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ORGANIZAÇÃO,
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA
ESTRUTURA
E COMPETÊNCIAS
E COMPETÊNCIAS
Editorial

©2021 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e
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Elaboração, distribuição e informações:


MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO
Secretaria de Defesa Agropecuária
Esplanada dos Ministérios, Bloco D,
CEP: 70043-900, Brasília/DF
www.agricultura.gov.br

Coordenação Editorial:
Departamento de Suporte e Normas

Autora do conteúdo:
Ana Lúcia dos Santos Stepan
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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Sumário
Módulo I: Contextualização do Suasa....................................................................................5
1. Apresentação...........................................................................................................................5
2. A política agrícola brasileira................................................................................................7
3. A defesa Agropecuária ..........................................................................................................9
4. O Suasa.................................................................................................................................... 13

Módulo II: As instâncias do Suasa........................................................................................ 21


5. As instâncias do Suasa........................................................................................................ 21
5.1 Instância central e superior...................................................................................... 21

5.2 Instâncias intermediárias.......................................................................................... 22

5.3. Instâncias locais.......................................................................................................... 23

5.4. Participantes............................................................................................................... 24

5.5. Estratégias de atuação.............................................................................................. 25

Módulo lll: Os sistemas do Suasa – Sisbi............................................................................ 27


6. Os sistemas do SUASA (Sisbi)............................................................................................ 27
6.1. Objetivos dos Sisbi..................................................................................................... 29

6.2. Competências no âmbito dos Sisbi........................................................................ 31

6.3. Obrigações dos participantes das cadeias produtivas..................................... 38

6.4. Atividades dos Sisbi................................................................................................... 40

6.5. Análise de risco e APPCC......................................................................................... 43

6.6. Requisitos gerais para a adesão aos Sistemas do Suasa.................................. 48

6.7. Equivalência dos Serviços........................................................................................ 54

6.8. Auditorias e avaliações técnicas nos Serviços dos Sisbi.................................. 59


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6.9. Estabelecimentos de pequeno porte nos Sisbi................................................... 62

6.10. Desabilitação dos Serviços nos Sisbi.................................................................. 65

Módulo IV: Atividades executadas por meio da adesão aos SISBI.............................. 67


7. Atividades executadas por meio da adesão aos SISBI............................................... 67
7.1. Sisbi como instrumento de delegação.................................................................. 68

7.2. Áreas de atuação e atividades delegáveis........................................................... 72

7.2.1. Sisbi-POV – inspeção de produtos de origem vegetal................................. 73

7.2.2. Sisbi-POA – inspeção de produtos de origem animal................................... 78

7.2.3. Sisbi-PEC – inspeção dos insumos pecuários.................................................. 83

7.2.4. Sisbi-AGRI – fiscalização dos insumos agrícolas............................................ 87

7.3. Visão geral das atividades executadas................................................................. 92

Referências Bibliográficas..................................................................................................... 95
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Módulo I: Contextualização do Suasa

1. Apresentação
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é o órgão da administração pública
federal direta que tem competência para tratar dos temas relacionados à regulação do setor
agropecuário brasileiro por meio da Defesa Agropecuária.
A Defesa Agropecuária, segundo a Lei nº 8.171/1991, é um dos principais pilares da Política Agrícola
nacional, tendo como objetivos assegurar a sanidade das populações vegetais, a saúde dos rebanhos
animais, a idoneidade dos insumos e dos serviços utilizados na agropecuária e a identidade e a
segurança higiênico-sanitária e tecnológica dos produtos agropecuários finais destinados aos
consumidores (BRASIL, 1991a). Para garantir o atingimento desses objetivos e organizar as ações de
Defesa Agropecuária desenvolvidas pelo poder público, foi criado o Sistema Unificado de Atenção à
Sanidade Agropecuária (Suasa).
O Suasa abrange desde o local da produção primária até a colocação do produto final no mercado
interno ou a sua destinação para exportação. As regras e os processos nele estabelecidos contêm
os princípios que devem ser observados pelos vários atores envolvidos nas cadeias produtivas e,
principalmente, pelas autoridades competentes dos entes federativos. Como parte desse Sistema,
foram criados os Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários (Sisbi).
Essas são as ferramentas legais disponibilizadas para que se proceda uma articulação federativa
efetiva entre a União, os estados e os municípios, cabendo ao Mapa, por meio da Secretaria de Defesa
Agropecuária (SDA), atuar como instância central e superior do Suasa e como órgão coordenador
dos Sisbi.
Para Bergue (2019), as pessoas são um elemento de destaque nos processos da administração pú-
blica, pois, sem elas, os resultados não acontecem. Segundo o autor, o serviço público é intensivo em
conhecimento, sendo este produzido e mobilizado pelas pessoas que, por meio de seus trabalhos,
transformam seus conhecimentos em ação e em resultados para a sociedade. Neste contexto, con-
siderando a importância da Defesa Agropecuária brasileira, é fundamental que os agentes públicos
e os operadores do agronegócio compreendam o que é e como funciona o Suasa, quais são as suas
competências e como a implementação de suas ações impacta a vida de produtores rurais, empre-
sários e consumidores.
O presente curso pretende ampliar o conhecimento dos aspectos relativos ao funcionamento e
à organização do Suasa aos servidores e aos empregados públicos da União, dos estados e dos
municípios e seus consórcios públicos, bem como aos demais participantes das cadeias produtivas
do setor agropecuário brasileiro. Dessa forma, esses atores poderão incrementar ainda mais seu

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protagonismo de executores das ações da Defesa Agropecuária, as quais possuem uma dimensão
estratégica para o desenvolvimento nacional e o bem-estar da sociedade brasileira.
Objetivo geral
Melhorar a efetividade das ações de Defesa Agropecuária, por meio da qualificação contínua de
seus agentes, bem como desenvolver habilidades e competências relacionadas à organização e ao
funcionamento do Suasa.
Objetivos específicos
• Entender como a Defesa Agropecuária se insere na Política Agrícola brasileira, quais seus
objetivos e suas atividades;
• Esclarecer o que é e como funciona o Suasa, distinguindo seus dois eixos de organização:
as instâncias e os Sisbi;
• Conhecer os objetivos dos Sisbi, as competências dos órgãos e as obrigações dos
participantes das cadeias produtivas;
• Conhecer os requisitos gerais para a adesão aos Sisbi e o que é a equivalência dos
Serviços;
• Entender em que momento são realizadas as auditorias e as avaliações técnicas dos
Serviços no âmbito dos Sisbi;
• Compreender que a adesão ao Sisbi é um instrumento específico de delegação de
competência da Defesa Agropecuária;
• Saber quais são as aéreas e as atividades que podem ser executadas em cada um dos
Sisbi.
Estrutura do curso
O curso será dividido em quatro módulos. No Módulo I, serão estudados os aspectos relativos à
Política Agrícola brasileira, à Defesa Agropecuária, que é um de seus instrumentos, e ao Suasa, que
organiza suas ações. No Módulo II, serão detalhados os vários aspectos relacionados às instâncias do
Suasa. O Módulo III analisará o outro componente do Suasa, ou seja, os Sisbi. O Módulo IV tratará
da adesão aos Sisbis como um instrumento de delegação de competência e mostrará as atividades
que podem ser desenvolvidas em cada um deles. Por fim, finaliza-se com um resumo dos principais
temas tratados aqui.

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2. A política agrícola brasileira

Expandindo o conhecimento!

Os sistemas das políticas públicas

Em decorrência da promulgação da Constituição de 1988, o Governo Federal


adotou várias medidas, visando à implementação dos princípios de descentraliza-
ção, participação e universalização que regem as políticas públicas. Assim, regula-
dos pela esfera federal, foram criados dois grandes e complexos tipos de sistemas
de políticas públicas (SOUZA, 2018).

O primeiro sistema foi denominado, pela autora (SOUZA, 2018), de constitu-


cionalizado, estabelecido por meio de emendas constitucionais, que vinculam
o provimento de recursos da União, dos estados e dos municípios e estabelecem
a obrigatoriedade da participação das três esferas nas políticas. O segundo foi
denominado de normatizado, isso em razão de ser resultado das competên-
cias concorrentes definidas na Carta Magna (neste, cabe à União normatizar e
regular).

Em geral, os dois sistemas são de livre adesão, sendo o acesso aos recursos finan-
ceiros condicionado a diversas contrapartidas. São exemplos de políticas cons-
titucionalizadas a educação básica e a saúde, ao passo que a assistência social,
o meio ambiente e a habitação são do grupo de políticas normatizadas.

Sobre a Política Agrícola, a Constituição Federal de 1988 não a detalhou. O inciso VII do Art. 23
estabelece ser competência comum da União, dos estados e dos municípios fomentar a produção
agropecuária e organizar o abastecimento alimentar (BRASIL, 1988). Já o Art. 187 define que a Política
Agrícola deverá ser planejada e executada na forma da lei, incluindo as atividades agroindustriais e
agropecuárias, entre outras, devendo contar com a participação efetiva dos setores produtivo, de
comercialização, de armazenamento e de transportes (Ibidem).

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Como se percebe, a Constituição não estabeleceu, de forma detalhada, o com-


partilhamento de responsabilidades entre os entes federativos para a Política
Agrícola. Essas obrigações foram remetidas às legislações ordinárias e suas regu-
lamentações. Percebe-se, assim, que a Política Agrícola pertence ao sistema
normatizado, definido por Souza (2018). Nele, a União tem a competência
normativa e regulatória, a adesão é livre e o acesso aos recursos financeiros é
condicionado a diversos tipos de contrapartida.

Dessa forma, foi publicada a Lei n° 8.171/1991, que instituiu a Política Agrícola brasileira. Nela, foram
fixados os fundamentos, definidos os objetivos, as competências institucionais, a previsão dos recur-
sos e as ações e os instrumentos relativos às atividades agropecuárias e agroindustriais, entre outros.
A Lei nº 10.298, de 30 de outubro de 2001, adicionou à Lei Agrícola os seguintes objetivos: promover
a saúde animal e a sanidade vegetal; promover a idoneidade dos insumos e dos serviços empregados
na agricultura; assegurar a qualidade dos produtos de origem agropecuária, seus derivados e resíduos
de valor econômico; promover a concorrência leal entre os agentes que atuam nos setores e a
proteção destes em relação a práticas desleais e a riscos de doenças e pragas exóticas no país
(BRASIL, 2001).
Art. 3° São objetivos da política agrícola:
(...)
XIII – promover a saúde animal e a sanidade vegetal;
XIV – promover a idoneidade dos insumos e serviços empregados na agricultura;
XV – assegurar a qualidade dos produtos de origem agropecuária, seus derivados e
resíduos de valor econômico;
XVI – promover a concorrência leal entre os agentes que atuam nos setores e a proteção
destes em relação a práticas desleais e a riscos de doenças e pragas exóticas no País;
(...) (BRASIL, 2001).

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3. A defesa Agropecuária

Expandindo o conhecimento!

Os tipos de políticas públicas

Lowi (1972 apud FREY, 2000) dividiu as políticas públicas em quatro tipos: consti-
tutivas, distributivas, redistributivas e regulatórias. As constitutivas definem as
condições nas quais as demais políticas são estabelecidas, definindo regras, estru-
turas e processos. As distributivas, como o próprio nome diz, distribuem
benefícios para a população; possuem um baixo grau de conflito, por atenderem
muitas pessoas e pelo fato de não gerarem custos diretos perceptíveis para
outros grupos. As redistributivas geram maiores conflitos em razão de reali-
zarem a transferência de rendas, direitos ou outros valores entre as diversas
camadas sociais. As regulatórias normatizam, proíbem ou autorizam, por meio
de leis, decretos, portarias e normativas. Segundo Secchi (2012, p. 17), as políticas
regulatórias “estabelecem padrões de comportamento, serviços ou produtos
para atores públicos e privados”.

Como exemplo dessas políticas, temos: a Reforma da Previdência Social, entre as


constitutivas; a pavimentação de ruas e o atendimento à saúde, por meio do Siste-
ma Único de Saúde (SUS), entre as distributivas; o programa de regularização
fundiária e o Bolsa Família, entre as redistributivas; por fim, entre as regulatórias
está a Defesa Agropecuária.

Apesar de a Defesa Agropecuária ter sido selecionada como uma das ações da Política Agrícola
brasileira, em razão de vedações impostas, esta só foi estabelecida legalmente em 1998. A Defesa
Agropecuária é um dos instrumentos da Política Agrícola brasileira, definida no inciso V do Art. 4° da
Lei n° 8.171/1991. Foi instituída pela Lei n° 9.712/1998, conhecida como Lei da Defesa Agropecuária,
que acrescentou os Arts. 27-A, 28-A e 29-A ao capítulo VII da Lei Agrícola. O projeto que a originou
explica o significado dessa denominação:
(...) a denominação Defesa Agropecuária consagra diversas responsabilidades fixadas em
leis típicas de governo, no exercício do poder de polícia, para disciplinar, sob o ponto de
vista higiênico, sanitário e tecnológico, várias atividades agrícolas (...) (BRASIL, 1997, p.
25008).

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Foram definidos quatro objetivos para a Defesa Agropecuária: a sanidade vegetal,


a saúde animal, a idoneidade dos insumos e dos serviços utilizados na agropecuá-
ria, e a identidade e a segurança higiênico-sanitária e tecnológica dos produtos
agropecuários finais destinados aos consumidores.

Art. 4° As ações e instrumentos de política agrícola referem-se a:


(...)
V – defesa da agropecuária; (...) (BRASIL, 1991a).

Art. 27-A. São objetivos da defesa agropecuária assegurar:

I – a sanidade das populações vegetais;

II – a saúde dos rebanhos animais;

III – a idoneidade dos insumos e dos serviços utilizados na agropecuária;

IV – a identidade e a segurança higiênico-sanitária e tecnológica dos produtos agropecuários


finais destinados aos consumidores (BRASIL, 1998).
Para que os objetivos propostos sejam alcançados, o poder público deve desenvolver as atividades
de: vigilância e defesa sanitária vegetal e animal; inspeção e classificação de produtos de origem animal
e vegetal, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico; e fiscalização dos insumos e
dos serviços usados nas atividades agropecuárias.

Estas atividades devem ser organizadas de forma a garantir o cumprimento dos


compromissos internacionais firmados pela União, além das legislações vigentes
que tratam da Defesa Agropecuária.

Art. 27-A. (...)

§ 1° Na busca do atingimento dos objetivos referidos no caput, o Poder Público desenvolverá,


permanentemente, as seguintes atividades:

I – vigilância e defesa sanitária vegetal;

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II – vigilância e defesa sanitária animal;

III – inspeção e classificação de produtos de origem vegetal, seus derivados, subprodutos


e resíduos de valor econômico;

IV – inspeção e classificação de produtos de origem animal, seus derivados, subprodutos e


resíduos de valor econômico;
V – fiscalização dos insumos e dos serviços usados nas atividades agropecuárias.
§ 2° As atividades constantes do parágrafo anterior serão organizadas de forma a
garantir o cumprimento das legislações vigentes que tratem da defesa agropecuária e dos
compromissos internacionais firmados pela União (BRASIL, 1988).
Considerando que a Lei da Defesa Agropecuária estabelece que suas atividades devem ser organizadas
de forma a garantir o cumprimento das legislações vigentes, para que seja possível um entendimento
adequado de sua implementação, faz-se necessário visitar todos os dispositivos legais que regem suas
ações. O quadro 1 apresenta os objetivos da Defesa Agropecuária brasileira e as ações que devem
ser desenvolvidas para seu alcance.

Quadro 1 – Objetivos e ações da Defesa Agropecuária

Objetivos da Defesa Agropecuária Atividades desenvolvidas

Sanidade vegetal Vigilância e defesa sanitária vegetal

Saúde animal Vigilância e defesa sanitária animal

Idoneidade dos insumos e dos serviços Fiscalização dos insumos e dos serviços
utilizados na agropecuária

Identidade e segurança higiênico-sani- Inspeção e classificação de produtos de


tária e tecnológica dos produtos agrope- origem animal e vegetal, seus derivados,
cuários finais destinados aos consumi- subprodutos e resíduos de valor econô-
dores mico
Elaboração própria.

No âmbito federal, compete ao Mapa tratar dos assuntos relacionados à Defesa Agropecuária e à
segurança dos alimentos, cabendo especificamente à SDA assegurar o alcance de seus objetivos.
Art. 1º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, órgão da administração
federal direta, tem como área de competência os seguintes assuntos:
(...)

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VI – defesa agropecuária e segurança do alimento, abrangidos:


a) saúde animal e sanidade vegetal;
b) insumos agropecuários, inclusive a proteção de cultivares;
c) alimentos, produtos, derivados e subprodutos de origem animal e vegetal;
d) padronização e classificação de produtos e insumos agropecuários; e
e) controle de resíduos e contaminantes em alimentos;
(...)
Art. 21. À Secretaria de Defesa Agropecuária compete:
I – assegurar o alcance dos objetivos da defesa agropecuária previstos no art. 27-A da Lei
nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991; (BRASIL, 2020a, Anexo I).

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4. O Suasa
Com o objetivo de promover a saúde, o Art. 28-A da Lei n° 8.171/1991 propôs a organização das
ações de Defesa Agropecuária por meio do Suasa, o qual foi instituído pelo Art. 1° do Decreto n°
5.741, de 30 de março de 2006. Esse deve se articular com o SUS no que se refere à saúde pública.
Os trechos citados são transcritos a seguir.

Art. 28-A. Visando à promoção da saúde, as ações de vigilância e defesa sanitária


dos animais e dos vegetais serão organizadas, sob a coordenação do Poder Públi-
co nas várias instâncias federativas e no âmbito de sua competência, em um Siste-
ma Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, articulado, no que for atinente
à saúde pública, com o Sistema Único de Saúde de que trata a Lei n° 8.080, de 19
de setembro de 1990 (...) (BRASIL, 1998).
Art. 1º Fica instituído, na forma definida neste Regulamento, o Sistema Unificado
de Atenção à Sanidade Agropecuária (BRASIL, 2006, Anexo).

Os objetivos do Suasa estão relacionados aos da Defesa Agropecuária, definidos no Art. 27-A da Lei
n° 8.171, sendo: garantir a proteção da saúde dos animais e a sanidade dos vegetais, a idoneidade dos
insumos e dos serviços utilizados na agropecuária, e a identidade, a qualidade e a segurança higiênico-
sanitária e tecnológica dos produtos agropecuários finais destinados aos consumidores (BRASIL,
1991a). O quadro 2 identifica e relaciona os objetivos da Defesa Agropecuária e do Suasa.
Art. 2º As regras e os processos do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
contêm os princípios a serem observados em matéria de sanidade agropecuária,
especialmente os relacionados com as responsabilidades dos produtores, dos fabricantes
e das autoridades competentes, com requisitos estruturais e operacionais da sanidade
agropecuária.
§ 1º As regras gerais e específicas do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
têm por objetivo garantir a proteção da saúde dos animais e a sanidade
dos vegetais, a idoneidade dos insumos e dos serviços utilizados na
agropecuária, e identidade, qualidade e segurança higiênico-sanitária
e tecnológica dos produtos agropecuários finais destinados aos
consumidores (BRASIL, 2006, Anexo, grifos nossos).

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Quadro 2 – Objetivos da Defesa Agropecuária e do Suasa


Defesa Agropecuária Suasa

A sanidade das populações vegetais Garantir a proteção da sanidade dos vegetais

A saúde dos rebanhos animais Garantir a proteção da saúde dos animais

A idoneidade dos insumos e dos serviços Garantir a idoneidade dos insumos e dos
utilizados na agropecuária serviços utilizados na agropecuária

Garantir a identidade, a qualidade e a segu-


A identidade e a segurança higiênico-sanitá-
rança higiênico-sanitária e tecnológica dos
ria e tecnológica dos produtos agropecuários
produtos agropecuários finais destinados
finais destinados aos consumidores
aos consumidores

Referência legal

Incisos I a IV do Art. 27-A da Lei n°


§ 1° do Art. 2° do Decreto n° 5.741/2006
8.171/1991
Elaboração própria com base em Brasil (1991a; 2006).

O âmbito de atuação do Suasa inclui desde o local da produção primária até a


colocação do produto final no mercado interno ou a sua destinação para a
exportação. Por isso, seu regulamento deve ser aplicado a todas as fases de
produção, transformação e distribuição, bem como nos serviços agropecuários,
sem prejuízo de requisitos específicos, tudo isso para que se possa assegurar a
sanidade agropecuária, a qualidade, a origem e a identidade dos produtos e dos
insumos agropecuários. A figura 1 mostra as fases de aplicação do referido regula-
mento do Suasa.

Art. 2º (...)
§ 2º O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária funciona de forma integrada
para garantir a sanidade agropecuária, desde o local da produção primária até a colocação
do produto final no mercado interno ou a sua destinação para a exportação.
(...)
Art. 4º Este Regulamento se aplica a todas as fases da produção, transformação, distribuição
e dos serviços agropecuários, sem prejuízo de requisitos específicos para assegurar a
sanidade agropecuária, a qualidade, a origem e identidade dos produtos e insumos
agropecuários (BRASIL, 2006, Anexo).

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Figura 1 – Fases nas quais se aplica o regulamento do Suasa

Produção

Serviços agropecuários

Transformação

Distribuição

Elaboração própria

O regulamento do Suasa estabelece as regras para seus participantes, assim como


as normas para a realização dos controles oficiais que verificam o cumprimento
da legislação sanitária agropecuária e a qualidade dos produtos e dos insumos
agropecuários.

Dessa forma, o Suasa deve operar de acordo com os princípios e as definições da sanidade
agropecuária, incluindo o controle de atividades de saúde, sanidade, inspeção, fiscalização, educação,
vigilância de animais, vegetais, insumos e produtos de origem animal e vegetal. Por isso, suas regras
e seus processos contêm os princípios a serem observados em matéria de sanidade agropecuária,
especialmente os relacionados com as responsabilidades dos produtores, dos fabricantes e das
autoridades competentes, com requisitos estruturais e operacionais da sanidade agropecuária.
Art. 1º (...)
§ 2º O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária opera em conformidade
com os princípios e definições da sanidade agropecuária, incluindo o controle de atividades

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de saúde, sanidade, inspeção, fiscalização, educação, vigilância de animais, vegetais, insumos


e produtos de origem animal e vegetal.
(...)
Art. 2º As regras e os processos do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
contêm os princípios a serem observados em matéria de sanidade agropecuária,
especialmente os relacionados com as responsabilidades dos produtores, dos fabricantes
e das autoridades competentes, com requisitos estruturais e operacionais da sanidade
agropecuária (BRASIL, 2006, Anexo).
O Suasa deve desenvolver atividades de vigilância e defesa sanitária vegetal e animal, de inspeção
e classificação de produtos de origem vegetal e animal, seus derivados, subprodutos e resíduos de
valor econômico e de fiscalização dos insumos e dos serviços usados na agropecuária. Já no que
for atinente à saúde pública, o Suasa deve se articular com o SUS. A figura 2 apresenta as atividades
desse Sistema.

Art. 1º (...)

§ 3º O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária desenvolverá,


permanentemente, as seguintes atividades:

I – vigilância e defesa sanitária vegetal;

II – vigilância e defesa sanitária animal;

III – inspeção e classificação de produtos de origem vegetal, seus derivados,


subprodutos e resíduos de valor econômico;

IV – inspeção e classificação de produtos de origem animal, seus derivados,


subprodutos e resíduos de valor econômico; e

V – fiscalização dos insumos e dos serviços usados nas atividades agropecuárias.

§ 4º O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária articular-se-á com


o Sistema Único de Saúde, no que for atinente à saúde pública (BRASIL, 2006,
Anexo).

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Figura 2 – Atividades do Suasa

I – Vigilância e defesa sanitária vegetal;

II – Vigilância e defesa sanitária animal;

III – Inspeção e classificação de produtos de origem vegetal, seus derivados,


subprodutos e resíduos de valor econômico;

IV – Inspeção e classificação de produtos de origem animal, seus derivados,


subprodutos e resíduos de valor econômico;

V – Fiscalização dos insumos e dos serviços usados nas atividades agropecuárias.

Elaboração própria

Como foi visto, o Art. 27-A da Lei n° 9.712/1998 trata da Defesa Agropecuária como um todo,
estabelecendo seus objetivos e suas atividades e definindo que estas serão organizadas de forma
a garantir o cumprimento das legislações vigentes relacionadas ao tema, além dos compromissos
internacionais firmados pela União.
Já o Art. 28-A da Lei n° 9.712/1998 estabelece que as ações de vigilância e defesa sanitária dos
animais e dos vegetais serão organizadas sob a coordenação do poder público nas várias instâncias
federativas e no âmbito de sua competência. Note-se que não são citadas as outras atividades, ou
seja, inspeção e classificação dos produtos e fiscalização dos insumos utilizados na agropecuária. Isso
porque estas são tratadas no Art. 29-A, quando são criados os Sisbi. Um resumo da estrutura da Lei
n° 9.712/1998, que acrescentou os Arts. 27-A, 28-A e 29-A à Lei Agrícola, é apresentado no quadro 3.

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Quadro 3 – Temas e atividades abordados nos Arts. 27-A, 28-A e 29-A da Lei n° 9.712/1998, que
alterou a Lei n° 8.171/1991 (Lei Agrícola) alterou a Lei n° 8.171/1991 (Lei Agrícola)
Lei n° 9.712/1998 Temas abordados Atividades da Defesa Agropecuária

Trata da Defesa Agropecuária I – Vigilância e defesa sanitária vege-


como um todo, estabelecen- tal;
do seus objetivos e suas ativi-
II – Vigilância e defesa sanitária ani-
dades, e definindo que devem
mal;
ser organizadas de forma a
garantir o cumprimento das III – Inspeção e classificação de pro-
legislações vigentes que tra- dutos de origem vegetal, seus deriva-
tam da Defesa Agropecuária dos, subprodutos e resíduos de valor
Art. 27-A e dos compromissos interna- econômico;
cionais firmados pela União.
IV – Inspeção e classificação de pro-
dutos de origem animal, seus deriva-
dos, subprodutos e resíduos de valor
econômico;
V – Fiscalização dos insumos e dos
serviços usados nas atividades agro-
pecuárias.

Estabelece as instâncias lo- I – Vigilância e defesa sanitária vege-


cal; intermediária; e central tal;
e superior, que compõem o
II – Vigilância e defesa sanitária ani-
Art. 28-A Suasa e que atuarão nas ati-
mal.
vidades de sanidade vegetal,
saúde animal e vigilância sa-
nitária.

Como parte do Suasa, deter- III – Inspeção e classificação de pro-


mina a constituição dos Sis- dutos de origem vegetal, seus deriva-
bi. dos, subprodutos e resíduos de valor
econômico;
IV – Inspeção e classificação de pro-
Art. 29-A dutos de origem animal, seus deriva-
dos, subprodutos e resíduos de valor
econômico;
V – Fiscalização dos insumos e dos
serviços usados nas atividades agro-
pecuárias.
Elaboração própria.

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ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Assim, conclui-se que a Lei n° 9.712/1998 abordou as diversas ações da Defesa


Agropecuária, separando-as em dois grandes grupos. O primeiro é organizado
por meio de instâncias, que executam as atividades de vigilância e defesa sanitária
vegetal e animal. O segundo é organizado por meio de Sistemas, denominados
Sistemas Brasileiros de Inspeção, e incluem as atividades de inspeção e classifica-
ção de produtos de origem vegetal e animal e fiscalização dos insumos e dos
serviços usados nas atividades agropecuárias. O quadro 4 apresenta as duas
formas de organização das atividades da Defesa Agropecuária.

Quadro 4 – Diferentes formas de organização das atividades do Suasa

Instâncias
• Vigilância e defesa sanitária animal e vegetal.

Suasa
Sistemas (Sisbi)
• Inspeção e classificação de produtos de origem vegetal e animal;
• Inpeção dos insumos e dos serviços usados nas atividades
agropecuárias.

Elaboração própria

Seguindo a mesma lógica dos Arts. 27-A, 28-A e 29-A da Lei n° 8.171/1991, o Decreto n° 5.741/2006
que os regulamentou inicia com os temas relativos às disposições preliminares, aos princípios e às
obrigações gerais do Sistema; trata das instâncias e dos diferentes aspectos a elas relacionados; abor-
da alguns elementos estratégicos e transversais da Defesa Agropecuária; e finaliza tratando dos Sisbi.
Os capítulos II a IX, de maneira geral, tratam dos temas relativos às instâncias. Há, contudo, dois
artigos inseridos nestes capítulos que incluem expressamente os Sisbi, quais sejam: o Art. 40, que
trata da educação sanitária; e o Art. 62, que aborda as certificações. Também o capítulo IV, que versa
sobre a metodologia e os procedimentos especiais a serem adotados, em que estão incluídos a
análise de risco e o sistema de análise de perigos e pontos críticos de controle (APPCC), abrange
objetivos relacionados aos Sisbi. Conforme já foi visto, o capítulo V mereceu atenção, pois enfatiza
que o compromisso com o consumidor e com o produtor deve nortear as normas complementares
da Defesa Agropecuária.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 19


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

O capítulo X dispõe, única e exclusivamente, sobre os Sistemas do Suasa, ou seja, os Sisbi. Pode-se
perceber que, quando o decreto do Suasa trata dos Sisbi, deixa de usar a terminologia instância e
passa a utilizar a denominação dos entes federativos, isto é, estados, Distrito Federal e municípios.
Nesse capítulo, o Mapa não é mais referido como instância central e superior do Suasa, passando a
ser tratado como órgão coordenador. Para facilitar o entendimento da organização do Decreto n°
5.741, o Apêndice apresenta sua estrutura completa, e as principais diferenças entre as instâncias e
os Sisbi são apresentadas no quadro 5.

Quadro 5 – Diferenças entre as instâncias e os Sisbi


Item Instâncias Sisbi

Inspeção de produtos de ori-


Defesa sanitária animal e gem animal e vegetal e dos
Atividades
vegetal insumos usados na agrope-
cuária

Organização do poder pú- Estados, Distrito Federal e


Instâncias
blico municípios

Papel do Mapa Instância central e superior Órgão coordenador


Elaboração própria

Nota-se que não é fácil compreender a organização do Suasa a partir da leitura de seu decreto. Para
que se possa entender a causa disso, é necessário analisar o projeto original que deu origem à Lei
nº 9.712/1998. Na redação do Projeto de Lei n° 4.340-C/1997 (BRASIL, 1997), os Sisbi, que atuam
diretamente com alimentos e bebidas, deveriam integrar o SUS e o Suasa. No entanto, devido à falta
de clareza, o texto original foi alterado a fim de definir que os Sisbi integrariam o Suasa.
• Segundo Stepan (2019), a justificação do projeto de lei deixa claro que a intenção do autor
da proposta era que os Sisbi fossem independentes, articulando-se com o SUS na área de
saúde pública, e com o Suasa na área de saúde animal e sanidade vegetal. Entretanto, os
Sisbi fariam parte do Suasa em razão de sua importância na saúde animal e na sanidade
vegetal. Assim, a alteração realizada no texto original proposto acabou refletindo, também,
no regulamento, dificultando o entendimento do funcionamento e da organização do Suasa.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 20


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Módulo II: As instâncias do Suasa

5. As instâncias do Suasa
Visando à promoção da saúde, o Art. 28-A da Lei n° 9.712/1998 organizou as atividades de vigilância
e defesa sanitária vegetal e animal, coordenadas pelo poder público, por meio das instâncias do Suasa.
Para tanto, foram estabelecidas as instâncias local; intermediária; e central e superior. Os atos de
controle realizados por autoridades competentes das três instâncias são considerados atos diretos
do poder público.

Art. 28-A Visando à promoção da saúde, as ações de vigilância e defesa sanitária


dos animais e dos vegetais serão organizadas, sob a coordenação do Poder Públi-
co nas várias instâncias federativas e no âmbito de sua competência, em um Siste-
ma Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, articulado, no que for atinente
à saúde pública, com o Sistema Único de Saúde de que trata a Lei nº 8.080, de 19
de setembro de 1990, do qual participarão (BRASIL, 1998).

5.1 Instância central e superior

A instância central e superior responde pelas atividades privativas do governo


federal, de natureza política, estratégica, normativa, reguladora, coordenadora,
supervisora, auditora, fiscalizadora e inspetora. Caso determine o interesse
nacional ou regional, também podem ser executadas atividades de natureza
operacional.

As atividades da instância central e superior são exercidas pelo Mapa, incluindo suas unidades
descentralizadas, representadas pelas Superintendências Federais de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (SFAs) e pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDAs).
Art. 28-A (...)
§ 4º À instância central e superior do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
compete:

SUASA Organização, Estrutura e Competências 21


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

I – a vigilância de portos, aeroportos e postos de fronteira internacionais;


II – a fixação de normas referentes a campanhas de controle e erradicação de pragas e
doenças;
III – a aprovação dos métodos de diagnóstico e dos produtos de uso veterinário e
agronômico;
IV – a manutenção do sistema de informações epidemiológicas;
V – a avaliação das ações desenvolvidas nas instâncias locais e intermediárias do sistema
unificado de atenção à sanidade agropecuária;
VI – a representação do País nos fóruns internacionais que tratam da defesa agropecuária;
VII – a realização de estudos de epidemiologia e de apoio ao desenvolvimento do Sistema
Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária;
VIII – a cooperação técnica às outras instâncias do Sistema Unificado;
IX – o aprimoramento do Sistema Unificado;
X – a coordenação do Sistema Unificado;
XI – a manutenção do Código de Defesa Agropecuária (BRASIL, 1998).

5.2 Instâncias intermediárias

Já as atividades das instâncias intermediárias são exercidas, em cada Unidade da


Federação (UF), pelo órgão com mandato ou com atribuição para execução de
atividades relativas à Defesa Agropecuária. Essas devem tomar as medidas neces-
sárias para garantir que os processos de controle sejam efetuados de modo equi-
valente em todos os municípios e instâncias locais. Cabe, também, compilar as
informações referentes às atividades de sanidade agropecuária em seu âmbito de
atuação e fornecer as informações solicitadas pelo Mapa.

Art. 28-A (...)


§ 3º Às instâncias intermediárias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
competem as seguintes atividades:
I – vigilância do trânsito interestadual de plantas e animais;
II – coordenação das campanhas de controle e erradicação de pragas e doenças;
III – manutenção dos informes nosográficos;
IV – coordenação das ações de epidemiologia;
V – coordenação das ações de educação sanitária;

SUASA Organização, Estrutura e Competências 22


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

VI – controle de rede de diagnóstico e dos profissionais de sanidade credenciados (BRASIL,


1998).
Art. 17. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fornecerão as informações
solicitadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior (BRASIL, 2006).

5.3. Instâncias locais

Apesar de a área municipal ser considerada unidade geográfica básica para a orga-
nização e o funcionamento dos Serviços de Sanidade Agropecuária oficiais, a
instância local não é o município. Na verdade, ela está vinculada à instância inter-
mediária, sendo representada pela unidade local de atenção à sanidade agropecu-
ária.

Assim, a instância local pode abranger uma ou mais unidades geográficas básicas, municípios, incluindo
microrregião, território, associação de municípios, consórcio de municípios ou outras formas
associativas de municípios.
Art. 23. As atividades da Instância Local serão exercidas pela unidade local de atenção
à sanidade agropecuária, a qual estará vinculada à Instância Intermediária, na forma
definida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, e poderá abranger uma ou mais unidades geográficas básicas, Municípios,
incluindo microrregião, território, associação de Municípios, consórcio de Municípios ou
outras formas associativas de Municípios (BRASIL, 2006, Anexo).
A instância local deve dar plena atenção à sanidade, com a participação da comunidade organizada.
Tem como competências as atividades de cadastro de propriedades, profissionais, casas de comércio
de insumos usados na agropecuária e laboratórios de diagnóstico; e inventário de animais, vegetais e
doenças. Atua na vigilância sanitária, no controle do trânsito de animais e plantas, nas campanhas de
controle e erradicação de doenças e pragas, bem como em atividades de educação sanitária.
Art. 28-A (...)
§ 2º A instância local do sistema unificado de atenção à sanidade agropecuária dará, na
sua jurisdição, plena atenção à sanidade, com a participação da comunidade organizada,
tratando especialmente das seguintes atividades:
I – cadastro das propriedades;
II – inventário das populações animais e vegetais;
III – controle de trânsito de animais e plantas;

SUASA Organização, Estrutura e Competências 23


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

IV – cadastro dos profissionais de sanidade atuantes;


V – cadastro das casas de comércio de produtos de uso agronômico e veterinário;
VI – cadastro dos laboratórios de diagnósticos de doenças;
VII – inventário das doenças diagnosticadas;
VIII – execução de campanhas de controle de doenças;
IX – educação e vigilância sanitária;
X – participação em projetos de erradicação de doenças e pragas (BRASIL, 1998).
A instância local pode ter mais de uma unidade de atendimento à comunidade e aos produtores
rurais em Defesa Agropecuária. Em razão de sua capilaridade, são os órgãos de notificação dos
eventos relativos à sanidade agropecuária.

5.4. Participantes
Além dos Serviços e das instituições oficiais, participam do Suasa produtores e trabalhadores rurais,
associações e técnicos, órgãos de fiscalização das categorias profissionais diretamente vinculadas,
além de entidades gestoras de fundos de defesa agropecuária organizados pelo setor privado.
As instituições gestoras de fundos devem complementar as ações públicas no campo da Defesa
Agropecuária. A figura 3 apresenta os participantes do Suasa.
Art. 28-A.Visando à promoção da saúde, as ações de vigilância e defesa sanitária dos animais
e dos vegetais serão organizadas, sob a coordenação do Poder Público nas várias instâncias
federativas e no âmbito de sua competência, em um Sistema Unificado de Atenção à Sani-
dade Agropecuária, articulado, no que for atinente à saúde pública, com o Sistema Único de
Saúde de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, do qual participarão:
I – serviços e instituições oficiais;
II – produtores e trabalhadores rurais, suas associações e técnicos que lhes prestam
assistência;
III – órgãos de fiscalização das categorias profissionais diretamente vinculadas à sanidade
agropecuária;
IV – entidades gestoras de fundos organizados pelo setor privado para complementar as
ações públicas no campo da defesa agropecuária.
(...)
§ 5° Integrarão o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuá-
ria instituições gestoras de fundos organizados por entidades privadas
para complementar as ações públicas no campo da defesa agropecuária
(BRASIL, 1998, grifos nossos).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 24


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Figura 3 – Participantes das ações de vigilância e defesa sanitária animal e vegetal do Suasa

Serviços e instituições
oficiais

Entidades gestoras Produtores e


de fundos privados trabalhadores rurais

Suasa

Órgãos de fiscalização Associações


das categorias de produtores
profissionais

Técnicos

Elaboração própria.

5.5. Estratégias de atuação


As estratégias e políticas de promoção à sanidade e de vigilância devem ser ecossistêmicas e
descentralizadas, por tipo de problema sanitário. Estas visam ao alcance de áreas livres de pragas e
doenças, conforme previsto em acordos e tratados internacionais assinados pelo país. Sempre que
for epidemiologicamente recomendado, deve ser priorizada a erradicação das doenças e das pragas
na estratégia de áreas livres.
Art. 28- (...)
§ 6° As estratégias e políticas de promoção à sanidade e de vigilância serão ecossistêmicas e
descentralizadas, por tipo de problema sanitário, visando ao alcance de áreas livres de pra-
gas e doenças, conforme previsto em acordos e tratados internacionais subscritos pelo País.
§ 7° Sempre que recomendado epidemiologicamente é prioritária a erradicação das
doenças e pragas, na estratégia de áreas livres (BRASIL, 1998).
Como estratégias de promoção à vigilância e saúde animal, podem ser citadas as seguintes: Programa
Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre (PNEFA); Programa Nacional de Controle e
Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT); Programa Nacional de Controle da

SUASA Organização, Estrutura e Competências 25


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Raiva dos Herbívoros (PNCRH); Programas Nacionais de Sanidade Avícola e Suídea (PNSA e PNSS)
etc.
Como estratégias de promoção à vigilância e sanidade vegetal, podem ser citadas as seguintes:
Programa de Prevenção, Controle e Erradicação do Cancro Cítrico; Programa de Prevenção
e Controle da Sigatoka Negra da Bananeira; Programa de Supressão e Erradicação da Mosca da
Carambola; Programa Nacional de Controle do Bicudo do Algodoeiro (PNCB); Programa Nacional
de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS) etc.

Mais informações!

Para mais informações sobre as estratégias de promoção à vigilância e saúde


animal, acesse: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-
-e-vegetal/saude-animal.

Acerca das estratégias de promoção à vigilância e sanidade vegetal, acesse:


h t t p s : / / w w w. g o v. b r / a g r i c u l t u r a / p t - b r / a s s u n t o s / s a n i d a d e - a n i m a l -
-e-vegetal/sanidade-vegetal/sanidade-vegetal.

Cabe lembrar que as ações de defesa sanitária vegetal e animal são regulamentadas, respectivamente,
pelo Decreto n° 24.114, de 12 de abril de 1934, e Decreto n° 24.548, de 3 de julho de 1934.
Ambos têm força de lei pelo fato de terem sido publicados sob a égide do Decreto nº 19.398, de
11 de novembro de 1930, o qual estabeleceu um regime de exceção, em que o Poder Executivo
poderia exercer atividades do Poder Legislativo, entre as quais a edição de leis. Considerando o
contexto político em que os referidos decretos foram editados, existem poucas menções em relação
à execução de atividades pelos estados.
No entanto, como foi visto, as competências desses entes foram atribuídas pela Lei n° 9.712/1998,
por meio do Art. 28-A, que organizou as atividades de vigilância e defesa sanitária vegetal e animal em
instâncias. É importante notar que, diferentemente do que ocorre com os Sisbi, que serão estudados
mais adiante, para as atividades relacionadas à saúde animal e sanidade vegetal não há delegação
de competência do Mapa aos estados, em razão de estas já terem sido atribuídas por meio da Lei
da Defesa Agropecuária. Neste contexto, os decretos que regulam as atividades de defesa sanitária
vegetal e animal não serão analisados.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 26


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Módulo lll: Os sistemas do Suasa – Sisbi

6. Os sistemas do SUASA (Sisbi)


Para que as atividades de inspeção industrial e sanitária de produtos de origem vegetal e animal,
assim como as dos insumos agropecuários, sejam executadas equitativamente em todos os
estabelecimentos, a Lei n° 9.712/1998 determinou que fossem constituídos, dentro do Suasa, mais
quatro Sistemas. No entanto, para que se tenha um melhor entendimento é necessário analisar não
somente a Lei, mas também o Decreto que a regulamenta.
No § 2° do Art. 29-A, encontra-se a determinação para a criação dos Sistemas Brasileiros de
Inspeção de Produtos de Origem Animal e de Origem Vegetal, assim como dos Sistemas Brasileiros
de Inspeção dos Insumos Agropecuários.

Art. 29-A. A inspeção industrial e sanitária de produtos de origem vegetal e


animal, bem como a dos insumos agropecuários, será gerida de maneira que os
procedimentos e a organização da inspeção se façam por métodos universaliza-
dos e aplicados equitativamente em todos os estabelecimentos inspecionados.
(...)
§ 2° Como parte do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária,
serão constituídos um sistema brasileiro de inspeção de produtos de origem
vegetal e um sistema brasileiro de inspeção de produtos de origem animal, bem
como sistemas específicos de inspeção para insumos usados na agropecuária
(BRASIL, 1998).

Com base na Lei n° 9.712/1998, o Art. 130, do Anexo do Decreto n° 5.741/2006, apresenta os
Sistemas, porém não especifica aqueles relacionados aos insumos agropecuários, a saber: i)
Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sisbi-POV); ii) Sistema Brasileiro
de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA); e iii) Sistemas Brasileiros de Inspeção de
Insumos Agropecuários. O detalhamento desses Sistemas, aparece na seção III do decreto, que trata
da inspeção e da fiscalização de insumos agropecuários. O Art. 147 evidencia a existência de dois
Sistemas de Inspeção de Insumos, sendo: Sistema Brasileiro de Inspeção e Fiscalização de Insumos
Agrícolas (Sisbi-AGRI) e Sistema Brasileiro de Inspeção e Fiscalização de Insumos Pecuários (Sisbi-

SUASA Organização, Estrutura e Competências 27


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

PEC).Tem-se, assim, os quatro Sistemas do Suasa, sendo que dois atuam com os produtos e dois com
os insumos. A relação desses Sistemas constam na figura 4.

Art. 130. Como parte do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária


e com o objetivo de inspecionar e fiscalizar os produtos de origem animal e vege-
tal e os insumos agropecuários, ficam constituídos os Sistemas Brasileiros de
Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários, na seguinte forma:
I – Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal;
II – Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal; e
III – Sistemas Brasileiros de Inspeção de Insumos Agropecuários.
(...)
Art. 147. Ficam instituídos o Sistema Brasileiro de Inspeção e Fiscalização de
Insumos Agrícolas e o Sistema Brasileiro de Inspeção e Fiscalização de Insumos
Pecuários, estruturados e organizados sob a coordenação do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, responsáveis pelas atividades de inspeção
e fiscalização de insumos agropecuários (BRASIL, 2006, Anexo).

Figura 4 – Sistemas do Suasa

Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sisbi-POV)

Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA)

Sistema Brasileiro de Inspeção de Insumos Agrícolas (Sisbi-AGRI)

Sistema Brasileiro de Inspeção de Insumos Pecuários (Sisbi-PEC)

Elaboração própria.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 28


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

6.1. Objetivos dos Sisbi


Os Sistemas do Suasa têm o objetivo de assegurar a identidade, a qualidade, a conformidade, a
idoneidade e a segurança higiênico-sanitária e tecnológica dos produtos de origem animal e vegetal,
seus subprodutos, derivados e resíduos de valor econômico, e dos insumos agropecuários, por meio
das ações de inspeção, fiscalização e classificação de produtos, sistemas, ou cadeia produtiva, conforme
o caso. Note-se que os objetivos do Sisbi-POA não são mencionados de forma explícita no Decreto
n° 5.741/2006, porém, podem ser identificados no caput do Art. 130, quando são constituídos os
Sistemas do Suasa.

Art. 130. Como parte do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária


e com o objetivo de inspecionar e fiscalizar os produtos de origem animal e vege-
tal e os insumos agropecuários, ficam constituídos os Sistemas Brasileiros de
Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários, na seguinte forma:
(...)
Art. 145. O Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal tem
por objetivo assegurar a identidade, a qualidade, a conformidade, a idoneidade e
a segurança higiênico-sanitária e tecnológica dos produtos de origem vegetal,
seus subprodutos, derivados e resíduos de valor econômico, por meio das ações
de inspeção, fiscalização e classificação de produtos, sistemas, ou cadeia produtiva,
conforme o caso.
(...)
Art. 148. O Sistema Brasileiro de Inspeção e Fiscalização de Insumos Agrícolas e
o Sistema Brasileiro de Inspeção e Fiscalização de Insumos Pecuários têm por
objetivo assegurar a identidade, a qualidade, a conformidade, a idoneidade e a
segurança higiênico-sanitária e tecnológica dos insumos agropecuários, por meio
das ações de inspeção, fiscalização e classificação de produtos, sistemas, proces-
sos ou cadeia produtiva, conforme o caso (BRASIL, 2006, Anexo, grifos nossos).

Os Sisbi também têm a responsabilidade de assegurar que os procedimentos e a organização da


inspeção de produtos e dos insumos agropecuários sejam feitos por métodos universalizados e apli-
cados equitativamente em todos os estabelecimentos inspecionados. O quadro 6 mostra, de forma
resumida, os objetivos e as responsabilidades dos Sistemas do Suasa.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 29


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 134. Os Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuá-


rios terão a responsabilidade de assegurar que os procedimentos e a organização
da inspeção de produtos de origem animal e vegetal, e dos insumos agropecuá-
rios, se façam por métodos universalizados e aplicados equitativamente em todos
os estabelecimentos inspecionados (BRASIL, 2006, Anexo).

Quadro 6 – Objetivos dos Sisbi

Inspecionar e fiscalizar os produtos de origem animal e vegetal e os


insumos agropecuários, assegurando:

A identidade, a qualidade, a Que os procedimentos e a


conformidade, a idoneidade e a organização da inspeção sejam feitos
segurança higiênico-sanitária e por métodos universalizados e
tecnológica dos produtos e dos insumos aplicados equitativamente em todos
agropecuários. os estabelecimentos inspecionados.

Elaboração própria.

Enfim, para cumprir os objetivos dos Sisbi, o Mapa deverá desenvolver o planejamento e o plano de
gestão de programas, ações, auditorias e demais atividades necessárias à inspeção dos produtos de
origem animal e vegetal e dos insumos e serviços usados na agropecuária.

Art. 155. Para cumprir os objetivos dos Sistemas Brasileiros de Inspeção de


Produtos e Insumos Agropecuários, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento desenvolverá, de forma continuada, o planejamento e o plano de
gestão dos programas, ações, auditorias e demais atividades necessárias à inspe-
ção animal, vegetal e de insumos (BRASIL, 2006, Anexo).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 30


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

6.2. Competências no âmbito dos Sisbi


De forma ampla, compete à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios a inspeção
higiênico-sanitária, tecnológica e industrial dos produtos de origem animal e vegetal.

Art. 142. A inspeção higiênico-sanitária, tecnológica e industrial dos produtos de


origem animal é da competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
(...)
Art. 144. A inspeção higiênico-sanitária, tecnológica e industrial dos produtos de
origem vegetal é da competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios (BRASIL, 2006, Anexo).

Por outro lado, a inspeção e a fiscalização de insumos agropecuários competem apenas à União, aos
estados e ao Distrito Federal, sendo que os municípios não estão incluídos.

Art. 146. A inspeção e a fiscalização de insumos agropecuários são da competên-


cia da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando as atribuições defini-
das em lei específica (BRASIL, 2006, Anexo).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 31


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

A figura 5 mostra as competências das atividades dos Sisbi para cada ente federativo.

Figura 5 – Competências relacionadas às atividades dos Sisbi de acordo com o ente federativo

Elaboração própria.

Observação: O Distrito Federal está incluído onde constam os estados, e onde constam os municípios
estão incluídos seus consórcios públicos.
Como será visto mais adiante, na inspeção de produtos de origem vegetal, cabe aos municípios
apenas a inspeção de bebidas, quando aderidos ao SISBI-POV. Também é importante notar que, além
das atividades que são executadas por meio da adesão aos Sisbi, estados e municípios possuem
competência suplementar complementar para atuar na área de agrotóxicos e na inspeção de
produtos de origem animal. Isto significa que existem leis federais fixando normas gerais sobre os
temas, cabendo aos entes federativos apenas complementá-las.
Cabe aos Sisbi, em suas áreas de competência, implantar, monitorar e gerenciar os procedimentos de
certificação sanitária e fitossanitária e de identidade e qualidade. Estas certificações têm o objetivo
de garantir a origem, a qualidade e a identidade dos produtos certificados e dar credibilidade ao
processo de rastreabilidade. Para tanto, os controles devem assegurar as condições de identificação
e comprovação do fornecedor do material certificado na origem e no destino dos produtos, que
devem ser identificados por códigos que permitam a sua rastreabilidade em toda a cadeia produtiva.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 32


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 62. Compete às três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade


Agropecuária e aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e
Insumos Agropecuários, em suas áreas de competência, implantar, monito-
rar e gerenciar os procedimentos de certificação sanitária, fitossanitária e de
identidade e qualidade, que têm como objetivo garantir a origem, a qualidade e a
identidade dos produtos certificados e dar credibilidade ao processo de rastrea-
bilidade.
§ 1º Os processos de controles assegurarão as condições para identificar e com-
provar o fornecedor do material certificado na origem e no destino dos produ-
tos, que serão identificados por códigos que permitam a sua rastreabilidade em
toda a cadeia produtiva, na forma definida em norma específica.
§ 2º Compete, na forma da lei, aos Fiscais Federais Agropecuários a emissão dos
certificados oficiais agropecuários exigidos pelo comércio internacional (BRASIL,
2006, Anexo, grifos nossos).

O regulamento do Suasa estabelece que tanto a União quanto os estados devem


elaborar normas complementares de Defesa Agropecuária tendo como base as
diretrizes estabelecidas. Estas devem buscar a proteção dos interesses dos
consumidores, da produção agropecuária e dos produtores no que se refere à
qualidade de matérias-primas, aos insumos, à proteção contra fraudes e às adulte-
rações de produtos e práticas que possam induzir o consumidor a erro. Devem,
também, contemplar a garantia da sanidade de animais e vegetais e a inocuidade
de produtos de origem animal e vegetal.

Além disso, precisam definir e enfatizar as responsabilidades do produtor no que se refere a colocar
no mercado produtos e serviços seguros, além do autocontrole da produção e dos pontos críticos
de controle de cada processo aprovado.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 33


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 85. As normas complementares nacionais e estaduais de defesa agropecuária


serão elaboradas com base nas diretrizes deste Regulamento, buscando proteger
os interesses dos consumidores, da produção agropecuária e dos produtores, no
que se refere à qualidade de matérias-primas, aos insumos, à proteção contra
fraudes, às adulterações de produtos e práticas que possam induzir o consumidor
a erro, contemplando a garantia da sanidade de animais e vegetais e a inocuidade
de produtos de origem animal e vegetal.
Parágrafo único. Nas normas complementares referidas no caput, serão definidas
e enfatizadas as responsabilidades do produtor em colocar no mercado produtos
e serviços seguros, o autocontrole da produção e os pontos críticos de controle
de cada processo aprovado (BRASIL, 2006, Anexo).

Competências do Mapa
O Mapa é o coordenador dos Sisbi, cabendo a ele, também, estabelecer os requisitos e os demais
procedimentos necessários para a adesão aos Sistemas.
Art. 131. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento coordenará os Sistemas
Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários. (...) § 3º O Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelecerá, no prazo de cento e vinte dias da
publicação deste Regulamento, os requisitos e demais procedimentos necessários para a
adesão aos Sistemas Brasileiro de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários (Pará-
grafo com redação dada pelo Decreto n° 5.830, de 4/7/2006) (BRASIL, 2006, Anexo).
É responsabilidade do Mapa cuidar para que as inspeções e as fiscalizações sejam realizadas sob
regras e critérios predefinidos pelos Sisbi.
Art. 150. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento cuidará que as inspeções
e fiscalizações sejam realizadas mediante regras e critérios de controles predefinidos nos
Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários (BRASIL, 2006,
Anexo).
Por isso, o desenvolvimento continuado do planejamento e do plano de gestão de programas, ações,
auditorias e demais atividades necessárias à inspeção animal, vegetal e de insumos deve ser executado
pelo Mapa, para que os objetivos do Sisbi sejam cumpridos.
Art. 155. Para cumprir os objetivos dos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e In-
sumos Agropecuários, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desenvolverá,
de forma continuada, o planejamento e o plano de gestão dos programas, ações, auditorias
e demais atividades necessárias à inspeção animal, vegetal e de insumos (BRASIL, 2006,
Anexo).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 34


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

No âmbito de sua atuação, o Mapa poderá celebrar convênios com os entes públicos, a fim de apoiar
e suplementar as ações executadas.
Art. 157. Fica o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na forma da lei e no
âmbito de sua atuação, autorizado a celebrar convênios com entes públicos, para apoiar,
subsidiariamente, as ações no campo da defesa agropecuária (BRASIL, 2006, Anexo).
Também cabe ao Mapa realizar, de forma articulada com os Sisbi, o desenvolvimento da gestão de
planos, programas e ações de educação sanitária em Defesa Agropecuária.
Art. 40. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central
e Superior, desenvolverá, de forma continuada, gestão de planos, programas e ações em
educação sanitária em defesa agropecuária, de forma articulada com as demais Instâncias
e com os Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários. § 1º O
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância Central e Superior,
instituirá, regulamentará, coordenará e avaliará periodicamente o Programa Nacional de
Educação Sanitária em Defesa Agropecuária (BRASIL, 2006, Anexo, grifos nossos).
Incumbe ao Mapa a elaboração de normas específicas, a serem observadas na produção rural para o
consumo familiar, na venda ou no fornecimento de pequenas quantidades de produtos da produção
primária, diretamente ao consumidor final, pelo agricultor familiar ou equivalente, assim como a
agroindustrialização realizada por eles. Essas normas devem observar o risco mínimo de disseminação
de doenças para saúde animal, de pragas e de agentes microbiológicos e químicos prejudiciais à saúde
pública, bem como os interesses dos consumidores.
Art. 7º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelecerá normas
específicas de defesa agropecuária a serem observadas: (Redação dada pelo Decreto n°
8.471, de 22/6/2015)
I – na produção rural para a preparação, a manipulação ou a armazenagem doméstica de
produtos de origem agropecuária para consumo familiar, que ficará dispensada de registro,
inspeção e fiscalização; (Redação dada pelo Decreto n° 8.471, de 22/6/2015)
II – na venda ou no fornecimento a retalho ou a granel de pequenas quantidades de produtos
da produção primária, direto ao consumidor final, pelo agricultor familiar ou equivalente e
suas organizações ou pelo pequeno produtor rural que os produz; e (Redação dada pelo
Decreto n° 8.471, de 22/6/2015)
III – na agroindustrialização realizada pela agricultura familiar ou equivalente e suas
organizações, inclusive quanto às condições estruturais e de controle de processo.
(Redação dada pelo Decreto n° 8.471, de 22/6/2015)
(...)
§ 2º As normas específicas previstas neste artigo deverão observar o risco mínimo de
disseminação de doenças para saúde animal, de pragas e de agentes microbiológicos e
químicos prejudiciais à saúde pública e os interesses dos consumidores. (Incluído pelo
Decreto n° 8.471, de 22/6/2015) (BRASIL, 2006, Anexo).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 35


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

O Mapa também poderá classificar o estabelecimento agroindustrial de bebidas ou de produtos de


origem animal como agroindústria artesanal, considerados os costumes, os hábitos e os conhecimentos
tradicionais na perspectiva da valorização da diversidade alimentar e do multiculturalismo dos povos,
das comunidades tradicionais e dos agricultores familiares. Assim, no âmbito do Sisbi-POV, o Mapa
definirá o estabelecimento agroindustrial de pequeno porte de bebidas, que deverá pertencer, de
forma individual ou coletiva, a agricultores familiares ou equivalentes ou a produtores rurais, e dispor
de instalações destinadas à produção de bebidas, de acordo com a escala de produção e a área útil
construída.
Art. 7º-A. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá classificar o es-
tabelecimento agroindustrial de bebidas ou de produtos de origem animal como agroin-
dústria artesanal, considerados os costumes, os hábitos e os conhecimentos tradicionais
na perspectiva da valorização da diversidade alimentar e do multiculturalismo dos povos,
comunidades tradicionais e agricultores familiares. (Incluído pelo Decreto n° 8.471, de
22/6/2015)
(...)
Art. 144-A. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento definirá o estabelecimento
agroindustrial de pequeno porte de bebidas, que deverá pertencer, de forma individual
ou coletiva, a agricultores familiares ou equivalentes ou a produtores rurais e dispor de
instalações destinadas à produção de bebidas. Parágrafo único. A definição de que trata
o caput deverá considerar a escala de produção e a área útil construída. (Incluído pelo
Decreto n° 8.471, de 22/6/2015) (BRASIL, 2006, Anexo).
Entretanto, no âmbito do Sisbi-POA, o Art. 143-A do Decreto n° 5.741/2006 permite que estados,
Distrito Federal e municípios editem normas específicas relativas aos estabelecimentos agroindustriais
de pequeno porte.
Em que pesem as atividades de certificação serem de competência das três instâncias do Suasa, aquelas
voltadas ao comércio internacional são privativas dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários do
Mapa.
Art. 62. Compete às três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária e aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários, em suas áreas de competência, implantar, monitorar e gerenciar os
procedimentos de certificação sanitária, fitossanitária e de identidade e qualidade, que têm
como objetivo garantir a origem, a qualidade e a identidade dos produtos certificados e
dar credibilidade ao processo de rastreabilidade.
(...)
§ 2º Compete, na forma da lei, aos Fiscais Federais Agropecuários a emissão dos certificados
oficiais agropecuários exigidos pelo comércio internacional (BRASIL, 2006, Anexo, grifos
nossos).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 36


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Competências dos estados, do Distrito Federal e dos municípios


As atividades dos Sisbi que cabem aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios devem ser
executadas por instituições públicas reconhecidas pelo Mapa.
Art. 136. As atividades dos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agro-
pecuários que cabem aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios serão exercidas
por instituições públicas e reconhecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-
cimento (BRASIL, 2006, Anexo).
A administração pública direta corresponde à prestação dos serviços relacionados à Defesa Agro-
pecuária diretamente pelo estado, por meio de sua estrutura vinculada ao Poder Executivo, como as
Secretarias de Agricultura. Entretanto, na administração indireta, o serviço é delegado pelo estado a
uma instituição com personalidade jurídica própria, que possui uma certa autonomia administrativa.
Nesse contexto, o decreto do Suasa permite a delegação das competências relacionadas à inspeção
e à fiscalização a uma ou mais instituições públicas. No entanto, as autoridades delegantes devem
assegurar a coordenação e a cooperação entre as instituições.
Art. 138. A autoridade competente dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios pode
delegar competências relacionadas com inspeção e fiscalização a uma ou mais instituições
públicas.
(...)
Art. 140. Sempre que as funções de controle oficial forem atribuídas a diferentes instituições
públicas, a autoridade competente que delegou as funções assegurará a coordenação e a
cooperação entre elas (BRASIL, 2006, Anexo).
A grande maioria dos estados brasileiros, ou seja, 22 (81%), valem-se de órgãos da administração
pública indireta, e apenas cinco (19%) da administração direta para a execução das atividades de
Defesa Agropecuária. Atualmente, os órgãos estaduais executores da Defesa Agropecuária são
compostos por 15 agências, cinco institutos, cinco secretarias e duas empresas públicas.
Os estados, o Distrito Federal e os municípios que não aderirem ou decidirem pela não adesão aos
Sisbi terão suas inspeções e fiscalizações de produtos e insumos agropecuários preservadas apenas
no âmbito de sua jurisdição.
Art. 132. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que ainda não tenham aderido ou
decidirem pela não-adesão aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários terão suas inspeções e fiscalizações de produtos de origem animal e vegetal,
e insumos agropecuários, reconhecidas apenas no âmbito de sua jurisdição (BRASIL, 2006,
Anexo).
Contudo, caso os entes façam a adequação dos seus processos e procedimentos de inspeção e
fiscalização, poderão aderir e integrar os Sisbi.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 37


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 131 (...)


§ 1º Os Estados e o Distrito Federal, por adesão, poderão integrar os Sistemas Brasileiros
de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários.
§ 2º Os Municípios, por adesão, poderão integrar o Sistema Brasileiro de Inspeção de
Produtos de Origem Animal e o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem
Vegetal.
(...)
§ 4º Para aderir aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários,
as unidades da Federação deverão adequar seus processos e procedimentos de inspeção e
fiscalização (BRASIL, 2006, Anexo).
No âmbito do Sisbi-POA, é permitido que os estados, o Distrito Federal e os municípios editem
normas específicas relativas aos estabelecimentos agroindustriais de pequeno porte.
Art. 7º-A. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá classificar o es-
tabelecimento agroindustrial de bebidas ou de produtos de origem animal como agroin-
dústria artesanal, considerados os costumes, os hábitos e os conhecimentos tradicionais
na perspectiva da valorização da diversidade alimentar e do multiculturalismo dos povos,
comunidades tradicionais e agricultores familiares. (Incluído Decreto n° 8.471/2015, de
22/6/2015)
(...)
Art. 143-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão editar normas espe-
cíficas relativas às condições gerais de instalações, equipamentos e práticas operacionais
de estabelecimento agroindustrial de pequeno porte, observados o disposto no art. 7º, os
princípios básicos de higiene dos alimentos e a garantia da inocuidade dos produtos de
origem animal. (Incluído pelo Decreto n° 7.216/2010) (BRASIL, 2006, Anexo).

6.3. Obrigações dos participantes das cadeias produtivas


As regras e os processos do Suasa contêm os princípios que devem ser observados pelos produtores,
pelos fabricantes e pelas autoridades competentes. Neste contexto, os diversos atores que compõem
as cadeias produtivas são responsáveis por garantir que a sanidade e a qualidade dos produtos de
origem animal e vegetal e dos insumos agropecuários não sejam comprometidas.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 38


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 2º As regras e os processos do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade


Agropecuária contêm os princípios a serem observados em matéria de sanidade
agropecuária, especialmente os relacionados com as responsabilidades dos
produtores, dos fabricantes e das autoridades competentes, com requisitos
estruturais e operacionais da sanidade agropecuária.
(...)
§ 3º Os produtores rurais, industriais e fornecedores de insumos, distribuidores,
cooperativas e associações, industriais e agroindustriais, atacadistas e varejistas,
importadores e exportadores, empresários e quaisquer outros operadores do
agronegócio, ao longo da cadeia de produção, são responsáveis pela garantia de
que a sanidade e a qualidade dos produtos de origem animal e vegetal, e a dos
insumos agropecuários não sejam comprometidas (BRASIL, 2006, Anexo).
Art. 2º (...)
§ 4º A realização de controles oficiais nos termos deste Regulamento não exime
os participantes da cadeia produtiva da responsabilidade legal e principal de
garantir a saúde dos animais, a sanidade dos vegetais, a segurança, a qualidade e a
identidade dos produtos de origem animal e vegetal, e dos insumos agropecuá-
rios, nem impede a realização de novos controles ou isenta da responsabilidade
civil ou penal decorrente do descumprimento de suas obrigações.
§ 5º Os produtores rurais e os demais integrantes das cadeias produtivas coope-
rarão com as autoridades competentes para assegurar maior efetividade dos
controles oficiais e melhoria da sanidade agropecuária (BRASIL, 2006, Anexo).
Art. 5º Os participantes da cadeia produtiva estão obrigados a cientificar à autori-
dade competente, na forma por ela requerida:
I – nomes e características dos estabelecimentos sob o seu controle, que se dedi-
cam a qualquer das fases de produção, transformação, distribuição e dos serviços
agropecuários;
II – informações atualizadas sobre os estabelecimentos, mediante a notificação de
qualquer alteração significativa das atividades e de seu eventual encerramento; e
III – ocorrência de alterações das condições sanitárias e fitossanitárias registrada
em seus estabelecimentos, unidades produtivas ou propriedades (BRASIL, 2006,
Anexo).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 39


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Também é obrigação dos produtores de animais, vegetais, insumos agropecuários e de produtos de


origem animal e vegetal a observação dos princípios do sistema APPCC. Para tanto, esses atores
têm a obrigação de: fornecer as provas de que atenderam aos requisitos estabelecidos; manter
atualizados os documentos descritivos dos processos; e conservar documentos e registros pelo
tempo definido pelo Mapa.

Art. 84. Os produtores de animais, vegetais, insumos agropecuários, inclusive


alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal observarão os
princípios do sistema de Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle –
APPCC, conforme normas específicas.
§ 1º Os produtores de animais, vegetais, insumos agropecuários e produtos de
origem animal e vegetal, conforme normas específicas, devem:
I – fornecer à autoridade competente as provas da observância do requisito
estabelecido, sob a forma por ela exigida, considerando a natureza e a dimensão
de sua atividade;
II – assegurar que todos os documentos que descrevem os processos desenvolvi-
dos estejam sempre atualizados; e
III – conservar quaisquer outros documentos e registros, durante o período
definido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior (BRASIL, 2006, Anexo).

6.4. Atividades dos Sisbi


Os Sistemas do Suasa devem desenvolver atividades de auditoria, fiscalização, inspeção e certificação
de insumos agropecuários, e, para os produtos de origem animal e vegetal, inclui-se, também, a
classificação.Tais atividades devem ser executadas de acordo com a legislação de Defesa Agropecuária
e os compromissos internacionais firmados pela União. A figura 6 representa as atividades dos
Sistemas do Suasa.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 40


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 130. (...)


§ 1º Os Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários
desenvolverão atividades de:
I – auditoria, fiscalização, inspeção, certificação e classificação de produtos de
origem vegetal, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico;
II – auditoria, fiscalização, inspeção, certificação e classificação de produtos de
origem animal, seus derivados, subprodutos, e resíduos de valor econômico; e
III – auditoria, fiscalização, inspeção e certificação dos insumos e dos serviços
usados nas atividades agropecuárias.
§ 2º As atividades dos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários serão executadas conforme a legislação vigente de defesa agrope-
cuária e os compromissos internacionais firmados pela União (BRASIL, 2006,
Anexo).

Figura 6 – Atividades dos Sisbi

Elaboração própria.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 41


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

As autoridades competentes dos serviços públicos vinculados aos Sisbi devem garantir a impar-
cialidade, a qualidade e a coerência dos controles oficiais. Devem, também, assegurar que as suas
atividades sejam realizadas com transparência, devendo facultar ao público o acesso às informações
relevantes que detenham, em especial, as atividades de controle. Além disso, precisam dispor de
mecanismo para impedir que sejam reveladas informações confidenciais, às quais tenham tido acesso
na execução de controles oficiais e que, pela sua natureza, sejam abrangidas pelo sigilo profissional.
A figura 7 relaciona os princípios dos Sistemas do Suasa.

Art. 139. As autoridades competentes dos Sistemas Brasileiros de Inspeção de


Produtos e Insumos Agropecuários garantirão a imparcialidade, a qualidade e a
coerência dos controles oficiais.
(...)
Art. 156. As autoridades competentes das três Instâncias do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária e dos serviços públicos vinculados aos Siste-
mas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários assegurarão
que as suas atividades sejam realizadas com transparência, devendo, para esse
efeito, facultar ao público o acesso às informações relevantes que detenham em
especial as atividades de controle.
Parágrafo único. As três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária e as autoridades responsáveis pelos serviços públicos vinculados
aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários
disporão de mecanismo para impedir que sejam reveladas informações confiden-
ciais a que tenham tido acesso na execução de controles oficiais e que, pela sua
natureza, sejam abrangidas pelo sigilo profissional (BRASIL, 2006, Anexo).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 42


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Figura 7 – Princípios que devem ser assegurados pelas autoridades dos Sisbi

Imparcialidade

Sigilo de Qualidade
informações
confidenciais
Controles oficiais

Transparência
nas demais Coerência
informações

Elaboração própria.

6.5. Análise de risco e APPCC


O Art. 29-A da Lei nº 9.712/1998 estabeleceu que, nas atividades de inspeção industrial e sanitária de
produtos de origem vegetal e animal, bem como nas dos insumos agropecuários, poderá ser adotado
o método de análise de riscos e pontos críticos de controle.

Art. 29-A. A inspeção industrial e sanitária de produtos de origem vegetal e


animal, bem como a dos insumos agropecuários, será gerida de maneira que os
procedimentos e a organização da inspeção se façam por métodos universaliza-
dos e aplicados equitativamente em todos os estabelecimentos inspecionados.
§ 1° Na inspeção poderá ser adotado o método de análise de riscos e pontos
críticos de controle (BRASIL, 1998).

Da mesma forma, o regulamento do Suasa incluiu as ferramentas da análise de risco e da APPCC para
a realização dos controles oficiais destinados a verificar o cumprimento da legislação sanitária e a
qualidade dos produtos e dos insumos agropecuários. Há um capítulo inteiramente dedicado à meto-
dologia e aos procedimentos especiais, em que tais instrumentos são abordados de forma detalhada.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 43


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 6º Este Regulamento estabelece as regras destinadas aos participantes do


Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária e as normas para a reali-
zação de controles oficiais destinados a verificar o cumprimento da legislação
sanitária agropecuária e a qualidade dos produtos e insumos agropecuários,
levando em consideração:
(...)
IV – a aplicação geral dos procedimentos baseados no sistema de Análise de
Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC e análises de riscos;
(...)
VII – a prevenção, eliminação ou redução dos riscos para níveis aceitáveis; (BRA-
SIL, 2006, Anexo).

A análise de risco deve ser método básico utilizado na definição dos procedimen-
tos de atenção à sanidade agropecuária, sendo elaborada utilizando as referências
e os conceitos harmonizados internacionalmente e aprovados em acordos firma-
dos pelo Brasil. Para tanto, devem ser considerados, entre outros, as informações
científicas disponíveis, os processos e os métodos de produção e os métodos
para testes, amostragem e inspeção pertinentes. As autoridades do Suasa devem
estabelecer procedimentos para identificação de riscos, de acordo com suas
respectivas competências.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 44


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 80. A análise de risco será o método básico utilizado na definição dos proce-
dimentos de atenção à sanidade agropecuária.
§ 1º As análises de risco serão elaboradas utilizando as referências e os conceitos
harmonizados internacionalmente e aprovadas em acordos firmados pelo Brasil.
§ 2º Para alcançar o objetivo geral de elevado nível de proteção à saúde animal e
à sanidade vegetal, a garantia da inocuidade dos produtos de origem animal e
vegetal, as medidas sanitárias e fitossanitárias serão baseadas em análise de risco,
exceto quando não for adequado às circunstâncias ou à natureza da medida.
§ 3º Nas análises de risco, serão levadas em consideração as informações científi-
cas disponíveis, os processos e métodos de produção pertinentes, os métodos
para testes, amostragem e inspeção pertinentes, a prevalência de pragas ou doen-
ças específicas, a existência de áreas e locais livres de pragas ou doenças, as condi-
ções ambientais e ecológicas e os regimes de quarentena.
(...)
Art. 81. As autoridades competentes das três Instâncias do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária deverão estabelecer procedimentos para iden-
tificação de riscos, nas áreas de sua competência (BRASIL, 2006, Anexo).

Em relação ao sistema de APPCC, o regulamento do Suasa define que produtores


de animais, vegetais, insumos agropecuários e produtos de origem animal e vege-
tal deverão observar seus princípios.

Conforme já foi mencionado no tópico que trata das obrigações dos participantes das cadeias pro-
dutivas, os produtores têm a obrigação de fornecer as provas da adoção dos requisitos estabelecidos
às autoridades do Suasa, de acordo com a natureza e a dimensão de sua atividade.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 45


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 84. Os produtores de animais, vegetais, insumos agropecuários, inclusive


alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal observarão os
princípios do sistema de Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle –
APPCC, conforme normas específicas.
§ 1º Os produtores de animais, vegetais, insumos agropecuários e produtos de
origem animal e vegetal, conforme normas específicas, devem:
I – fornecer à autoridade competente as provas da observância do requisito
estabelecido, sob a forma por ela exigida, considerando a natureza e a dimensão
de sua atividade;
II – assegurar que todos os documentos que descrevem os processos desenvolvi-
dos estejam sempre atualizados; e
III – conservar quaisquer outros documentos e registros, durante o período
definido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior.
§ 2º Serão definidas condições especiais para pequenos produtores de animais e
vegetais, estabelecendo a utilização de processos citados nas diretrizes, para
aplicação dos princípios do APPCC ou dos sistemas equivalentes.
§ 3º As condições devem especificar o período em que os produtores de animais
e vegetais deverão conservar documentos e registros.
§ 4º Serão reconhecidos no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuá-
ria, em atos específicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
como Instância Central e Superior, ações, programas e projetos implantados com
o objetivo de valorizar as atividades de controle relacionadas com o sistema
APPCC (BRASIL, 2006, Anexo).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 46


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Expandindo o conhecimento!

Os arranjos institucionais e a implementação das políticas públi-


cas

Arranjo institucional é o conjunto de regras, mecanismos e processos que


definem a forma particular como se coordenam atores e interesses na implemen-
tação de uma política pública específica (PIRES; GOMID, 2014). Tais arranjos dão
sustentação às políticas públicas, sendo fundamentais para estabelecer a capacida-
de estatal necessária para sua implementação. Os autores dividem os arranjos
institucionais em dois componentes: o técnico-administrativo e o político-organi-
zacional.

O componente político-organizacional está relacionado às habilidades de inclu-


são dos diversos atores, de negociação e condução dos processos decisórios
compartilhados, sendo orientado por três fatores: a) existência e formas de
interações do Executivo com os agentes do sistema político-representativo; b)
existência e operação efetiva de formas de participação social; e c) atuação dos
órgãos de controle.

O componente técnico-administrativo abrange as habilidades das administrações


públicas de efetivarem a política e gerarem resultados para a sociedade, sendo
operacionalizado por três aspectos: a) existência de organizações com recursos
humanos, financeiros e tecnológicos adequados e disponíveis para a condução
das ações; b) existência e a operação de mecanismos de coordenação (intra e
intergovernamentais); e c) estratégias de monitoramento (produção de informa-
ções, acompanhamento e exigências de desempenho).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 47


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

6.6. Requisitos gerais para a adesão aos Sistemas do Suasa


Os estados, o Distrito Federal e os municípios poderão integrar os Sistemas do Suasa por adesão.
Para tanto, devem adequar seus processos e procedimentos de inspeção e fiscalização de acordo
com os requisitos e demais métodos estabelecidos pelo Mapa. Agora, então, serão analisados os
aspectos gerais relacionados a estes requisitos.
O regulamento do Suasa estabelece, de forma detalhada, os requisitos que devem ser assegurados
pelo Mapa e pelos estados, Distrito Federal e municípios para a adesão aos Sisbi. Entre eles, destacam-
se: eficácia e adequação das inspeções e das fiscalizações; pessoal técnico e auxiliar contratado por
concurso público e sem conflitos de interesse; existência ou acesso a laboratórios, instalações e
equipamentos adequados; poderes legais necessários para as atividades, os controles e as ações
de educação sanitária; ações efetivas de combate a atividades clandestinas; entre outros. A figura 8
informa os requisitos para que os entes federativos façam a adesão aos Sistemas do Suasa.

Figura 8 – Requisitos gerais para a adesão aos Sisbi

• Adequação das inspeções e das fiscalizações;


• Pessoal técnico e auxiliar contratado por concurso
público e sem conflitos de interesses;
• Existência ou acesso a laboratórios oficiais ou
Requisitos credenciados;
gerais • Instalações e equipamentos adequados;
para a • Previsão dos poderes legais necessários para efetuar as
adesão ações e a implementação destas;
aos • Controles e ações de educação sanitária;
Sisbi • Registro de todos os estabelecimentos industriais ou
entrepostos em funcionamento;
• Ação efetiva de combate a atividade clandestinas;
• Submissão de todos os atores integrantes das cadeias
produtivas às inspeções ou às fiscalizações.

Elaboração própria

Pode-se perceber que os requisitos impostos para a adesão aos Sisbi, pelo decreto do Suasa, indicam
as habilidades necessárias às administrações públicas de estados e municípios para efetivarem a
política e gerarem resultados para a sociedade. Os arranjos institucionais propostos para adesão
estão ligados, principalmente, à capacidade técnico-administrativa, conforme proposto por Pires e
Gomide (2014), determinando a necessidade da existência de organizações com recursos humanos,

SUASA Organização, Estrutura e Competências 48


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

financeiros e tecnológicos adequados e disponíveis para a condução das ações. A seguir, alguns
aspectos relacionados aos requisitos para a adesão aos Sisbi serão detalhados.

Requisitos relacionados à legislação


A atuação da administração pública segue o princípio da legalidade, o qual só permite regular e
adotar as condutas determinadas ou autorizadas pelo ordenamento jurídico. Portanto, o primeiro
passo para a implementação de uma política pública é a construção dos dispositivos legais que
autorizam ou determinam sua execução.
No Suasa, isso não é diferente. Assim, para aderir aos Sisbi, estados, Distrito Federal e municípios
devem seguir a legislação federal ou dispor de regulamentos que sejam equivalentes. O objetivo
desta harmonização normativa é garantir que todos os produtos, independentemente de estarem
destinados ao mercado local, regional ou nacional, sejam inspecionados e fiscalizados com o mesmo
rigor, tendo como base controles não discricionários estabelecidos na legislação.
Art. 133. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios que aderirem aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e
Insumos Agropecuários assegurarão:
(...)
Parágrafo único. Para integrar os Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários, os Estados e os Municípios ficam obrigados a seguir a legislação federal
ou dispor de regulamentos equivalentes para inspeção de produtos de origem animal e
vegetal, e de insumos, aprovados na forma definida por este Regulamento e pelas normas
específicas (BRASIL, 2006, Anexo).

Requisitos relacionados à adequação das inspeções e das fiscalizações


De acordo com o guia “Avaliação de políticas públicas: guia prático de análise ex ante” (BRASIL;
IPEA, 2018), no âmbito das políticas públicas, a base legal inicialmente se refere aos dispositivos
que determinam ou autorizam a realização “do que é feito”. Na sequência, abrangem todos os
dispositivos que incidem diretamente sobre sua implementação, alcançando sua finalidade (para que
é feito) e sua forma de implementação (como é feito).
Nesse contexto, para garantir que inspeções e fiscalizações sejam efetuadas de maneira uniforme,
harmônica e equivalente em todos os locais, é necessário que estados e municípios assegurem que
sua execução seja realizada com eficácia e adequação em todas as fases das cadeias produtivas, a fim
de aderirem ao Sisbi.
Art. 133. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios que aderirem aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e
Insumos Agropecuários assegurarão:

SUASA Organização, Estrutura e Competências 49


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

I – eficácia e adequação das inspeções e fiscalizações, em todas as fases das cadeias


produtivas; (BRASIL, 2006, Anexo).

Requisitos relacionados à força de trabalho


Segundo Meirelles (2011), a competência do Estado-membro para organizar seu serviço público
é ampla, mas fica restrita às normas pertinentes da Constituição Federal. Assim, de acordo com o
inciso II do Art. 37 da Constituição Federal, a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração (BRASIL, 1988).
Nesse contexto, quanto à força de trabalho a ser empregada nas equipes de inspeção e fiscalização
do Mapa, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, o regulamento do Suasa determina que o
pessoal técnico e auxiliar seja contratado por concurso público e que não tenha quaisquer conflitos
de interesses.
Já as autoridades responsáveis pelas inspeções e pelas fiscalizações previstas devem ser servidores
públicos devidamente designados. Note-se que o termo “servidor público” significa que a autoridade
deve ocupar um cargo ou emprego público, provido pela aprovação prévia em concurso público,
ou ter sido nomeada em cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração,
conforme consta no inciso II do Art. 37 da Constituição Federal (BRASIL, 1988). A figura 9 relaciona
os requisitos referentes à força de trabalho dos Sistemas do Suasa.

Figura 9 – Requisitos relacionados à força de trabalho das equipes dos Sisbi

Elaboração própria

A política pública e as ações dela decorrentes devem ser executadas por agentes que atuam em
nome do Estado no desempenho da função administrativa, a fim de atender de forma concreta aos
interesses coletivos.Assim, a atuação da administração pública é informada pelo princípio da legalidade,
e ao agente público só é permitido regular e legitimamente adotar as condutas determinadas ou
autorizadas pelo ordenamento jurídico. Neste sentido, o Suasa estabelece que os entes federativos
devem assegurar a previsão dos poderes legais para a realização de inspeções e fiscalizações, assim
como das demais medidas previstas em seu regulamento.
Art. 133. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios que aderirem aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e
Insumos Agropecuários assegurarão:
(...)

SUASA Organização, Estrutura e Competências 50


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

II – que o pessoal técnico e auxiliar que efetua as inspeções e fiscalizações seja contratado
por concurso público;
III – que o pessoal técnico e auxiliar que efetua as inspeções e fiscalizações não tenha
quaisquer conflitos de interesses;
(...)
VI – previsão dos poderes legais necessários para efetuar as inspeções e fiscalizações, e
adoção das medidas previstas neste Regulamento;
(...)
Art. 137. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios designarão servidores públicos
para integrar as equipes para as funções de autoridades responsáveis pelas inspeções e
fiscalizações previstas neste Regulamento (BRASIL, 2006, Anexo).
Para a execução das atividades de inspeção e fiscalização, é necessário um conhecimento específico,
o qual é produzido e mobilizado pelas pessoas que compõem o Serviço e que, por meio de seu
trabalho, transformam-no em resultados concretos para a sociedade. Assim, é necessário garantir
que todo o pessoal encarregado dos controles oficiais tenha formação profissional exigida para as
atividades de inspeção e fiscalização previstas e receba a capacitação adequada para exercer as suas
funções com competência, independência e isenção.
Nesse contexto, o decreto do Suasa estabelece a criação de mecanismos de inter-relacionamento
entre os Sisbi e as instituições de ensino e pesquisa, para a formação, a capacitação e a educação
continuada dos profissionais integrantes dos Sistemas.
Art. 141. Serão criados mecanismos de inter-relacionamento entre os Sistemas Brasileiros
de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários, instituições de ensino e pesquisa, para
a formação, capacitação e educação continuada dos profissionais integrantes (BRASIL,
2006, Anexo).
Note-se que o Mapa foi além dos mecanismos preconizados pelo decreto do Suasa, na medida em
que, em 2015, criou a Escola Nacional de Gestão Agropecuária (Enagro), integrante do Sistema
de Escolas de Governo da União (Segu). A Escola de Governo do Mapa oferece programas de
desenvolvimento e aprendizado, visando ao desenvolvimento de competências e à disseminação do
conhecimento para os diversos segmentos integrantes do setor agropecuário, principalmente no
âmbito do Suasa.

Requisitos relacionados à estrutura física e ao acesso a laboratórios


Para garantir a efetividade e a adequação das inspeções e das fiscalizações, não basta o amparo legal
e os recursos humanos, é preciso infraestrutura administrativa e um efetivo suporte tecnológico e
logístico. Entre esses, podem ser elencados: espaço físico adequado; material de apoio administrativo;

SUASA Organização, Estrutura e Competências 51


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

mobiliário; equipamentos de informática; disponibilidade de veículos em condições adequadas para


o deslocamento do pessoal etc.
Nesse contexto, o Decreto n° 5.741/2006 estabelece, como requisito para a adesão aos Sisbi, a
existência de instalações e equipamentos adequados e sua manutenção, de forma a garantir que o
pessoal possa realizar as inspeções e as fiscalizações com segurança e efetividade (BRASIL, 2006).
A disponibilidade de laboratórios também é fundamental para a efetivação de vários controles,
sendo que as análises laboratoriais são necessárias para cumprir os requisitos relacionados à
inocuidade e à identidade dos produtos de origem animal e vegetal, assim como a idoneidade dos
insumos utilizados na agropecuária.
Dessa forma, como requisito para adesão aos Sisbi, os entes federativos devem assegurar a existência
ou o acesso a laboratórios oficiais ou credenciados, com capacidade adequada para realização de
testes necessários. Os laboratórios devem contar com pessoal qualificado e experiente, em número
suficiente, de forma a realizar os controles oficiais com eficiência e eficácia.
Art. 133. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios que aderirem aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e
Insumos Agropecuários assegurarão: (...)
IV – existência ou acesso a laboratórios oficiais ou credenciados, com capacidade adequada
para realização de testes, com pessoal qualificado e experiente, em número suficiente, de
forma a realizar os controles oficiais com eficiência e eficácia;
V – existência de instalações e equipamentos adequados e sua manutenção, de forma
a garantir que o pessoal possa realizar as inspeções e fiscalizações com segurança e
efetividade; (BRASIL, 2006, Anexo).

Requisitos relacionados à educação sanitária


A educação sanitária em Defesa Agropecuária é um processo ativo e contínuo de utilização de meios,
métodos e técnicas capazes de educar e desenvolver consciência crítica no público-alvo. É conside-
rada uma atividade estratégica e um instrumento de Defesa Agropecuária no Suasa, na medida em
que objetiva garantir o comprometimento dos integrantes da cadeia produtiva agropecuária e da
sociedade em geral, no cumprimento dos objetivos do Sistema.
As atividades de educação sanitária devem ser executadas pelas instâncias do Suasa, por meio dos
Serviços, das instituições e das organizações públicas e privadas, devendo dispor de uma estrutura
organizada para tal.
Art. 39.A educação sanitária é atividade estratégica e instrumento de defesa agropecuária no
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, para garantir o comprometimento
dos integrantes da cadeia produtiva agropecuária e da sociedade em geral, no cumprimento
dos objetivos deste Regulamento.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 52


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

§ 1º Para fins deste Regulamento, entende-se como educação sanitária em defesa agrope-
cuária o processo ativo e contínuo de utilização de meios, métodos e técnicas capazes de
educar e desenvolver consciência crítica no público-alvo.
§ 2º As três Instâncias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária disporão
de estrutura organizada para as ações de educação sanitária em defesa agropecuária.
§ 3º As três Instâncias poderão apoiar atividades de educação sanitária realizadas por ser-
viços, instituições e organizações públicas e privadas (BRASIL, 2006, Anexo).
Considerando sua importância estratégica, a educação sanitária é elencada como um dos requisitos
para a adesão aos Sisbi. Tem como público-alvo os diversos atores presentes nas etapas das cadeias
produtivas dos produtos de origem animal, vegetal e dos insumos utilizados na agropecuária, incluindo
os consumidores.
Art. 133. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios que aderirem aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e
Insumos Agropecuários assegurarão:
(...)
VII – realização de controles e ações de educação sanitária; (BRASIL, 2006, Anexo).
As ações podem ser apoiadas pelos segmentos públicos e privados da cadeia produtiva e da socieda-
de, das instituições de ensino e de pesquisa, desde que estejam em conformidade com as diretrizes
programadas. Atividades podem ser desenvolvidas em propriedades rurais, cooperativas, sindicatos,
feiras e exposições agropecuárias etc. Ações em estabelecimentos de ensino oficial são uma alterna-
tiva, principalmente quando focarem a formação de multiplicadores. Professores podem ser capaci-
tados sobre noções básicas de temas relacionados à Defesa Agropecuária para que, posteriormente,
abordem com alunos de instituições de ensino, principalmente nas comunidades rurais.

Requisitos relacionados ao combate a atividades clandestinas


O Decreto n° 5.741/2006 estabelece que o Mapa e os estados e os municípios que aderirem aos
Sisbi devem assegurar que nenhum estabelecimento industrial ou entreposto funcionará no país sem
que esteja previamente registrado no órgão competente para a fiscalização da sua atividade (BRASIL,
2006).
Para tanto, determina que produtores rurais e industriais, fornecedores de insumos, distribuidores,
cooperativas, associações industriais e agroindustriais, atacadistas e varejistas, importadores,
exportadores, empresários e quaisquer outros operadores ao longo da cadeia de produção
submetam-se a qualquer inspeção ou fiscalização efetuada nos termos do regulamento do Suasa
e apoiem o pessoal da autoridade competente no desempenho de sua missão. Neste contexto, os
entes que aderirem aos Sisbi devem realizar ações efetivas de combate às atividades clandestinas.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 53


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 133. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e os Estados, o Distrito


Federal e os Municípios que aderirem aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e
Insumos Agropecuários assegurarão:
(...)
VIII – que nenhum estabelecimento industrial ou entreposto poderá funcionar no País,
sem que esteja previamente registrado no órgão competente, para a fiscalização da sua
atividade;
IX – ação efetiva de combate a atividades clandestinas; e
X – que os produtores rurais, industriais e fornecedores de insumos, distribuidores, coo-
perativas, associações, industriais e agroindustriais, atacadistas e varejistas, importadores,
exportadores, empresários e quaisquer outros operadores ao longo da cadeia de produ-
ção se submetam a qualquer inspeção ou fiscalização efetuada nos termos deste Regu-
lamento e apoiem o pessoal da autoridade competente no desempenho da sua missão
(BRASIL, 2006, Anexo).
Para Stepan (2019), o combate ao comércio clandestino de produtos de origem animal exige uma
atitude coerciva dos agentes, a qual, muitas vezes, é considerada antipática perante os olhos de alguns
segmentos da população. Além disso, não pode ser executada apenas pela equipe do Serviço de
Inspeção, pois exige, no mínimo, a presença de força policial, em razão da periculosidade envolvida. Por
isso, o combate às atividades clandestinas deve sempre ser desenvolvido de forma interinstitucional.
Estes aspectos podem ser levados não somente para os produtos de origem animal, mas, também,
para os de origem vegetal e para os insumos utilizados na agropecuária.

6.7. Equivalência dos Serviços

Cabe tanto ao Mapa quanto aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios
adotarem as medidas necessárias para garantir que inspeções e fiscalizações dos
Sistemas do Suasa sejam efetuadas de maneira uniforme, harmônica e equivalente
em todos os locais. Para tanto, os Serviços devem adequar seus processos e
procedimentos de acordo com os requisitos e os demais procedimentos estabe-
lecidos pelo Suasa e implantados pelo Mapa. Ao serem reconhecidos como equi-
valentes e aderirem aos Sisbi, os produtos de origem animal inspecionados pelos
Serviços de Inspeção poderão ser comercializados para fora do estado ou dos
municípios onde são produzidos.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 54


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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 152. Os serviços de inspeção dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que
aderirem aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários
serão reconhecidos como equivalentes, para suas atividades e competências, desde que
sigam as normas e regulamentos federais e que atendam aos requisitos estabelecidos pelo
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária e implantados pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conservando suas características administrativas
originais (BRASIL, 2006, Anexo).

Conceito de equivalência
Nesse contexto, é fundamental entender o que é equivalência para fins do Suasa. Assim, considera-se
equivalência de Serviços de Inspeção o estado no qual as medidas de inspeção higiênico-sanitária e
tecnológica aplicadas por diferentes Serviços de Inspeção permitem alcançar os mesmos objetivos
de inspeção, fiscalização, inocuidade e qualidade dos produtos. Este conceito é representado na figura
10.
Seção IV

Da Equivalência dos Serviços

(...)

Art. 149. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os Estados da Federação, o


Distrito Federal e os Municípios adotarão medidas necessárias para garantir que inspeções
e fiscalizações dos produtos de origem animal e vegetal, e dos insumos, sejam efetuadas de
maneira uniforme, harmônica e equivalente em todos os Estados e Municípios.
Parágrafo único. Para fins deste Regulamento, considera-se equivalência de serviços
de inspeção o estado no qual as medidas de inspeção higiênico-sanitária e tecnológica
aplicadas por diferentes serviços de inspeção permitem alcançar os mesmos objetivos
de inspeção, fiscalização, inocuidade e qualidade dos produtos (Incluído pelo Decreto n°
7.216/2010, de 17/6/2010) (BRASIL, 2006, Anexo).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 55


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Figura 10 – Representação do conceito de equivalência dos Serviços de Inspeção do Sisbi,


estabelecido no regulamento do Suasa.
Equivalência dos Serviços de Inspeção

Diferentes medidas de Permitem alcançar os


inspeção higiênico - mesmos objetivos de
sanitária e tecnologica inspeção, fiscalização,
aplicadas por diferentes inocuidade e qualidade dos
serviços de inspeção. produtos.

Elaboração própria.

Reconhecimento da equivalência
Para serem reconhecidos como equivalentes, os Serviços de Inspeção dos estados, do Distrito
Federal, dos municípios e dos consórcios públicos de municípios devem formalizar a solicitação.Além
da análise e da aprovação da documentação exigida, são realizadas auditorias nos Serviços vinculados
aos municípios e aos seus consórcios públicos. Para os Serviços vinculados aos estados e ao Distrito
Federal, não há a exigência de auditoria para o reconhecimento.
Art. 151. Os serviços públicos de inspeção vinculados aos Estados, ao Distrito Federal, aos
Municípios e aos consórcios de Municípios solicitarão a verificação e o reconhecimento
de sua equivalência para a realização do comércio interestadual, na forma definida pelos
procedimentos de adesão aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários.
Parágrafo único. Após a análise e a aprovação da documentação exigida, serão realizadas
auditorias nos serviços de inspeção vinculados aos Municípios e aos consórcios de
Municípios para reconhecer a adesão aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos
e Insumos Agropecuários (Incluído pelo Decreto nº 8.445/2015) (BRASIL, 2006, Anexo).
Condições para o reconhecimento da equivalência
Para que haja o reconhecimento da equivalência e a habilitação dos Serviços de Inspeção nos Sisbi,
o requerimento de solicitação deverá estar acompanhado da legislação que institui e regulamenta
o respectivo Serviço. Também é necessário a comprovação de estrutura e equipe compatíveis com
as atividades que são desenvolvidas. Uma peça fundamental que embasa a solicitação é o plano de
trabalho, que deve contemplar o planejamento das atividades, o monitoramento periódico da sua
execução e as medidas adotadas para a melhoria contínua do Serviço. Dessa forma, este deve ser

SUASA Organização, Estrutura e Competências 56


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

mantido sempre atualizado. Também deve ser encaminhada a lista completa dos estabelecimentos
já registrados e inspecionados pelo Serviço. A figura 11 apresenta a relação das condições para o
reconhecimento, que são definidas no Art. 153 do decreto do Suasa.
Art. 153. São condições para o reconhecimento da equivalência e habilitação dos serviços
de inspeção de produtos nos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários:
I – formalização do requerimento, com base nos requisitos e critérios definidos pelo
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária; (Redação dada pelo Decreto n°
8.445)

II – apresentação da lei que instituiu o serviço de inspeção e da sua regulamentação; (Re-


dação dada pelo Decreto n° 8.445)

III – apresentação de plano de trabalho do serviço de inspeção; (Redação dada pelo De-
creto n° 8.445)

IV – comprovação de estrutura e de equipe compatíveis com as atribuições; e (Redação


dada pelo Decreto n° 8.445)

V – apresentação da lista completa dos estabelecimentos já registrados e inspecionados


pelo serviço de inspeção. (Redação dada pelo Decreto nº 8.445/2015) (BRASIL, 2006,
Anexo).

Figura 11 – Condições para o reconhecimento dos Serviços dos Sisbi

• Adequação das inspeções e das fiscalizações;


• Pessoal técnico e auxiliar contratado por concurso
público e sem conflitos de interesses;
• Existência ou acesso a laboratórios oficiais ou
Requisitos credenciados;
gerais • Instalações e equipamentos adequados;
para a • Previsão dos poderes legais necessários para efetuar as
adesão ações e a implementação destas;
aos • Controles e ações de educação sanitária;
Sisbi • Registro de todos os estabelecimentos industriais ou
entrepostos em funcionamento;
• Ação efetiva de combate a atividade clandestinas;
• Submissão de todos os atores integrantes das cadeias
produtivas às inspeções ou às fiscalizações.

Elaboração própria.

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ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

O Mapa editou instruções normativas específicas que estabelecem os requisitos e os demais


procedimentos necessários para a adesão aos Sisbi. Tais normativos encontram-se disponíveis em:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/suasa.
Importa, ainda, registrar que, para requerer o reconhecimento da equivalência e a adesão ao Sisbi-
POA, o Serviço de Inspeção precisa estar com seu cadastrado atualizado no e-Sisbi, que é um
sistema eletrônico disponibilizado para gestão dos Serviços de Inspeção de Produtos de Origem
Animal oficiais dos estados, do Distrito Federal, dos municípios e dos consórcios de municípios,
contemplando o Cadastro Geral voluntário de todos os Serviços de Inspeção, dos estabelecimentos
e dos produtos neles registrados, além de controles aplicados à referida inspeção. Saiba mais em:
https://www.gov.br/pt-br/servicos/cadastrar-servicos-de-inspecao-estabelecimentos-e-produtos-
inspecionados-no-e-Sisbi.

Competências para o reconhecimento da equivalência


A solicitação de reconhecimento deve ser encaminhada ao Mapa, que fará a análise e a aprovação
da equivalência do Serviço. Antes, porém, os estados já aderidos farão a análise documental e uma
auditoria técnico-administrativa nos Serviços vinculados aos municípios e a seus consórcios públicos.
Caso o estado não esteja aderido, caberá ao Mapa a análise documental e a realização da auditoria.
Art. 153. São condições para o reconhecimento da equivalência e habilitação dos serviços
de inspeção de produtos nos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários:
(...)
§ 1º Os serviços públicos de inspeção dos Estados e do Distrito Federal solicitarão ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a análise e a aprovação da documentação
para reconhecimento da equivalência. (Redação dada pelo Decreto n° 8.445/2015)
§ 2º Competem aos serviços públicos de inspeção dos Estados que aderiram aos Sistemas
Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários a análise da documentação
e a realização de auditoria técnico-administrativa para verificação da equivalência dos
serviços públicos de inspeção vinculados aos Municípios e aos consórcios de Municípios
em sua jurisdição, antes da aprovação final pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. (Redação dada pelo Decreto n° 8.445/2015)
§ 3º Na hipótese de o serviço público de inspeção do Estado não ter aderido aos Siste-
mas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários, os serviços públicos
de inspeção vinculados aos Municípios e aos consórcios de Municípios em sua jurisdição
solicitarão diretamente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a análise
e a aprovação da documentação e a realização de auditoria técnico-administrativa para
reconhecimento da equivalência. (Redação dada pelo Decreto n° 8.445/2015) (BRASIL,
2006, Anexo).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 58


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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

O decreto do Suasa estabelece que os estados, o Distrito Federal e os municípios devem garantir
que todos os produtos, independentemente de estarem destinados ao mercado local, regional ou
nacional, sejam inspecionados e fiscalizados com o mesmo rigor. Também as autoridades competen-
tes nos destinos devem verificar o cumprimento da legislação dos produtos, por meio de controles
não discriminatórios.
Os entes podem solicitar informações técnicas específicas aos serviços oficiais que tenham procedi-
do à entrega de mercadorias provenientes de outras jurisdições. Os Serviços das unidades federadas
devem informar ao Mapa, aos estados e municípios quando aprovarem estabelecimentos de acordo
com sua legislação.
Art. 152. (...)
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios garantirão que todos os produtos,
independentemente de estarem destinados ao mercado local, regional ou nacional, sejam
inspecionados e fiscalizados com o mesmo rigor.
§ 2º As autoridades competentes nos destinos devem verificar o cumprimento da legisla-
ção de produtos de origem animal e vegetal, por meio de controles não-discriminatórios.
§ 3º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem solicitar informações técnicas
específicas aos serviços oficiais que tenham procedido à entrega de mercadorias
provenientes de outros Estados, Distrito Federal ou Municípios.
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios que, nos termos da sua legislação,
aprovarem estabelecimentos situados no seu território, devem informar ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e aos demais Estados e Municípios (BRASIL, 2006,
Anexo).

6.8. Auditorias e avaliações técnicas nos Serviços dos Sisbi


As auditorias e as avaliações técnicas realizadas nos Serviços dos entes federativos podem ser
divididas de acordo com suas finalidades, sendo para: 1) organização e aperfeiçoamento dos Sistemas;
2) adesão aos Sistemas; e 3) manutenção da adesão e aperfeiçoamento dos Serviços aderidos.

Para a organização e o aperfeiçoamento dos Sisbi


A finalidade das auditorias e das avaliações técnicas é de organizar, estruturar e sistematizar
adequadamente as ações de inspeção e fiscalização, além de buscar o aperfeiçoamento dos Sistemas
do Suasa.
Cabe ao Mapa a orientação dos demais Serviços de Inspeção, visando ao cumprimento dos dispositi-
vos legais estabelecidos no regulamento do Suasa. Em relação às competências, fica estabelecido que
os Serviços de Inspeção dos estados e do Distrito Federal serão avaliados pelo Mapa, ao passo que
os serviços dos municípios e seus consórcios públicos serão avaliados pelos estados.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 59


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 135. Auditorias e avaliações técnicas serão realizadas para organizar, estruturar e sis-
tematizar adequadamente as ações de inspeção e fiscalização no território nacional e para
buscar o aperfeiçoamento dos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários, sendo observados os seguintes procedimentos:
I – os serviços públicos de inspeção dos Estados e do Distrito Federal serão avaliados pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e
II – os serviços públicos de inspeção dos Municípios serão avaliados pelos Estados,
observando sua área de atuação geográfica.
§ 1º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento deverá orientar os serviços
públicos de inspeção dos Estados, do Distrito Federal e do Município para o cumprimento
dos dispositivos legais estabelecidos neste Regulamento.
§ 2º Eventuais medidas de correção adotadas serão comunicadas às organizações
representativas da sociedade, da região ou setores afetados (BRASIL, 2006, Anexo).
O regulamento do Suasa estabelece que o Mapa realizará auditorias anuais nos Serviços dos estados
e dos municípios que ainda não aderiram ou que optaram pela não adesão aos Sisbi. Da mesma
forma, os estados farão nos municípios de sua jurisdição. Caso haja solicitação formal, a União poderá
cooperar tecnicamente com os estados, e estes com seus municípios, realizando avaliações técnicas.
Art. 132. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que ainda não tenham aderido ou
decidirem pela não-adesão aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários terão suas inspeções e fiscalizações de produtos de origem animal e vegetal,
e insumos agropecuários, reconhecidas apenas no âmbito de sua jurisdição.
§ 1º Desde que haja solicitação formal, a União poderá cooperar tecnicamente com os
Estados e com o Distrito Federal, da mesma forma que os Estados poderão cooperar com
os Municípios.
§ 2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento realizará auditorias anualmente
nos serviços de inspeção dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.
§ 3º Os Estados realizarão auditorias anuais nos Municípios em sua jurisdição (BRASIL,
2006, Anexo)

Para a adesão aos Sisbi


Para a adesão aos Sisbi, o regulamento do Suasa define a necessidade de auditorias apenas nos
Serviços de Inspeção vinculados aos municípios e a seus consórcios públicos.
Art. 151. Os serviços públicos de inspeção vinculados aos Estados, ao Distrito Federal, aos
Municípios e aos consórcios de Municípios solicitarão a verificação e o reconhecimento
de sua equivalência para a realização do comércio interestadual, na forma definida pelos
procedimentos de adesão aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 60


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Parágrafo único. Após a análise e a aprovação da documentação exigida, serão realizadas


auditorias nos serviços de inspeção vinculados aos Municípios e aos consórcios de Muni-
cípios para reconhecer a adesão aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e In-
sumos Agropecuários (Redação dada pelo Decreto nº 8.445/2015) (BRASIL, 2006, Anexo,
grifos nossos).
A competência para a realização das auditorias de verificação da equivalência nos Serviços de
Inspeção de municípios e seus consórcios públicos é dos estados aderidos. No entanto, caso o
estado não seja aderido, caberá ao Mapa sua realização.
Art. 153. São condições para o reconhecimento da equivalência e habilitação dos serviços
de inspeção de produtos nos Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos
Agropecuários: (...)
§ 2º Competem aos serviços públicos de inspeção dos Estados que aderiram aos Sistemas
Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários a análise da documentação
e a realização de auditoria técnico-administrativa para verificação da equivalência dos ser-
viços públicos de inspeção vinculados aos Municípios e aos consórcios de Municípios em
sua jurisdição, antes da aprovação final pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
mento. (Redação dada pelo Decreto nº 8.445/2015)
§ 3º Na hipótese de o serviço público de inspeção do Estado não ter aderido aos Sistemas
Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários, os serviços públicos de
inspeção vinculados aos Municípios e aos consórcios de Municípios em sua jurisdição
solicitarão diretamente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a análise
e a aprovação da documentação e a realização de auditoria técnico-administrativa para
reconhecimento da equivalência. (Redação dada pelo Decreto n° 8.445/2015) (BRASIL,
2006, Anexo).
8.445/2015) (BRASIL, 2006, Anexo).

Para a manutenção da adesão e o aperfeiçoamento do Sisbi


Após a adesão, ao Sisbi, dos Serviços de Inspeção vinculados aos estados, ao Distrito Federal, aos
municípios e a seus consórcios públicos, estes serão submetidos, de forma periódica, a auditorias
técnico-administrativas periódicas realizadas pelo Mapa, visando à manutenção da adesão e ao
aperfeiçoamento do Sistema.
Art. 153.
(...)
§ 4º Os serviços de inspeção vinculados aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e
aos consórcios de Municípios que aderiram ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos
de Origem Animal serão periodicamente submetidos a auditorias técnico-administrativas
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para aperfeiçoamento desse
Sistema e manutenção da adesão. (Redação dada pelo Decreto n° 8.445/2015) (BRASIL,
2006, Anexo).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 61


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

6.9. Estabelecimentos de pequeno porte nos Sisbi


O § 9º do Art. 2º do Decreto n° 5.741/2006, que foi acrescido pelo Decreto n° 7.216/2010, estabelece
que o Suasa respeitará as especificidades regionais de produtos e das diferentes escalas de produção,
incluindo a agroindústria rural de pequeno porte.
Art. 2º As regras e os processos do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária contêm os
princípios a serem observados em matéria de sanidade agropecuária, especialmente os relacionados
com as responsabilidades dos produtores, dos fabricantes e das autoridades competentes, com
requisitos estruturais e operacionais da sanidade agropecuária.
(...)
§ 9º O Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária respeitará as especificidades regionais
de produtos e das diferentes escalas de produção, incluindo a agroindústria rural de pequeno porte.
(Incluído pelo Decreto n° 7.216, de 17/6/2010) (BRASIL, 2006, Anexo).
O regulamento do Suasa determina que o Mapa deve estabelecer normas específicas, observando o
risco mínimo de disseminação de doenças para saúde animal, de pragas e de agentes microbiológicos
e químicos prejudiciais à saúde pública, bem como os interesses dos consumidores. Tais normas
devem abranger três etapas, sendo:

a) Produção rural: para a preparação, a manipulação ou


a armazenagem doméstica de produtos de origem
agropecuária para consumo familiar;

b) Venda ou fornecimento: a retalho ou a granel de


pequenas quantidades de produtos da produção
primária, direto ao consumidor final, pelo agricultor
familiar ou equivalente e suas organizações ou pelo
pequeno produtor rural que os produz;

c) Agroindustrialização: realizada pela


agricultura familiar ou equivalente e suas
organizações, inclusive quanto às condições
estruturais e de controle de processo.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 62


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ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 7º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelecerá


normas específicas de defesa agropecuária a serem observadas: (Redação dada
pelo Decreto n° 8.471, de 22/6/2015)
I – na produção rural para a preparação, a manipulação ou a armazenagem
doméstica de produtos de origem agropecuária para consumo familiar, que ficará
dispensada de registro, inspeção e fiscalização; (Redação dada pelo Decreto n°
8.471, de 22/6/2015)
II – na venda ou no fornecimento a retalho ou a granel de pequenas quantidades
de produtos da produção primária, direto ao consumidor final, pelo agricultor
familiar ou equivalente e suas organizações ou pelo pequeno produtor rural que
os produz; e (Redação dada pelo Decreto n° 8.471, de 22/6/2015)
III – na agroindustrialização realizada pela agricultura familiar ou equivalente e
suas organizações, inclusive quanto às condições estruturais e de controle de
processo. (Redação dada pelo Decreto n° 8.471, de 22/6/2015)
(...)
§ 2º As normas específicas previstas neste artigo deverão observar o risco
mínimo de disseminação de doenças para saúde animal, de pragas e de agentes
microbiológicos e químicos prejudiciais à saúde pública e os interesses dos
consumidores. (Redação dada pelo Decreto n° 8.471, de 22/6/2015) (BRASIL,
2006, Anexo).

Considerando a obrigação da adoção dos princípios da APPCC, determinada pelo Art. 84 do Decreto
n° 5.741/2006, foi aberta a possibilidade de tratamento especial para pequenos produtores de animais
e vegetais. Esses atores devem ser diferenciados tanto em relação à aplicação dos requisitos quanto
sobre o período em que deverão conservar documentos e registros.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 63


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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 84. Os produtores de animais, vegetais, insumos agropecuários, inclusive


alimentos para animais, e produtos de origem animal e vegetal observarão os
princípios do sistema de Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle –
APPCC, conforme normas específicas.
§ 1º Os produtores de animais, vegetais, insumos agropecuários e produtos de
origem animal e vegetal, conforme normas específicas, devem:
I – fornecer à autoridade competente as provas da observância do requisito
estabelecido, sob a forma por ela exigida, considerando a natureza e a dimensão
de sua atividade;
II – assegurar que todos os documentos que descrevem os processos desenvolvi-
dos estejam sempre atualizados; e
III – conservar quaisquer outros documentos e registros, durante o período
definido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como Instância
Central e Superior.
§2º Serão definidas condições especiais para pequenos produtores de animais e
vegetais, estabelecendo a utilização de processos citados nas diretrizes, para
aplicação dos princípios do APPCC ou dos sistemas equivalentes.
§ 3º As condições devem especificar o período em que os produtores de animais
e vegetais deverão conservar documentos e registros (BRASIL, 2006, Anexo).

No âmbito do Sisbi-POA, o decreto do Suasa permite que os estados, o Distrito Federal e os


municípios editem normas específicas relativas às condições gerais de instalações, equipamentos
e práticas operacionais para estabelecimentos agroindustriais de pequeno porte. Além disso,
estabelece os critérios, relacionados à propriedade, ao uso, às instalações e à área útil, para que o
estabelecimento seja considerado de pequeno porte.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 64


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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 143-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão editar


normas específicas relativas às condições gerais de instalações, equipamentos e
práticas operacionais de estabelecimento agroindustrial de pequeno porte,
observados o disposto no art. 7º, os princípios básicos de higiene dos alimentos
e a garantia da inocuidade dos produtos de origem animal. (Redação dada pelo
Decreto n° 8.471, de 22/6/2015)
Parágrafo único. Entende-se por estabelecimento agroindustrial de pequeno
porte de produtos de origem animal aquele que, cumulativamente:
I – pertence, de forma individual ou coletiva, a agricultores familiares ou equiva-
lentes ou a produtores rurais;
II – é destinado exclusivamente ao processamento de produtos de origem animal;
III – dispõe de instalações para:
a) abate ou industrialização de animais produtores de carnes;
b) processamento de pescado ou seus derivados;
c) processamento de leite ou seus derivados;
d) processamento de ovos ou seus derivados; ou
e) processamento de produtos das abelhas ou seus derivados; e
IV – possui área útil construída não superior a duzentos e cinquenta metros
quadrados. (Redação dada pelo Decreto n° 8.471/2015, de 22/6/2015) (BRASIL,
2006, Anexo).

6.10. Desabilitação dos Serviços nos Sisbi


Os Serviços de Inspeção dos Sisbi podem ser desabilitados, na comprovação de uma das três situações,
sendo: quando descumprirem normas, atividades e metas previstas e aprovadas no programa de
trabalho, comprometendo os objetivos do Suasa; pela falta de alimentação e atualização do sistema
de informação; e pela falta de atendimento às solicitações formais de informações.
A figura 12 apresenta as situações mencionadas.

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COMPETÊNCIAS

Art. 154. Os serviços públicos de inspeção dos Sistemas Brasileiros de Inspeção


de Produtos e Insumos Agropecuários serão desabilitados, na comprovação dos
seguintes casos:
I – descumprimento das normas e das atividades e metas previstas e aprovadas
no programa de trabalho, que comprometam os objetivos do Sistema Unificado
de Atenção à Sanidade Agropecuária;
II – falta de alimentação e atualização do sistema de informação; e
III – falta de atendimento tempestivo a solicitações formais de informações (BRA-
SIL, 2006, Anexo).

Figura 12 – Situações para a desabilitação dos Serviços reconhecidos como equivalentes nos Sisbi
Desabilitação do Serviço reconhecido

I – Descumprimento de normas, II – Falta de alimentação e III – falta de atendimento


atividades e metas previstas atualização do sistema de tempestivo a solicitações
e aprovadas no programa de informação; formais de informações.
trabalho, que comprometam os
objetivos do Sistema Unificado de
Atença a Sanidade Agropecuária;
Elaboração própria.

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Módulo IV: Atividades executadas por meio da


adesão aos SISBI

7. Atividades executadas por meio da adesão aos


SISBI

Expandindo o conhecimento!
Delegação de competência
O Decreto-Lei n° 200/1967 instituiu os princípios fundamentais da administração
federal, entre os quais destaca-se a descentralização e a delegação de competên-
cia (BRASIL, 1967). Dessa forma, a execução das atividades da administração fede-
ral deverá ser descentralizada para as unidades federadas, desde que estas este-
jam devidamente aparelhadas e mediante convênio. A norma traz, também, a
determinação de que a execução de programas federais, que tenham caráter
local, deve ser delegada aos órgãos estaduais ou municipais incumbidos dos servi-
ços correspondentes. Note-se que os órgãos federais responsáveis pelos progra-
mas devem conservar a autoridade normativa, exercendo o controle e a fiscaliza-
ção, indispensáveis sobre a execução local.
Assim, nos Arts. 11 e 12 do Decreto-Lei n° 200/1967 fica estabelecido que a dele-
gação deverá ser utilizada como um instrumento da descentralização, visando
assegurar maior rapidez e objetividade às decisões, situando-as na proximidade
dos fatos, das pessoas ou dos problemas a atender.Tanto o presidente da Repúbli-
ca quanto os ministros e as autoridades da administração federal podem conce-
der a delegação. O ato de delegação deve indicar a autoridade delegante, a autori-
dade delegada e as atribuições que serão objeto de delegação. O instrumento da
delegação de competência é regulamentado pelo Decreto n° 83.937/1979, que
deixa claro que a delegação de competência não envolve a perda dos poderes do
delegante, podendo este ser novamente avocado sem prejuízo da validade da
delegação (BRASIL, 1979).
Também a Lei nº 9.784/1999, conhecida como Lei do Processo Administrativo
Federal, trata da delegação de competência. Esta estabelece que a competência
de um órgão é irrenunciável, porém, pode ser delegada, com exceção de três
objetos: a edição de atos de caráter normativo; a decisão de recursos administra-
tivos; e as matérias de competência exclusiva do órgão ou da autoridade. O ato
de delegação deve ser publicado no meio oficial e deve especificar as matérias e
os poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração, os objeti-
vos da delegação e o recurso cabível.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 67


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7.1. Sisbi como instrumento de delegação


O Sisbi é uma ferramenta específica da Defesa Agropecuária para delegar algumas competências
do Mapa a estados e municípios. Desse modo, é necessário revisar alguns aspectos relativos à
descentralização administrativa e à delegação de competência, para que seja possível entender
melhor esta afirmação.
A descentralização administrativa e a delegação de competência são princípios antigos da administra-
ção federal, estabelecidos pelo Decreto-Lei n° 200/1967, que devem ser aplicados a fim de garantir
maior amplitude, agilidade e capilaridade à prestação dos Serviços e à implementação das políticas
públicas. Apesar de terem sido estabelecidos há muito tempo, tais princípios continuam sendo fun-
damentais para a gestão pública, principalmente em um país de dimensões continentais que apresen-
ta realidades tão diversificadas como o Brasil.
No âmbito da Política Agrícola não é diferente, na medida em que, em seu ordenamento, é estabele-
cido como um de seus objetivos a promoção da descentralização da execução dos serviços públicos
de apoio ao setor rural. Isto para que as ações que envolvam estados, Distrito Federal e municípios
sejam complementadas, a fim de adequar os diversos mecanismos às necessidades e às realidades
específicas de cada local, cabendo, também, a estes assumir suas responsabilidades na execução das
ações de Defesa Agropecuária.

Art. 3° São objetivos da política agrícola:


(...)
VI – promover a descentralização da execução dos serviços
públicos de apoio ao setor rural, visando a complementariedade de ações
com Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, cabendo a estes assumir
suas responsabilidades na execução da política agrícola, adequando os diversos
instrumentos às suas necessidades e realidades (BRASIL, 1991a, grifos nossos).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 68


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COMPETÊNCIAS

Após analisar a organização do Sisbi, é possível verificar que o Mapa deve atuar
em dois grandes eixos. O primeiro estabelecendo medidas necessárias para
garantir que inspeções e fiscalizações dos produtos de origem animal e vegetal e
dos insumos e serviços utilizados na agropecuária sejam efetuadas de maneira
uniforme, harmônica e equivalente por todos os entes federativos. O outro eixo
é um instrumento específico de delegação de competência de algumas de suas
atividades, implementadas por meio da adesão dos Serviços de estados e municí-
pios ao Sisbi.

Exemplificando o exposto, pode-se utilizar o caso da inspeção de produtos de origem animal. O Art.
4° da Lei n° 1.283/1950 dá competência tanto ao Mapa quanto aos estados e aos municípios para
realizarem essa atividade (BRASIL, 1950). No entanto, há uma limitação da atuação relacionada ao
tipo de comércio realizado pelo estabelecimento inspecionado. Assim, cabe ao Mapa fiscalizar os
estabelecimentos que praticam vendas interestaduais ou internacionais; aos estados e ao Distrito
Federal os que fazem comércio intermunicipal; e aos municípios os que atuam no âmbito local.
É importante lembrar que o regulamento do Suasa estabelece que os Serviços de Inspeção que
não aderirem ao Sisbi terão suas inspeções e fiscalizações de produtos e insumos agropecuários
reconhecidas apenas no âmbito de sua jurisdição.

Art. 132. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que ainda não tenham
aderido ou decidirem pela não-adesão aos Sistemas Brasileiros de Inspeção de
Produtos e Insumos Agropecuários terão suas inspeções e fiscalizações de
produtos de origem animal e vegetal, e insumos agropecuários, reconhecidas
apenas no âmbito de sua jurisdição (BRASIL, 2006, Anexo).

No entanto, se os Serviços estaduais, distritais ou municipais forem reconhecidos como equivalentes


e aderirem ao Sisbi-POA, poderão inspecionar os estabelecimentos que realizam o comércio
interestadual, assim como o Mapa.
Nesse contexto, pode-se considerar que a adesão ao Sisbi por parte dos estados, do Distrito Federal
e dos municípios é uma forma de delegação de competência, pois transfere a execução de algumas

SUASA Organização, Estrutura e Competências 69


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atividades do Mapa, administração federal, para as unidades federadas. Isto ocorre desde que os Ser-
viços sejam considerados equivalentes, na terminologia do Suasa, ou devidamente aparelhados, na
terminologia trazida pela legislação que trata dos princípios fundamentais da administração federal.

Assim, pode-se concluir que a adesão aos Sisbi é um instrumento específico de


delegação de competência da Defesa Agropecuária, instituído pela Lei n°
9.712/1998, a fim de dar cumprimento a um dos objetivos da Política Agrícola, ou
seja, promover a descentralização da execução dos serviços públicos de apoio ao
setor rural, visando à complementariedade de ações com os entes federativos.

Por meio do Sisbi, o Mapa pode delegar algumas de suas competências para os estados, o Distrito Fe-
deral, os municípios e seus consórcios. As definições sobre quais atividades podem ser delegadas e a
quais entes estão nas diversas legislações da Defesa Agropecuária que serão analisadas mais adiante.
Vale lembrar que todos os instrumentos de delegação de competência têm caráter facultativo e
transitório e apoiam-se em razões de oportunidade, na conveniência e na capacidade do delegado de
exercer satisfatoriamente as atribuições que lhe foram conferidas, conforme afirma Meirelles (2011).
Além disso, é necessário que as atividades sejam acompanhadas e auditadas por aquele que delegou.
É neste contexto que o Sisbi utiliza a ferramenta das auditorias de equivalência e de manutenção
da adesão, a fim de verificar se o Serviço delegado está sendo executado conforme os requisitos
estabelecidos.
Como a delegação de competência não envolve a perda dos poderes correspondentes, caso seja
conveniente exercer novamente as atividades, é possível a avocação pelo delegante, sem prejuízo da
validade da delegação estabelecida.
É oportuno lembrar que a adesão aos Sisbi não está, necessariamente, atrelada ao repasse de
recursos por parte da União, uma vez que os entes federativos também têm o dever de assumir suas
responsabilidades na execução das ações de Defesa Agropecuária, conforme definido na Lei Agrícola.
As atividades dos Sisbi provocam um impacto tão significativo, tanto na saúde pública quanto no
desenvolvimento socioeconômico da região, que, muitas vezes, são suficientes para justificar sua
implementação.
Esse é o caso do Sisbi-POA, pois, na medida em que os Serviços aderem ao Sistema, os estabele-
cimentos nele registrados podem comercializar seus produtos em todo o território nacional. Em
razão da ampliação do mercado potencial, ocorre um incremento na produção e na atração de novos
investimentos, que contribuem para o desenvolvimento socioeconômico local.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 70


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ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

A definição sobre quais atividades podem ser delegadas e a quem consta das diversas legislações da
Defesa Agropecuária. Por este motivo, faz-se fundamental analisar cada uma delas em relação a este
aspecto, o que será visto seguir. No entanto, antes de prosseguir, é importante ressaltar que as leis e
os decretos que regem as atividades da Defesa Agropecuária foram publicados em várias épocas. A
grande maioria destas leis é anterior à publicação da própria Lei da Defesa Agropecuária, de 1998, e
do decreto do Suasa, de 2006.
Somado a isso, alguns conceitos e definições na administração pública federal foram alterados du-
rante os anos. Este é o caso da legislação que dispõe sobre as normas relativas às transferências de
recursos da União mediante convênios. Atualmente, o Decreto n° 6.170, de 25 de julho de 2007,
dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios e con-
tratos de repasse, entre outros (BRASIL, 2007a).
De forma resumida, pode-se dizer que os convênios são instrumentos que disciplinam a transferên-
cia de recursos financeiros da União, tendo como partícipes um órgão ou uma entidade da admi-
nistração pública federal e um órgão ou uma entidade da administração pública estadual, distrital ou
municipal. Tais instrumentos visam à execução de programa de governo, envolvendo a realização de
projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua
cooperação.

Art. 1º Este Decreto regulamenta os convênios, contratos de repasse e termos


de execução descentralizada celebrados pelos órgãos e entidades da administra-
ção pública federal com órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins lucrati-
vos, para a execução de programas, projetos e atividades que envolvam a transfe-
rência de recursos ou a descentralização de créditos oriundos dos Orçamentos
Fiscal e da Seguridade Social da União. (Redação dada pelo Decreto nº 8.180, de
2013)
§ 1º Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
I – convênio – acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a
transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos
Fiscal e da Seguridade Social da União e tenha como partícipe, de um lado, órgão
ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro lado,
órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta
ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando a execução
de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço,
aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua coope-
ração; (BRASIL, 2007a).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 71


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COMPETÊNCIAS

Nesse contexto, quando se analisa as diferentes legislações afetas às atividades da Defesa Agropecuária,
observa-se que algumas não definem o instrumento de delegação, já outras falam em acordos e
convênios. Apenas os decretos que regulamentam a inspeção de produtos de origem animal e da
classificação vegetal citam os Sisbi. Isso ocorre, principalmente, em razão dos instrumentos legais
serem anteriores ao decreto do Suasa. Assim, quando as legislações das diversas áreas da Defesa
Agropecuária tratam da delegação de competência, entende-se que se trata da adesão aos Sisbi.

7.2. Áreas de atuação e atividades delegáveis


Considerando que as atividades dos Sisbi devem ser executadas conforme a legislação vigente da
Defesa Agropecuária, a seguir serão identificadas as leis específicas e seus respectivos regulamentos,
em cada área, detalhando as atividades passíveis de execução por meio da adesão aos Sisbi.
Novamente, cabe lembrar que as legislações da Defesa Agropecuária tratam a delegação de compe-
tência de diversas formas. No entanto, a Lei n° 9.712/1998 definiu que o instrumento adequado é a
adesão aos Sisbi. Outro aspecto importante para ser observado é que os instrumentos de delegação
de competência têm caráter facultativo, apoiando-se em razões de oportunidade, conveniência, entre
outras. Assim, mesmo que as legislações específicas possibilitem a delegação de várias atividades, isto
não significa que todas serão repassadas pelo Mapa por meio dos Sisbi.

Em geral, a definição acerca das áreas em que cada Serviço irá atuar nos respecti-
vos Sisbi é proposta no plano de trabalho apresentado na adesão. Quanto ao
Sisbi-POA, apesar de possuir apenas uma área de atuação, ou seja, a inspeção de
produtos de origem animal, sua execução pode ser limitada a alguns tipos de
estabelecimentos. Como exemplo, pode-se dizer que um determinado município
poderá aderir ao Sisbi-POA e executar apenas a inspeção dos estabelecimentos
de abate ou de produção de mel. No âmbito do Sisbi-AGRI, um estado aderido
poderá, por exemplo, executar apenas a fiscalização do comércio de fertilizantes.

Passa-se, agora, a analisar cada um dos Sisbi em relação à legislação que os ampara e às atividades
que podem ser delegadas.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 72


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7.2.1. Sisbi-POV – inspeção de produtos de origem vegetal


A inspeção de produtos de origem vegetal do Sisbi-POV é formada por três áreas, que possuem
legislações distintas, sendo: vinhos e derivados; bebidas; e qualidade vegetal. A figura 13 apresenta as
áreas de atuação desse Sistema.
Figura 13 – Áreas de atuação do Sisbi-POV

Sisbi-POV

Vinhos e Bebidas Qualidade


derivados vegetal

Elaboração própria.

As ações de inspeção de produtos de origem vegetal são suportadas por sete leis e sete decretos,
que constam no quadro 7.
Quadro 7 – Leis e decretos que regem as atividades do Sisbi-POV
Produto Legislação

Lei n° 7.678, de 8 de novembro de 1988

Lei n° 10.970, de 12 de novembro de 2004


Vinhos e derivados
Decreto n° 8.198, de 20 de fevereiro de 2014

Decreto n° 9.348, de 17 de abril de 2018

Lei n° 8.918, de 14 de julho de 1994

Lei n° 13.001, de 20 de junho de 2014

Lei n° 13.648, de 11 de abril de 2018


Bebidas
Decreto n° 6.871, de 4 de julho de 2009

Decreto n° 7.968, de 26 de março de 2013

Decreto n° 8.592, de 16 de dezembro de 2015

SUASA Organização, Estrutura e Competências 73


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Lei n° 9.972, de 25 de maio de 2000

Lei n° 12.341, de 1º de dezembro de 2010


Classificação vegetal
Decreto n° 6.268, de 22 de novembro de 2007

Decreto n° 8.446, de 6 de maio de 2015


Elaboração própria.

Para mais informações sobre a inspeção de produtos de origem vegetal, acesse:


https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal.

Acerca do Sisbi-POV, acesse: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sua-


sa/sisbi-pov. Neste endereço, é possível conferir a instrução normativa que
estabelece os requisitos e o procedimento para adesão dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios e seus consórcios públicos ao Sisbi-POV do Suasa.

Vinhos e derivados
O Decreto n° 8.198/2014 define quais são as atividades que podem ser delegadas aos estados e ao
Distrito Federal, por meio da exclusão daquelas que são privativas do Mapa.

Art. 4° O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá celebrar


convênios, ajustes ou acordos com órgãos e entidades públicas dos Estados,
Distrito Federal e Territórios, para a execução, sob sua supervisão, das competên-
cias que lhe foram atribuídas em lei e neste Regulamento.
Parágrafo único. Ficam excluídos do disposto no caput os incisos I, II, III, VI, IX, X,
XI, XII, XIII, XV e XVII do Art. 3º (BRASIL, 2014).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 74


SUASA
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Expedir Guia de Livre Trânsito para


3 4
Executar a análise prévia e expedir a Guia de Livre
comercialização a granel de vinhos e derivados Trânsito para o vinagre destinado à acetificação
da uva e do vinho nacionais (BRASIL, 2014, Art. de vinho (BRASIL, 2014, Art. 3°, inciso VIII);
3°, inciso VII);

2 Assim, por meio da adesão ao Sisbi-POV,


os órgãos executores da Defesa Providenciar o cadastramento da produção, o
5
Analisar os vinhos e os derivados da uva estoque e a comercialização das uvas, dos vinhos
e do vinho nacionais e importados Agropecuária dos estados e o Distrito
e dos derivados da uva e do vinho (BRASIL, 2014,
(BRASIL, 2014, Art. 3°, inciso V); Federal poderão executar as seguintes Art. 3°, inciso XIV);
ações:

1
Inspecionar, fiscalizar e controlar, sob o aspecto
6
Fiscalizar a avaliação físico-química e sensorial de
higiênico-sanitário e tecnológico, os
vinhos e derivados da uva e do vinho para fins de
estabelecimentos de vinhos e derivados da uva
concurso, julgamento ou competição pública
e do vinho, desde a produção até a
(BRASIL, 2014, Art. 3°, inciso XIV).
comercialização (BRASIL, 2014, Art. 3°, inciso
IV);

Vale observar que não há previsão legal para que os municípios atuem na inspeção de vinhos e
derivados.
Bebidas
A Lei n° 8.918/1994, de 14 de julho de 1994, conhecida como Lei de Bebidas, estabelece que também
podem realizar o registro, a padronização, a classificação e, ainda, a inspeção e a fiscalização da
produção e do comércio de bebidas, em relação aos seus aspectos tecnológicos, os órgãos estaduais
competentes, desde sejam credenciados pelo Mapa (BRASIL, 1994).
Já as atividades de inspeção e fiscalização podem ser delegadas, por meio de acordos e convênios,
a órgãos dos demais entes federativos, ou seja, aos municípios e seus consórcios públicos. Já o
Decreto n° 6.871/2009, de 4 de julho de 2009, define que o Mapa estabelecerá os critérios relativos
à descentralização das atividades (BRASIL, 2009).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 75


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 2° O registro, a padronização, a classificação e, ainda, a inspeção e a fiscaliza-


ção da produção e do comércio de bebidas, em relação aos seus aspectos tecno-
lógicos, competem ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ou
órgão estadual competente credenciado por esse Ministério, na forma do regula-
mento. (Redação dada pela Lei n° 13.001, de 2014)
Parágrafo único. A execução das atividades de inspeção e fiscalização de que trata
o caput poderá ser objeto de convênios, ajustes ou acordos celebrados com
órgãos e entidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído
pela Lei n° 13.648, de 2018) (BRASIL, 1994, grifos nossos).
Art. 123. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabelecerá
critérios relativos à descentralização das atividades previstas neste Regulamento
para os órgãos competentes dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
em observância ao contido na Lei n° 8.171, de 17 de janeiro de 1991.
Art. 124. Caberá aos técnicos especializados responsáveis pela área de bebidas do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento coordenar e supervisionar as
ações desenvolvidas nas unidades da Federação constantes do Art. 123, em
relação aos produtos abrangidos por este Regulamento (BRASIL, 2009).

É importante observar que a inspeção de água para o consumo humano está a cargo das instituições
de vigilância sanitária integrantes do SUS, e não do Suasa.
Assim, por meio da adesão ao Sisbi-POV, os órgãos executores da Defesa Agropecuária dos estados,
do Distrito Federal, dos municípios e seus consórcios públicos poderão executar as atividades de
inspeção e a fiscalização da produção e do comércio de bebidas.

Classificação de produtos vegetais


A Lei n° 9.972, de 25 de maio de 2000, conhecida como Lei da Classificação Vegetal, abre a possibili-
dade de se delegar a competência de fiscalização da classificação vegetal para os estados e o Distrito
Federal.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 76


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 8° A fiscalização da classificação de que trata esta Lei poderá ser executada
pelos Estados e pelo Distrito Federal, mediante delegação de competência do
Ministério da Agricultura e do Abastecimento (BRASIL, 2000).

Apesar disso, o Decreto n° 6.268, de 22 de novembro de 2007, que a regulamentou, também incluiu
os municípios. Considerando que tal decreto vai de encontro à lei em relação à participação dos
municípios, até essa questão seja esclarecida, é certo que a delegação pode ser efetuada aos órgãos
estaduais e distritais competentes.
Da mesma forma que o decreto do Suasa, o Decreto n° 6.268/2007 estabelece que o Mapa
implementará as ações necessárias à operacionalização do Sisbi-POV, no âmbito da classificação de
produtos vegetais, seus subprodutos e resíduos de valor econômico. Para tanto, o órgão definirá os
critérios e os procedimentos para adesão ao Sistema. Tais critérios são estabelecidos na instrução
normativa que trata da adesão ao Sisbi-POV.

CAPÍTULO VII – DA FISCALIZAÇÃO – Seção I – Dos Objetivos


(...)
Art. 31. As ações necessárias à operacionalização do Sistema Brasileiro de Inspe-
ção de Produtos de Origem Vegetal, no âmbito da classificação de produtos vege-
tais, seus subprodutos e resíduos de valor econômico, serão implementadas pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que deverá definir:
I – os critérios e procedimentos para adesão dos Municípios, Estados e Distrito
Federal ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal;
II – as diretrizes e amplitude de ação dos Municípios, Estados e Distrito Federal,
nas suas respectivas jurisdições, quando não aderirem ao Sistema Brasileiro de
Inspeção de Produtos de Origem Vegetal; e
III – os limites da atuação dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da
União, no âmbito da classificação, sempre observados princípios que assegurem a
identidade, a qualidade, a conformidade e a idoneidade dos produtos vegetais,
seus subprodutos, derivados e resíduos de valor econômico, por meio das ações
de supervisão técnica, fiscalização e classificação de produtos, sistemas ou cadeia
produtiva, conforme o caso (BRASIL, 2009).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 77


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Resumindo, por meio da adesão ao Sisbi-POV, os órgãos executores da Defesa Agropecuária dos
estados e do Distrito Federal poderão realizar as atividades de fiscalização da classificação de
produtos vegetais, seus subprodutos e resíduos de valor econômico.

7.2.2. Sisbi-POA – inspeção de produtos de origem animal


A inspeção de produtos de origem animal do Sisbi-POA não possui áreas distintas, como ocorre com
os outros Sisbi. Essas ações são amparadas por três leis e sete decretos, que constam no quadro 8.

Quadro 8 – Leis e decretos que regem as atividades do Sisbi-POA


Legislação do Sisbi-POA

Lei nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950

Lei nº 7.889, de 23 de novembro de 1989

Lei nº 13.680, de 14 de junho de 2018

Decreto nº 9.013, de 29 de março de 2017

Decreto nº 9.069, de 31 de maio de 2017

Decreto nº 9.621, de 20 de dezembro de 2018

Decreto nº 9.918, de 18 de julho de 2019

Decreto nº 10.130, de 25 de novembro de 2019

Decreto nº 10.419, de 17 de julho de 2020

Decreto nº 10.468, de 18 de agosto de 2020


Elaboração própria.

A Lei n° 7.889/1989 estabelece que a prévia inspeção sanitária e industrial dos produtos de origem
animal é da competência da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. São competentes
para realizar essa fiscalização o Mapa, as Secretarias de Agricultura dos estados e do Distrito Federal
e as Secretarias ou os Departamentos de Agricultura dos municípios.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 78


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 4º São competentes para realizar a fiscalização de que trata esta Lei: (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.889, de 1989)
a) o Ministério da Agricultura, nos estabelecimentos mencionados nas alíneas a, b,
c, d, e, e f, do Art. 3º, que façam comércio interestadual ou internacional; (Redação
dada pela Lei n° 7.889, de 1989)
b) as Secretarias de Agricultura dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios,
nos estabelecimentos de que trata a alínea anterior que trata a alínea anterior
que façam comércio intermunicipal; (Redação dada pela Lei n° 7.889, de 1989)
c) as Secretarias ou Departamentos de Agricultura dos Municípios, nos estabele-
cimentos de que trata a alínea a desde artigo que façam apenas comércio munici-
pal; (Redação dada pela Lei n° 7.889, de 1989)
d) os órgãos de saúde pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios,
nos estabelecimentos de que trata a alínea g do mesmo Art. 3º. (Incluído pela Lei
n° 7.889, de 1989) (BRASIL, 1950).
Art. 1º A prévia inspeção sanitária e industrial dos produtos de origem animal, de
que trata a Lei n° 1.283, de 18 de dezembro de 1950, é da competência da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos do Art. 23, inciso
II, da Constituição (BRASIL, 1989).

Alinhado às Leis, o Decreto n° 9.013/2017 define que as atividades de inspeção industrial e sanitária
de produtos de origem animal, de competência da União, serão executadas pelo Mapa. Assim, esse
órgão é responsável pela fiscalização dos estabelecimentos e das propriedades rurais que façam
comércio interestadual ou internacional. Aqueles que fazem comércio intermunicipal ficam a cargo
das Secretarias de Agricultura dos estados e do Distrito Federal, e os que praticam o comércio
municipal ficam com as Secretarias ou os Departamentos de Agricultura dos municípios. Entretanto,
a fiscalização das casas atacadistas e dos estabelecimentos varejistas são de responsabilidade dos
órgãos de saúde pública dos estados e do Distrito Federal.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 79


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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 1º Este Decreto dispõe sobre o regulamento da inspeção industrial e sanitá-


ria de produtos de origem animal, que disciplina a fiscalização e a inspeção indus-
trial e sanitária de produtos de origem animal, instituídas pela Lei n° 1.283, de 18
de dezembro de 1950, e pela Lei n° 7.889, de 23 de novembro de 1989.

§ 1º As atividades de que trata o caput, de competência da União, serão executa-


das pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2017).

Já os produtos de origem animal considerados artesanais possuem um tratamento distinto dos de-
mais, podendo, também, terem a comercialização interestadual, conforme se lê no Art. 10-A, incluído
pela Lei n° 13.680/2018. O artigo foi regulamentado pelo Decreto n° 9.918/2019, de 18 de julho de
2019, que determina que, para estarem aptos a realizar o comércio, os produtos artesanais devem
receber, além do selo do Serviço de Inspeção oficial, a identificação do selo Arte, que será concedido
pelos órgãos de agricultura e pecuária dos estados e do Distrito Federal.

Deve-se perceber que, apesar de ser estabelecido que o selo Arte será fornecido
pelos órgãos estaduais e distrital, não há imposição acerca do tipo de inspeção
oficial. Assim, os estabelecimentos que produzem com o selo Arte podem ser
inspecionados pelos Serviços municipais, estaduais ou distrital.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 80


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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 10-A. É permitida a comercialização interestadual de produtos alimentícios


produzidos de forma artesanal, com características e métodos tradicionais ou
regionais próprios, empregadas boas práticas agropecuárias e de fabricação,
desde que submetidos à fiscalização de órgãos de saúde pública dos Estados e do
Distrito Federal (BRASIL, 1950).
Art. 2º Os produtos alimentícios de origem animal produzidos de forma artesa-
nal, além do selo do serviço de inspeção oficial, serão identificados por selo único
com a indicação ARTE.
§ 2º Os produtos alimentícios de origem animal produzidos de forma artesanal
que receberem o selo ARTE serão reconhecidos e comercializados no território
nacional.
§ 3º Os órgãos de agricultura e pecuária dos Estados e do Distrito Federal ficam
autorizados a conceder o selo ARTE aos produtos alimentícios de origem animal
produzidos de forma artesanal, nos termos deste Decreto e de suas normas
complementares (BRASIL, 2019).

Alinhado ao decreto do Suasa, o Decreto n° 9.013/2017 estabelece que a inspeção e a fiscalização


nos estabelecimentos de produtos de origem animal que realizem comércio interestadual poderão
ser executadas pelos Serviços de Inspeção dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Para
isso, deve haver o reconhecimento da equivalência dos respectivos Serviços pelo Mapa, conforme o
disposto na legislação do Suasa.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 81


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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 2º A inspeção e a fiscalização de estabelecimentos de produtos de origem


animal que realizem o comércio interestadual ou internacional, de que trata este
Decreto, são de competência do Departamento de Inspeção de Produtos de
Origem Animal – DIPOA e do Serviço de Inspeção Federal – SIF, vinculado ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

(...)

§ 2º A inspeção e a fiscalização nos estabelecimentos de produtos de origem


animal que realizem comércio interestadual poderão ser executadas pelos servi-
ços de inspeção dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, desde que haja
reconhecimento da equivalência dos respectivos serviços junto ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conforme o disposto na legislação especí-
fica do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária – Suasa, de acordo
com o disposto na Lei n° 8.171, de 17 de janeiro de 1991, e na Lei n° 9.712, de 20
de novembro de 1998 (BRASIL, 2017).

Concluindo, por meio da adesão ao Sisbi-POA, os estados, o Distrito Federal e os municípios e seus
consórcios públicos podem realizar a inspeção de produtos de origem animal dos estabelecimentos
que fazem o comércio interestadual.

Mais informações!

Mais informações sobre a inspeção de produtos de origem, acesse: https://www.-


gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-animal.

Acerca do Sisbi-POA, acesse: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sua-


sa/sisbi-1/sisbi. Neste endereço, é possível conferir a instrução normativa que
estabelece os requisitos e o procedimento para adesão dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios e seus consórcios públicos ao Sisbi-POA do Suasa.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 82


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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

7.2.3. Sisbi-PEC – inspeção dos insumos pecuários


A inspeção dos insumos e serviços utilizados na pecuária do Sisbi-PEC é formada por três áreas, que
possuem legislações distintas, sendo: alimentação animal; material genético; e produtos veterinários.
A figura 14 apresenta as áreas de atuação do Sisbi-PEC.
Figura 14 – Áreas de atuação do Sisbi-PEC

Sisbi-PEC

Alimentação Material Produtos


animal genético veterinários

Elaboração própria.

As ações do Sisbi-PEC são amparadas em três leis e um decreto-lei. As leis são regulamentadas por
meio de seis decretos, que constam no quadro 9.
Quadro 9 – Leis e decretos que regem as atividades do Sisbi-PEC
Área Legislação
Lei nº 6.198, de 26 de dezembro de 1974
Alimentação animal Decreto nº 6.296, de 11 de dezembro de 2007
Decreto nº 7.045, de 22 de dezembro de 2009
Lei nº 6.446, de 05 de outubro de 1977
Material genético
Decreto nº 187, de 9 de agosto de 1991
Decreto-Lei nº 467, de 13 de fevereiro de 1969
Lei nº 12.689, de 19 de julho de 2012
Produtos veterinários Decreto nº 5.053, de 22 de abril de 2014
Decreto nº 8.448, de 6 de maio de 2015
Decreto n° 8.840, de 24 de agosto de 2016
Elaboração própria.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 83


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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Mais informações sobre a inspeção de insumos pecuários, acesse: https://www.-


gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-pecuarios.

Acerca do Sisbi-PEC, acesse: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sua-


sa/Sisbi-PEC. Neste endereço, é possível conferir a instrução normativa que
estabelece os requisitos e o procedimento para adesão de estados e do Distrito
Federal ao Sisbi-PEC do Suasa.

Alimentação animal
Tanto a Lei n° 6.198/1974, conhecida como Lei da Alimentação Animal, quanto o Decreto n°
6.296/2009, que a regulamenta, estabelecem a possibilidade da celebração de convênios com estados
e com o Distrito Federal para a execução dos serviços de inspeção e fiscalização do comércio e do
uso dos produtos.

Art. 5º A União poderá celebrar convênios com os Estados, Distrito Federal e


Territórios para a execução de serviços relacionados com a inspeção e a fiscaliza-
ção previstas nesta Lei, com atribuição de receita (BRASIL, 1974).

Art. 3° O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá celebrar


convênios com os Estados e o Distrito Federal para a execução dos serviços
relacionados com a inspeção e fiscalização do comércio e uso dos produtos
destinados à alimentação animal, com atribuição de receita (BRASIL, 2007b).

Assim, por meio da adesão ao Sisbi-PEC, os estados e o Distrito Federal podem realizar as atividades
de inspeção e fiscalização do comércio e uso dos produtos destinados à alimentação animal.

Material genético
A Lei n° 6.446/1977, conhecida como Lei do Material Genético, prevê que o Mapa celebre convênios
com os estados e o Distrito Federal para a execução dos Serviços de Inspeção e Fiscalização dos
estabelecimentos que comercializam sêmen e embriões ou prestam serviço de reprodução animal.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 84


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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 4º – A União, através do Ministério da Agricultura, poderá celebrar convênios


com os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e outras entidades de direito
público, para execução dos serviços de que trata esta Lei. Parágrafo único. Os
serviços de que trata este artigo poderão também ser executados por entidades
privadas, suficientemente desenvolvidas e capacitadas para a plena realização da
tarefa, mediante contrato com o Ministério da Agricultura, desde que não haja
convênio com a respectiva Unidade da Federação (BRASIL, 1977).

Art. 3° O Ministério da Agricultura e Reforma Agrária poderá firmar convênios


com os Governos Estaduais, dispondo sobre a fiscalização dos estabelecimentos
que comercializam o sêmen e embriões ou prestam serviço de reprodução
animal preservadas as delegações outorgadas nos termos do Art. 4° da Lei n°
6.446, de 5 de outubro de 1977 (BRASIL, 1991b).

Assim, por meio da adesão ao Sisbi-PEC, os estados e o Distrito Federal podem realizar as atividades
de inspeção e fiscalização dos estabelecimentos que comercializam sêmen e embriões ou prestam
serviço de reprodução animal no âmbito de sua jurisdição.

Produtos veterinários
Deve-se observar que o Decreto-Lei n° 467/1969 não trata da delegação de atividades; no entanto,
o regulamento anexo ao Decreto n° 5.033/2014 permite a delegação de competência do Mapa aos
estados e ao Distrito Federal no que tange à inspeção e à fiscalização do comércio de produtos de
uso veterinário.

Art. 2º A execução da inspeção e da fiscalização de que trata este Regulamento é


atribuição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Parágrafo único. A inspeção e a fiscalização do comércio de produtos de uso


veterinário poderão ser realizadas pelas Secretarias de Agricultura dos Estados e
do Distrito Federal, por delegação de competência (BRASIL, 2004b).

SUASA Organização, Estrutura e Competências 85


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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Quando da delegação de atividades como o registro de empresas que comercializam os produtos,


a lavratura de autos de infração e apreensão e o termo de depositário, estas poderão ser realizadas
pelos órgãos executores da Defesa Agropecuária dos estados e do Distrito Federal. Já o processo
administrativo de apuração da infração ocorrerá junto ao Mapa. No entanto, deve-se notar que,
quando há uma legislação estadual ou distrital que trata do tema, o trâmite do processo administrativo
seguirá os ritos e os prazos previstos pela norma do ente federado, não havendo a necessidade de
encaminhamento ao Mapa.

Art. 64. A comercialização dos produtos de uso veterinário somente será realiza-
da por empresas registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
mento ou no órgão de defesa agropecuária dos Estados e do Distrito Federal
(Redação dada pelo Decreto n° 8.448, de 2015)
(...)
Art. 98. Os Autos de Infração, de Apreensão e o Termo de Depositário serão
lavrados pelas autoridades sanitárias do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, nos Estados e no Distrito Federal, ou das Secretarias de Agricul-
tura dos Estados, por delegação de competência.
§ 1º Lavrado o Auto de Infração, a primeira via será protocolizada no Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na Unidade da Federação onde se deu
a infração, para a sua autuação em regular processo administrativo, observados os
ritos e os prazos estabelecidos neste Regulamento, devendo conter:
(...)
§ 3º O processo administrativo de apuração da infração correrá perante o órgão
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do ente federativo onde
for constatada a infração e lavrado o auto de infração. (Redação dada pelo Decre-
to n° 8.840, de 2016) (BRASIL, 2004b, Anexo).

Resumindo, por meio da adesão ao Sisbi-PEC, os estados e o Distrito Federal podem realizar as
atividades de inspeção e fiscalização do comércio de produtos de uso veterinário, bem como o
registro das empresas que comercializam esses produtos.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 86


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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

7.2.4. Sisbi-AGRI – fiscalização dos insumos agrícolas


A inspeção dos insumos e dos serviços utilizados na agricultura do Sisbi-AGRI é formada por
duas áreas que possuem legislações distintas, sendo: fertilizantes; e sementes e mudas. A figura 15
apresenta as áreas de atuação do Sisbi-AGRI.
Figura 15 – Áreas de atuação do Sisbi-AGRI

Sisbi-AGRI

Fertilizantes Sementes e
mudas

Elaboração própria.

As ações do Sisbi-AGRI são amparadas em quatro leis e quatro decretos, que constam no quadro 10.
Quadro 10 – Leis e decretos que regem as atividades do Sisbi-AGRI
Produto Legislação

Lei nº 6.894, de 16 de dezembro de 1980

Lei nº 12.890, de 10 de dezembro de 2013

Lei nº 6.934, de 13 de julho de 1981


Fertilizantes
Decreto n° 4.954, de 14 de janeiro de 2004

Decreto nº 8.059, de 26 de julho de 2013

Decreto nº 8.384, de 29 de dezembro de 2014

Lei n° 10.711, de 5 de agosto de 2003

Sementes e mudas Decreto nº 5.153, de 23 de julho de 2004

Decreto nº 7.794, de 20 de agosto de 2012


Elaboração própria

SUASA Organização, Estrutura e Competências 87


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Deve-se notar que o Mapa, os estados e os municípios também atuam na área de agrotóxicos, seus
componentes e afins, conforme definido na Lei n° 7.802, de 11 de julho de 1989, regulamentada pelo
Decreto n° 4.074, de 4 de janeiro de 2002. Diferentemente das demais legislações, estas estabelecem
competências para atuação do Mapa, do Ministério da Saúde (MS) e do Ministério do Meio Ambiente
(MMA).
A Lei dos Agrotóxicos, talvez por definir expressamente as competências de cada ente federativo,
não traz previsão para delegação. Entretanto, seu regulamento abre a possibilidade de delegação de
algumas atividades de fiscalização dos órgãos federais para os estaduais, ressalvadas as proibições
legais. No entanto, por razões de conveniência, atualmente, essa prerrogativa não é utilizada pelo
Mapa e, por isso, a área de agrotóxicos não será abordada.

Mais informações sobre a inspeção dos insumos utilizados na agricultura, acesse:


h t t p s : / / w w w. g o v. b r / a g r i c u l t u r a / p t - b r / a s s u n t o s / i n s u m o s - a g ro p e -
cuarios/insumos-agricolas.

Acerca do Sisbi-AGRI, acesse: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sua-


sa/Sisbi-AGRI. Neste endereço, é possível conferir a instrução normativa que
estabelece os requisitos e o procedimento para adesão dos estados e do Distrito
Federal ao Sisbi-AGRI do Suasa.

Fertilizantes
A Lei n° 6.894/1980 possibilita ao Mapa delegar a competência da fiscalização do comércio aos
estados e ao Distrito Federal. O regulamento da Lei, por sua vez, estabelece que esses entes podem
fiscalizar e legislar sobre o comércio e o uso dos fertilizantes e afins, de forma concorrente.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 88


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 2º A inspeção e a fiscalização previstas nesta Lei serão realizadas pelo Minis-
tério da Agricultura. Parágrafo único. O Ministério da Agricultura poderá delegar
a fiscalização do comércio aos Estados, ao Distrito Federal e aos Territórios
(BRASIL, 1980).

Art. 4° Compete concorrentemente aos Estados e ao Distrito Federal fiscalizar


e legislar sobre comércio e uso dos fertilizantes, corretivos, inoculantes, biofertili-
zantes, remineralizadores e substratos para plantas, observadas as normas fede-
rais que dispõem sobre o assunto. (Redação dada pelo Decreto n° 8.384, de
2014) (BRASIL, 2004a, Anexo).

Dessa forma, por meio da adesão ao Sisbi-AGRI, os estados e o Distrito Federal podem realizar
as atividades de inspeção e fiscalização do comércio e uso de fertilizantes, corretivos, inoculantes,
biofertilizantes, remineralizadores e substratos para plantas.

Sementes e mudas
A Lei n° 10.711/2003 dá competência aos estados e ao Distrito Federal para elaborem normas e
procedimentos complementares relativos à produção de sementes e mudas, bem como à execução
da fiscalização do comércio estadual. Já o Decreto n° 5.153/2004 estabelece que, caso os estados e
o Distrito Federal solicitem, o Mapa poderá realizar a fiscalização do comércio estadual de sementes
e de mudas em caráter suplementar.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 89


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 5° Compete aos Estados e ao Distrito Federal elaborar normas e procedi-


mentos complementares relativos à produção de sementes e mudas, bem como
exercer a fiscalização do comércio estadual.
Parágrafo único. A fiscalização do comércio estadual de sementes e mudas
poderá ser exercida pelo Mapa, quando solicitado pela unidade da Federação
(BRASIL, 2003).
Art. 126. A fiscalização do comércio estadual de sementes e de mudas será exer-
cida pelos Estados e pelo Distrito Federal.
(...)
§ 2° A fiscalização a que se refere o caput poderá ser exercida pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento em caráter suplementar, quando solicitada
pela unidade da Federação interessada.
§ 3° As ações de fiscalização de que trata o caput serão exercidas em qualquer
fase da comercialização da semente ou da muda, após a emissão da respectiva
nota fiscal de venda pelo produtor ou pelo reembalador (BRASIL, 2004c).

A Lei n° 10.711/2003 permite que o Mapa descentralize a execução do Serviço de Fiscalização, quando
necessário, por meio de convênio ou acordo. Essa delegação deve ser controlada por intermédio de
auditorias regulares a serem executadas pelo Mapa.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 90


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Art. 38. O Mapa poderá descentralizar, por convênio ou acordo com entes públi-
cos, a execução do serviço de fiscalização de que trata esta Lei, na forma de seu
regulamento.
Parágrafo único. A delegação de competência prevista no caput fica sujeita a
auditorias regulares, executadas pelo Mapa conforme estabelecido no regulamen-
to desta Lei (BRASIL, 2003).
Art. 122. A descentralização dos serviços de fiscalização por convênio ou acordo,
quando necessária, dar-se-á mediante proposição da unidade descentralizada do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento nas unidades federativas e
aprovação do respectivo Ministro de Estado, após parecer conclusivo emitido,
favoravelmente, pelo órgão técnico central.
Parágrafo único. O ente público credenciado como certificador, na forma deste
Regulamento, fica impedido de exercer a fiscalização prevista no caput.
Art. 123. As ações decorrentes da delegação de competência prevista no Art. 122
ficam sujeitas a auditorias regulares, executadas pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
§ 1° As auditorias serão exercidas mediante programação do órgão técnico
central, com o objetivo de averiguar a conformidade nos processos e procedi-
mentos previstos neste Regulamento e em normas complementares.
§ 2° A auditoria poderá ser também motivada por denúncia fundamentada e
encaminhada pela Comissão de Sementes e Mudas.
§ 3° Os critérios operacionais para realização de auditorias observarão o dispos-
to neste Regulamento e em normas complementares.
§ 4° O relatório conclusivo da auditoria poderá ensejar, quando for o caso, a
constituição de processo administrativo, objetivando o cancelamento da delega-
ção de competência (BRASIL, 2004c).

Assim, por meio da adesão ao Sisbi-AGRI, os estados e o Distrito Federal podem realizar as atividades
de fiscalização de sementes e mudas em todas as etapas da produção.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 91


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

7.3. Visão geral das atividades executadas


A fim de fornecer uma visão integrada de todos os Sisbi, suas áreas de atuação e as atividades que
podem ser executadas por estados e municípios, foi elaborado o quadro 11. Deve-se perceber que o
Distrito Federal também está incluído quando são citados os estados; da mesma forma os consócios
públicos, quando são citados os municípios.

Quadro 11 – Atividades que podem ser executadas pelos diferentes entes federativos no âmbito
de cada um dos Sistemas do Suasa
Quem pode
Sistema Área Atividades delegadas/executadas
executar

Inspeção, fiscalização e controle dos


estabelecimentos, desde a produção
até a comercialização.
Análise dos vinhos e derivados da uva e
do vinho nacionais e importados.
Expedição de Guia de Livre Trânsi-
to para comercialização a granel de
vinhos e derivados da uva e do vinho
nacionais.
Vinhos e deri-
vados Execução da análise prévia e expedição
da Guia de Livre Trânsito para o vinagre
Estados destinado à acetificação de vinho.
Sisbi-POV Cadastramento da produção, estoque e
comercialização das uvas, dos vinhos e
dos derivados da uva e do vinho.
Fiscalização da avaliação físico-quími-
ca e sensorial de vinhos e derivados da
uva e do vinho para fins de concurso,
julgamento ou competição pública.

Classificação
de produtos Fiscalização da classificação vegetal.
vegetais

Estados e muni-
Bebidas Inspeção e fiscalização.
cípios

Inspeção sanitária dos estabelecimen-


Estados e muni- Produtos de
Sisbi-POA tos que realizam o comércio interesta-
cípios origem animal
dual de produtos de origem animal.

SUASA Organização, Estrutura e Competências 92


SUASA
ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

Inspeção e fiscalização do comércio e


Alimentação
uso dos produtos destinados à alimen-
animal
tação animal.

Fiscalização dos estabelecimentos que


Material gené-
Sisbi-PEC Estados comercializam sêmen e embriões ou
tico
prestam serviço de reprodução animal.

Inspeção e fiscalização do comércio de


Produtos vete-
produtos de uso veterinário e registro
rinários
de empresas que comercializam.

Fiscalização do comércio e do uso de


Fertilizantes
fertilizantes e afins.
Sisbi-AGRI Estados
Sementes e Fiscalização de sementes e mudas em
mudas todas as etapas da produção.
Elaboração própria

Observação: O Distrito Federal está incluído onde constam os estados, e onde constam os municípios
estão incluídos seus consórcios públicos.

Resumo Final
A Política Agrícola brasileira tem, entre seus objetivos, a promoção da saúde animal e a sanidade
vegetal, bem como a idoneidade dos insumos e dos serviços empregados na agricultura e a segurança
da qualidade dos produtos de origem agropecuária.
Para atingir tais objetivos, entre as ações e os instrumentos de Política Agrícola, foi relacionada
a Defesa Agropecuária, que tem uma ação regulatória sobre o setor agropecuário. As atividades
desenvolvidas pelo poder público, representado no âmbito da União pela SDA, do Mapa, são: vigilância
e defesa sanitária vegetal e animal; inspeção e classificação de produtos de origem animal e vegetal;
e fiscalização dos insumos e dos serviços usados nas atividades agropecuárias. Tais atividades são
organizadas de forma a garantir o cumprimento dos compromissos internacionais firmados pela
União e as legislações vigentes específicas.
A fim de organizar todas essas ações, foi instituído o Suasa. Seu regulamento estabelece as regras
para seus participantes, define as competências e as normas para a realização dos controles oficiais
empregados pelo poder público para verificar o cumprimento da legislação sanitária agropecuária,
assim como a qualidade dos produtos e dos insumos agropecuários.
O Suasa estrutura as diversas atividades da Defesa Agropecuária de duas formas distintas. A distri-
buição das competências das atividades de vigilância e defesa sanitária vegetal e animal são realizadas

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ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

por meio de instâncias. Neste caso, cabe ao Mapa o papel de instância central e superior, e aos esta-
dos o de instância intermediária e local. Já as atividades de inspeção e classificação de produtos de
origem vegetal e animal e dos insumos agropecuários são geridas por meio de Sistemas, conhecidos
como Sisbi, nos quais o Mapa tem o papel de órgão coordenador.
Esses Sistemas têm um duplo propósito: o primeiro é garantir que as inspeções e as fiscalizações
efetuadas pelos diversos entes federativos sejam realizadas de forma uniforme e harmônica. Observe
que a intenção é atingir um dos objetivos da Política Agrícola, que trata da promoção da concorrência
leal entre os agentes que atuam nos setores e a proteção destes em relação a práticas desleais.
O segundo propósito funciona como um instrumento específico de delegação de competência de
algumas atividades do Mapa para estados e municípios, efetivada de forma voluntária por meio da
equivalência dos Serviços e da adesão aos Sisbi. Nesse caso, a intenção é atingir o objetivo da Política
Agrícola de promover a descentralização da execução dos serviços públicos, buscando a comple-
mentariedade de ações entre os entes federativos, cabendo a estes assumir suas responsabilidades
na execução, adequando os instrumentos às suas necessidades e realidades.
As definições sobre quais atividades podem ser delegadas a cada ente federativo estão definidas nas
diversas legislações da Defesa Agropecuária. Assim, com a adesão ao Sisbi-POV, os estados podem
executar ações relacionadas à inspeção e à fiscalização de vinhos e derivados, bebidas e classificação
vegetal. Municípios podem atuar apenas na área de bebidas. A adesão ao Sisbi-POA permite que
estados e municípios realizem a inspeção sanitária dos estabelecimentos que realizam o comércio
interestadual de produtos de origem animal. Já em relação aos insumos agropecuários, a adesão
está prevista apenas para os estados e o Distrito Federal. Quando aderidos ao Sisbi-PEC, os entes
poderão fiscalizar o comércio e o uso dos produtos veterinários, de sêmen e embriões e daqueles
destinados à alimentação animal. Já com a adesão ao Sisbi-AGRI, os Serviços estaduais poderão
fiscalizar o comércio e o uso de fertilizantes e afins, bem como todas as etapas da produção de
sementes e mudas.
A Defesa Agropecuária possui uma dimensão estratégica para o desenvolvimento nacional e o bem-
estar da sociedade brasileira. Assim, ampliando e divulgando o conhecimento sobre sua organização,
sua estrutura e suas competências, os diversos atores envolvidos poderão incrementar ainda mais
seu protagonismo como executores dessa tão importante política pública.

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ORGANIZAÇÃO,
ESTRUTURA E
COMPETÊNCIAS

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