Disciplina: Direito Processual do Trabalho Data: 07/10/22
Professora: Sandra Pinto Turma: 10º Período - A Aluno(a): Anna Carolina Duarte Saraiva RA.: 492122186
ESTUDO DIRIGIDO
Responda às seguintes questões sobre a Seguridade Social:
1) Qual conceito de Seguridade Social?
O conceito de Seguridade Social pode ser encontrado na Constituição Federal, na qual em seu art. 194 destaca que “A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. Ademais, a mesma fundamentação pode ser extraída do art. 1º da Lei nº 8.212/91, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Segundo MARTINS (2012, p. 21): "A Seguridade Social é um “conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos a saúde, a previdência e a assistência social”. Logo, é possível extrair da norma constitucional que a Seguridade Social se baseia em três pilares, quais sejam, para todas e todos a saúde, a quem contribuir a previdência e a quem necessitar assistência social.
2) Qual a relação entre Seguridade Social e ordem social?
De acordo com a Constituição Federal, a ordem social tem como objetivo o bem- estar e a justiça social. Para que ocorra a justiça social é necessário que a ordem social se harmonize com a ordem econômica, já que esta também se funda na valorização do trabalho e tem o objetivo de assegurar a todos existência digna. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativas dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Ambas têm como objetivo assegurar a todos a dignidade.
3) O Estado tem o dever de prestar os serviços de assistência social e à saúde em caráter
de exclusividade? A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações, destinadas a assegurar os direitos relativos à saude, à previdência e à assistência social, sendo de competência privativa da União, podendo ser delegada, por meio de lei complementar, aos estados e DF, com base no artigo 22, XXIII, da CF.
4) Quais as fontes de custeio prevista legalmente para a Seguridade Social?
Conforme artigo 10 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, a Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de forma direta e indireta, nos termos do art. 195 da Constituição Federal e desta Lei, mediante recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais.
5) Quais as hipóteses de pagamento do BPC, segundo a LOAS?
A concessão do benefício está organizada sobre os termos da Lei nº 8.742/93 (LOAS) e, conforme, extrai-se que o pagamento terão como destinatários pessoas idosas com 65 anos ou mais, que não têm direito à previdência social, e pessoas com deficiência, que não estão inseridas no mercado de trabalho e não apresentem uma renda fixa.
Para concessão do benefício, em ambos os casos, o § 3º, do art. 20, da Lei nº
8.742/93, destaca ainda sobre a necessidade de que a renda familiar do beneficiário deva ser inferior a 1/4 do salário mínimo.
6) Como se dá o pagamento do seguro desemprego para trabalhador resgatado em
condições análogas à de escravo? A concessão do benéfico do Seguro-Desemprego para o trabalhador resgatado da condição análoga à de escravo tem amparo na Lei n. 10.608, de 20 de dezembro de 2002. Terá direito ao recebimento do Seguro-Desemprego o trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação do Ministério do Trabalho e Emprego. Para ter direito ao benefício o trabalhador resgatado precisará comprovar: 1) haver sido dispensado sem justa causa, inclusive de forma indireta; 2) não estar recebendo nenhum benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto auxílio- acidente e pensão por morte; 3) não possuir renda própria. Precisará também o trabalhador exibir os seguintes documentos: CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social devidamente anotada pelo Auditor-Fiscal do Trabalho; ou TRCT – Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho; ou documento emitido pela Auditoria-Fiscal do Trabalho que comprove ter sido resgatado da situação análoga à de escravo; comprovante de inscrição no PIS – Programa de Integração Social. A declaração de que não está recebendo o benefício da Previdência Social e a declaração de que não possui renda própria deverão ser firmada pelo trabalhador no próprio documento do Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado – SDTR, fornecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O valor do benefício do Seguro- Desemprego do trabalhador resgatado será equivalente a um salário mínimo e será concedido por um período máximo de três meses.
7) Quais as características da Previdência Social no Brasil?
A Previdência Social é formada por três regimes, a saber, o Regime Geral da Previdência Social (RGPS), que cobre os trabalhadores do setor privado e outros, o Regime Próprio da Previdência Social (RPPS), que provê cobertura para servidores públicos, e, o Regime Privado Complementar, cuja adesão é facultativa, ao contrário dos demais.
8) Explique o princípio da universalidade de cobertura da Previdência Social brasileira.
A universalidade da cobertura significa quais os riscos sociais, toda e qualquer situação de vida que possa levar ao estado de necessidade, devem ser amparados pela Seguridade. Tais como: maternidade, velhice, doença, acidente, invalidez, reclusão e morte. 9) Como se dá a competência legislativa no tocante à Previdência Social no Brasil? Em relação à seguridade social como um todo, a competência legislativa é privativa da União, nos termos do art. 22, inciso XXIII, da CRFB. Em termos de competência legislativa sobre previdência social, é necessário dividi-la entre o RGPS e o RPPS. No que se refere ao RGPS, a competência legislativa da União é privativa, seja em razão do caráter nacional de abrangência do Regime Geral, seja pelo fato de a União deter competência exclusiva para instituir contribuições previdenciárias para o Regime Geral (art. 149, caput, da CRFB). Por outro lado, o art. 24, inciso XII, da CRFB atribui competência legislativa concorrente à União, Estados e Distrito Federal para legislar sobre a previdência social. Ora, se a competência legislativa sobre a previdência social do Regime Geral é exclusiva da União, como visto antes, impõe-se a conclusão de que a previdência social a que se refere o art. 24, inciso XII, da CRFB só pode ser a do Regime Próprio. Assim, quanto ao RPPS, como a competência legislativa é concorrente, cabe à União estabelecer as normas gerais (art. 24, § 1o, da CRFB). A competência legislativa na previdência social do Regime Próprio fica assim estabelecida: a União concentra o poder de estabelecer as normas gerais naqueles temas que demandam tratamento padronizado, principalmente na regulamentação do art. 40 da CRFB. Caberá às pessoas políticas da Federação, observadas as diretrizes constitucionais e as normas gerais editadas pela União Federal, legislar sobre o RPPS dos seus servidores ocupantes de cargo efetivo, por lei específica de cada ente federativo.
10) Sobre a assistência à saúde, pode-se dizer que é dever do Estado prestar os serviços fornecidos pelo SUS em caráter de exclusividade?
Os serviços fornecidos pelo SUS não possuem caráter de exclusividade para o
Estado, porquanto as instituições privadas na área da saúde podem ser participar de forma complementar na área da saúde, por meio de contrato ou convênio. Nesse sentido, a assistência à saúde é livre à iniciativa privada e, por fundamento, conta com respaldo na Constituição Federal, em seu art. 199.
11) Quais as hipóteses de aplicação do princípio da extraterritorialidade da Previdência
Social, segundo o previsto no art. 11, da Lei 8213/91? As hipóteses de aplicação do princípio da extraterritorialidade da Previdência Social, estão previstas no inciso I, alíneas c, d, e , f, inciso V, alínea e, ambos do artigo 11 da Lei 8213/91.
12) Quem deve ser inscrito no RGPS na condição de contribuinte individual?
O Contribuinte individual geralmente é aquele que trabalha por conta própria, em zona rural ou urbana, sem subordinação, a uma ou mais pessoas, mediante pagamento.
Segundo o artigo 11, V, da lei 8.213/91 são contribuintes individuais:
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9o e 10 deste artigo; b) pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral — garimpo —, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, quando mantidos pela entidade a que pertencem, salvo se filiados obrigatoriamente à Previdência Social em razão de outra atividade ou a outro regime previdenciário, militar ou civil, ainda que na condição de inativos; d) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por sistema próprio de previdência social; e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não.