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P1 DIREITO PREVIDENCIÁRIO I

AULA 28-09-2020
LARISSA ARCE CENTURIÃO MACHADO

PROVA 1

Responda, de maneira fundamentada, indicando a fonte bibliográfica utilizada:

1. Sobre os princípios da Seguridade social, há divergência entre o princípio da Uniformidade


de cobertura e Atendimento com o Princípio da Seletividade e Distributividade na prestação
dos benefícios e serviços? Explique. (3,5)

Para Cláudio Rodrigues Morales (2009) o princípio da universalidade de cobertura do atendimento


significa:
“a extensão a todos os fatos e situações que geram as necessidades básicas das pessoas. Ex.
Maternidade, velhice, doenças, acidente, invalidez, reclusão, morte etc. A universalidade subjetiva
significa que deve albergar todas as pessoas indistintamente. Segundo as lições, o professor titular
de Direito do Trabalho na Universidade de São Paulo, Juiz do Trabalho em São Paulo, Dr. Sergio
Pinto Martins, significa a universalidade que todos no país farão jus às prestações do sistema, sejam
nacionais ou estrangeiros. Faz referência o inciso I do parágrafo único do art.194 da Constituição à
universalidade de cobertura e do atendimento. Universalidade de cobertura quer dizer que o sistema
irá atender às necessidades das pessoas que forem atingidas por uma contingencia humana, como a
impossibilidade de retorno ao trabalho, a idade avançada, a morte etc. Já a universalidade do
atendimento refere-se às contingências que serão cobertas, não as pessoas envolvidas, ou seja, as
adversidades ou aos acontecimentos em que a pessoa não tenha condições próprias de renda ou de
subsistência”.

Para Cláudio Rodrigues Morales (ano), o princípio da seletividade e distributividade, compreende;


“ O atendimento distintivo e prioritário aos mais carentes: alguns benefícios são pagos somente aos
de baixa renda. Podemos em síntese apertada que o princípio da equidade de participação no custeio
sugere solidarismo, ou seja que os ativos contribuem para sustentar os inativos. O sistema é de
caráter social, já que, objetiva distribuir a renda aos desprovidos”

A partir dos comentários da doutrina é perceptível que não existe divergência entre o Princípio da
Universalidade e o Princípio da Seletividade, uma vez que são complementares, só é possível
atender a todos com eficácia e qualidade a partir de uma seletividade com função social. A
universalidade depende da equidade garantida pela distributividade do sistema.

2. Faça uma análise sobre a Reforma da Previdência sob o aspecto do Princípio da vedação do
retrocesso social. (3,5)

A PEC 287 propôs algo que o brasil já vivenciou no Direito Previdenciário, indo de
encontro ao que se espera do ordenamento jurídico, ou seja, o avanço social a partir da lei.
Assim, a reforma da previdência violou o princípio jurídico brasileiro do não retrocesso
social, princípio este que estabelece que as conquistas sociais devem ser protegidas e preservadas, e
nunca sofrer retrocesso.
A Constituição Federal diz expressamente :
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil:
(...)
II - garantir o desenvolvimento nacional;

O legislador deveria ter sido guiado pelos princípios e determinações da constituição


federal, assim como diz o art. 7º onde é listado uma série de garantias trabalhistas, que podem ser
estendidas, que também não foi respeitado, existindo um corte orçamentário no seguro de milhares
de brasileiros, com o discurso de que isto geraria mais empregos (corte na folha de pagamento) no
entanto, é bem claro que existiam outras formas de manter os trabalhadores em ativa.

A reforma da previdência veio com o discurso de amenizar um problema que não existe
(deficit), com isso criou inúmeros problemas que violam os direitos e garantias dos brasileiros que
são constitucionalmente protegidos, além de que, em nenhum momento foi citado as diversas
empresas que devem a nossa Previdência, comprovando o real proposito daqueles que estão no
poder : manter os privilégios da burguesia.

3. Quem são os segurados obrigatórios da Previdência Social?.(1,0)


É segurado obrigatório do INSS o empregado urbano ou rural, o empregado doméstico, o
trabalhador avulso, ou contribuinte individual e o segurado especial.

4. Sobre filiação e inscrição, responda: (2,0/ 0,5 ponto cada)


a) Qual a diferença entre filiação e inscrição? Russomano considera que "a filiação é o momento
em que o segurado passa a integrar como beneficiário, o sistema de previdência; a inscrição é o ato
de natureza administrativa pelo qual se opera no âmbito interno do INSS, o registro do segurado".
As pessoas que são filiadas são as pessoas físicas.
b) Qual o limite etário para a filiação? Conforme disposto no art. 7º, XXXIII, da CF/88, está
vedado o exercício de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos. Exatamente por isso, a idade mínima para filiação é dezesseis
anos. Excetue-se a filiação do aprendiz, viável a partir de quatorze anos, na condição de segurado
empregado. Para os segurados facultativos, vale a regra geral de que a idade mínima é dezesseis
anos.
c)Pode ocorrer filiação múltipla e inscrição múltipla? Explique. Todo aquele que
exercer,concomitantemente,mais de uma atividade remunerada sujeita ao RGPS é obrigatoriamente
filiado em relação a cada uma delas. Da mesma forma, todo aquele que exercer,
concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao RGPS será obrigatoriamente
inscrito em relação a cada uma delas.
d) Há possibilidade de inscrição post mortem de segurado? Qual a finalidade?Comprovado o
exercício de atividade remunerada que determina a filiação automática, a inscrição do segurado
obrigatório pode ser feita após o seu óbito, de modo que seus dependentes têm direito à pensão por
morte. A vedação de inscrição post mortem não encontra respaldo legal.

FONTE: Constituição Federal 1988 e Direito Previdenciário Esquematizado, Marisa Ferreira dos
Santos.

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