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Conteudistas
Helbert de Sousa Arruda
Karoline Aires Ferreira
Apoio Técnico
Amaliair Cristine Atallah
Ana Carolina Carvalho
Gustavo André Bacellar Tavares de Sousa
Karoline Aires Ferreira
Marina Ramos Vasconcelos Rada
Natália Cerqueira de Sousal, Kenia Flor Tavares
Capa
Gustavo André Bacellar Tavares de Sousa
Manual de Aprendizagem
1ª edição – novembro de 2018
Distribuições e informações
Ministério do Desenvolvimento Social
Secretaria Nacional de Renda de Cidadania
Ed. The Union – SMAS – Setor de Múltiplas Atividades Sul
Trecho 3 – Lote 1 – Ao lado da Leroy Merlin - 2º Andar
CEP: 71215-300 – Brasília/DF
Endereço eletrônico: www.mds.gov.br
LISTA DE SIGLAS
LA – Liberdade Assistida
PEAS – Pesquisa das Entidades de Assistência Social Privadas sem Fins Lucrativos
Introdução........................................................................................................................................................................... 11
2.4 Princípios................................................................................................................................. 18
5.3.5 Subvenções......................................................................................................................... 62
6.1.1 Planejamento........................................................................................................................ 72
6.1.3 Execução............................................................................................................................... 77
Conclusão............................................................................................................................................................................. 89
Referências bibliográficas.............................................................................................................................................. 90
MENSAGEM AO PARTICIPANTE
Caro(a) participante,
Curso do MROSC
Aula 3 - A celebração
de parcerias no
SUAS
Bons estudos!
Vale a pena destacar que, no caso dos municípios, a Lei passou a vigorar a
partir de janeiro de 2017, considerando como organização da sociedade civil
as entidades privadas sem fins lucrativos, sejam associações, fundações, co-
operativas ou organizações religiosas.
Por fim, tendo em vista esse amplo contexto, ressalta-se que o MROSC con-
templa não apenas sua definição e concepção, mas também a descrição do
processo de aperfeiçoamento do ambiente jurídico e institucional relativo às
suas parcerias com as organizações da sociedade civil (OSCs).
Contratualização com o
poder público
Agenda do
MROSC
A partir da instituição dessa Lei, é possível dizer que o Estado brasileiro reforçou
seu papel fundamental de garantia de direitos e entrega de serviços públicos de
qualidade à sociedade e, ao mesmo tempo, reconheceu que conta plenamente
com o auxílio da sociedade civil para pautas que são de sua especialidade.
• Amplia as exigências de planejamento das parcerias com a sociedade civil. 1 Fonte: Menezes (2016, p. 54).
2.4 PRINCÍPIOS
Pois bem, a LOAS é a Lei que Sabemos que a assistência social, como citado anteriormente, passou a ter
organiza a política de assistência
caráter de política social na CF/88, mas sua efetiva regulamentação foi obti-
social no Brasil, que é um direito,
e este exige definição de normas da somente em 1993, por meio da LOAS (BRASIL, 1993).
e critérios objetivos. Segundo
Yazbek (2006), a LOAS estabelece
uma nova matriz para a assistência 2.8 O PRINCÍPIO DA GESTÃO COMPARTILHADA NO SUAS
social no país, passando a se cons-
tituir como uma política de respon-
sabilidade estatal, ao ponto que a Considerando que a gestão compartilhada se caracteriza pela interação con-
oferta de serviços, programas, pro-
jetos e benefícios socioassistenciais
junta entre as instâncias das esferas de governo, a iniciativa privada e/ou
deve ser garantida na perspectiva sociedade civil, são possíveis as ações de cooperação entre elas, buscando
do direito e do acesso aos que dela um modelo de gestão que tende a atingir o desenvolvimento sustentável por
necessitam.
meio da participação coletiva.
Sabe-se, então, que a gestão da PNAS é evidenciada pelo seu formato des-
centralizado, participativo e com o papel prioritário de responsabilidade do
Estado na sua condução, formalizando assim as seguintes diretrizes (BRA-
SIL, 2004a, não paginado):
Conselhos Fundos
Municipais Municipais
(CMAS) (FMAS)
Destinatários/Ususários
Tipo de
NOME DO SERVIÇO QUEM OFERTA
Proteção
Serviço de Atendimento Integral Centro de Referência da Assis-
às Famílias (PAIF) tência Social (CRAS)
Proteção Serviço de Convivência e Fortale- CRAS, unidade estatal ou entida-
Social cimento de Vínculos (SCFV) de de assistência social
Básica Serviço de Proteção Social Básica
CRAS ou entidade de assistência
no Domicílio para pessoas com
social
Deficiência e Idosas
Serviço de Proteção e Atendi- Centro de Referência Especiali-
mento Especializado a Famílias e zado da Assistência Social (CRE-
Indivíduos (PAEFI) AS)
Serviço de Proteção Social a Ado-
lescentes em Cumprimento de
Medida Socioeducativa de Liber-
CREAS*
dade Assistida (LA) e de Presta-
ção de Serviços à Comunidade
(PSC)
Proteção CREAS ou entidade de assistên-
Serviço Especializado em Abor-
Social cia social, podendo ser também
dagem Social
Especial de ofertado pelo Centro POP
Média Com- CREAS, Centro Dia de Referên-
Serviço de Proteção Social Espe-
plexidade cia para Pessoa com Deficiên-
cial para Pessoas com Deficiên-
cia ou entidade de assistência
cia, Idosas e suas Famílias
social
Centro de Referência para Popu-
Serviço Especializado para Pes-
lação em Situação de Rua (Cen-
soas em Situação de Rua
tro POP)
Serviço de Acolhimento (Institu-
cional, em Repúblicas, Serviço Unidades de acolhimento estatal
de Acolhimento em Família Aco- ou entidade de assistência social
lhedora)
mos governamentais, não governamentais e da sociedade civil. Trata-se da • Projeto: conjunto de operações limitadas no
definição de uma estratégia de ação, num plano macro, que envolve vários tempo das quais resulta um produto destinado à
satisfação de interesses compartilhados pela admi-
atores para uma finalidade específica: o enfrentamento da pobreza. Não há, nistração pública e pela organização da sociedade
atualmente, uma regulamentação desses projetos. civil” (art. 2º, III-B). Essa definição se ocupa de um
plano micro do projeto/produto a ser concebido
dentro do escopo de cada parceria com limitação
Considerando essas definições é necessário esclarecer os conceitos estrutu- temporal, ou seja, se diferenciando do conceito de
atividade descrito, que tem natureza continuada
rantes que se ocupam de um plano micro para o desenvolvimento de servi-
ou permanente.
ços, programas e projetos socioassistenciais. • Atividade: conjunto de operações que se realizam
de modo contínuo ou permanente, das quais resul-
CONCEITO PLANO ta um produto ou serviço necessário à satisfação
O QUE É?
ESTRUTURANTE MICRO de interesses compartilhados pela administração
pública e pela organização da sociedade civil. (art.
É a padronização das especificações das formas
Serviços 2º, III-A). Em caso de parceria para a realização de
Parametrização de oferta dos serviços e programas socioassisten- serviços, programas e benefícios socioassistenciais,
Programas
ciais. estes devem se enquadrar como atividade.
São aquelas ofertas socioassistenciais que não
podem sofrer solução de continuidade e consti-
tuem essencialmente os serviços socioassisten-
ciais, instituídos por meio da Tipificação Nacional
Atividades
aprovada pela Resolução nº 109 (BRASIL, 2009a), Serviços
continuadas
de 11 de novembro de 2009, que, nos termos da
LOAS, a partir da sua capacidade instalada, visam
a melhoria da vida da população e cujas ações
estão voltadas às necessidades básicas.
férias, décimo terceiro salário, verbas rescisórias e demais encargos sociais. ções que devem ser garantidas aos
usuários.
ATENÇÃO! A tipificação é uma norma geral do SUAS de observância obrigatória pelos inte-
O art. 40 da Lei nº 13.019/2014 veda a
grantes do Sistema. A tipificação organiza os serviços socioassistenciais por
celebração de parcerias que tenham por
objeto, envolvam ou incluam, direta ou níveis de complexidade do SUAS: Proteção Social Básica e Proteção Social Es-
indiretamente, delegação das funções pecial de Média e Alta complexidade, conforme apresentou-se anteriormente.
de regulação, de fiscalização, de exer-
cício do poder de polícia ou de outras
atividades exclusivas de Estado. Assim,
Para a celebração das parcerias o órgão gestor deverá dar destaque aos itens:
as ofertas socioassistenciais classificadas
como públicas e estatais e, portanto,
compreendidas como atividades exclu-
Específica o lócus de oferta do Ser-
sivas de Estado, não podem constituir Unidade viço e, portanto, a possibilidade de
objeto de parceria (BRASIL, 2014c).
prestação por Unidade Referência.
A Lei no 13.019/2014, em seu artigo 24, §2o, inciso II, prevê a possibilidade
do estabelecimento de cláusula no chamamento público que delimite o ter-
DICA ritório ou abrangência da prestação de atividades ou da execução de proje-
O edital de chamamento poderá
tos, conforme estabelecido nas políticas setoriais (BRASIL, 2014c).
contar com cláusula que restrinja
territorialmente para atender espe-
cificidade da política de assistência 3.1.4 PRESSUPOSTOS DA LEI Nº 12.101/2009 PARA A CELEBRAÇÃO DE
social. PARCERIAS NO SUAS
O art. 18, §4º, da Lei nº 12.101/2009 (BRASIL, 2009b), prevê que as entida-
des certificadas como de assistência social terão prioridade na celebração
de parcerias com o poder público para a execução de programas, projetos e
ações de assistência social.
Entre os vários objetivos desta aula, temos como destaques uma reflexão
sobre a gestão administrativa das entidades sociais, descrever quem são e
as funções das entidades sociais, bem como os termos de colaboração e
fomento. Iremos também refletir sobre os modelos de documentos a serem
utilizados no novo regime do MROSC e compreender o que é e a diferença
entre CNEAS e CEBAS. Por fim, conheceremos a regulação da relação públi-
co-privada e as entidades sociais.
modalidades socioassistenciais;
âmbito de atuação;
metodologia de atendimento;
Entre os anos de 2013 e 2015, a PEAS foi atualizada pelo IBGE, em parceria
com o MDS. Com novo levantamento de entidades a partir do Cempre, a
coleta de informações ocorreu por meio de entrevistas telefônicas assistidas
por computador. Para o conjunto de entidades reconhecidas por sua atua-
ção na assistência social, foram produzidas informações sobre as ofertas, a
estrutura e o funcionamento das entidades.
Entre as inovações dessa edição está o uso da Tipificação Nacional dos Ser-
viços Socioassistenciais e de outras resoluções do CNAS para a caracteriza-
ção das ações socioassistenciais executadas pelas entidades.
Realiza o Quantidade de %
Serviço de Proteção Social Básica
serviço vagas ofertadas vagas
Serviço de convivência e fortaleci-
mento de vínculos para crianças e 4.036 700.402 33,8%
adolescentes de 6 a 15 anos.
Serviço de convivência e fortaleci-
mento de vínculos para adolescentes 3.198 628.425 30,3%
e jovens de 15 a 17 anos.
Serviço de convivência e fortaleci-
mento de vínculos para crianças de 0 2.470 352.381 17,0%
a 6 anos.
Realiza o Quantidade de
Serviço de PSE de Alta Complexidade %
Serviço vagas ofertadas
Acolhimento Institucional para crian-
284 7.417 8%
ças e adolescentes em Casa-Lar
Acolhimento Institucional para crianças
601 20.790 22%
e adolescentes em abrigo institucional
Acolhimento Institucional para ido-
286 9.822 10%
sos em Casa -Lar
Acolhimento Institucional para ido-
833 37.710 39%
sos em abrigo institucional
Acolhimento Institucional para jo-
vens e adultos em deficiência em resi- 124 3.584 4%
dências inclusivas
Acolhimento Institucional para adul-
93 5.637 6%
tos e famílias em Casa-Lar
Acolhimento Institucional para adul-
167 9.157 10%
tos e famílias em casa de passagem
Acolhimento Institucional para mu-
lheres vítimas de violência em abrigo 100 2.220 2%
institucional
Total 2.488 96.337 100,0%
Fonte: Censo SUAS 2011 - MDS/SNAS/DGSUAS/CGSVS
No entanto, todos esses dados foram coletados antes da aplicação das re-
gras da Resolução CNAS nº 16/2010, que instituiu parâmetros nacionais
para a inscrição das entidades de assistência social e dos serviços, progra-
mas, projetos e serviços socioassistenciais, e estabelece um período de tran-
Quantidade de
Quantidade de municípios que Quantidade de
UF entidades/CNPJs
possuem entidades inscritas inscrições
inscritos
AC 5 26 25
AL 11 77 76
AM 10 95 94
AP 1 2 2
BA 123 896 877
CE 76 868 673
DF 1 140 136
ES 66 398 369
GO 74 487 479
MA 29 243 242
MG 461 4.004 3.957
MS 59 319 312
MT 40 164 161
PA 41 250 242
PB 15 87 86
PE 55 684 675
Esse universo pode ser dividido pelo tipo de inscrição dessas entidades: a)
13.191 inscritas como entidades de assistência social (com atuação exclusi-
va ou preponderante nessa área); b) 499 entidades de assistência social com
inscrição em mais de um município; c) 3.137 entidades não preponderantes
de assistência social com inscrição de serviços, programas, projetos ou be-
nefícios socioassistenciais.
FREQUÊNCIA
TIPO DE OFERTA OFERTA DO CNEAS
ABSOLUTA
Serviço de Convicência e
Proteção Social Básica 4.752
Fortalecimento de Vínculos
Proteção Social de
Acolhimento institucional 1.998
Alta Complexidade
Assessoramento e/ou
Promoção de defesa de direitos já
Defesa e Garantia de 1.599
estabelecidos
Direitos
Proteção Social Proteção Social Especial no domicílio
Especial de Média para pessoas com deficiência, idosos e 1.035
Complexidade famílias
Proteção Social
Especial de Média Habilitação e reabilitação 969
Complexidade
Fonte: IPEA3 .
FOMENTO COLABORAÇÃO
Atuar em colaboração
Incentivar e reconhecer ações
Função com organizações da socie-
de interesse público
administra- dade civil para execução de
desenvolvidas pelas
tiva políticas públicas parametriza-
organizações da sociedade civil.
das pela administração
Permitir que as organizações
Incentivar e reconhecer projetos da sociedade civil participem
Objeto a serem desenvolvidas ou cria- da execucão de projetos ou
dos por organizações. atividades de iniciativa da
administração pública
Concepção Organizações da sociedade civil Administração pública
4 Apresentação do curso on-line
MROSC SUAS para SAGI, em novem- Fonte: Informação verbal .
5
Em razão de não envolverem transferência de recursos do ente público para estejam desobrigados de observar
regras mínimas estabelecidas para
a organização da sociedade civil, no caso de acordos de cooperação, está quaisquer das parcerias que os
dispensado o chamamento público, pelo ente da administração, em quais- envolvam, como deixa claro o art.
6º, do Decreto nº 8.726/16.
quer dos três níveis, seja federal, estadual ou municipal.
Além disso, a nova Lei torna essencial o aperfeiçoamento dos mecanismos 6 Apresentação do curso on-line
CEBAS
Vínculo SUAS
Inscrição CNEAS (pendente de
regulamentação)
Colaboração ou
Fomento
AULA 5.
Principais regras e questões sobre a cele-
bração de parcerias no SUAS
Nessa perspectiva, o chamamento público, nos termos da Lei, pode ser na-
9 Apresentação do curso on-line
MROSC SUAS para SAGI, em novem-
cional, mas em relação às parcerias no SUAS é imprescindível considerar a
bro de 2017, slide 195. territorialidade como um critério relevante quando da elaboração do edital.
Todavia, como toda regra há exceção, a Lei nº 13.019/2014, por ser ampla e
complexa, não poderia deixar de trazer as situações nas quais não se justifica
ou pode ser facultado o chamamento público. Especificamente para a políti-
ca de assistência social, aplica-se a hipótese prevista no inciso VI do art. 30
da Lei nº 13.019/2014:
ATENÇÃO!
Vale lembrar que a Resolução CNAS nº 21/2016 definiu que a dispensa do chamamento público se aplicará às entidades ou organizações de
assistência social que estejam inscritas nos respectivos conselhos municipais de assistência social ou no Conselho de Assistência Social do Distrito
Federal e cadastradas no CNEAS, quando:
A LOAS prevê que não compete à União a execução, direta ou indireta (por
meio de parcerias com entidades de assistência social), de serviços, progra-
mas e projetos socioassistenciais. Essa atribuição é exercida pelos estados,
municípios e o Distrito Federal, conforme o inciso V dos arts. 13, 14 e 15,
todos da Lei nº 8.742, de 1993 (BRASIL, 1993b).
Assim a União, via Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), não re-
passará diretamente, por meio de transferências voluntárias, recursos para
entidades ou organizações de assistência social para prestação de serviços,
programas ou projetos socioassistenciais.
Emenda
Estadual ou
Parlamentar
Municipal
carimbada
Ausência de
FEAS ou
Chamamento
FMAS Público
10 Apresentação do curso on-line
MROSC SUAS para SAGI, em novem-
Entidade de Celebração do
bro de 2017, slide 191.
Assistência Termo de Fomento
Social ou de Colaboração
11 Apresentação do curso on-line
MROSC SUAS para SAGI, em novem-
Fonte: Informação verbal11.
bro de 2017, slide 192
5.3.5 SUBVENÇÕES
A legislação cria regras novas e mais claras para as parcerias entre Estado e
sociedade civil e garante maior transparência e segurança no repasse de re-
cursos públicos para as organizações. Dessa maneira, deve-se previamente
conhecer como funcionam essas novas regras e quais pontos foram essen-
ciais, para que esses recursos possam ser devidamente utilizados.
ATENÇÃO!
As verbas rescisórias poderão ser pagas após o término da parceria, desde que proporcionais ao tempo em
que o profissional atuou na execução do objeto.
No que diz respeito ao segundo aspecto, o gestor local deverá observar o DICA
que diz a Lei nº 13.019/2014, as normas gerais do SUAS e os normativos Os procedimentos relativos à
aplicação das regras da parceria
municipais, como o decreto de regulamentação da Lei.
com a entidade deverão observar a
norma local na formalização.
SAIBA MAIS
A Lei nº 13.019/2014 traz uma nova lógica para a prestação de contas das Art. 64. A prestação de contas
apresentada pela organização da
parcerias, com base na avaliação de resultados. O foco da prestação de con-
sociedade civil deverá conter ele-
tas e de sua análise é a execução do objeto, considerando a verdade real e os mentos que permitam ao gestor
resultados alcançados (art. 64, §3º). da parceria avaliar o andamento
ou concluir que o seu objeto foi
executado conforme pactuado,
A lógica da prestação de contas, em parceria com recurso do cofinanciamen-
com a descrição pormenorizada
to, deve ser compatibilizada com os normativos vigentes no SUAS, especial- das atividades realizadas e a com-
mente quando ela envolver recursos de cofinanciamento federal. provação do alcance das metas e
dos resultados esperados, até o
período de que trata a prestação
No caso da execução de serviços, programas ou projetos socioassistenciais de contas.
por meio da colaboração com entidades e organizações de assistência so- […]
cial, o gestor estadual ou municipal fica responsável por verificar a boa e § 3o A análise da prestação de
contas deverá considerar a verda-
regular utilização do recurso por parte da instituição. de real e os resultados alcançados
(BRASIL, 2014).
Neste aspecto, caso sejam apuradas impropriedades ou irregularidades na
execução dos recursos provenientes do erário federal por parte da entidade,
o gestor local será instado a encaminhar informações, documentos ou de-
volver recursos à União, conforme a situação, de acordo com o disposto no
art. 25 da Portaria MDS nº 113/2015:
[…]
dos usuários sejam preservadas, de forma a não os estigmatizar. acolhimento de alta complexidade,
por serem ofertados em unidades
com características residenciais,
A exceção a essa recomendação se dá nos casos de serviço de acolhimento não possuam identificação externa,
para pessoas idosas, que deverão ter identificação externa visível, conforme de forma a evitar a estigmatização
e garantir privacidade e dignidade
disposto no art. 37, § 2º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 – Estatuto
aos usuários.
do Idoso (BRASIL, 2003).
A justificativa deverá ser publicada, pelo menos, cinco dias antes da for-
malização da parceria, no site oficial do órgão e, eventualmente, em outros
meios oficiais.
Fiscalizar o
Exigir a prestação da Publicizar todas
cumprimento das
Execução oferta nos termos do as parcerias na
metas do plano de
plano de trabalho. internet.
trabalho.
Estabelecer metas
Visitar aos locais claras no plano Acompanhar e fis-
Monitoramento
onde se desenvolvem de trabalho para calizar a execução
e avaliação
as atividades. fins de monitora- das parcerias.
mento.
6.1.1 PLANEJAMENTO
b. contribuições sociais;
c. FGTS;
d. férias;
f. salários proporcionais;
g. verbas rescisórias;
É nesta etapa que cada parte envolvida deverá compreender o que se de-
seja com a parceria, refletindo sobre todas as necessidades em temos de
estrutura administrativa e, especialmente, de metas e resultados a serem
alcançados.
a. Edital
Para que o edital viabilize uma possível parceria entre o governo e as entida-
des de assistência social, ele deverá conter os seguintes itens:
objeto da parceria;
b. Acessibilidade
c. Publicização do edital
Com relação a sua divulgação, o edital deverá ser publicado no site do ór-
gão público, com antecedência mínima de 30 dias e, ainda, a administração
pública poderá também expor os editais e as informações sobre todas as
parcerias estabelecidas em um único portal da internet.
DICA
Um exemplo de relação jurídica que impede a participação do gestor ou
outro membro na Comissão de Seleção é a de nos últimos cinco anos ter
atuado como associado, dirigente ou empregado de qualquer OSC em
disputa no chamamento público específico.
f. Convocação
De acordo com a nova Lei, torna-se necessário observar algumas fases que
compõem o processo de seleção até a celebração da parceria. Conforme citado
anteriormente, a primeira delas é a análise das propostas enviadas pelas OSCs.
a. Equipe de trabalho
c. Custos indiretos
Os itens a seguir não podem ser pagos com esse tipo de recursos:
A lei recomenda que o repasse das parcelas seja acompanhado pela OSC,
por meio de plataforma eletrônica na internet, que deverá ser disponibilizada
pela administração pública. A liberação das parcelas poderá ser suspensa
em três situações:
Outro fator importante é que os pagamentos dos recursos deverão ser re-
alizados, em regra, mediante transferência bancária, com identificação do
beneficiário final.
ATENÇÃO! É sempre bom ressaltar que uma boa prestação de contas é o resultado de
As atividades no processo de um bom planejamento e de uma execução cuidadosa, preocupada em aten-
prestação de contas têm seu der o que estava previsto no plano de trabalho.
início no momento da liberação
da primeira parcela dos recursos
financeiros, observando as regras
A Lei determina que o poder público forneça manuais específicos para orien-
previstas na Lei nº 13.019/2014, tar as organizações no momento da celebração das parcerias, tendo como
bem como os prazos e as normas premissas a simplificação e racionalização dos procedimentos. Se houver
estabelecidas.
alterações no conteúdo desses manuais, elas devem ser previamente infor-
madas à OSC e amplamente publicadas em meios oficiais de comunicação.
DICA
Não há previsão de prestação de contas a cada parcela, mas de forma anual, além da final.
Sempre que a duração da parceria exceder um ano, a organização da sociedade civil deverá
apresentar prestação de contas ao fim de cada exercício para monitorar o cumprimento das
metas da parceria.
ATENÇÃO!
O órgão da administração pública terá a responsabilidade de
analisar a prestação final de contas em até 150 dias após o seu
recebimento, podendo ser prorrogável por mais 150 dias.
O resultado final é um relatório que deverá ser elaborado pelo gestor público
responsável por meio de um parecer técnico contendo a análise de prestação
de contas da parceria. Esse documento deverá mencionar:
Uma novidade proporcionada pela nova Lei é a permissão dada à OSC para
solicitar autorização referente à devolução de recursos por meio de ações
compensatórias de interesse público, mediante a apresentação de novo pla-
no de trabalho relacionado ao objeto da parceria e a área de atuação da orga-
DICA nização, desde que não tenha havido dolo ou fraude e não seja caso de res-
Há um prazo de prescrição das san-
tituição integral de recursos.
ções administrativas de cinco anos,
contados a partir da apresentação Na Figura 9 podemos verificar uma representação, em visão macro, de todo
da prestação de contas.
o fluxo que envolve as cinco fases da celebração de parcerias sob o que rege
a Lei nº 13.019/2014 (BRASIL, 2014c):
Edital de Convocação da(s) OSC(s) Liberação dos recurso OSC apresenta o Relatório
Chamamento Público selecionadas(s) para a execução do objeto Final de Execução do
Objeto
Termo de Termo de
Fomento OU Colaboração OSC apresenta documentos Depositados em conta OSC apresenta o Relatório
para a celebração corrente específica Final de Execução
Financeira
(somente se não forem cumpridas
as metas e resultados)
Apresentação das Plano de Requisitos
Planejamento
São automaticamente
propostas pelas OSCs Trabalho documentais aplicados em cadernetas de
poupança ou fundo de
investimentos Emissão de parecer técnico
Avaliação das propostas conclusivo
Aprovação do Plano de Monitoramento e
pela administração pública Trabalho e documentos avaliação
Aprovar as contas
O monitoramento e avaliação
Homologação dos terão caráter preventivos e Aprovar as contas
resultados definitivos Assinatura do termo senador, objetivando a adequada com ressalvas
e regular gestão das parcerias
O papel dos CAS deve ser compreendido à luz da LOAS, combinada com a
Lei nº 13.019/2014. Considerando sua composição paritária entre governo e
sociedade civil – que inclui trabalhadores, entidades e usuários da política de
assistência social – os conselhos são espaços de participação e construção
democrática que deverão sediar os principais debates sobre a interpretação
e aplicação do novo Marco Regulatório das parcerias no SUAS.
Além disso, conforme já tratado e com base nos arts. 2º-A e 30, VI do novo
Marco Regulatório, o CNAS deliberou os requisitos para serem observados
pelas entidades ou organizações de assistência social quando da celebração
das parcerias no SUAS, por meio da Resolução nº 21/2016.
b. Acompanhar e fiscalizar:
Por fim, vale frisar a natureza transversal dos conselhos de fomento e cola-
boração que tem objetivo de apoiar políticas e ações voltadas ao fortaleci-
mento das relações de fomento e de colaboração que perpassam as diversas
políticas setoriais que realizam parcerias com as OSCs.
Importante lembrar, ainda, que algumas entidades deverão adaptar seus es-
tatutos, conforme art. 2º, I, 33 e 36 da Lei nº 13.019/2014 (BRASIL, 2014c);
art. 44 e seguintes e 1.093 e seguintes do Código Civil (BRASIL, 1988); e Lei
nº 9.867/1999 (BRASIL, 1999b).