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CUIDADOS DE ENFERMAGEM NAS ALTERAÇÕES ESPECIAIS

Diabético insulina dependente;

Conceito

A diabetes é uma perturbação em que os valores sanguíneos de glicose (um açúcar


simples) são anormalmente altos dado que o organismo não liberta insulina ou
utiliza-a inadequadamente.

Diabete mellitus

É um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por níveis aumentados de glicose


no sangue (hiperglicemia) resultantes dos defeitos na secreção de insulina ou ambas.

Normalmente determinada quantidade de glicose circula no sangue. As principais


fontes dessa glicose são a absorção do alimento ingerido no trato gastrointestinal e a
formação de glicose pelo fígado a partir das substâncias alimentares.

Insulina um hormónio produzido pelo pâncreas, controla o nível de glicose no sangue


regulando a produção e o armazenamento de glicose uma patologia crónica,
incurável e pode ser de dois tipos.

Ambas ocorrem em qualquer idade, independente do tipo, e é devido a uma perda de


função do pâncreas.

Este órgão, que é responsável pela produção de insulina para de funcionar, deixando
que o sangue atinja nível de glicose alto.

Classificação actual das Diabetes Mellitus


O Diabetes tem sido classificado de diversas maneiras. Os diferentes tipos de
diabetes mellitus variam segundo a etiologia evolução clínica e tratamento.

As principais classificações da diabetes são:

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Diabete tipo 1 juvenil

Na diabetes do tipo 1 as células beta pancreáticas produtoras de insulina são


distribuídas por um processo auto-imune. Em consequências, os pacientes produzem
pouca ou nenhuma insulina e requerem injecções desse hormónio para controlar seus
níveis glicémicos. O diabetes do tipo 1 afecta aproximadamente 5 a 10% das pessoas
com doenças. A diabetes do tipo1 caracteriza-se por um inicio agudo, comummente
antes de 30 anos de idade (CDC, 2004).

Diabete tipo 2 ou adulto

Na diabete do tipo 2, as pessoas apresentam sensibilidade diminuída à insulina


(chamada de resistência à insulina) e funcionamento prejudicado das células beta,
resultando em produção diminuída de insulina. O diabetes de tipo 2 afecta
aproximadamente 90 a 95% das pessoas com doença (CDC, 2005). Ele ocorre mais
comumente entre pessoas com mais de 30 anos de idade e obesa.

É um tipo menos grave da doença, os pacientes em geral não necessitam do uso de


insulina, mas somente de uma dieta adequada que impeça a glicose de subir a níveis
altos no sangue.

Causas

A diabetes manifesta-se quando o corpo não produz a quantidade suficiente de


insulina para que os valores sanguíneos de açúcar se mantenham normais ou quando
as células não respondem adequadamente à insulina. Na denominada diabetes
mellitus tipo I (diabetes insulinodependente), a produção de insulina é escassa ou
nula. Apesar de se tratar de uma doença com uma alta prevalência, só 10 % de todos
os diabéticos tem a doença tipo I. A maior parte dos doentes que sofrem de diabetes
tipo I desenvolvem a doença antes dos 30 anos.

Na diabetes mellitus tipo II (diabetes não insulinodependente), o pâncreas


continua a produzir insulina, inclusive em valores mais elevados que os normais.
Contudo, o organismo desenvolve uma resistência aos seus efeitos e o resultado é um
relativo défice insulínico. A diabetes tipo II aparece nas crianças e nos adolescentes,
mas em geral começa depois dos 30 anos e é mais frequente a partir desta idade.
Cerca de 15 % dos doentes maiores de 70 anos sofrem de diabetes tipo II. A
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obesidade é um factor de risco para a diabetes tipo II, já que os obesos se contam
entre 80 % e 90 % das pessoas que sofrem desta doença. Também certas etnias e
alguns grupos culturais correm um maior risco de desenvolver esta perturbação,
sendo frequente, entre os que a sofrem, a existência de antecedentes familiares.

Diabetes Mellitus associado a outras condições ou síndromes

Diabetes gestacionais

Diabetes Melitos Gestacional é qualquer grau de intolerância à glicose com inicio


durante a gravidez. A hiperglicemia desenvolve-se durante a gravidez por causa

 Causas de diabetes

Hiperglicemia: é quando a taxa de glicose no sangue esta alta;

Hipoglicemia: é quando a taxa de glicose no sangue esta baixa.

Quadro clínico da diabetes


1. Os primeiros sintomas da diabetes relacionam-se com os efeitos directos da
alta concentração de açúcar no sangue. Quando este valor aumenta acima dos
160 a 180 mg/dl, a glicose passa para a urina. Quando o valor é ainda mais
alto, os rins segregam uma quantidade adicional de água para diluir as grandes
quantidades de glicose perdida. Dado que produzem urina excessiva,
eliminam-se grandes volumes de urina (poliúria) e, por conseguinte, aparece
uma sensação anormal de sede (polidipsia). Como se perdem demasiadas
calorias na urina, também se dá uma perda de peso e, como compensação, a
pessoa sente muitas vezes uma fome exagerada (polifagia). Outros sintomas
compreendem visão esfumada, sonolência, náuseas e uma diminuição da
resistência durante o exercício físico. Por outro lado, se a diabetes está mal
controlada, os doentes são mais vulneráveis às infecções. Por causa da
gravidade do défice insulínico, é frequente que nos casos de diabetes tipo I se
perca peso antes do tratamento. Em contrapartida, não acontece a mesma coisa
na diabetes tipo II.
2. Nos diabéticos tipo I os sintomas iniciam-se de forma súbita e podem evoluir
rapidamente para uma afecção chamada cetoacidose diabética. Apesar dos
elevados valores de açúcar no sangue, a maioria das células não podem utilizar
o açúcar sem a insulina e, portanto, recorrem a outras fontes de energia. As
células gordas começam a decompor-se e produzem corpos cetónicos,
compostos químicos tóxicos que podem produzir acidez do sangue
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(cetoacidose). Os sintomas iniciais da cetoacidose diabética são: sede e micção
excessivas, perda de peso, náuseas, vómitos, esgotamento e, sobretudo em
crianças, dor abdominal. A respiração torna-se profunda e rápida porque o
organismo tenta corrigir a acidez do sangue. A respiração da pessoa cheira a
acetona. Se não se fizer nenhum tratamento, a cetoacidose diabética pode
progredir e levar ao coma, por vezes em poucas horas.

Cuidados de Enfermagem nas doenças diabéticas.


 O cuidado de Enfermagem aos pacientes com Síndrome Não-ceótica
Hiperosmolar Hiperglicémia inclui a rigorosa monitoria dos sinais vitais, estado
hídrico e valores laboratoriais.
 Além disso. As estratégias são implementadas para manter a segurança e evitar a
lesão relacionada com as alterações sensoriais secundárias a Síndrome Não-
ceótica Hiperosmolar Hiperglicémia.
 O estado hídrico e o débito urinário são rigorosamente monitorados por causa do
alto risco de insuficiência renal secundária à desidratação grave.
 A Enfermeira deve dirigir o cuidado de enfermagem para a condição que pode ter
precipitado o inicio de Síndrome Não-ceótica Hiperosmolar Hiperglicémia.
 Com Síndrome Não-ceótica Hiperosmolar Hiperglicémia tende a ocorrer em
pacientes idosos, as alterações fisiológicas que acontecem com envelhecimento
devem ser observadas. É importante o exame cuidadoso das funções
cardiovascular, pulmonar e renal durante as fases aguda e de recuperação da
Síndrome Não-ceótica Hiperosmolar Hiperglicémia.

Demonstração dos tipos de insulina e seus respectivos cálculos. ( REVER)

Administração da insulina (Aula Prática)

Assistência de Enfermagem em quimioterapia:

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 Conceitos de quimioterapia

O medicamento anticanceroso ideal é aquele que pudesse destruir apenas as células


cancerosas sem lesar as normais, mas este fármaco não existe. Apesar da estreita
margem entre o benefício e o dano, muitas pessoas com cancro podem tratar-se com
medicamentos anticancerosos (quimioterapia) e algumas podem curar-se.
Actualmente, podem minimizar-se os efeitos secundários da quimioterapia.

 Efeitos comuns dos agentes quimioterápicos

Os medicamentos anticancerosos estão agrupados em várias categorias: agentes


alquilantes, antimetabólitos, alcalóides derivados de plantas, antibióticos
antineoplásicos, enzimas, hormonas e moduladores da resposta biológica. Muitas
vezes, dois ou mais medicamentos são usados em associação. O motivo principal da
quimioterapia combinada é utilizar medicamentos que actuem sobre diferentes partes
do processo metabólico das células, aumentando assim a probabilidade de morrerem
muito mais células cancerosas

Os efeitos secundários tóxicos da quimioterapia podem reduzir-se quando se


combinam medicamentos com diferentes toxicidades, cada um numa dose mais baixa
do que seria necessário se fossem usados sozinhos. Por fim, por vezes combinam-se
medicamentos com propriedades diferentes. Por exemplo, os medicamentos que
matam as células tumorais podem ser combinados com os que estimulam o sistema
imunológico do organismo para lutar contra o cancro (moduladores da resposta
biológica).

Efeitos colaterais:

Os efeitos tóxicos dos medicamentos variam de acordo com o grupo a que pertence a
droga e com a sensibilidade individual de cada paciente.
Os sintomas mais frequentes são: anorexia, náusea, vómito, febre, calafrios, mal-
estar geral, diarreia, eritema, descamação da pele, alopecia, necrose tecidual e
hemorragia.
O uso dos quimioterápicos por um período prolongado ocasiona o desenvolvimento
de outros tipos de cânceres, depressão da medula óssea, que gera anemia, tendência
hemorrágicas e diminuição da resistência a infecções.
 Precauções na administração dos quimioterápicos

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Onde e como se administra a quimioterapia
Onde Como Com que frequência
Directamente nos vasos Varia, dependendo do cancro:
sanguíneos que chegam à vários medicamentos num dia,
Hospital área de crescimento do uma dose diária durante vários
tumor. dias, continuamente durante
Doentes clínicos
muitos dias, uma dose semanal,
externos. Por perfusão gota a gota uma dose ou alguns dias de
Consultório do médico. endovenosa (de um saco medicação uma vez por mês.
ou garrafa com solução
Menos frequentemente, endovenosa, durante Os tratamentos podem ser
na sala de operações vários minutos até várias administrados por períodos de
para poder aplicar os horas). várias semanas a vários anos.
medicamentos perto do
Por estímulo intravenoso Uma fase do tratamento pode ser
tumor.
(directamente na veia, fornecida de uma só vez, aplicar
Em casa (por uma um cateter na veia central com intervalos entre duas
enfermeira, pelo próprio ou implantado no orifício aplicações.
ou por um membro da durante alguns minutos).
família)
Oralmente (cápsulas,
pastilhas ou líquido).

 Cuidados de Enfermagem na administração dos quimioterápicos

Na quimioterapia:

- Proporcionar conforto e repouso ao paciente;


- Verificar sinais vitais de 6/6 horas;
- Observar e relatar o aparecimento de efeitos colaterais;
- Auxiliar o paciente com episódios de náuseas, vómitos e diarreia;
- Realizar higiene oral;
- Oferecer líquidos;
- Observar o local da punção venosa, para evitar extravasamento da droga;
- Caso ocorra o extravasamento venoso, interromper o gotejamento e comunicar o
enfermeiro imediatamente;

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- Assistir o paciente com gentileza, ouvindo suas queixas e demonstrando o devido
interesse pela sua recuperação e bem-estar.

Para alertar as enfermeiras no sentido de tomarem precauções especiais durante a


administração dessas drogas, o Farmacêutico costuma colar um rótulo especial,
Algumas recomendações comuns para evitar a autocontaminação o com drogas
antineopláticas são:
 Cobrir a área de preparo da droga com papel descartável, que absorverá
qualquer gota derramada, se isso ocorrer;
 Vestir avental de mangas compridas, com punhos bem fechados de baixa
permeabilidade e com a frente fechada;
 Derramar álcool a 70% sobre todo o borrifo de droga para torná-la inactiva.
 Limpar a área borrifada com detergente e água no mínimo três vezes e depois
enxaguar com água limpa;
 Jogar fora todas as substâncias que tenham material da droga em recipientes à
prova de riscos;
 Fazer uma lavagem de mãos cuidadosa.
 Reconhecer que o utente está sob alto risco de infecção e ficar atenta para as
medidas de segurança, como o uso de máscara, lavagem das mãos;
 Monitorizar a temperatura;
 Iniciar antibioticoterapia prescrita;
 Proporcionar alívio da dor, conforme necessário e prescrito;
 Assegurar nutrição e hidratação adequadas.
 Manter o conforto do cliente;
 Evitar barulhos;
 Manter a integridade da pele e das membranas mucosas;
 Esclarecer a família quanto aos sinais e sintomas de infecção (febre, presença
de hiperemia em qualquer parte do corpo);
 Proporcionar informações sobre os tratamentos prolongados;

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 Promover mecanismos positivos de enfrentamento do estresse para ajudar o
cliente e a família a lidar com os factores relacionados à doença;

Cuidados de enfermagem na aplicação por via endovenosa


 Puncionar veia calibrosa.
 Escolher a veia periférica mais distal dos membros superiores e de maior
calibre acima das áreas de flexão.
 Fixar o dispositivo de uma maneira que facilite a visualização do local da
inserção do cateter para a avaliação de extravasamento.
 Certificar se o acesso venoso está pérvio com soro fisiológico ou água
destilada antes de iniciar a quimioterapia.
 Usar three way para facilitar na manipulação medicamentosa.
 Administrar o quimioterápico antineoplásico em bolus, infusão rápida e lenta
ou contínua, conforme prescrição médica.
 Não administrar quimioterápicos vesicantes sob infusão contínua através de
um acesso venoso periférico.
 Interromper a infusão quando houver: edema, hiperemia, diminuição ou parada
do
 Retorno venoso e dor no local da punção.
 Seguir protocolo da instituição em caso de extravasamento do quimioterápico.
 Lavar a veia puncionada com SF 0,9% antes de retirar o dispositivo da punção
 Fazer compressão local por 3 minutos após a retirada do dispositivo para evitar
o refluxo do quimioterápico e sangue.
 Observar presença de complicações locais associados à administração dos
quimioterápicos por veia periférica: flebite, urticária, vasoespasmo, dor,
eritema, descoloração, hiperpigmentação venosa e necrose tecidual secundária
ao extravasamento.
 Assistir e orientar o cliente com relação aos efeitos colaterais.
 Fazer anotações de enfermagem descritiva.

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Assistência de Enfermagem no utente em diálise peritonial
Conceito;

Diálise

 A diálise é o processo de extracção dos produtos residuais e do excesso de água


do corpo.
 Há dois métodos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal. Na hemodiálise
extrai-se o sangue do corpo e bombeia-se para o interior de um aparelho que filtra
as substâncias tóxicas, devolvendo à pessoa o sangue purificado. A quantidade de
líquido devolvido pode ser ajustada.

 Na diálise peritoneal introduz-se dentro da cavidade abdominal um líquido que


contém uma mistura especial de glicose e de sais que arrasta as substâncias
tóxicas dos tecidos. Depois extrai-se o líquido e despeja-se. A quantidade de
glicose pode ser modificada para extrair mais ou menos líquido do organismo.

 Modalidades Intermitentes da Diálise Peritoneal Diálise Peritoneal


Ambulatória Diária (DPAD)
O Tratamento é dado com trocas frequentes durante o dia a cada 3 ou 4 horas.
Antes de dormir, o dialisato é drenado para evitar o longo tempo de permanência
da noite. É indicada para pacientes com dificuldade de ultrafiltração por alta
permeabilidade determinada pelo PET (do inglês Peritoneal Equilibrium Test).

 Diálise Peritoneal Intermitente (DPI)


O tratamento é dado durante cerca de 24 horas, em ambiente hospitalar, com
trocas a cada 1-2 horas, duas vezes por semana (40 a 60 litros). No período entre
as diálises, fica o abdómen seco. Indicada para paciente com alta permeabilidade
de membrana e função renal residual significativa.

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 Diálise Peritoneal Nocturna (DPN)
Esta diálise é realizada através de uma cicladora enquanto o paciente dorme, em
um período entre 08 e 12 horas. Durante o dia o abdómen fica vazio. Para
pacientes com área de superfície corporal alta e sem função renal residual, pode
ser necessária uma ou duas trocas durante o dia.

 Modalidades Contínuas da Diálise Peritoneal Diálise Peritoneal Ambulatória


Contínua (DPAC ou CAPD)
Nesta modalidade são feitas três trocas durante o dia e uma antes de deitar, feitas
manualmente. O volume e a concentração de glicose são definidos pelas
necessidades específicas de cada paciente. Adequada para a maior parte dos
pacientes em diálise. Aliás essa modalidade tem sido altamente eficiente para o
controle de casos de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) rebelde a digitálicos
e diuréticos.

 Diálise Peritoneal Automatizada (DPA)


As trocas feitas pela cicladora durante a noite se seguem de um longo ciclo
durante o dia. Bom método para pacientes que necessitam estar em cicladora, mas
não tem como realizar trocas durante o dia.

Preparação do utente;
INSTRUÇÕES DE USO

Quanto às técnicas de inserção, cuidado e retirada do cateter, podem variar de acordo


com as características específicas para cada caso, são sugeridas as seguintes
instruções:

Colocar o paciente em posição adequada, em ambiente cirúrgico.


Preparar todo material e a sala, utilizando-se de medidas assépticas respeitando
as rotinas da instituição.
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Proceder a aplicação do anestésico de acordo com a indicação.

Proceder a incisão da pele superficialmente atravessando todas as camadas


(planos) para posteriormente por punção atingir  o peritónio.

Uma vez localizada a cavidade peritoneal, introduzir o cateter com o extremo


fenestrado no interior do peritónio de modo que toda extremidade fenestrada
fique no interior da cavidade peritoneal.

Realizar a cauterização dos vasos sanguíneos segundo normas institucionais.

Assegurar que um dos “cuff” fique locado no espaço entre a camada muscular
e o peritónio e o outro “cuff” fique locado no tecido subcutâneo logo abaixo da
pele, para permitir que se fixe no tecido para evitar perda de líquido e
contaminação do cateter.

Fixar o cateter na superfície da pele.

Conectar a extensão ao extremo proximal do cateter.

Adaptar ao extremo proximal da extensão um conector três vias para permitir o


controle do que é drenado e do que é infundido na cavidade peritoneal.

Manter fechado o sistema com auxílio do conector três vias e conectar o


reservatório de drenagem e o equipo para irrigação.

Abrir o sistema e verificar o funcionamento do reservatório de drenagem.


Colocar na altura indicada.  

Realizar o controle radiológico correspondente para verificar a posição.

 Na diálise peritoneal, o peritoneu, uma membrana que reveste o abdómen e


recobre os órgãos abdominais, actua como um filtro permeável. Esta
membrana possui uma extensa superfície e uma rica rede de vasos sanguíneos.
As substâncias provenientes do sangue podem filtrar-se facilmente através do
peritoneu para o interior da cavidade abdominal se as condições forem
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favoráveis. O líquido é introduzido através de um cateter que penetra através
da parede abdominal até ao espaço peritoneal, no interior do abdómen. Esse
líquido deve permanecer no abdómen durante um tempo suficiente para
permitir que os materiais residuais provenientes da circulação sanguínea
passem lentamente para ele. Depois tira-se o líquido, despeja-se e substitui-se
por outro novo.

Em geral usa-se um cateter mole de borracha de silicone ou de poliuretano


poroso porque permite que o líquido flua uniformemente e é improvável que
cause lesões. Se o cateter for instalado por um curto período de tempo, pode-se
colocar enquanto o paciente está na cama. Se for permanente, deve-se colocar
na sala de operações. Existe um tipo de cateter que finalmente se fecha com a
pele e que se pode deixar tapado quando não se usa.

 Para a diálise peritoneal utilizam-se várias técnicas. Na mais simples, a diálise


peritoneal manual intermitente, as bolsas que contêm o líquido aquecem-se
à temperatura do corpo; o líquido é introduzido dentro da cavidade peritoneal
pelo espaço de 10 minutos, deixa-se permanecer ali entre 60 e 90 minutos e
depois extrai-se durante 10 a 20 minutos. O tratamento completo pode
necessitar de 12 horas. Esta técnica usa-se sobretudo para tratar a insuficiência
renal aguda.
 A diálise peritoneal intermitente automatizada pode realizar-se em casa,
eliminando a necessidade de uma assistência de enfermaria permanente. Um
dispositivo com relógio automático bombeia o líquido para dentro e para fora
da cavidade peritoneal. Em geral, coloca-se o ciclador na altura de deitar para
que a diálise se realize durante o sono. Estas terapias precisam de ser
realizadas 6 ou 7 noites por semana.

 Na diálise peritoneal contínua ao domicílio, o líquido é deixado no abdómen


durante intervalos muito prolongados. Normalmente, extrai-se e repõe-se os
líquidos quatro ou cinco vezes por dia, recolhe-se em bolsas de cloreto de

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polivinil que podem ser dobradas quando estão vazias, colocam-se dentro de
um invólucro e podem ser utilizadas para uma drenagem subsequente sem
serem desligadas do cateter. Geralmente efectuam-se três destes intercâmbios
de líquido durante o dia, com intervalos de 4 horas ou mais. Cada troca precisa
de 30 a 45 minutos. Um tempo de intercâmbio mais prolongado (de 8 a 12
horas) leva-se a cabo durante a noite, durante o sono.

 Outra técnica, a diálise peritoneal contínua assistida com um ciclador,


utiliza um ciclador automático para realizar trocas breves à noite durante o
sono, enquanto as trocas mais extensas são levadas a cabo durante o dia, sem o
ciclador. Esta técnica minimiza o número de trocas durante o dia, mas impede
a mobilidade à noite porque o equipamento é volumoso.

Material e EPI necessários


 Solução dialisadora
MÉTODO:
Inicia-se com a infusão de 2L de volume de solução com dextrose a 1,5 % na
cavidade abdominal durante 10 minutos e deixa-se dialisar durante 2,5 horas.
A solução é depois drenada durante 20 minutos antes da próxima troca. 3
trocas/dia. Uma vez que os indivíduos têm membranas peritoneais diferentes uns
dos outros deve-se fazer, nos primeiros 2 meses, o teste do equilíbrio peritoneal
para avaliar a taxa de transporte da ureia e da creatinina através da membrana
peritoneal, de forma a adequar a terapêutica (dialisadores rápidos 10-17%,
dialisadores moderados 50%, dialisadores médio-lentos 25-30%, dialisadores
lentos 5%).
 Vias de acesso/preparação para a cirurgia (REVER)
 Princípios básicos (REVER)
 Acidentes comuns
 Dor Abdominal, Anorexia
 Drenagem inadequada
 Dificuldade Respiratória

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 Hérnia Abdominal, Sangramento
 Problemas mecânicos

 Complicações
Infecciosas

 Peritonite: principal complicação da diálise peritoneal


 Infecções no local de saída do cateter e túnel
 Falhas na ultrafiltração
 Complicações mecânicas
 Hérnias
 Dor abdominal Hipersensibilidade Rigidez, hipotensão
 Drenagem inadequada
 Metabólicas
 Hiperglicémia
 Obesidade
 Hipertrigliceridemia
 Osteodistrofia
 Causa: Contaminação por S. aureus que

 Primeiros sinais: Líquido turvo e espesso

Embora muitas pessoas se submetam à diálise peritoneal durante anos sem


problemas, por vezes podem apresentar-se complicações. Pode-se produzir uma
hemorragia no ponto onde o cateter sai do corpo ou no interior do abdómen, ou pode
perfurar-se um órgão interno durante a colocação do mesmo. O líquido pode
extravasar e sair em volta do cateter ou ir para o interior da parede abdominal. A
passagem do líquido pode ser obstruída pela presença de coágulos ou de outros
resíduos.

Contudo o problema mais grave da diálise peritoneal é a possibilidade de infecção.


Esta pode localizar-se no peritoneu, na pele onde se situa o cateter ou na zona que o
circunda, causando um abcesso. A infecção em geral surge por um erro na técnica de
esterilização em qualquer passo do procedimento da diálise. Habitualmente, os
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antibióticos podem eliminá-la; caso contrário, é provável que se deva extrair o cateter
até que se cure a infecção.

Outros problemas podem associar-se à diálise. É frequente haja uma baixa


concentração de albumina no sangue (hipoalbuminemia). As complicações raras
compreendem o aparecimento de cicatrizes no peritoneu (esclerose peritoneal), tendo
como resultado uma obstrução parcial do intestino delgado, concentrações abaixo do
normal da hormona tiróidea (hipotiroidismo) e ataques epilépticos. Também é raro
aparecer um elevado valor de açúcar (glicose) no sangue (hiperglicemia), excepto
nos pacientes que sofrem de diabetes. Em aproximadamente 10 % dos doentes
ocorrem hérnias abdominais ou inguinais.

Os doentes submetidos a diálise peritoneal podem ser propensos à obstipação, o que


interfere com a saída do líquido pelo cateter. Por conseguinte, é possível que
precisem de tomar laxativos ou substâncias que amoleçam a consistência das fezes.

Em geral, a diálise peritoneal não é feita naquelas pessoas que têm infecções da parede abdominal,
conexões anormais entre o peito e o abdómen, um enxerto de um vaso sanguíneo recentemente colocado
no interior do abdómen ou uma ferida abdominal recente

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Possíveis complicações da hemodiálise
Complicação Causa
Bactérias ou substâncias que causam febre
Febre (pirogénios) na corrente sanguínea.
Dialisado aquecido.
Reacções alérgicas potencialmente
Alergia a uma substância do aparelho.
mortais (anafilaxia)
Hipotensão arterial Extracção de demasiado fluído.
Valores anómalos do potássio e de outras
Ritmos cardíacos anormais
substâncias no sangue.
Êmbolos de ar Ar que penetra no sangue pelo aparelho.

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Hemorragia no intestino, cérebro, Utiliza-se a heparina para impedir a
olhos ou abdómen coagulação no aparelho.

 Assistência de enfermagem, antes, durante e depois da diálise peritoneal


Antes a diálise
 Cuidados antes da diálise
 Explicar o procedimento;
 Sinais vitais;
 Peso;
 Electrólitos;
 Preparar a unidade e o material (banho: tipo de solução, medicamentos etc.)

Durante a diálise
 Início, duração e término de cada banho;
 Aspecto do líquido drenado;
 Sinais vitais;
 Ambiente tranquilo; medidas de conforto;
 Pesar a bolsa após cada troca;
 Usar técnica asséptica rigorosa.

Após a diálise
 Anotar as condições do paciente;
 Sinais vitais;
 Peso;
 Fechamento da folha de balanço hídrico: início e término de cada troca;
quantidade e tipo de solução drenada; número de trocas.
 Peso Seco
 TPC – sobre assistência de enfermagem no utente em diálise peritoneal

SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO

Os principais efeitos adversos da imobilidade no sistema músculo-esquelético


incluem:

1. Diminuição da contracção muscular;


2. Perda de massa e forca muscular;

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3. Contracturas;

4. Osteoporose (desmineralização óssea).

Diminuição das Contracções Tónicas: No interior de um músculo normal há


sempre um pequeno número de fibras musculares em contracção. Esta contracção
tónica não é suficiente para provocar movimento dos grandes músculos, mas é
suficiente para manter uma contracção parcial chamada tonus muscular ou
tonacidade. O tonus muscular que permite que o corpo mantenha uma postura normal
ou posição funcional e que evita que o corpo se transforme e numa massa informe. O
tonus muscular é mantido apenas pela utilização dos músculos na execução das
actividades diárias normais. A imobilidade provoca a diminuição das contracções
tónicas e reduz o tonus muscular. A redução do tonus muscular pode conduzir a
outros problemas, tais como a diminuição da tensão muscular nas veias das
extremidades, o que conduz à estase venosa e aos consequentes efeitos circulatórios
desejáveis.

Diminuição das contracções isotónicas: A palavra isotónica é composta por iso, que
quer dizer “ o mesmo”, e tónica, que significa “tonacidade, tonus, tensão”. Por isso
uma contracção isotónica é aquela em que o tonus ou tensão muscular se mantém
enquanto o músculo se contrai, diminuindo o seu comprimento. São as contracções
isotónicas do músculo normal que produzem o movimento dos segmentos do corpo.
Durante o movimento o trabalho vigoroso, o consumo metabólico para contrair os
músculos pode ser 50 a 100 vezes superior ao da taxa de repouso. Assim, com a
diminuição das contracções isotónicas os músculos não utilizados enfraquecem e o
doente perde a tolerância ao esforço e a endurece, o que pode causar problemas em
vários sistemas do organismo. Por exemplo, os músculos da respiração podem tornar-
se incapaz de realizar um esforço respiratório adequado, provocando uma respiração
superficial, o que vai favorecer o aparecimento de complicações respiratórias.

Diminuição das contracções isométricas: o elemento métrico é relativo a medida.


Numa contracção isométrica, o músculo mantém o mesmo comprimento, mas o
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tonus aumenta. Apesar de o músculo aumentar de volume durante as contracções
isométricas não produz movimento ou trabalho. Muitas vezes, são suporte para que
outros músculos produzam movimento e realizem trabalho, porque muitos dos
movimentos são resultado de uma combinação de contracções isotónicas e
isométricas. A imobilidade provoca perda de potencia e de capacidade para as
contracções musculares isométricas. A diminuição da capacidade para realizar
contracções isométricas pode induzir outros problemas, tais como a debilidade dos
músculos abdominais, tornando-se incapazes de manter a tensão da parede
abdominal, necessária para uma eliminação intestinal normal, tendo como
consequência a obstipação ou a formação de fecalomas.

Perda da massa e da forca muscular: Com a imobilidade, o catabolismo muscular é


superior ao anabolismo. Desconhece-se as razoes por que tal acontece, mas as
pessoas imobilizados sofrem de degeneração e atrofia muscular. De facto em dois
meses de imobilização, um músculo pode ficar reduzido a metade do seu tamanho
original.

O desuso e a perda de massa provocam uma redução da forca muscular de 10 a 20


por cento em cada semana. Assim, em dois meses de imobilidade, pode haver perda
de cerca de 50 por cento da forca muscular.

A perda de massa e de forca muscular podem conduzir a uma imobilidade


generalizada, dores musculares, incluindo dores lombares e instabilidade. Num
doente imobilizado, a perda de forca muscular ocorre primeiro nos músculos
antigravitacionais dos membros inferiores e do tronco e, por fim, nos pequenos
músculos usados nos movimentos finos e de coordenação, tal como os músculos das
mãos.

Contracturas: Quando os músculos não são usados para executar movimentos,


começam a instalar-se muito rapidamente as contracturas, quando existe contractura,

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o músculo permanece fixo, com diminuição do comprimento e resistência de
estiramentos.

Se um músculo permanecer inactivo 5 a 7 dias, o tecido conjuntivo laxo, que


normalmente permite atingir a amplitude máxima de movimento, começa a reduzir,
transformando-se gradualmente em tecido conjuntivo denso. As articulações tornam-
se rígidas, dolorosas e com pouca amplitude de movimento.

As contracturas musculares, em doentes imobilizados, são provocadas por


espasticidade muscular (excesso de tonus), paralisia com flacidez (diminuição do
tonus), ou restrição mecânica (posicional) do movimento.

Osteoporose: Uma das alterações ósseas de um indivíduo imobilizado é a


osteoporose, que consiste na perda dos minerais e materiais orgânicos que compõem
o tecido ósseo. Com osteoporose, o osso matem o seu tamanho normal com a
proporção normal de conteúdo orgânico e mineral, mas com menos tecido ósseo do
que o normal. A perda de tecido ósseo enfraquece o osso e torna-o mais susceptível à
fractura. Quanto maior for a osteoporose - se, menor é o traumatismo necessário para
provocar a sua fractura. Por exemplo, um doente com osteoporose grave pode
espirrar e fracturar uma vértebra.

Avaliação das alterações músculo-esqueléticas:

Para iniciar a avaliação só sistema musculoesquelético de um doente imobilizado, e


conveniente rever se o padrão alimentar é adequado ao metabolismo dos músculos e
ossos - isto é, verificando se a ingestão de proteínas é adequada para prevenir o
catabolismo muscular e, se a ingestão de cálcio, fósforo e vitamina D é adequada às
suas necessidades.

Depois de rever o processo, deve examinar a pessoa, observar a sua postura e


capacidade para manter o posicionamento corporal (ou alinhamento corporal). Palpe
para avaliar a tensão muscular, observe a dimensão dos músculos e a sua simetria,

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meça o perímetro ao nível dos gémeos e das coxas. Pesquise contracturas,
verificando a amplitude do movimento e a resistência encontrada durante a avaliação
da amplitude articular

Assistência de Enfermagem nas alterações osteomusculares


Definição
Um estado no qual o indivíduo corre o risco de sofrer deterioração dos sistemas de
organismo por inactividade musculo esquelético.
Factores relacionados
Os factores relacionados com maior frequência são Diminuição da mobilidade física
e intolerância à actividade.

Os principais efeitos adversos da imobilidade no sistema músculo-esquelético


incluem:

1. Diminuição da contracção muscular;


2. Perda de massa e forca muscular;

3. Contracturas;

4. Osteoporose (desmineralização óssea).

Diminuição das Contracções Tónicas:

No interior de um músculo normal há sempre um pequeno número de fibras


musculares em contracção. Esta contracção tónica não é suficiente para provocar
movimento dos grandes músculos, mas é suficiente para manter uma contracção
parcial chamada tonus muscular ou tonacidade. O tonus muscular que permite que o
corpo mantenha uma postura normal ou posição funcional e que evita que o corpo se
transforme e numa massa informe. O tonus muscular é mantido apenas pela
utilização dos músculos na execução das actividades diárias normais. A imobilidade
provoca a diminuição das contracções tónicas e reduz o tonus muscular. A redução do
tonus muscular pode conduzir a outros problemas, tais como a diminuição da tensão
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muscular nas veias das extremidades, o que conduz à estase venosa e aos
consequentes efeitos circulatórios desejáveis.

Diminuição das contracções isotónicas:

A palavra isotónica é composta por iso, que quer dizer “ o mesmo”, e tónica, que
significa “tonacidade, tonus, tensão”. Por isso uma contracção isotónica é aquela em
que o tonus ou tensão muscular se mantém enquanto o músculo se contrai,
diminuindo o seu comprimento. São as contracções isotónicas do músculo normal
que produzem o movimento dos segmentos do corpo. Durante o movimento o
trabalho vigoroso, o consumo metabólico para contrair os músculos pode ser 50 a
100 vezes superior ao da taxa de repouso. Assim, com a diminuição das contracções
isotónicas os músculos não utilizados enfraquecem e o doente perde a tolerância ao
esforço e a endurece, o que pode causar problemas em vários sistemas do organismo.
Por exemplo, os músculos da respiração podem tornar-se incapaz de realizar um
esforço respiratório adequado, provocando uma respiração superficial, o que vai
favorecer o aparecimento de complicações respiratórias.

Diminuição das contracções isométricas:

O elemento métrico é relativo a medida. Numa contracção isométrica, o músculo


mantém o mesmo comprimento, mas o tonus aumenta. Apesar de o músculo
aumentar de volume durante as contracções isométricas não produz movimento ou
trabalho. Muitas vezes, são suporte para que outros músculos produzam movimento e
realizem trabalho, porque muitos dos movimentos são resultado de uma combinação
de contracções isotónicas e isométricas. A imobilidade provoca perda de potência e
de capacidade para as contracções musculares isométricas. A diminuição da
capacidade para realizar contracções isométricas pode induzir outros problemas, tais
como a debilidade dos músculos abdominais, tornando-se incapazes de manter a
tensão da parede abdominal, necessária para uma eliminação intestinal normal, tendo
como consequência a obstipação ou a formação de fecalomas.

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Perda da massa e da forca muscular: Com a imobilidade, o catabolismo muscular é
superior ao anabolismo. Desconhece-se as razoes por que tal acontece, mas as
pessoas imobilizados sofrem de degeneração e atrofia muscular. De facto em dois
meses de imobilização, um músculo pode ficar reduzido a metade do seu tamanho
original.

O desuso e a perda de massa provocam uma redução da forca muscular de 10 a 20


por cento em cada semana. Assim, em dois meses de imobilidade, pode haver perda
de cerca de 50 por cento da forca muscular.

A perda de massa e de forca muscular podem conduzir a uma imobilidade


generalizada, dores musculares, incluindo dores lombares e instabilidade. Num
doente imobilizado, a perda de forca muscular ocorre primeiro nos músculos
antigravitacionais dos membros inferiores e do tronco e, por fim, nos pequenos
músculos usados nos movimentos finos e de coordenação, tal como os músculos das
mãos.

Contracturas:

Quando os músculos não são usados para executar movimentos, começam a instalar-
se muito rapidamente as contracturas, quando existe contractura, o músculo
permanece fixo, com diminuição do comprimento e resistência de estiramentos.

Se um músculo permanecer inactivo 5 a 7 dias, o tecido conjuntivo laxo, que


normalmente permite atingir a amplitude máxima de movimento, começa a reduzir,
transformando-se gradualmente em tecido conjuntivo denso. As articulações tornam-
se rígidas, dolorosas e com pouca amplitude de movimento.

As contracturas musculares, em doentes imobilizados, são provocadas por


espasticidade muscular (excesso de tonus), paralisia com flacidez (diminuição do
tonus), ou restrição mecânica (posicional) do movimento.

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Osteoporose:

Uma das alterações ósseas de um indivíduo imobilizado é a osteoporose, que consiste


na perda dos minerais e materiais orgânicos que compõem o tecido ósseo. Com
osteoporose, o osso matem o seu tamanho normal com a proporção normal de
conteúdo orgânico e mineral, mas com menos tecido ósseo do que o normal. A perda
de tecido ósseo enfraquece o osso e torna-o mais susceptível à fractura. Quanto maior
for a osteoporose - se, menor é o traumatismo necessário para provocar a sua
fractura. Por exemplo, um doente com osteoporose grave pode espirrar e fracturar
uma vértebra.

Avaliação das alterações músculo-esqueléticas:

Para iniciar a avaliação só sistema musculoesquelético de um doente imobilizado, e


conveniente rever se o padrão alimentar é adequado ao metabolismo dos músculos e
ossos - isto é, verificando se a ingestão de proteínas é adequada para prevenir o
catabolismo muscular e, se a ingestão de cálcio, fósforo e vitamina D é adequada às
suas necessidades.

Depois de rever o processo, deve examinar a pessoa, observar a sua postura e


capacidade para manter o posicionamento corporal (ou alinhamento corporal). Palpe
para avaliar a tensão muscular, observe a dimensão dos músculos e a sua simetria,
meça o perímetro ao nível dos gémeos e das coxas. Pesquise contracturas,
verificando a amplitude do movimento e a resistência encontrada durante a avaliação
da amplitude articular

Cuidados de enfermagem
Manter a pele intacta e as mucosas com coloração normal; sem sinais de
isquemia e de eritemas não branqueáveis pressão;
Manter a circulação adequada; sem sinais de edema, formação de coágulos,
flebites ou embolia pulmonar;

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Manter um retorno venoso e o débito cardíaco normais; sem sinais de
sobrecarga ou falência cardíaca ou hipotensão ortostática;
Manter a ventilação adequada; sem sinais de retenção de dióxido de carbono.
Ou hipoxia;
Manter uma alimentação adequada; sem anorexia, má nutrição, catabolismo
muscular ou balanço azotado negativo;
Manter a massa muscular; sem sinais de diminuição de forca ou de tonus
muscular;
Manter a mobilidade articular passiva de todas as articulações; sem sinais de
contracturas;
Manter o metabolismo ósseo normal; sem reabsorção óssea, hipercalemia,
hipercalciúria , formação de cálculos renais de cálcio, osteoporose ou
fracturas patogénicas;
Manter a boa eliminação vesical; sem retenção urinária, urina concentrada,
infecção urinária, distensão vesical, incontinência urinária, urina alcalina ou
cálculos renais
Lidar com a incapacidade para realizar tarefas ou atingir objectivos com
autonomia; sem sentimentos excessivos de perda de controlo, frustração,
hostilidade, agressão ou depressão;
Lidar com a incapacidade de afastar autonomamente do que é sentido como
ameaça ao seu bem-estar físico ou emocional; sem sentimentos excessivos de
ansiedade, medo ou pânico
Manter o relacionamento inter-pessoal saudável com os prestadores de
cuidados; sem dependência excessiva ou necessidade de lhe agradar ou de o
controlar;
Manter o relacionamento saudável; sem sentimentos de isolamento.

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Assistência de Enfermagem no utente com integridade cutânea prejudicada
Definição:
Estado em que um individuo tem lesões da integridade e continuidade estrutural dos
tecidos moles orgânicos, incluindo a pele, mucosa, tecidos córneo, o tecido
subcutâneo, ou o musculo.
Características definidoras:
A única grande característica definidora para este diagnostico de enfermagem é a
lesão ou destruição de um dos tecidos mencionados na definição.
Factores relacionados
Alterações mecânicas secundárias a intervenção cirúrgica, traumatismo,
pressão, fricção.
Alterações térmicas, (queimaduras) secundarias ao calor ou lesões químicas, a
lesões provocadas pelo frio;
Outras alterações químicas secundárias às lesões tóxicas, à excepção das
relacionadas com o calor;
Alterações circulatórias secundárias a aterosclerose, doenças cardíacas, doença
vascular periférica;
Défice/excesso do volume de líquidos secundário a desidratação, edema;
Compromisso da mobilidade física secundário a paralisia, perda de
consciência, fraqueza muscular, compromisso neurológico, depressão, certos
medicamentos;
Défice/excesso nutricional secundário a desnutrição, nutrição deficiente
prolongada em um ou mais elementos nutricionais essenciais, obesidade;
Défice de conhecimento a respeito de segurança, prevenção de lesões,
tratamento de feridas.
Cuidados de enfermagem na integridade cutânea prejudicada
As prioridades a estabelecer para um indivíduo com compromisso da integridade dos
tecidos depende de muitos factores, a situação do utente é estável e não há perigo
imediato? Ou é Progressiva? Cuidar de pessoas com feridas implica:

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Prevenir fracturas lesões teciduais;

Prevenir a infecção de ferida;

Prevenir lesões de outros sistemas orgânicos;

Promover conforto do utente;

Promover a cicatrização da ferida através de nutrição adequada;

Prestar os cuidados apropriados à ferida - limpeza, medicamentos, penso;

Eliminar os défices de conhecimentos do utente relacionados com a lesão;

Ajudar a utente a recuperar a independência;

Ajudar o utente a adaptar-se a eventuais alterações transitórias ou permanentes


resultantes da ferida ou lesão;

Ajudar o utente, família ou amigos a alcançarem as competências necessárias à


prestação de bons cuidados à ferida ou lesão, aquando da alta.

Assistência de Enfermagem nas alterações osteomusculares


 Conceito
 Factores relacionados
 Cuidados de enfermagem
Assistência de Enfermagem no utente com integridade cutânea prejudicada
 Factores relacionados
 Cuidados de enfermagem na integridade cutânea prejudicada.

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