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EVEC CENTRO EDUCACIONAL

CURSO DE FORMAÇÃO DE TÉCNICOS EM ENFERMAGEM


Disciplina: Saúde do Adulto e Idoso
Professora: Mayra Nepomuceno de Magalhães Guimarães

Diabetes

Você conhece o famoso pâncreas?

O pâncreas é um órgão localizado atrás do estômago que produz alguns


hormônios importantes para nosso sistema digestivo. Em condições rotineiras,
quando o nível de glicose no sangue sobe, células especiais, chamadas células
beta, produzem insulina. Assim, de acordo com as necessidades do organismo
no momento, é possível determinar se essa glicose vai ser utilizada como
combustível para as atividades do corpo ou será armazenada como reserva,
em forma de gordura.

Isso faz com que o nível de glicose (ou taxa de glicemia) no sangue volte ao
normal.

O que é Diabetes Tipo 1?

Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as


células beta. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como
resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. Esse é
o processo que caracteriza o Tipo 1 de diabetes, que concentra entre 5 e 10%
do total de pessoas com a doença.

O Tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser


diagnosticado em adultos também. Essa variedade é sempre tratada com
insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para
ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.

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O que é Diabetes Tipo 2?

O Tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a


insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controla a taxa de
glicemia.

Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2. Ele se manifesta mais
frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar.
Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e
planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros
medicamentos para controlar a glicose.

Sintomas do diabetes tipo 2:

 Fome frequente;
 Sede constante;
 Formigamento nos pés e mãos;
 Vontade de urinar diversas vezes;
 Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele;
 Feridas que demoram para cicatrizar;
 Visão embaçada.

Qual o tratamento para o diabetes do tipo 2?

Já para os pacientes que apresentam diabetes Tipo 2, o tratamento consiste


em identificar o grau de necessidade de cada pessoa e indicar, conforme cada
caso, os seguintes medicamentos/técnicas:

 Inibidores da alfaglicosidase: impedem a digestão e absorção de


carboidratos no intestino;
 Sulfonilureias: estimulam a produção pancreática de insulina pelas
células;
 Glinidas: agem também estimulando a produção de insulina pelo
pâncreas.

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O Diabetes Tipo 2 normalmente vem acompanhado de outros problemas de


saúde, como obesidade, sobrepeso, sedentarismo, triglicerídios
elevados e hipertensão.

Há outros tipos?

Entre o Tipo 1 e o Tipo 2, foi identificado ainda o Diabetes Latente Autoimune


do Adulto (LADA). Algumas pessoas que são diagnosticadas com o Tipo 2
desenvolvem um processo autoimune e acabam perdendo células beta do
pâncreas. E há também o diabetes gestacional, uma condição temporária que
acontece durante a gravidez. Ela afeta entre 2 e 4% de todas as gestantes e
implica risco aumentado do desenvolvimento posterior de diabetes para a mãe
e o bebê. Saiba mais no link Diabetes Gestacional

Diabetes Gestacional

O que é?

Durante a gravidez, para permitir o desenvolvimento do bebê, a mulher passa


por mudanças em seu equilíbrio hormonal. A placenta, por exemplo, é uma
fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável
pela captação e utilização da glicose pelo corpo. O pâncreas,
consequentemente, aumenta a produção de insulina para compensar este
quadro.

Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre e elas


desenvolvem um quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento
do nível de glicose no sangue. Quando o bebê é exposto a grandes
quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino, há maior risco de
crescimento excessivo (macrossomia fetal) e, consequentemente, partos
traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida
adulta.

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Pré-Diabetes

O termo pré-diabetes é usado quando os níveis de glicose no sangue estão


mais altos do que o normal, mas não o suficiente para um diagnóstico de
Diabetes Tipo 2. Obesos, hipertensos e pessoas com alterações nos lipídios
estão no grupo de alto risco.

É importante destacar que 50% dos pacientes nesse estágio ‘pré’ vão
desenvolver a doença. O pré-diabetes é especialmente importante por ser a
única etapa que ainda pode ser revertida ou mesmo que permite retardar a
evolução para o diabetes e suas complicações.

Por que existe essa preocupação? Muitos pacientes, ao serem comunicados


de que têm pré-diabetes, não enxergam ali uma oportunidade. Deixam para
‘cuidar’ quando o proble-ma se agravar. Só que o pré-diabetes pode prejudicar
nervos e artérias, favorecendo diversos outros males, a exemplo de infarto e
derrames.

A mudança de hábito alimentar e a prática de exercícios são os principais


fatores de sucesso para o controle. No entanto, para 60% dos pacientes, a
dieta é o passo mais difícil a ser incorporado na rotina. Ao todo, 95% têm
dificuldades com o controle de peso, dieta saudável e exercícios regulares.
Lembre-se: ninguém morre de diabetes, e sim do mau controle da doença.

De acordo com a International Diabetes Federation, entidade ligada à ONU,


existem no mundo mais de 380 milhões de pessoas com diabetes. Na maioria
dos casos, a doença está associada a condições como obesidade e
sedentarismo, ou seja, pode ser evitada. É possível reduzir a taxa de glicose no
sangue com medidas simples. Perder de 5 a 10% do peso por meio de
alimentação saudável e exercícios faz uma grande diferença na qualidade de
vida.

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O que é Hipoglicemia?

A hipoglicemia é literalmente nível muito baixo de glicose no sangue e é


comum em pessoas com diabetes. Para evitar a hipoglicemia, além das
complicações do diabetes, o segredo é manter os níveis de glicose dentro da
meta estabelecida pelo profissional da saúde para cada paciente. Essa meta
varia de acordo com a idade, condições gerais de saúde e outros fatores de
risco, além de situações como a gravidez.

Durante o tratamento, é essencial manter hábitos saudáveis e estilo de vida


ativo, além de seguir as orientações medicamentosas recomendadas pelo
profissional de saúde para manter a meta de glicose, evitando a hipoglicemia e
a hiperglicemia.

O que pode causar hipoglicemia em pacientes diabéticos

 Aumentar quantidade de exerícios físicos sem orientação ou sem ajuste


correspondente na alimentação/medicação;
 Pular refeições e os horários de refeições;
 Comer menos do que o necessário;
 Exagerar na medicação (essa conduta não traz controle melhor do
diabetes, pelo contrário);
 Ingestação de álcool.

Em situações extremas, a hipoglicemia pode causar desmaios ou crises


convulsivas e necessitam de intervenção médicas imediata. Tenha cuidado
com sua saúde e siga à risca as orientaões médicas. Diabetes e hipoglicemia
severa podem causar acidentes, lesões, levar ao estado de coma e até à
morte.

Sintomas da hipoglicemia:

 Tremedeira;
 Nervosismo e ansiedade;

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 Suores e calafrios;
 Irritabilidade e impaciência;
 Confusão mental e até delírio;
 Taquicardia, coração batendo mais rápido que o normal;
 Tontura ou vertigem;
 Fome e náusea;
 Sonolência;
 Visão embaçada;
 Sensação de formigamento ou dormência nos lábios e na língua;
 Dor de cabeça;
 Fraqueza e fadiga;
 Raiva ou tristeza;
 Falta de coordenação motora;
 Pesadelos, choro durante o sono;
 Convulsões;
 Inconsciência.

O chamado ‘fenômeno do alvorecer’ Todas as pessoas passam por essa


condição, tenham ou não diabetes. É uma onda de hormônios que o corpo
produz entre 4h e 5h da manhã, todos os dias, que provocam uma reação do
fígado, com liberação de glicose e preparação do organismo para mais um dia
de atividades. O corpo produz menos insulina e mais glucagon (hormônio que
aumenta a glicose no sangue), mas as pessoas com diabetes não têm
respostas normais de insulina para regular essa onda e a glicemia de jejum
pode subir consideravelmente.

Para evitar essa condição, valem as dicas: jantar no início da noite, fazer uma
caminhada leve após o jantar, perguntar ao médico sobre medicamentos
específicos ou ajuste do tratamento do diabetes, seja insulina ou outros
medicamentos.

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Complicações do Diabetes

O diabetes, quando não tratado corretamente, pode evoluir para formas mais
graves e apresentar diversas complicações tais como:

Neuropatia Diabética

Os nervos periféricos carregam as informações que saem do cérebro e as que


chegam até ele, além de sinais da medula espinhal para o resto do corpo. Os
danos a esses nervos, condição chamada de neuropatia periférica, fazem com
que esse mecanismo não funciona bem. A neuropatia pode afetar um único
nervo, um grupo de nervos ou nervos no corpo inteiro.

A neuropatia costuma vir acompanhada da diminuição da energia, da


mobilidade, da satisfação com a vida e do envolvimento com as atividades
sociais.

Tanto as alterações nos vasos sanguíneos quanto as alterações no


metabolismo podem causar danos aos nervos periféricos. A glicemia alta reduz
a capacidade de eliminar radicais livres e compromete o metabolismo de várias
células, principalmente as dos neurônios.

O que causa?

O controle inadequado da glicose, nível elevado de triglicérides, excesso de


peso, tabagismo, pressão alta, o tempo em que você convive com o diabetes e
a presença de retinopatia e doença renal (lembra-se delas?) são fatores que
favorecem a progressão da neuropatia. Tanto as alterações nos vasos
sanguíneos quanto as alterações no metabolismo podem causar danos aos
nervos periféricos.

A glicemia alta reduz a capacidade de eliminar radicais livres e compromete o


metabolismo de várias células, principalmente dos neurônios. Os principais
sinais são:

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 Dor contínua e constante;


 Sensação de queimadura e ardência;
 Formigamento;
 Dor espontânea que surge de repente, sem uma causa aparente;
 Dor excessiva diante de um estímulo pequeno, por exemplo, uma picada
de alfinete;
 Dor causada por toques que normalmente não seriam dolorosos, como
encostar no braço de alguém.

Ao mesmo tempo, em uma segunda etapa dessa complicação, pode haver


redução da sensibilidade protetora, como falamos na seção ‘Pés e membros
inferiores’. As dores, que antes eram intensas demais mesmo com pouco
estímulo, passam a ser menores do que deveriam. Daí o risco de haver uma
queimadura e você não perceber em tempo.

É comum também que o suor diminua e a pele fique mais seca. O diagnóstico
da neuropatia pode ser feito por exames específicos e muito simples nos pés.

Importante:

Essa redução da sensibilidade está diretamente ligada ao risco de amputação.

A neuropatia costuma vir acompanhada da diminuição da energia, da


mobilidade, da satisfação com a vida e do envolvimento com as atividades
sociais.

IMPORTANTÍSSIMO: O diabetes é a causa mais comum da neuropatia


periférica e merece especial atenção porque a neuropatia é a complicação
crônica mais comum e mais incapacitante do diabetes. Ela é responsável por
cerca de dois terços das amputações não-traumáticas (que não são causadas
por acidentes e fatores externos).

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Problemas arteriais e amputações

Muitas pessoas com diabetes têm a doença arterial periférica, que reduz o
fluxo de sangue para os pés. Além disso, pode haver redução de sensibilidade
devido aos danos que a falta de controle da glicose causa aos nervos. Essas
duas condições fazem com que seja mais fácil sofrer com úlceras e infecções,
que podem levar à amputação.

No entanto, a maioria das amputações são evitáveis, com cuidados regulares e


calçados adequados. Cuidar bem de seus pés e visitar o seu médico
imediatamente, assim que observar alguma alteração, é muito importante.
Pergunte sobre sapatos adequados e considere seriamente um plano
estratégico, caso seja fumante: pare de fumar imediatamente! O tabagismo tem
sério impacto nos pequenos vasos sanguíneos que compõem o sistema
circulatório, causando ainda mais diminuição do fluxo de sangue para os pés.

Doença renal

Os rins são uma espécie de filtro, compostos por milhões de vasinhos


sanguíneos (capilares), que removem os resíduos do sangue. O diabetes pode
trazer danos aos rins, afetando sua capacidade de filtragem. O processo de
digestão dos alimentos gera resíduos. Essas substâncias que o corpo não vai
utilizar geralmente têm moléculas bem pequenas, que passam pelos capilares
e vão compor a urina. As substâncias úteis, por sua vez, a exemplo das
proteínas, têm moléculas maiores e continuam circulando no sangue.

O problema é que os altos níveis de açúcar fazem com que os rins filtrem muito
sangue, sobrecarregando os órgãos e fazendo com moléculas de proteína
acabem sendo perdidas na urina. A presença de pequenas quantidades de
proteína na urina é chamada de microalbuminúria. Quando a doença renal é
diagnosticada precocemente, durante a microalbuminúria, diversos tratamentos
podem evitar o agravamento.

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Quando é detectada mais tarde, já na fase da macroalbuminúria, a


complicação já é chamada de doença renal terminal. Com o tempo, o estresse
da sobrecarga faz com que os rins percam a capacidade de filtragem. Os
resíduos começam a acumular-se no sangue e, finalmente, os rins falham.
Uma pessoa com doença renal terminal vai precisar de um transplante ou de
sessões regulares de hemodiálise.

ATENÇÃO: Nem todas as pessoas que têm diabetes desenvolvem a doença


renal. Fatores genéticos, baixo controle da taxa glicêmica e da pressão arterial
favorecem o aparecimento da complicação.

Pé Diabético

São feridas que podem ocorrer no pé das pessoas com diabetes e têm difícil
cicatrização devido aos níveis elevados de açúcar no sangue e/ou circulação
sanguínea deficiente. É uma das complicações mais comuns do diabetes mal
controlado. Aproximadamente um quarto dos pacientes com diabetes
desenvolver úlceras nos pés e 85% das amputações de membros inferiores
ocorre em pacientes com diabetes.

Cuidados com os pés:

 Examine seus pés e pernas todos os dias;


 Avalie e cuide de suas unhas regularmente;
 Aplique creme hidratante na pele seca, mas com cuidado para não
aplicar entre os dedos;
 Usar calçados adequados, indicados pela equipe multidisciplinar.

Problemas nos olhos

Se você gerencia bem a taxa de glicemia, é bem provável que apresente


problemas oculares de menor gravidade ou nem apresente. Isso porque quem
tem diabetes está mais sujeito à cegueira, se não tratá-la corretamente.
Fazendo exames regularmente e entendendo como funcionam os olhos, fica

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mais fácil manter essas complicações sob controle. Uma parte da retina é
especializada em difere nciar detalhes finos. Essa pequena área é chamada
mácula, que é irrigada por vasos sanguíneos para garantir seu funcionamento.
Essas estruturas podem ser alvo de algumas complicações da diabetes.

Glaucoma

Pessoas com diabetes têm 40% mais chance de desenvolver glaucoma, que é
a pressão elevada nos olhos. Quando mais tempo convivendo com a doença,
maior o risco. Na maioria dos casos, a pressão faz com que o sistema de
drenagem do humor aquoso se torne mais lento, causando o acúmulo na
câmara anterior. Isso comprime os vasos sanguíneos que transportam sangue
para a retina e o nervo óptico e pode causar a perda gradual da visão. Há
vários tratamentos para o glaucoma – de medicamentos à cirurgia.

Catarata

Pessoas com diabetes têm 60% mais chance de desenvolver a catarata, que
acontece quando a lente clara do olho, o cristalino, fica opaca, bloqueando a
luz. Quem tem diabetes costuma desenvolver a catarata mais cedo e a doença
progride mais rápido. Para ajudar a lidar com graus leves de catarata, é
necessário usar óculos de sol e lentes de controle de brilho nos óculos comuns.
Quando a opacidade atrapalha muito a visão, geralmente é realizada uma
cirurgia que remove as lentes e implanta novas estruturas. Entretanto, é
preciso ter consciência de que, em pessoas com diabetes, a remoção das
lentes pode favorecer o desenvolvimento de glaucoma (complicação anterior) e
de retinopatia (próxima complicação).

Retinopatia

Retinopatia diabética é um termo genérico que designa todas os problemas de


retina causados pelo diabetes.

Há dois tipos mais comuns:

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 O não-proliferativo;
 O proliferativo.

O tipo não-proliferativo é o mais comum. Os capilares (pequenos vasos


sanguíneos) na parte de trás do olho incham e formam bolsas. Há três estágios
- leve, moderado e grave – na medida em que mais vasos sanguíneos ficam
bloqueados. Em alguns casos, as paredes dos capilares podem perder o
controle sobre a passagem de substâncias entre o sangue e a retina e o fluido
pode vazar dentro da mácula.

Isso é o que chamamos de edema macular – a visão embaça e pode ser


totalmente perdida. Geralmente, a retinopatia não-proliferativa não exige
tratamento específico, mas o edema macular sim. Frequentemente o
tratamento permite a recuperação da visão.

Depois de alguns anos, a retinopatia pode progredir para um tipo mais sério, o
proliferativo. Os vasos sanguíneos ficam totalmente obstruídos e não levam
mais oxigênio à retina. Parte dela pode até morrer e novos vasos começam a
crescer para tentar resolver o problema. Esses novos vasinhos são frágeis e
podem vazar, causando hemorragia vítrea. Os novos capilares podem causar
também uma espécie de cicatriz, distorcendo a retina e provocando seu
descolamento, ou ainda, glaucoma.

Os fatores de risco da retinopatia são o controle da glicose no sangue, o


controle da pressão, o tempo de convivência com o diabetes e a influência
genética. A retinopatia não-proliferativa é muito comum, principalmente entre
as pessoas com diabetes Tipo 1, mas pode afetar aqueles com Tipo 2 também.
Cerca de uma em cada quatro pessoas com diabetes tem o problema em
algum momento da vida.

Já a retinopatia proliferativa é pouco comum – afeta cerca de uma em cada 20


pessoas com diabetes.

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Quem mantém bom controle da glicemia têm chance muito menor de


desenvolver qualquer retinopatia. Nem sempre a retinopatia apresenta
sintomas. A retina pode estar seriamente danificada antes que o paciente
perceba uma alteração na visão. Por isso, é necessário consultar um
oftalmologista anualmente ou a cada dois anos, mesmo que esteja se sentindo
bem.

Pele mais sensível

Muitas vezes, a pele dá os primeiros sinais de que você pode estar com
diabetes. Ao mesmo tempo, as complicações associadas podem ser facilmente
prevenidas. Quem tem diabetes tem mais chance de ter pele seca, coceira e
infecções por fungos e/ou bactérias, uma vez que a hiperglicemia favorece a
desidratação – a glicose em excesso rouba água do corpo.

Por outro lado, se já havia algum problema dermatológico anterior, pode ser
que o diabetes ajude a piorar o quadro. As altas taxas glicêmicas prejudicam
também os pequenos vasos sanguíneos responsáveis pelo transporte de
nutrientes para a pele e os órgãos.

A pele seca fica suscetível a rachaduras, que evoluem para feridas. Diabéticos
têm a cicatrização dificultada (em razão da vascularização deficiente). Trata-se,
portanto, de um círculo vicioso, cuja consequência mais severa é a amputação
do membro afetado. Além de cuidar da dieta e dos exercícios, portanto, a
recomendação é cuidar bem da pele também. Quando controlada, o diabetes
pode não apresentar qualquer manifestação cutânea.

Alteração de humor, ansiedade e depressão

Ao receber o diagnóstico de diabetes, muitas pessoas apresentam várias


reações emocionais, como choque, negação, medo, raiva, tristeza e ansiedade.
Isso é absolutamente normal. O mental e o emocional podem ser afetados com
o diagnóstico de alguma doença crônica, como o diabetes.

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Ansiedade

Muitas pessoas com diabetes apresentam distúrbios de ansiedade. A má


interpretação de alguns sintomas de hipoglicemia como sendo ansiedade pode
prejudicar a rápida correção exigida pelas baixas taxas de glicemia.

Uma ansiedade em relação a injeções e a visão de sangue também pode


complicar a vida de quem precisa tomar diariamente insulina e fazer várias
mensurações de glicemia por dia.

O medo de hipoglicemia, uma fonte comum de ansiedade em pessoas com


diabetes, pode fazer com que os pacientes mantenham suas taxas glicêmicas
acima dos alvos. Pais de crianças com diabetes também costumam apresentar
um extremo medo de hipoglicemia.

Depressão

A depressão ocorre duas vezes mais em portadores de diabetes do que na


população em geral. Ocorre em aproximadamente 20% dos portadores de
diabetes tanto no tipo 1 quanto no tipo 2, sendo a taxa de depressão maior nas
mulheres. A causa da depressão em portadores de diabetes ainda é
desconhecida. Provavelmente é o resultado da interação entre fatores
psicológicos, físicos e genéticos. A contribuição de cada um desses fatores
para a depressão varia de paciente para paciente.

As restrições alimentares, o tratamento, as hospitalizações e o aumento nas


despesas podem ser estressantes para o portador de diabetes. Lidar com as
complicações quando o diabetes está mal controlado também pode contribuir
pra a depressão. Alterações físicas associadas ao diabetes (neuroquímicas e
neurovasculares) também podem ser fatores causais. Fatores genéticos não
relacionados ao diabetes podem causar depressão em portadores de diabetes.
Qualquer que seja a causa, a depressão pode afetar negativamente o controle
do diabetes.

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A depressão está associada ao pobre controle glicêmico que é a maior causa


das complicações do diabetes. Abra-se com seu médico e outros membros da
equipe multidisciplinar. Psicoterapia, medicação e uma combinação das duas
coisas, dependendo do caso, têm apresentado excelentes resultados para o
bem-estar e também para o controle da glicemia. Antidepressivos são bem
tolerados e seguros para pessoas com diabetes, desde que ingeridos nos
horários e doses recomendados.

É importante lembrar, no entanto, que cada pessoa responde de uma forma ao


tratamento; e recuperar-se de uma depressão pode levar tempo. As doses dos
medicamentos – que não têm efeito imediato – e o número de sessões de
psicoterapia podem precisar de ajustes. É importante que o psicoterapeuta
converse com o médico que trata o seu diabetes.

Problemas sexuais

Os problemas sexuais são muito comuns, mas muitas vezes somos


influenciados por uma imagem exagerada vendida pela mídia. Hoje, já há uma
série de soluções para vários desses problemas, mas é preciso haver um
diálogo franco com o médico. A saúde sexual também está diretamente
relacionada às complicações do diabetes.

Alguns problemas comuns são: disfunção erétil e problemas de ejaculação

A disfunção sexual do diabetes também pode afetar as mulheres. Altas taxas


de glicose, lesões nos nervos, depressão e propensão a infecções genitais são
alguns dos fatores que podem afetar a vida sexual da mulher com diabetes.

Algumas complicações são críticas e podem levar à morte. Manter hábitos e


estilos de vida saudáveis são a melhor forma de controlar e prevenir a doença.

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Tratamento

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