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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


CAMPUS XII - SANTARÉM
ENFERMAGEM EM UTI ADULTO

Assistência de Enfermagem no
Pós-operatório de Cirurgia Torácica
DISCENTES:
BLENDON QUEIROZ DA SILVA
MARCOS MICKAEL GOMES CARVALHO
MARIA JULIENE LIMA DA SILVA
RAÍSSA SOUSA DE OLIVEIRA
VANESSA KEMILLY GOMES LIMA
VICTÓRIA CRISTINE MELO ALMEIDA
DOCENTE: EVANIL PIMENEL
CIRURGIA TORÁXICA
Definição:
Subespecialidade cirúrgica do tórax e sistema respiratório;

5 principais áreas- traquéias, pulmões,

pleuras, mediastino e parede torácica;

Procedimento simples ao câncer de pulmão


Fonte: Google imagens.

(SENTURK, et al., 2011).


CIRURGIA TORÁXICA
Cirurgia torácica possui 3 abordagens principais;
Toracotomia;
Lateral limitada- abertura da cavidade torácica com a finalidade de
intervenção
Postero lateral- realiza uma incisão para acesso à pleura, hilo e todo o
pulmão.
esternal separadora- utilizada para as intervenções nas doenças
mediastinais

(GOIS, et al., 2004)


CIRURGIA TORÁXICA
1. Externo separadora 3. Póstero-lateral

2. Lateral limitada

(GOIS, et al., 2004)


EPIDEMIOLOGIA
Trauma torácico (TT) representa de 10% a 15% no
mundo

No Brasil corresponde a 7,3% das ocorrências

80% tratadas por toracostomia com drenagem pleural


fechada;
Fonte: Google imagens.

Toracotomia entre 10% e 20% de cirurgias torácicas


(ZANETTE, et al., 2019)
PRINCIPAIS MOTIVOS
fraturas de costela;
hiperidrose (sudorese excessiva);
pneumotórax;
derrame pleural;
intervenções estéticas;
câncer de pulmão;
transplante de órgãos.

(ARCÊNDIO, et al., 2008)


EMPIEMA
Empiema pleural é o pus na cavidade pleural;
Ocorre como complicação da pneumonia,
toracotomia, abscessos
Ou trauma penetrante com infecção secundária.
Principais causas são: condição pós-pneumonia
(comunitária ou hospitalar);
Pós-operatório e obstrução brônquica por corpo Fonte: Google imagens.

estranho.

(LIMA, et al ., 2009) (MARCH, et al., 2006)


EPIDEMIOLOGIA
1.500.000 de casos de derrame pleural nos EUA por ano;

No Brasil, 20% a 30% dos pacientes por Pneumonia Adquirida na


Comunidade (PAC);

(MARCH, et al., 2006)


FISIOPATOLOGIA
Estágio 1 (HASSAN et al., 2019):
Derrame parapneumônico simples ou não complicado;
Líquido intersticial aumenta durante a pneumonia e se move
através da membrana pleural;
Estágio 2 (LISBOA et al., 2011):
Empiema
Estágio fibrinopurulento;
Estágio 3 (GRIJALVA et al., 2011)
Crônico; formação de cobertura pleural fibrinosa
FATORES DE RISCO
Aspiração;
Má higiene dental;
Desnutrição;
Abuso de álcool ou drogas
intravenosas;
Imunossupressão;
Idade;
Refluxo gastroesofágico;
Pneumonia parcialmente tratada. (CHALMERS et al., 2009)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Inespecíficos;
Diminuição do frêmito;
Febre persistente;
Tosse;
Dor torácica pleurítica;
Dispneia;
Secreção;
Prolongamento de mal-estar e
febre; (MARKS et al., 2012)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Exame físico:
Presença de líquido pleural
com macicez à percussão;
Diminuição do murmúrio
vesicular;
Diminuição do frêmito;
Egofonia;

(TSUJIMOTO et al., 2015)


DIAGNÓSTICO

Constelação de
sintomatologia com exames
complementares;
Exames de imagem;
Biópsia pleural;
Toracoscopia;

(HEFFNER; KLEIN; HAMPSON, 2010)


TRATAMENTO
Antibioticoterapia;
Cobrindo anaeróbicos;
Local de aquisição;
Modo de aquisição;
Epidemiologia;
Drenagem do líquido pleural;
Tubo torácico ou toracostomia;
Cirurgia aberta.
(DAVIES; DAVIES; DAVIES, 2010)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PRÉ-
OPERATÓRIO DO EMPIEMA PLEURAL

Cuidado multiprofissional, qualificado, efetivo e seguro


Promoção do bem-estar;
Criação de ambiente aconchegante, acolhedor e humanizado
Preparo físico e psicológico;
Redução de complicações.

(SANTOS, et al., 2017)


CUIDADOS DE ENFERMAGEM E COMPLICAÇÕES
NO PÓS-OPERATÓRIO DO EMPIEMA PLEURAL

Redução da VEF;
Riscos de falência respiratória;
Monitorar a frequência e ritmo cardíaco, através da ausculta e
eletrocardiograma;
Alta incidência de arritmia;

(BRUNNER & SUDDARTH, 2002).


CUIDADOS DE ENFERMAGEM E COMPLICAÇÕES
NO PÓS-OPERATÓRIO DO EMPIEMA PLEURAL

Equipe multiprofissional capacitada;


Melhoria das trocas gasosas na respiração;
Garantir a limpeza das vias aéreas;
Proporcionar o alívio da dor;
Aumentar a mobilidade dos membros superiores;

(BRUNNER & SUDDARTH, 2002).


CUIDADOS DE ENFERMAGEM E COMPLICAÇÕES
NO PÓS-OPERATÓRIO DO EMPIEMA PLEURAL
Visar a manutenção do volume de líquidos;
Manter uma boa nutrição, a fim de reduzir os riscos de
infecção;
Importância e compreensão do auto cuidado eficaz;
Reduzir os riscos e complicações;
Restaurar a saúde e bem-estar.

(BRUNNER & SUDDARTH, 2002).


COMPLICAÇÕES POTENCIAIS NO PÓS-
OPERATÓRIO DO EMPIEMA PLEURAL
Angústia respiratória;
Arritmias;
Atelectasia;p
Pneumotórax;
Fístula bronco pleural;
Perda sanguínea;
Edema pulmonar.
(BRUNNER & SUDDARTH, 2002).
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM (SAE)
INTERVENÇÃO

DIAGNÓSTICO RESULTADOS ESPERADOS


Ansiedade relacionado à ameaça à Ofertar uma escuta ativa;

Auto controle da ansiedade;

condição atual e mudança importante Oferecer técnicas de relaxamento;

Auto controle do medo.


na condição de saúde, evidenciado por Reduzir os níveis de estresse;

nervosismo, medo e preocupação. Apoio emocional

NANDA-NIC-NOC, 2012.
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM (SAE)
INTERVENÇÃO

DIAGNÓSTICO RESULTADOS ESPERADOS


Dor Aguda relacionado à incisão, tubos


de drenagem e procedimento cirúrgico, Monitorar sinais vitais com frequência;

evidenciado por relato verbal, Promover conforto físico;


Alívio e controle da dor.
diaforese, dilatação pupilar e alteração Administrar analgésicos.
na pressão sanguínea.

NANDA-NIC-NOC, 2012.
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM (SAE)

INTERVENÇÃO

DIAGNÓSTICO RESULTADOS ESPERADOS


Incentivar o envolvimento familiar;

Déficit de Conhecimento sobre os


Aumentar a cobertura;

conhecimentos do cuidado no
Garantir a educação individual;
Bem-estar do cuidador familiar;

domicílio, relacionado à tensão do


Capacitar os cuidadores, de forma clara Desempenho eficaz do cuidado.

cuidador, evidenciado por insegurança,


e de fácil compreensão;

inexperiência e responsabilidades.

NANDA-NIC-NOC, 2012.
ESTENOSE MITRAL
Redução da área da Valva Mitral;
Com maior frequência, é causada por endocardite reumática;
são evoluções não supurativas da faringoamigdalite
deflagrada por uma infecção pelo Streptococcus B-hemolítico do
Grupo A.
Área Valvar Mitral (AVM) normal=4-6 cm²
EM Mínima = 2,5 e 4 cm²
EM leve = 1,5-2,5 cm²
EM Moderada = 1,0-1,5 cm²
EM Grave = <1,0 cm²
(BRUNNER & SUDDARTH, 2002)
EPIDEMIOLOGIA
Aproximadamente 25% de todos os pacientes com doença cardíaca
reumática apresentam estenose mitral;
aproximadamente 40% combinam estenose mitral e insuficiência
mitral;
O envolvimento multivalvar é visto em 38% dos pacientes com EM,
sendo a valva aórtica a mais afetada, em aproximadamente 35%
coração direito raramente é afetado, tendo uma prevalência de 6% na
valva tricúspide

(NETO et al., 2021)


FISIOPATOLOGIA
O AE possui grande dificuldade de mover o sangue para o VE
resistência do orifício estreitado
refluxo sanguíneo => a circulação pulmonar fica congesta;
o ventrículo direito deve contrair-se contra a pressão da artéria
pulmonar ventrículo direito falha;
O átrio esquerdo dilatado, pode criar pressão sobre a árvore
brônquica esquerda, resultando em uma tosse seca ou sibilância.

(BRUNNER & SUDDARTH, 2002)


FATORES DE RISCO
Infecção por estreptococos;
Sexo feminino;
Idade;
Medicamentos ergotamínicos;
Medicamentos serotoninérgicos; Fonte: Google imagens.

Febre reumática;
Endocardite reumática.
Manifestações Clínicas
Principal manifestação = Dispneia

Dispneia em repouso
Dispneia paroxística noturna

Pode aparecer acompanhada de:


- Palpitações
- Hemoptise
- Tosse e disfonia

(BRUNNER & SUDDARTH, 2011; TARASOUTCHI et al, 2017).


Diagnóstico
Exame físico

ECG (eletrocardioagrama)

Radiografia de tórax

Ecocardiograma
Tratamento
Uso de Anticoagulante (Varfarina)
Aconselhamentos acerca de exercícios
Nível cirúrgico: VMCB (Valvoplastia mitral por cateter-balão
Comissurotomia mitral Troca valvar
CUIDADOS, COMPLICAÇÕES E SAE
A assistência pós operatória tem o foco de minimizar os
agravos;
Brusca alteração hemodinâmica = alta probabilidade de
complicações;
Os principais objetivos do pós-operatório são:
- Estabilização hemodinâmica;
- Recuperação da anestesia.

(BRUNNER & SUDDARTH, 2002)


CUIDADOS, COMPLICAÇÕES E SAE
Os pacientes permanecem em UTI por 24-72 horas (pós-operatório
imediato);
A equipe assistencialista deve ser habilitada e capacitada;
Lira et al., 2012
- Manutenção;
- Prevenção;
- Apoio psicológico.

(BRUNNER & SUDDARTH, 2002; LIRA et al.,2012)


CUIDADOS, COMPLICAÇÕES E SAE
Prevenção
Prevenção e controle de infecção Prevenção e controle de infecção;
Prevenção e controle da dor. Prevenção e controle da dor.

Manutenção
- Manutenção do débito cardíaco;
- Manutenção da integridade tecidual;
- Manutenção do controle hidroeletrolítico;
- Manutenção da ventilação e oxigenação. (LIRA et al.,2012)
CUIDADOS, COMPLICAÇÕES E SAE
Controle do débito (DC) cardíaco é um importante fator;
- DC baixo = > chances de complicações!
É um momento marcado pela instabilidade do quadro, necessitado de
cuidados complexos e contínuos;
(DUARTE et al., 2012; OLIVEIRA et al.,2021)
BACCARIA et al., 2015;
- Complicações pós-cirúrgicas.
CUIDADOS, COMPLICAÇÕES E SAE
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES:
Regurgitação mitral e insuficiência cardíaca congestiva;
Shunts atriais (iatrogênicos);
Tromboembolia;
Infecções;
Disritmias;
Hipertensão arterial e pulmonar;
Complicações renais.
As tromboembolias ocorrem principalmente pelo uso de válvulas
mecânicas.

(BRUNNER & SUDDARTH, 2002; BECCARIA et al., 2015)


CUIDADOS, COMPLICAÇÕES E SAE
1. Tromboembolia 3. Regurgitação mitral

2. Shunt atrial

Fonte: Google imagens.


Fonte: Google imagens.

Fonte: Google imagens.


SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM
DIAGNÓSTICO
Risco de trombose, relacionado a procedimento cirúrgico.
INTERVENÇÕES
Farmacoterapia com anticoagulantes;
Monitorização cardíaca;
Observação do padrão respiratório;
Avaliação do nível de consciência;
Avaliação de respostas neurológicas.
RESULTADOS ESPERADOS
Diminuição máxima do risco de tromboembolia.
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM
DIAGNÓSTICO
Risco de infecção de sítio cirúrgico, relacionado a procedimento
cirúrgico e/ou implante cirúrgico.
INTERVENÇÕES
Antibioticoterapia preventiva;
Avaliação dos sinais de inflamação (dor, calor, edema, rubor) e de
produção secretiva na incisão cirúrgica;
Limpeza diária da incisão e troca de curativo em técnica asséptica;
Nutrição adequada.
RESULTADOS ESPERADOS
Diminuição do risco de infecção e outras complicações secundárias.
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM
DIAGNÓSTICO
Conforto prejudicado, relacionado a controle situacional inadequado,
privacidade insuficiente e estímulos ambientais desagradáveis.
INTERVENÇÕES
Apoio psicológico;
Esclarecimento sobre o tratamento e os procedimentos;
Diminuição dos estresses ambientais.
RESULTADOS ESPERADOS
Melhora da sensação de conforto e bem estar.
CONCLUSÃO

O profissional de enfermagem é o principal no contato e na assistência


direta ao paciente;
A UTI é um setor de cuidados complexos e quadros instáveis;
Os cuidados devem ir além da dimensão biológica;
A assistência deve ter o foco de:
Minimizar os riscos de complicações;
Cooperar na recuperação rápida do paciente;
Devolver a qualidade de vida em todos os aspectos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SHEN KR, BRIBRIESCO A, CRABTREE T, et al. As diretrizes de consenso da
American Association for Thoracic Surgery para o manejo do empiema. J Thorac
Cardiovasc Surg 2017; 153:e129.

ARCÊNCIO, Lívia et al. Cuidados pré e pós-operatórios em cirurgia cardiotorácica:


uma abordagem fisioterapêutica. Rev Bras Cir Cardiovasc, p. 500-410, 2008.

ARNOLD DT, HAMILTON FW, MORRIS TT, et al. Epidemiologia do empiema pleural
em hospitais ingleses e o impacto da gripe. Eur Respir J 2021; 57.

BECCARIA, Lucia Marinilza et al. Complicações pós-operatórias em pacientes


submetidos à cirurgia cardíaca em hospital de ensino. Arq Ciênc Saúde, v. 22, n. 3,
p. 3741, 2015..
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHALMERS JD, SINGANAYAGAM A, Murray MP, et al. Fatores de risco para
derrame parapneumônico complicado e empiema na apresentação ao hospital
com pneumonia adquirida na comunidade. Tórax 2009; 64:592.

DAVIES HE, DAVIES RJ, DAVIES CW, BTS Pleural Disease Guideline Group. Manejo
da infecção pleural em adultos: British Thoracic Society Pleural Disease Guideline
2010. Thorax 2010; 65 Supl 2:ii41.

Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificações


20212023/[NANDA International]. 11ª edição. Rio de Janeiro: Thieme, 2021.

DUARTE, Sabrina da Costa Machado et al. O cuidado de enfermagem no pós-


operatório de cirurgia cardíaca: um estudo de caso. Escola Anna Nery, v. 16, p.
657-665, 2012.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIMA, Luiz Carlos et al. Empiema pleural no adulto e adolescente: prevalência,
tratamento e evolução no período de janeiro de 1995 a janeiro de 2005.
Revistahugv, v.8. n. 1-2 jan./dez. 2009
ARCÊNCIO, Lívia et al. Cuidados pré e pós-operatórios em cirurgia cardiotorácica:
uma abordagem fisioterapêutica. Rev Bras Cir Cardiovasc, p. 500-410, 2008.
SENTURK, Ekrem et al. Mortalidade e fatores associados em uma UTI de cirurgia
torácica. J Bras Pneumol, p. 367-364, 2011.

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