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B) Cenário nacional:
1923 – Lei Eloi Chaves – é a primeira lei previdenciária
brasileira.
Década de 30 – Era Vargas – o sistema previdenciário passa a
ser estruturado por meio dos institutos de aposentadoria e pensões, que
eram dividas por categorias profissionais. Exemplo: IAPI – Instituto de
Aposentadoria e Pensões dos Industriários. Tinha-se por base o
corporativismo – base sindical.
Em 1960 os militares unificaram todos os institutos de
previdência dando origem ao antigo INPS e atual INSS.
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Após a edição da Lei 9032/1995 as pensões passam a ser
todas no valor de 100% do salário de benefício. Pela tese do STJ todas
as pensões concedidas anteriormente a 1995 devem ser majoradas
para 100% do salário de benefício (retroagindo beneficamente aos
pensionistas). Essa questão está ainda para ser decidida pelo STF (está
um a zero para o INSS, pelo voto do Ministro Gilmar Mendes).
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protegidas cerca de sessenta e quatro mil pessoas. Assim, quando se
aumenta o valor do benefício, distribui-se renda imediatamente.
4) princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios: segundo
o STF esse princípio significa que os benefícios não poderão ser
nominalmente reduzidos, isto é, quem recebe mil reais hoje, não pode
receber novecentos amanhã.
5) princípio da equidade no custeio: significa aplicação do
princípio da capacidade contributiva na seara previdenciária, ou seja,
quem pode mais contribui com mais e vice-versa. Assim quem recebe
um salário-mínimo, recolhe a contribuição com alíquota de 7,65%, sendo
que quem recebe dois mil e quinhentos reais recolhe com alíquota de
11%.
6) princípio da diversidade do financiamento: consiste no fato
de que jamais poderemos ter apenas uma fonte de financiamento da
seguridade social. Atualmente temos quatro fontes de custeio, grosso
modo: folha de salário, faturamento, lucro e concurso de prognósticos.
7) princípio do caráter democrático e descentralizado da
gestão: os órgãos colegiados da seguridade social terão entre os seus
componentes representantes com direito a voz e voto dos empregados,
empregadores, governo e aposentados.
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2) Todos os salários de contribuição utilizados no cálculo do
salário de benefício deverão ser atualizados.
3) Princípio da Preservação do Valor real do benefício:
segundo o STF o valor de compra do benefício estará preservado se os
índices que o reajustaram forem previstos em lei e oriundos de entidade
idônea, tais como o IBGE e a Fundação Getúlio Vargas – FGV. Não há
mais, desde 1991, o direito a equivalência salarial, isto é, equivalência
entre os índices de reajustes dos benefícios e os índices de reajustes do
salário-mínimo.
(3ª aula)
Segurados obrigatórios:
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3 - segurado avulso: é o trabalhador, geralmente portuário, cuja
prestação de serviços exige, necessariamente, a intermediação de
sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra;
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Classe um: cônjuge ou companheiro(a), filhos menores de
vinte e um anos não emancipados ou inválidos. Para estes
dependentes, a dependência econômica é presumida. Também fazem
parte da classe um, mas sem dependência econômica presumida, o
enteado, o tutelado e, devido à tutela jurisdicional concedida em ação
civil pública, o menor sob guarda.
Uma classe exclui a outra.
elas forem deixando de receber o benefício, sua parte vai passando para as outras daquela
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mesma classe, até acabarem os beneficiários da classe, quando cessará o pagamento do
CONCEITOS INSTRUMENTAIS
Carência: é o mesmo conceito conhecido dos planos de saúde.
É o número mínimo de contribuições para que se tenha direito a um
determinado benefício. Em regra os benefícios programados, tais como
aposentadoria por idade ou tempo de contribuição, tem carência longa.
Por outro lado, benefícios não programados tem carência zero ou
pequena (exemplo pensão por morte).
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de Uniformização dos Juizados Especiais Federais, aceita como prova a
simples ausência de anotação na CTPS).
A este prazo deve-se acrescentar mais doze meses se o
segurado já contribuiu por mais de 120 (cento e vinte) meses sem ter
perdido a qualidade de segurado nesse período. Portanto, podendo
chegar a trinta e seis meses. A todos esses prazos deve ser acrescido
mais um mês e meio, nos termos do artigo 15 da Lei 8213 de 1991,
podendo chegar a trinta e sete meses e meio.
(5ª aula)
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE
Auxílio-doença
Está regulamentado pelos artigos 59 à 63 da Lei n. 8213/1991.
Fato gerador: incapacidade total e temporária para o exercício
das atividades habituais do segurado. A doença pré-existente, que
cause a incapacidade impossibilita o recebimento do benefício, salvo
nas hipóteses de agravamento ou progressão da doença – o problema é
a incapacidade e não a doença.
O que não pode é ser incapaz quando da filiação ao sistema.
Qualidade de segurado: é exigida.
Carência: será de 12 (doze) meses, salvo nas hipóteses de
acidentes do trabalho ou incapacidade oriunda de uma das doenças
graves listadas em lei, tais como AIDS, câncer e cardiopatias graves em
que não há carência. Carência é o número mínimo de contribuições para
que se tenha direito a um benefício.
Renda Mensal Inicial – R.M.I: 91% do salário de benefício, ou,
em regra, para o segurado especial o correspondente a um salário-
mínimo.
Data do Início do Benefício – DIB: a contar do requerimento, se
houver passado mais de trinta dias da data do início da incapacidade ou
a contar da data da incapacidade, se o requerimento foi protocolizado a
menos de trinta dias do fato gerador. Especialmente para os segurados
empregados, o auxílio-doença é devido a partir do 16º dia de
afastamento, isto é, os quinze primeiros dias correm a cargo da
empresa.
Beneficiários: todos os segurados.
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de que o desaparecimento deu-se em desastre, a pensão provisória
será concedida independentemente desse prazo de seis meses.
RMI: 100% do salário de benefício ou o valor da aposentadoria
que recebia o falecido.
Em regra, o segurado especial recebe o valor correspondente a
um salário-mínimo, no entanto caso ele contribua como facultativo,
poderá receber um valor maior.
Carência: inexiste.
Qualidade de segurado: exige.
Parte minoritária da jurisprudência entende que se o segurado
possuía ao menos, cento e oitenta contribuições poderá virtualmente se
aposentar aos 65 anos (se for homem) e 60 anos (se for mulher), e
também de forma virtual teremos a conversão da aposentadoria por
idade em pensão por morte (tese conhecida como “do morto que faz
aniversário”).
Beneficiários: dependentes das três classes do artigo 16 da Lei
8.213/91.
DIB: data do fato gerador morte se o requerimento for
protocolizado, dentro do prazo de trinta dias; ou na data do requerimento
se após esse prazo, o benefício será devido.
Questão polêmica:
Antes da Lei 9.032/95 havia possibilidade das pensões por
morte serem inferiores a 100% do salário de benefício. Os pensionistas
têm requerido, por aplicação do princípio da isonomia ou mesmo
aplicação imediata de lei mais favorável, a majoração de seus
benefícios. A questão considerando que envolve o princípio
constitucional da irretroatividade das leis encontra-se pendente de
julgamento no STF.
Um dependente pode receber duas ou mais pensões, desde
que seja de regimes previdenciários distintos: um do INSS outro do
servidor público.
(6ª aula)
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE
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incapacidade pré-existente (e não a doença ou lesão como fala a lei)
impossibilita o recebimento do benefício.
Doença interessa ao seguro-saúde e aos planos de saúde.
Quando se vincular ao INSS não pode estar incapacitado para as
atividades habituais, não tem problema se estiver doente.
RMI: 100% do salário de benefício ou, em regra, um salário
mínimo para o segurado especial.
DIB: em regra, o dia seguinte à cessação do auxílio-doença;
porém, pode ser concedida de imediato, na hipótese de invalidez
imediata terá o segurado o prazo de trinta dias para ingressar com o
requerimento administrativo e pleitear o benefício e recebê-lo desde o
dia do fato gerador.
Se ingressar com o requerimento administrativo após os trinta
dias, a data será a data de entrada do requerimento (conhecida como
DER, na justiça e no âmbito previdenciário; o professor pede para os
alunos se acostumarem com as siglas (RMI, DIB, DER) que são
comumente utilizadas no dia-a-dia do INSS e do JEF).
Excepcionalmente para o segurado empregado o benefício será
pago a partir do 16º dia após o fato gerador, pois os quinze primeiros
dias são de responsabilidade do empregador.
Carência: em regra, 12 (doze) meses, porém não há carência
se a invalidez for decorrente de acidente de qualquer natureza (inclusive
acidentário – decorrente de acidente do trabalho) ou doença grave,
expressamente prevista em lei.
Beneficiários: todos os segurados.
Qualidade de segurado: exige a qualidade de segurado para a
concessão do benefício.
Concedido benefício de aposentadoria por invalidez, deverá o
segurado ser reavaliado após dois anos da concessão, para verificar se
houve restabelecimento das funções para o exercício das suas
atividades habituais, podendo inclusive ser cassado.
Na hipótese de invalidez de grande monta, que necessite o
segurado permanentemente do auxílio de uma pessoa para suas
atividades da sua vida diária, tais como tomar banho ou se alimentar,
será devido um acréscimo de vinte e cinco por cento na RMI, que será
igual a 125% (cento e vinte e cinco por cento) do salário de benefício.
Nesta hipótese, a renda poderá superar o teto da previdência social.
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE
SALÁRIO FAMÍLIA
Fato gerador: prole, filhos menores de quatorze anos ou
inválidos, ou ainda enteados e tutelados.
Obs: a invalidez do filho pode se dar a qualquer tempo, mesmo
após ter o filho completado os quatorze anos.
RMI: este benéfico é devido apenas aos segurados de baixa
renda, aquele que recebe entre R$350,00 e R$ 435,00 terão direito por
filho a R$ 22,33 e para aqueles que percebem mais de R$ 435,00 e
menos de R$ 634,00 terão direito por filho a R$ 15,74. Essa previsão é
desde a Emenda Constitucional 20.
Carência: zero.
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Qualidade de segurado: em regra, exige.
Beneficiários: segurado empregado (excluído o doméstico) e
segurado avulso, da mesma forma o aposentado por invalidez e demais
aposentados que tenham mais de 65 anos se for homem e de 60 anos
mulher.
Se pai e mãe forem segurados de baixa renda terão direito ao
benefício do mesmo filho, isto é, se tiverem dois filhos menores de
quatorze anos receberão quatro cotas.
Outro requisito para recebimento do benefício é a comprovação
anual de que o filho de zero a seis anos tomou as vacinas obrigatórias e
de que o filho de sete a quatorze anos está freqüentando a escola
fundamental, sendo que esse último requisito exige comprovação
semestral.
SALÁRIO-MATERNIDADE
Fato gerador: parto, adoção e aborto não criminoso.
Parto: nascimento com vida ou não - cento e vinte dias de
benefício. Podendo iniciar vinte e oito dias e noventa e um dias após.
Acrescido de duas semanas, se necessário, por ordem médica
(quatorze dias).
Adoção: para criança:
- 0 até menos de um ano: 120 dias de benefício;
- de um ano até menos de quatro anos: 60 dias;
- de quatro anos até menos de oito anos: 30 dias;
- mais de oito anos: não há direito salário-maternidade.
Aborto não criminoso: duas semanas.
RMI: para segurada empregada e avulsa a renda será igual a
sua remuneração limitada a teor do disposto no artigo 248 da
Constituição Federal, ao teto do serviço público (hoje é de R$
24.500,00). Se o valor da remuneração da gestante for superior a esse
valor, a empresa terá de pagar a diferença.
Segurada individual e facultativa: o valor do salário-maternidade
é igual à média aritmética das últimas doze contribuições.
Segurado especial: em regra receberá um salário-mínimo; caso
contribua também com facultativa poderá receber valores maiores.
RMI: doméstica sua remuneração limitada, porém ao teto da
previdência social que hoje é de R$ 2801,00.
Qualidade segurada: exige, porém a segurada desempregada
em período de graça tem direito ao benefício. O INSS não concede
administrativamente, pois o Decreto proíbe, porém o judiciário concede,
desde que não tenha perdido a qualidade de segurada (é pacífico).
Carência: segurada avulsa, empregada e doméstica não há
carência.
Segurada individual e facultativa é de dez meses.
Segurada especial dez meses de trabalho.
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(8ª aula)
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE
Aposentadoria Especial
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aplicar o fator previdenciário no cálculo do salário de benefício se for
mais vantajoso para o segurado.
- carência: 180 meses ou 150 meses para os que atendem os
requisitos da regra de transição do art. 142 da lei.
- DIB: igual a da aposentadoria especial.
A regra do art. 143 da lei n° 8.213/91, que permitia o
recebimento de aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo,
ao rurícola que comprovasse apenas tempo de serviço, encerra-se,
salvo direito adquirido, no mês de junho de 2006.
(9ª aula)
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A alíquota corresponde a 9% para as empresas que
apuram o IR pelo lucro real e 2,88% para as empresas que apuram
sobre o lucro presumido.
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o regime de repartição, no qual as contribuições pagas hoje pelo
trabalhador têm a finalidade de pagar o benefício dos atualmente
inativos.
Princípios da Previdência Privada – estão basicamente
previstos no art. 202 da CF:
Contratualidade: ao contrário da previdência pública, que se
caracteriza por ser um regime institucional, isto é, cujas regras
estão previstas em lei, a previdência privada rege-se pela vontade
das partes, embora limitadas a algumas normas legais.
Facultatividade: ao contrário do regime geral de previdência
social, que é obrigatório.
Equilíbrio Financeiro e Atuarial: visando evitar que as
entidades acabem por ir a bancarrota a legislação prevê forte
fiscalização estatal, possibilidade de contratação de resseguro,
exigência de criação de fundos de reserva, contribuição de
inativos, se houver déficit no sistema e intervenção estatal, se
houver desequilíbrio das contas. Estas providências visam evitar
que as empresas tenham que decretar sua liquidação extrajudicial.
Beneficiários
Poderão fazer parte (é facultativo) todos os trabalhadores
de uma empresa ou grupo de empresas ou, ainda, os associados
de um sindicato ou órgão de classe.
(12ª aula)
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Órgão normatizador
Conselho de Gestão da Previdência Complementar,
também ligado ao Ministério da Previdência Social.
Fiscalização
É da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados),
porém as aplicações financeiras serão fiscalizadas pela CVM e pelo
Banco Central.
Órgão regulamentador
Conselho Nacional de Seguros Privados.
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aberta ou fechada, poderá devolver o dinheiro com desconto de
taxas administrativas.
(13ª aula)
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PREVIDÊNCIA DO SERVIDOR PÚBLICO E SEUS
ASPECTOS CONSTITUCIONAIS
A legislação de regência básica é o artigo 40 da
Constituição Federal e as emendas constitucionais nº 41 e 47.
No âmbito federal, a previdência do servidor foi
regulamentada pela Lei 10.887/2004.
Contribuição dos servidores ativos
A contribuição corresponde a 11% (onze por cento) sobre
o salário bruto dos servidores para todos os regimes próprios. Os
entes federativos deverão contribuir com alíquotas que variarão de
11% a 22% do salário de contribuição do servidor. A União Federal
optou por 22%.
Contribuição dos servidores inativos: a emenda constitucional
nº 41 foi declarada constitucional pelo Supremo. Assim, os
servidores aposentados e pensionistas devem recolher 11% sobre
a parcela que exceder ao teto do regime geral de previdência social
(RGPS). Até o teto do regime geral da previdência social o servidor
aposentado ou o pensionista é imune de qualquer contribuição.
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basicamente, no Poder Judiciário o subsídio dos Desembargadores
do TJ, limitados a 90,25% do teto do serviço público (ou seja, do
Ministro do Supremo). No Poder Executivo, o teto será o subsídio
do governador e no Legislativo o dos Deputados Estaduais e
Distritais. Nos Municípios, o teto será o subsídio do Prefeito.
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contribuição para o homem, 30 para a mulher + 25 anos de serviço
público + 15 anos de carreira + 5 anos no cargo no qual vai se
aposentar e idade mínima de 60 anos para o homem e 55 para a
mulher, reduzidos em 1 ano à idade para cada ano de contribuição
que exceder aos 35 anos ou 30 anos. Atendidos esses requisitos
estes servidores receberão proventos integrais e com paridade.
O professor deixa o e-mail para qualquer dúvida e para o
futuro convite de posse.
ochamon@jfsp.gov.br
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