos, apesar da Lei 8.213/91 falar em 14 anos. Recomendação de leitura: rol
exemplificativo do artigo 11 do Decreto 3048/99.
II. Obrigatórios: pessoas que exercem atividade remunerada pertencente ao Regime
Geral; a filiação neste caso é obrigatória. A idade mínima é de 16 anos, mas pode haver
a contribuição aos 14 anos como aprendiz (empregado doméstico somente contribui a
partir dos 18 anos). Há ainda uma subdivisão entre os filiados obrigatórios:
▪ Empregado;
▪ Empregado doméstico: vide art. 9º, II do Decreto 3048/99;
▪ Contribuinte individual: vide art. 11, V da Lei 8.213/91;
▪ Trabalhador avulso: vide art. 9º, VI do Decreto 3048/99;
▪ Segurado especial: vide art. 11, VII da Lei 8.213/91.

LER art. 11 ou 12 da Lei 8.213/91 e art. 9º do Decreto 3048/99.

b) Dependentes: são aquelas pessoas que NÃO contribuem/não pagam contribuições e recebem
benefícios. Os dependentes são divididos em classes (art. 16 do Decreto 3048/99):
❖ 1ª classe: também conhecida como classe preferencial, pois tem preferência sobre as
demais e presunção de dependência econômica. Fazem parte da primeira classe:
A. Cônjuge;
B. Companheiro(a);

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C. Filhos menores de 21 anos não emancipados; filhos inválidos de qualquer idade;
filhos com deficiência mental, intelectual ou com deficiência grave.
D. Equiparados a filhos (vide art. 16, § 3º do Decreto 3048/99).
❖ 2ª classe: pessoas nesta classe precisam comprovar dependência econômica (vide art.
22, § 3º do Decreto 3048/99). Pertencem à segunda classe:
A. Pai e mãe.
❖ 3ª classe: pessoas nesta classe precisam comprovar dependência econômica (vide art.
22, § 3º do Decreto 3048/99). Pertencem à terceira classe:
A. Irmãos menores de 21 anos não emancipados; irmãos inválidos de qualquer
idade; irmãos com deficiência mental, intelectual ou com deficiência grave.

Benefícios para os dependentes – regras:


1) A ordem de vocação é determinada no momento do evento gerador (ex: morte, recolhimento
à prisão).
2) Classe superior exclui classe inferior (quem recebe é a pessoa da classe superior); não é possível
dividir o benefício entre pessoas de classes diferentes.
3) Dependentes de mesma classe concorrem entre si (o valor é o mesmo para os dependentes);
4) Não é possível a reversão de cotas;
5) Benefício não passa de classe para classe.

Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de segurado


Em regra, uma pessoa mantém a qualidade de segurado enquanto está contribuindo. A exceção é o
período de graça.

Período de graça: é um período em que a pessoa não contribui, mas mantém a qualidade de segurado
independentemente do pagamento das contribuições.

Previsão legal do período de graça: rol do artigo 13 do Decreto 3048/99.


• Enquanto estiver no gozo de benefício: sem limite de prazo, exceto no caso de auxílio-acidente
(inciso I).
• Segurado acometido de doença que exige segregação compulsória vai manter a qualidade de
segurado por até 12 meses após cessar a segregação (inciso III).
• Segurado detido ou recluso vai manter essa qualidade por até 12 meses após o livramento
(inciso IV).
• Segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar vai manter a qualidade
de segurado por até 3 meses após o licenciamento (inciso V).
• Facultativo mantém a qualidade de segurado por até 6 meses após a cessação das contribuições
(inciso VI).
Inciso II: Cessam as contribuições ou benefício por incapacidade. Neste caso, o período de graça irá
variar. Se a pessoa tem até 120 contribuições, o período de graça é de 12 meses; mas se ela tem

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mais de 120 contribuições, o período de graça é de 24 meses. Entretanto, se a pessoa que tem até
120 contribuições comprova que está em situação de desemprego, o prazo sobre para 24 meses,
e quem tem mais de 120 contribuições passa para 36 meses em seu período de graça.

Como comprovar situação de desemprego: se a pessoa recebeu o seguro-desemprego, ou fez


registro no Ministério do Trabalho.

Carência: alguns benefícios cobram um número mínimo de contribuições antes do usufruto.

1. Conceito: artigo 26 do Decreto n° 3048/99.

Art. 26. Período de carência é o tempo correspondente ao


número mínimo de contribuições mensais indispensáveis
para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas as
competências cujo salário de contribuição seja igual ou
superior ao seu limite mínimo mensal. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020). (grifo nosso)

2. Algumas prestações previdenciárias isentas de carência:


a. Serviço social (vide artigo 88 da Lei n° 8.213/91);
b. Reabilitação profissional e social (vide artigo 89 da Lei 8.213/91);
c. Salário-família;
d. Auxílio-acidente;
e. Pensão por morte.

3. Prestações previdenciárias com carência:


• Aposentadoria programada: cobra 180 contribuições de carência.
• Aposentadoria especial: é paga quando o segurado trabalha submetido a agentes físicos,
biológicos ou químicos. Há 180 contribuições de carência.
• Aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez);
• Auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença).

4. OBS: carência ou não irá depender do evento causador da incapacidade. Se por acaso a incapacidade
(tanto permanente quanto temporária) ocorrer nas seguintes situações:
a) Acidente de qualquer natureza: não há carência;
b) Decorre de doença profissional ou doença do trabalho: não há carência;
c) Doença grave: não há carência, vide artigo 30, § 2º do Decreto 3048/99;
d) Outros eventos: carência de 12 contribuições.

5. Auxílio reclusão: carência de 24 contribuições.

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6. Salário-maternidade: a cobrança ou não de carência depende do tipo de segurada.
➢ Se for uma empregada, ou empregada doméstica, ou trabalhadora avulsa: não há carência.
➢ Se for contribuinte individual ou facultativa: há carência de 10 contribuições.
➢ Segurada especial: não precisa comprovar número mínimo de contribuições, mas os 10 meses do
efetivo exercício da atividade.

Artigo 19-E do Decreto 3048/99: salário de contribuição é a base para o cálculo da contribuição, por meio
de tributo. O salário de contribuição não necessariamente é a remuneração do trabalhador, pois existem
verbas não-tributáveis (art. 28, § 9º da Lei 8.212/91). Além disso, o salário de contribuição está limitado
ao teto.

Além disso, conforme o previsto no parágrafo 1º do artigo 19-E do Decreto 3048/99, é possível:
i) Complementar a contribuição;
ii) Utilizar o excedente;
iii) Agrupar os salários de contribuição.

Art. 19-E, § 1º Para fins do disposto no caput, ao segurado que,


no somatório de remunerações auferidas no período de um mês,
receber remuneração inferior ao limite mínimo mensal do
salário de contribuição será assegurado: (Incluído pelo Decreto
nº 10.410, de 2020)
I - complementar a contribuição das competências, de forma a
alcançar o limite mínimo do salário de contribuição exigido;
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
II - utilizar o excedente do salário de contribuição superior ao
limite mínimo de uma competência para completar o salário de
contribuição de outra competência até atingir o limite mínimo;
ou (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
III - agrupar os salários de contribuição inferiores ao limite
mínimo de diferentes competências para aproveitamento em
uma ou mais competências até que estas atinjam o limite
mínimo. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

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3. Benefícios em espécie

Prestações previdenciárias: gênero do qual são espécies os serviços e os benefícios.

Serviços: segurados e dependentes - serviço social e reabilitação.


Benefícios em espécie: aposentadoria programada – arts. 51 a 54 do Decreto 3048/99

Beneficiários: segurados.
I. Requisitos:
✓ Carência de 180 contribuições;
✓ Idade mínima: homem = 65 anos; mulher = 62 anos.
✓ Exceção: Se forem professores (infantil, ensino fundamental e ensino médio): redução de 5
anos.

II. Tempo mínimo de contribuição: para o homem, 20 anos; para a mulher, 15 anos.
Professor: se homem, 25 anos; se mulher, 25 anos.

III. Valor da Aposentadoria Programada:


*RMI = Renda Mensal Inicial.

60% + 2% a cada ano Homem após superar os 20 anos S.B.


Mulher após superar os 15 anos

Salário de benefício = Média aritmética simples de 100% do salário de contribuição.

S.C. (art. 28, §9º, 8212/91) % Contribuição

Base Tributo
Cálculo
Contribuição

A aposentadoria programada cessa com a morte, exceto se possuir dependente, que receberá a pensão
por morte.

Aposentadoria por idade rural

Abrange as seguintes categorias:


o Empregado Rural;
o Contribuinte Individual Rural;
o Trabalhador Avulso Rural;

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o Segurado Especial;
o Garimpeiro.

I. Requisitos:
✓ Carência de 180 contribuições (ler art. 56, §1º, Decreto 3048/99).

II. Idade mínima: se homem, 60 anos; se mulher, 55 anos:


III. Cessação: com a morte.

Aposentadoria Especial:
I. Beneficiários:
• Segurados
• Empregado;
• Trabalhador Avulso;
• Contribuinte Individual Cooperado.

II. Requisitos:
• Carência de 180 contribuições;
• Tempo especial para químicos, físicos ou biológicos;

*É necessário apresentar o Perfil Profissiográfico Previdenciário.

III. Valor da Aposentadoria Especial:

RMI = 60% + 2% cada ano Homem: 15, 20 e 25 anos S.B.


Mulher: 15, 20 e 25 anos
IV. Cessação: com a morte (art. 69, parágrafo único, Decreto 3048/99).

Aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez):


I. Beneficiários: segurados.

II. Requisitos:
▪ Qualidade de segurado (contribuindo ou no período de graça);
▪ Carência – depende do evento causador da incapacidade.

III. Incapacidade:
▪ Total e permanente;
▪ Insuscetível à reabilitação.
Ler art. 43, §2º, e art. 46 do Decreto 3048/99.

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IV. Valor:
• Se decorrer de acidente de trabalho ou doença profissional, a RMI é 100% do salário de
benefício.
• Se não decorrer de acidente de trabalho ou doença profissional, a RMI é =60% + 2% a cada ano
(Homem 20 anos e Mulher 15 anos)

V. Cessação:
• Morte;
• Pensão por morte caso haja dependentes;
• Recuperação.

Auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio acidente):


I. Beneficiários: segurados - EXCETO aqueles reclusos em regime fechado.

II. Requisitos:
• Qualidade de segurado;
• Carência – depende do evento causador da incapacidade.

III. Valor: RMI = 91% do salário do benefício.

IV. Cessação:
• Recuperação;
• Quando começa a receber aposentadoria por incapacidade;
• Morte.

Auxílio Acidente:
I. Beneficiários: rol específico de segurados. São eles:
➢ Empregado doméstico;
➢ Trabalhador avulso;
➢ Segurado especial.

II. Requisitos:
➢ Qualidade de segurado;
➢ Sem carência;
➢ Incapacidade – acidente de qualquer natureza que deixou sequelas que levaram à redução da
capacidade.

III. Valor: RMI – 50% do valor do salário do benefício.

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IV. Cessação:
➢ Morte;
➢ Aposentadoria.

Salário família:
I. Beneficiários:
❖ Segurados de baixa renda;
❖ Empregado;
❖ Empregado doméstico;
❖ Trabalhador avulso.

II. Requisitos:
❖ Não possui carência;
❖ Necessário filhos ou equiparados menores de 14 anos ou inválidos de qualquer idade.

Salário-maternidade: quem são os beneficiários?


I. Todas as seguradas, inclusive as facultativas. Homens também podem receber salário-
maternidade, como por exemplo em casos de adoção homoafetiva ou quando o pai adota
sozinho a criança.

II. Requisitos para o salário-maternidade:


1) Afastamento das atividades;
2) Carência:
a. Se for empregada, empregada doméstica ou trabalhadora avulsa: não tem
carência, ou seja, não tem número mínimo de contribuições.
b. Se for contribuinte individual ou facultativa: tem 10 contribuições de carência.
c. Segurada especial: precisa comprovar 10 meses de efetivo exercício da
atividade.
3) O salário-maternidade exige filhos, que podem ser:
a) Naturais; ou
b) Adotivos (guarda para fins de adoção).

III. Prazo: em regra, de 120 dias. Em casos excepcionais, é possível mais duas semanas antes e
depois do parto.

IV. Valor:
• Empregada: valor da remuneração integral;
• Empregada doméstica: valor do último salário;
• Trabalhadora avulsa: remuneração integral correspondente a um mês;

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• Contribuinte individual e segurada facultativa: 1/12 da soma dos 12 últimos salários de
contribuição apurados em período não superior a 15 meses;
• Segurada especial: salário-mínimo.

Aposentadoria da Pessoa com Deficiência: LC 142/2013.


A pessoa com deficiência pode vir a ter dois tipos de aposentadoria, quais sejam:
I. Aposentadoria por tempo de contribuição: requisitos dependem do grau de deficiência.
▪ Homem: se for caso de deficiência leve, 33 anos; moderada, 29; ou grave, 25;
▪ Mulher: se for caso de deficiência leve, 28 anos; moderada, 24; ou grave, 20.
II. Aposentadoria por idade, independentemente do grau de deficiência:
▪ Se homem: 60 anos;
▪ Se mulher: 55 anos.

Benefícios dos dependentes

Pensão por morte:


I. Beneficiários: os dependentes.
II. Requisitos para pagamento da pensão por morte:
1. Qualidade de segurado;
2. Morte do segurado;
3. Não possui carência.

III. Valor: RMI (Renda Mensal Inicial: 50% + 10% para cada dependente, que pode dar no máximo
100%) sobre o valor da aposentadoria. Se o segurado não estava aposentado quando veio a
óbito, o percentual vai incidir sobre uma aposentadoria por incapacidade no óbito
*Se no rol dos dependentes constar um inválido ou com deficiência grave/intelectual/mental,
100% da aposentadoria.

IV. Início do pagamento: art. 105 do Decreto 3048/99.

Art. 105. A pensão por morte será devida ao conjunto dos


dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a
contar da data:
I - do óbito, quando requerida em até cento e oitenta dias
após o óbito, para os filhos menores de dezesseis anos, ou
quando requerida no prazo de noventa dias, para os demais
dependentes; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)

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II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto
no inciso I; ou
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida.

V. Cessação: não mais dependentes. Importante a leitura do artigo 114 do Decreto 3048/99, em
especial do rol elencado no inciso V.

Auxílio-reclusão:
I. Beneficiários: os dependentes. Entretanto, para os dependentes receberem o auxílio-reclusão,
o segurado precisa cumprir alguns requisitos, a saber:
o Ser de baixa renda;
o Estar preso em regime fechado;
o Não pode estar recebendo:
a) Remuneração da empresa;
b) Auxílio por incapacidade;
c) Pensão por morte;
d) Salário-maternidade;
e) Qualquer aposentadoria;
f) Abono por permanência em serviço.

II. Requisitos para pagamento:


1. Qualidade de segurado;
2. Preso em regime fechado;
3. Carência: 24 contribuições.

III. Valor: um salário-mínimo para dividir entre todos os dependentes;


IV. Início: artigo 116, § 4º do Decreto 3048/99.

Art. 116, § 4º: A data de início do benefício será:


(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
I - a do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se o
benefício for requerido no prazo de cento e oitenta dias, para
os filhos menores de dezesseis anos, ou de noventa dias, para
os demais dependentes; ou (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
II - a do requerimento, se o benefício for requerido após os
prazos a que se refere o inciso I. (Incluído pelo Decreto
nº 10.410, de 2020).

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V. Cessação:
i. Quando do livramento;
ii. Morte;
iii. No caso de fuga, o benefício é suspenso.

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4. Lei Orgânica de Assistência Social e Custeio

LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social): Lei 8.742/93.


Também chamado de BPC (Benefício de Prestação Continuada), é um benefício assistencial pago pelo
INSS.

1. Beneficiários:
❖ Idoso de no mínimo 65 anos;
❖ Pessoa com deficiência.
2. Requisitos:
❖ Beneficiários;
❖ Condição de miserabilidade: art. 20, §§§§ 1º, 3º, 9º e 11º da Lei 8.742/93.
3. Valor: 1 salário-mínimo. Importante: LOAS não dá direito a décimo-terceiro.
4. Cessação:
✓ Morte do beneficiário;
✓ Quando o beneficiário perde as condições que deram ensejo ao pagamento de LOAS.
5. Auxílio-inclusão: ler artigos 26-A e 26-B da Lei 8.742/93.

Custeio: artigo 195 da CF/88.


Emenda Constitucional 103/19, do artigo 15 ao 21.
Fontes de custeio:
i) Empregadores pagam contribuição sobre:
➢ Folha de salários;
➢ Receita ou faturamento;
➢ Lucro.
ii) Contribuições são cobradas dos segurados;
iii) Sobre as receitas de concursos prognósticos (loterias em geral);
iv) Contribuições dos importadores.

Recomendações de leitura:
*Artigos 22 (principais contribuições pagas pelo empregador) e 28 (contribuições a serem pagas pelos
segurados) da Lei 8.212/91.
• Salário de contribuição é a base para o cálculo da contribuição; além disso, sobre o salário de
contribuição irá incidir uma alíquota variável, que irá definir, ao final das contas, a contribuição
(tributo) para a Receita Federal.

*Verbas não-tributáveis: art. 28, § 9º da Lei 8.212/91.


• Salário de contribuição dos segurados e do empregador doméstico está submetido ao teto
previdenciário.

*Princípio da anterioridade nonagesimal: art. 195, § 6º da CF.

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