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DISCENTE: MIVÂNIO XAVIER MARTINS

MATRÍCULA: 100380
TURMA: DIR09MA

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA SEGURIDADE SOCIAL 


O artigo 194, parágrafo único da Carta Magna de 1988 trata dos objetivos
específicos da seguridade social, existindo ainda os princípios gerais aplicados
a seguridade social, os quais se encontram espalhados pelo texto
constitucional.
• PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO
Previsto no artigo 194, § único, I da CF/88, estipula que todos devem estar
protegidos pela seguridade social, visando proteger de eventuais contingências
todas as pessoas que necessitem de um amparo social.

• PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E


SERVIÇOS ÀS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS
Disposto no artigo 194, § único, II da CF/88, visa o tratamento isonômico
entre as populações urbanas e rurais, devendo existir igualdade de benefícios
e serviços quando houver a ocorrência dos mesmos eventos.
Este princípio, contudo não impede a existência de um tratamento
diferenciado entre as populações urbanas e rurais se houver um fato que
justifique tal medida, tal como a redução em 5 anos de trabalho para a
aposentadoria dos trabalhadores rurais, haja vista que o trabalho no campo
além de ser desgastante, expõe o rurícola a fatores climáticos intensos.

• PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO


DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS
Expresso no artigo 194, § único, inciso III da CF/88, almeja que as
prestações devam ser fornecidas àqueles que delas necessitar, desde que
estejam enquadrados em situações definidas na lei.
Desta maneira, através do princípio da seletividade o legislador irá
selecionar, através do interesse público, os beneficiários das prestações da
seguridade social, e através do princípio da distributividade irá realizar a justiça
social, fazendo a distribuição de renda através da desconcentração de
riquezas, alcançando os mais necessitados.
• PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS
A irredutibilidade do valor dos benefícios encontra-se fundamentada no
artigo 194, § único, inciso IV, da CF/88, protegendo o segurado, ao proibir a
redução do valor do benefício recebido.
O artigo 201, § 4º, da CF/88, prevê ainda o reajustamento dos benefícios
com o intuito de garantir seu valor real, garantindo que o segurado não tenha
seu poder aquisitivo reduzido.

PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO    

✓ PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE

A Previdência Social, se constrói a partir do auxílio mútuo entre os


indivíduos de determinada sociedade a fim de garantir condições mínimas de
sobrevivência àqueles que se encontrarem em situações de risco social. Neste
sentido, o próprio texto constitucional prevê em seu artigo 3°, inciso I, que um
dos objetivos da República Federativa do Brasil é a construção de uma
sociedade solidária. Todo e qualquer sistema de previdência social, portanto,
tem como fundamento o princípio geral da solidariedade.

✓ PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO SEGURADO

Assim como no Direito do Trabalho, também há no direito


previdenciário a regra da interpretação sempre “in dubio pro operario”, tendo
em vista que este é o principal destinatário da legislação previdenciária.

O princípio da proteção deve servir como norte para ações estatais


relativas à previdência social, que precisam ter o escopo primordial de atuar na
defesa e na garantia do mínimo existencial àqueles menos favorecidos. Este
princípio, como já transcrito acima, impõe um dever ao Estado de fornecer
proteção ao segurado e assegura a este o direito de ser protegido, quando
estiver sob o risco de perecimento.

✓ PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO RETROCESSO SOCIAL

O princípio mencionado encontra-se, ainda que de modo implícito,


previsto no caput do artigo 7º, da Constituição Federal de 1988, o qual enuncia
um amplo rol de direitos dos trabalhadores urbanos e rurais sem prejuízo de
“outros que visem à melhoria de sua condição social”.

Por este princípio tem-se que o rol de direitos sociais já previstos no


ordenamento jurídico brasileiro não poderá ser reduzido em seu alcance
(pessoas abrangidas, eventos que resultam em proteção previdenciária, por
exemplo) e em quantidade (valores das prestações concedidas), com a
finalidade sempre de se preservar o mínimo existencial.
OS PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Estão expressos na Constituição Federal, artigo 201, in verbis: “a
previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória.
✎ O princípio da contributividade: é o ponto determinante para diferenciar a
previdência social das demais áreas arroladas na seguridade social. Sendo
essencial a contribuição prévia do segurado para acessar os benefícios
oferecidos pela previdência. Ao contrário da saúde e assistência social, as
quais não possuem caráter contributivo, sendo de livre acesso à população.

✎ O princípio da compulsoriedade é uma manifestação da força do Estado em


que vivemos. No Estado brasileiro, qualquer pessoa, nacional ou estrangeira,
que exerce algum tipo de atividade remunerada, não abarcada por algum
Regime Previdenciário Próprio, estará, automaticamente, ligada ao Regime
Geral de Previdência Social, sendo obrigada a realizar os devidos
recolhimentos ao sistema previdenciário.

✎ O princípio do equilíbrio financeiro e atuarial ganhou o status de princípio


constitucional com a Emenda Constitucional n.º 20/1998. Sendo,
anteriormente, tratado como objetivo para atender as necessidades de boa
gestão pública. Parte de seu conceito refere-se ao equilíbrio financeiro, o qual
consiste na equação matemática entre as contribuições vertidas à previdência
e os benefícios concedidos e a conceder dentro de um lapso temporal. Seria
basicamente uma receita fiscal entre os “ganhos” e as “despesas” mensais da
previdência.

É nítido que o princípio do equilíbrio financeiro e atuarial é


demasiadamente importante aos segurados, pois, eventualmente, ao
necessitarem desfrutar de algum benefício ou serviço poderão exigir da
previdência social, a qual terá condições econômicas suficientes para arcar
com o patrocínio da prestação requisitada.  

OS PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DE CUSTEIO

Seguridade social observa princípios gerais aplicáveis a todos os demais


ramos do Direito (exemplo: igualdade (art. 5º, caput), da legalidade (art. 5º, II),
e da proteção ao direito adquirido (artigo 5º, XXXVI); Mas também possui
princípios específicos¸ que o art. 194, parágrafo único da CF/88 chama de
objetivos.

✘ PRINCÍPIO DA PRECEDÊNCIA DA FONTE DE CUSTEIO


Esse princípio revela que não pode ser criado benefício ou serviço, nem
majoração ou estendido a categorias de segurados, sem que haja a
correspondente fonte de custeio total, que fora estabelecido na lei
constitucional anterior a de 1988, porém, não foi respeitada pelo legislador,
como no que ocorre com a edição da Emenda Constitucional nº 18/81, que
concedia aposentadoria com tempo de serviço diferenciado ao professor.
✓ Também conhecido como Princípio da Contrapartida;

✓ “Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,


majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total” (195, § 5º,
CF/88);
✓ Visa uma gestão responsável da seguridade social, garantindo a prévia
existência de recursos públicos para o implemento das prestações sociais.
✘ PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO DIFERENCIADO
A Constituição Federal estabelece no artigo 165, § 5º, inciso III que o
Poder Executivo estabelecerá a lei orçamentária anual, que compreenderá o
orçamento da seguridade social que deverá abranger todas as entidades e
órgãos vinculados a ela bem como os fundos e fundações mantidas pelo Poder
Público.
Artigo 165 (...) § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
(...) III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

✘ DA COMPUSORIEDADE DA CONTRIBUIÇÃO
 
A Constituição Federal prevê a possibilidade de que o Poder Público
institua contribuições sociais, por serem as atividades que caracterizam a
política de segurança social exercida em caráter exclusivo pelo Estado e por
ser necessário que a sociedade participe do financiamento da Seguridade
Social.
Isso é o mesmo que dizer que o regime de solidariedade social
garantido pela cobrança compulsória de contribuições sociais, de indivíduos
segurados e não segurados do regime previdenciário, bem como de pessoas
jurídicas.
Ensina Carlos Alberto Pereira de Lazzari que “o trabalhador nem
sempre está em condições de destinar uma parcela de seus rendimentos para
uma poupança”, ou seja, a compulsoriedade faz com que o trabalhador de
baixa renda, também tenha uma reserva

✘ DA ANTERIORIDADE EM MATÉRIA DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS


 
Quando são criadas ou majoradas as contribuições a Seguridade
Social, só serão exigidas após a vigência da lei que as instituiu ou majorou, não
se aplicando a regra que permite a cobrança a partir do primeiro dia do
exercício subsequente, como prevê a Constituição Federal, § 6º do artigo 195:
“(...) §6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão
ser exigidos depois de decorridos noventa dias da data da publicação da lei
que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no
artigo 150, inciso III, alínea "b".”

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