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2 etapas:

1 prova e 1 trabalho em cada etapa

TRABALHO 10/04 – 15 PONTOS


PROVA 17/04 – 25 PONTOS
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Regime trabalhista ≠ regime previdenciário

INSS → autarquia federal que participa da adm do Regime geral, mas não administra sozinho,
compartilha a adm com a Receita Federal do Brasil.
INSS → analisar, conceder ou negar pedidos de benefícios previdenciários.

Regime Geral de Previdência Social (RGPS) → art. 201, CF/88 →administração compartilhada
entre INSS e Receita Federal do Brasil
• A classe trabalhadora, em sua grande maioria, está vinculada ao RGPS → CLT (celetistas),
servidor público não vinculado a RPPS (por exemplo, um município que não criou o seu
estatuto)
• Leis 8212/1991 (regula plano de custeio → regula arrecadação [quem paga, quanto paga]);
Lei 8213/1991 (regula o plano de benefícios → regulam os gastos); Decreto 3048/99
(regulamento previdenciário do RGPS.

Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) → art. 40, CF/88


• Servidores públicos estatutários
• Cada município e Estado podem ter suas regras estatutárias

Regime das forças armadas


Regime dos bombeiros
Regime dos policiais militares
Etc…

SEGURIDADE SOCIAL
– Seguridade social é um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à previdência social, à saúde e à assistência
social (art. 194, CF). Busca implementar um estado de bem-estar social, de proteção, segurança
social e reduzir desigualdades sociais.

→ previdência social → caráter contributivo → 201, CF


Seguridade social (art. 194, CF) → saúde → lei 9090/90 → caráter não contributivo → 196, CF
→ assistência social → lei 8742/93 → LOAS → caráter não contri-
butivo → 203, CF
– Evolução da proteção social:
Família → instituições religiosas → instituições mutualistas → Estado

Previdência Social → seguro público em que aqueles que pagam são segurados e alguns
dependentes (filhos menores de 21 anos, inválidos, cônjuges, companheiros, pais, irmãos,
equiparados) também ficam protegidos por tal seguro.
• No regime geral o nosso sistema é um sistema de REPARTIÇÃO SIMPLES (=/= sistema de
capitalização) → todos pagam obrigatoriamente, solidariedade → ativos x inativos (pacto
entre gerações)
• Caráter contributivo
• art. 201, CF

Quando surgiu a ideia de previdência, o intuito era proteger aqueles que trabalhavam (exerciam
atividade remunerada). Hoje em dia, protege-se obrigatoriamente aqueles que trabalham e
facultativamente aqueles que não trabalham.

• 1923→ criação de sistema para proteger os ferroviários → caixas de aposentadorias e


pensões → cada empresa ferroviária fazia a sua, se o empregado fosse de uma empresa p
outra, ele perdia a caixa da outra
• Institutos de aposentadorias e pensões (IAPs)→ era por categoria → ferroviários, bancários,
transportadores de carga, etc…
• Década de 60 → Lei orgânica de previdência social (LOPS) → extingui-se o regramento
específico por categoria e criou-se um instituto nacional (INPS – instituto nacional de
previdência nacional)

O direito da seguridade social é o conjunto de princípios, regras e de instituições destinados a


estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de
prover suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos
poderes públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social.

Os professores João Batista Lazzari e Carlos Alberto Pereira de Castro assim lecionam:
Poder-se-ia sustentar que caberia somente ao trabalhador, individualmente, se proteger
de infortúnios, ou pela assistência de seus familiares e amigos, ou por meio da realização de
poupança, prevenindo-se contra um futuro no qual não possa mais ser considerado economicamente
ativo.
Ocorre, todavia, que a dependência da caridade alheia importa considerar-se como certo
o fato de que sempre há alguém capaz de dar assistência ao inválido, quando tal noção não pode ser
tida como minimamente razoável, mesmo nas sociedades nas quais a maioria atinge níveis ínfimos.
Já a tese que propõe se transferir ao trabalhador a responsabilidade por sua subsistência
futura, quando venha a deixar de ser capaz para o trabalho, esbarra em situações como a daquele
que, ainda no início de sua idade produtiva, venha a sofrer um acidente, tornando-se doravante
incapaz para o trabalho. Logo, por mais precavido que possa ser o indivíduo, estará ele sempre
sujeito à hipótese de múltiplos infortúnios durante toda a sua vida profissional, e não somente com
o advento de sua velhice.
“Proteção social, portanto, é o conjunto de medidas de caráter sociais destinadas a
atender certas necessidades individuais; mais especificamente, às necessidades individuais que, não
atendidas, repercutem sobre os demais indivíduos e, em última análise, sobre a sociedade”. (Celso
Barroso Leite)

PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL


ART. 194, p. ú., CF

• Princípio da seletividade e distributividade → na prestação de benefícios e serviços o


sistema usa de regras para selecionar aqueles que vão receber benefícios e serviços.

• Princípio da equidade na forma de participação do custeio → paga proporcionalmente ao


que recebe.
Art. 22, L. 8.212/91 → empresa de grande porte tem que financiar o sistema, destina à
Seguridade Social 20% das remunerações pagas
Art. 24, L. 8212/91 → a contribuição do empregador doméstico é de 8% → por motivos de
que a família (que é a empregadora) não é fonte de lucro como uma empresa e, muito
provavelmente, tem menos poder financeiro.
Art. 20 → A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e a do trabalhador avulso é
calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre o seu salário-de-
contribuição mensal, de forma não cumulativa, conforme tabela.
Art. 179, CF. → microempresas e empresas de pequeno porte têm tratamento jurídico
diferenciado

• Princípio da diversidade da base de financiamento → as fontes de financiamento da


seguridade social devem ser diversificadas, visando prevenir infortúnios.

• Caráter democrático e descentralizado mediante gestão quadripartite → 194, VII →


governo x trabalhadores em atividade x empresas x aposentados
Colegiados → CNPS (conselho nacional de previdência social) → art. 3°, lei 8213/91 → 6
representantes do governo federal x 9 representantes da sociedade civil (3 representantes de
aposentados e pensionistas, 3 representantes de trabalhadores em atividade, 3 representantes
de empregadores)

• Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços entre as populações urbanas e rurais


Este princípio resulta do fato histórico de que os trabalhadores rurais em termos
previdenciários sempre foram discriminados. O princípio previdenciário da uniformidade e
equivalência dos benefícios e serviços entre as populações urbanas e rurais estabelece que
os trabalhadores rurais e urbanos devem ter acesso aos mesmos direitos e benefícios
previdenciários, de forma a garantir a igualdade de tratamento e a proteção social a todos os
cidadãos. Não deixa de ser o princípio da uniformidade e equivalência um desdobramento
do princípio da igualdade, no sentido da impossibilidade de serem estabelecidas distinções.
A uniformidade diz respeito aos aspectos objetivos, às contingências que irão ser cobertas.
A equivalência vai tomar por base o aspecto pecuniário ou atendimento de serviços, que
não são necessariamente iguais, mas equivalentes, na medida do possível, dependendo do
tempo de contribuição, do coeficiente de cálculo, do sexo, da idade, etc…

• Princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios → a irredutibilidade é nominal → art.


201, §4°, CF → Lei 8213, art. 41-A
• Princípio da universalidade da cobertura e do atendimento → ideia de trazer o máximo de
pessoas possíveis e atender o máximo de pessoas que tenham necessidade

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO CUSTEIO

• Princípio do orçamento diferenciado (art. 165, §5°, CF/88) → “Quando o sistema era jovem,
ou seja, o número de trabalhadores contribuintes era muito superior ao número de inativos,
verificaram-se saldos de caixa que deveriam ser utilizados para garantir a viabilidade do
sistema em conjunturas desfavoráveis. Entretanto, esses saldos, muitas vezes, foram
utilizados para outras finalidades distintas dos interesses previdenciários. Os saldos da
previdência foram usados na construção de Brasília, na Constituição e no aumento de capital
de várias empresas estatais, na manutenção de saldos na rede bancária, como compensação
pela execução de serviços de arrecadação de contribuições e de pagamento de benefícios…

• Princípio da precedência da fonte de custeio (ou preexistência do custeio em relação ao


benefício) → 195, §5°, CF → nenhum benefício será criado, majorado ou estendido, sem a
correspondente fonte de custeio total
• Princípio da anterioridade em matéria de contribuições sociais → 90 dias até começar a
cobrarem contribuições sociais

Possibilidade de redução salarial → negociação coletiva (7°, CF)

SALÁRIO-FAMÍLIA
* R$59,82 por filho menor de 14 anos de idade ou inválidos. Cada um dos pais recebe uma cota.

AUXÍLIO RECLUSÃO
*R$1302,00 para dividir entre os dependentes do segurado cuja renda seja igual ou inferior a
R$1754,18.

BPC/LOAS
Art. 20, L. 8742/93

SAÚDE (L. 8080/90)

PREVIDÊNCIA SOCIAL

Quando nasce um ser humano, a segurança social logo vem compensar os encargos adicionais dos
progenitores. Liberta pai e mãe da vida profissional para prestarem os primeiros cuidados ao recém-
nascido, subsidiando-lhes licenças de maternidade e paternidade. Segue apoiando as famílias no
esforço educativo posto em cada filho. Ajuda os adultos a enfrentar consequências da doença e do
desemprego, fazendo as vezes do rendimento perdido, contribuindo para pagar cuidados de saúde
ou subsidiando ações de valorização profissional. Na aposentação por velhice ou na invalidez
substitui definitivamente aos rendimentos do trabalho. E na morte, sobrevive-nos para apoiar os que
ainda estejam a nosso cargo.

1) Conceito
A Previdência Social é um seguro social adquirido por meio de uma contribuição mensal que
garante ao segurado uma renda no momento em que ele estiver vulnerável socialmente.

2) Princípios (art.2°, Lei 8213/91)

Princípio do benefício mínimo:


Benefício previdenciário pode ser menor que salário-mínimo? Sim, desde que o benefício não
tenha por objetivo substituir o rendimento do trabalho. Não, desde que o benefício tenha por
objetivo substituir o rendimento do trabalho.
salário-família → R$59,82 por filho menor de 14 anos ou inválido (caráter previdenciário)
auxílio-acidente → 50% do salário de benefício
Aposentadoria → não pode ser menor que o salário-mínimo
CF, 201, §2° → nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou rendimento do
trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário-mínimo.

Salário de contribuição → art. 28, Lei 8212/91


→ art. 21

Salário de contribuição ≠ salário de benefício (resultado de uma média dos salários de contribuição)

Previdência complementar facultativa → previdência complementar no Brasil se constitui em


mais um mecanismo de proteção para os cidadãos, em particular para os que não desejam baixar o
padrão de consumo ao parar de trabalhar. Consiste, em suma, num sistema privado facultativo,
organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social. O objetivo é
ofertar cobertura para aqueles que recebem remuneração superior ao teto previdenciário e desejam
manter o padrão de rendimentos caso fiquem impossibilitados de trabalhar. Não é administrada pelo
Estado, o Estado administra o regime de previdência obrigatória. É administrada pelo setor privado.
CF, art. 202, previdência privada. Organizada de forma autônoma. Se divide em Previdências
complementares abertas e fechadas.
Fechadas → sistema restrito a determinados membros de certos grupos (prevoab – restrito a
advogados, petros – restrito a membros da Petrobras, etc…). Há patrocinador, e assim, maior
acúmulo de capital.
Abertas → pra qualquer um, não há patrocínio, só o agente que coloca dinheiro.

PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO E ATUARIAL → art. 40 e art. 201, CF.


Princípio expresso pela emenda constitucional nº 20/1998 e que significa que o poder público
deverá, na execução da política previdenciária, atentar sempre para a relação entre custeio e
pagamentos de benefícios, a fim de manter o sistema em condições superavitárias, e observar as
oscilações da média etária da população, sua expectativa de vida, para a adequação dos benefícios a
estas variáveis.

PRINCÍPIO DA FILIAÇÃO OBRIGATÓRIA


Este princípio (art. 201, CF/88) refere-se a compulsoriedade da contribuição, ou seja, todo
trabalhador devidamente segurado será amparado pelo regime desde que não esteja fazendo parte de
outro regime previdenciário.

PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE → o segurado não perde o direito ao benefício pelo


decurso do tempo, do prazo, contudo, em alguns benefícios a legislação estabelece alguns marcos.
Pensão por morte requerida em até 90 dias → recebe o benefício desde a data do óbito
Pensão por morte requerida depois de 90 dias do óbito → recebe o benefício a partir da data do
requerimento
O passar do tempo não retira o direito.
Art. 103-A, Lei → prazo decadencial de 10 anos para o segurado pleitear a revisão do seu benefício
previdenciário. → esse prazo começa a contar a partir do primeiro dia do mês seguinte ao primeiro
mês de recebimento.

DOS SEGURADOS DA PREV. SOCIAL


São 5:
1. empregados → são aqueles que ingressam no RGP (Regime Geral Previdenciário) sem
precisarem expressar a sua vontade e que contribuem compulsoriamente para a seguridade
social, com direito aos benefícios pecuniários previstos para sua categoria de segurando,
tanto para si, quanto para seus dependentes (aposentadorias, pensões, auxílios, salário-
família, salário-maternidade, etc…) e aos serviços (reabilitação profissional, serviço social,
etc…), a cargo da prev social.

1.1) empregado rural


1.2) trabalhador temporário (≠ contrato por tempo ou prazo determinado)
1.3) aprendiz → art. 428, CLT → contrato com prazo determinado
- antigo menor aprendiz - 14 aos 24 anos - duração de 2 anos

2. Empregados domésticos
3. Contribuintes individuais
4. Segurado especial
5. Trabalhador avulso → não é empregado, mas tem os mesmos direitos de um. Vinculado a
órgão de gestão de mão de obra (OGMO) ou sindicato.

SISTEMAS DE PREVIDÊNCIA

1) Sistema de capitalização → privado

2) Sistema de repartição simples


Brasil (repartição administrada pelo Estado) → pacto intergeracional → ativos financiam inativos
→ solidariedade

3)Sistema misto
Híbrido → o Estado paga até certo valor, a partir disso, a capitalização passa a ser privada.

SEGURADOS FACULTATIVOS
É a pessoa física que não tem obrigação legal de recolher a contribuição previdenciária, mas o faz
para contar tempo de contribuição. Possui um privilégio constitucional e legal, já que não estando
em nenhuma situação que a lei considera como segurado obrigatório, deseja contribuir para a
previdência social, desde que seja maior de 16 anos e não esteja vinculado a nenhum outro regime
previdenciário.

MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO (art. 13 e 55, decreto 3048/99)


(art. 15, Lei 8213/91)
*Período de graça → não conta para tempo de trabalho, mas continua segurado.
12 meses
24 meses se tiver pagado mais de 120 contribuições sem interrupção que gere a perda da
condição de segurado (ainda que segurado pelo período de graça), se ao final desse prazo o
sujeito ainda estiver desempregado, ganha mais 12 meses de seguro.

1) João aposentou-se em 1990, não tendo mais vertido qualquer contribuição para o INSS. Faleceu
em 31/03/2023, tendo deixado cônjuge e um filho de 15 anos de idade. Seus dependentes terão
direito a algum benefício previdenciário?
R→ Sim, sendo segurado pela aposentadoria, seus dependentes terão direito a “herdar” seu seguro,
pouco importando a data em que parou de contribuir.

2) João contribuiu para a previdência social no período de 1980 a 2015 quando completou 35 anos
de contribuição, sem requerimento de aposentadoria. Após 2015 não verteu contribuições ao
sistema previdenciário. No dia 31/03/2022 João veio a óbito, tendo deixado cônjuge e um filho de
15 anos de idade. Seus dependentes terão direito a algum benefício previdenciário?
R→ Sim, tinha na aposentadoria a qualidade de direito adquirido, era patrimônio jurídico, apesar do
não requerimento. É um benefício que ele tinha, mas não fazia uso.

3) João contribuiu para a previdência social no período de 01/01/1980 a 31/10/2010, quando cessou
suas contribuições. Em 01/03/2011, João apresentou incapacidade para o trabalho, de forma
definitiva. Após comparecer à Agência da Previdência Social (APS), obteve o benefício de
prestação continuada previso no art. 20 da Lei 8.742/93 (LOAS). Concedido o benefício, João
recebe o BPC (benefício de prestação continuada) até o dia 20/03/2022, quando veio a óbito.
Deixou cônjuge e um filho de 15 anos de idade. Seus dependentes terão direito a algum benefício
previdenciário?
R→ Sim, apesar de utilizar benefício assistencialista e personalíssimo, o seguro previdencialista de
João se encontrava no período de graça, fazendo com que seus dependentes tenham direito ao
seguro em questão.

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