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Aula 1 - Breve Histórico da Previdência Social

A Previdência Social no Brasil

A Previdência Social brasileira já passou por várias mudanças conceituais e estruturais, envolvendo o grau de cobertura, os
tipos de benefícios oferecidos e a forma de financiamento do sistema. Uma análise de cada fase histórica da Previdência
Social permite verificar os progressos alcançados ao longo de sua existência.
Grandes foram as conquistas do povo brasileiro em termos de proteção social no decorrer de sua evolução histórica e assim a
sociedade vem construindo uma Previdência que a cada passo amplia a cobertura social.
Desde a época do Império, no Brasil já existia mecanismo de cunho previdenciário. Contudo, somente a partir de 1923, com
a aprovação da Lei Eloy Chaves, que na verdade é o Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923, o País adquiriu
um marco jurídico para a atuação do sistema previdenciário, que na época era composto pelas Caixas de Aposentadorias e
Pensões – CAPs. A Lei Eloy Chaves tratava especificamente das CAPs das empresas ferroviárias, pois seus sindicatos eram
bem mais organizados e possuíam maior poder de pressão política. O objetivo inicial era o de apoiar esses trabalhadores
durante o período de inatividade.

A Lei n° 3.807, de 26 de agosto de 1960, criou a Lei Orgânica de Previdência Social – LOPS, que unificou a legislação
referente aos Institutos de Aposentadorias e Pensões. Posteriormente, o Decreto-Lei n° 72, de 21 de novembro de 1966, uniu
os seis Institutos de Aposentadorias e Pensões existentes na época (IAPM, IAPC, IAPB, IAPI, IAPETEL, IAPTEC), criando
o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
O INPS unificou as ações da previdência para os trabalhadores do setor privado, exceto os trabalhadores rurais e os
domésticos. No decorrer da década de 1970, a cobertura previdenciária expandiu-se com a concentração de recursos no
governo federal, especialmente devido às seguintes medidas: em 1972, a inclusão dos empregados domésticos; em 1973, a
regulamentação da inscrição de autônomos em caráter compulsório; em 1974, a instituição do amparo previdenciário aos
maiores de 70 anos de idade e aos inválidos não-segurados (idade alterada posteriormente); em 1976, extensão dos
benefícios de previdência e assistência social aos empregadores rurais e seus dependentes.
Na década de 70, inovações importantes aconteceram na legislação previdenciária, disciplinadas por vários diplomas legais,
surgindo a necessidade de unificação, que de fato ocorreu com a CLPS (Consolidação das Leis da Previdência Social) em
24/01/1976, por meio do Decreto nº 77.077. No ano seguinte, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência
Social – SINPAS.
Com a Constituição de 1988, foi criado o conceito de Seguridade Social composto pelas áreas da Saúde, Assistência e
Previdência Social.

Entendendo a Previdência - Mas o que é Previdência?


Para que possamos entender o que é a Previdência Social e como ela funciona, devemos, primeiramente, compreender o que
significa a palavra Previdência.
De acordo com o dicionário, “previdência” é o ato de se precaver frente às situações de risco que possam vir a acontecer com
pessoas ou bens. É a capacidade de se prevenir, antecipar-se às situações de risco que podem acontecer.

Portanto, a Previdência Social é um sistema de proteção social que assegura o sustento do trabalhador e de sua família,
quando ele não puder trabalhar por causa de doença, acidente, gravidez, prisão, morte ou idade avançada.

 "É fundamental que se viva bem o presente, mas é importante pensar no futuro e tomar alguns cuidados, enquanto está
trabalhando, garantindo para si e sua família segurança e tranquilidade. É preciso se prevenir, pois como diz o ditado popular
'Um homem prevenido, vale por dois'”.
Vânia Márcia Félix Araújo - Servidora do INSS - GEX Campos de Goytacazes/RJ.

A Previdência Social é um direito social, previsto no art. 6º da Constituição Federal de 1988 entre os Direitos e Garantias
Fundamentais, que garante renda não inferior ao salário mínimo ao trabalhador e a sua família nas seguintes situações,
previstas no art. nº 201 da Carta Magna:
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no §
2º. 
Ainda hoje, é comum confundir Previdência Social, Assistência Social e Saúde.

Esferas da Seguridade Social

 Proteção à Saúde
Independe de contribuição, a saúde é direito de todos e dever do Estado, de acesso universal e igualitário. Suas ações visam à
redução de riscos de doenças e outros agravos. O Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios, desenvolve
ações preventivas e curativas, visando a saúde física e mental dos cidadãos, através do Sistema Único de Saúde (SUS). 

 Assistência Social

Independe de contribuição, é dever do governo e será prestada a quem dela necessitar. O órgão responsável é o Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS e as ações são executadas dentro de cada município. Atende as
necessidades básicas de proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência, à pessoa com deficiência e ao idoso. 

 Previdência Social

Depende de contribuição, é um sistema de proteção social que assegura o sustento do trabalhador e de sua família, quando
ele não puder trabalhar em razão da incapacidade laborativa provocada por causa de doença, acidente, gravidez, prisão,
morte ou idade avançada. De caráter contributivo e de filiação obrigatória é o seguro do trabalhador brasileiro, não
representa um bem do governo, mas sim uma conquista da sociedade.

Recursos Financeiros

Proporcionar aos cidadãos paz e tranquilidade em meio às dificuldades inerentes à vida humana: este é o compromisso geral
da Seguridade Social.
Para atender a esse conjunto de objetivos sociais de grande relevância, os gastos com a Seguridade Social são reunidos num
orçamento único específico, destacado do orçamento geral da União.
Você sabe de onde vêm os recursos para custear a Seguridade Social?
A Seguridade Social é financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, contando ainda com recursos provenientes
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e também com contribuições sociais.
Previdência Social - contributivo e de filiação obrigatória
A Previdência Social é organizada sob a forma do regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
Portanto, é necessária a contribuição por parte do(a) segurado(a), para assegurar o acesso aos benefícios e aos serviços
previdenciários. 

Como é organizada a Previdência Social?


A Previdência Social compreende dois regimes distintos, independentes entre si:

 o Regime Geral de Previdência Social (RGPS); e 


 os Regimes Próprios de Previdência Social dos servidores públicos e dos militares– Servidores Públicos
O foco deste curso é o RGPS, que é o regime jurídico que abarca a população em geral, como os trabalhadores da iniciativa
privada (urbanos e rurais) e das empresas públicas, os contribuintes individuais e os facultativos.
Compete ao INSS a operacionalização do reconhecimento dos direitos dos segurados do RGPS.

O Papel do INSS
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi criado em 27 de junho de 1990, por meio do Decreto n° 99.350, a partir da
fusão do Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS) com o Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS), como autarquia vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS).
O INSS caracteriza-se, portanto, como uma organização pública prestadora de serviços previdenciários para a sociedade
brasileira. É nesse contexto e procurando preservar a integridade da qualidade do atendimento a essa clientela, que o Instituto
(INSS) vem buscando alternativas de melhoria contínua, com programas de modernização e excelência operacional,
ressaltando a maximização e otimização de resultados e de ferramentas que fundamentem o processo de atendimento ideal
aos anseios da sociedade em geral.
A entidade é vinculada atualmente ao Ministério da Economia.

Quem são os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social?


Beneficiários do Regime Geral de Previdência Social são as pessoas físicas classificadas que contribuem ou mantêm a
qualidade de segurado, como também os seus dependentes. Neste curso abordaremos apenas as situações relacionadas aos
Segurados da Previdência Social. Para saber mais sobre os dependentes, acesse o curso Benefícios para Dependentes.

Complementando
Ouça o podcast Previdência Social realizado pelo PEP

Aula 2 - Segurados da Previdência Social

O Regime Geral de Previdência Social (RGPS)


Na aula anterior, você estudou que o Regime Geral de Previdência Social é voltado para os trabalhadores da iniciativa
privada, empregados públicos e para trabalhadores de instituições de economia mista, como alguns bancos públicos. 
A filiação a esse regime é obrigatória para quem exerce atividade remunerada e facultativa para outros casos. Quem está está
filiado ao RGPS é denominado segurado. Nesta aula, você vai conhecer um os tipos de segurados, formas de filiação,
inscrição e e contribuição.

II - Segurados da Previdência Social


Cidadãos e cidadãs que contribuem para a Previdência Social estão vinculados ao que se chama de Regime Geral de
Previdência Social (RGPS), sendo chamados de segurados ou seguradas e são classificados como obrigatórios ou
facultativos.
A idade mínima para se tornar segurado da Previdência Social, seja obrigatório ou facultativo, é 16 anos, com exceção do
Jovem Aprendiz que pode ingressar no RGPS a partir dos 14 anos, por força da Lei que rege esse tipo de contrato de
atividade.

Para começarmos a tratar do tema, ouça o Podcast do PEP que trata de segurado obrigatório e segurado facultativo:

III - Tipos de Segurados da Previdência Social

1. Segurados Obrigatórios
Os segurados obrigatórios são aqueles que exercem qualquer tipo de atividade remunerada, de natureza urbana ou rural,
abrangidas pela Previdência Social, de forma contínua ou eventual, com ou sem vínculo empregatício.
São também segurados obrigatórios aqueles que trabalham na atividade rural individualmente ou em regime de economia
familiar, com ou sem auxílio eventual de terceiros.
Observe agora os tipos de segurados obrigatórios.

 a - Empregado
Segurado empregado é todo trabalhador ou trabalhadora que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresas, em
caráter não eventual, sob subordinação e mediante remuneração. Nesta categoria, estão as pessoas com carteira assinada,
diretores-empregados, aquelas que possuem mandato eletivo, entre outros.

 b - Empregado Doméstico
É a pessoa que presta serviço de natureza contínua, mediante remuneração e subordinação, a pessoa ou a família, no âmbito
residencial desta, em atividade cujo objetivo não seja o lucro. Acompanhe alguns exemplos:
• Motorista Particular.
• Jardineiro.
• Governanta.
• Mordomo.
• Caseiro.
• Enfermeira Particular.
• Piloto Particular.
Uma diferença básica entre o empregado e o empregado doméstico é que a atividade para a qual este trabalha não terá um
fim lucrativo, já que é feita diretamente para uma pessoa física ou família.
É vedada a contratação de menor de 18 anos para desempenho de trabalho doméstico, de acordo com a Convenção nº. 182,
de 1999, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto nº 6.481, de 12 de junho de 2008.

 c - Trabalhador avulso
Trabalhadores, sindicalizados ou não, que prestam serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo
empregatício com elas. A relação de trabalho é feita com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra ou do
sindicato da categoria.
Vejamos alguns exemplos:
 O trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação
e bloco.
 O trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério.
 O trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios).
 O amarrador de embarcação.
 O ensacador de café, cacau, sal e similares.
 O trabalhador na indústria de extração de sal.
 O carregador de bagagem em porto.
 O prático de barra em porto.
 O guindasteiro.
 O classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos, etc.
 d - Contribuinte Individual
Aquele que presta serviços, de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma pessoa ou a uma empresa, sem relação
de emprego.
Incluem-se entre os contribuintes individuais:
 Empresário.
 Trabalhadores por conta própria (vendedoras, manicures, costureiras, cabeleireiras, professores particulares, empreendedor
individual, etc).
 Empregador rural pessoa física (produtor rural).
 Dirigente de sociedade civil e síndico remunerados.
 Ministro de confissão religiosa.
 Cooperado de cooperativa de produção ou de trabalho.
 Diarista (urbano ou rural).
 Garimpeiro, entre outros.
É também considerada contribuinte individual a pessoa física que presta serviços a pessoa jurídica ou cooperativa. Conheça
um tipo diferenciado de Contribuinte Individual, o MEI ou Microempreendedor Individual.
 Contribuinte Individual Microempreendedor Individual (MEI)

O Microempreendedor Individual (MEI) é também um contribuinte individual, que trabalha por conta própria, podendo ser
pessoa jurídica e física ao mesmo tempo, formalizado com CNPJ.
Para ser MEI é preciso observar as seguintes condições:
- auferir receita bruta acumulada no ano-calendário anterior de até R$ 81.000,00.
- Ser optante pelo Simples Nacional.
- Não participar de outra empresa como titular, sócio ou administrador.
- Ter até um empregado, desde que este receba um salário mínimo ou piso da categoria.

 Regulamentação do Microempreendedor Individual


O Microempreendedor Individual foi regulamentado pela Lei Complementar nº 128/2008, que passou a vigorar a partir de 1º
de julho de 2009.
Essa modalidade possibilitou a formalização e a inclusão previdenciária de uma grande parcela da população que exercia
atividade remunerada, mas desprotegida, uma vez que não estava devidamente regularizada.

 Simples Nacional
É um regime especial unificado de arrecadação de impostos e contribuições devidos pelas Microempresas (ME) e Empresas
de Pequeno Porte (EPP), criado pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (LC 123/2006), e vigente a partir
de 1º de julho de 2007.

VOCÊ SABIA? Existem mais de 170 ocupações que podem se transformar em Microempreendedor Individual, dentre
elas: o ambulante, a vendedora de cosméticos, o cabeleireiro, a manicure, a esteticista, a costureira, o artesão, o borracheiro,
o sapateiro, o mecânico, entre outros.

Para mais informações, acesse o Portal do Empreendedor no sitio a seguir: https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-br

 e - Segurado Especial
Trabalhador residente no imóvel rural ou meio urbano que exerça atividade rural individualmente ou em regime de economia
familiar, com ou sem auxílio eventual de terceiros.
A atividade rural poderá ser desempenhada na condição de produtor, parceiro, meeiro, arrendatário, pescador artesanal e
assemelhados. Visite a biblioteca do curso e identifique as características de cada uma dessas condições.
O regime de economia familiar ocorre quando o trabalho do grupo familiar é indispensável à sua subsistência e
desenvolvimento socioeconômico, sendo exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de
empregados permanentes, independente do valor auferido pelo segurado especial com a comercialização da sua produção.  

 2. Segurados Facultativos
Diferentemente dos segurados obrigatórios, os facultativos são aqueles que, por vontade própria, inscrevem-se na
Previdência Social mediante contribuição, desde que não estejam exercendo atividade remunerada que os enquadrem como
segurado obrigatório de qualquer regime de Previdência Social no país ou de países com os quais o Brasil mantém acordo
previdenciário.

Exemplos de Segurados Facultativos


 Observe alguns exemplos desse tipo de segurado.
• Dona de casa.
• Estudante.
• Desempregado.
• Presidiário não remunerado.
• Bolsista e estagiário que prestam serviços a empresa (Estágio de Estudantes).
• Síndico que não recebe remuneração. Lembramos, que a isenção de taxa de condomínio é considerada remuneração.
• Brasileiro residente no exterior, desde que não filiado a regime de Previdência de país com o qual o Brasil possui acordo,
entre outros.

Aula 3 - Filiação, Inscrição e Manutenção da Qualidade

Como se tornar e se Manter Segurado da Previdência Social

FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO
Para ter a condição de segurado é necessário estar filiado ou inscrito na Previdência Social. Mas existe diferença entre uma
forma e outra de ingresso? É o que vamos ver a seguir:

A filiação e a inscrição são institutos diferentes no direito previdenciário, e, assim, podem ocorrer em momentos distintos.

FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO
Filiação é o vínculo jurídico entre o segurado e a Previdência Social, do qual decorrem direitos e obrigações recíprocos. De
um lado, o segurado tem o dever de contribuir e o direito à cobertura previdenciária. Em contrapartida, o RGPS tem o dever
de pagar os benefícios e prestar os serviços previdenciários (quando cumpridos os requisitos legais), e o direito de exigir o
pagamento das contribuições previdenciárias. A filiação pode se dar de forma obrigatória ou facultativa.
Inscrição é o ato jurídico de formalização da filiação. É por meio da inscrição que o segurado fornece à previdência os dados
necessários para sua identificação.
Conforme estabelecido no art. 7º, inciso XXXIII, da CF/88, está vedado o exercício de qualquer trabalho a menores de
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. Por isso, a idade mínima para filiação é dezesseis
anos, excetuando a filiação do aprendiz, que pode ser efetuada a partir de quatorze anos, na condição de segurado
empregado.

 FILIAÇÃO

Como vimos anteriormente a filiação pode ser dar de forma obrigatória ou facultativa.


A filiação dos Segurados Obrigatórios decorre do exercício de atividade remunerada, isto é, a partir do momento em que uma
pessoa iniciar o exercício de alguma atividade remunerada, automaticamente, estará filiada à previdência social.
O simples ingresso em atividade abrangida pelo Regime Geral de Previdência Social determina a filiação automática a esse
regime. Quando o cidadão é registrado na empresa (ocorre sua inscrição), ou seja, ele legaliza sua filiação e passa
automaticamente a ser segurado do INSS.
Já a filiação dos Segurados Facultativos é voluntária e só é efetivada com a inscrição e o pagamento da primeira contribuição
sem atraso. A filiação do segurado facultativo não poderá ter efeitos retroativos. Essa possibilidade está limitada aos
segurados obrigatórios, em virtude do caráter compulsório de sua filiação.

 INSCRIÇÃO
É a formalização da filiação. É por meio da inscrição que o segurado fornece à previdência os dados necessários para sua
identificação, ou seja, a inscrição é o ato de cadastramento do indivíduo maior de 16 anos (salvo se menor aprendiz que é a
partir dos 14 anos) no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), mediante apresentação dos dados pessoais e de
documentos, para geração ou atribuição do número de inscrição do trabalhador (NIT).
A identificação do trabalhador será única, pessoal e intransferível, independentemente de alterações de categoria profissional.
Quando o trabalhador já possuir o número do Programa de Integração Social/Programa de Assistência ao Servidor Público
(PIS/PASEP), não caberá novo cadastramento, sendo utilizado este número para contribuir para a Previdência Social.

INSCRIÇÃO DOS SEGURADOS


A inscrição dos segurados ocorre da seguinte forma:

 Empregado e Trabalhador avulso: pelo preenchimento dos documentos que os habilitem ao exercício da atividade,
formalizado pelo contrato de trabalho, no caso de empregado, e pelo cadastramento e registro no sindicato ou órgão gestor de
mão-de-obra, no caso de trabalhador avulso;
 Contribuinte individual: pela apresentação de documentos que caracterize a sua condição ou o exercício de atividade
profissional, liberal ou não.
 Empregado doméstico: pela apresentação de documento que comprove a existência de contrato de trabalho, atualmente é
realizada inscrição do empregado doméstico pelo empregador pessoa física no Portal do Esocial, pelo
site http://www.esocial.gov.br/.
 Segurado especial: pela apresentação de documento que comprove o exercício de atividade rural. A inscrição do segurado
especial será feita de forma a vinculá-lo ao seu respectivo grupo familiar e conterá, além das informações pessoais, a
identificação da propriedade em que desenvolve a atividade e a que título, se nela reside ou o Município onde reside e,
quando for o caso, a identificação e inscrição da pessoa responsável pela unidade familiar. O segurado especial integrante de
grupo familiar que não seja proprietário ou dono do imóvel rural em que desenvolve sua atividade deverá informar, no ato da
inscrição, conforme o caso, o nome do parceiro ou meeiro outorgante, arrendador, comodante ou assemelhado.
 Segurado facultativo: pela apresentação de documento de identidade, CPF e declaração que não exerce atividade que o
enquadre como segurado obrigatório.

A inscrição do empregado e do trabalhador avulso será efetuada diretamente na empresa, sindicato ou órgão gestor de mão
de obra, e a dos demais, no INSS pela Central 135 ou pelo site www.inss.gov.br.
No caso do contribuinte individual, excepcionalmente a empresa que o contratou poderá ter a obrigação de realizar a sua
inscrição. Esta hipótese ocorrerá quando a empresa utilizar-se de segurado não inscrito. Esta mesma situação poderá ocorrer
no caso do cooperado de cooperativa de trabalho. 
A data de vencimento das contribuições previdenciárias será até o 15º dia do mês seguinte à competência a ser paga.
Ex: competência a ser paga 01/2019 - vencimento: 15/02/2019. Se esse dia coincidir com final de semana, a contribuição
poderá ser feita no primeiro dia útil após a data de vencimento.

Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado


A Previdência Social é uma seguradora pública e uma das suas atribuições é zelar pelo trabalhador e sua família durante os
imprevistos que incapacitam o cidadão filiado temporário ou permanentemente para exercer suas atividades laborativas.
Para gozar dessa proteção social, um dos requisitos exigidos é a qualidade de segurado, adquirida com a filiação ou inscrição
ao RGPS, que por sua vez ocorre com o exercício de atividade laborativa remunerada para os segurados obrigatórios, e pela
inscrição e pagamento da contribuição previdenciária para os segurados facultativos, conforme vimos na aula anterior.
 
O que é Qualidade de Segurado?
É a condição atribuída a todo cidadão filiado ao INSS que possua uma inscrição e esteja em dia com os pagamentos mensais
a título de Previdência Social. 

 MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO

Todos os filiados ao INSS (empregado, trabalhador avulso, empregado doméstico, contribuinte individual, segurado especial
e facultativo), enquanto estiverem efetuando recolhimentos mensais a título de previdência, automaticamente
estarão mantendo esta qualidade, ou seja, continuam na condição de segurado do INSS.
Quando o segurado deixa de pagar para o INSS, por ter sido despedido do emprego ou por outras razões, não perde de
imediato sua qualidade de segurado. Este lapso de tempo extra concedido é denominado período de graça.
O período de graça, portanto, é um tempo que a previdência mantém o cidadão com a qualidade  de segurado e, por isso,
garante todos os direitos aos benefícios, desde que respeitados os demais requisitos.

 QUAIS SÃO AS SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS QUE O SEGURADO ESTÁ NO PERÍODO DE GRAÇA?

PERÍODO DE GRAÇA O segurado mantém a qualidade nas seguintes situações

SEM LIMITE DE PRAZO Enquanto estiver recebendo benefício, exceto auxílio acidente.

Após a cessação do benefício ou a pós o último recolhimento  ao INSS em virtude d


deixar de exercer atividade remunerada (empregado, trabalhador avulso, etc) o
estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.
ATÉ 12 MESES APÓS A
ÚLTIMA
Após cessar a segregação no caso do segurado acometido de doença que exij
CONTRIBUIÇÃO
isolamento.

Após o livramento do segurado detido.

Após o licenciamento do segurado incorporado às forças armadas para o serviç


ATÉ 3 MESES
militar.

ATÉ 6 MESES Após a cessação das contribuições do segurado facultativo.


Os prazos listados começam a ser contados no mês seguinte à data do último recolhimento efetuado ou do término do
benefício conforme o caso.

 PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE GRAÇA

Os períodos de manutenção da qualidade de segurado definidos acima podem ser estendidos por mais tempo, conforme os
períodos abaixo, cumulativamente:

Se o trabalhador já contar com com 120 ou mais contribuições consecutivas ou intercaladas sem a
Por mais 12 meses perda da qualidade de segurado. Caso haja a perda dessa qualidade, não será possível considerar a
prorrogação de manutenção da qualidade de segurado.

Para o trabalhador desempregado, desde que comprovada a situação de desemprego involuntário com
Por mais 12 meses registro no Sistema Nacional de Emprego (SINE) e/ou recebimento de seguro desemprego dentro do
período que mantenha a sua qualidade de segurado.
 A soma do período de graça com as prorrogações pode chegar a 36 (trinta e seis) meses, período em que o cidadão
conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.
Após transcorrido todo o prazo a que o cidadão tinha direito para manter a condição de segurado do INSS, se ele não voltar a
contribuir, haverá a chamada “perda da qualidade de segurado”. Nesse caso, ele deixa de estar coberto pelo seguro social
(INSS) e não terá direito a benefícios previdenciários caso o fato gerador do direito ao benefício se dê a partir da data em que
perdeu esta condição de “segurado”.
A perda da qualidade de segurado será no 16º dia do 2º mês subsequente ao término do prazo em que estava no “período de
graça”, incluindo-se as prorrogações se for o caso.
Se a data acima cair em dia que não haja expediente bancário, prorroga-se para o 1º dia útil após o 16º dia.
A seguir, vamos ver alguns exemplos para entender melhor como se dá essa prorrogação do prazo?

 EXEMPLO 

Maria, segurada do INSS com mais de 120 contribuições sem a perda da qualidade de segurada), ficou desempregada em
20/09/2015. Logo em seguida, passou a receber seguro-desemprego por 5 meses. Além disso, Maria pediu inscrição no SINE
em busca de nova oportunidade no mercado de trabalho.
Data do desemprego: 20/09/2015
Período de graça comum: 12 meses = 30/09/2016
Prorrogação do período de graça (+120 contribuições): 12 meses = 30/09/2017
Prorrogação (seguro-desemprego) = + 12 meses = 30/09/2018
Data da perda da qualidade = 17/11/2018
A data de fixação da perda desta qualidade se dará somente em 16/11/2018 (16º dia do 2º mês subsequente ao término do
“período de graça”), pois caso Maria queira efetuar recolhimento na condição de contribuinte individual ou facultativo
referente ao mês de outubro/2018, conforme lhe garante a Lei, o prazo para pagamento seria até o dia 16/11/2018 (15/11 é
feriado) e portanto, os direitos de “segurado” devem ser mantidos até esta data.
No caso de perda da qualidade de segurado, essa condição poderá ser revertida, desde que o trabalhador volte a efetuar as
contribuições em dia.
O segurado deverá contar a partir da nova filiação, com metade do número de contribuições necessárias para carência (de
acordo com o benefício pleiteado) para a concessão dos benefícios previdenciários. Assim, readquire a qualidade para
usufruir de tais benefícios.

1. Para ter direito ao benefício, além de readquirir a qualidade de segurado é


Atenção: necessário somar as contribuições antigas e as atuais para alcançar o total da carência
do benefício solicitado.

FORMAS DE CONTRIBUIÇÃO
 Como mencionamos nas aulas anteriores, o direito aos benefícios previdenciários resultam de filiação e inscrição na
Previdência Social, bem como recolhimento realizado regularmente, seja por meio da empresa ou por ação própria do
cidadão. 
Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre como o recolhimento ao RGPS pode ser realizado

SALÁRIOS E ALÍQUOTAS DE CONTRIBUIÇÃO


A tabela abaixo demonstra as faixas salariais e as respectivas alíquotas a serem aplicadas no cálculo das contribuições
referente aos segurados das seguintes categorias: empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso.
  

Salário de Contribuição Alíquota para recolhimento

Até R$ 1.302,00 7,5%

De 1.302,01 até 2.571,29 9%

De 2.571,30 até 3.856,94 12%

De R$ 3.856,95 até R$ 7.507,49 14%


SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO MENOR QUE O MÍNIMO
Após a publicação da Emenda Constitucional nº 103/2019, o segurado somente terá a contribuição reconhecida como tempo
de contribuição ao RGPS se o valor da competência for igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua
categoria, ou seja, se a contribuição for menor que o salário-mínimo, não será contabilizada para Tempo de Contribuição e
automaticamente não será aproveitada para fins de benefícios previdenciários.
A Fundamentação Legal está no Art. 195, §14 da CF (incluído pela EC nº 103/2019) e Art. 29 da EC nº 103/2019.
Os salários de contribuição menores que o mínimo não serão computados para efeito de tempo de contribuição, exceto se
realizada a complementação pelo segurado, de acordo com a legislação abaixo citada:

 Lei nº 13.467, de 13/07/2017 (Lei da Reforma Trabalhista - art. 452-A);


 Art. 195, §14 da CF/88 (incluído pela EC 103/2019) e Art. 29 da EC 103/2019

Mas o que pode acontecer nesses casos? Observe nas próximas páginas.

 O QUE FAZER PARA TER AS CONTRIBUIÇÕES CONTABILIZADAS COMO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO?

Quando ser tratar de trabalhadores intermitentes (empregado, doméstico, trabalhador avulso e contribuinte individual
prestador de serviços) e, a contribuição for inferior ao salário-mínimo, O CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais)
consolidará as remunerações da competência, somando os salários de contribuição de categorias diferentes na mesma
competência.

O agrupamento e a utilização somente serão realizados dentro do mesmo ano civil.


AGRUPAMENTO
Vamos verificar o que ocorre numa situação é que é feito o agrupamento das contribuições para atingimento do Salário
Mínimo:
Exemplo: Maria trabalha como empregada com um contrato de trabalho intermitente, recebendo R$ 500,00 por mês. No
CNIS constam as seguintes informações:

Competência  jan/2020 fev/2020 mar/2020 abr/2020 mai/2020


Valor Recebido 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00
Neste caso, Maria tem cinco contribuições abaixo do salário mínimo que não contarão para o Tempo de Contribuição nos
respectivos meses. Portanto, existe a opção de Agrupar uma ou mais competências (dentro do mesmo ano civil) com o
objetivo de atingir o salário mínimo e assim contabilizar para o Tempo de Contribuição.
 Exemplo (continuação):
O salário mínimo de Jan/2020 é R$ 1.039,00. Falta R$ 539,00 para atingir o salário mínimo. Agrupando as contribuições de
Jan, Fev e Mar, teremos 1500 - 1039,00, restando R$ 461,00, que ficará na competência fev/2020. Continuando a agrupar as
demais contribuições com a competência residual de 461,00, teremos R$ 1.461,00.
Diminuindo o valor do salário mínimo de fev/2020 (R$ 1.045,00), ficará da seguinte forma:

SEGURADO jan/2020 fev/2020 mar/2020 abr/2020 mai/2020


EMPREGADO
500,00 500,00 500,00 500,00 500,00

1º AGRUPAMENTO 1.038,00 461,00 0,00 500,00 500,00

2º AGRUPAMENTO 1.039,00
Antes do Agrupamento, a segurada tinha cinco contribuições que não seriam contabilizadas para o Tempo de Contribuição.
Agora, ela terá duas contribuições validadas para o Tempo de Contribuição.

UTILIZAÇÃO
Vamos verificar nesta página um exemplo em que o valor recebido pelo segurado é inferior ao salário-mínimo e ocorre a
utilização:
Exemplo: Marcos trabalha como empregado com um contrato de trabalho intermitente (por exemplo, garçom), recebendo R$
500,00 por mês, ele também trabalha como contribuinte individual prestador de serviços. No CNIS constam as seguintes
informações:

CATEGORIA JAN/2020 FEV/2020 MAR/2020 ABR/2020 MAI/2020


Empregado 500,00 500,00 500,00 500,00 500,00
Contribuinte Individual 500,00 840,00 480,00 790,00 0,00
Consolidação (utilização) 1.000,00 1.034,00 980,00 1.290,00 500,00
Marcos tem três contribuições abaixo do salário mínimo que não contarão como Tempo de Contribuição. Com a
opção de UTILIZAÇÃO um valor excedente ao valor do salário-mínimo em uma competência (dentro do
mesmo ano civil) pode ser utilizado para complementar as competências com valor menor que o mínimo.

UTILIZAÇÃO
Vamos continuar observando como ocorre a UTILIZAÇÃO aplicável ao exemplo iniciado na página anterior. 
Observamos o valor que falta e o que excede em cada competência, lembrando que o salário mínimo de Jan/2020 é R$
1.039,00 e a partir de Fev/2020, R$ 1.045,00.

jan/2020 fev/2020 mar/2020 abr/2020 mai/2020


CONSOLIDAÇÃO
1.000,00 1.340,00 980,00 1.290,00 500,00
FALTA 39,00 - 65,00 - 545,00
EXCEDENTE - 295,00 - 245,00 -
UTILIZAÇÃO 39,00 - 65,00 - 191,00
PRÉ-CONSOLIDAÇÃO 1.039,00 1.045,00 1.045,00 1.290,00 691,00
Utilizamos os R$ 295,00 que excedem na competência fevereiro para completar o salário mínimo das competências: R$
39,00 em janeiro; R$ 65,00 em março e os R$ 191,00 em maio. A competência maio ainda ficou abaixo do mínimo e temos a
de abril com excedente, então faremos uma segunda utilização.

UTILIZAÇÃO (CONTINUANDO)
Vamos finalizar o exemplo indicado nas páginas anteriores quanto á forma de Utilização das parcelas inferiores ao salário-
mínimo recebidas pelo trabalhador em função das mudanças ocorrida s na lei trabalhista. 
No caso exemplificado, transbordaremos o excedente da competência abril para a competência maio.

PRÉ- jan/2020 fev/2020 mar/2020 abr/2020 mai/2020


CONSOLIDAÇÃO 1.039,00 1.045,00 1.045,00 1.290,00 691,00
FALTA - - - - 345,00
EXCEDENTE - - - 245,00 -
UTILIZAÇÃO - - - - 245,00
CONSOLIDAÇÃO 1.039,00 1.045,00 1.045,00 1.290,00 936,00
Antes da Utilização, o segurado tinha três contribuições que não seriam contabilizadas para o Tempo de Contribuição.
Agora, restará apenas uma, que ainda pode fazer Utilização se houver outras competências acima do salário mínimo no
decorrer do ano. Se não, o segurado pode fazer a Complementação para ter sua contribuição contando como Tempo de
contribuição.
ATENÇÃO!
Os ajustes de Agrupamento e de Utilização não podem ser utilizados:
Não aplicável ao Segurado Facultativo: não pode agrupar salário-de- contribuição com recolhimento de Facultativo para
compor o salário mínimo nem utilizar o recolhimento de Facultativo acima do mínimo para transbordar o excedente e
completar um salário de contribuição;

 O 13º Salário não pode ser utilizado para agrupar com salário-de-contribuição abaixo do mínimo nem utilizar um 13º salário
acima do mínimo para usar o excedente e complementar os salários-de contribuição das competências do ano.

COMPLEMENTAÇÃO
A Complementação é possível em três situações:

 Competências inferiores ao Salário-mínimo:


 Competências zeradas após Agrupamento (competências zeradas sem a marcação de que já houve um valor naquela
competência e que o valor foi utilizado por um ajuste de AGRUPAMENTO não poderá ser complementada)
 Competências que após o AGRUPAMENTO ou UTILIZAÇÃO ainda permaneceram inferiores ao mínimo.

O pagamento da complementação será feito através de Documento de Arrecadação de Receitas Federais – DARF, com a
utilização do número do CPF do segurado/contribuinte, no código de receita 1872 – Complemento de Contribuição
Previdenciária, disponível no endereço eletrônico  http://servicos.receita.fazenda.gov.br/Servicos/sicalcweb/default.asp?
TipTributo=1&FormaPagto=1, com a diferença que falta para atingir o salário mínimo naquela competência.
Na Complementação podemos ter até três alíquotas diferentes 7,5%, 11% ou 20%, dependendo da alíquota que foi utilizada
no salário-de-contribuição que gerou o valor no CNIS.
Vamos demonstrar como ocorre a complementação. No exemplo, pegamos a situação de Maria já utilizada numa situação de
Agrupamento para fazer a Complementação.

jan/2020 fev/2020 mar/2020 abr/2020 mai/2020


SEGURADO EMPREGADO
500,00 500,00 500,00 500,00 500,00
1º AGRUPAMENTO 1.039,00 461,00 0,00 500,00 500,00
2º AGRUPAMENTO 1.039,00 1.045,00 416,00 0,00 0,00
COMPLEMENTAÇÃO - - 629,00 1.045,00 1.045,00
ATENÇÃO: observe QUE nas três últimas colunas da linha COMPLEMENTAÇÃO consta a diferença que falta para atingir
o Salário-mínimo.
Na DARF do pagamento da complementação, repete-se a alíquota de 7,5% porque o recolhimento previdenciário no salário-
de-contribuição como empregado intermitente foi de 7,5%. Se Maria fosse apenas uma prestadora de serviço e tivesse feito o
recolhimento na alíquota de 20%, a DARF de complementação seria de 20%.
Em um caso misto de Consolidação, ou seja, em caso de dupla filiação, devemos utilizar a menor alíquota de
complementação. Por exemplo, empregado intermitente e contribuinte individual, cujas alíquotas de recolhimento foram
7,5% e 20%  respectivamente, usa-se sempre a menor alíquota, favorecendo o cidadão.
A alíquota de 11% será usada nos casos em que o contribuinte individual que recolhe pela Lei Complementar nº 123/2006.
Esta situação geralmente acontece na competência correspondente à atualização do salário mínimo.
O sistema pegará subsídios no CNIS para identificar a categoria de segurado e automaticamente aplicar a alíquota correta
para calcular a Complementação.
Atenção! Os ajustes de Agrupamento, Utilização e Complementação serão feitos quando o segurado requerer um benefício
previdenciário, porém se o segurado verificar no seu CNIS essa situação e já quiser regularizar, poderá fazê-lo por meio da
solicitação de pagamento da Darf complementar através do site da Receita Federal do Brasil, descrito acima.
Atenção! No caso dos demais contribuintes facultativos ou mesmo o MEI (Micro Empreendedor Individual) o acerto do
recolhimento a menor do salário-mínimo, para que seja contado para fins de benefício, será realizado via acerto de
remunerações pelo pagamento de complementação da Guia de Previdência Social que por ventura foi paga com erro, isso
ocorre geralmente na primeira competência do ano, quando há a alteração de valor do salário-mínimo federal e o segurado
não se atenta para a correção na GPS.

PARA O CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E FACULTATIVO


Os contribuintes individuais e facultativos recolhem sua contribuição previdenciária através da Guia da Previdência Social
(GPS).
O pagamento deve ser realizado mensalmente, gerando a guia através do Meu INSS (opção "emitir guia de pagamento
GPS") ou comprando um carnê em papelaria e preenchendo manualmente.
Como recolhem individualmente, os contribuintes individuais e facultativos fazem sua contribuição com alíquota de 20% da
sua renda auferida, respeitando o valor mínimo (salário mínimo federal) e o valor máximo (teto máximo da Previdência
Social, definido anualmente).
Quem paga sobre o valor de um salário mínimo também pode realizar pagamentos trimestrais. Para isto, deve observar as
seguintes condições:

 utilizar o código específico de contribuição trimestral;

 estar contribuindo com valor de remuneração mensal igual ao valor do salário mínimo vigente multiplicado por três;

 preencher o campo “competência” da GPS obedecendo os trimestres civis. (jan/fev/mar, abr/mai/jun, jul/ago/set e
out/nov/dez)

PLANO SIMPLIFICADO DE PREVIDÊNCIA PARA O CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E FACULTATIVO


Para ampliar a rede de proteção foi criado o Plano Simplificado, que é uma forma de inclusão previdenciária com percentual
de contribuição reduzido de 20% para 11%, desde que o valor pago seja valor do salário mínimo vigente, para os segurados
contribuinte individual e facultativo.
A implementação deste plano se deu a partir da publicação da Lei Complementar n º 123/2006, com efeitos a partir de
abril/2007 (Decreto nº 6.042/2007).
ATENÇÃO: Importante observar as novas regras para obtenção de aposentadoria a partir da promulgação da EC 103/2019,
que instituiu a Nova Previdência, e as regras de transição para quem já estava no mercado de trabalho. No curso
Aposentadorias abordaremos o tema.   
Todos os contribuintes individuais que trabalham por conta própria podem optar pelo Plano Simplificado, exceto o prestador
de serviços, pois, a própria empresa retém 11% e recolhe para a Previdência.
O segurado que já estiver contribuindo no Plano Simplificado, poderá retornar ao Plano Tradicional (20%) a qualquer tempo.
Porém, se quiser utilizar o período em que contribuiu para o Plano Simplificado com o objetivo de se aposentar por tempo de
contribuição, por exemplo, deverá complementar as contribuições mediante recolhimento de mais 9%, sobre o salário
mínimo, acrescido de juros moratórios do período em que optou pelo Plano Simplificado.
Ressaltamos que é importante observar as novas regras para obtenção de aposentadoria a partir da promulgação da EC
103/2019, que instituiu a Nova Previdência, e as regras de transição para quem já estava no mercado de trabalho. No curso
Aposentadorias abordaremos o tema. 

FACULTATIVO DE BAIXA RENDA


O segurado segurado facultativo de baixa renda contribui com a alíquota de 5% sobre o Salário-mínimo:
Poderá contribuir neste plano apenas o Facultativo que se enquadre nos requisitos de pertencer a família de baixa renda e
esteja inscrito no sistema Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico, o qual é operacionalizado
pelo Serviço Social dos municípios.

MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI)


É também um contribuinte individual, que trabalha por conta própria, podendo ser pessoa jurídica e física ao mesmo tempo,
formalizado com CNPJ.
Para ser MEI é preciso observar as seguintes condições:

 Auferir receita bruta acumulada no ano-calendário anterior de até R$ 81.000,00.


 Ser optante pelo Simples Nacional.
 Não participar de outra empresa como titular, sócio ou administrador.
 Ter até um empregado, desde que este receba um salário mínimo ou piso da categoria.

Com o recolhimento de 5%, o MEI somente poderá requerer junto à Previdência Social a  Aposentadoria por idade. Caso
opte por ter direito de requerer a Aposentadoria por Tempo de Contribuição ou levar o tempo contribuído para outro regime
de previdência por meio de CTC deverá recolher também a complementação para a alíquota de 20%. Isso significa que é
necessário emitir uma GPS com alíquota de 15% no código 1910.
Se o segurado ainda quiser recolher acima do salário mínimo, deverá recolher uma GPS no código 1007, com a alíquota de
20% do valor escolhido, restrito apenas ao valor do teto máximo da Previdência Social.
Caso faça a complementação na forma descrita acima, o MEI poderá realizar outro recolhimento que possibilite seu Salário
de contribuição ultrapassar o Salário-mínimo, limitado ao teto da Previdência Social. Ou seja, neste caso, são duas guias
extras: uma para complementar os 15% do Salário-mínimo; outra, de 20%, sobre o valor faturado acima do Salário-mínimo,
limitado ao Teto da Previdência.
Para obter mais informações sobre o Microempreendedor Individual, acesse o Portal do Empreendedor por meio do
endereço: http://www.portaldoempreendedor.gov.br/
RESUMO DAS FORMAS DE CONTRIBUIÇÃO SEGURADO FACULTATIVO
A tabela abaixo corresponde aos valores a serem contribuídos pelo segurado facultativo ao utilizar as alíquotas normal e
simplificada, com base no salário-mínimo de 2020.

SALÁRIO DE
ALÍQUOT
PLANO CONTRIBUIÇÃ VALOR DIREITOS
A
O

R$ 260,40
R$ 1.302,00 até (mínimo) e
Normal 20% A todos os benefícios previdenciários.
R$ 7.507,49 R$ 1.501,49
(teto)

A todos os benefícios previdenciários, exceto


Simplificado à Aposentadoria por Tempo de Contribuição e
à Certidão por Tempo de Contribuição (CTC),
(LC 123/06) R$ 1.302,00 11% R$ 143,22
utilizada por servidores públicos que já
* tenham trabalhado na iniciativa privada para a
soma do tempo.

* Caso o segurado tenha feito a opção pelo recolhimento com alíquota reduzida (11%) e queira se aposentar por
tempo de contribuição, deverá recolher a diferença de 9% sobre o salário mínimo.

SALÁRIO DE
ALÍQUOT VALO
PLANO CONTRIBUIÇÃ DIREITOS
A R
O

A todos os benefícios previdenciários,


exceto à Aposentadoria por Tempo de
Simples Contribuição e à Certidão por Tempo de
5% R$
Nacional* e Facultativa de R$ 1.302,00 Contribuição (CTC), utilizada por
(MEI) 65,10
Baixa Renda (Dona de casa)* servidores públicos que já tenham
trabalhado na iniciativa privada para a
soma do tempo.

* Caso o segurado tenha feito a opção pelo recolhimento com alíquota reduzida (5%) e queira se aposentar por tempo
de contribuição, deverá recolher a diferença de 15% sobre o salário mínimo.

CÓDIGOS PARA RECOLHIMENTO


Os segurados que são responsáveis diretos pelos recolhimentos das suas contribuições devem ficar atentos aos códigos de
pagamento que devem utilizar. Abaixo segue uma lista dos mais utilizados.

 Contribuinte Individual:

1007 - Contribuinte Individual – Mensal (plano 20%)


1163 - Contribuinte Individual – Mensal (plano 11%)
1295 - Contribuinte Individual – Mensal – Complementação 9% (para plano 20%)
1910- Micro Empreendedor Individual – Mensal – Complementação 15% (para plano 20%), a partir de maio/2011.

 Facultativo:

1406 - Facultativo – Mensal


1473 - Facultativo - Mensal ( para plano 11%) 
1686 - Facultativo – Mensal – Complementação 9% (para plano 20%)

 Facultativo de baixa renda:

1929 - Facultativo Baixa Renda – Mensal


1830 - Facultativo Baixa Renda – Mensal – Complemento 6% (para plano simplificado 11%)
1945 - Facultativo Baixa Renda – Mensal – Complemento 15% (para plano 20%)

 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DO EMPREGADOR

O empregador é responsável por recolher o valor correspondente à contribuição do empregado, cujos percentuais
atuais variam de 7,5%, 9%, 12% ou 14%, limitado ao teto máximo.Da mesma forma, a empresa que utiliza os serviços de
prestador de serviço (contribuinte individual) fica também obrigada a arrecadar a contribuição previdenciária desse segurado,
mediante desconto de 11% a ser efetuado na remuneração correspondente aos serviços prestados.

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