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SEGURIDADE SOCIAL- Prof.

Sergio Pinto Martins


APRESENTAÇÃO
a) Bibiliografia
Direito da Seguridade Social – Sergio Pinto Martins, 21ª Ed., Atlas, 2004.
b) Normas Aplicáveis
- CF/88: arts. 194 a 204
- Lei n. 8212/91 (Custeio)
- Lei n. 8213/91 (Benefícios)
- Lei n. 8742/93 (Assistência Social)
- Lei n. 8080/90 (Saúde)
- Dec. 3048/99 (Regulamento da Previdência Social)
c) Programa
- Histórico
- O que é Seguridade Social?
- CF/88
- Custeio
- Benefícios
- Assistência Social
- Saúde
d) Avaliação
- Prova final
- Trabalho obrigatório, que acrescerá até um ponto na nota
- Prova intermediária (a confirmar)
1. Histórico Internacional
- Direito romano: famílias cotizavam para constituição de fundo a ser usado em caso de
adversidades (invalidez, etc.). Este fato recebeu duas denominações: (i) mutualismo, e (ii)
solidarismo ou solidariedade
- 1888: Criação de sistema de seguro social na Alemanha de Bismarck
o tríplice forma de custeio (Estado + Trabalhadores + Empregadores)
o Benefícios inexistentes até então passaram a existir para cobrir doenças, invalidez, dentre
outros
- 1891: Encíclica papal Rerum Novarum (“Coisas Novas”) demonstrava preocupações trabalhistas e
previdenciárias
- Constitucionalismo Social: Inserção de matéria trabalhista e previdenciária na Constituição (Exs.
CF do México de 1917 e CF de Weimar de 1919)
- OIT: Com o término da 1ª Grande Guerra e a criação da OIT, começaram a ser elaboradas as
Convenções da OIT, e algumas destas eram sobre Previdência Social
- 1941: Plano Beveridge da Inglaterra. Embora elaborado em 1941, somente foi implantado nos
anos 70
2. Histórico Brasil
- CF/1824 – “Socorros Públicos”, apenas instituídos por volta de 1924
- CF/1891 – Duas inovações: (i) aposentadoria dos servidores que se aposentassem a serviço da
nação, e (ii) pensão vitalícia para D. Pedro II
- Decreto 4682/23 (Elói Chaves) – Criação de aposentadoria para área privada do setor ferroviário.
Estabeleceu a aposentadoria ordinária para os que ultrapassassem 50 anos de idade.
- Caixas de Aposentadorias de Pensões - para setores como ferroviários e professores
- Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) – Governo Vargas imitou o modelo italiano de
dividir os institutos em categorias profissionais (marítimos, bancários, industriários, etc.)
- CF/1934 – Apenas um dispositivo mencionando a existência de previdência social (o mesmo
ocorreu nas CFs de 1937, 1946 e 1967)
- Lei n. 3807/60 – Lei Orgânica da Previdência (LOPS): Organiza o sistema previdenciário,
estabelecendo as formas de custeio e de benefício
- Dec. Lei 72/66 – Unifica os IAPs em torno do INPS
- Lei n. 5890/73 – Altera a LOPS e estabelece uma legislação paralela à LOPS
- CLPS (Consolidação das Leis da Previdência Social) – Visou esclarecer o que estava em vigor em
matéria previdenciária
- Lei n. 6439/77 – Cria o SINPAS congregando os seguinte órgãos: INPS (benefício), IAPAS
(arrecadação), INAMPS (saúde), DATAPREV (sistemas de dados), CEME (fornecimento de
medicamentos), FUNABEM (menor)
- CF/88 – Denomina a matéria “Seguridade Social” (assistência social + previdência social +
saúde). É para todos, não sendo exigida a contribuição do beneficiado, pois o sistema é custeado
por impostos. O sistema constitucional é voltado para área privada (os funcionários públicos são
abrangidos pelo art. 40 da CF/88). A exceção é a saúde, que é para todos de acordo com a Lei n.
8080/90
- ECs n. 19 e 20/98 – Alterou arts. 201 e 202 da CF/88
- EC n. 41/03 – Elevou o teto de R$1200,00 para R$ 2400,00 (que subiu um pouco posteriormente
por causa do aumento do salário mínimo) para área privada. Embora tenha estabelecido critérios
semelhantes para área pública, estes dependem de legislação específica do ente da federação para
vigorarem. OBS: De acordo com Martins, não foram atacados os principais problemas da
seguridade privada. Por este motivo, espera-se uma nova norma que aumente a idade mínima de
aposentadoria para 60 anos (mulheres) e para 65 anos (homens)
Princípio da irredutibilidade dos benefícios.
- art. 7, VI, CF => Irredutibilidade nominal.
- art. 201, par. 4, CF => Irredutibilidade real, que depende de uma politica de correção do benefício.
Princípio da equidade na forma de participação no custeio.
- Refere-se apenas ao custeio, e não ao benefício.
- Princípios de isonomia tributaria e da capacidade contributiva se aplicam também ao direito
previdenciário, em especial neste princípio.
Princípio da diversidade da base de financiamento.
- Art. 195, CF: I - empresa (recaindo sobre a folha de salários, faturamento ou receita, e contribuição sobre
o lucro), II - trabalhadores, III - receitas de concursos e prognósticos (loteria, mega-sena, etc.), e IV -
importação de produtos.
Princípio do caráter democrático.
- Caracterizado pela participação de governo, trabalhadores, empresas e aposentados.
Preexistência do custeio em relação ao benefício.
- Art. 195, CF, par. 5: Nenhuma prestação da seguridade social será criada, estendida ou majorada sem a
fonte de custeio total.
- Ex. O seguro desemprego para empregado domestico previu o beneficio sem prever o custeio. O
empregado domestico não recolhe PIS, que e a fonte de custeio para o trabalhador celetista.
FORMAS DE CUSTEIO
Art. 195, par. 4, CF - Permissão para criar outras fontes de custeio, desde que observados os seguintes
requisitos: (i) a fonte de custeio deve ser criada por Lei Complementar; (ii) não deve ter base de cálculo de
imposto já previsto na CF; e (iii) não pode ser cumulativo.
Sistemas de previdência
- Sistema dos Congressistas: Lei n. 9506 de 1997 extinguiu o sistema de aposentadoria integral para
os congressistas. Atualmente, o congressista recolhe como empregado. Anteriormente, bastava
que o congressista trabalhasse por oito anos ou dois mandatos para garantir a aposentadoria
integral.
- Sistema dos militares: garante aposentadoria integral de acordo com a ultima remuneração.
- Regime dos funcionários públicos federais (Lei n. 8212 de 1990): EC 41 trouxe algumas
alterações: quando for instituída uma lei estabelecendo um sistema de previdência complementar,
quem entrar no sistema terá um teto de cerca de R$2500,00.
- Funcionários públicos estaduais e municipais: EC estabeleceu que a alíquota deve ser de 11%
para eles, a mesma dos funcionários públicos federais.
NATUREZA JURIDÍCA DA CONTRIBUIÇÃO
A teoria dominante considera que a natureza jurídica da contribuição é de tributo, conforme o art. 149, CF.
Neste artigo, estão (i) as CIDEs - Contribuições de intervenção no domínio econômico, (ii) as contribuições
no interesse de categoria econômica ou profissional (ex. Contribuições sindicais, aos conselhos regionais, a
OAB, etc.), e (iii) a contribuição destinada ao financiamento da seguridade social (que será objeto da
atenção do professor).
- Atende aos requisitos do art. 3 do CTN: não provém de sanção, trata-se de prestação pecuniária, etc.
- Não obedece a anterioridade do exercício fiscal, mas a anterioridade nonagesimal.
- Art. 77, IV da CF permite vincular contribuições a despesas.
- Arts. 6 e 7 do CTN permite delegação da arrecadação das contribuições. Por isso, a COFINS, o PIS, a
Contribuição Social podem ser arrecadas pela Secretaria da Receita Federal, mas a contribuição continua
sendo da Previdência Social.
- O STF decidiu que contribuição e tributo. A partir da CF de 1988, não mais se discute a natureza
tributaria da contribuição.
SEGURADOS E CONTRIBUINTES
a) Segurados: pessoa física (pessoa jurídica pode ser apenas contribuinte, mas não segurado) que exerce
(Ex. empregado), exerceu (ex. aposentado, desempregado) ou não, atividade remunerada (ex. Empregado)
ou não (Ex. dona de casa), efetiva (Ex. autônomo ou empregado) ou eventual (trabalhador eventual ou
avulso), com ou sem vinculo de emprego. Este conceito visa abranger as hipóteses da lei.
Segurados podem ser obrigatórios ou facultativos. Os obrigatórios têm o dever de recolhimento.
Subdividem-se em:
(i) comuns - Exs.
(a) empregado urbano - celetista [requisitos: pessoa fisica, subordinação, continuidade, salário, e
pessoalidade];
(b) empregado rural - Lei n. 5889/73 [presta serviços para quem realiza atividade agro-
econômica - agricultura ou pecuária];
(c) diretor empregado [diretor empregado é aquele subordinado, submetido a várias ordens de
serviço - enunciado 179, TST];
(d) trabalhador temporário [Lei n. 6019/74 - trabalha por no maximo 3 meses, é empregado da
empresa de trabalho temporário, mas não do tomador de serviço. Ex. Vendedores de shopping
de final de ano];
(e) brasileiro ou estrangeiro contratado no Brasil para trabalhar no exterior [embaixada ou
consulado, ao contratarem trabalhadores, não estão imbuídas de poder de império; portanto,
os trabalhadores são contratados como empregados no Brasil estão sujeitos ao regime
previdenciário brasileiro]
(ii) individuais (autônomo, eventual, empresário, e o antigo equiparado a autônomo);
(iii) especiais (ex. Produtor rural pessoa física, que recolhe sobre a receita bruta da comercialização da
produção).
Já os facultativos não tem obrigação legal de recolher (ex. Dona de casa, desempregado, estudante, sindico
de condomínio) - são inscritos no sistema e tem direito futuro de beneficio.
- Servidor público: de todos os tipos de servidores - funcionários públicos, empregados públicos, ocupantes
de cargo de confiança e trabalhadores de necessidade temporária -, apenas os funcionários públicos estão
excluídos do sistema geral.
- Empregado doméstico - requisitos: presta serviço a pessoa física, ou família (jamais a pessoa jurídica); a
atividade do "empregador" não pode ter finalidade lucrativa; e o serviço deve ser prestado PARA o âmbito
domestico (o emprego da preposição PARA em lugar de NO visa incluir o motorista, que, embora não
preste serviços no âmbito domestico, presta-os para o âmbito doméstico).

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