Você está na página 1de 5

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Seg. Soc. – Conc., Org. e Princ. Const.


Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

SEGURIDADE SOCIAL – CONCEITO, ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS


CONSTITUCIONAIS

Conceito

Conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destina-


das a assegurar os direitos relativos à saúde, previdência e assistência social. (art. 194, CF/88)
A saúde, a assistência social e a previdência são direitos fundamentais previstos no
art. 6º da Constituição Federal. Entretanto, nem todos os direitos sociais integram a Seguri-
dade Social.
Exemplo de direitos sociais que não integram a Seguridade Social: o direito ao trabalho,
educação, entre outros.

Organização da Seguridade Social

SEGURIDADE SOCIAL

ASSISTÊNCIA SOCIAL
PREVIDÊNCIA
SAÚDE Min. do Desenvolvimento e
Min. da Previdência
Min. da Saúde Assistência Social, Família
Social
Lei n. 8.080/90 e
Leis n. 8.212 e
(LOS) Combate à Fome
Não contributivo 8.213/91
Lei n. 8.742/93 (LOAS)
Não contributivo CONTRIBUTIVO

5m

O Art. 196 da Constituição Federal traz que a saúde é direito de todos e dever do Estado.
A exemplo da saúde, a Assistência Social também é não contributiva. Contudo, diferente
da saúde, a Assistência Social é prestada apenas aos necessitados.
As Leis n. 8.212/1991 e 8.213/1991 estão desatualizadas em relação à Reforma da Previ-
dência Social. Nessas leis, ainda é possível encontrar os termos Auxílio Doença (que, após a
Reforma da Previdência, passou a ser Auxílio por Incapacidade Temporária) e Aposentadoria
por Invalidez (que, após a Reforma da Previdência, passou a ser Aposentadoria por Incapa-
cidade permanente).
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Seg. Soc. – Conc., Org. e Princ. Const.
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

A Previdência Social é contributiva. Isso significa que para se aposentar ou receber auxí-
lio maternidade, por exemplo, é necessário contribuir para a Previdência Social.
10m

Princípios constitucionais

Os princípios servem tanto para orientar a elaboração de uma lei pelo Poder Legislativo
como também para orientar a respeito de sua aplicação pelo Poder Executivo e sua interpre-
tação pelo Poder Judiciário.

CF/88

Art. 194 (...) Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a
seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I – universalidade da cobertura e do atendimento;
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
V – equidade na forma de participação no custeio;
VI – diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis espe-
cíficas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência
e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência social; (Redação dada
pela EC n. 103/19)
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão qua-
dripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do
Governo nos órgãos colegiados.
O Art 3º, I da CF/88 afirma que constituem objetivos fundamentais da República Federa-
tiva do Brasil construir uma sociedade livre, justa e solidária.
É essa solidariedade disposta no Art 3º, I da CF/88 que impõe a filiação obrigatória ao
INSS e a contribuição obrigatória a ele.

I – Princípio da universalidade da cobertura e do atendimento

• Universalidade: ampla proteção social, objetivando alcançar o maior número de pessoas.


15m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Seg. Soc. – Conc., Org. e Princ. Const.
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Cobertura (objetivo): contingências sociais a serem tuteladas. Exemplo: risco de morte,


acidentes de trabalho, ausência do trabalho em virtude de parto ou adoção etc.
• Atendimento (subjetivo): pessoas destinatárias da proteção social.
• Existe uma restrição ao princípio da universalidade aplicável aos subsistemas da assis-
tência social e da previdência social.

II – Princípio da UNIFORMIDADE e EQUIVALÊNCIA dos benefícios e serviços às


populações urbanas e rurais

• Corolário do princípio geral da isonomia.


• Antes da CF/88 havia um tratamento diferenciado entre urbanos e rurais (tutela
assistencial).
• Uniformidade: plano único de benefícios.
• Equivalência: isonomia financeira das prestações.
20m

É possível conceder aposentadoria para o trabalhador rural com idade menor do que a
aposentadoria concedida ao trabalhador urbano. Isso ocorre devido ao quesito da isonomia,
tratando diferente quem está em situação de desigualdade. O legislador constitucional parte
da premissa de que o trabalho no campo é muito mais árduo do que o trabalho na cidade,
por isso é justificável a existência de aposentadoria com idade menor no meio rural do que
no meio urbano.
Atualmente, os trabalhadores urbanos possuem idade mínima de 65 anos para homens
e 60 anos para mulheres; enquanto os trabalhadores rurais possuem como idade mínima 60
anos para os homens e 55 anos para mulheres para a aquisição de aposentadoria.

III – Princípio da SELETIVIDADE e DISTRIBUTIVIDADE na prestação dos benefícios


e serviços

Visa harmonizar o conflito entre as ilimitadas demandas sociais e a escassez dos recur-
sos públicos, priorizando as prestações de maior essencialidade. Isso significa que, de certa
forma, a seletividade restringe o princípio da universalidade.
Ex.: salário-família apenas para os segurados de baixa renda (EC 20/98).

• Seletividade: prioriza os riscos sociais (aspecto objetivo) mais relevantes.


ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Seg. Soc. – Conc., Org. e Princ. Const.
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Distributividade: prioriza as pessoas (aspecto subjetivo) mais necessitadas.

IV – Princípio da IRREDUTIBILIDADE do valor dos benefícios


25m

O Supremo Tribunal Federal afirma que a redução do valor nominal dos benefícios não
é autorizada, embora não sejam obrigatórios ajustes para a preservação do valor real.
A preservação do valor real é garantida pelo art. 201, § 4º, CF/88, que prevê reajustes
periódicos para os benefícios previdenciários. Todo ano, na mesma data de reajuste do salá-
rio mínimo, os benefícios previdenciários são reajustados.
A definição dos índices de reajuste é uma decisão política, por meio da Lei Ordinária. Os
benefícios previdenciários são corrigidos anualmente pelo INPC (41-A, LBPS), na mesma
data do salário mínimo.

ATENÇÃO
O salário mínimo e os benefícios previdenciários não são reajustados com o mesmo índice.
Os benefícios previdenciários são reajustados de acordo com um índice previsto na Lei
n. 8213/91.

Os benefícios assistenciais não estão abrangidos pela irredutibilidade do valor real. Eles
estão protegidos somente em relação à irredutibilidade nominal.

V – Princípio da EQUIDADE na forma de participação no custeio

Garante a isonomia material no custeio (capacidade contributiva). Quanto maior a remu-


neração, maior a alíquota de contribuição.
Esse princípio fundamenta os regimes diferenciados de contribuição e a progressividade
das alíquotas dos segurados.

VI – Princípio da DIVERSIDADE da base de financiamento

Pressupõe a pluralidade das fontes de custeio da Seguridade Social, visando assegurar


a sustentabilidade financeira do sistema.
Esse foi o único princípio constitucional que sofreu alteração redacional por força da
Emenda Constitucional n. 103/2019 (Reforma da Previdência):
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Seg. Soc. – Conc., Org. e Princ. Const.
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as des-


pesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter
contributivo da previdência social (EC 103/19).

VII – Princípio do CARÁTER DEMOCRÁTICO e descentralizado da administração


30m

Decorrência do art. 10 da CF/88:


“É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos
órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de dis-
cussão e deliberação”
É importante garantir a participação da sociedade no gerenciamento da seguridade
social. Essa gestão se dá por meio de representação quadripartite: governo, trabalhadores,
empregadores e aposentados.
Órgãos colegiados que pressupõem o caráter democrático e descentralizado da adminis-
tração são: CNS, CNAS, CNPS, CNPC – Prev. Complementar etc.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Fernando Maciel.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 5

Você também pode gostar