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Camila Galvão

@FARMA.ROTINA
• Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar
adequadamente a insulina que produz.
• Mas o que é insulina? É um hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. O corpo
precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte
de energia. O papel mais conhecido da insulina consiste na estimulação da captação de glicose
pelas células, permitindo seu uso como fonte de energia. Entretanto, o papel da insulina é mais
abrangente, e consiste em promover o armazenamento de energia, estimulando também a
formação de glicogênio e proteínas. Quando a pessoa tem diabetes, no entanto, o organismo não
fabrica insulina e não consegue utilizar a glicose adequadamente. O nível de glicose no sangue fica
alta, a famosa hiperglicemia. Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos
em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
• O pâncreas é um órgão localizado atrás do estômago que produz alguns hormônios importantes
para nosso sistema digestivo. Em condições rotineiras, quando o nível de glicose no sangue sobe,
células especiais, chamadas células beta, produzem insulina. Assim, de acordo com as
necessidades do organismo no momento, é possível determinar se essa glicose vai ser utilizada
como combustível para as atividades do corpo ou será armazenada como reserva, em forma de
gordura. Isso faz com que o nível de glicose (ou taxa de glicemia) no sangue volte ao normal.
• A classificação atualmente adotada pela SBD foi originalmente proposta pela OMS e pela
ADA, e se baseia na etiologia da doença, incluindo quatro tipos ou classes:
• Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1)
• Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2)
• Outros tipos específicos de DM
• Diabetes Gestacional
• Diabetes Mellitus tipo 1
• Diabetes Mellitus tipo 2
Em algumas pessoas, o sistema imunológico
ataca equivocadamente as células beta. Logo, O Tipo 2 aparece quando o organismo não
pouca ou nenhuma insulina é liberada para o consegue usar adequadamente a insulina que
corpo. Como resultado, a glicose fica no produz; ou não produz insulina suficiente para
sangue, em vez de ser usada como energia. controla a taxa de glicemia. Cerca de 90% das
Esse é o processo que caracteriza o Tipo 1 de pessoas com diabetes têm o Tipo 2. Ele se
diabetes, que concentra entre 5 e 10% do total manifesta mais frequentemente em adultos, mas
de pessoas com a doença .O Tipo 1 aparece crianças também podem apresentar. Dependendo
geralmente na infância ou adolescência, mas da gravidade, ele pode ser controlado com
pode ser diagnosticado em adultos também. atividade física e planejamento alimentar. Em
Essa variedade é sempre tratada com insulina, outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros
medicamentos, planejamento alimentar e medicamentos para controlar a glicose.
atividades físicas, para ajudar a controlar o nível
de glicose no sangue
• Diabetes tipo I: poliuria noturna, letargia, fadiga,
polidipsia, perda de peso súbita e recente.
• Diabetes tipo II: poliuria, polidpsia, polifagia, visão
borrada.
• Pré-diabetes: assintomático (rastreamento parâmetros
clínicos e fatores de risco).
EXAMES NORMAL PRÉ-DIABETES DIABETES

Glicemia em jejum. <99 mg/dL 100-125 mg/dL ≥ 126mg/dL

Glicemia 2h após 75g <139 mg/dL 140-199 mg/dL ≥ 200 mg/dL


de glicose.
Hemoglobina glicada % Abaixo de 5,7 % De 5,7 – 6,4 % Maior ou igual a 6,5%

Glicemia casual. ≥200mg/dL


• Todas as pessoas com diabetes Tipo 1 e muitas com Tipo 2 precisam de insulina para
controlar a glicose no sangue. O paciente com diabetes tipo 1, toma insulina através de
uma injeção diária para regular os níveis de açúcar no sangue e, normalmente é
aplicada antes das principais refeições.
• Já o diabético tipo 2 deve começar a tomar insulina quando a dieta e os medicamentos
antidiabéticos não conseguem controlar os níveis de açúcar no sangue e, o valor da
hemoglobina glicosilada, que pode ser identificado no exame de sangue que o médico
pede regularmente, for superior a 7%.
• Além disso, o médico pode decidir iniciar o tratamento da diabetes com insulina
quando a glicemia em jejum for superior a 300 mg/dl, durante a diabetes gestacional
para controlar melhor a glicemia ou se o diabético perder muito peso em pouco
tempo, por exemplo.
• Atualmente as formas de aplicação e as agulhas modernas tornam o uso de insulina
muito mais simples e confortável e praticamente indolor atualmente. As agulhas cada
vez menores e mais confortáveis, tanto nas seringas descartáveis mais novas quanto,
ainda mais, com o uso em canetas de aplicação de insulina, o que torna sua aplicação
muito mais simples, precisa e confortável.
• As seringas para aplicação de insulina são graduadas em unidades, adequadas à concentração U-
100, o que significa que em 1 ml, há 100 unidades (UI) de insulina, concentração disponível no
mercado brasileiro.
• A insulina identificada com U-100 significa que existem 100 unidades de insulina por
mililitro (mL) de líquido no frasco. O paciente deve sempre respeitar o número de
unidades prescrito pelo médico. O auxílio do especialista é fundamental para determinar
a dosagem apropriada. Atualmente no Brasil todas as insulinas comercializadas são U-
100.
• Sabemos que em 1 ml, há 100 unidades, então em 10ml há 1000 unidades.

• 1ml---------100 UI
• 10ml---------X.
• X= 1000 UI.

• Se o paciente utiliza 20UI de manhã, mais 40UI a noite da insulina NPH, quantos frasco
de 10ml de insulina ele precisa comprar para 1 mês?
• As vantagens da caneta são: apresentação, praticidade no manuseio e transporte e a
possibilidade de utilizar agulhas mais curtas e finas, proporcionando maior adesão ao
tratamento. No mercado existem dois tipos de canetas: descartáveis e recarregáveis que
diferem de acordo com a marca, escala de graduação e dosagem máxima da caneta.
Também apresentam cores e/ou identificações diferenciadas para evitar o risco de troca no
tipo de insulina no momento da aplicação.
• Canetas Descartáveis: Possuem volume de 3 ml de insulina (300 unidades) e após o uso
devem ser descartadas.
• Canetas Recarregáveis ou permanentes: Utilizadas com refis de insulina contendo 3 ml (300
unidades) de insulina que devem ser trocados quando finalizados.
• Bombas de insulina são um modo seguro e eficiente de fornecer insulina para o corpo. Elas são
usadas com mais frequência por pessoas que precisam de múltiplas injeções ao longo do dia. O
equipamento inclui um pequeno cateter, que é inserido sob a pele. A ‘bomba’ propriamente dita
é usada externamente. Ela tem o tamanho dos antigos ‘pagers’, ou seja, é menor que um
smartphone.
• O local deve ser inspecionado pelo
paciente antes da injeção. As injeções
devem ser administradas em tecido
subcutâneo saudável, evitando-se
cicatrizes, feridas e lipo-hipertrofia, além
de sempre fazer as aplicações com as
mãos limpas e em local limpo.
• As seringas devem ser compatíveis com
a quantidade de insulina utilizada.
• As seringas são de uso único, portanto
devem ser utilizadas apenas uma vez.
• As agulhas devem ser descartadas imediatamente após o uso, em vez de ser
mantidas nas canetas. Isso impede a entrada de ar (ou de outros contaminantes) no
refil, bem como o vazamento da medicação, fatores que podem afetar a precisão da
dose.
• As agulhas da caneta devem ser utilizadas apenas uma vez.
• O botão de acionamento da dose só deve ser tocado após a agulha da caneta ser
totalmente inserida na pele.
• Após pressionar completamente o botão de acionamento da dose, os pacientes
devem contar lentamente até 10 antes de retirar a agulha, a fim de administrar a
dose completa e evitar o vazamento do medicamento.
• Deve-se manter o botão pressionado com o polegar até que a agulha seja retirada
da pele, a fim de evitar a aspiração do tecido do paciente para dentro do refil.
• Existem hoje vários tipos de insulina disponíveis para o tratamento de diabetes e elas se
diferenciam pelo tempo em que ficam ativas no corpo, pelo tempo que levam para
começar a agir e de acordo com a situação do dia em que elas são mais eficientes. O
tratamento com insulina deve se ajustar tanto ao seu estilo de vida quanto às suas
necessidades de controle de glicose. Lembre-se, o uso é muito individual e nem sempre se
acerta de primeira. É importante ter paciência.
• Não existe um ‘tamanho único’ no que se refere ao tratamento com insulina e ao plano de
gerenciamento do diabetes. Seus objetivos, idade, saúde geral, fatores de risco e
atividades diárias são considerados, portanto, cada terapia é individual.
• A insulina humana (NPH e Regular) utilizada no tratamento de diabetes atualmente é desenvolvida
em laboratório, a partir da tecnologia de DNA recombinante. A insulina chamada de ‘regular’ é
idêntica à humana na sua estrutura. Já a NPH é associada a duas substâncias (protamina e o zinco)
que promovem um efeito mais prolongado.
• A insulina não pode ser tomada em pílulas ou cápsulas, pois os sucos
digestivos presentes no estômago interferem em sua eficácia.
• As insulinas mais modernas, chamadas de análogas (ou análogos de
insulina), são produzidas a partir da insulina humana e modificadas de
modo a terem ação mais curta (Lispro (Humalog®), Aspart (NovoRapid®)
ou Glulisina (Apidra®).
• Ação mais prolongada Glargina (Lantus®), Detemir (Levemir®) e Degludeca
(Tresiba®). As insulinas também podem ser apresentadas na forma de pré-
-misturas. Há vários tipos de pré-misturas: insulina NPH + insulina Regular,
na proporção de 70/30, análogos de ação prolongada + análogos de ação
rápida (Humalog® Mix 25 e 50, Novomix®30).
• As insulinas podem vir em frascos e canetas. Os frascos são de 10 ml (para
uso com seringas de insulina) e o refis, são de 3 ml (usados em canetas de
aplicação de insulina), assim como podem vir em canetas de aplicação
descartáveis.
• O pâncreas secreta a insulina de duas maneiras:
basal e bolus.
• Como basal entende-se uma secreção constante
de insulina que permanece em níveis baixos no
sangue o tempo todo e é produzida em forma de
‘gotas contínuas’, mantendo a liberação de
glicose para as células do organismo, muito
importante para manter as funções do nosso
SNC; enquanto o termo bolus, se refere a
quantidades maiores de insulina que são
liberadas na circulação sanguínea em momentos
de maior necessidade, como por exemplo às
refeições, ou quando há aumento de açúcar no
sangue.
• As insulinas de ação rápida encontradas nas farmácias são utilizadas para proporcionar ação
semelhante a esses bolus de insulina, que ocorrem na fisiologia, necessários principalmente às
refeições. Já as injeções de insulina de ação intermediária (NPH) e lenta (análogos) atuam de
forma semelhante ao fornecimento basal e são aplicadas em 1 ou 2 aplicações diárias (Glargina,
Levemir e NPH), ou até 3 vezes ao dia (NPH), a fim de proporcionar o componente “basal” da
insulinização. É por isso que algumas vezes, para um bom tratamento com insulina, seguro e
eficaz, minimizando o risco de hipoglicemias, usa-se várias aplicações diárias de insulina, no
esquema assim conhecido como basal-bolus.
• Pessoas com diabetes Tipo 1 na maioria das vezes precisam de um programa terapêutico que
libere tanto a insulina basal quanto a bolus, no seu tratamento, que portanto em geral é feito de
maneira intensiva, ou seja, envolvendo 3 ou mais aplicações diárias de insulina. Já o tratamento
voltado ao diabetes Tipo 2 é variável. Alguns pacientes só precisam da basal, já que o pâncreas
ainda fornece a insulina necessária para as refeições. Nestes casos, uma aplicação diária, antes de
dormir, costuma ser suficiente. Outros precisam de insulina basal e bolus, com objetivo de
controlar a glicemia em diferentes momentos do dia.
• Algumas pessoas com diabetes Tipo 2 não precisam de injeções de insulina. São os muitos casos
em que medicamentos orais aliados à alimentação saudável e à prática regular de exercício físico
conseguem prover bom controle glicêmico.
• O programa de insulinoterapia personalizado pode incluir mais de um tipo de insulina, usados em
diferentes momentos do dia, na mesma hora, ou até na mesma aplicação. O mercado disponibiliza
algumas opções pré-misturadas de insulina, que possibilitam ao paciente aplicar dois tipos de
insulina em uma única aplicação. Em outros casos, a pessoa com diabetes vai fazer a própria
combinação, ajustando as doses das insulinas de ação ultrarrápida de acordo com a alimentação
(quantidade de carboidratos) ou com a glicemia medida.

• A tabela abaixo descreve as características dos tipos de insulina existentes. O início da ação é a
velocidade com que a insulina começa a trabalhar após a injeção; o pico é a hora em que a insulina
atinge o ponto máximo no que diz respeito à redução de glicemia e a duração é o tempo em que a
insulina age no organismo. A referência para os dados abaixo é a insulina humana U-100.

• Se você usa a caneta, não se esqueça de checar o fluxo de insulina antes de aplicar a
dose. Ajuste o aparelho para duas unidades e, com a ponta da caneta virada para cima,
na vertical, aperte o botão de aplicação, repetindo até que apareça a insulina.
• Depois de checar o fluxo, marque a dose a ser aplicada. Insira a agulha na pele em um
ângulo de 90° (perpendicular). Aperte o botão até que você veja o número 0. Conte dez
segundos antes de remover a agulha da pele, para garantir que a dose foi totalmente
aplicada. Com agulhas maiores, superiores a 8 mm, você pode precisar levantar a pele
delicadamente antes da injeção, a chamada “prega”.
• É muito importante fazer rodízio dos locais do corpo em que você aplica a insulina, para
prevenir nódulos e alterações locais decorrentes da aplicação repetida de insulina,
chamadas de lipodistrofias. Por exemplo, você pode aplicar em um lado do abdome e
depois do outro lado, além de escolher diferentes partes de cada lado do abdome. Evite
uma área de cinco centímetros em torno do umbigo e também evite aplicar sobre
cicatrizes.
• A insulina que ainda não foi aberta deve ser guardada na geladeira entre 2 e 8ªC. Depois de aberta, pode
ser deixada à temperatura ambiente (menor do que 30°C) por 30 dias, com exceção da detemir (Levemir),
que pode ficar em temperatura ambiente por até 42 dias. É importante manter todos os tipos de insulina
longe da luz e do calor. Descarte a insulina que ficou exposta a mais de 30°C ou congelada. Não use
medicamentos após o fim da data de validade.
• Para ajudá-lo a acompanhar a data, o usuário pode anotar no rótulo o dia em que abriu o frasco. Ou
colocar um pedaço de esparadrapo colado com a data em que foi aberta a insulina pela primeira vez. Se
você for passar um período extenso ao ar livre, em dias muito frios ou quentes, deve armazenar a insulina
em um isopor bolsa térmica, podendo eventualmente conter placas de gelo, desde que este não tenha
contato direto com a insulina.

Descarte de agulhas

Agulhas de caneta e lancetas devem ser descartadas em uma embalagem própria, que pode ser encontrado em farmácias, por exemplo em
frasco de plástico duro, devendo depois ser levadas ao Posto de Saúde para descarte adequado.
• A hipoglicemia é uma complicação iatrogênica frequente, principalmente em pacientes utilizando
insulina, mas que também pode ocorrer em usuários de hipoglicemiantes orais, principalmente
sulfonilureias.
• Em pacientes com diabetes, hipoglicemia é definida como todos os episódios de glicemia
anormalmente baixa (com ou sem sintomas) que expõem o indivíduo a risco.
• Para manejo da hipoglicemia, devem ser observados os sintomas do paciente e esta deve
preferencialmente ser confirmada por teste de glicemia capilar.
• O tratamento em pacientes com nível de consciência preservado consiste na administração de
tabletes de glicose via oral ou carboidratos de absorção rápida tais como balas, suco de frutas com
açúcar, refrigerantes, mel, açúcar puro, entre outros. Quinze a vinte gramas é normalmente
suficiente para elevar a glicose no sangue em uma faixa de segurança, sem indução de
hiperglicemia.
• Para pacientes inconscientes, caso os familiares disponham de kit para injeção de glucagon
(intramuscular ou subcutânea), essa pode ser a alternativa. Apesar das evidências conflitantes, a
maioria dos especialistas recomendam a aplicação de açúcar diretamente sobre a mucosa oral do
paciente, massageando a fim de promover a absorção local .
• A sequência do atendimento deve ser hospitalar e incluirá administração de glicose hipertônica EV
ou glucagon 0,1mg IM, se necessário. A resposta ao tratamento geralmente é imediata e as
funções cognitivas devem estar completamente restabelecidas após 30-45 minutos da
administração de glicose ou glucagon.

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